Dons Ministeriais

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Os dons Ministeriais “Servi uns aos outros, cada um conforme o Dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que em todas as coisas seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (I Pe 4:10,11) A maneira mais plena e eficaz de servirmos uns aos outros e glorificar a Deus é fazendo através do Dom ministerial que recebemos. Existem muitas formas de categorizar os dons. Esta é apenas uma delas visando facilitar o aprendizado. Categoria dos dons espirituais: 1) Adquiridos: Ex: Línguas estranhas e estrangeiras, intercessão, pregação responsável (profecia), adoração (louvor). São dons estáticos recebidos e desenvolvidos mediante fé e consagração (prática). Estes dons tem grande influência na formação do nosso homem interior, bem como do nosso caráter. Estes dons adquiridos dependem do nosso interesse em buscá-los, recebê-los e praticá-los. “Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.” (I Co 14:1) 2) Manifestantes: Ex: Visão, curas, milagres, profecia (revelação), etc. São manifestações esporádicas do Espírito Santo. Eles não dependem da nossa vontade, mas da vontade do Espírito Santo para serem manifestados. São manifestados oportunamente para um fim útil, complementando sobrenaturalmente a limitação do ministro e da ministração, beneficiando os ministrados. “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” (I Co 12:7) Missão Ágape – ETAPA – Dons Ministeriais 1

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Os dons Ministeriais“Servi uns aos outros, cada um conforme o Dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que em todas as coisas seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (I Pe 4:10,11)

A maneira mais plena e eficaz de servirmos uns aos outros e glorificar a Deus é fazendo através do Dom ministerial que recebemos.

Existem muitas formas de categorizar os dons. Esta é apenas uma delas visando facilitar o aprendizado.

Categoria dos dons espirituais:

1) Adquiridos: Ex: Línguas estranhas e estrangeiras, intercessão, pregação responsável (profecia), adoração (louvor). São dons estáticos recebidos e desenvolvidos mediante fé e consagração (prática). Estes dons tem grande influência na formação do nosso homem interior, bem como do nosso caráter. Estes dons adquiridos dependem do nosso interesse em buscá-los, recebê-los e praticá-los.“Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.” (I Co 14:1)

2) Manifestantes: Ex: Visão, curas, milagres, profecia (revelação), etc. São manifestações esporádicas do Espírito Santo. Eles não dependem da nossa vontade, mas da vontade do Espírito Santo para serem manifestados. São manifestados oportunamente para um fim útil, complementando sobrenaturalmente a limitação do ministro e da ministração, beneficiando os ministrados.“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” (I Co 12:7)“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” (I Co 12:11)

3) Vocacionais ou Ministeriais: Estes são os dons que no momento estaremos estudando.

Dom ministerial diz respeito a um carisma nato, uma aptidão inerente que destaca uma facilidade e habilidade sobrenaturalmente natural ao exercer determinada prática. Aqui cabe confortavelmente o conceito de predestinação.

Algumas distinções práticas:

- Nosso dom ministerial nem sempre tem a ver com facetas do nosso temperamento. Ex: ser matraca não quer dizer que a pessoa tenha o Dom da pregação (profecia dinâmica).- Nosso dom ministerial nem sempre tem a ver com um talento adquirido. Ex: Ser um pianista não significa que a pessoa tenha um talento nato para a música.

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- Nosso dom ministerial não nos dá o direito de negarmos nossas responsabilidades como cristãos. Ex: não ser um evangelista não quer dizer não evangelizar. Não ser um músico não quer dizer não adorar, etc.

Os dons ministeriais são inerentes á personalidade de cada um sendo facilmente identificados através do perfil motivacional da pessoa. Ou seja, aquilo que mais a motiva, que mais a realiza. Estes dons se expressam através de qualidades diversas, as quais definem a índole vocacional e o chamado ministerial dado por Deus com antecedência.“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2:10)

Estes dons são resultado do poder criativo de Deus. São um incentivo ao serviço. Só há uma maneira de dominar a terra, servindo-a. Estes dons são confirmados e desenvolvidos mediante boas obras. Estas boas obras podem ser definidas como o projeto da boa, perfeita e agradável vontade de Deus para as nossas vidas.Como isso, podemos nos sintonizar com a nossa vocação e destino em Deus. Caráter e vocação são as componentes fundamentais do destino. Nosso destino depende da presença equilibrada destes dois elementos.Quando isto acontece, fluímos na plenitude da nossa identidade. A vida passa a ter um sentido profundo e eterno.

