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DOSSIER
Sistemas de informação para a manutençãoJosé Torres Farinha
Manutenção de equipamentos na atividade hospitalarLurdes Serra CamposHospital de Santa Maria – Porto
Manutenção de sistemas de tratamento de resíduos hospitalares perigososPedro RompanteSUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais
Abordagem simples aos modos de falha com recurso a um software de organização e gestão da manutençãoMarcelo BatistaNavaltik Management, Lda.
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Por: Raúl Dória
GESTÃO, ORGANIZAÇÃO E MANUTENÇÃO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E HOSPITALAR
O primeiro Dossier Técnico de 2016 foca a sua atenção numa
área importante no nosso dia -a--dia – a Manutenção em Hospitais
e na Indústria Farmacêutica.
Todos os Departamentos de Manu-
tenção são peças importantes no
universo de uma empresa, de um
grupo de empresas ou mesmo de hos-
pitais, que pretenda atingir as metas a
que se propõe.
contribui com os seus conhecimentos
para garantir uma ótima resposta às
crescentes exigências do mercado
global (a nível da Qualidade, da capaci-
dade de resposta de uma encomenda,
entre outros); os seus anseios fazem
parte dos objetivos globais que são
decisor de cada unidade de negócio.
No caso dos hospitais e da indús-
tria farmacêutica, a manutenção é
uma atividade mais complexa porque:
a) Há uma estreita relação com a saú-
de das pessoas;
b) -
cação de equipamentos;
c) Há que coordenar a relação funcio-
nal entre os gestores dos serviços/
equipamentos e os respetivos utili-
zadores (por exemplo, prestadores
de serviços externos e internos).
A manutenção hospitalar (e farmacêu-
tica) têm um papel importantíssimo no
controlo dos trabalhos (internos e exter-
nos), para a garantia de um serviço de
qualidade relativamente a instalações e
equipamentos, tendo sempre em aten-
ção o respetivo ciclo de vida. A falta de
manutenção dos ativos afeta a rentabi-
lidade dos respetivos processos, o que
terá como consequência não serem atin-
gidos os objetivos da unidade hospitalar
e farmacêutica para um determinado
período, quaisquer que eles sejam.
O responsável pela gestão dos ati-
vos médicos (de um hospital ou de uma
indústria farmacêutica), deverá ter em
atenção diversos aspetos como:
a) Conhecimentos de engenharia;
b) Conhecimentos de tecnologias de
saúde;
c) Práticas de gestão;
d) Informatização das informações
(Sistemas Informáticos);
e) Aquisição de equipamentos tecno-
lógicos, com especial atenção ao
respetivo ciclo de vida;
f) Recolha e reciclagem dos detritos
hospitalares;
g) Coordenação de inúmeras atividades.
é o de contribuir para a constante
melhoria dos cuidados médicos, atra-
vés da:
a) -
dade dos Ativos;
b) Máxima disponibilidade dos Ativos;
c) Redução dos custos da própria
manutenção.
conhecimentos e aturados estudos/
acompanhamentos devido à constante
evolução tecnológica dos Ativos, pelo
que os técnicos da manutenção devem
ter formação para que possam efetuar
os trabalhos em ótimas condições e
sem registo de qualquer acidente. M
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Sistemas de informação para a manutenção
O presente artigo aborda os Sistemas de Informação para a Manutenção no âmbito do Estado da Arte e das novas tendências,
algumas já na fronteira da transferência de
neste âmbito que é feita uma breve resenha dos CMMS (Computerized Maintenance
Management System), e da sua extensão para uma abordagem EAM (Entreprise Asset Management)
e ainda a integração das novas tecnologias de comunicação, designadamente a Internet das
Coisas e o Big Data.
A tecnologia, na qual é cada vez mais difícil distinguir o hard-
ware do software, está intrinsecamente ligada, de forma
biunívoca, às vertentes da normalização, designadamente
na componente organizacional, onde se destacam as nor-
mas ISO 55000 e a NP 4492, bem como as várias vertentes
da manutenção de condição, onde a análise de vibrações
lidera em termos de normas de suporte.
São estes temas que são tratados de forma integrada
no presente artigo, o qual procura dar uma visão alargada
da sua conjugação na perspetiva do seu potencial valor
acrescentado para as empresas, sejam estas de manufatura
ou de serviço.
Palavras -chave: CMMS; EAM; Big Data; eMaintenance;
Maintenance 4.0.
1. INTRODUÇÃOAtualmente, a utilização de Sistemas de Informação na
Manutenção (CMMS) é algo tão natural como há alguns
anos era a utilização do papel no apoio a esta atividade,
pelo que toda a abordagem feita ao longo do presente
artigo assume este pressuposto; contudo, a evolução tem
sido tão rápida que estes sistemas se tornaram apenas nu-
ma ferramenta de base no apoio à gestão de manutenção,
e apenas isso.
Neste momento, as empresas pretendem ir muito mais
longe nas ferramentas de apoio que exigem à gestão e ma-
nutenção dos seus ativos físicos, pretendendo uma gestão
que começa no momento da decisão da sua aquisição e vai
até ao instante da sua substituição e/ou renovação como
novo, e início de um novo ciclo.
Adicionalmente, com a disponibilidade de novas tec-
nologias, quer em novas possibilidades quer em minia-
turização e baixo preço, tornou -se possível acompanhar
on line o estado de saúde das instalações e equipamentos
e, inclusivamente, dos seus componentes, o que se tornou
numa nova realidade que veio permitir um grande rigor no
acompanhamento do seu ciclo de vida e, por consequência,
do seu Ciclo de Vida Económico (LCC – Lyfe Cycle Cost).
Pelas razões precedentes, os CMMS ampliaram o seu
âmbito de atuação a todo o ciclo de vida dos activos, isto é,
deixaram de ter o seu foco apenas na vertente da manuten-
ção, tendo -o ampliado às vertentes da aquisição e da subs-
tituição e/ou renovação, passando a designar -se por EAM
(Entreprise Asset Management).
2. ESTADO DA ARTEOs sistemas de informação para manutenção tiveram a sua
génese em paralelo com os sistemas de informação para
apoio às outras áreas industriais. Contudo, os primeiros, de
forma geral, tiveram sempre um apoio secundário por par-
te dos decisores das empresas, por razões que se poderão
equacionar de várias formas, mas que passam por aspetos
como:
A atividade manutenção, durante muito tempo, era con-
siderada um mal necessário, pelo que era deixada sem-
pre para n -ésimo plano e o mesmo para os corresponden-
tes investimentos;
A implementação dos CMMS é muito complexa, designa-
damente porque implica uma adequada elaboração dos
dossiês dos ativos, o que obriga ao seu levantamento no
terreno, ao seu carregamento e atualização e, como tal,
é deixado para mais tarde. O precedente aspeto tem sido
fatal para muitas empresas, atendendo a que a exigência
-
des inerentes ao processo são tais que levam a que, ao
o mesmo é descontinuado ou, no máximo, subutilizado.
