Dores Psicossomáticas

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Dores Psicossomáticas Estas dores como o seu nome diz são dores que apesar de doerem no corpo e de serem bem reais em termos físicos, nada têm a ver com o físico. Isto parece mentira mas é mesmo assim que funciona. Dói imenso em termos físicos e a dor pode ser ou não localizada mas ela não está lá no físico apesar de dar essa sensação. Ou seja, não existe alteração de tecidos, nem existe alteração da fáscia, nem existe uma somatização capaz de provocar dor . A verdade é que até pode existir algo no físico, mas essa dor não está no físico. A dor não existe no corpo. Ou seja a dor não tem uma causa física para a sua existência. A dor não existe nos tecidos (não existe nada físico a provocá- la) apesar de ser bem sentida e das dores que provoca serem bem reais. Ela pode estar relacionada com algum traumatismo físico ocorrido no passado, mas agora essa dor não é física mas sim psicossomática. Ou seja esta dor não existe em termos físicos mas em termos psicossomáticos (manifesta-se no físico, mas não porque exista um problema físico, mas sim porque existe algo a nível psicológico, mental e ou emocional). O facto da pessoa ou do local ter sofrido dor no passado, leva a pessoa a acreditar que a lesão ainda se mantém e leva os profissionais a acreditarem que o problema ainda se mantém. Estas dores enganam quer a pessoa/paciente quer os mais diversos profissionais pois são bem reais e são bem dolorosas ..... apesar de não serem físicas. Estas dores são quase sempre constantes ao longo do dia e muitas das vezes incapacitam a pessoa por completo para o seu dia a dia. Esta é outra das razões das dores crónicas . A resolução destas dores psicossomáticas passa por:

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Dores Psicossomáticas

Estas dores como o seu nome diz são dores que apesar de doerem no corpo e de serem bem reais em termos físicos, nada têm a ver com o físico.

Isto parece mentira mas é mesmo assim que funciona.

Dói imenso em termos físicos e a dor pode ser ou não localizada mas ela não está lá no físico apesar de dar essa sensação. Ou seja, não existe alteração de tecidos, nem existe alteração da fáscia, nem existe uma somatização capaz de provocar dor.

A verdade é que até pode existir algo no físico, mas essa dor não está no físico. A dor não existe no corpo. Ou seja a dor não tem uma causa física para a sua existência.

A dor não existe nos tecidos (não existe nada físico a provocá-la) apesar de ser bem sentida e das dores que provoca serem bem reais.

Ela pode estar relacionada com algum traumatismo físico ocorrido no passado, mas agora essa dor não é física mas sim psicossomática.

Ou seja esta dor não existe em termos físicos mas em termos psicossomáticos (manifesta-se no físico, mas não porque exista um problema físico, mas sim porque existe algo a nível psicológico, mental e ou emocional).

O facto da pessoa ou do local ter sofrido dor no passado, leva a pessoa a acreditar que a lesão ainda se mantém e leva os profissionais a acreditarem que o problema ainda se mantém.

Estas dores enganam quer a pessoa/paciente quer os mais diversos profissionais pois são bem reais e são bem dolorosas ..... apesar de não serem físicas.

Estas dores são quase sempre constantes ao longo do dia e muitas das vezes incapacitam a pessoa por completo para o seu dia a dia.

Esta é outra das razões das dores crónicas.

A resolução destas dores psicossomáticas passa por:

1) Compreender e levar a pessoa/paciente a ver que elas não são físicas.

Esta é uma tarefa muitas vezes bastante complicada pois a pessoa não acredita que algo que dói tenha um origem emocional ou psicológica e continua a teimar que o que tem é dor física. Afinal o que dói é o corpo e torna-se difícil alguém acreditar que o seu corpo não tem nada..

Infelizmente enquanto a pessoa não permitir que se faça outro tipo de abordagem, não é possível eliminar as suas dores "físicas" (que se manifestam no físico). Esta é uma das causas de algumas fibromialgias e dores crónicas "não terem cura".

Quando a pessoa não admite que as dores possam ser da sua cabeça e ela não aceita fazer tratamento à sua parte mental, emocional e psicológica ela não se vai conseguir libertar deste tipo de dor.

