Dossier Diabetes
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Fig.1‐ Aplicação de insulina na rotina das crianças e pessoas com a diabetes (www.portalms.com.br)
Escola Secundária c/ 3º ciclo EB Dr. Joaquim de Carvalho
Disciplina: Área de projecto Ano lectivo: 2009/10 Realizado pelos alunos da turma 12ºC:
− Joana Tinoco nº15
− Frederico Sereno nº23
− Rafael Oliveira nº24
− João Torres nº26
ÍNDICE
• Introdução 4
• Diabetes – Uma Epidemia Mundial em crescimento 5
• O que é a Diabetes? 7
• As causas da Diabetes 7
• Tipos de Diabetes 8
− A Diabetes tipo 1 8
− A Diabetes tipo 2 9
− A Diabetes Gestacional 10
• Comparação entre Diabetes tipo 1 e tipo 2 12
• Como diagnosticar a Diabetes 12
• Os sintomas típicos da Diabetes 13
• Os factores de risco 14
• Complicações da Diabetes não controlada 14
− Complicações microvasculares 15
− Complicações macrovasculares 17
− Outro tipo de complicações 19
• Tratamento da Diabetes 20
− O tratamento na Diabetes tipo 1
− O tratamento na Diabetes tipo 2
− Uma possível cura em desenvolvimento 20
• Insulina 21
− Tipos de insulinas 21
− Locais e técnicas para administração da Insulina 22
• Educação da pessoa diabética 23
− Conceito de autocontrolo e autovigilância 24
• Diabetes Infantil
− A alimentação como base de um crescimento saudável 25
− Tolerância a terapêutica 26
• A Alimentação e o Exercício Físico 27
− Alimentos aconselhados e não aconselhados 27
− Considerações importantes para os Diabéticos que praticam desporto 28
• Cuidados a tomar com:
− Os pés 30
− A Tensão arterial 31
• Mitos e realidades sobre a Diabetes 32
• Conclusão 34
• Bibliografia 35
INTRODUÇÃO
Este trabalho advém da necessidade de criar um projecto para Área de Projecto, disciplina que está incluída na carga horária do 12.º ano.
O nosso grupo tem 4 elementos: Joana Tinoco, Frederico Sereno, Rafael Oliveira e João Torres, cada um de nós com diferentes qualidades. Apesar de todos pertencermos à área de Ciências e Tecnologias, temos as nossas diferenças e queremos seguir caminhos diferentes. A Joana quer ingressar em medicina, o Frederico quer seguir algo relacionado com Biologia, o Rafael pretende seguir a vida militar e o João ainda não tem um percurso definido.
No entanto, o tema que nos propusemos desenvolver, tem a concordância total do grupo, uma vez que é uma doença que afecta cada vez mais jovens. Escolhemos então como tema “ A Diabetes”, doença esta que é uma consequência de estilos de vida que são adoptados especialmente pelos Países mais desenvolvidos.
Assim sendo, decidimos fazer na Área de Projecto algo útil, particularmente à comunidade escolar, de forma a alertar para a diabetes, causas, prevenção e consequências.
O objectivo principal é, portanto, prevenir e de alguma forma contribuir para que os hábitos da população em geral, mas dos jovens em especial, sejam modificados, tomando consciência da importância de uma alimentação equilibrada e da necessidade da prática de exercício físico, de forma a obter um estilo de vida saudável, evitando assim as doenças e promovendo uma maior longevidade.
O projecto será divulgado à Comunidade escolar, de forma a que ela contacte com esta realidade, e se previna adequadamente, na vertente comportamental de adopção de um estilo de vida correcto.
A elaboração do nosso projecto vai exigir, da parte de todos os elementos, um
esforço extra porque será necessário apreender novos conhecimentos e desenvolver novas técnicas, para que resulte num trabalho bem executado, elucidativo e com efeito pedagógico.
Diabetes – Uma Epidemia Mundial em crescimento
Fig. 2 ‐ Gráfico estatístico relativo às previsões do número de diabéticos no mundo (www.giullianoesperanca.com.br/artigos/?cat=4)
• O número de diabéticos tem vindo a aumentar ao longo dos anos e as previsões indicam um aumento de cerca de 50% até 2025.
• África relativamente ao resto do Mundo mostra um número relativamente pequeno de diabéticos.
• O Sudeste asiático, a América e o Pacifico ocidental demonstram o maior potencial de aumento do número de diabéticos.
• A Europa demonstra também um aumento significativo para os próximos anos.
• Os países mais desenvolvidos são os mais afectados em consequência dos estilos de vida.