Sobre este assunto o autor vem, desde há muitos anos,
publicando artigos e livros, dos quais se destacam as re-
ferências [1 -8].
A área de conhecimento e de atividade da Engenharia de
Manutenção tem evoluído a um ritmo alucinante nas úl-
timas décadas, quer em termos endógenos quer como
tecnológicos dos ativos produtivos, e ainda da necessidade
-
tata um novo mercado na oferta de produtos e serviços,
designadamente na vertente dos sistemas de informação e
tecnologias associadas, tal como se pode constatar em ape-
nas dois produtos de grande implantação, como o MAXIMO
e o DATASTREAM, os quais, inclusive, já apresentam o seu
âmbito alargado aos EAM [9 -10].
Adicionalmente, espera -se ainda que este tipo de sis-
temas se possa integrar em redes industriais para recolher
dados de funcionamento dos ativos, bem como receber
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leituras de sensores e de sistemas diversos, tais como vibra-
ções, temperaturas, entre outros [11].
Do exposto infere -se que, com a multiplicação de da-
dos oriundos das diversas fontes mencionadas, nos mais
diversos formatos, desde o modo caráter até a formatos
inerentes aos modelos 3D, a voz e a vídeo, todos conver-
gem e podem conjugar -se nos atuais CMMS/EAM. Como
de Big Data tornou -se um termo corrente no léxico e nas
da manutenção [12].
-
-
corporação de novas tecnologias emergentes, tais como a
-
Engenharia de Manutenção para níveis inimagináveis até há
poucas décadas atrás [13 -14].
Figura 1. Intervenções de manutenção no Airbus A400M apoiadas por
Realidade Aumentada [14].
3. CMMS VERSUS EAMUm CMMS tradicional é, normalmente, constituído por mó-
dulos como os seguintes:
Objetos Manutenção/Ativos Físicos;
Fornecedores;
Técnicos;
Ferramentas;
Peças -de -Reserva;
Ordens de Trabalho;
Pedidos de Intervenção;
Planos de Manutenção;
Relatórios:
dados dos ativos, dos fornecedores, das peças -de-
-reserva, entre outros;
KPI;
outros.
A estes módulos podem adicionar -se outros como:
Importação/Exportação de dados;
Aquisição de dados de sensores;
Gestão de projetos, designadamente para grandes repa-
rações e/ou grandes paragens.
Os EAM deverão ter, além dos módulos anteriores, outros,
como:
Análise de investimentos/aquisições de ativos;
Cadernos de encargos;
Análise de substituição.
Um EAM, tal como atrás referido, apoia todo o ciclo de vida
dos ativos físicos, desde a sua aquisição até à sua substitui-
ção ou renovação, para um novo ciclo de vida. O autor vem-
-se pronunciando sobre este tema desde há muitos anos,
incluindo a implementação de um módulo no seu primeiro
EAM, tal como se pode constatar na referência [2], sistema
que atualmente se designa por SMIT (Sistema Modular Inte-
grado de Terologia). Aliás, o conceito de Terologia, proposto
pelo autor, incorpora em si uma visão integral do ciclo de vida
dos ativos:
Terologia é a utilização combinada de técnicas de inves-
tigação operacional, de gestão de informação e de enge-
nharia, com o objetivo de acompanhar o ciclo de vida das
-
assim como a gestão e o controlo da sua manutenção,
-
mento em serviço.
4. NORMAS DE MANUTENÇÃO VERSUS SISTEMAS DE INFORMAÇÃOAinda no âmbito dos Sistemas de Informação para Manu-
tenção importa destacar a importância que as normas por-
tuguesas lhe destacam, designadamente a NP 4492:2010 e,
em particular, no Ponto 5.1.1.1 Aplicações informáticas, no
-
tacam as condições ambientais e a segurança física, lógica e
pessoal no que concerne à instalação do hardware, à insta-
lação de sistemas de proteção de dados, à implementação
de soluções para disaster recovery, às cópias de segurança,
-
ção corretiva e preventiva dos sistemas de informação, nas
suas componentes de hardware e de software, que permita
Por sua vez, as novas Normas ISO 55000 poderão ter a
implementação nos CMMS/EAM das organizações. De fac-
to, segundo esta Norma, “a Gestão de Ativos permite às orga-
nizações analisar a necessidade, bem como o desempenho dos
ativos e dos sistemas em diferentes níveis. Além disso, permite a
aplicação de abordagens analíticas na Gestão do Ativo durante
as diferentes fases do seu ciclo de vida (que pode começar com a
conceção da necessidade do ativo, até à sua retirada de serviço,
e inclui ainda a gestão de quaisquer potenciais passivos resul-
tantes da sua eliminação).”
Face ao precedente, este conceito, que é basilar a esta
Norma, vai ao encontro do conceito de Terologia propos-
to pelo autor e à imperiosidade na implementação dos
irreversível necessidade para uma gestão racional do LCC
dos ativos.
5. INDUSTRY 4.0 OU MAINTENANCE 4.0?Foi atrás referido o conceito de Big Data e as razões que
estão subjacentes ao seu aparecimento na atividade manu-
tenção. De facto, a grande quantidade e diversidade de da-
dos necessários à gestão racional dos ativos físicos implica
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a existência de grandes espaços de memória para o seu
armazenamento.
As várias fontes de dados, que começam nos dossiês
dos ativos (instalações e equipamentos), até à recolha onli-
ne dos mais diversos dados dos equipamentos, para a qual
a Internet das Coisas está a dar um derradeiro impulso, au-
do armazenamento dos dados.
A esta nova realidade, que é destacada pelo novo con-
ceito de Industry 4.0, referente à 4.ª Revolução Industrial,
pode associar -se um novo conceito de Maintenance 4.0 (Ma-
nutenção 4.0) que congrega tecnologias e conceitos, tais
como eMaintenance, RFID, acompanhamento online das va-
-
ponde a uma nova fronteira da Engenharia de Manutenção.
6. CONCLUSÕESO presente artigo sintetiza os Sistemas de Informação pa-
ra Manutenção (CMMS), bem como o incremento da sua
abrangência para a vertente da Gestão de Ativos (EAM), e o
seu entrosamento com novas tecnologias, bem como novas
tendências futuras.
O Artigo destaca ainda a importância de algumas
Normas de manutenção para a consolidação e desenvolvi-
mento dos CMMS/EAM bem como para uma gestão racio-
nal do LCC.
A integração dos sistemas de informação convencio-
nais, adaptados aos novos formatos e volumes de dados,
bem como a integração de novas tecnologias e o seu entro-
samento nas redes e tecnologias industriais, são outros as-
petos que se destacam nas novas fronteiras da Engenharia
de Manutenção nas organizações.
