DPPE PARANÁ - Operação de migração para o novo data ... · conhecimento que o ser humano...

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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título CONTRIBUIÇÕES PARA A PREVENÇÃO DA POSTURA

CORPORAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Autor Pedro Bispo Pereira

Escola de Atuação Colégio Estadual Professora Leonídia Pacheco - Ens. Fund. e Médio

Município da escola Maria Helena-PR

Núcleo Regional de Educação Umuarama-PR

Orientador Sérgio Roberto Adriano Prati

Instituição de Ensino Superior UNESPAR – Campus Paranavaí

Disciplina/Área (entrada no PDE) Educação Física

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Não

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

30 (trinta) alunos da 5ª série/6º ano do Ensino Fundamental

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

Colégio Estadual Professora Leonídia Pacheco - Ens. Fund. e Médio

Rua Glória, 583 – Centro – Maria Helena-PR – CEP: 87.480-000

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

A proposta tem como objetivo propor alternativas didático-pedagógicas para subsidiar a prática da Educação Física no que se refere à prevenção da postura corporal. Para o desenvolvimento desta proposta de intervenção optou-se pela pesquisa-ação como método de trabalho. Participarão da proposta aproximadamente 30 (trinta) alunos com idade entre 10 a 12 anos da 5ª série/6º ano do Ensino Fundamental do período matutino e vespertino. A amostra compreenderá principalmente os alunos que, na sondagem inicial, (questionário) apresentarem indícios de postura inadequada. Inicialmente, será aplicado um questionário aos alunos, contando com perguntas fechadas, visando à compreensão do grau de conhecimento dos mesmos acerca da importância da postura corporal adequada, das causas e conseqüências advindas da postura inadequada. As ações serão organizadas na unidade temática, em forma de oficinas pedagógicas, elencando as alternativas metodológicas para o desenvolvimento das atividades com a postura corporal nas aulas de Educação Física escolar, envolvendo exposição oral, vídeos, textos fotocopiados, visita ao laboratório de anatomia, palestras com um profissional Fisioterapeuta, vivências práticas para a exploração da postura corporal adequada para o desenvolvimento de habilidades motoras básicas, envolvendo atividades lúdicas e atividades de orientação postural (montagem de cartazes e painel). Na análise do material empírico realizado na investigação inicial, buscar-se-á privilegiar os aspectos pertinentes ao objetivo proposto. A prevenção se faz necessária a fim de evitar ou mesmo minimizar o aparecimento de possíveis problemas posturais. Atitudes de prevenção consistem em métodos alternativos que quando adotados por crianças e adolescentes em idade escolar, contribuem para auxiliar o adequado desenvolvimento do corpo.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Educação Física, postura corporal, prevenção.

PARANÁ GOVERNO DO

ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

CONTRIBUIÇÕES PARA A PREVENÇÃO DA POSTURA CORPORAL NAS

AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

PEDRO BISPO PEREIRA

PROFESSOR PDE

Maria Helena - 2011

PEDRO BISPO PEREIRA

CONTRIBUIÇÕES PARA A PREVENÇÃO DA POSTURA CORPORAL NAS

AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Unidade Didática apresentada à Universidade

Estadual de Maringá (UEM) e à Secretaria de

Estado de Educação do Paraná (SEED) para

o Programa de Formação Continuada

intitulado Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE), sob a orientação do Profº.

Sérgio Roberto Adriano Prati.

Maria Helena - 2011

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Pedro Bispo Pereira

Área PDE: Educação Física

NRE: Umuarama

Professor Orientador IES: Sérgio Roberto Adriano Prati

IES vinculada: UNESPAR – Campus Paranavaí

Escola de Implementação: Colégio Estadual Profª Leonídia Pacheco – EFM

Público Objeto de Intervenção: Alunos na faixa de 10 a 12 anos, 5ª série/6º ano do

Ensino Fundamental

1. INTRODUÇÃO

Na fase escolar, os alunos apresentam profundas transformações no

crescimento global. É comum constatar alterações na postura de alunos em virtude

de vícios posturais contraídos ao sentar, deitar, ficar em frente à televisão, no

computador, nas tarefas diárias na família e na escola, entre outros vícios posturais.

O sedentarismo também traz implicação no enfraquecimento da musculatura,

contribuindo para posturas incorretas que podem acarretar desequilíbrios, dores,

desconfortos, desatenção, dificultando até mesmo a concentração.

A má postura é um hábito adquirido na infância e, quando não corrigido,

pode contribuir para o aparecimento de sequelas na vida adulta, com várias

consequências, entre elas os desvios posturais. Considerando que a postura

corporal está integrada à maneira de pensar, sentir e agir corporalmente faz-se

necessário refletir em conjunto com os alunos sobre a importância de uma postura

adequada, atentando para as diferentes variáveis e possíveis interrelações.

Ritter e Silva (2007) relatam que os problemas posturais vêm aumentando

consideravelmente nas populações de adultos e crianças. Isso chama a atenção

para a necessidade de uma intervenção mais precoce junto a essa população. Os

autores citados afirmam que as alterações e/ou desvios posturais são formados

ainda na infância, podendo se acentuar na adolescência, causando transtornos na

vida adulta.