• A diabetes vai ter um maior crescimento nos países em grande desenvolvimento.
• O desenvolvimento proporciona melhor qualidade de vida, mas promove o sedentarismo, a obesidade e consequentemente a diabetes e outras doenças.
• Antigamente a diabetes afectava principalmente as pessoas com mais idade, mas agora os jovens são um grupo de risco, em consequência do estilo de vida que adoptam.
• A população estudantil exactamente por causa do estilo de vida que adopta é um grupo de risco.
Fig.3 ‐ Cómica evolução do homem (http://laranjalimao.wordpress.com/2008/03/page/2/ )
O que é a diabetes?
A diabetes é uma doença metabólica, crónica (isto é, quando diagnosticada dura toda a vida), caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue, resultado de uma deficiente produção de insulina e/ou pela resistência da acção da mesma, o que conduz a uma deficiente capacidade de utilização pelo organismo da nossa principal fonte de energia, a glicose.
Fig. 4 – Representação da acção da insulina no sangue (http://doencasxxi.blogs.sapo.pt/26764.html)
As causas da diabetes
Depois de ingeridos, a maior parte dos alimentos, são transformados em glicose no nosso aparelho digestivo (após a digestão e transformação dos amidos e açúcares). Esta glicose vai ser absorvida, entra na circulação sanguínea e desta forma fica disponível para ser utilizada pelas células.
Para isto, é necessária a insulina que é fundamental à vida. A sua falta ou a insuficiência da sua acção, ou mesmo a combinação destes dois factores, promovem alterações no aproveitamento das fontes de energia do nosso organismo, e assim surgem as hiperglicémias, ou seja, elevados valores de açúcar no sangue.
TIPOS DE DIABETES
Podemos afirmar a existência de vários tipos de diabetes, destacando‐se as do tipo 1 e do tipo 2. Cerca de 90 a 95% dos casos registados, referem‐se à diabetes tipo 2, sendo portanto a mais comum.
Fig. 5 – Local da produção de insulina e sua acção no sangue (http://medscanbh.com.br/DIABETES.asp)
• Diabetes tipo 1
Também denominada por Diabetes insulino‐dependente, é a mais rara tendo no total cerca de 5 a 10% de casos diagnosticados. Atinge na maioria dos casos crianças ou jovens. Nos adultos ou idosos os casos são raros.
Este tipo de diabetes surge, uma vez que as células beta do pâncreas deixam de produzir insulina.
Ainda não se sabe bem ao certo as causas desta diabetes, mas admite‐se a hipótese de ser o próprio sistema imunitário que ataca e destrói estas células. Assim, estes diabéticos necessitam de uma terapia com insulina ao longo de toda a sua vida.
Podemos concluir que, ao contrário da diabetes tipo 2, esta não está associada a hábitos de vida ou de alimentação incorrectos.
Fig. 6 – Comparação de um fígado saudável com um fígado afectado pela diabetes tipo 1 (http://www.rainbowskill.com/wp‐content/uploads/2009/03/diabetics11.jpg)
• Diabetes tipo 2
Também conhecida por diabetes não insulino‐dependente, é a mais frequente e está associada com a resistência à acção da insulina e com herança genética, daí que haja mais casos de diabéticos em determinada família.
Estes diabéticos, na maioria das vezes, têm excesso de peso, já que praticam pouco exercício e alimentam‐se incorrectamente (grande ingestão de açúcares e gorduras) e consequentemente elevada tensão arterial e colesterol.
São estes factores que tornam o organismo resistente à acção da insulina, até que o pâncreas deixa de produzir esta hormona em quantidades suficientes.
Nestes casos, a redução do peso contribui significativamente para o controle dos níveis de glicemia.
Este tipo de doença tem vindo a incidir cada vez mais na classe jovem principalmente nos países desenvolvidos, onde se observam as causas anteriormente mencionadas.
Fig. 7 – Representação da diabetes tipo 2: o organismo é resistente à insulina produzida pelo pâncreas, reduzindo a sua eficácia (http://www.technodiscoveries.com/)
• A diabetes gestacional
Ocorre durante a gravidez, quando há um aumento exagerado de glicose que se produz durante a gravidez, em pessoas previamente não diabéticas.
Esta alteração ocorre em média em 5% das mulheres grávidas. Durante a gravidez há um aumento de hormonas que são produzidas pela
placenta, e que têm uma acção oposta à insulina. Para contrabalançar este efeito o pâncreas aumenta a sua produção de insulina. Em algumas mulheres, este aumento não se produz de forma adequada e surge este problema.
