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E-book Por Talita Moretto www.salaaberta.com.br É permitido compartilhar e adaptar este material, desde que citada a fonte. Ano 2015. Jornal Escolar O que é, qual a importância e como organizar esse tipo de prática com seus alunos, na escola Noticias Escola -

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E-book

Por Talita Moretto

www.salaaberta.com.br

É permitido compartilhar e adaptar este material, desde que citada a fonte.Ano 2015.

Jornal EscolarO que é, qual a importância e como organizar esse tipo de prática com

seus alunos, na escola

Noticias

Escola

-

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A princípio, o importante é compreender o que é um jornal escolar e, para isso, descar-tar dois tipos de jornais que não são:

Jornal Institucional: é um informativo próprio da instituição e tem como objetivo a comunicação oficial com famílias e comu-nidade. Trata-se de uma publicação que valoriza o trabalho realizado na escola, por gestores e professores. Este tipo de jornal tem pouca ou nenhuma participação dos alunos. Em algumas escolas, é produzido por jornalistas do departamento de assesso-ria de comunicação.

Jornal Estudantil: é produzido por grêmios estudantis. O professor só participa como colaborador.

O não têm como objetivo a Jornal Escolardivulgação institucional, nem é uma iniciati-va autônoma dos estudantes. Ele é uma prática, na maioria das vezes, pedagógica - pois é inserida nas atividades curriculares -, que resgata a expressão dos alunos. Tudo o que eles escrevem é importante e eles mesmos podem escolher o que será publica-do, sempre com a supervisão dos professo-res.

No entanto, é preciso ter alguns cuidados. Um Jornal Escolar não pode ser um diário de classe, um álbum de fotos, nem um arquivo de materiais didáticos, como também não é uma cópia dos jornais diários que circulam na sociedade. Deve ser um meio de comunicação de autoria dos alunos.

E para que a prática tenha o resultado esperado, é preciso haver uma parceria entre professor e aluno. O diálogo é essencial!

No Jornal Escolar, a prioridade é a divulga-ção de conteúdos inéditos, produzidos

pelos alunos, dentro da escola. O professor assume as funções de organizar, mediar e supervisionar o trabalho.

Esse tipo de produção deve ser executada de maneira colaborativa, ou seja, em equi-pe. Todos os alunos devem ter uma função dentro da produção de um jornal escolar, contribuir com ideias e sugestões e, princi-palmente, executar suas habilidades.

A produção de um jornal escolar contempla leitura, pesquisa, interpretação, escrita e oralidade. Além disso, permite ao professor criar um vínculo comunicativo melhor com seus alunos. Este processo abre espaço para uma ponte de trocas, onde os jovens irão colocar suas formas de expressão e ideias em pauta, cabendo ao professor mediar o debate e orientar a produção dos conteú-dos, sempre levando em conta o que os jovens querem publicar no seu jornal.

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JORNAL ESCOLAR

Página 01 - Sala Aberta

“Um professor que realiza um jornal

escolar na sua aula conhecerá melhor

seus alunos, o que é essencial, e estará

numa posição ideal para agir em face das necessidades e

tendências manifestadas”.

Celéstin Freinet

E o Jornal Escolar...

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» Os jornais com maior participação dos

alunos são aqueles que conseguem ser enca-ixados nas atividades letivas normais.

» O Jornal Escolar é composto por informa-

ções de interesse dos leitores e, mais que isso, que sejam novidade (inéditas). Sendo assim, os temas abordados podem ser os mais variados e distintos, desde que os alu-nos se envolvam e participem: sugiram pau-tas, discutam os temas, produzam os textos, as imagens, as ilustrações, diagramem e dis-tribuam o jornal. O importante é que o que for produzido seja a tradução e o fortaleci-mento da voz de cada um, dentro de um propósito coletivo.

» Um Jornal Escolar também precisa revelar

seus autores, adquirir a personalidade da turma, ser autêntico e original, mas, para isso, não é preciso seguir regras de formato ou apresentação dos veículos da imprensa convencional, nem nos gêneros, nem na divisão, nem no formato. Ele deve apenas ser bem apresentado e bem organizado.

» Dar voz aos alunos não significa não edi-

tar (revisar, corrigir) o que eles produzem, mas fazer isso com a participação deles. Deixe claro a responsabilidade de cada um na produção.

» É necessário selecionar os conteúdos. Um

jornal escolar não precisa ser extenso. Faça uma seleção de conteúdos para cada edi-ção.