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu filho; a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmão. E aos que predestinou a estes também chamou: e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” (Rm 8:28-30)O dom ministerial é um decreto de Deus. O chamado é só uma consequência deste decreto.Nosso Dom ministerial só alcança seu pleno sentido na mesma proporção que somos transformados na imagem de Cristo. Vocação e caráter precisam andar juntos. Caso contrário podemos colocar nosso dom ministerial a serviço do próprio satanás.Antes da predestinação ministerial existe uma predestinação (forte intenção em influenciar nosso futuro) em sermos redimidos em Cristo.

As bênçãos de estarmos no plano ministerial de Deus:

- Tudo pode ser convertido em bem pessoal e coletivo. Tudo passa a ser um agente de cooperação. O ministério das adversidades é eficaz para moldar um ministro eficaz.- Predestinação ministerial: Os dons ministerias são uma elaboração profética de Deus para as nossas vidas. Eles garantem nossa utilidade para muitos. Esta é também uma garantia de que Deus tem um plano para nós, um destino glorioso nele. Independentemente do homem ignorar ou não o chamamento de Deus, o plano existe para todos.- Justificação: Deus garante que vai advogar cada uma de nossas causas. Ele vai chamar para si todas as nossas demandas quando obedecemos ao seu chamado.- Glorificação: é a infestação do caráter de Deus na nossa natureza, ou seja, nos conformarmos à imagem de varão perfeito em Cristo Jesus.

A palavra final acerca do destino de uma pessoa é determinada por ela mesma. Biblicamente, é perfeitamente possível frustrar os planos específicos ou pessoais de Deus. O que não se

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pode é frustrar seu propósito maior tão bem desfechado em Apocalipse. Planos são flexíveis, o propósito de Deus é eterno e imutável.Exemplificando:1) Is 5 – A parábola da videira.2) “Porque não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei Jacó, e aborreci Esaú. Que diremos pois? Que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. (Rm 9:11-14)Paulo primeiramente fala sobre o chamado de Esaú e Jacó e finaliza com a resposta de ambos em relação a este chamado.Qual foi o chamado ministerial de Esaú? Ser um servo, recebendo as bênçãos que a lei da grandeza confere. Deus estava chamando Esaú da mesma forma como ele chamou a Jesus. Esta era a determinação de deus: “O maior servirá o menor”. Assim como Jesus serviu ao homem (Adão), Esaú serviria a seu irmão Jacó. Mas, por fim, devido à responsabilidade humana (e não divina) no chamado, assim como Deus deu a primogenitura de Adão a Jesus devido à desobediência de um e obediência do outro, assim também, por causa da desobediência Esaú perdeu sua primogenitura para Jacó (Hb 12:16; Gn 28:15,20,21; Gn 32:26).Ainda que Adão, como também Esaú, frustraram o plano original de Deus, todavia seu propósito geral de encher a terra com o conhecimento da sua glória permaneceu firme em Jacó e Cristo Jesus.Quando a Bíblia declara em Rm 9:13 – “Amei a Jacó e aborreci Esaú”, isto não faz parte do chamado ou predestinação ministerial em Gênesis. Isto foi declarado por Deus através de Malaquias em virtude das escolhas que ambos fizeram. Enquanto Jacó se dobrou ao duro processo da correção divina sendo aprovado, Esaú obrou o mal e foi reprovado trazendo maldição sobre si e seus descendentes. Aqui Deus apenas esclarece que faz diferença entre o justo e o injusto, entre o que serve a Deus e o que não serve a Deus.

Os dons ministeriais são dados por Deus para que as pessoas exercitem estes dons dentro dos propósitos divinos, mas as Escrituras deixam claro que apesar de deus já nos criar com determinados dons e aptidões, existe a real possibilidade de frustrarmos, ou parcialmente, ou integralmente as intenções de Deus para a nossa vida. (Rm 9:25-27)

Características:

1) São concedidos pela graça divina mediante uma proposta eterna e gloriosa para cada um de nós. Juntamente com o dom ministerial, Deus pela sua graça está colocando ao nosso dispor o destino mais nobre que poderíamos dar às nossas próprias vidas.2) São inatos das pessoas. (Rm 9:11)3) São irrevogáveis. (Rm 11:29)Não importa como os usaremos, são talentos que pertencem a nós. É claro que de tudo daremos conta a Deus.4) São responsáveis pela nossa índole vocacional.5) São extremamente úteis no propósito de Deus para cada um. Eles são a base da identidade ministerial. Devem ser usados no corpo e através do corpo de Cristo.6) Devem ser exercitados para haver o aperfeiçoamento. Ex: Parábola dos talentos.7) Devem se usados com temperança. (Rm 12:3) Tomar muito cuidado com a soberba.

