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Dórios: os primeiros bárbaros Logo de cara, 2 mil anos antes de Cristo, o povo de Creta ergueu magníficos palácios e estabeleceu a igualdade entre homens e mulheres. A paz foi quebrada pelos dórios, que com novas armas mutilavam mãos e braços 01/08/2007 00h00 Os ancestrais mais antigos do povo grego de que se tem conhecimento são os pelágios. O nome significa “aqueles que navegam em alto mar”. Desde o terceiro milênio antes de Cristo, eles foram se instalando em toda a península balcânica (o “bico” que fica ao lado da “bota” italiana nos mapas), incluindo a enorme ilha de Creta. Viviam da caça, da pesca e de uma agricultura rudimentar. Por volta de 2000 a.C., a cidade de Cnossos (em Creta) despontou com seus imensos palácios. Mais tarde, dominou política e economicamente toda a ilha. Uma das características da civilização cretense era a igualdade social entre homens e mulheres. Cerca de 500 anos depois, chegavam grupos indo-europeus (aqueus, jônios e eólios). Em um século, eles derrubaram o poder de Cnossos e das mulheres. As cidades de Tirinto, Argos e principalmente Micenas entravam em ascensão – por isso o período é conhecido como micênico. Lá pelo ano de 1200 a.C., uma nova invasão provocou um rebuliço tão grande que balançou até o poderoso Egito, do outro lado do Mediterrâneo. De nada adiantou construir palácios nas altas colinas da península do Peloponeso, no sul da Grécia, para impedir a invasão de inimigos. A sofisticada cidade de Micenas sucumbiu ao ataque de um povo primitivo que vinha da região central dos Bálcãs. Os dórios, que não dominavam a escrita nem tinham vocação comercial, arrasaram a civilização micênica. Era o fim da época de esplendor. Mas foi a partir do choque entre esses dois povos antagônicos que, séculos depois, nasceria o que conhecemos hoje como civilização grega. Até agora a razão da invasão dos dórios é tema de controvérsia entre especialistas. “Não há registros que comprovem seus reais motivos”, explica Maria Regina Candido, professora de História Antiga da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). “Alguns arqueólogos acreditam que eles estariam fugindo de um possível resfriamento de suas terras. Outros dizem que os dórios partiram para conquistar outras cidades em razão do seu crescimento demográfico”, acrescenta. Independentemente dos motivos, quando decidiram declarar guerra, os dórios, que, sem exagero, podem ser considerados os primeiros bárbaros da história, sabiam o que iriam encontrar. Os homens do Exército micênico estavam determinados a expulsar os invasores de qualquer forma. Protegidos por pesadas couraças reforçadas com placas de estanho, receberam os forasteiros com arcos e pequenas lanças ornadas com cenas de caça, além de detalhes em ouro e prata. Muitos enfrentavam os inimigos montados em carros puxados por cavalos – peculiaridade militar da região. Mas o que, a princípio, parecia se tratar de uma guerra de cartas marcadas transformou-se num pesadelo e num duelo desigual para os micênicos. A agilidade dos animais e a beleza de suas armas não foram

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Dórios: os primeiros bárbarosLogo de cara, 2 mil anos antes de Cristo, o povo de Creta ergueu magníficos palácios e estabeleceu a igualdade entre homens e mulheres. A paz foi quebrada pelos dórios, que com novas armas mutilavam mãos e braços01/08/2007 00h00Os ancestrais mais antigos do povo grego de que se tem conhecimento são os pelágios. O nome significa “aqueles que navegam em alto mar”. Desde o terceiro milênio antes de Cristo, eles foram se instalando em toda a península balcânica (o “bico” que fica ao lado da “bota” italiana nos mapas), incluindo a enorme ilha de Creta. Viviam da caça, da pesca e de uma agricultura rudimentar.Por volta de 2000 a.C., a cidade de Cnossos (em Creta) despontou com seus imensos palácios. Mais tarde, dominou política e economicamente toda a ilha. Uma das características da civilização cretense era a igualdade social entre homens e mulheres.Cerca de 500 anos depois, chegavam grupos indo-europeus (aqueus, jônios e eólios). Em um século, eles derrubaram o poder de Cnossos e das mulheres. As cidades de Tirinto, Argos e principalmente Micenas entravam em ascensão – por isso o período é conhecido como micênico.Lá pelo ano de 1200 a.C., uma nova invasão provocou um rebuliço tão grande que balançou até o poderoso Egito, do outro lado do Mediterrâneo.De nada adiantou construir palácios nas altas colinas da península do Peloponeso, no sul da Grécia, para impedir a invasão de inimigos. A sofisticada cidade de Micenas sucumbiu ao ataque de um povo primitivo que vinha da região central dos Bálcãs. Os dórios, que não dominavam a escrita nem tinham vocação comercial, arrasaram a civilização micênica. Era o fim da época de esplendor. Mas foi a partir do choque entre esses dois povos antagônicos que, séculos depois, nasceria o que conhecemos hoje como civilização grega.Até agora a razão da invasão dos dórios é tema de controvérsia entre especialistas. “Não há registros que comprovem seus reais motivos”, explica Maria Regina Candido, professora de História Antiga da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). “Alguns arqueólogos acreditam que eles estariam fugindo de um possível resfriamento de suas terras. Outros dizem que os dórios partiram para conquistar outras cidades em razão do seu crescimento demográfico”, acrescenta.Independentemente dos motivos, quando decidiram declarar guerra, os dórios, que, sem exagero, podem ser considerados os primeiros bárbaros da história, sabiam o que iriam encontrar. Os homens do Exército micênico estavam determinados a expulsar os invasores de qualquer forma. Protegidos por pesadas couraças reforçadas com placas de estanho, receberam os forasteiros com arcos e pequenas lanças ornadas com cenas de caça, além de detalhes em ouro e prata. Muitos enfrentavam os inimigos montados em carros puxados por cavalos – peculiaridade militar da região.Mas o que, a princípio, parecia se tratar de uma guerra de cartas marcadas transformou-se num pesadelo e num duelo desigual para os micênicos. A agilidade dos animais e a beleza de suas armas não foram suficientes para rechaçar a supremacia bélica dos dórios. Apesar de usar armamentos e uniformes mais simples, os inimigos dominavam o manejo e a fabricação de armas de ferro, mais resistentes que os frágeis armamentos de bronze dos soldados micênicos. Mais uma vez a tecnologia decidia uma guerra.BARBARIDADEA vitória não demorou, e o saldo foi negativo para apenas um dos lados – para azar dos habitantes do Peloponeso. O cenário era desolador. No campo de batalha jaziam centenas de corpos degolados e pisoteados, a maioria de cidadãos micênicos. Os feridos agonizavam, muitos já sem braços. Pedaços de mãos misturavam-se a inúteis armas de combate. Nas cidades, além das ruínas das casas e dos palácios incendiados pelos invasores, restaram intactos apenas roupas e utensílios domésticos da população. O resto foi devidamente saqueado pelos truculentos dórios.