A disciplina de Educação Física tem a função social de contribuir para que

os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, ter autonomia

sobre ele e adquirir uma experiência corporal consciente. Isso é possível à medida

que o professor atue com práticas contextualizadas de ensino e aprendizagem.

Dentre outros conteúdos, a prática da Educação Física escolar precisa estar

voltada também para informações acerca dos cuidados com a postura corporal,

como forma de orientação e prevenção. Tal prática pode contribuir para auxiliar os

alunos a valorizar o corpo em uma perspectiva crítica. Os alunos precisam

compreender as causas e consequências da má postura para preveni-la e, por

conseguinte, levar esses conhecimentos adquiridos ao meio onde vivem.

A postura corporal precisa ser tratada na escola pelos professores de

Educação Física de maneira reflexiva e contextualizada. Com esse propósito, a

presente Unidade Didática busca subsidiar a prática pedagógica da Educação Física

escolar, no que se refere à prevenção da postura corporal de alunos da 5ª série/6º

ano do Ensino Fundamental.

2. POSTURA CORPORAL E SUAS IMPLICAÇÕES

A postura é conceituada como a posição ou a atitude corporal em

acomodação estática ou o arranjo coeso das partes corporais a situações dinâmicas.

A adequada postura corporal é resultante da capacidade que os ligamentos,

cápsulas e tônus muscular apresentam para manter o corpo ereto, permitindo sua

permanência em uma mesma posição por períodos prolongados, sem desconforto e

com baixo consumo energético (KENDALL; MCREARY; PROVANCE, 1995).

Ao referir-se ao conceito de postura corporal Braccialli (2000) faz referência

ao termo entendendo-o como o estado de equilíbrio entre músculos e ossos, com a

função de resguardar as demais estruturas do corpo humano de traumatismos, seja

na posição em pé, sentada ou deitada. Para a autora, a postura é resultante de

condições genéticas e/ou experiências e estímulos ambientais. A postura corporal

correta exige uma relação estável entre o sujeito e o meio, tendo por consequência

uma estabilização espacial.

Em matéria de aplicação, a postura corporal dinâmica é perpassada por um

processo contínuo em que as partes do corpo se adaptam continuamente frente aos

diferentes estímulos recebidos, sempre com reflexo nas experiências dos indivíduos.

A posição em que o mínimo de estresse é aplicado em cada articulação, sem

qualquer fadiga desnecessária das estruturas músculoesqueléticas é entendida por

Ritter e Silva (2007), como uma postura adequada. A maioria dos desvios posturais

em indivíduos em fase de crescimento é classificada como um desvio de

desenvolvimento. Quando os padrões posturais se tornam habituais podem implicar

em alterações posturais patológicas.

Verderi (2002) sugere que os fatores que influenciam a postura corporal são

diversos. Dentre eles, o autor faz referência às anomalias congênitas e/ou

adquiridas, má postura, obesidade, alimentação inadequada, atividades físicas sem

orientação e/ou inadequadas, distúrbios respiratórios, desequilíbrios musculares,

frouxidão ligamentar, doenças psicossomáticas, fadiga prolongada e fraqueza geral

depois de uma doença.

Mais que uma ação mecânico-espacial, segundo Penna (1990) a postura

corporal está relacionada à autoimagem que o sujeito constrói sobre o seu corpo,

constituindo-se em uma experiência vital do adolescente na construção de seu futuro

mundo adulto. "A utilização preferencial do termo imagem corporal, embora sujeita a

certas ambiguidades, passou a marcar uma perspectiva integradora do fenômeno do

conhecimento que o ser humano possui acerca do seu próprio corpo" (p.174).

Considerando a interdependência entre corpo e voz, Brandi (1998) ressaltou

que posturas corporais inadequadas, como dorso encurvado, peito afundado, queixo

abaixado ou excessivamente levantado podem causar tensão e alterar grupos

musculares secundários ao sistema fonatório, refletindo na produção vocal e

causando dificuldades até mesmo para o controle respiratório. Daí a importância de

conhecimentos aprofundados sobre a temática para que os efeitos negativos da

desarmonia estática e/ou dinâmica do eixo corporal, bem como sua adequação

sejam esclarecidos.

Outro fator efetivo na distinção de uma adequada postura é a ligação entre a

cabeça e o resto do corpo, especialmente, a coluna vertebral. Bankoff (1994)

salientou que a postura envolve fatores anátomo-funcionais, psicoemotivos e

socioambientais, sugerindo que os desvios posturais não se relacionam a

segmentos isolados do corpo, pois, quando presentes, modificam e desorganizam

esse sistema por completo.

Os hábitos posturais inadequados são transmitidos de geração a geração.

Na infância é comum as crianças copiarem as atitudes dos adultos, sejam elas

inadequadas ou não, posteriormente, as incorporam ou modificam. Muitos

problemas posturais, especialmente, aqueles relacionados à coluna vertebral têm

origem no período de crescimento e desenvolvimento corporal, mais

especificamente, na infância e na adolescência (DETSCH; LUZ; CANDOTTI et al.,

2007).