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Descobrindo seu dom:

“Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor. Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” (Ef 4:1-3)

1) Nossa motivação básica:O dom está ligado a uma motivação que ganhamos ou que se reaviva depois de uma conversão genuína a Cristo. O compromisso com Jesus redunda num compromisso com sua obra.O dom revela-se naquilo que realmente gostamos de fazer. É por isto que as verdadeiras “boas obras” não são um fardo para o cristão, mas antes, um prazer. Operar no dom ministerial adequado é uma grande segredo para sermos abundantes na obra do Senhor sem nos desgastarmos. (Cl 1:10)

2) Envolva-se ativamente: Quando você começa a participar das atividades ministeriais existentes, você naturalmente vai conseguir discernir sua identidade ministerial. O princípio é servir, fazer de alguma maneira, o que vai lhe conceder maturidade e compreensão de quem você é ministerialmente.Se você não tem certeza de qual é sua vocação ministerial, não se acomode na posição de espectador, mas envolva-se, sirva alguém comprometidamente, supra as necessidades ministeriais que você está percebendo. Este é o caminho para você experimentar o que Deus tem especificamente para você.Uma necessidade não é um chamado, mas pode ser um bom começo para entendê-lo.Ex: Filipe – At 6:5; 8:5,6,26-40 / Barnabé.

3) Total realização:O dom está ligado ao que fazemos por completo, ao que fazemos até o fim sem esmorecermos. Deus nos usa à medida em que somos fiéis, por isso ele fará maiores realizações, na medida em que somos bons despenseiros dos dons que recebemos.

4) Reconhecimento dos irmãos:Aqueles que estão ao nosso redor e nos conhecem testificarão da nossa vocação. Isto realmente sela nossa identidade ministerial. Portas começam a abrir de dentro para fora. Pessoas te procuram para receber da sua identidade ministerial. Pessoas te convidam para ministrar.Você não precisa dizer que tem determinado Dom, as próprias pessoas irão dizê-lo quando você é um despenseiro fiel.

Razões porque uma pessoa não consegue discernir seu dom ministerial:

1) Amargura na vida em relação à Deus.Imagem negativa de si mesma que leva a pessoa a viver baseada em comparações.

2) Pecado consciente e inconfessado na vida.Tanto em Rm 12 como em I Co 12, o assunto acerca dos dons só é abordado após o Apóstolo Paulo Ter lidado seriamente com a questão do pecado e de como andar no espírito.

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3) Negligência espiritual.A pessoa se conforma a um padrão de vida espiritual que se resume apenas em assistir de vez em quando um culto de Domingo e mais nada. Esta postura de negligência espiritual pode facilmente se aprofundar numa falsa conversão.

Analisando os dons: Rm 12:5-9Existem várias maneiras de abordar e alistar os dons ministeriais ou vocacionais. Aqui, vamos enfatizar a vocação na igreja e através dela sem fazer menção de vocações profissionais. Neste texto percebemos sete perfis motivacionais que generalizadamente englobam a identidade ministerial das pessoas.“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério (servir), seja em ministrar; se é ensinar haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse Dom em exortar; o que contribui, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.” (Rm 12:6-8)

1) ProfeciaExpor por fé as convicções através de uma mensagem.O membro do corpo com o qual se identifica é a boca.

Ampliação:- Tem percepção do que se passa no coração dos homens.- Enxerga tudo como sendo certo ou errado, preto ou branco.- Está consciente do seu poder de persuasão.- Dirige-se sempre pela revelação de Deus, que se torna uma convicção absoluta para ele.- Acredita que existe uma lógica para tudo.- Crê que todos os problemas podem ser solucionados.- Quer saber o “porquê” de tudo.- Convence outros a agir.- É sempre um iniciador.- Opera melhor quando se acha no controle da situação.

Maior satisfação: raciocinar de maneira lógica em meio a qualquer situação e conseguir persuadir outros.

Reação negativa: brusca, ás vezes confunde ousadia com presunção e franqueza com desrespeito.

Perigos de orgulho: de sua lógica, de sua retórica. Às vezes depende mais do seu raciocínio do que do Espírito Santo para persuadir os homens. Falar pela razão.