7. REFERÊNCIAS[1] José Manuel Torres Farinha (2011): “Manutenção – A Terologia e as
Novas Ferramentas de Gestão”. MONITOR, Lisboa, Portugal. ISBN
978 -972 -9413 -82 -7;
[2] José Torres Farinha (1997): “Manutenção das Instalações e Equi-
pamentos Hospitalares – Uma Abordagem Terológica”. ISBN
972 -8318 -16 -2. Livraria Minerva Editora. Coimbra; Portugal;
[3] José Torres Farinha (2013): “Sistemas de informação para manuten-
ção – Um novo ciclo”. Revista Tecnohospital, n.º 56, março/abril, pp
12 -17;
[4] José Torres Farinha, Viriato Marques, Gonçalo Lopes (2001): “hmanut
– Planos de Manutenção e Segurança de Instalações e Equipamentos
de Saúde na Web – A Componente das Instalações”. Revista Tecno-
Hospital, n.º 9, setembro, pp 36 -39;
[5] José Torres Farinha, B. C. Vasconcelos (1992): “SIE versus informatiza-
ção da manutenção”. Boletim da ATEHP, n.º 17, abril 1994;
[6] José Torres Farinha, Bernardo Calafate Vasconcelos (1992): “Gestão
Integrada da Manutenção Hospitalar”. Revista MANUTENÇÃO, n.º 36,
dezembro 1992, pp 11 -17;
[7] José Torres Farinha (1990): “Gestão informática da manutenção... a
opção inadiável”, revista Dirigir, n.º 15, novembro/dezembro, pp. 67-
-70. ISSN: 0871 -7354. Reedição do artigo da revista Manutenção, n.º
18, abril -junho, 1988;
[8] José Torres Farinha (1988): “Gestão informática da manutenção... a
opção inadiável”, revista Manutenção, n.º 18, abril -junho, pp 35 -37.
Re -editado pela revista DIRIGIR, n.º 15, novembro/dezembro 1990,
pp 67 -70. Referenciado na Revista da Ordem dos Engenheiros, Ano
III, n.º 27, fevereiro 1989;
[9] www -03.ibm.com/software/products/pt/maximoassetmanagement,
acedido em 21/02/2016;
[10] http://go.infor.com/eamdemo2/, acedido em 21/02/2016;
[11] Inácio Fonseca, José Torres Farinha, Fernando Maciel Barbosa (2010):
“Wind Farms Sensorial Data Acquisition and Processing”. “Data Ac-
quistion” book. ISBN 978 -953 -307 -193 -0. Published by Sciyo. Janeza
Trdine 9, 51000 Rijeka, Croatia. Chapter X. Pp185 -210;
[12] Andrea Mauro; Marco Greco; Michele Grimaldi (2015).”What is big
AIP Conference Proceedings 1644: 97–104. doi:10.1063/1.4907823;
[13] Rúben Oliveira; José Torres Farinha; Hugo Raposo; Noberto Pires
(2014): “Augmented Reality and the Future of Maintenance”. Pro-
ceedings of MPMM2014. ISBN 978 -972 -8954 -42 -0|http://dx.doi.
org/10.14195/978 -972 -8954 -42 -0_12. Pp. 81 -88;
[14] F. Mas; J. L. Menéndez; J. Serván; A. Gómez; J. Ríos (2012): “Aerospa-
ce industrial digital mock -up exploitation to generate assembly shop
Belfast. M
Figura 2. Integração de tecnologias num Sistema de Informação para Manutenção.
SMITH
TCP/IP
USBSensors
Sensors
SensorsBUS
Sensors
Sensors
C
C
SPI
ENC28J60Ethernet PLC
SMIT CLIENT
Linux Server
LabView PIC 18FXXX
PIC 18FXXX
Wireless Interface
Compact Rio – National
Bus CAN
USB2.0 / Modelo 6251VIA EPIA ITX
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Manutenção de equipamentos na atividade hospitalarServiço de Instalações e Equipamentos no Hospital
de Santa Maria – Porto.
O Hospital de Santa Maria, no Porto é uma unidade de saúde privada, sendo um dos mais
antigos hospitais do país. Ao longo dos seus 127 anos, o hospital tem apostado na modernização,
empreendedorismo e excelência na saúde, tendo sido a primeira unidade hospitalar a ver o seu
pela Norma ISO 9001.
Reconhecido internacionalmente nas especialidades de Or-
topedia, Traumatologia e Medicina Desportiva, áreas nas
quais o Hospital se especializou ao longo de mais de um sécu-
lo de existência, conta com uma equipa clínica de reconheci-
do valor e prestígio. O hospital oferece serviços de cirurgia,
internamento, consultas (em mais de 30 especialidades) e
exames, recebendo diariamente cerca de 2000 pessoas.
O hospital conta com uma área bruta de 23 250 metros
quadrados com quatro pisos, mais dois pisos de estaciona-
mento subterrâneos, dispondo de 179 camas distribuídas
por sete pavilhões de internamento, com três quartos de
isolamento com controlo de pressão positiva e negativa,
seis salas de bloco operatório, uma central de esterilização,
57 gabinetes de consulta e tratamentos, um serviço de Me-
dicina Física e Reabilitação com ginásio e piscina de hidrote-
rapia e um serviço de Imagiologia localizado num dos pisos
inferiores.
Nos últimos 10 anos, entre 2006 e 2016, o Hospital de
Santa Maria – Porto sofreu uma profunda transformação,
quer a nível técnico quer de dimensão do edifício. A recons-
dos espaços existentes, a modernização de equipamentos,
a construção de um corpo do edifício com mais volume
que o original e a ampliação de outro corpo com mais um
piso de internamento. A par da remodelação do edifício foi
parque de equipamento médico e mobiliário hospitalar.
Se por um lado o novo edifício hospitalar permitiu ao
Hospital Santa Maria – Porto proporcionar melhores condi-
ções de trabalho, conforto e elevar a qualidade dos servi-
à gestão, em particular no que diz respeito à condução e
exploração do edifício.
– Porto sentiu a necessidade de criar uma unidade com uma
estrutura própria – o Serviço de Instalações e Equipamen-
tos (SIE), que começou a funcionar em setembro de 2009,
seis meses antes da inauguração da 1.ª fase das novas insta-
lações do hospital.
Desde então, o Serviço de Instalações e Equipamentos
(SIE) tem a seu cargo as seguintes tarefas: manutenção do
edifício hospitalar e dos seus equipamentos médicos; ges-
tão energética e hídrica do edifício; gestão do parque de
equipamentos; implementação e controlo de medidas de
segurança; monitorização e controlo ambiental; e planea-
mento e coordenação de obras.