1) Definir a equipe: Todos os envolvidos precisam ter uma função na produção de um jornal para que realmente sintam-se parte do processo, tenham sua opinião res-peitada e sua produção valorizada. Quan-do as turmas são pequenas, é possível con-duzir o trabalho com todos juntos. Já em turmas maiores, talvez a melhor escolha seja dividi-los em grupos e cada um produ-zirá uma edição de jornal por ano, por exemplo. Cabe ao professor decidir a melhor estratégia. No entanto, mesmo sepa-rados em grupos de produção, a turma toda pode participar das reuniões de pauta para a seleção de conteúdos.

2) Escolher um modelo: Sabendo como será o formato do jornal, fica mais fácil produzir o conteúdo porque o aluno já terá uma ideia de como o material será publicado. Isso evita grandes cortes na hora de diagra-

“A criança que escreve um texto

sente-o nascer enquanto trabalha nele, dá-lhe uma

nova vida, torna-o seu. Deixa de haver um intermediário no processo que vai do

pensamento balbuciado e depois expresso ao jornal”.

Celéstin Freinet

Considerações...

Passo a Passo (sugestão)

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mar. Em conjunto, decidam qual será: o tamanho e a posição das folhas (horizontal, vertical) e a quantidade de páginas. O ideal é não fazer edições muito grandes.

3) Escolher um nome para o jornal: O jor-nal deve ter um nome (uma identidade), o qual aparecerá (em todas as edições) sem-pre com a mesma apresentação (fonte, tamanho e cor). O nome é a identificação do jornal e a escolha deve ser da turma (pode ser através de votação). Ele precisa estar em destaque para que os leitores o reconheçam. Aqui vale seguir o exemplo dos jornais que circulam na imprensa con-vencional: bem grande e no topo da prime-ira página.

4) Definir a periodicidade: Mensal, bimes-tral, trimestral. A turma decide. É necessário considerar as outras atividades que são rea-lizadas na escola. As aulas não podem ser exclusivas para o trabalho com o jornal, como também não se pode pedir que o estu-dante gaste todo seu tempo livre nessa ati-vidade. Então, para determinar a melhor periodicidade para o jornal, avalie o perfil de sua turma, a rotina na escola e o tempo aproximado que levarão para produzir o conteúdo para cada edição, considerando o planejamento curricular.

5) Definir o público alvo: Quem vai ler este jornal? Onde ele será distribuído? Somente dentro da escola ou será levado para a comunidade também? Não adianta levar o jornal para quem não se interessa pelo seu conteúdo. A definição do público alvo está condicionada ao conteúdo da publicação e ao formato do jornal.

6) Definir os conteúdos: O jornal deve tra-zer temas de interesse para os leitores e o conteúdo deve ser produzido pelos alunos, com supervisão e orientação do professor. O que é preciso é cuidado com algumas

questões estéticas: a letra não pode ser muito pequena e o conteúdo não deve ficar exprimido nas páginas, isso dificulta muito a leitura. Por isso, selecionem com calma os conteúdos a serem publicados em cada edi-ção para que o jornal esteja com qualidade e o leitor faça uma boa leitura; não é neces-sário encher o jornal de textos, mas são os alunos que irão decidir e selecionar o que eles querem publicar no seu jornal.

7) Fazer uma boa diagramação: A diagra-mação pode ser feita manualmente, mon-tando as páginas com recortes* e depois fotocopiando, como também pode ser feita direto no computador, em qualquer pro-grama com o qual os alunos estejam famili-arizados. Caso tenha algum voluntário para fazer isso, aceite a ajuda. Quanto mais cola-boração melhor.

*Digite os textos no computador, imprima e recorte. O mesmo para as ilustrações e/ou imagens. Em folhas brancas, monte o jornal colando esses elementos de forma harmoniosa, como um quebra-cabeça.

8) Definir a tiragem (número de cópias): Para isso, é preciso pensar nos locais onde o jornal será distribuído. Não vale a pena fazer uma grande quantidade de cópias que resulte em sobra. O ideal é imprimir (ou fotocopiar) poucas cópias da primeira edi-ção e entregar a somente alguns leitores, até mesmo para verificar a aceitação do públi-co. A segunda edição pode ter uma tiragem maior e chegar a mais pessoas.