Relacionamento: precisamos ter conclusões bem fundamentadas a fim de resistir as tentativas que ele fará ao questionar a sua opinião, mas não tome como ofensa pessoal a sua maneira direta de falar ou agir.

Atuação no Corpo de Cristo: Precisa ser uma pessoa que valorize muito as Escrituras, que é a fonte do discernimento espiritual.

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Precisa ser também uma pessoa muito quebrantada que sabe receber o coração de Deus em oração. Ex: Jeremias o profeta chorão.O profeta deve atuar segundo a proporção da sua fé (convicção), de acordo com o seu nível de obediência para não cair na hipocrisia e engano condenando indevidamente as pessoas.- O ofício profético: Ez 3:17-21O profeta discerne a situação das pessoas e então abre os olhos delas, trazendo à luz o que está em oculto tanto no mundo material quanto espiritual (corrige motivações erradas, revela pecados ocultos, desarma laços espirituais, evidencia as consequências das escolhas das pessoas).Precisa ser uma pessoa muito sensível ao Espírito de Deus para discernir e equilibrada para profetizar: saber ser radical com o pecado, porém misericordioso com as pessoas.Ex: João Batista (Lc 3:7-14). O profeta sempre tem uma mensagem direta para todos os tipos de pessoas. O conteúdo da mensagem de João foi tão somente o amor prático.Um profeta trabalhado por Deus não usa de forma algum seu Dom para manipular ou se defender das oposições sofridas.

2) Ministério ou serviço (Mãos)Atender as necessidades de ordem prática dos outros.

Ampliação:- É sensível à sinceridade das pessoas.- Quer sempre saber os detalhes de como certa tarefa precisa ser feita.- Ignora os incômodos pessoais no desempenho de uma tarefa.- realiza a tarefa até o fim.- Opera melhor quando se acha numa tarefa executiva.

Maior satisfação: agradar os outros fazendo aquilo que precisa ser feito.

Reação negativa: sente-se desanimado, atitude negativa. Cobra que os outros façam tanto e tão bem quanto ele.Tende a trocar as prioridades espirituais negligenciando o tempo devocional.

Perigos de orgulho: de suas realizações. Busca de reconhecimento.

Relacionamento: mantenha uma comunicação sincera com ele, até que ele saiba com precisão qual a tarefa que precisa ser feita e como fazê-la. Não interprete seu desânimo como desistência.

Atuação do Corpo de Cristo:O servo deve procurar combinar seu desejo de realização com um coração rendido a Deus e ao próximo.I Tm 6:1,2 – Um importante mandamento para o servo é ter em estima seus líderes. Saber ser liderado para depois liderar. Pessoas com este dom ministerial tem um grande potencial de liderança no Reino de Deus.II Tm 2:24 – Esta é uma ótima receita ministerial para o servo.Deve tomar cuidado para não ser contaminado pelo espírito de cobrança, impondo que os outros tem que ser tão prestativos como ele é.Pode estar atuando numa diversidade de ministérios.

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3) Ensino (mente)Obter detalhes e informações básicas a fim de esclarecer a verdade.

Ampliação:- Compreende a verdade.- Armazena conhecimentos.- Confirma a veracidade de certas idéias e conceitos.- Organiza dados sistematicamente.- Ajuda outros a compreender a verdade.

Maior satisfação: obter e armazenar informações.

Reação negativa: sente-se frustrado (enfado) – Ec 1:18

Perigos de orgulho: de seu conhecimento; desprezar outros que não possuem a sua meticulosidade (pode se tornar presunçoso).

Relacionamento: prepare-se para fornecer-lhe todos os detalhes. Não interprete sua indagação como uma desconfiança para com aquilo que você está dizendo.

Atuação no Corpo de Cristo:Para se desenvolver este Dom, é indispensável ser um bom aluno se aplicado em estudar e aprender. Todo mestre é antes de tudo um pesquisador, um estudioso.Jesus repreendeu os mestres do judaísmo dizendo: Examinai as Escrituras porque cuidais ter nelas a vida eterna. (Hb 5:11-14)Precisamos escavar o solo da Palavra de Deus em busca de preciosidades.- Ensinar com esmero – cuidado excepcional. (Mt 5:19)É muito importante uma motivação correta para não errar de espírito. Heresias acontecem quando “mestres” estudam a Bíblia inspirados por motivações reprovadas.O conhecimento incha, mas o amor edifica. O conhecimento é vivificado pelo amor.Tg 3:1 nos exorta a não querer se fazer “mestre”, caindo no laço da concupiscência de honra.Um outro aspecto importante é pedir sabedoria a Deus. Ex: Salomão.