Esta diabetes afecta fundamentalmente o feto, podendo provocar nele excesso de peso que dificulta o parto ou provoca‐lhe hiplocémia ao nascer. Além disso, o risco da criança de vir a desenvolver diabetes tipo 2 aumenta.
Como se diagnostica? Uma vez que, não provoca sintomas, é necessário fazer
análises para a detectar. O teste mais frequentemente usado é o Teste de O´sullivan, que permite medir o açúcar no sangue uma hora depois de tomar 50gr. de glicose dissolvidos em água. Este teste deve ser feito a todas as grávidas entre as 24 e as 28 semanas de gestação, sendo repetido às 32 semanas.
Recomendações: Durante: Utiliza‐se numa primeira fase o exercício físico e os cuidados alimentares como forma de normalizar os níveis de açúcar no sangue. A grávida passa a efectuar testes para auto‐controlo da glicemia com a supervisão de um profissional de saúde. Quando estas medidas não são suficientes pode ser necessário administrar insulina temporariamente. Depois: No fim da amamentação ou nos dois meses após o parto, devem fazer‐se análises para comprovar se a diabetes desapareceu realmente.
Fig. 8 – Explicação da consequência da diabetes gestacional no feto (http://www.dorchesterhealth.org/gdmsp.htm)
Comparação entre Diabetes tipo 1 e tipo 2
Fig. 9 – Tabela retirada de “Dossier diabetes”‐ site médicos de Portugal
Como diagnosticar a diabetes
O diagnóstico é feito através dos sintomas apresentados, e posteriormente é confirmado com análises ao sangue e a urina, verificando a quantidade de açúcar.
É diabético quem:
• Tiver uma glicemia igual ou superior a 200mg/dl, com sintomas
• Tiver uma glicemia em jejum igual ou superior a 126mg/dl em ocasiões separadas num curto espaço de tempo.
Fig. 10 – Apoio médico
Os sintomas típicos
‐ Urinar em grande quantidade e muitas vezes ‐ Sede constante e intensa ‐ Fome constante e difícil de saciar ‐ Fadiga ‐ Comichão no corpo ‐ Visão turva ‐ Emagrecer rapidamente (frequente na Diabetes tipo 1) ‐ Dores de cabeça, náuseas e vómitos (frequente na Diabetes tipo 1)
No caso do tipo 1, o diagnóstico deve ser rápido, assim como o inicio do tratamento, pois que o doente pode entrar em coma diabético.
Fig. 11 – Ilustração dos sintomas típicos da diabetes (http://www.artshopping.com.br/lojavirtual/popup_image.php?pID=3184&osCsid=0875a06f2b90a912f3104bf7ec5fa041)
Factores de risco
‐ Familiares próximos com diabetes ‐ Obesidade, tensão arterial e colesterol com níveis elevados ‐ Mulheres que sofreram de diabetes gestacional (durante a gravidez) ‐ Filhos que nasceram com peso igual ou superior a 4 Kg ‐ Doentes com doenças no pâncreas ou com determinadas endócrinas
Fig. 12, 13, 14 – Exemplos de crianças que poderão desenvolver a diabetes (http://whyfiles.org/237aprilfool/images/obese_boy.jpg) (http://rootsgpk.blogspot.com/2009/01/obesity‐rivals‐dangers‐of‐smoking.html) (http://www.ceap.g12.br/projetos2002/Pagina2A/AnaCristinaCarolina/obesidade/obesidade.jpg)
Complicações da diabetes não controlada Ao longo dos anos, aproximadamente 40% dos diabéticos, podem vir a
desenvolver determinadas complicações em vários órgãos. É necessário um constante controlo da glicemia, da tensão arterial, das gorduras no sangue e da vigilância dos órgãos mais sensíveis.
As complicações são causadas por lesões dos vasos sanguíneos: ‐ Ao nível dos grandes e médios vasos (macrovasculares) que têm repercussões
ao nível do cérebro, coração e pés. ‐ Ao nível dos pequenos vasos (microvasculares) que são responsáveis por
alterações na retina dos olhos, nos rins e nos nervos periféricos.
Complicações microvasculares
São lesões na retina de um diabético,que resultam de alterações nos pequenos vasos, tornando difícil a passagem do sangue e, desta forma, o transporte de oxigénio e nutrientes.
O diabético deve vigiar regularmente os olhos para que, os casos de retinopatia não sejam detectados tarde demais.