Estudos de Santos, Cunha e Braga et al (2009) sugerem que o aumento

significativo na incidência de problemas posturais em crianças e adolescentes está

relacionada à má postura durante as aulas, o uso incorreto de mochila escolar, a

utilização de calçados inadequados, o sedentarismo, a obesidade, a utilização do

computador.

Próximo aos sete anos de idade, o fenômeno de aceleração e crescimento

ósseo denominado estirão do crescimento tem início, estendendo-se por volta dos

onze anos, em ambos os sexos. A partir dos onze anos identifica-se o segundo

estirão no sexo feminino e aos treze e quatorze anos no sexo masculino.

(FALSARELLA; BOCALLETO; DELOROSO et al., 2008). A alteração da postura

corporal em crianças em idade escolar constitui-se em um importante fator

responsável por limitações, no que diz respeito à realização de movimentos e/ou

incapacidades de realizar as tarefas cotidianas na fase adulta.

Meninos ou meninas sofrem diferentes alterações e transformações físicas,

que segundo Santos, Cunha e Braga et al (2009) podem desencadear acelerações

no crescimento ósseo e muscular, mesmo porque nesse período de modificações

contínuas e aceleradas, o desenvolvimento físico sucede de forma irregular, ou seja,

o crescimento ósseo decorre em agilidade maior que o muscular, havendo indícios

muitos fortes de que neste estágio de crescimento, originam-se as primeiras

alterações posturais.

Em seus estudos, Knusell e Jelk (1994) demonstraram que alterações

posturais na infância é importante fator desencadeador de condições degenerativas

da coluna, manifestando-se nos adultos em forma de dor, com ou sem alterações

funcionais (apud POLITANO, 2011).

A má postura e os hábitos incorretos do cotidiano acarretam o aparecimento

dos vícios de postura. Tais anomalias podem afetar todos os segmentos do corpo.

O modo como cada indivíduo carrega a sua carga pode ser determinado por fatores como o peso, o tamanho e a forma do utensílio escolar, o tempo de transporte, o terreno, o clima, a característica e a constituição física do indivíduo. Os desequilíbrios posturais gerados nessas situações são agravados pelo fato de o peso carregado ser frequentemente desproporcional ao peso do próprio corpo e pelo uso inadequado da mochila, como no caso do apoio em um único ombro (SANTOS, BACCILI; BRAGA et al., 2009 p.78).

Os autores supracitados evidenciam que uma proposta de educação

postural precisa acontecer no sentido de se constituir em uma prática de cultura

corporal que reconheça as especificidades dos alunos, devendo ser entendida em

sua complexidade, ou seja, na relação com as múltiplas dimensões da vida humana.

Na escola, o trabalho com a postura corporal pode contribuir

significativamente para a prevenção e encaminhamentos para tratamento das

alterações posturais, uma vez que é possível orientar para a importância de uma

postura correta prevenindo possíveis desequilíbrios.

Apesar de existirem dados que comprovem a necessidade da utilização de

mobiliário adequado - cadeiras e mesas - quando na postura sentada, com objetivo

de minimizar e prevenir futuros problemas na coluna, constata-se a não-observação

destes dados nas atividades de vida diária, principalmente, no ambiente escolar.

No ambiente escolar Hira (1980 apud BRACCIALLI; VILARTA, 2000) adverte

a respeito da necessidade de adequação do espaço livre existente entre a cadeira e

a mesa escolar. O autor sugere que este espaço necessita de adaptações

adequadas de forma a permitir que os alunos e alunas se posicionem de maneira

ereta e possibilite o entrar e sair da carteira. No entanto, este espaço não pode ser

por demasiado grande, pois isso levaria à inclinação anterior do tronco durante as

atividades de escrita. Estudo realizado pelo autor com 40 estudantes, com altura

entre 157,5 cm e 185,5 cm, sugeriu a utilização de um espaço de 16 cm entre a

cadeira e mesa escolar.

O problema, porém, não se encontra apenas nas dimensões do mobiliário e

do ambiente escolar, existem também dificuldades relacionadas ao transporte do

material escolar. Observa-se que, constantemente, a carga transportada é excessiva

e o modo como se transporta ineficiente. Na fase escolar, os alunos apresentam

comportamentos de risco para a coluna, sobretudo, no que se refere à utilização de

mochilas e à postura sentada (para assistir à televisão e utilizar o computador, por

exemplo), contribuindo para a ocorrência de alterações posturais (DETSCH; LUZ;

CANDOTTI et al., 2007).

Estudo realizado por Braccialli e Vilarta (2000) ao relacionar o ambiente

escolar e postura mostrou que os problemas são diversos, como por exemplo:

dificuldades ergonômicas, como as encontradas no transporte do material escolar,

arquitetura desfavorável do imóvel, disposição e proporções inadequadas do

mobiliário, as quais, provavelmente, serão responsáveis pela manutenção, aquisição

ou agravamento de hábitos posturais inapropriados.

A prevenção precoce associados às orientações quanto à postura correta, é

fator importante, pois a maioria dos problemas é decorrente de etiologia idiopática e

devida à má postura durante as atividades da vida cotidiana (MARTELLI; TRAEBET,

2006). Daí a necessidade de educar a postura.