Com o colapso da sociedade micênica, a Grécia teria mergulhado em um período de obscuridade conhecido como Idade das Trevas. Estudos recentes afirmam que tal período nunca existiu, que tudo não passa de um “remendo” criado por historiadores contemporâneos na cronologia grega para fazer com que ela se adaptasse à cronologia egípcia, mais bem documentada.Seja como for, as comunicações e as artes de Micenas foram brutalmente arrasadas pelos dórios, que as julgavam desnecessárias. A escrita, chamada de “linear B”, também desapareceu. Mas, sabiamente, os invasores assimilaram da cultura dominada as técnicas agrícolas e o desenvolvimento da cerâmica e da metalurgia. “Conforme foram estendendo seu domínio pela Grécia continental, eles instauraram o regime de cidade (pólis) em substituição ao de clã (famílias)”, conta a professora Maria Regina. Cada cidade desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, sua moeda e até seu calendário. A cidade tornou-se a unidade básica do governo grego – como se cada cidade formasse um país. Foi assim que, no século 9 a.C., nasceram as bases da civilização grega. “Esparta e Atenas começaram a se impor às demais cidades-estados. O idioma e a religião foram unificados, e o culto aos deuses do Olimpo se propagou por toda a região”, conclui a historiadora. Uma invasão bárbara foi o embrião da Grécia antiga.OLIMPÍADASUm novo período começa em 776 a.C. com a realização dos primeiros Jogos Olímpicos. A Grécia era dividida em pequenas províncias com autonomia, em razão das condições topográficas da região – cada planície, vale ou ilha é isolada de outra por cadeias de montanhas ou pelo oceano. A atividade econômica tinha como base agrupamentos familiares, uma tradição trazida pelos aqueus. A terra, a colheita e o rebanho pertenciam à comunidade.Ao mesmo tempo em que os dórios perdiam poder, a população crescia além de sua capacidade de produção nas terras cultiváveis. Alguns grupos passaram a manejar armas para dominar as melhores terras. Na base da força, acumularam riqueza e poder. Passaram a chamar a si mesmos de aristoi (“os melhores”).A partir de 750 a.C, os gregos – provavelmente os mais pobres atrás de melhores condições de vida – iniciaram um longo processo de expansão, firmando colônias na Sicília, no sul da Itália, no sul da França, na costa da península Ibérica, no norte da África e nas costas do mar Negro. Os pais dos espartanosOs truculentos dórios deram origem a Esparta, a cidade mais briguenta da Grécia AntigaPouco se sabe sobre os dórios, mas indícios cada vez mais fortes parecem comprovar a teoria de que esses sujeitos incultos e rudes, vindos do norte e nordeste da Grécia, teriam sido os ancestrais dos espartanos. Segundo estudiosos, ao invadirem uma região chamada Lacedemônia, na península do Peloponeso, os dórios decidiram se estabelecer por ali. E foi nessa região que, por volta de 800 a.C., desenvolveu-se a cidade-estado grega de Esparta, famosa por sua rigorosa disciplina e seu talento militar. Essa, porém, não é a única coincidência entre os dois povos. “Manuscritos de uma época posterior à invasão, como a Ilíada, de Homero, afirmam que os dórios eram um povo guerreiro que considerava mulheres e idosos inferiores aos homens. Exatamente como os espartanos”, reforça Maria Regina Candido, da UERJ. Esparta era mesmo diferente das outras cidades da região. Enquanto em lugares como Atenas muitos se dedicavam a filosofar e a discutir a relação com o mundo, em Esparta era “pão, pão, queijo, queijo”: todo mundo malhando e se preparando para a guerra. E se não fosse essa visão militarista dos espartanos, todas as cidades do Peloponeso poderiam ter sucumbido às invasões persas. Estudiosos também atribuem à influência dos dórios o desenvolvimento do idioma e da religião grega.

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Os gregos são originário da península Balcanica. Vindos do Norte, das planícies eurasianas, os indo-europeus encontraram a Grécia com um clima sempre ameno, o céu e o mar azuis, e nela permaneceram. 

No século XX a.C. os povos indo-europeus enfrentaram os Pelágios que habitavam a região, e os dominaram. 

Como a superfície contínua da Grécia era bastante limitada, os gregos, passaram a habitar também as ilhas próximas, bastantes numerosas. A ilha de Eubéia ficava separada do continente pelo estreito de Euripes. Ítaca, Cefanônia, Córcira e Zaquintos localizavam-se no mar Jônico. Ao sul do Peloponeso, ficava Cítara, que representava uma etapa para a ilha de Creta, a mais extensa de todas. As Cícladas (Andros, Delos, Paros, Nexos) localizavam-se no Egeu, bem como as Espóradas (Rodes, Samos, Quios, Lesbos). Essas ilhas constituíam a Grécia colonial, constituídas por terras mais distantes: 

Ásia Menor (Eólia, Jônica,Dória), Sul da Itália (Magna,Crécia), Costa egípcia (Náucratis). 

Desde o período neolítico que se tem notícia da presença do homem na península Balcânica. Os pelasgos foram seus primeiros habitantes, possivelmente, de origem mediterrânea. Os cretenses, porém, foram mais importante como civilização, predominando em toda a região do Egeu. Tantos os pelasgos como os cretenses, geralmente são considerados povos anteriores aos gregos (povos pré-helênicos). A história egeana teve suas origens na ilha de Creta, irradiando-se daí para a Grécia continental e também para a Ásia Menor. Cerca de 1.800 a.C., Cnossos e Faístos, na ilha de Creta, atingiram o seu apogeu. O palácio de Cnossos foi destruído entre cem e duzentos anos mais tarde. Formou-se uma nova dinastia, à qual se deve diversas transformações, inclusive o tipo de escrita. Os cretenses experimentaram outro período de apogeu, cerca de cinqüentas anos mais tarde, quando atingiram a Ásia menor, reconstruindo Tróia, e a Grécia continental, construindo aí Tirinto e Micenas. Os chamados "povos do mar" surgiram pelos fins do século XV a.C., e por certo foram os predecessores dos povos gregos. Eram os aqueus, povos de origem indo-européia. Da miscigenação de cretenses e aqueus originou-se a civilização Miceniana. 

Duzentos anos mais tarde, os dórios, os jônicos e os eólios, outros povos helênicos, transferiram-se para Grécia. Os invasores venceram os aqueus, e substituíram as cidades pelas suas. Tais cidades viram transformar-se nas grandes representantes da Grécia Antiga: Atenas, Tebas, Esparta e outras. 

Os tempos pré- helenicos- na época neolitica a Grécia passou por várias ondas de povoamento; na Tessália descobriam-se em sesklo e dhimini, importantes vestigius de comunidades agrícolas e pastoris. De 2600 1900 a. C., o período dito heládico antigo corresponde ao bronze antigo, o conjunto do território grego povoou-se pouco a pouco, e as relações marítimas com as ilhas do mar Egeu, estabelecidas ha muito, intensificaram-se. 

A idade média helênica: (do Séc. XI ao VIII a. C.). Referem-se a esse período obscuro os textos de Homero e de Hesiodo. A arqueologia revelou a extensão do uso do ferro, o aparecimento de uma nova cerâmica com elementos geométricos e a prática da cremação. Um movimento de migração e de conquista levou os gregos para as costas da Ásia menor. Foi ai, sem dúvida, que se moldaram, progressivamente, os traços da grega clássica, imediatamente retomados e desenvolvidos no resto do mundo helênico, e também a organização política e social da cidade (ou Polis), em que o proprietário mais poderoso exercia a função de rei (basileus). Mas uma mesma civilização (língua, depois escrita, deuses e regras morais comuns) compensou a dispersão territorial. 

Os tempos arcaicos: (do Séc. VIII ao VI a. C.). Essa época deve seu nome a arqueologia, que nela situa as primeiras manifestações da arte grega. Um regime aristocrático estendeu-se então, a todas as cidades gregas. A realeza do tipo homérico desapareceu e a um minoria de privilegiados pelo nascimento e pela fortuna (os eupátricas) possuía a terra e a autoridade do Séc. VIII ai VI a. C. um vasto movimento de colonização levou a fundação de cidades gregas nas costas do

Mediterrâneo e do ponto Euxino. Essa emigração foi, primeiramente, uma solução para a demanda de terras por parte dos mais pobres; além disso, estabeleceram-se novos vínculos comerciais. No final, a colonização, ao modificar as relações econômicas tradicionais, provocou, nas cidades oligárquicas, um duplo movimento: aqueles que enriqueceram com o comércio e o artesanato reivindicavam direitos políticos, enquanto os pequenos camponeses e a mão-de-obra urbana desejavam uma revolução social. Legisladores, como Sólen em Atenas (inicio do Séc. VI a. C.), encarregados de julgar os conflitos, redigiram leis escritas, a partir de então aplicáveis a todos (nomoi). A insuficiência dessas reformas fez surgir uma fórmula política nova: em numerosas cidades, um tirano era encarregado de toda a autoridade, para reequilibrar as instituições sociais, mas os regimes tirânicos, mesmo o que pisístrato fundou em Atenas, não puderam resistir a vontade dos cidadãos de assumirem suas responsabilidades políticas. O valor das instituições elaboradas na época arcaica e a coesão da cidade manifestaram-se durante as guerras médicas (490-479 a. C.). Em maratona (490 a. C.). Os hoplitas ateniense determinaram a vitória; em salamina (480 a.C.), os persas foram derrotados por uma frota em que os mais pobres da cidade serviram com remadores e ganharam, assim, uma nova dignidade. 