O SIE no Hospital de Santa Maria – Porto depende hie-
rarquicamente da Direção Geral do hospital, algo que num
hospital com a nossa dimensão é importante na agilização
A possibilidade do SIE debater diretamente com quem tem
uma visão global da instituição e saber quais as prioridades
que devem ser seguidas, agiliza muito todo o processo.
do funcionamento do SIE no nosso hospital reside no traba-
lho conjunto de equipas multidisciplinares, ou seja, envolve
-
dicos enfermeiros técnicos, administrativos, entre outros.
Algo que também aconteceu na fase das grandes obras, em
desde a sua arquitetura e durante a construção e monta-
operacionais e adaptados às necessidades.
O SIE apresenta um organigrama próprio, constituído
por uma equipa de oito elementos: o Diretor do SIE (en-
genheiro mecânico), dois engenheiros que prestam apoio
externo nas áreas de instalações elétricas e de segurança
e seis técnicos de manutenção em regime de turnos e de
prevenção, distribuídos pelas áreas de serviços gerais, pi-
chelaria, carpintaria, eletricidade e mecânica/AVAC. Dada a
dimensão do hospital não foi considerada necessária a exis-
tência de um técnico de eletromedicina interno, sendo as
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Ao longo do período compreendido entre 2010 e 2015
-
pital de Santa Maria – Porto. Dentro destes destacam -se
os encargos com a manutenção, a gestão de resíduos e os
encargos com os consumos de energia e água. A verba apli-
cada a estas áreas em 2015 corresponde a cerca de 20% do
total aplicado no período analisado.
Era previsível que a partir de 2010 os custos com a explora-
ção do edifício aumentassem à medida que fossem entrando
em funcionamento os serviços cuja remodelação iniciou, de
forma faseada, após a inauguração do corpo principal do edi-
fício em meados do primeiro semestre de 2010. O aumento
-
to serviços com instalações e equipamentos mais complexos,
com requisitos de funcionamento mais exigentes e que na
maioria das situações se traduziram em novos encargos já que
eram inexistentes nos serviços antes das remodelações. A isto
acresce o facto de, durante este período, um grande número
de equipamentos médicos adquiridos em 2010, cuja assistên-
cia técnica se encontrava ao abrigo da garantia do fabricante,
foram entrando na esfera da manutenção.
Manutenção HSM Porto
2010 - 2015
0,0%
Resíduos
2010 2011 2012 2013 2014 2015 Média 2010-2015
6,4% 7,3% 7,5% 6,5% 8,8% 7,5% 7,4%
5,1% 3,9% 7,6% 9,1% 13,4% 7,8% 8,0%
8,5% 6,6% 9,5% 10,3% 3,0% 14,6% 9,0%
80,0% 82,2% 75,4% 74,1% 74,8% 70,1% 75,6%
Material
Corretiva
Preventiva
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
Se nos focarmos apenas nos encargos totais com a manu-
tenção das instalações e equipamentos e com a gestão de
preventiva, estando os restantes 25% distribuídos entre a
manutenção corretiva, a gestão de resíduos e em material
de manutenção.
Para dar resposta às necessidades de manutenção
-
SIE
SIE
Serviço utilizador
Imputação de custos
Forn. Externo
Serviço utilizador
Abertura da Ordem de Trabalho (OT)
Execução do serviço solicitado / planeado
serviço executado
Encerramento da OT
Análise da OT
Planeamento SIE
intervenções no equipamento médico asseguradas, quase
integralmente, por empresas externas.
Os objetivos são claros e obviamente relacionados com
a necessidade fundamental de manter todo o hospital em
atividade e em total segurança, começando pela garan-
tia do correto funcionamento do equipamento médico-
-hospitalar e restantes infraestruturas técnicas, assim como
das condições de higiene e segurança das instalações, áreas
fundamentais numa organização que se dedica aos cuida-
e equipamentos são condição essencial de funcionamento.
Uma das principais responsabilidades do SIE é então
garantir uma correta gestão da manutenção, direta ou indi-
retamente através de contratos de serviços, em particular
a manutenção preventiva, de forma a garantir os elevados
níveis de operacionalidade exigidos a um edifício hospitalar,
onde a indisponibilidade de espaços, instalações e equipa-
mentos pode comprometer a atividade clínica e colocar em
risco vidas humanas. A par das ações de manutenção preven-
tiva, cujos objetivos principais são a redução da probabilida-
de de avarias e o aumento da vida útil do edifício, instalações
de renovação ou substituição é também fundamental para
de ações de manutenção corretiva, devendo para o efeito
estabelecer prioridades de intervenção em função do grau
de criticidade das avarias, sempre com o objetivo de minimi-
zar os tempos de paragem. Neste âmbito, o SIE pode ainda
ser chamado a estudar e implementar soluções provisórias,
sempre que a previsão para a resolução de avarias não seja
temporalmente viável, e que por isso impeçam a realização
de determinadas atividades que comprometem a atividade
hospitalar.
Custos de exploração do edifício (manutenção, resíduos, energia e água)
2010 - 2015
2010
2011
2012
2013
2014
2015
[valor] [valor] [valor] [valor] [valor] [valor]0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
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Consciente da importância que a correta gestão da ma-
nutenção tem nos resultados da atividade hospitalar, a
Direção do hospital, a pedido do SIE, tem vindo a dotar
o serviço, sempre que possível, com meios e ferramentas
necessários à sua atividade, destacando -se por exemplo o
estudo de soluções para a implementação de um software
de gestão da manutenção uma vez que atualmente o hos-
pital apenas está dotado com uma plataforma informática
de helpdesk, através da qual os colaboradores fazem os
pedidos de reparação e/ou substituição. Outra ferramen-
ta fundamental para a atividade do SIE é a existência de
um sistema de gestão técnica centralizada, que permite
a monitorização e parametrização do funcionamento das
instalações de AVAC.
Pode dizer -se que esta ferramenta também é importan-
te na área da gestão de energia e gestão ambiental, permi-
dos equipamentos, otimizando a utilização de energia e
energética e o consumo racional dos recursos hídricos é
outro grande objetivo do SIE do Hospital de Santa Maria –
Porto, assim como assegurar as condições de conforto tér-
mico, a qualidade do ar interior e a qualidade da água para
consumo no hospital.
Nesta área particular da energia e ambiente, o Hospi-
tal de Santa Maria – Porto e o seu Serviço de Instalações e
Equipamentos têm sido extremamente sensíveis às necessi-
dades de sustentabilidade, tendo sido feitos vários investi-
mentos nos últimos anos com esse objetivo em vista.
em 2013 foi feita a reformulação integral da central tér-
mica, com o abandono do vapor para produção de Água
Quente Sanitária e água quente para aquecimento am-
-
tes, o que permitiu uma redução do consumo de gás na
ordem dos 25,8%;
Consumo de gás natural e energia elétrica
Gás natural
Eletricidade
0
500000
1000000
1500000
2000000
2500000
3000000
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Gás
nat
ura
l (kW
h)
2010 - 2015
Como exemplo dos resultados obtidos com a implementa-
-se a redução dos consumos de gás natural. Com efeito,
para o período em análise (2010 -2015) e considerando os
uma redução de cerca de 34% contrariando, assim, a ten-
dência natural para o aumento dos consumos como resulta-
do da remodelação e reapetrechamento técnico do edifício
hospitalar em curso.