Fig. 15 – Esquema de um olho afectado por Retinopatia diabética (http://retinapanama.com/imagenes/terminol/r/retinopatia‐diabetica.jpg)
RETINOPATIA DIABÉTICA
NEFROPATIA DIABÉTICA Os rins são constituídos por pequenos vasos que, ao transportarem impurezas, funcionam como filtro do nosso organismo.
Devido à diabetes, são frequentes lesões nestes pequenos vasos, que levam a um estado de acumulação de ureia e creatina.
Os sintomas que indiciam esta complicação são por exemplo: fadiga e a perda de apetite. Em fases mais críticas os rins podem parar de funcionar, e tem de se recorrer à diálise ou mesmo ao transplante renal.
Fig.16 – Diferença entre o funcionamento de um rim saudável e de um rim de um diabético (http://www.liquidarea.com/wp‐content/uploads/2009/09/nefropatia_diabetica.jpg)
NEUROPATIA DIABÉTICA
‐ Esta doença resulta de lesões nos nervos, alterando assim, a sensibilidade e provocando atrofias musculares e perturbações de mobilidade dos membros.
Pode atingir o aparelho digestivo, o coração, a bexiga e provocar disfunção sexual.
‐ As complicações tardias, implicam o aparecimento de lesões graves nos pés (pé diabético) – arteriopatia e neuropatia
Macroangiopatia
Aterosclerose
Revela‐se sob a forma de dor na barriga da perna
Implica perda de sensibilidade (pernas e pés), aumentando o risco de se ferir e não perceber
Fig. 17 – Lesões no pé diabético
Complicações macrovasculares
Doença coronária, cerebral e dos membros inferiores
Manifesta‐se por ataques cardíacos ou por AVC’s
O risco de morte de diabéticos aumenta, se a estes são associados factores como colesterol, hipertensão arterial, obesidade e tabaco
Causam má circulação e ocasionam problemas que culminam na amputação de dedos e membros
Doença vascular periférica
Fig. 18, 19 – Aterosclerose resulta em problemas cardíacos e sua evolução (http://cssernancelhe2.com.sapo.pt/idoso‐aterosclerose.htm) (http://www.pedrofarsky.med.br/imagens/Colesterol.JPG)
Hipertensão arterial
Se não for tratada, juntamente com a diabetes, aumenta o risco de ocorrer: enfartes do miocárdio, AVC’s e doenças dos membros inferiores
A obesidade e resistência à insulina levam à hipertensão
Fig. 20 ‐ Hipertensão arterial: outro perigo que deve ser controlado (http://paulodaltrozo.files.wordpress.com/2009/09/hipertensao.jpg)
Outras complicações
Disfunção sexual Hoje em dia, existem formas de se tratar
Infecções
Pode ter origem em lesões orgânicas ou de natureza psicológica
30 a 50 % dos doentes têm problemas de erecção
Fig. 21 ‐ A disfunção eréctil mostra a versatilidade da doença (http://www.jilliantamaki.com/sketchbook/uploaded_images/VLRG_TinyPenis.widec‐762012.jpg)
Se os níveis de açúcar no sangue não estão bem controlados podem surgir: ‐ infecções na boca e nas gengivas ‐ infecções urinárias ‐ infecções nos pés ‐ infecções de cicatrizes depois de cirurgias
Fig. 22, 23 – Exemplos de infecções, respectivamente, nas gengivas e nos pés (http://odontologiadrameri.blogspot.com/2008/08/estomatite.html) (http://respirefisio.wordpress.com/2009/06/24/pe‐diabetico‐avaliacao/)
Tratamento da diabetes
O tratamento para a diabetes é geralmente considerado a insulinoterapia.
Do tipo 1:
− Tratamento com insulina para manter a glucose no sangue próximo de valores normais
− Alimentação saudável
− Exercício físico
− Auto‐vigilância e auto‐controlo Do tipo 2:
− Correcta alimentação
− Exercício físico regular
− Quando o diabético não consegue controlar a doença (mesmo cumprindo as regras anteriores) é necessário um tratamento com comprimidos e, em certos casos, com insulina
Para o tratamento de um diabético tipo 2 existem diferentes grupos de fármacos:
− Uns actuam no pâncreas estimulam a produção de insulina
− Outros facilitam a acção da insulina que se encontra em circulação
− E outros ainda, bloqueiam a acção de enzimas alfa‐glucosidades que atrasam a digestão e a absorção de açúcares e consequentemente, diminui o nível de glicemia
Uma possível cura em desenvolvimento
O transplante de pâncreas é uma cirurgia aprovada para diabéticos que se encontram
numa fase avançada da doença, em insuficiência renal crónica, necessitando por isso de um transplante de rim. O transplante do rim neste processo é necessário, pois quando o paciente recebe o novo pâncreas, este vai produzir substâncias em quantidades normais, e por isso é necessário um novo rim que consiga filtrar tudo o que o pâncreas produz, em vez de um rim em falência que é incapaz de filtrar.