A crise da cidade no Séc. IV a. C.: a maioria das cidades gregas foi perturbada por conflitos sociais, conseqüências das guerras; a uma minoria de ricos comerciantes, de manufatureiros e de grandes proprietários opunha-se o povo, freqüentemente privado de suas terras e que sofria, em seu trabalho, a concorrência dos escravos. Todos os filósofos sentiram a necessidade de reformar a cidade ( Xenofonte, Platão ). O indivíduo reivindicava seus direitos e sua liberdade contra a lei cívica; o processo de Sócrates ( 399 ) traduz o problema assim engendrado. O mundo grego sentiu sua falência política: os oradores, Isócrates sobretudo, pregavam a necessidade da união, e o fracasso das antigas alianças fez com que se pensasse que apenas um rei poderia agrupar as forças vivas do helenismo. 

A intervenção da Macedônia ( 359 a 323 a. C. ). Felipe II da Macedônia fez de seu reino uma monarquia centralizada, dotada de um exército numeroso, cujo núcleo era a falange. Soube utilizar as discórdias das cidades para inverter na Grécia e dissolver o Império ateniense no norte do Egeu. Após a paz de Filocrates ( 346 ), o conflito assumiu o aspecto de uma luta entre o rei e o orador ateniense Demóstenes, que organizou a defesa de Atenas e concluiu uma aliança com Tebas. Mas o esforço de guerra foi tardio e Felipe venceu em Queronéia ( 338 . encerrou-se, assim, a independência das cidades gregas. A paz de 338 castigou duramente Tebas e privou Atenas de sua confederação. A liga de Corinto deu a Grécia uma nova organização; as cidades deveriam viver em paz e aderir a liga, cujo generalismo ( hegemon ) era Felipe. 

Com a morte de Felipe ( 336 ), uma tentativa de revolta fez com que Tebas fosse arrasada. Os gregos pouco participaram da expedição de Alexandre, que partiu para libertar as cidades gregas da Ásia; na verdade ele criou um mundo novo, cuja base foi a civilização grega. 

A Grécia Bizantina: após 395, a Grécia, incluída no Império Romano do oriente, foi devastada repetidas vezes pelas invasões. Os eslavos se instalaram a partir de 547 e se converteram ao cristianismo a partir do Séc. IX, enquanto os primitivos habitantes refluíram para as regiões costeiras e para as ilhas. 

A herança cultural da Grécia triunfou no Império do oriente, que se tornou o Império Bizantino. Teodósio II fundou em constantinopla uma universidade grega ( 425 ) e autorizou a realização dos julgamentos em língua helênica. Se Justiniano fechou em 529 as escolas filosóficas de Atenas, vistas como um foco de paganismo, por outro lado utilizou a língua grega em vários de seus atos públicos. Por volta de 630, Heráclio adotou um título de Basileus e fez do grego a língua oficial. A utilização da língua grega contribuiu para a difusão da igreja cristã. A Grécia como o restante do oriente, aderiu ao crisma de 1054, vinculando-se ao patriarca de constantinopla. A história da Grécia confundiu-se, a partir daí, com as vicissitudes do império Bizantino. Em particular, a IV a cruzada ( 1204 ) levou a criação do Império latino, confiado ao conde de Flandres, Balduíno, que estendeu sua autoridade sobre a Trácia, e a formação de principados francos: o reino de Tessalônica, tomado pelos Bizantinos em 1222; o Peloponeso, que se transformou em principado da Acaia ou Moréia; e o ducado de Atenas. Nos Sécs. XIV e XV, venezianos, catalões e genoveses disputaram a posse da Grécia propriamente dita. 

Os povos invasores foram: 

Aqueus: Invadiram a ilha de Creta, destruindo sua civilização e fundaram a cidade de Micenas. 

Jônios: Invadiram a região de Creta. 

Dórios: Invadiram o Peloponeso, dominaram os Aqueus que já haviam também se estabelecido e impuseram sua civilização. 

O Clima na Grécia Antiga 

Tinha um clima ameno e agradável. Aproximadamente 640mm de chuva caíam a cada ano, principalmente no inverno. No verão, o povo vivia quase inteiramente ao ar livre. Embora os ventos de inverno fossem frios, os gregos promoviam a maioria dos divertimentos e reuniões públicas fora dos recintos cobertos. 

Homero escreveu livros que durante muitos anos foram considerados relatos de lendas gregas. Mas quando o arqueólogo alemão Heinrich Schliemann escavou e descobriu, em 1870, Tróia, os textos de Homero adquiriram veracidade e importância histórica. 

Em virtude disso, a história da Grécia divide-se nos seguintes períodos: 

Pré-Homérico Homérico Arcaico Clássico 

a)Período Pré-Homérico: séculos XX-XII a.C. 

Carcterizado pelo povoamento dos povos indo-europeus. 

b)Período Homérico: séculos XX-VIII a.C. 

Caracterizado pela formação dos genos, que eram pequenas comunidades dirigidas por um chefe político, o basileu. 

No geno a terra era coletiva e cultivada por todos. Um conjunto de genos formava a fatria e um conjunto de fatrias formava uma tribo. 

Com o crescimento da população dos genos, as terras tornaram-se poucas para a agricultura e muitos abandonaram a região, gerando a desintegração do sistema. 

Ao saírem, dirigiam-se para as colônias do Norte da África, Sul da Itália, França e Espanha.A todas essas localidades, deu-se o nome de Mundo Grego. 

c) Período Arcaico: séculos VIII-VI a.C. 

Caracterizados pela formação das cidades-Estados, assim denominadas porque tinham governo e economia independentes. 

Seus govenantes, segundo o costume da democracia grega, podiam ser escolhidos pelo povo. 

d) Período Clássico: séculos VI-IV a.C. 

Caracterizado pela hegemonia e imperialismo das cidades de Atenas, Esparta e Tebas. 

Domínio da Macedônia 

Habitando o norte da Tessália, os macedônios eram de origem desconhecida, semi-bárbara.Mas embora não fossem gregos, participavam da política grega. 

O orador demóstenes, temendo seu poderio, alertava os gregos para o perigo de uma invasão macedônica, nos seus famosos discursos: as Filípicas. 

Governo: 

Dominava a Macedônia o rei Felipe II, que participava como juiz nas disputas entres as cidades gregas. Conhecendo a defesa das cidades, durante a luta entre Tebas e Esparta, ataca e sai vencedor. 

Após a vitória, morre, em 336 a.C, assassinado. 

Governo de Alexandre: 

Acreditava-se que ele era o própio filho de Zeus e da rainha Olímpia. Foi desde cedo enviado à Grécia para estudar. De grande cultura, chegou a ser discípulo de Aristóteles. 

Unificou o povo Grego e conquistou a pérsia, o Egito, A Mesopotâmia, a Fenícia, a Síria e a Palestina, construindo um dos maiores impérios da Antiguidade e transmitindo-lhe a civilização grega. Ou seja, Alexandre Magno propiciou a helenização dos povos conquistados. 

Fundou na foz do Nilo a cidade de Alexandria. 

Morreu aos 33 anos. Após sua morte o vasto Império desmorona, dividido por seus generais em 3 grandes reinos: 

Egito, Fenícia e Palestina: com Ptolomeu. Pérsia, Mesopotâmia e Síria: com Seleuco. Macedônia e Grécia: com Cassandro. 

Legado Cultural 

A base da cultura européia ocidental foi formada pelo legado dos gregos. 

Sua Filosofia permaneceu viva nos ensinamentos de Demócrito, Anaxágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles, Tales de Mileto etc. 

As obras dos grandes pensadores gregos são estudadas ainda hoje, como, por exemplo, "A república", "O banquete" e "Fedon" de Platão; e "A política" de Aristóteles. 

Na medicina destaca-se Hipócrates; Euclides e Pitágoras, na Geometria; Arquimedes, na Física. 

Nas artes a busca da perfeição estética foi uma constante. 

Durante o século V a.C. a cultura grega atinge seu apogeu, sob o governo de Péricles, que protegeu os artistas e ordenou a construção de inúmeros monumentos. 

Fídias é o maior escultor desse período.Sua estátua de Zeus Olímpico foi considerada uma das maravilhas do Mundo antigo. 

Miron destaca-se com o "Discóbolo", em homenagem aos atletas. 