Investigações realizadas por Rego e Scartoni (2008) mostraram que a

educação postural não objetiva restringir as atividades funcionais, mas consentir a

sua realização com segurança gestual. Os autores citados entendem que a garantia

do sucesso está na prevenção, especialmente, quando bem orientada no ambiente

escolar.

A falta de prevenção contribuir para:

[...] precursora para inúmeros problemas degenerativos da coluna vertebral dos indivíduos na fase adulta [...] a alta incidência desses distúrbios é decorrente da manutenção de posturas inadequadas no espaço escolar e ainda, o principal fator etiológico de processos dolorosos e restritivos quanto à capacidade funcional do educando. A postura não é uma situação estática, mas dinâmica, é um processo contínuo em que as partes do corpo adaptam-se constantemente aos mais variados estímulos recebidos, sempre com reflexo nas experiências do indivíduo (FALSARELLA, BOCALLETO; DELOROSO et al., 2008, p. 76).

A prevenção da postura corporal na escola pode contribuir, segundo o

entendimento de Politano (2011), para minimizar o problema em seu local de origem,

por meio de uma prática contextualizada de ensino, pelo fato de as crianças e os

adolescentes serem mais propensos a patologias decorrentes da má postura.

Os elementos articuladores contidos nas Diretrizes Curriculares do Estado

do Paraná de Educação Física Escolar - DCEs - (2008) propõem discussões sobre

temas diversos, destacando a importância da saúde, ressaltando que a escola é

uma instituição que atua no desenvolvimento social e humano. Nessa perspectiva, o

educador pode se valer de reflexões críticas para:

[...] construir possibilidades concretas e alterar a configuração do trabalho pedagógico na Educação Física. [...] Os elementos articuladores alargam a compreensão das práticas corporais, indicam múltiplas possibilidades de intervenção pedagógica em situações que surgem no cotidiano escolar. São a um só tempo, fins e meios do processo de ensino aprendizagem, pois devem transitar pelos conteúdos estruturantes e específicos de modo a articulá-los o tempo todo (PARANÁ, 2008, p. 21 - 22).

Em Educação Física escolar, o corpo precisa ser compreendido em sua

totalidade, ou seja, o indivíduo é o seu corpo, que sente, pensa e age. As dimensões

subjetivas de valorização ou não precisam ser analisadas a partir de uma concepção

crítica da construção hegemônica proposta pelo referencial de beleza e saúde, com

frequência veiculada pela mídia que fazem do corpo um instrumento produtivo e um

objeto de consumo.

Para o Coletivo de Autores (1992), a materialidade corpórea é construída

historicamente, portanto, há uma cultura corporal, resultante de conhecimentos

socialmente produzidos e historicamente acumulados pela humanidade que

necessitam ser retratados e transmitidos para os alunos na escola. Essa

compreensão contribui para levar os alunos a assumirem uma postura de

produtores de outras atividades corporais que, no decorrer da história poderão ser

institucionalizadas.

A escola é o espaço de referência para a aquisição de conceitos e

comportamentos adequados que podem contribuir para o desenvolvimento e ações

futuras de crianças e adolescentes. É o local, por excelência, em que precisam

acontecer práticas efetivas em relação à cultura corporal em todas as áreas do

conhecimento, para minimizar os desajustes sociais e culturais e a problemática

deles decorrentes.

3. OFICINAS PEDAGÓGICAS: AÇÃO E REFLEXÃO

Para o desenvolvimento da proposta optou-se pela pesquisa-ação como

método de trabalho por se constituir um tipo de pesquisa que não se limita a

descrever uma situação, ou seja, trata-se de gerar pequenos eventos que

possibilitem desencadear mudanças no seio da coletividade.

A pesquisa-ação parte do pressuposto de que os homens vivem em uma

sociedade, e sua conduta é marcada por outros homens que interagem

constantemente. Nesta linha de investigação, há a crença de que os problemas são

partes do contexto interativo entre indivíduo e comunidade.

De acordo com Severino (2007):

A pesquisa ação é aquela que, além de compreender, visa intervir na situação, com vistas a modificá-la. O conhecimento visado articula-se a uma finalidade intencional de alteração da situação pesquisada. Assim, ao mesmo tempo que realiza um diagnóstico e a análise de uma determinada situação, a pesquisa-ação propõe ao conjunto de sujeitos envolvidos mudanças que levem a um aprimoramento das práticas analisadas (SEVERINO, 2007, p. 120).

A busca de informações será obtida na interação cooperativa de ação e

reflexão, promovendo a liberdade de expressão dos participantes, a partir de

leituras, debates, discussões, compartilhando ideias e ações por meio de atividade

práticas.

Participarão da pesquisa um total de aproximadamente 30 (trinta) alunos

com idade entre 10 a 12 anos da 5ª série/6º ano do Ensino Fundamental do período

matutino e vespertino. A amostra compreenderá, principalmente, os alunos que, na

sondagem inicial (questionário) apresentarem indícios de postura inadequada.

Primeiramente será realizada uma aplicação piloto com alguns alunos da mesma

escola para verificar a possibilidade de possíveis alterações na forma de elaboração.