A evolução da técnica cirúrgica e dos tratamentos para evitar a rejeição do pâncreas de
outro ser humano têm permitido uma taxa de sucesso razoavelmente boa, podendo mesmo começar a falar‐se em “cura” para a diabetes.
Contudo há que realçar que os pacientes transplantados têm de ser submetidos a
terapia crónica, que diminui muito as defesas do organismo. Por isso o transplante deve ser sempre visto como uma solução de recurso.
Também têm sido ensaiados outros tipos de transplantes, com êxito. Neste momento
o mais explorado é o transplante de ilhéus que contêm as células produtoras de insulina,
localizando‐as, por exemplo, no fígado. Porém as dificuldades residem em obter células suficientes para o transplante, e em controlar os mecanismos de rejeição que o corpo possui. Por isso, este tipo de transplante contínua restrito a apenas alguns centros de investigação.
Fig. 24 – Os transplantes de pâncreas e de rins poderão vir a ser a grande hipótese de cura da Diabetes (http://static.hsw.com.br/gif/type‐1‐diabetes‐and‐organ‐transplants‐1.jpg)
Insulina
A insulina é uma substância que regula a entrada de glicose nas células, sem ela as células perdem a capacidade de utilizar a glicose.
INSULINAS
O tratamento com insulina é feito habitualmente através de uma injecção subcutânea
Dividem‐se em rápidas, intermédias, lentas e de misturas
Caracterizam‐se pelo inicio de acção, pico máximo e duração de acção
Duração de acção – o tempo que a insulina está activa no organismo
Pico máximo – período de tempo em que a insulina actua com maior actividade
Inicio de acção – tempo que a insulina demora a actuar depois de injectada
O tratamento com insulina deve ser adaptado a cada diabético, de acordo com a sua idade, exercício físico que pratica, os hábitos alimentares, horários de trabalho, presença de complicações tardias e estado emocional.
Tratamento convencional: toma de insulina uma ou duas vezes ao dia antes do pequeno‐almoço e antes do jantar ou deitar
Tratamento intensivo: ‐ Indicado para evitar períodos prolongados de hiperglicemia ‐ Injecção 3 ou mais vezes ao dia ‐ Assemelha‐se ao que acontece no organismo, isto é, simula uma produção contínua de insulina e aumento da produção quando há ingestão de alimentos
Locais e técnicas para administração da insulina
• Actualmente, existem “Canetas de Injecção”, onde é colocado um cartucho de insulina.
• A insulina pode ser administrada na zona abdominal, coxas, braços ou nádegas.
• Os locais de injecção não devem ser os mesmos consecutivamente, para evitar a formação de nódulos, que poderão interferir na absorção de ínsula.
Fig. 25 – Modo tradicional de administrar insulina (http://www.walterminicucci.com.br/media/noticias/insulina___.jpg)
Fig. 26 – As recentes “Canetas de injecção” (http://www.pixmac.com.br/picture/caneta+descart%C3%A1
vel+de+inje%C3%A7%C3%A3o+de+insulina/000016657983 )
Fig. 27 – Locais possíveis de injecção de insulina (http://felipetroleis.blogspot.com/)
• Técnicas de injecção: ‐ A agulha deve atingir a gordura por baixo da pele. Esta deve ser segura entre os dedos
‐ A agulha deve estar perpendicular à superfície da pele
Fig. 29 – Técnicas de injecção (http://www.apdp.pt/tratamento.asp)
Fig. 28 – Homem a administrar insulina (http://fdenoticias.files.wordpress.com/2009/11/diabetes.jpg)
Educação do diabético
Uma pessoa diabética deve:
• Adquirir informação básica sobre diabetes
• Ter uma alimentação equilibrada, fraccionada e estável. Evitar o consumo de álcool e limitar o de gorduras
• Aprender a técnica correcta de auto‐injecção, tempo de acção das insulinas e adaptação diária das doses
• Reconhecer os sinais de alerta das hipoglicemias e saber corrigir adequadamente
• Ter cuidados especiais durante o exercício físico mais intenso
• Realizar uma auto‐vigilância diária das glicemias
• Preocupar‐se com a higiene e outros cuidados
• ACEITAR A DIABETES COMO PARTE INTEGRANTE DA SUA VIDA
Conceito de autocontrolo e auto‐vigilância
Entendemos como autocontrolo o conjunto de capacidades que abrangem os
conhecimentos, as aptidões e a experiencia pessoal que uma vez integrados, harmonizados e assimilados permitem aos indivíduos diabéticos, alcançar um controlo glicémico e metabólico correcto, de acordo com os seus próprios recursos e possibilidades.