Templos, teatros, anfiteatros e Odeons eram construído em mármore branco para a grandeza da Grécia, para que ela fosse vista pelos estrangeiros e sua beleza divulgada no mundo inteiro. 

Seus padrões de colunas eram invejados e copiados por outros povos. 

As peças de teatros ainda hoje são representadas em nossos teatros e seus autores, reverenciados: - Sófocles, Eurípedes e Aristófanes. 

O grego Heródoto é considerado o pai da História. 

Os Poemas de Homero 

Os poemas homéricos, Ilíada e Odisséia, narram esses tempos de lutas e de lendas. O primeiro narra a guerra entre gregos e troianos, com a vitória dos primeiros. A Odisséia, conta as aventuras de Ulisses (Odisseu), rei de Ítaca. Por isso, esse período é chamado de Tempos Homéricos. 

As Cidades Gregas 

As cidades gregas são encontradas nos tempos históricos mais remotos. Muitas dessas cidades apresentavam uma organização perfeita. Tomamos conhecimento dos genos, minúsculas comunidades naturais em que os gregos anteriormente viviam, apenas através das lendas e dos poemas homéricos. O genos era constituído por todos os que prestavam culto a antepassados comuns que tinham o mesmo sangue. Com o tempo, esses genos foram se agrupando, a fim de obterem melhores condições de vida, e deram origem a cidades. 

Os gregos, porém, fundaram muitas cidades, cada qual mantendo sua independência. Possuíam também seus próprios reis, hábitos e regulamentos. Apesar disso, os gregos sentiam que formavam um só povo, o que desenvolveu na Grécia o sentimento pátrio. 

As Colônias Gregas 

As colônias foram o meio utilizado pelos gregos para disseminarem a sua religião e seus hábitos por toda a extensão do Mediterrâneo. A fundação de colônias gregas não era devida à iniciativa do Estado. Um grupo de elementos, obedecendo à chefia de um, encarregado de levar o fogo sagrado, saía da mesma cidade à procura de um local onde pudesse se estabelecer e construir cidades independentes, ligadas apenas pela religião à cidade de origem. Essa modalidade de colônia é denominada

apoequia. 

No século X a.C., os atenienses criaram um novo tipo de colônia, a olerúquia. Era obra do Estado, e os emigrantes conservavam os seus direitos de cidadania. 

Algumas colônias gregas: vilas na Sicília, sul da Itália, Turquia, terras no mar Negro, Índia, Portugal e Sudão. 

A Evolução Grega 

Em algumas cidades, a agricultura foi substituída por outras atividades econômicas, que atraíram elementos estrangeiros e provocaram o aumento do números de escravos. As classes que não participavam da política aumentaram, numericamente, enquanto se agrupavam na cidade propriamente dita. Com isso, tomaram consciência da força que possuíam que até então haviam ignorado por causa de sua vida dispersa na lavoura. 

O aparecimento da moeda foi outro fator da revolução da econômica. Riquezas móveis se constituíram e, houve descontentamento entre as classes sociais inferiores. As lutas políticas sucediam-se. Como solução, promulgaram-se leis para regulamentarem as relações de classes. 

Os excessos de luxos constituíram uma das preocupações de quase todos os legisladores. Conhecem-se leis de Pítacos, Sólon e Zaleucos relativas ao uso de jóias femininas e cortejos fúnebres. 

Com a crise, o regime aristocrático propiciou o surgimento da tirania, representada pelo menos por duzentos tiranos distribuídos ao longo da história grega. 

Os tiranos gregos tinham como principal intuito serem aceitos pelo mundo como protetores da justiça e da religião, e procuravam rodear-se de literatos e de artistas, que os transformavam em elementos benfeitores, conseguindo-lhes com isso simpatia e prestígio. 

Espartanos e Atenienses 

Os atenienses constituíram a democracia padrão na Grécia clássica. 

Os espartanos, como mantinham condições de vida semelhantes a de um exército recluso, sofreram poucas modificações políticas, permanecendo sempre com as características de um Estado aristocrático. 

Tanto Esparta como Atenas mantiveram constantes lutas pela hegemonia grega. Atenas teve o seu apogeu no transcorre da época de Péricles (463-529 a.C.). Péricles foi o principal representante do partido democrático, que subiu ao poder em 463 a.C.. Teve como principal objetivo de sua política a melhoria das condições

de vida da população, transformando e melhorando também as características da política externa. 

Quanto à cultura, procurou atrair os intelectuais de todas as localidades da Grécia, favorecendo-os e instalando-os em Atenas. Sua época foi marcada por nomes de grandes personalidades: 

Fídias, arquiteto e escultor; Sófocles, autor de tragédias; Heródoto, o grande historiador; Ésquilo, autor de tragédias; Sócrates, o pai da filosofia; Eurípedes, autor de tragédias; Aristófanes, comediógrafo. 

No fim do governo de Péricles, eclodiu a luta entre Esparta e Atenas, que seria uma das mais longas e violentas guerras do mundo antigo, e que passou para a História como a guerra do Peloponeso. 

Os constantes desentendimentos bélicos entre as cidades gregas somente conseguiram abalar a unidade do país, propiciando a Filipe I I que concretizasse a sua conquista. 

Após haver conseguido impor-se aos gregos, muitos acreditam que o rei macedônio estivesse cuidando dos preparativos para submeter os persas, o que não conseguiu levar a contento, pois foi assassinado por Pausânias, em 336 a.C., deixando seu trono para seu filho, Alexandre. 

As Conquistas de Alexandre 

Contava, então, Alexandre, 20 anos, e era considerado um homem culto e admirador do helenismo, acreditando-se que tenha sido discípulo de Aristóteles. Tratou de consolidar, na Grécia, a obra de Filipe. Invadiu Tebas, e a destruiu. Venceu Atenas. Depois da vitória de Granico, submeteu a Ásia Menor, além de outras vitórias. Morreu em 323 a.C. 

Depois de sua morte, desentendimentos e lutas entre os generais provocaram a divisão do Império em 3 grandes reinos: 

o do Egito; o da Síria; o da Macedônia. 

Tempos depois, reinos menores originaram-se desses 3 grandes reinos: 

Epiro; 

Ponto; Bitínia; Galátia; Pérgamo; Capadócia; Pártia; Bactriana. 

Esses pequenos reinos constituíam os estados helenísticos. 

Período Helenístico 

Também na religião o regime se impôs. Foi estabelecido o culto dos reis, transformando o rei quase em um deus. 

A escultura helenística orientava-se no sentido de causar efeito, e se caracterizava pelas grandes proporções. Os principais centros esculturais foram Pérgamo e Rodes. O Colosso de Rodes era uma das setes maravilhas do mundo antigo. Na pintura, sobressaiu-se Apeles. Na poesia, notabilizaram-se Teócrito e Menadro. O historiador mais célebre foi Políbio. Na filosofia, aparecem Zénon, Pirro, Diógenes e Epicuro. Também viveram nessa época:

Euclides, o pai da geometria; Arquimedes, o pai da física. O apogeu da arte grega ocorre com a fusão da Macedônia, sendo esse período denominado de helenismo.

HISTÓRIA DA GRÉCIA

                              História Antiga 

O período inicial da história grega abrange três fases: (1) a Idade do Bronze (c.3000-c1200 A.C.), durante a qual floresceram as civilizações minoana e miceniana; (2) a Idade Média grega (c.1100-c.900 A.C.), quando se registraram vários surtos migratórios no Mediterrâneo; e (3) o Renascimento (séc. IX-VIII- séc. I A.C.), que assinala o triunfo da civilização helênica e a colonização, pelos povos da Hélade, de quase todo o mundo mediterrâneo e das costas ocidentais da Ásia Menor.

                                Civilizações Minoana e Miceniana.

Por volta do ano 3000 A.C, colonizadores procedentes da Mesopotâmia, ainda no estágio neolítico, ocuparam Chipre, Creta, algumas das Cíclades e áreas orientais da Grécia continental. Cerca de um século mais tarde foi introduzido o uso do cobre. Essa civilização, que teve como centro político e cultural Cnossos, em Creta, atingiu sua plenitude no séc. XV A.C. A antiga denominação dêsse povo é desconhecida, mas a maioria dos historiadores ,baseados em Homero, refere-se a uma civilização minoana, descendente de Minos. A escrita linear inventada pelos cretenses, com sinais para sílabas e números, ainda não foi decifrada.