Nessa Unidade Didática, as ações encontram-se sistematizadas e

organizadas em forma de oficinas pedagógicas, elencando as alternativas

metodológicas para o desenvolvimento das atividades com a postura corporal nas

aulas de Educação Física escolar, envolvendo alguns passos:

- Exposição oral sobre a importância da postura corporal adequada, noções

básicas de anatomia humana, explicitação sobre as causas e consequências dos

desequilíbrios posturais;

- Exposição de vídeos, textos fotocopiados sobre a temática;

- Palestras com um profissional Fisioterapeuta para tratar dos fatores

ergonômicos que contribuem para o agravamento e/ou melhora da postura corporal;

- Vivências práticas para a exploração da postura corporal adequada para o

desenvolvimento de habilidades motoras básicas, envolvendo atividades lúdicas;

- Atividades de orientação postural (montagem de cartazes e painel).

OFICINA 1 APRENDENDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA POSTURA CORPORAL ADEQUADA

Com o objetivo de enfatizar a importância da educação postural, serão

realizadas leituras e discussões, primeiramente, a partir do seguinte texto:

A educação postural As dores nas costas são um mal que acomete boa parte da população mundial, as condições de trabalho, o estresse da vida moderna e o sedentarismo, são algumas das causas apontadas para diagnosticar essas dores, mas alguns autores reconhecem que alterações posturais adquiridas na fase da infância e adolescência podem se refletir na fase adulta.

Sendo assim, o trabalho nas escolas, que envolve crianças e adolescentes que estão em sua fase de crescimento, deveria também se preocupar em trabalhar o conhecimento sobre a postura que elas estão adquirindo em seu desenvolvimento.

Dos 7 aos 12 anos, a postura da criança sofre grande transformação na busca do equilíbrio compatível com as novas proporções de seu corpo. Nessa idade em que sua mobilidade é extrema, a postura se adapta às atividades que ela está desenvolvendo.

Mas é também nessas fases da vida que fica mais fácil a correção das alterações posturais, que por ventura estejam já instaladas. Se a criança errar na maneira de sentar, carregar mochilas ou dormir, desvios ortopédicos podem aparecer facilmente. Por outro lado, como a estrutura óssea ainda é flexível, o tratamento costuma ser mais simples nessa faixa etária. Corrigir hábitos de postura e tratar eventuais problemas ortopédicos nessa idade é fundamental para evitar lesões graves ou até irreversíveis no futuro.

Na escola a postura sentada é a mais utilizada pelos alunos, ficam em média 4 horas nesta posição, isto acarreta uma sobrecarga nos músculos, tendões e articulações que formam a coluna vertebral, além de um aumento da pressão nos discos intervertebrais. O simples fato de o indivíduo passar da postura em pé para a sentada aumenta em aproximadamente 35% a pressão interna no núcleo do disco intervertebral e todas as estruturas (ligamentos, pequenas articulações e nervos) que ficam na parte posterior são alongadas, isto sentado nas melhores condições possíveis.

Mas se a postura não estiver correta, essa pressão aumenta para mais de 70%. Este fato pode predispor o indivíduo a desconfortos gerais, tais como dor, sensação de peso e formigamento em diferentes partes do corpo e, principalmente, a processos degenerativos, como a hérnia de disco. A coluna vertebral possui algumas curvaturas que são normais, estas curvaturas são bem visualizadas quando observamos a coluna lateralmente, o aumento, acentuação ou diminuição destas curvaturas pode ocasionar doenças e precisam ser tratadas. Dentre as principais destacam-se:

• Escoliose: a coluna vertebral entorta para um dos lados, deixando um ombro mais alto do que o outro. Isso acontece principalmente quando se carrega peso em apenas um dos ombros. Causa problemas de dores nas costas, nos braços e nas pernas. A longo prazo, a pessoa pode até perder o movimento de parte do corpo.

• Hiperlordose: aumento da curva que existe próximo à base da coluna. A pessoa fica com o bumbum mais empinado. Causa problemas de dores nas costas e, principalmente, nas pernas.

• Hipercifose: aumento da curva que há no meio das costas. Os ombros e o pescoço ficam levemente inclinados para frente, formando uma "corcundinha" nas costas. Causa problemas de dores nas costas e, principalmente, nos braços e mãos.

• Pinçamento de nervo: entre uma vértebra e outra existe uma espécie de "disco" que serve de amortecedor, para proteger a coluna. A má postura ou um movimento brusco pode fazer com que o disco saia do lugar e comprima a medula. Isso causa a dor de

pinçamento. • Hérnia de disco: Se o disco sair do lugar e não voltar mais, poderá dar origem a

uma hérnia na coluna. A dor localizada é terrível. Se não for tratada, a pessoa pode até perder parte do movimento do corpo.

A boa postura é aquela que melhor ajusta nosso sistema musculoesquelético, equilibrando e distribuindo todo o esforço de nossas atividades diárias, favorecendo a menor sobrecarga em cada uma de suas partes. A nossa postura interfere em todos os aspectos de nossa vida, desde o lazer até o nosso trabalho, pois boa parte dos afastamentos dos postos de trabalho têm como causa problemas na coluna vertebral.

Fonte: Disponível em:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1122-

2.pdf?PHPSESSID=2009071508204970.