O autocontrolo da glicose é um componente básico do tratamento na diabetes, essencial para melhoria da segurança e da qualidade do tratamento e que, além disso, ajuda a evitar ou a atrasar as complicações crónicas da doença.
A auto‐vigilância é uma parte do autocontrolo, e pode ser definida como um conjunto
de técnicas necessárias para a obtenção da informação relativa aos níveis de glicose no sangue. A sua principal finalidade consiste em que os indivíduos com diabetes utilizem os resultados da auto‐vigilância para se adequarem melhor ao tratamento, para identificar e tratar convenientemente as suas descompensações agudas (hiper ou hipoglicémias) e para facilitar a resolução de qualquer problema relacionado com a diabetes.
A equipa médica é responsável pelo aconselhamento sobre a técnica mais apropriada de auto‐vigilância para cada indivíduo e sobre a frequência e horário mais conveniente para a sua realização.
A auto‐vigilância é realizada através de testes de glicemia feitos habitualmente:
‐ Em jejum ‐ 2 horas após as refeições
Fig. 30 – Controlo do nível glicémico no sangue (http://inforgospel.files.wordpress.com/2009/09/diabetes.jpg)
Óptimo Bom Mau
Glicémia em jejum 80‐110 111‐140 Mais de 140
Glicémia após refeição
100‐145 146‐180 Mais de 180
Tabela 1 ‐ Combinação dos níveis de glicemia no sangue com as alturas do dia em que se deve realizar os testes
DIABETES INFANTIL
Crianças e jovens: alimentação saudável para um crescimento saudável
Para que o crescimento e desenvolvimento das crianças se efectue de uma forma equilibrada e harmoniosa, é necessário que os nutrientes sejam fornecidos todos os dias nas quantidades necessárias e em proporções equilibradas.
• Habituar as crianças a comer de tudo um pouco.
• A criança deve fazer as suas refeições num ambiente calmo e tranquilo, juntamente com os seus familiares ou outras crianças.
• Para um bom rendimento físico e intelectual, nunca deixar que a criança saia de casa sem tomar o pequeno‐almoço.
• Não substitua ou antecipe as refeições com guloseimas ou alimentos desequilibrados pois tiram o apetite para outros alimentos mais completos e equilibrados e, ainda, porque criam o hábito para o consumo mais frequente destes produtos.
• A família deve iniciar a refeição do almoço e jantar com um prato de sopa e de legumes.
• Insista no consumo regular de peixe.
• O leite e/ou iogurtes devem fazer parte da alimentação diária das crianças e jovens.
• Uma alimentação saudável associada a uma actividade física moderada mas regular ao longo da sua vida, são dos factores que mais contribuem para a promoção da saúde e da qualidade de vida.
Recomendações de: Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (folheto)
Fig. 31 – Uma alimentação saudável deve fazer parte da vida das crianças, diabéticas ou não (http://img.blogs.abril.com.br/1/tudomisturado/imagens/criancas‐da‐terra.jpg)
Tolerância à terapêutica
As crianças com diabetes do tipo 1 necessitam de fazer insulina desde muito cedo e, por isso, os pais surgem como os principais intervenientes na aceitação da doença, já que as crianças têm que picar o seu próprio corpo.
Além da terapêutica, é importante saber que, hoje em dia, não são colocadas
restrições a crianças diabéticas. Sabe‐se que não devem comer doces, mas mesmo uma criança normal não o deve fazer. São crianças como as outras, devendo manter os mesmos hábitos de vida saudáveis.
Fig. 32, 33 – Crianças a injectarem‐se
(http://www.inclusaoutopiareal.psc.br/aplicandoinsulina1.jpg) (http://1.bp.blogspot.com/_6‐XX‐U8LaRY/SbWuze6wMwI/AAAAAAAABb4/ucIlH‐llhxQ/s1600‐h/1.JPG)
ALIMENTAÇAO E EXERCICIO FISICO
Fazer 6 refeições por dia
Comer peixe mais frequentemente
Aumentar consumo de saladas
Resumir consumo de alimentos com gordura
Comer diariamente frutas e legumes
O tipo, duração e intensidade variam de pessoa para pessoa
Deve ser programado com o médico
Deve fazer parte do dia‐a‐dia e como forma de tratamento e controlo da diabetes
ALIMENTOS ACONSELHADOS
ALIMENTOS DESACONSELHADOS
De hidratos de carbono complexos aconselham‐se: as massas, feijões e grão, ervilhas e favas, lentilhas e soja. De pão, é preferível o pão escuro ou de mistura. O arroz, a batata e o pão branco devem ser consumidos com moderação, pois da sua composição faz parte um tipo de hidratos de carbono com absorção mais rápida que os anteriormente referidos. Consequentemente, os níveis de glicemia são, em princípio, superiores, após ingestão destes alimentos, comparando com os primeiros.