Os núcleos populacionais de algumas das Cíclades e das regiões mais quentes da Grécia continental receberam a partir de 2600 A.C. novas ondas de colonizadores asiáticos, que se misturaram aos gregos ou helenos (jônios, dórios e sólidos) dando origem a uma vigorosa civilização, que floresceu em Micenas (Peloponeso), Tirinta e Pilos entre 1650 e 1125 A.C. Registros em escrita miceniana parcialmente decifrada, revelam que o grego era a língua dos governantes e que pelo menos alguns dos deuses olímpicos nomeados por Homero já eram então cultuados. O declínio do comércio com a Sicília, Tróia, Síria e Egito e o desastre iniciado com a guerra de Tróia levaram essa civilização ao colapsos.

                                       Movimentos Migratórios

À derrocada da civilização miceniana seguiram-se as migrações  que se desenvolveram no Mediterrâneo, sobre-tudo de povos oriundos do vale do Danúbio, que destruíram os estabelecimentos da Macedônia, do Epiro e de algumas áreas do mundo miceniano (aqueus, dórios, eólios e jônios). Somente Arcádia e Àtica lograram manter sua independência. A última dessas grandes migrações data de c.1000 A.C., quando os atenienses desfecharam a chamada migração jônica, concluída um século depois com a ocupação das Cíclades, dos setores central e ocidental da Àsia Menor e das ilhas adjacentes. Outros bandos estenderam essa àrea de caos à Itália, à Sicília e ao Norte da Àfrica.

                                     O Renascimento Grego.

Um oásis de civilização, formado pela Fenícia (v.), Palestina, Síria e Chipre, conseguiu sobreviver a êsse período caótico. Os fenícios fundaram Cartago e outras colônias e, juntamente com Chipre, renovaram o contato com as ilhas do Egeu, do Peloponeso Oriental e Atenas. Importante legado da Idade do Bonze foi a poesia épica, transmitida oralmente, e que tinha na Jônia seu maior reduto. O renascimento do espírito grego nos séc. IX a VIII A.C. foi um processo gradual, no qual a religião desempenhou papel preeminente. As tradições políticas do mundo miceniano mantiveram-se na Àtica, onde todos os cidadãos pertenciam a quatro tribos jônicas. Mais tarde, refugiados continentais organizaram seus pequenos Estados nas ilhas e na costa da Àsia Menor. Os dórios desenvolveram outro tipo de Estado em Creta e naLacônia. Na planície do Rio Eurotas, cinco aldeias uniram-se polìticamente para formar Esparta (v.), à qual ligou-se ìntimamente o nome do reformador Licurgo e que rapidamente dominou seus vizinhos mais próximos. Dois outros Estados dóricos, Corinto (v.) e Mégara, formaram-se da mesma forma, no decorrer do séc. VIII A.C.

                            A Expansão dos Estados Gregos

Os pioneiros do movimento de colonização foram os jônios da Àsia Menor que, liberados por Mileto, fundaram colônias nas costas do Mar Negro na primeira metade do séc. VIII A.C. Os jônios de Eubéia colonizaram a Ischia e a Sicília, e os das ilhas foram precursores da colonização da Trácia e da Ilha de Tassos. Os dórios do continente fundaram as colônias mais fortes . O surto de colonização continuou até c.550 A.C., quando centenas de colônias espalhavam-se na costa norte do Mediterrâneo, nas ilhas desde a Espanha ao Helesponto, no Mar Negro e na costa africana entre o Egito e Cartago. Os limites dessa área de colonização foram impostos pelos rivais marítimos dos milesianos, a Etrúria, a Fenícia e o Egito. As colônias gregas eram postos avançados da civilização helênica, radical e culturalmente fechados, de caráter nìtidamente comercial. A prosperidade súbita provocou perturbações políticas, sendo uma das primeiras a desagregação do velho sistema de aristocracia hereditária. Em Corinto, que passara a dominar o comércio ocidental, Cípselo implantou uma “tirania” que perdurou entre c.657 e c. 582 A.C.,

repetindo-se o exemplo em outros Estados. As dificuldades sociais decorrentes da prosperidade foram em muitos casos solucionadas por árbitros, dos quais o mais famoso foi Sólon de Atenas, nomeado em 594 A.C. Procurou Sólon ampliar a base econômica de Atenas, essencialmente agrícola e que permanecera à margem do movimento expansionista. Data dessa fase, entre 750 e 550 A.C., a adoção da moeda pelos Estados gregos.

                                      Conflito com a Pérsia

A expansão dos Estados gregos fôra favorecida por circunstâncias externas. Os Estados civilizados da Ásia Menor, da Síria, do Egíto, de Cartago e da Etrúria eram menos ricos e capazes do que os gregos, o que impedia a eclosão de qualquer conflito de maiores proporções entre êles. Tal situação, entretanto, modificou-se quando Ciro, o Grande, incorporou a Líbia ao Império Persa (546 A.C.). Pouco depois, em 514 – 513, Dario I (v.) obteve o contrôle das costas setentrionais do Mar Egeu, conquistou algumas ilhas gregas da Àsia Menor e do Helesponto e submeteu o rei da Macedônia. Com isso, a vida econômica de todo o universo helênico foi colocada à mercê dos persas. Por êsse tempo Esparta (v.) se tornara a maior potência grega, dominando (c.550) todos os Estados do Peloponeso (à execução de Argos) através de uma coalizão militar – a Liga do Peloponeso. Suas relações com Atenas, a outra grande potência helênica, não eram boas, o mesmo ocorrendo com diversos outros centros gregos (Argos, Egina, Tebas, Cálcis). Essa divisão do mundo helênico muito favoreceu a ação dos persas.  O primeiro esbôço de hegemonia nacional, ainda que precário, somente se desenhou entre 506-500 A.C., quando Atenas ingressou na Liga do Peloponeso. Em 498 ocorreu o primeiro choque de vulto entre persas e gregos, quando os jônios, liderados por Mileto, rebelaram-se contra o jugo de Dario I. A revolta somente foi sufocada em 494. Os persas restabeleceram  sua autoridade, estendendo-a, inclusive, à Macedônia. O esfôrço jônico, entretanto não fôra inútil, pois acordara a Grécia para o problema da união nacional, mais necessária do que nunca, ante a crescente ameaça do inimigo comum.

A guerra eclodiu em 490, quando Dario I capturou a Erétria e deportou seus habitantes. Comandados por Milcíades, os atenienses conseguiram rechaçar os agressores na Batalha de Maratona (490

A.C.). Uma revolta egípcia e outra babilônia retardaram por dez anos a nova tentativa persa, afinal iniciada (480 A.C.) sob o comando de Xerxes I (v.) que conquistou a Grécia continental até a Beócia, saqueando Atenas. As fôrças aliadas helênicas, sob a liderança de Esparta, retiraram-se para o Istmo de Corinto, e a população ateniense foi evacuada para a Ilha de Salamina. Aí os gregos se reorganizaram e partiram para a contra-ofensiva, infligindo severas derrotas aos persas em Salamina (480), Micale, Pláteia e Hímera. Pouco depois Atenas fazia uma aliança defensiva e ofensiva com vários Estados jônicos

   As Guerras do Peloponeso e o Século de Péricles.

Durante cêrca de meio século, após a derrota dos persas, o mundo helênico experimentou notável florescimento, apenas prejudicado pela primeira guerra do Peloponeso (460-445 A.C.), entre Atenas e a Confederação do Peloponeso, sob a liderança de Esparta. O séc V, conhecido como o “século de Péricles”, assinala a cristalização de tôda a cultura grega na História, no Teatro, na Filosofia, na Arte (v. Arte Grega; Clássica, Arte), na Medicina, na Arquitetura, etc. O período marca também o triunfo da democracia grega e do imperalismo do Mar Egeu. Com suas medidas, Péricles (v.) deu a cada cidadão liberdade de língua, de educação, de pensamento político e de direito ante a justiça; aumentou o mercado de trabalho, melhorou as condições econômicas e humanizou o tratamento dispensado aos asilados estrangeiros e escravos; e juntou a tais benefícios uma Constituição segundo a qual o indivíduo estava diretamente envolvido em matéria de política e de administração. Internamente, porém, cresciam as dissensões entre Esparta, líder do bloco peloponesiano, e Atenas, esta última revigorada por sua heróica atuação durante a guerra contra os persas. A segunda guerra do Peloponeso (431-404) levaria ao colapso da civilização helênica e à sua subsequente anexação ao Império Romano. A luta, que incluiu duas fases distintas (431-421 A.C. e 413-404 A.C.), terminou com a derrota de Atenas na Batalha de Egos-Potamos. O conflito devastara a Grécia, sobretudo do ponto de vista político e econômico-financeiro.