Objetivando uma melhor compreensão, após a leitura e discussões sobre o

texto, a aula será ilustrada com três vídeos intitulados: “Postura Corporal-Muito

Didático” disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=GJf32eiC3Y4; “Como se

sentar corretamente, http://www.youtube.com/watch?v=pHjF-

QuuypI&feature=related.; e “Dicas sobre postura correta para diferentes situações”

http://www.youtube.com/watch?v=AqJc7tDYdH4&feature=related.

Os vídeos tratam de aspectos importantes sobre as implicações da má

postura, com orientações didáticas para cuidar da postura no trabalho, no lazer e em

casa, ilustrando atitudes que promovem a saúde e ajudam a combater as lesões

advindas da má postura nas diferentes situações do cotidiano.

Com base na leitura do texto e dos vídeos apresentados serão realizadas

algumas reflexões:

1. Qual a importância da boa postura?

2. Quais os principais erros cometidos pelas pessoas?

3. Em quais aspectos da nossa vida a má postura interfere?

4. Dramatizar situações cotidianas adequadas em relação à postura.

Realizadas as considerações iniciais sobre a postura corporal será realizada

uma palestra com um profissional Fisioterapeuta para tratar dos fatores

ergonômicos que contribuem para o agravamento e/ou melhora da postura corporal,

por considerar que este fator é responsável por limitações, no que diz respeito à

realização de movimentos e/ou incapacidades de realizar as tarefas cotidianas na

fase adulta.

As considerações feitas até aqui abrirão caminho para o desenvolvimento de

uma série de atividades práticas que serão descritas a seguir.

OFICINA 2

A POSTURA ADEQUADA

Inicialmente, serão explicitados os fatores relacionados ao modelo

biomecânico da coluna do homem.

O modelo biomecânico da coluna do homem não foi construído para permanecer por longos períodos na posição sentada, mantendo posturas estáticas fixadas e realizando movimentos repetitivos. A coluna vertebral do homem é constituída de vértebras, ligamentos, músculos e discos intervertebrais. Intercalado entre os corpos vertebrais encontram-se os discos, que são estruturas com as funções de amortecimento de pressões e sustentação de peso. Ao longo da coluna estes discos variam de formato e espessura, e apresentam-se em formato de cunha nas regiões cervical e lombar. As curvaturas côncavas existentes nestas regiões permitem que a coluna exerça com precisão suas funções de flexibilidade e rigidez (BRACCIALLI; VILARTA, 2000, p. 161).

Os vídeos “Ergonomia” disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=FOyH7wbJOjA&feature=related.; e “Ergonomia

diversos temas ligados”, disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=fjB9fdRIA88&feature=related.; serão utilizados

para ilustrar a biomecânica corporal em várias atividades humanas. O vídeo

“Cuidado com a rotação de sua coluna”

http://www.youtube.com/watch?v=uEMYf2Det6Y&feature=related., também servirá

como recurso para refletir sobre a dinâmica corporal.

Para complementar as explicitações os alunos serão levados a sentir na

prática os conteúdos abordados na explicitação oral e vídeos. A exemplo de

atividades cotidianas como falar, andar, sentar e levantar de uma cadeira, o

professor guiará (com suas mãos), orientando gentilmente um aluno a desfazer

tensões, encorajando-o ao funcionamento dos reflexos naturais do organismo,

mostrando que o equilíbrio pode ser encontrado entre o tônus muscular para o

suporte do corpo e o relaxamento necessário para movimentos, respiração e

circulação mais livres; dando condições ao ser humano de responder aos problemas

do cotidiano com menos estresse e com mais liberdade de escolha.

Os alunos serão levados a perceber que o cotidiano deve ser um constante

exercício do movimentar, pensar, do sentir e do agir, no sentido de buscar a

plenitude da globalidade do ser humano. Ao refletir sobre a postura corporal

praticada no cotidiano é possível ampliar suas possibilidades de movimentar-se num

clima de liberdade, respeitando os limites e possibilidades humanas. Por isso, é

importante procurar compreender os aspectos sociais, culturais, políticos dos

conteúdos que se aprende na escola.

Após as reflexões sobre o conteúdo abordado, será realizada uma atividade

prática intitulada “Postura Sentada”. Os alunos deverão ter um espaço para que

possam sentar e deitar. O objetivo é chamar a atenção dos alunos para a postura

sentada, tanto na cadeira, quanto no chão, as dificuldades, os músculos e ossos

envolvidos nos movimentos e, finalmente, trabalhar a postura correta nesta posição.

A aula contará com uma sessão de alongamentos para preparar o corpo

para a atividade. Sentado na cadeira, o professor demonstrará como deve ser a

postura sentada, aproveitando para alertar sobre a maneira errada de se sentar.

Após o trabalho na cadeira, os alunos sentarão no chão, procurando sentar

com a coluna a mais ereta possível. As pernas deverão estar cruzadas, em posição

de “ioga”. Nesta posição o professor trabalhará sobre as dificuldades de ficar com a

coluna ereta e o porque dessa postura ser importante para sua saúde.

Os alunos refletirão sobre:

O que sentiram?

Qual a principal dificuldade encontrada?

Por que você acha que sentiu essa dificuldade?

Você acha que a boa postura envolve disciplina?