Açúcar, mel, refrigerantes, bolos, doces, compotas, marmelada, pudins, frutas cristalizadas, passas, corintos, figos secos, etc.
São ricos em hidratos de carbono simples e, como tal, a sua absorção é muito rápida, o que faz com que o açúcar no sangue suba muito rapidamente, juntamente com todos os malefícios da doença.
Tabela 2 – Conselhos de um folheto do Centro de Saúde
Fig. 34 – Pirâmide alimentar para uma alimentação saudável (http://www.capa.org.br/Image/piramidealimentar2.jpg)
Exercício físico na diabetes
As seguintes considerações devem assumir particular importância quando se prescreve exercício físico a indivíduos com diabetes:
• Devido ao maior risco de doença cardíaca, ir ao médico para avaliação e obtenção de um atestado.
• Monitorizar a glicose sanguínea antes, durante e depois do exercício.
• Conhecer os sinais e sintomas de hipoglicémia.
• Ter atenção à frequência cardíaca, que, devido à neuropatia (disfunção do sistema nervoso), pode não ser um indicador válido da intensidade do exercício.
• Equilibrar devidamente a ingestão de hidratos de carbono e medicação para evitar a hipoglicémia.
• Evitar praticar exercício durante o pico de actividade de insulina durante um período de uma hora.
• Se existir evidência de retinopatia (destruição das arteríolas retinianas com possível descolamento), ou de nefropatia (doença dos rins), evitar exercícios de elevada intensidade e de alto impacto.
Principais recomendações:
Frequência: cinco a sete dias por semana.
Tempo (duração): 20 a 60 minutos por sessão.
Tipo: exercício aeróbio complementado com treino de resistência muscular.
Recomendações de: Site Médicos de Portugal
Fig. 35 – Actividade física para controlo e prevenção da diabetes (http://www.nutricaoemfoco.com.br/NetManager/imagens/upload/exercicio_fisico_1.jpg)
Cuidados com o pé diabético
A hiperglicemia no sangue pode afectar:
→ Os nervos dos pés: levando a uma perda lenta da sensação de posição, de pressão, de dor e de temperatura e tornando a pele seca, sem transpiração, mais grossa e sujeita ao aparecimentos de fissuras.
Ao aparecer uma ferida, a pessoa não se apercebe porque perdeu a sensibilidade e não sente dor. Se continuar sem tratar da ferida, poderá levar a consequências desastrosas.
→ Os vasos que levam o sangue para os pés: provocando dor nas pernas ou nos pés durante a marcha e pés frios, pálidos, com má circulação.
As feridas que aparecem nos pés, estando sem sensibilidade e com circulação de sangue deficiente, infectam facilmente e são difíceis de tratar.
EXAMINAR TODOS OS DIAS OS PÉS:
• Procurar calos, cortes, fissuras, bolhas e mudanças na cor da pele.
• Se houver dificuldade, usar um espelho, ou pedir a ajuda de outra pessoa.
• Examinar cuidadosamente entre os dedos.
COMO LAVAR OS PÉS:
• Verificar a temperatura da água.
• Lavar os pés diariamente com água morna.
• Não deixar os pés de molho.
• Secar bem os pés.
• Passar creme hidratante, excepto entre os dedos.
• Não usar talco ou spray nos pés.
• Não cortar os calos e não usar produtos para retirá‐los.
COMO CUIDAR DAS UNHAS:
• Cortar as unhas em linha recta, mas não deixá‐las muito curtas.
• É aconselhável usar uma lima, em vez do corta‐unhas ou da tesoura.
• Não retirar as cutículas e os cantos das unhas
TIPO DE CALÇADO MAIS APROPRIADO:
• Usar calçado fechado e macio.
• Não usar calçado apertado, de bico fino e de salto alto.
• Usar meias de algodão sem costuras e sem elásticos.
• Não andar descalço, mesmo em casa.
• Antes de calçar os sapatos, verificar com a mão, se não há qualquer objecto neles.