4) Exortação (Pés)Chamar alguém a parte e aconselhá-lo em determinada ação.

Ampliação:- Estimula a fé dos outros.- Faz avaliação dos resultados.- Assume a responsabilidade de executar determinada tarefa corretamente.- Gosta de relacionar-se com os outros em bases pessoais.- Cuida do controle de qualidade.Esta é a rigor a índole pastoral.

Maior satisfação: ver os resultados das tarefas; ver a tarefa realizada.

Reação negativa: desânimo; possessividade.

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Perigos de orgulho: de ficar com os méritos dos resultados, de procurar aparecer, de usar as pessoas para obter os seus resultados, de projetar-se como líder de uma situação, de achar que os outros não amam tanto quanto ela.

Relacionamento: seja paciente e perceptivo, permitindo que ele tome iniciativa quando for o momento. Compreenda que ele está tendo o cuidado de não deixar de fora nenhum aspecto para obter os resultados. Não reaja fortemente à relutância dele em aceitar suas idéias.

Atuação no Corpo de Cristo:Dedicar-se em encorajar os desanimados (I Ts 5:14; Rm 15:1; II Pe 3:1)Acompanhamento pastoral no sentido de sustentar espiritualmente as pessoas nas suas necessidades.Este dom pode ser desenvolvido principalmente através do ministério da pregação.

5) Contribuição (Ouvidos)Ajudar outros na realização de seu ministério pela contribuição.

Ampliação:- Põe em prática idéias criativas.- Cria conceitos novos.- Pensa sempre em termos absolutos.- Sente-se incapaz de fazer a obra, mas o que possui irá possibilitar que o ministério de outros se realize.- Faz boa aplicação de seus recursos.- Distribui seus lucros e bens materiais.- Usa-os para auxiliar outros, sem ser visto.

Maior satisfação: ver que a sua contribuição está servindo para alcançar objetivos de natureza espiritual.

Reação negativa: fecha-se, desliga-se das pessoas, às vezes pensa que está sendo explorado.

Perigos de orgulho: achar que suas idéias são sempre certas; de seus bens; dar sem discrição; usar seus bens para lucro pessoal ou com segundas intenções (manipulação).

Relacionamento: não force nenhuma comunicação que não seja essencial ou relevante, não interprete uma hesitação dele como desinteresse ou indiferença.

Atuação no Corpo de Cristo:Princípio da mordomia: dar com liberalidade, dar por Deus.Quanto mais damos, mais Deus nos dá para dar-mos.Lc 8:2,3 – As mantenedoras do ministério de Jesus. Até Jesus precisou de mantenedores.É importante a pessoa que contribui se exercitar em buscar direção de Deus em relação a quanto, para quem, quando dar, etc.Esta é uma área de intensa batalha espiritual. É neste ponto que muitas missões e missionários estão amarrados.Lc 16:9 – Esta parábola ensina que os não regenerados são mais sábios e agressivos ao preparar-se para o seu futuro na terra, do que os cristãos para o seu futuro no céu.O único modo de ajuntarmos tesouros nos céus é investindo-os nos que estão indo para lá.

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Lc 16:11-13 – Jesus depois conta a parábola do rico e do Lázaro para enfatizar que as riquezas mal empregadas podem comprar nossa passagem para o inferno.Alguns perigos em relação a este dom ministerial seriam: reter o que não deveria; deixar as prioridades espirituais; compensar um mal estado espiritual com ofertas; condicionar sua liberalidade a aspectos humanos saindo da dependência de Deus.Três fatores são indispensáveis neste Dom: Liberalidade, sabedoria e acima de tudo obediência à Deus (Estar tão sensível à Deus quanto às necessidades das pessoas).

6) Presidir (Olhos) – GovernoOrientar e coordenar as diversas facetas da consecução de um objetivo.

Ampliação:- Tem uma visão geral do trabalho.- Instintivamente vê os pontos falhos.- Tem uma visão geral dos conceitos.- Administra a realização de um objetivo.- Presta assistência.- Coordena as diversas facetas da consecução de um objetivo.- Ajuda outros a enxergarem os objetivos principais.

Reação negativa: ficar indignado, quer ir embora, impaciência.

Perigos de orgulho: de sua capacidade de ter uma visão global; preocupa-se com idéias e torna-se indiferente para com as necessidades das pessoas; ditar ordens em vez de servir; tende a ser centralizador.