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Algumas fibromialgias e dores crónicas são psicossomáticas e nada têm a ver com o físico.

2) Fazer um trabalho de procura e libertação das origens emocionais ou psicológicas que estão por detrás das dores psicossomáticas.

Também aqui o problema não é nada fácil pois a pessoa nunca vai ao psicólogo para trabalhar um dor "física".

Como se não bastasse, o psicólogo muitas das vezes não está preparado para lidar com estas queixas e sintomas, pois são demasiado físicas.

E por ultimo, as causas psicológicas costumam estar bem além das técnicas e dos conhecimentos do psicólogo ou dos muitos profissionais que lidam com o assunto. Muitas destas dores psicossomáticas são dores que vêm do inconsciente ou que vêm da alma que são áreas ainda desconhecidas para muitos profissionais.

3) Muitas das vezes as dores psicossomáticas também têm uma mistura de dores físicas e emocionais (sobretudo na sua origem) que estão de tal maneira interligadas que se torna muito difícil saber por onde começar e mesmo quando se sabe por onde começar, os resultados levam tempo e dão demasiado trabalho.

As dores psicossomáticas são também muitas vezes encontradas na fibromialgia e em dores crónicas e o facto de doerem no físico leva os pacientes a nunca acreditarem que elas tenham uma causa emocional nem psicológica e dessa forma torna-se impossível fazer seja o que for para as aliviar.

Esta é a principal razão porque muitas dores crónicas e algumas fibromialgias não se conseguem eliminar enquanto a pessoa não aceitar fazer um trabalho emocional e psicológico para se libertar das suas emoções  e dos  problemas (e de outros componentes) que lhe provocaram fortes alterações emocionais e ou psicológicas.

Chegados aqui, poderíamos pensar que bastava fazer apenas um trabalho a nível emocional e psicológico e tudo se resolveria.

Nada mais errado. A maior parte destes problemas emocionais e psicológicos estão muito abaixo do nível de consciência da pessoa e ela não se apercebe de que eles existem nem de que eles a afectam.

A pessoa por mais que olhe para o seu passado nunca consegue encontrar nenhum trauma nem nenhum problema emocional e muito menos um que possa ser responsável pelas suas dores. (Na verdade pode nem existir nenhum problema no seu passado).

A maior parte destes problemas emocionais existem a um nível inconsciente e sem qualquer percepção da pessoa acerca da sua existência. Da mesma forma podem nem existir no seu passado como traumas ou problemas.

Esta é também a razão de serem muito poucos os profissionais que se apercebem de que existe uma razão emocional e psicológica por detrás da dor que a pessoa tem.

E menos ainda aqueles que conseguem trabalhar estas situações.

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Esta é uma daquelas situações que não se vê nem se apercebe, quer pela pessoa quer pelo profissional.

Quando determinada dor se mantém ao longo de anos, apesar das boas abordagens e terapêuticas efectuadas, então é bom suspeitar de que pode existir algo "invisível" por detrás da dor.

E que lidar com essa dor e com essa pessoa não vai ser um trabalho fácil e que irá sempre falhar até ao dia em que a pessoa/paciente pare e aceite a possibilidade da sua dor ter uma causa emocional/psicológica.

Depois há que encontrar quem se entenda com esse tipo de problema pois não é um trabalho para as abordagens tradicionais.

Problemas deste tipo têm causas que não se vêm nem se estudam nas abordagens tradicionais.

As dores psicossomáticas (tal como as somático emocionais e as fasciais e miofasciais) são muitas das vezes as responsáveis pela dor crónica e pelas fibromialgias.

Muitas doenças, dores, disfunções, etc. são psicossomáticas ou seja têm a sua origem na mente.

Saber identificar quais as suas causas e corrigi-las á uma arte que requer aprendizagem e experiência e não apenas formação.

Isto explica a razão de muitas doenças, dores, problemas físicos, disfunções, etc. se dizem sem tratamento ou não reagem aos tratamentos.

Quando se aprende a identificar e a corrigir as causas dos problemas, tudo ou quase tudo se torna possível.