A redução dos consumos de gás foi conseguida como re-
sultado de alterações físicas realizadas nas instalações, das
quais se destaca a remodelação da central térmica concluí-
-
tamente pelo SIE com vista à otimização do funcionamento
e setpoints de funcionamento, a instalação de limitadores
de caudal nos chuveiros, economizadores de água nas tor-
neiras, entre outras.
Para a eletricidade, não foi possível em 2015 manter a
redução dos consumos conseguida em 2014 face a 2013,
que foi da ordem dos 7,5%, porém considera -se que para
-
buição da conclusão das obras de remodelação do edifício
com mais uma unidade de internamento em funcionamen-
to. Com vista a inverter a tendência de 2015 o SIE tem em
curso ações que visam a redução dos consumos elétricos,
tais como o reforço das medidas de gestão de horários e
setpoints de funcionamento de equipamentos e iluminação
assim como intervir nas instalações com a implementação
Dentro destas últimas destaca -se a substituição de ilumi-
sensores de presença e ainda a integração dos circuitos de
iluminação afetos às zonas comuns no sistema de gestão
técnica centralizada.
em 2015 foram instalados painéis solares para prepara-
ção de Água Quente Sanitária, prevendo -se assegurar,
quase integralmente, a produção e com isso reduzir
substancialmente os consumos energéticos;
-
rescente por iluminação LED em todas as áreas comuns
e exteriores, mais uma vez com o objetivo de reduzir o
consumo energético e diminuir a pegada ecológica.
enfrenta são operacionais e técnicas.
uma organização cuja atividade não permite falhas e pa-
ragens, e onde não é fácil a realização de atividades de
manutenção. Para ultrapassar esse obstáculo, o SIE do
Hospital de Santa Maria – Porto assenta a sua atividade
num planeamento rigoroso, de modo a que as interven-
ções – sejam de reparação, substituição, entre outros –
causem a menor interferência possível no funcionamento
normal dos serviços.
-
cialmente à diversidade e complexidade das instalações e
equipamentos existentes no edifício hospitalar. Por esse
motivo tem que dispor de uma equipa técnica multidis-
emergência.
-
talações e Equipamentos tem um papel fundamental no
funcionamento desta unidade hospitalar e tem contribuí-
do em grande escala para o crescimento e o sucesso da sua
atividade. M
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Manutenção de sistemas de tratamento de resíduos hospitalares perigosos
Uma Unidade de Saúde produz várias dezenas de toneladas de Resíduos Hospitalares Perigosos
regulamentada por lei, bem como os processos de tratamento e/ou eliminação a que terão de ser
submetidos.
linha, onde os RHP são tratados com o objetivo de reduzir/
eliminar a sua perigosidade, salvaguardo quaisquer riscos
para a Saúde Pública.
1. INTRODUÇÃO
Hospitalares como “resíduos resultantes de atividades de pres-
tação de cuidados de saúde a seres humanos ou a animais, nas
áreas da prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou
investigação e ensino, bem como de outras atividades envolven-
do procedimentos invasivos, tais como acupuntura, piercings e
tatuagens
os vários tipos de RHP. Estes são divididos em Resíduos Pe-
rigosos e Resíduos Não Perigosos. Os Resíduos Perigosos
que apresentam risco biológico e Grupo IV para os resíduos
Neste artigo, vou abordar os problemas da Manutenção
associados ao tratamento dos RHP do Grupo III.
Os RHP do Grupo III podem ser tratados pelos seguin-
tes processos: desinfeção térmica, desinfeção química e
incineração.
O processo de desinfeção térmica mais comum em Por-
tugal é por autoclavagem. No caso dos resíduos do Grupo
IV, o Despacho 242/96 determina que o processo de trata-
mento é a incineração.
Em Portugal também existem processos de desinfeção
química, mas com muito pouca difusão.
O objetivo dos processos de tratamento é eliminar
ou reduzir para limiares seguros, o risco associado a cada
tipologia de resíduo. Os resíduos de Grupo III apresen-
tam risco biológico, ou seja, apresentam contaminação
resultante da presença de micro -organismos, potenciais
causadores de infeções. O processo de autoclavagem é
adequado ao tratamento deste tipo de resíduos, uma vez
que a utilização de pressão e temperatura garante a des-
truição destes micro -organismos. No caso dos resíduos do
-
mico e físico, pelo que o processo de eliminação se resume
à incineração.
2. PROCESSO DE TRATAMENTO DOS RHP DO GRUPO III, POR AUTOCLAVAGEM O tratamento por autoclavagem utiliza vapor saturado pa-
ra promover a desinfeção térmica dos resíduos. Trata -se,
assim, de um processo de desinfeção térmica que consiste
em submeter os resíduos a temperatura e pressão durante
um determinado período de tempo, o que reduz a carga de
contaminação biológica abaixo de um limite considerado
seguro. Após tratamento estes resíduos são equiparados a
resíduos urbanos.
O processo de autoclavagem envolve a utilização de
autoclaves. Estes equipamentos permitem aplicar tempe-
ratura e pressão nos resíduos, durante um período de ex-
posição de 15 minutos, para obter um teor de desinfeção
seguro. A utilização de autoclaves requer a existência de
várias instalações técnicas de apoio, nomeadamente para
a produção de vapor, de ar comprimido, sistemas mecâni-
cos de movimentação e compactação de resíduos, entre
outros.
A produção de resíduos nas unidades de saúde é regular
pelo que as unidades de tratamento estão sujeitas a uma
grande procura. Os resíduos do Grupo III vêm acondiciona-
dos em contentores reutilizáveis. Estes contentores deve-
rão ser libertados, higienizados e devolvidos ao produtor
para reutilização.
-
mentos na Unidade de Tratamento obriguem à paragem da
atividade de tratamento dos RHP. Neste processo é impe-
rativo, não apenas a redução dos tempos de paragem dos
equipamentos, mas também a redução do custo associado
a cada intervenção de Manutenção por forma a garantir a
rentabilização económica do processo.
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3. OBJETIVOS DE MANUTENÇÃO
constante. Nesta perspetiva é assumido que:
a A capacidade de tratamento de RHP deverá estar dispo-
nível em permanência, não sendo possível a imobilização
da Unidade de Tratamento por um período superior a
8 horas;
b O tempo de espera dos resíduos para tratamento
na Unidade não deverá ultrapassar as 24 horas, pese
embora que a situação operacional mais vantajosa é
aquela em que o tempo de espera não ultrapasse as
6 horas;
c São observadas todas as exigências legais.