Relacionamento: Vá direto ao ponto em questão e depois prepare-se para acrescentar detalhes relevantes, a fim de fundamentar sua opinião. Não interprete suas longas explanações como uma indicação de que ele pensa saber tudo.

Atuação no Corpo de Cristo:- Deve procurar se encaixar plenamente na visão de Deus (Batizado na visão de Deus em relação ao corpo ministerial que participa).- É indispensável desenvolver disciplina e organização na sua vida. Quem não se governa não está apto a governar outros. Quem não se domina não está apto a dominar as adversidades.- Entender o princípio de delegar: Nm 11:16,17; At 6:2,3.Presidir não é reter e centralizar a autoridade, mas delegar autoridade. Esta é uma arte que um presidente precisa aprender. Desenvolver bons relacionamentos é fundamental para isto.Quanto menos um presidente aparece, mais ele se aperfeiçoou na arte de presidir. Ele está fazendo o corpo funcionar. Isto gera um crescimento homogêneo e saudável do corpo.- A igreja precisa de bons pastores presidentes que quebrem a estática ministerial das pessoas, encaixando-as e fazendo-as funcionar. Esta tarefa de quebrar o comodismo da igreja é árdua.- Deve-se tomar cuidado com a torpe ganância e manipulação. Estes são pecados que rondam este dom.- Saber ser flexível quando necessário. Saber poupar as pessoas.- Saber encaixar cada pessoa. Isto exige bastante cuidado, discernimento e oração. Ex: Jesus ao eleger seus discípulos.

7) Exercer misericórdia (Emoções)

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Atender as necessidades dos outros, mental e emocionalmente.

Ampliação:- Tem grande sensibilidade para com a sinceridade dos outros.- Percebe quando alguém está com um problema que o está perturbando.- Identifica-se com os sentimentos dos outros.- Sabe empatizar com aqueles que sofrem, e os consola.- Expressa uma compaixão animadora em situações críticas.- Cria uma atmosfera de amor.Este é um assistente social por excelência.

Maior satisfação: atender as necessidades emocionais de outros.

Reação negativa: ceder, entregar-se, mêdo de confrontar, tendência para ressentimento e auto-piedade.

Perigos de orgulho: de sua capacidade de empatizar com os outros; confia plenamente em seus sentimentos, que considera plenamente confiáveis; é insensível para quem é insensível;

Relacionamento: Dizer sinceramente o quanto você aprecia os seus sentimentos. Seja paciente, dê-lhe tempo a fim de que possa colocar seus sentimentos em palavras. Não interprete seu silêncio como indicação de que ele não se importa com você.

Atuação no Corpo de Cristo:- Com alegria, graciosidade. Sem esperar ser recompensado: com liberdade. Alegrando-se com a prosperidade alheia: generosidade.Não negligenciar a importância da repreensão (I Sm 16:1; Jr 7:16). Saber ir na raiz dos problemas das pessoas.Este dom pode produzir grandes resultados quando a pessoa encorpora-se no ministério de intercessão.

Conclusão:

Entender o perfil motivacional do nosso dom e dos dons dos outros é uma tremenda chave para evitar conflitos e preservar a unidade pelo vínculo da paz. Disto emerge uma igreja sábia, atuante, homogênea que cresce para templo santo no Senhor.

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O uso dos dons:

Antes de passarmos ao teste devocional, vamos dar um exemplo prático que nos ajuda muito a perceber o perfil motivacional inerente a cada dom:

Se cada um dos sete dons fossem representados numa família e alguém da família derrubasse a sobremesa, aqui está o que cada pessoa diria:

1) Profecia: Isto é o que acontece quando você não toma cuidado.Motivação: Corrigir sua vida.

2) Servo: Olhe, deixe-me ajudá-lo a limpar.Motivação: Suprir sua necessidade.

3) Ensino: A razão porque a sobremesa caiu é porque estava pesada demais em um dos lados.Motivação: Descobrir porque aconteceu.

4) Exortação: Da próxima vez, vamos servir a sobremesa junto com a refeição.Motivação: Corrigir o futuro.

5) Contribuição: Eu gostaria de comprar outra sobremesa.Motivação: Suprir uma necessidade palpável.

6) Presidir: Jaime, por favor, pegue um pano de chão, Eli, ajude a recolher a sobremesa, e você Maria, me ajude a preparar outra sobremesa.Motivação: Alcançar o objetivo imediato do grupo.

7) Misericórdia: Não fique chateado! Podia ter acontecido com qualquer um!Motivação: Eliminar o embaraço.

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