9) Distribuir: O jornal deve ser entregue nas mãos do leitor. A turma pode distribuir na entrada ou na saída das aulas, no portão da escola, no recreio ou até passar de sala em sala divulgando o trabalho. Uma parte dos jornais pode ficar na biblioteca e outra na sala dos professores, locais onde todos os funcionários da escola têm acesso. Distribuir para os familiares e para as pessoas da comu-nidade também é importante.

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De identificar os autores: Cada produção (texto, imagem, ilustração) que for publica-da no jornal deve ser devidamente identifi-cada com o nome do . Isso é aluno-autorimportante para valorizar o trabalho e mos-trar ao jovem sua responsabilidade na pro-dução do jornal. Portanto, certifique-se de escrever o nome completo do aluno (nome e sobrenome). A localização (onde escrever o nome na produção) é indiferente, desde que esteja legível.

De escrever o expediente: No expediente constam as informações de quem produz o jornal: nome da escola, da turma, do pro-fessor que supervisionou a produção, entre outras que sejam relevantes. É importante também disponibilizar algum contato (e-mail ou telefone) caso o leitor queira fazer comentários sobre o jornal, afinal, tanto elogios quanto críticas enriquecem o traba-lho.

Não esqueça! "Os nossos jornais não são imitações nem substitutos

de jornais adultos. São uma produção original que tem, a partir de agora, as suas normas e as suas leis, e que tem, é certo, as suas

imperfeições, mas que apresenta também a

vantagem histórica de abrir uma nova via de

conhecimento da criança e de uma prática pedagógica

que o futuro mostrará a fecundidade".

Celéstin Freinet

Jornal escolar não é jornalismo(Texto retirado do Portal do Jornal Escolar)

Contrariamente ao que a própria expressão poderia indicar, Jornal Escolar não é jor-

nalismo. Nossas escolas não são escolas de jornalismo. Propomo-nos acolher, incenti-

var e alimentar a expressão de crianças e adolescentes, através de processos de apren-

der, que permitam a aquisição de competências leitoras e escritoras, de cooperação, de

criticidade e de participação social.

Qualquer gênero textual permite realizar esses objetivos se houver estratégias ade-

quadas do professor. Limitado aos gêneros jornalísticos, o jornal fica engessado e

mesmo empobrecido – sobretudo, adquire a feição de boletim institucional da escola.

Ao contrário, se libertamos as forças da criatividade, o jornal escolar se apresentará

como um patchwork de textos, cuja graça está na diversidade e na autenticidade das

produções dos alunos. Acrósticos, jogos matemáticos, poemas, desenhos, fotografias,

relatos, bilhetes, cartas, textos informativos. Tudo cabe no jornal escolar!

Fonte: Portal do Jornal Escolar

(www.jornalescolar.org.br/2013/02/jornal-escolar-nao-e-jornalismo-2/)

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Página 05 - Sala Aberta

FREINET, Célestin. O Jornal Escolar. Lisboa: Editorial Estampa, 1974, Reflexões sobre o jornalismo escolar. In Boletim O Público na Escola - Jornal Público. Portugal, outubro de 2001.

Vamos fazer um jornal. In Boletim O Público na Escola - Jornal Público. Portugal, novembro de 2001.

Portal do Jornal Escolar (Brasil)www.jornalescolar.org.br

Jornais Escolares (Portugal)jornaisescolares.dge.mec.pt

Site que gera páginas de jornalfodey.com

Fontes Consultadas

Sites Indicados

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01 - Modelo para capa.

NOME DO JORNAL

CABEÇALHO. Cidade, data, número da edição.

PRODUÇÕES (textos e imagens)

PR

OD

ÕE

S (

text

os

e im

agens)

EXPEDIENTE. Nome da instituição, turma, professores responsáveis e outras informações que vocês desejarem, por exemplo, uma forma de contato (e-mail), o endere-ço da escola, etc. Aqui também entra a identifica-ção dos diagramadores e outras funções que existi-rem no jornal, que não sejam as produções de textos e imagens.

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02 - Modelo para capa.

NOME DO JORNAL

PRODUÇÕES (textos e imagens)

EXPEDIENTE. Nome da instituição, turma, professores responsáveis e outras informações que vocês desejarem, por exemplo, uma forma de contato (e-mail), o endereço da escola, etc. Aqui também entra a identificação dos diagramadores e outras funções que existirem no jornal, que não sejam as produções de textos e imagens.

CABEÇALHO. Cidade, data, número da edição.