A avaliação realizada mediante a observação e participação dos alunos na atividade.

Com base nisso, os alunos serão separados em grupos e, com a mediação

do professor, será promovido um debate:

Com base nas observações realizadas nas aulas e da análise do conteúdo abordado na experiência vivenciada no grupo reflitam sobre o que Freire, sobre o corpo: “Quem tem o controle do corpo, tem o controle

das ideias e as dos sentimentos. Quem fica confinado em salas apertadas, sentado e imóvel em carteiras, milhares de horas durante boa par te da vida, aprendem a ficar sentados nas cadeiras, de onde talvez nunca mais venha se erguer”. (Freire, 1993, p. 114).

O que o autor quer dizer? Você concorda com as afirmações?

OFICINA 3

OBSERVANDO A POSTURA CORPORAL

De início, o professor questionará os alunos: O que vocês entenderam

sobre postura corporal? Posteriormente, será solicitado que eles expressem suas

opiniões e à medida que eles forem respondendo, as respostas serão anotadas no

quadro negro.

Em seguida, o professor fará outra pergunta: Existem posturas corporais

corretas e erradas? Dê um exemplo. Da mesma maneira, as respostas serão

registradas no quadro negro para reflexão.

Na sequência, refletirão sobre o texto abaixo:

Disponível em: http://ensa.org.br/blog/wp-content/uploads/2010/04/postura.jpg

O professor apresentará aos alunos algumas imagens sobre postura corporal.

Essas imagens serão impressas em duplicidade (duas cópias para cada imagem),

pois, as mesmas serão entregues aos alunos, conforme exemplo:

Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_9-JG_u0p99U/SwVgohD1MPI/AAAAAAAAAEs/ozp5hl6C-fo/s1600/TecnicaAlexander-

1.gif

Disponível em:

http://1.bp.blogspot.com/_OCRVtQauR5I/TAW_BUc8ikI/AAAAAAAAAIs/aj99Mhu3_-

M/s1600/CERTO+ERRADO.jpg

Disponível em:

http://imagehost.vendio.com/bin/imageserver.x/00000000/tecinfo/suporte_506_2.jpg

Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/_zKx9tkF-qpA/SD1OG3FlmEI/AAAAAAAAAac/dnZPfw_SMdA/s400/Leitura.jpg

Disponível em: http://www.oreeducador.com.br/Images/Posturas.gif

Disponível em:

http://2.bp.blogspot.com/_OCRVtQauR5I/TAW7F7pHcDI/AAAAAAAAAIk/q6s6oQ27Xqs/s1600/dort.jpg

Disponível em:

http://ww3.acesso.net/mediacontrol/UserFiles/Imagens/coluna_131008.jpg

Após as discussões, a turma será dividida em dois grupos de alunos iguais.

Para os alunos do Grupo 1:

a) Serão retirados da sala de aula. Terão que fazer a atividade sem que os

colegas do segundo grupo saibam que serão observados;

b) Serão Informados que deverão observar como seus colegas do segundo

grupo manterão sua postura durante a realização da próxima atividade;

c) Serão entregues as imagens que indicam se as posturas estão corretas ou

erradas;

d) Será solicitado que, cada componente desse grupo, escolha um colega do

segundo grupo para observar sua postura corporal;

e) Será solicitado que, durante a próxima atividade, observe e registre qual é

a postura corporal que o colega escolhido está mantendo e, se ela está sendo ou

não prejudicial a sua saúde.

Para os alunos do Grupo 2:

a) Serão mostradas as figuras das pessoas que estão realizando atividades

com diferentes posturas corporais;

b) Solicitar que os alunos desse grupo identifiquem qual postura é a certa e

qual prejudica a saúde.

c) Terminada a apresentação destas figuras, o professor solicitará que os

alunos do primeiro grupo, relatem suas observações e deem sugestões de como seu

colega observado pode melhorar sua postura corporal.

d) Antes de terminar a aula, os mesmos grupos serão mantidos, e receberão

uma folha para anotarem as seguintes perguntas para debate:

1. Grupo 1: No cotidiano escolar quais posturas corporais usamos com frequência? Quais as melhores maneiras de realizá-las?

2. Grupo 2: Será que nossa postura interfere em nossa concentração? Quais fatores internos e externos podem atrapalhar a postura?

A postura correta será trabalhada na prática com os alunos, em conformidade

com as necessidades observadas, também com a mediação do professor.

Posteriormente, os alunos farão uma pesquisa na sala de informática da

escola, para responder às perguntas dadas na aula anterior. O Grupo 1 deverá

descrever a postura correta para cada situação do cotidiano escolar e as possíveis

posturas prejudiciais à saúde, e se possível, pesquisar fotos que ilustrem estas

posturas; o Grupo 2 deverá pesquisar sobre a questão da relação postural com a

concentração, sugerindo orientações para a melhoria da postura corporal.

Os alunos serão orientados para avaliarem continuamente a sua postura

corporal na escola, verificando se ela está correta ou errada. Será proposto que, a

partir deste momento, os alunos façam um experimento:

Durante a aula de Educação Física, alunos e professor terão que usar as posturas corporais que descobriram ser as certas para o cotidiano escolar, e quem por acaso não estiver com a postura correta, seja por hábito ou por esquecimento, será corrigido pelos colegas.