A melhor forma para a gestão de uma unidade de trata-
mento deste tipo é assumir que se trata de um fluxo em
que a velocidade tem de ser maximizada. Tendo em conta
o ritmo produtivo e a quantidade de resíduos recebidos
na Unidade de Tratamento, deve ser prioritária a redução
dos tempos de espera para tratamento. Desta forma, po-
de ser aumentado o ritmo produtivo sem recorrer a áreas
maiores de armazenagem ou mais equipamentos, o que
nos permite reduzir os custos operacionais. O aumento
da velocidade de fluxo permite também que a cadência
de libertação de contentores reutilizáveis seja superior,
o que, inequivocamente, acrescenta valor na prestação
do serviço. Deve -se realçar que uma grande Unidade de
Saúde utiliza várias centenas de contentores reutilizáveis
por dia.
Esta abordagem criou um incremento do nível de ser-
viço, sem que tivessem sido adquiridos novos equipamen-
tos. Foi assegurada a gestão do bottleneck da Unidade de
Tratamento, de acordo com a teoria de Eli Goldratt. Os ga-
nhos produtivos resultantes da aplicação desta metodolo-
gia de gestão resultaram num incremento de cerca de 20%
da quantidade de resíduos anteriormente tratados nestas
autoclaves.
Na aplicação da Teoria das Restrições, o posicionamen-
to da Manutenção é fulcral. As paragens por avaria podem
causar enormes perturbações na prestação do serviço às
unidades de saúde. O nível de serviço percecionado pelo
cliente está diretamente relacionado com a disponibilida-
de de contentores reutilizáveis para o acondicionamento
dos resíduos. Para garantir este objetivo foi determinan-
te ter presente a função da Unidade de Tratamento pro-
priamente dita, bem como as das instalações técnicas de
apoio. A função de um equipamento ou sistema é um pa-
do equipamento ou sistema. Esta forma de abordagem à
Manutenção é inspirada diretamente na metodologia RCM
(Reliability Centred Maintenance) e permitiu um nível mui-
to elevado de objetividade na aplicação das medidas de
Manutenção.
Neste processo nunca foi descurado o controlo dos
encargos com a Manutenção, de modo a contribuir para
a rentabilização do processo de tratamento. Este aspeto,
sempre importante, ganha nova relevância numa Unidade
de Tratamento que labora em regime contínuo, e onde
a Manutenção não pode ser realizada a qualquer custo,
mesmo quando se tratam de processos associados a resí-
duos perigosos.
4. MEDIDAS DE MANUTENÇÃO
assegurar a função da Unidade de Tratamento e manter os
custos de Manutenção controlados – foram implementadas
as seguintes medidas:
Elaboração de Planos de Manutenção Preventiva basea-
dos nas funções desempenhadas por cada sistema/equi-
pamento;
Unidade de Tratamento;
Análise de avarias e implementação de medidas de me-
lhoria;
Criação de uma política de substituição rápida de compo-
nentes para equipamentos nas situações em que a ma-
nutenção preventiva não é técnica e economicamente
Envolvimento ativo das equipas de operadores na perse-
cução dos objetivos da Manutenção.
PONTO 1 – Elaboração de planos de Manutenção
por cada sistema/equipamento-
tiva que congregue toda a informação sobre as operações
de manutenção a que deve ser submetido um equipamen-
to. Cada máquina deve possuir o seu plano que deve ser cla-
ro, inequívoco e organizado por níveis.
Nem sempre os planos de manutenção cumprem estes
objetivos. Muitas vezes falta -lhes a objetividade necessária
e contribuir para a redução da taxa de degradação do bem.
-
nutenção baseados nas funções do equipamento/sistema.
Seguindo o princípio de que a função de um equipamento
é algo mensurável e inequívoco e que traduz o objetivo do
baseadas em avaliações subjetivas.
A resultante deste procedimento foi a redução drás-
tica da quantidade de trabalho associado a cada plano de
taxa de disponibilidade dos equipamentos e uma redução
efetiva dos custos de Manutenção Preventiva. Este aspeto
é particularmente importante, uma vez que este trabalho
era realizado com recurso a mão -de -obra própria.
Convém salientar que no âmbito das tarefas de Ma-
-
lação aplicável às instalações e/ou equipamentos da
para a Unidade de Tratamento propriamente dita (licença
de funcionamento).
em consideração as condições operacionais de cada equipa-
manutenção.
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PONTOe inspeção da Unidade de Tratamento
-
pamentos da Unidade de Tratamento teve como objetivo
acompanhar a evolução do desempenho da função de
cada equipamento. Revelou -se um instrumento muito
útil, uma vez que o trabalho da Unidade se efetuava em
acrescidas no acompanhamento do funcionamento dos
equipamentos.
A medição da função de cada equipamento era feita por
rondas e as situações detetadas que careciam de correção
eram programadas de forma conciliada com as necessida-
des de produção.
Estas verificações periódicas revestiam -se de extre-
ma relevância uma vez que, pela própria natureza dos
RHP do Grupo III, estão presentes fluidos orgânicos
humanos (sangue e outras secreções) que, quando ex-
postos a vapor saturado, acentuam significativamente
os fenómenos de corrosão. As condições operacionais
dos equipamentos eram portanto, particularmente
severas.
PONTO 3 – Análise de avarias e implementação de medidas de melhoriaDo ponto de vista económico, a eliminação de total das ava-
rias não é exequível, uma vez que o custo associado a esse
esforço não é economicamente viável para a generalidade
-
mente, todos os modos de falha que possam ocorrer nos
equipamentos.
Pese embora as constatações referidas, não é de todo
aceitável que se permitam que as avariam ocorram sem
critério, nem rigor. Aliás, devem existir procedimentos de
intervir ativamente para evitar o seu aparecimento. Nos ca-
sos onde isso não seja possível, importa fazer a análise da
avaria, de modo a implementar medidas para evitar o seu
reaparecimento.
Esta análise era feita no chão da fábrica, com a avaliação
cuidadosa de cada componente, e das interações com os
sistemas a montante e a jusante.
PONTO 4 – Criação de uma política de substituição rápida de componentes para equipamentos onde a Manutenção Preventiva não é técnica
A possibilidade de proceder a alterações nos equipamen-
tos para evitar avarias nem sempre é economicamente
viável. Aumentar as tarefas descritas no plano de manu-
tenção também não constituía uma solução técnica, uma
vez que há componentes em que a mesma não é eficaz.
Assim, nestes casos, durante as visitas de inspeção e
lubrificação, era feita uma monitorização da função as-
sociada e promovia -se uma substituição preventiva do
componente em modo de falha. Não era evitada a ava-
ria, mas preservava -se a função, aspeto essencial para o
equipamento. A reparação do componente em falha era
realizada posteriormente, o que permitia minimizar o
custo associado.