Esparta e os Movimentos de Independência (404-371 A.C.).

 Com a derrota de Atenas, a Constituição democrática de Péricles foi virtualmente substituída pela oligarquia dos “Trinta Tiranos”, instalada com o assentimento de Esparta. Pouco depois, entretanto, 400-399 A.C., Esparta teve de enfrentar uma nova agressão persa, comandada por Ciro, o Môço, que contava então com auxílio dos lacedemônios, revoltados contra o domínio espartano. O conflito (ao qual pertence o famoso episódio da retirada dos 10 mil, narrada por Xenofonte) terminou com a ignominiosa paz de 387-386 A.C., pela qual Esparta cedia à Pérsia o controle dos Estados helênicos no continente asiático e de algumas ilhas do Mar Egeu. Essa paz determinou a perda da primazia de Esparta sobre o mundo grego, que se viu envolvido então nas lutas de independência (379-371 A.C.), ao longo das quais três forças despontaram: Tebas (v.), a segunda Confederação Ateniense e a Liga Beócia.

A Disputa entre os Poderes Dominantes e os Distúrbios Político-Econômicos (371-346 A.C.).

 Liderada por Pelópidas e Epaminondas, Tebas derrotou o exército espartano em Leuctra, na Beócia, em 371 A.C. A hegemonia tebana, porém, não durou muito, pois Epaminondas acabou vencido na Batalha de Mantinéia (362 A.C.), na qual os espartanos contaram com a ajuda dos antigos adversários de Tebas, os atenienses. Exaustos e divididos, os Estados helênicos do continente formaram então uma liga (362-361 A.C.), da qual, entretanto, ficou excluída Esparta. A época marca a ascensão da Beócia no cenário grego e o início de acirrada disputa entre os poderes dominantes, os quais, após a “guerra social” e a “guerra sagrada”, entraram em colapso quase total, ocasionando graves distúrbios políticos e econômicos no já conturbado mundo grego, agora sob a ameaça da Fócida. Pouco depois, todavia, em 346 A.C., Filipe ll da Macedônia, agindo por delegação da anfictionia délfica, esmagava por completo o poderio dos fócios. A derrota da Fócida abriu caminho ao avanço macedônio nas terras da Grécia Central e, em 338 A.C., nos campos de Queronéia, Filipe da Macedônia derrotava a oposição armada de Atenas e Espartas,insuflada pela retórica de Demóstenes.

               O Período Macedônio (338-323 A.C.).

 Logo após a vitória de Cheronéia, Filipe organizou a Liga de Corinto, liderada pelos macedônios, que incluía todos os Estados da Grécia continental européia, exceto Esparta. Seu principal objetivo era a mobilização de todos os Estados helênicos para a luta contra o inimigo tradicional, a Pérsia. Os desígnios do grande chefe macedônio foram, entretanto, subitamente ceifados, quando um de seus generais o assassinou em 336 A.C. Sucedeu-o o seu filho Alexandre lll, de vinte anos, discípulo de Aristóteles e depois cognominado Alexandre, o Grande. Durante dois anos Alexandre cuidou dos problemas das fronteiras do império e sufocou uma rebelião em Tebas. Finalmente, em 334 A.C, Alexandre, à frente de 40 mil homens, cruzou o Helesponto e, de vitória em vitória, numa extraordinária campanha militar, ocupou todo o vasto Império Persa, chegando até a Índia. Esse grande idealista, que, mesmo vitorioso, soubera reconhecer e admirar as virtudes persas, não conseguiu, entretanto, um mundo unificado sob o governo conjunto de persas e helenos, como sonhara, em virtude de sua morte prematura, aos 32 anos de idade, na Babilônia.

A Macedônia e os Estados Gregos(323-224 A.C.)

 As conquistas de Alexandre na Ásia trouxeram grande prosperidade ao Mediterrâneo Ocidental. O acúmulo de capitais permitiu a Atenas equipar uma poderosa frota e fortalecer as defesas da cidade; com isso, os demais Estados da Grécia continental usufruíram muitos anos de paz. As notícias da morte do grande chefe, entretanto, restabeleceram o clima de insegurança, abalando assim as bases da aliança com a Macedônia. Mais uma vez o mundo helênico dividiu-se em dois campos opostos: de um lado, Atenas; de outro, sua tradicional inimiga – Esparta. Os sucessores de Alexandre não herdaram sua visão política de integração dos impérios grego e persa, o que ocasionou graves perturbações na própria política interna da Hélade. As cidades-Estados gregas, já emancipadas, voltaram à luta fratricida. Diversas ligas ou federações foram então criadas visando à unidade nacional, mas todas, a curto ou longo prazo, terminaram por fracassar. Do lado macedônio constituíra-se a mornaquia selêucida, que se viu envolvida, entre 275-224 A.C., na guerra contra o Rei Pirro, de Epiro, e pelas intrigas de Ptolomeu ll do Egito, além de várias outras monarquias helênicas. Quantos aos gregos europeus, pode-se

dizer que seu mais sério ensaio federalista foi a Liga Aquéia (280-146 A.C.), que reuniu quase todos os Estados do Peloponeso e algumas cidades de outras áreas, logo seguida da Liga Etólica, cujo período de fausto se estendeu de 245 a 213 A.C. Enquanto isto, com os macedônios disputando os despojos do Império Persa e os gregos ainda lutando por sua já esfacelada hegemonia interna, Roma congregava toda a Itália ao sul dos Apeninos, constituindo uma nova comunidade que seria, em breve, o novo poder dentro do mundo helênico.

                            Domínio de Roma

 De 224 a 205 A.c., os macedônios prosseguiram em sua tentativa de firmar-se no mundo grego, mas sem qualquer êxito significativo. O período de 205-146 A.C. marca o avanço dos romanos, que em 148, anexaram a Macedônia como província, esmagando dois anos depois as forças da Liga Aquéia. Posteriormente, todas as demais ligas foram abolidas e a democracia grega substituída por uma oligarquia de Estados sob a égide de Roma. Com o colapso da Liga Aquéia e a derrota de Corinto, principal foco de resistência, a Grécia passou à condição de província do Império Romano. Alguns Estados porém, como Atenas e Esparta, continuavam a manter seus direitos como civitates liberae. Os distúrbios no Império Romano passaram, todavia, a repercutir intensamente dentro do mundo grego, como aconteceu quando da primeira guerra contra Mitridates (88-85 A.C.) e do conflito entre Júlio César e Pompeu (48 AC.). Finalmente as requisições feitas à Grécia por Marco Antônio, em 31 A.C., para sustentar a sua campanha contra Otávio (futuro Augusto), constituíram o golpe de misericórdia para o país.

O Governo Imperial Romano (séc. l A.C. – séc. lll D.C.)

Ao reorganizar as províncias do Império Romano, Augusto incorporou a Tessália à Macedônia e converteu o restante da Grécia na Província de Aquéia, sob o controle de um procônsul senatorial romano residente em Corinto. Diversos Estados helênicos, incluindo Atenas e Esparta, mantiveram sua condição de cidade livre. Do ponto de vista econômico, entretanto, a nova província pouco iria lucrar.

Somente no campo da cultura é que o mundo grego faria ainda valer o poderio de sua glória passada e Atenas possuía uma das principais universidades do Império Romano. Aos poucos, Roma helenizava-se, e a Grécia colhia os frutos dessa influência, sobretudo durante os reinados de Cláudio e de Adriano. Até fins do séc. lll, quando Diocleciano reorganizou o império, os gregos tiveram de enfrentar o perigo de agressões externas, a última das quais se registrou em 269 D.C. A partir de então, a Província de Aquéia (ou da Grécia) passou a ocupar uma posição de privilégio na diocese de Mésia, na época em que o Cristianismo já começara a dominar e dividir o mundo romano. 