OFICINA 4

AVALIANDO A PROPOSTA

Inicialmente, em círculo, os alunos falarão sobre o que aprenderam a respeito

da postura corporal e sua relação com a concentração na sala de aula. Para essa

atividade, os alunos responderão algumas questões, explicitando os seus

sentimentos em relação ao que perceberam de diferente entre as posturas que eles

usavam anteriormente e as posturas usadas após o desenvolvimento da proposta.

O que foi bom na vivência das aulas de Educação Física?

O que deixou de ser bom ou, o que foi desnecessário?

Quais são as sugestões ou idéias relacionadas com esse tema?

Dramatização de diferentes posturas corporais (em duplas). Um aluno representará a postura inadequada; outro a postura correta.

Na análise do material empírico obtido durante todo o processo

(observações, questionário inicial aplicado, registros dos alunos durante as práticas),

buscar-se-á privilegiar os aspectos pertinentes as ações propostas nesta Unidade

Didática em forma de oficinas pedagógicas.

Os dados serão registrados durante toda a prática de intervenção e

organizados de forma a possibilitar a análise dos resultados em confronto com a

literatura estudada. Para as questões fechadas do questionário aplicado inicialmente

para avaliar a compreensão do grau de conhecimento dos mesmos acerca da

importância da postura corporal adequada, das causas e consequências advindas

da postura inadequada serão construídos tabelas e gráficos representativos da

situação investigada. O questionário será validado em termos dos conteúdos

propostos para a área de Educação Física escolar.

REFERÊNCIAS

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Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 2 n. 14, p. 159-171, 2000. Bankoff A. D. P. Fatores biológicos da postura ereta: causas e consequências. Brasília, DF: Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria do Desporto Educação à Distância; 1994. Postura corporal: orientação básica sobre postura corporal; p.29-36. BRANDI E. Educação da voz falada. São Paulo: Atheneu; 1988. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992. DETSCH, C, LUZ A. M. H; CANDOTTI, C. T; SCOTTO. O. D; LAZARON, F, GUIMARÃES, L. K. Prevalência de alterações posturais em escolares do ensino médio em uma cidade no Sul do Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2007;21(4):231–8. FALSARELLA, G. R.; BOCALLETO, E. M. A.; DELOROSO, F. T.; CORDEIRO, M. A. S. C. Postura corporal e qualidade de vida na escola. In: VILARTA, R.; BOCCALETTO, E. M. A.; Atividade física e qualidade de vida na escola: conceitos e aplicações dirigidos à graduação em Educação Física. Campinas: IPES, p. 75-83, 2008. FONSECA, V. Psicomotricidade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988. KENDALL, F. P; MCCREARY, E. K; PROVANCE, P. G. Músculos: provas e funções. 4. ed. São Paulo: Manole; 1995. LONGO, R. D. R. A postura e os hábitos de vida como fatores para consciência corporal. 2008. Disponível em: < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/298-4.pdf> Acesso em 10 de abr. de 2011. MARTELLI, Raquel Cristina and TRAEBERT, Jefferson. Estudo descritivo das alterações posturais de coluna vertebral em escolares de 10 a 16 anos de idade: Tangará-SC, 2004. Rev. bras. Epidemiol, vol.9, n.1, pp. 87-93, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Educação Física, 2008. PENNA, L. Imagem corporal: uma revisão seletiva da literatura. Psicologia USP. v.1, n.2, p.167-174, 1990. POLITANO, R. C. Educação Postural: a prática desenvolvida pelos professores da rede pública municipal de Cacoal/RO. Disponível em: <http://www.facimed.edu.br/site/revista/pdfs/3b9fcbaa0df4471637c52aab8b4300a3.pdf>. Acesso em: 09. de abr. de 2011.

REGO, A. R. O .N; SCARTONI F. R. Alterações posturais de alunos de 5a e 6a séries do Ensino Fundamental. Fit Perf J. 2008;7(1):10-5. Disponível em: <http://www.jornalpequeno.com.br/2006/11/13/Pagina45554.htm>.Acesso em: 15 de abr. de 2011.

RITTER, A. L.; SILVA, R. R. O peso e o transporte do material escolar e a prevalência de dor em estudantes do ensino fundamental. Disponível em: <http://www2.rc.unesp.br/eventos/educacao_fisica/biomecanica2007>. Acesso em: 15 de abr. de 2011. SANTOS, C. I. S; BACCILI A. N. C; BRAGA, V. P; SAAD, I. A. B; RIBEIRO, M. Â. G. O; CONTI, P. B. M; ORBEG, T. D. Ocorrência de desvios posturais em escolares do ensino público fundamental de Jaguariúna, São Paulo. Revista Paul Pediatr 2009;27(1):74-80. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpp/v27n1/12.pdf>. Acesso em: 08 de abr. de 2011.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23.ed. São Paulo: Corterz: 2007. VERDERI, E. A importância da avaliação postural. 2002. Disponível em: <http:/www.programapostural.com.br/educacaopostural.htm>. Acesso em: 27 set.2010.

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em: http://www.cdof.com.br/index.htm. Acesso em: 08 de abr. de 2011.

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