É desta forma que dores crónicas, dores miofasciais, dores psicossomáticas, fibromialgias e muitos problemas que frequentemente se dizem sem solução, podem ser corrigidos em muito pouco tempo.

No entanto, levar a pessoa a olhar sua mente e as suas decisões tomadas a nivel inconsciente ou que existem no seu inconsciente não é nada fácil uma vez que isso requer prática; e muita colaboração da pessoa.

Este costuma ser o factor mais dificil de ultrapassar uma vez que nunca ninguém nos ensinou a fazer esse trabalho.

Para além disto o problema, a dor e a doença foram a solução encontrada pela pessoa e pelo seu inconsciente para lidarem e resolverem determinado problema e ficar sem esse problema, dor ou doença é algo que a pessoa inconscientemente nunca quer fazer.

E como todos sabemos, o nosso inconsciente tem muito mais força do que a nossa vontade consciente.

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E esta é a principal razão pela qual muitas pessoas nunca se conseguem libertar de fibromialgias, dores crónicas, doenças, problemas, sentimentos, etc.

Ela quer uma coisa mas o seu inconsciente quer outra e ele acaba sempre por vencer... a menos que ela faça algo de diferente por forma a entender e vencer o seu inconsciente e as suas decisões inconscientes.

O que é psicossomatização?

É um processo pelo qual cargas emocionais e/ou psíquicas individuais ( ou não)são traduzidas na forma de distúrbios /sintomas físicos com ou sem causa orgânica específica.

A percepção do mundo ,desde o que nos cerca até ao que vai em nosso interior, passa pelo crivo de avaliação do nosso hipotálamo, que age de acordo com nosso aprendizado adquirido .

Esse aprendizado dita normas que estão ligadas à inúmeros fatores ,por exemplo :sociais, étnicos e conjunturais.

A própria questão emocional, ainda em grande discussão cientifica e clinica ( neuro-psico endocrinologia), possui certa dependência genética como podemos observar na qualidade de resposta individual intrínseca a que cada um de nós possui : uns mais reativos e outros menos diante do mesmo estímulo.

O córtex cerebral é responsável pelas nossas interpretações do meio externo e internos, e é através dele que os estímulos são avaliados baseado em nossas experiências , sensoriais e emocionais anteriores. Essas respostas enviam estímulos ao hipotálamo.

O hipotálamo faz parte do sistema Límbico , que é a sede de nossas emoções e o gatilho às pressões emocionais a que estamos submetidos. Ao perceber um estímulo reage bioquimicamente liberando hormônios para a hipófise.

A hipófise é controlada pelo hipotálamo, portanto ela é susceptível as variações emocionais a que estamos submetidos ,e seus estímulos recebidos passam pelo crivo hipotalâmico.

Ela também é a sede de nosso controle hormonal através de processos de retroalimentação do tipo estímulo positivo ou estímulo negativo sobre outras glândulas endócrinas.

Uma das glândulas envolvidas no processo de percepção e reação aos estímulos dolorosos são as supra renais. Dentre seus hormônios produzidos temos as catecolaminas,que conhecemos pelos nomes de adrenalina, norepinefrina, e também o cortisol.

Esse sistema córtico hipotalâmico permite que os estímulos dolorosos (entre outros) sejam sinalizadores de proteção à nossa integridade física e emocional.

Situações de estresse (de risco qualquer ,tanto físico ou emocional, não importa!) colocam todo esse circuito em alerta e em funcionamento para a manutenção da homeostasia ( equilíbrio) de nosso organismo.

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Quando falamos de psicossomatização precisamos,também, ter a dimensão de suas manifestações nas populações, vejamos alguns dados coletados pela revista Veja em 2008, que nos mostra o perfil geral e a prevalência (figuras 2 e 3 ) :

 

 

Perfil dos pacientes com Psicossomatização /2008

20% a 26% da população mundial manifestam sintomas.

Mais comum em pacientes do sexo feminino - sintomas severos.

 

43% manifestam depressão.

22% manifestam síndrome do pânico ou ansiedade.

63% das consultas clínicas são queixas sem causa orgânica.

40 anos é a idade em que se manifestam os sintomas.

São os principais usuários dos sistemas de saúde.