              O Período Bizantino (séc. lll – séc. XV)

Sob Constantino, o Grande, a Macedônia tornou-se uma diocese da Prefeitura da llíria e foi subdividida nas eparquias de Tessália, Aquéia (incluindo as ilhas Jônicas e do Mar Egeu), Epiro (incluindo as ilhas de Corfu e Ítaca) e Creta, enquanto as demais ilhas gregas formavam a eparquia da Diocese da Ásia. Foi introduzida uma complexa hierarquia de oficiais imperiais e elaborado um sistema de tributação para garantir a receita. A elevação de Constantinopla à condição de capital, em 330, foi prejudicial à Grécia, obrigada a competir com um novo centro cultural. O comércio e a agricultura declinaram. Somente a cultura helênica ainda gozava de algum prestígio, elevado ao máximo durante o reinado de Juliano, o Apóstata. Durante os séc. lV e V ocorreram as invasões de visigodos e ostrogodos, comandadas por Alarico e Teodorico, de vândalos, e no séc. IV a dos hunos, em Corinto. No séc. Vll sobrevieram invasões de ávaros e eslavos. Os imperadores da dinastia isauriana (séc. Vlll – séc.  Xll) prosseguiram na tarefa de reorganização das províncias em temas (divisões administrativas), iniciada, ao que parece, pelos imperadores heraclianos do séc. Vll. Por volta do séc. X, a Grécia estava dividida nos temas de Helas, Peloponeso, Nicópolis, Dirráquio, Cefalônia e Tessalonica, além dos temas marítimos de Samos e do Mar Egeu. Com a conquista de Constantinopla pelos cruzados (1204) e o subsequente estabelecimento de um império latino, a Grécia viu-se dividida entre os conquistadores latinos e os aspirantes bizantinos ao trono imperial, disputa essa que somente terminaria em 1453 com a tomada de Constantinopla pelos turcos.

A história moderna da Grécia compreende, inicialmente, um longo domínio turco, o qual, iniciado com a queda de Constantinopla, somente terminaria na primeira metade do séc XlX, ao surgirem os primeiros sinais de indepedência. Daí em diante, a Grécia caminha para a mornaquia, passa por uma breve fase republicana e retorna em 1935 ao regime monárquico, que perdura até os dias atuais.

                Domínio Turco (1453-1821)

 Em algumas regiões (Trebizonda, Epiro, Rodes, Chipre,Creta e Tênedos), o império dos gregos ainda sobreviveu à dominação turca durante alguns anos. Quase todas as ilhas jônicas lograram mesmo escapar-lhe. Os turcos otomanos gozaram de relativa popularidade durante os primeiros séculos de ocupação, o que se deveu, sobre-tudo, à capacidade administrativa dos primeiros sultões e, também, ao caráter não-opressivo dessa ocupação, pelo menos durante a fase áurea do império, identificado com o reinado de Suleiman, no séc. XVl. Outro fator preponderante nas boas relações greco-turcas foi o sistema político otomano, adaptado às condições locais e que, ao menos em parte, conseguiu assimilar a concepção helênica de nação-Estado. Com o correr do tempo, os gregos começaram a infiltrar-se nos quadros da administração turca, e vários dos mais importantes cargos administrativos eram destinados a gregos. Todos êsses fatôres contribuíram para um clima de relativa segurança e tranquilidade, afinal rompido na segunda metade do séc. XVIII, quando do início das manifestações do nacionalismo grego, severamente reprimidas pelos turcos.

O levante do Peloponeso, em 1770, marca virtualmente o início da moderna história da Grécia. A revolta, preparada e incitada pela Rússia, apanhou os turcos de surprêsa e logrou obter um êxito inicial. Em 1774, porém, os turcos conseguiram debelar o movimento, seguindo-se então um período de bárbaras repressões por parte das fôrças do sultão. Entre os levantes de 1770 e 1821 vários fatos históricos mudaram a situação, tornando-a favorável aos gregos, que passaram a despertar o interêsse de tôdas as grandes potências da época, sobretudo Rússia, França, Àustria e Inglaterra. A oportunidade concreta para a revolução surgiu em 1820, quando Ali Paxá (v.), governador provincial, rebelou-se contra Sultão Mahmud II. Os gregos levantaram-se em março de 1821 e a guerra prolongou-se até 1829.

Entretanto, desde a Batalha de Navarino, em 1827, estava garantido o triunfo grego.

                 A Primeira Fase da Independência (1829-64)

 Entre 1822, quando o Congresso de Epiro proclamou a independência nacional, e 1829, ano em que o Tratado de Andrinopla constituiu a Grécia como Estado soberano, o país atravessou uma fase conturbada, sendo o govêrno provisório exercido pelo patriota J. Capodistria, assassinado em 1831. Seguiu-se um período de caos durante o qual se registrou a ingerência de nações estrangeiras nos problemas gregos. Pela Conferência de Londres (1832), a Grécia foi definida como reino independente, sob a proteção da Grã-Bretanha, França e Rússia. Em 1833,a  nova monarquia grega passava a ser regida pelo Rei Oto, da Baviera, por imposição das potências protetoras,e no ano seguinte a capital foi transferida de Náuplia para Atenas. Oto governou até outubro de 1862, sempre assessorado por primeiros-ministros gregos, heróis da guerra da independência. Seu sucessor, o Rei Jorge I, filho do herdeiro ao trono da Dinamarca, foi escolhido conjuntamente em 1863 pelos representantes da Grã-Bretanha, Àustria, França, Prússia e Rússia.

                                   A Nova Monarquia (1863-1924)

Jorge I reinou por meio século (1863-1913), e seu reinado marcou uma nova era na história moderna grega. O período destaca-se pelos substanciais acréscimos territoriais feitos à Grécia, que ganhou a Tessália, a maior parte do Epiro grego e da Macedônia, Creta e a maioria das ilhas jônicas. Uma nova Constituição, a de novembro de 1864, abolia o Senado, substituindo-o por um Conselho de Estado nomeado pela coroa; estabelecia ainda eleições populares para a escolha dos governos locais; e, finalmente, definia a posição do rei, que seria apenas instrumento da vontade popular. Tal sistema passou à História com o nome de democracia monárquica, tendo sido aplicado por Jorge I durante 47 anos ininterruptos, até a sua revisão, em 1911. Êsse clima de estabilidade, contudo, foi por diversas vêzes abalado: em 1866, pela insurreição de Creta; em 1877-78, pela Guerra Russo-Turca; em 1896-1912, pelo levante conjunto de Creta e da

Macedônia; e, finalmente, em 1912-13, pela Guerra dos Balcans, no decurso da qual o Rei Jorge I foi assassinado (1913), sucedendo-o então seu filho Constantino I.Logo após, em 1914, era a I Guerra Mundial que abalaria a estrutura do regime. Ao Rei Constantino, afastado em 1917, sucedeu Alexandre, seu segundo filho, que contou com o apoio de um dos maiores nomes da vida pública grega, o Primeiro-Ministro Eleutherios Venizelos. Alexandre morreu em outubro de 1920 e, no mês seguinte, Venizelos perdeu o contrôle da situação. A 20 de dezembro daquele mesmo ano, Constantino foi reposto no trono sobe grande emoção nacional. Em janeiro de 1921, a ocupação de Smirna, na Anatólia, por fôrças gregas, deu origem a uma catastrófica disputa com a Turquia (1921-1922). Constantino, responsabilizado pelo desastre, abdicou em favor do Príncipe Jorge, depois Jorge II. Um ano depois, todavia, a junta revolucionária do Gen. Plastiras convencia o nôvo monarca a deixar o país. Essa junta renunciou em janeiro de 1924 e, em março, a República foi proclamada, sendo confirmada pelo plebiscito nacional de abril. Seu primeiro presidente foi o Almirante Pavlos Koundouriotis, herói das guerras balcânicas.