Recomendações de: centro de saúde (folheto)
Cuidados com a tensão arterial
Para os diabéticos, é importante verificar regularmente a tensão arterial. Uma
tensão arterial normal ajuda a evitar algumas das complicações da diabetes como, por exemplo, o endurecimento das artérias e a doença renal.
Se o valor da tensão arterial for superior a 140 e/ou 90, a pessoa diabética deve consultar o seu médico.
O mais importante é evitar os factores que favorecem o aumento da tensão arterial como:
• O excesso de peso
• A falta de exercício físico
• O stress
• O excesso de sal
• O excesso de álcool
• O excesso de café
• O tabaco
Fig. 36 – Controlo da tensão arterial (http://1.bp.blogspot.com/_WTWkYAnGiPg/SwytvPFmzGI/AAAAAAAAIpI/ZtzumBXV9W8/s1600/doar‐sangue.jpg)
Mitos e realidades sobre a diabetes
• O objectivo principal de um diabético é não incluir açúcar na sua dieta. FALSO!
Esta restrição é apenas uma parte da dieta.
• A diabetes tipo 2 é menos grave que a diabetes tipo 1. FALSO!
Apesar de ser a diabetes do tipo 1 que atinge com frequência os mais jovens e que é tratada pela injecção de insulina, não é mais grave que a do tipo 2. Aliás, esta ultima se não for convenientemente tratada constitui tantos ou mais complicações graves que a do tipo 1.
• A Diabetes é causada pelo açúcar que se ingere. FALSO!
O açúcar consumido em excesso pode contribuir para uma alimentação errada e para a obesidade, que pode levar ao aparecimento da Diabetes tipo 2.
• A diabetes do tipo 1 ocorre sempre em crianças e jovens e a Diabetes tipo 2 é exclusiva dos adultos. FALSO!
Embora seja o habitual, nem sempre se verifica.
• A insulina tem de ser injectada nas veias. FALSO!
Esta é injectada no tecido subcutâneo através da pele da barriga, das coxas ou dos braços, preferencialmente. Só em situações de urgência hospitalar, é que pode ser administrada nos músculos ou nas veias.
• Uma vez iniciada a insulina o corpo habitua‐se e não consegue deixá‐la. FALSO!
Isto é um dos grandes receios dos diabéticos, especialmente os do tipo 1 que são insulino‐dependentes, ou seja, dependem da insulina que injectam e não produzem para sobreviver. E é este conceito de insulino‐dependência que é muitas vezes confundida por habituação a insulina.
• Já há insulina em comprimidos. FALSO!
Infelizmente, ainda não se conhecem formas eficazes de administração de insulina para além das seringas, dos dispositivos tipo canetas ou das bombas de infusão contínua.
CONCLUSÃO
A realização deste trabalho revelou‐se uma tarefa interessante, devido à
utilidade do tema. Quando iniciámos a sua concretização, rapidamente nos
apercebemos que tínhamos muito trabalho pela frente.
No entanto, unimos esforços para vencer os obstáculos e, na verdade,
consideramos que os produtos finais que tínhamos idealizado foram alcançados.
Alargámos muito o nosso conhecimento e satisfizemos alguns objectivos essenciais,
como crescermos como pessoas e aprendermos a trabalhar em grupo, cumprindo uma
meta social importante.
A princípio começamos com excesso de informação e acabamos com dificuldade em encontrá‐la de acordo com as nossas necessidades. Tivemos, assim, de procurar um equilíbrio informativo, uma vez que o material ou era demasiado específico ou demasiado abstracto.
A escassez de horas de aula e a falta de compatibilidade de horários entre os membros do grupo dificultaram a realização do projecto. Contudo, pouco a pouco, conseguimos concretizar um trabalho credível e científico.
Esperamos ter cumprido outro objectivo, talvez o principal, que era o de dar a conhecer esta doença tão importante e da qual ainda temos muito para saber.
BIBLIOGRAFIA
• http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/type/2/page/4/
• http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/topic/5/type/1/
• http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/2/cnt_id/1825/
• http://www.apdp.pt/default.asp
• Folheto do Centro de Saúde ‐ Conceitos básicos para o tratamento da diabetes
• Folheto do Centro de Saúde ‐ Gravidez e Diabetes Gestacional
• Folheto do Centro de Saúde ‐ Cuidados com o pé diabético
• Folheto do Centro de Saúde ‐ Alimentação em Diabetes
• Folheto do Centro de Saúde – CRIANÇAS E JOVENS, Alimentação saudável para um
crescimento saudável