PONTO 5 – Envolvimento ativo das equipas de operadores na persecução dos objetivos da ManutençãoAs pessoas são componentes essenciais ao funcionamen-
to de qualquer instalação e/ou sistema pelo que, desde o
início, foram alvo de ações de sensibilização para a impor-
tância da sua contribuição para a manutenção dos equi-
pamentos. Houve sempre a preocupação de incentivar os
trabalhadores a relatarem os problemas que observavam,
sem que isso desse origem a quaisquer advertências. Essa
atitude construtiva motivou a participação ativa dos ope-
rários durante e na manutenção dos equipamentos. A re-
dução progressiva das taxas de avaria contribuiu para uma
melhoria do ambiente laboral, uma vez que este estava me-
nos sujeito às pressões das necessidades de produção e à
ocorrência de paragens imprevistas.
Todas as palavras que podemos dedicar a esta questão
são poucas, uma vez que a prevenção de avarias começa e
termina com quem opera nas máquinas. O envolvimento
das pessoas é, em muitos aspetos, mais importante do que
as questões técnicas.
5. CONCLUSÃOA aplicação das metodologias referidas permitiu reduzir a
taxa de avarias existente em cerca de 50%, no período de
do valor inicial.
As avarias que resultavam em inoperância da instala-
de 4 anos, a redução do número de avarias que causavam
imobilização de equipamentos estabilizou -se em 40% do
indisponível por avaria, a cada 1,5 meses. A grande maioria
das situações estavam relacionadas com condições opera-
cionais conhecidas, cuja resolução não era economicamen-
te viável.
As intervenções de reparação foram organizadas de mo-
do a que a substituição de componentes fosse rápida. As pes-
soas foram treinadas para a realização destas tarefas, pelo
que a imobilização do equipamento não excedia as 8 horas.
A redução do custo de intervenção para a resolução des-
te tipo de avarias permitiu protelar a vida útil dos equipa-
mentos e evitar necessidades de investimento acrescidas.
O custo total anual da manutenção da Unidade de Tra-
tamento do Grupo III era cerca de 12% do custo operacional
da instalação. Este valor é economicamente vantajoso para
a viabilização económica de uma Unidade de Tratamento
com estas caraterísticas.
Posso ainda concluir que a aplicação das medidas de
Manutenção enumeradas neste artigo permitiram man-
ter o custo total de manutenção num intervalo de valores
francamente aceitáveis, contribuindo para o acréscimo da
disponibilidade dos equipamentos, aumentando o nível de
satisfação do cliente e, naturalmente, acrescentando valor
à atividade. M
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Abordagem simples aos modos de falha com recurso a um software de organização e gestão da manutenção
e tecnológico presente nos dias de hoje, o investimento na gestão de ativos tem vindo a
a manutenção tenha, cada vez mais, um papel fundamental nas empresas: na disponibilidade dos
risco de funcionamento e, muito importante, na qualidade dos produtos e serviços das empresas. As estratégias de Manutenção são hoje, por isso,
cruciais para as empresas.
Não há uma estratégia de manutenção perfeita – as avarias
nos equipamentos ocorrem na mesma, o que faz com que
as equipas de manutenção tenham de responder a estas
-
ma, apesar da constante evolução da função manutenção,
quer ao nível da formação dos técnicos, das ferramentas
de apoio à gestão da manutenção, ou até da evolução dos
próprios equipamentos, continuam a ocorrer falhas/avarias
nos equipamentos.
E é aqui mesmo que entramos na importância da aná-
.
Analisar as falhas torna -se vital no dia -a -dia das equipas
de manutenção, pois só através desta análise é possível co-
nhecer as causas das falhas recorrentes nos equipamentos
e, desta forma, trabalhar para reverter estas situações, re-
-
vos da organização. As ferramentas envolvidas no processo
-
gerem logo uma ação de resposta.
Tipicamente, a resposta das equipas de manutenção às
diversas falhas que surgem na organização passa pela subs-
tituição do componente avariado, sem uma análise da causa
da falha. Analisar a falha permite mudar este paradigma. A
equipa de manutenção, ao envolver -se a si e aos demais na
organização das atividades de levantamento e estudo de
casos de falhas, vai absorver novos conceitos e aplicar intui-
tivamente estes conceitos a cada falha reportada.
A realização de análise de falhas com um grupo multidis-
ciplinar, onde se inclui manutenção e operação, resulta numa
mudança do conceito 'a máquina avariou'; os próprios operado-
res vão solicitar os serviços de manutenção de forma diferente,
indicando os componentes em estado de falha (Braidotti, 2012).
As falhas nos ativos são, de facto, inevitáveis. As equi-
pas de manutenção devem aprender com essas falhas.
“Caso se sistematize no reporte das reparações um conjunto
-
nhã, fazer análises de incidência destas situações e das suas
correlações, e delas retirar ensinamentos” (Cabral, J., 2013). A
conhecida técnica "Árvore dos modos de falha" (vem do acró-
nimo inglês FMEA – ) vai de en-
-
lhas possíveis para cada tipo de equipamento existente na
organização e respetivos componentes (órgãos), relacione
as possíveis causas de cada um desses modos de falha e
software de
manutenção, esta informação é criada de forma automáti-
ca através do histórico de manutenção (ou inserida manu-
e avaliar as falhas mais recorrentes e, com base nas causas
das mesmas e na inteligência do software, inteirar -se de
qual, ou quais, as ações corretivas a aplicar para a situação
em questão.
Analisar estas falhas tem vários benefícios:
Constitui -se uma base de conhecimento sobre o equipa-
-
pa de manutenção;
Aumenta a rapidez de resposta às avarias;
Pode conduzir a alterações (melhorias) nos planos de Ma-
nutenção Preventiva – nas periodicidades e/ou nas tare-
fas propriamente ditas;
E claro, inúmeras consequências positivas como a re-
dução de custos, a satisfação dos clientes, aumento
da disponibilidade dos equipamentos, há menos des-
perdício (de tempo, de peças e até do produto final
defeituoso).
ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA "ÁRVORE
DOS MODOS DE FALHA" NO SOFTWARE
Para desenvolver o recurso “Árvore dos modos de falha" é
necessário percorrer diversas etapas. Independentemen-
te do procedimento adotado (informação desenvolvida
através do histórico, ou inserida manualmente) é imperati-
vo que numa primeira fase seja reunida a devida informa-
ção técnica acerca dos objetos existentes na organização.
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Figura 2.
para o tipo de objeto Caldeira (frente).
Os
modos de falha (sintomas) traduzem a forma sob a
intervenção de manutenção. Nesta fase responde -se a
questões do género: "Como pode falhar um determinado
órgão?". Os modos potenciais de falha são expressos em
vibrações, desgaste, fuga, fratura, e outros. Contudo, e
dependendo do modo de trabalhar do utilizador, este
para cada órgão (Figura 3).