                                          A República (1924-35) 

 Koundouriotis foi logo deposto (1926) pelo Gen. Theodoros Pangalos, que, por sua vez, viu-se derrubado, naquele mesmo ano, pelo golpe de Estado do Gen. Georgios Kondylis. Êste convocou novas eleições e recolocou Koundouriotis no poder. Em face da gravidade da situação política, Venizelos foi novamente chamado para o cargo de primeiro-ministro em 1928 e, um ano depois, Alexandre Zaimis foi eleito o nôvo presidente. A República parecia ganhar estabilidade e apoio popular, mas, em verdade , era profunda a dissensão entre as correntes políticas antagônicas. A posição de Venizelos foi muito abalada pela crise financeira de 1932, e uma transformação no sistema eleitoral deu ensejo à formação de diversos grupos que passaram a disputar o poder. Duas facções sobrepujaram as demais: a dos populistas, sob liderança de Panayiotis Tsaldaris e que não disfarçava sua intenção de restaurar a monarquia; e a dos liberais, chefiada por Venizelos e que se batia pela reeleição de Zaimis no pleito de 1934.

                            A Restauração da Monarquia

 Em março de 1935 malogrou um golpe de Estado cujo objetivo era colocar Venizelos no poder e frustrar as pretensões realistas. Isto significou o fim da carreira política de Venizelos, tornando certo o retôrno de Jorge II, o que de fato ocorreu em fins de 1935. A monarquia foi restaurada, e a Constituição de 1927, substituída pela de 1911. A Grécia muito sofreu com a ocupação nazista durante a II Guerra Mundial quando o Rei Jorge II viu-se obrigado a partir para o exílio. Terminado o conflito, era flagrante a ascensão da influência dos comunistas, que, entre 1946 e 1949, chegaram mesmo a instalar um governo provisório nas montanhas setentrionais. Por algum tempo, os destinos da nação estiveram entregues ao arcebispo de Atenas, Dimitrios Papandreou, mas, em 1946, um plebiscito decidiu pela volta de Jorge II. Este pouco sobreviveu, sendo sucedido, em 1947, por seu irmão Paulo. A Grécia passou então a receber ajuda maciça dos E.U.A. para conseguir alcançar seus objetivos quanto a um equilíbrio econômico-financeiro. Apesar disto, ao longo dos últimos 20 anos, o país vem tendo de enfrentar sucessivas crises políticas e internacionais. A questão de Chipre, por exemplo, tem contribuído muito para a debilitação do regime, já de si conturbado por graves distúrbios internos. As eleições de 1964 deram significativa maioria parlamentar a Georgios Papandreou; nesse mesmo ano, entretanto, morreu o Rei Paulo, que foi sucedido no trono por seu filho Constantino. O nôvo monarca demitiu Georgios Papandreou, substituindo-o por seu filho Andreas, e, em dezembro de 1966, autorizou Ioannis Paraskevopolos, presidente do Banco Nacional, a formar nôvo gabinete. Em março de 1967 o govêrno renunciou, assumindo como primeiro-ministro Panayotis Kanellopoulos, líder da União Radical Nacional. O Parlamento foi dissolvido a 14 de abril, a 21 um grupo de militares derrubou o govêrno, aparentemente à revelia do rei, ocupando Atenas. Sob pressão, Constantino II concordou em apoiar o nôvo regime, chefiado por Konstantinos Kollias. A 13 de dezembro, após uma tentativa frustrada de retornar o contrôle da situação, o Rei Constantino abandonou o país. Tornou-se primeiro-ministro o Cel. Georgios Papadopoulos, sendo o Gen. Georgios Zoitakis nomeado para a regência do trono. Em 1968, após o plebiscito de setembro foi promulgada a nova Constituição.

                         SOCIALISMO-DEMOCRATA

       (Atual sistema de Governo na Grécia)

 Em construção

Bibliografia BARSA

 A Civilização Grega foi uma das maiores e mais importantes civilizações do mundo Antigo. Esta importância se dá pelo fato de este povo ter influenciado uma série de outros povos com seus traços culturais, tanto na Antiguidade como na época contemporânea. Você já ouviu falar da democracia como forma de organização política? Foi na Grécia antiga que ela foi criada. Noções matemáticas como o teorema de Tales ou a geometria de Euclides também foram desenvolvidas nessa civilização.A história dessa civilização durante a Antiguidade se estendeu por mais de 2.000 anos, motivo que levou os historiadores a dividirem-na em cinco períodos:

Pré-Homérico – do século XX ao século XII a.C. Homérico – do século XII ao século VIII a.C. Arcaico – do século VIII ao século VI a.C. Clássico – do século V ao século IV a.C. Helenístico – do século IV ao século I a.C.

Período Pré-HoméricoFoi nesse período que chegaram os primeiros povos à região da Península do Peloponeso, região do Mar Egeu com litoral recortado, muito montanhoso e com poucas terras férteis. Os primeiros a chegarem foram os aqueus, vindo depois os eólios, os jônios e os dórios. Eram povos indo-europeus que vinham do norte da península. Como os aqueus estavam há mais tempo no local, criaram cidades, principalmente entre 1400 e 1100 a.C., das quais a mais importante foi Micenas, de onde originou o nome de civilização micênica, que indica o processo civilizatório do período.Contudo, a principal influência desse período se deveu à civilização cretense. Os cretenses ou minoicos (nome de um de seus reis) habitavam a ilha de Creta, muito próxima à Península do Peloponeso. Marcaram culturalmente e economicamente o período. Entretanto, a civilização desapareceu bruscamente por volta de 1750 a.C., em virtude, provavelmente, de um terremoto ou da invasão dos povos gregos, inicialmente os aqueus e depois os dórios.Período HoméricoO período Homérico se iniciou com a invasão dos dórios à região, conquistando-a principalmente pelo fato de usarem armas de ferro, mais resistentes que as desenvolvidas na civilização micênica. O nome Homérico está ligado ao fato de dois poemas terem servido de estudo para os acontecimentos ocorridos após a invasão dórica. Supostamente existiu um poeta de nome Homero, que teria escrito a Ilíada e a Odisseia, a partir de relatos orais sobre a história dos séculos anteriores a ele. Esses poemas são importantes no estudo da civilização grega por serem a expressão cultural do povo na época, principalmente a forma como entendiam a relação entre homens e deuses, baseada em sentimentos como amor, ira, inveja e vingança, o que levava os deuses a interferirem na vida dos humanos.  Expressam ainda locais que formaram o mundo grego antigo, bem como a exposição dos elementos mitológicos desse povo.Nesse período, os gregos se organizavam em pequenas comunidades chamadas genos, dando um caráter patriarcal à organização social do período, o que representava também uma volta ao mundo rural.Período ArcaicoNesse período se iniciou a ascensão da civilização grega em seu domínio em parte da região mediterrânica. Foi nele que se formou a pólis, a cidade-Estado grega, com suas instituições políticas, primeiro a monarquia e depois a oligarquia, destacando-

se principalmente as cidades de Atenas e Esparta. Passaram a desenvolver o comércio marítimo e houve a expansão da civilização, seja para o interior da península ou para a constituição de colônias na Ásia Menor, no Mar Negro ou mesmo na Península Itálica.Período ClássicoNo período Clássico, a civilização grega conheceu seu apogeu, principalmente em Atenas, com um importante desenvolvimento cultural: na arquitetura, pode-se destacar o Parthenon e os teatros de arena; nas artes, as esculturas, as pinturas em cerâmica e a produção teatral; na filosofia, há o destaque para Sócrates, Platão e Aristóteles. No aspecto político, a constituição do regime democrático em Atenas.Em sua relação com os demais povos, os gregos estabeleceram várias guerras, principalmente com os persas, originando as Guerras Médicas. A primeira foi contra as tropas do rei persa Dário I. A segunda contra as tropas de seu filho, Xerxes. Porém, os interesses divergentes entre os gregos os levaram a lutar entre si. Destaca-se a Guerra do Peloponeso que opôs principalmente as cidades de Atenas e Esparta.Essas guerras internas levaram à divisão do mundo grego e, posteriormente, a seu enfraquecimento.

Período HelenísticoCom o enfraquecimento do mundo grego, o rei da Macedônia, Felipe II, pôde conquistar a Grécia e unificá-la novamente. Mas foi com Alexandre, filho de Felipe II, que a influência grega se expandiu para quase todo o mundo antigo, principalmente depois da derrota infligida ao Império Persa, em 330 a.C., comandado à época por Dario III. A expansão do Império Macedônico levou a cultura grega ao Oriente, onde houve uma fusão cultural, unindo elementos das culturas gregas e orientais.

Por Tales PintoGraduado em História