Figura 3. Modos de falha (Sintomas) do equipamento do tipo Caldeira
e órgão válvula de segurança.
Figura 4. Causas potenciais de falha do equipamento do tipo Caldeira,
órgão válvula de segurança e modo de falha "Abre a uma pressão inferior".
O processo de implementação encontra -se esquematiza-
do na Figura 1.
Figura 1. Fluxograma do recurso “Árvore dos modos de falha“.
-
das com o registo de equipamentos no software. Antes de
qualquer registo de equipamentos, o utilizador necessita
(componentes).
Após o término destas duas etapas, o utilizador avança
para o registo de equipamentos e determina como preten-
de gerir o recurso – de forma automática ou manual.
Caso pretenda introduzir a informação antes das ocor-
rências (introdução da informação manualmente) deve
-
volver o recurso aos poucos e de forma automática, aquan-
do das ocorrências (histórico de manutenção), deve optar
pelas etapas assinaladas a vermelho. Optar por uma opção
não inviabiliza a outra porque o utilizador pode colocar a
informação ao seu ritmo e conjugar ambas as situações à
medida que vai desenvolvendo o recurso.
são comuns a ambas as opções:
Numa primeira fase, o uti-
lizador deve agrupar de forma direta e sistematizada os
objetos por “Tipologia” (Figura 2) com um código de no-
menclatura associado no software. Ao agrupar os objetos
por “Tipologia -
formações, os órgãos associados a cada tipo de objeto.
Exemplo: se for convencionado o código CA para todas as
Caldeiras é possível utilizar esta estrutura para criar um
código estruturado (“CA - ”) e a Ficha Técnica
que será usada para todas as Caldeiras. Todas as Caldei-
ras terão um código que começa por “CA - ” e a
mesma Ficha Técnica (Fabricante, Modelo, Ano de produ-
ção, Número de série, entre outros).
Os órgãos são
os componentes que formam o equipamento. Cada tipo
de objeto possui diversos órgãos sujeitos a potenciais
falhas, que necessitam de ser enumerados no software.
Exemplo: chaminé, purgador automático, queimador,
válvula de segurança, e outros.
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As cau-
provocou o modo de falha correspondente. Cada modo
de falha pode estar sujeito a diversas causas potenciais e
como tal, devem listar -se as causas prováveis, para que
-
gão de desempenhar corretamente as funções para as
quais foi projetado (Figura 4).
Exemplo: Desgaste, Má operação, Manutenção inapro-
priada, entre outros.
Ação corretiva existente na biblioteca: Uma ação cor-
retiva é a ação estabelecida como resposta à falha dete-
tada. As ações e respetivas descrições de tarefas a execu-
tar podem ser reunidas num recurso típico dos sistemas
informatizados, a biblioteca de preparações padrão. An-
tes de criar no sistema uma ação corretiva para a falha, o
-
paração apropriada para a ocorrência em questão.
Selecionar ação corretiva pretendida: Caso a(s)
ação(ões) corretivas a aplicar para resolver a falha se
encontre(m) na biblioteca, basta ao utilizador selecionar
-
ção da falha. Podem ser enumeradas e hierarquizadas
-
ca (Figura 5).
Figura 5.
respetivas ações corretivas.
Criar e associar uma ação corretiva: Se a ação a aplicar
para resolver a falha não existe na biblioteca é necessário
criá -la no sistema (Figura 6).
Figura 6. Janela “Biblioteca preparações Padrão”.
Ação corretiva armazenada na biblioteca: Após
a criação da ação necessária no Ponto 7, esta fica
automaticamente armazenada na biblioteca do
software.
Nova Ordem de Trabalho: Para a constituição do
histórico de manutenção, através do registo das in-
tervenções, sejam elas corretivas ou não, o utiliza-
dor deve criar uma nova ordem de trabalho. Deste
modo, caso o utilizador pretenda alimentar o recur-
so “Árvore dos modos de falha” aquando das ocorrên-
cias é necessário efetuar o completo diagnóstico da
falha (órgão + sintoma + causa) no report da ordem
de trabalho.
No separador "diagnóstico" da fa-
lha da Ordem de Trabalho, (Figura 7), o utilizador deve
-
de falha. O órgão e a causa da falha, frequentemente,
só se conseguem diagnosticar após a intervenção. Assim,
antes do término da Ordem de Trabalho, cabe ao utiliza-
dor completar devidamente o diagnóstico da falha, para
que o recurso Árvore dos modos de falha seja alimenta-
do automaticamente.
Figura 7. Ilustração do separador diagnóstico na janela "Nova Ordem de
Trabalho”.
Realizado o diagnóstico da falha é necessário que o uti-
lizador repita os procedimentos descritos a partir do
Ponto 5.
Através do separador "Preparações" da Ordem de Traba-
lho, o utilizador tem 3 (três) opções distintas para selecio-
nar ou desenvolver a devida ação corretiva (Figura 8).
Se a preparação se encontrar criada na biblioteca,
basta ao utilizador selecionar a que pretender. Contudo,
se a ação corretiva não existir na biblioteca é necessá-
rio que o utilizador crie a mesma através da opção "Nova
Preparação”.
Caso a preparação já se encontre devidamente estrutu-
rada na "Árvore dos modos de falha”, ao aceder a este menu é
sugerido pelo software qual ou quais as preparações a apli-
car para o diagnóstico realizado (Figura 9).
PUB
Figura 8. Ilustração do separador preparações na janela "Nova
Ordem de Trabalho”, e das 3 opções: "Biblioteca Preparações", "Nova
Preparação" e "Modos Falha”.
Figura 9. Janela da “Árvore dos modos de falha": sugestão
da ação corretiva a aplicar para o diagnóstico previamente
efetuado.
CONCLUSÃOAs falhas são inevitáveis. Toda a informação que permi-
ta atuar o mais rapidamente possível sobre uma avaria
(minimizando perdas de produção) é uma mais -valia. E,
não menos importante, a acumulação de conhecimento
sobre o ativo e a disponibilização dessa informação para
todos os técnicos.
Sistematizar as falhas, numa primeira fase, pode
parecer um procedimento trabalhoso e demorado,
contudo não o é. A possibilidade desta informação ser
gerada automaticamente com base no histórico de
manutenção permite que o gestor de manutenção ali-
mente o recurso aos poucos sem perder muito tempo,
numa fase inicial, a introduzir uma grande quantidade
de informação.
BIBLIOGRAFIA Carvalho, A, Cabral, J., “Metodologia de Sistematização Técnica
para a Gestão de Ativos", 2014;
Braidotti, J., “A falha não é uma opção", 26º Congresso de Manu-
tenção, 2011;
Cabral, J., “Gestão da Manutenção de Equipamentos, Instalações e
Edifícios”, LIDEL, 2013. M