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¹ Professora Mestre em Arquitetura e Urbanismo (UNESP, FAAC). ² Professor Doutor da Universidade Estadual Paulista (UNESP) dos Cursos de Engenharia e Design. DOMÓTICA, INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E INTERNET DAS COISAS NA HABITAÇÃO DESTINADA AOS IDOSOS Débora Mituuti Yoshida¹ M.Sc. e-mail: [email protected] Galdenoro Botura Junior² D.Sc. e-mail: [email protected] RESUMO O envelhecimento é caracterizado pela redução e/ou limitação da capacidade cognitiva, visual, tátil e dos reflexos corporais. Esses fatores alteram o modo como os idosos utilizam cada ambiente de sua moradia e pode interferir de maneira direta no desempenho das atividades diárias. Este artigo tem por objetivo correlacionar a Habitação Vertical destinada aos Idosos (Condomínio Vertical) à inovação, inteligência artificial e internet das coisas (IoT) na melhora da qualidade de vida dessa faixa etária por meio da domótica. A metodologia envolveu a definição das seguintes etapas: i) levantamento de dados; ii) análise de dados e iii) correlação dos dados. Os resultados evidenciam a melhora da qualidade de vida e desempenho do usuário idoso quando há a junção da acessibilidade espacial com a inovação tecnológica e inteligência artificial em rede dentro da habitação. Esses resultados podem auxiliar em futuros projetos de inovação tecnológica, profissionais da arquitetura e engenharia na proposição de ações efetivas para melhorar a acessibilidade juntamente com a tecnologia disponível atualmente da domótica nas residências, tornando estes espaços mais seguros e confortáveis aos moradores idosos. Palavras-chave: Acessibilidade espacial. Idoso. Domótica. ABSTRACT Aging is characterized by the reduction and / or limitation of cognitive, visual, tactile and body reflexes. These factors alter the way in which the elderly use each environment of their dwelling and can interfere directly in the performance of their daily activities. This article aims to correlate Vertical Housing for the Elderly (Vertical Condominium) to innovation, artificial intelligence and internet of things (IoT) in improving the quality of life of this age group through domotics. The methodology involved the definition of the following steps: i) data collection; ii) data analysis and iii) correlation of data. The results evidenced the improvement of the quality of life and performance of the elderly user when there is a combination of spatial accessibility with technological innovation and artificial intelligence in a network within the dwelling. These results may help future projects of technological innovation, architectural and engineering professionals in proposing effective actions to improve accessibility along with the technology currently available in home automation, making these spaces safer and more comfortable for the elderly. Keywords: Spatial accessibility. Elderly. Home automation. 1. INTRODUÇÃO O processo de envelhecimento acarreta mudanças na capacidade funcional do ser humano e, com o passar dos anos, o nível de independência e autonomia para realizar as atividades diárias diminui. A dependência física, incapacidade psicológica e social com o avanço da idade afetam de maneira direta na qualidade de vida dos idosos

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¹ Professora Mestre em Arquitetura e Urbanismo (UNESP, FAAC). ² Professor Doutor da Universidade Estadual Paulista (UNESP) dos Cursos de Engenharia e Design.

DOMÓTICA, INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E INTERNET DAS COISAS NA HABITAÇÃO DESTINADA AOS IDOSOS

Débora Mituuti Yoshida¹ M.Sc.

e-mail: [email protected]

Galdenoro Botura Junior² D.Sc.

e-mail: [email protected]

RESUMO O envelhecimento é caracterizado pela redução e/ou limitação da capacidade cognitiva, visual, tátil e dos reflexos corporais. Esses fatores alteram o modo como os idosos utilizam cada ambiente de sua moradia e pode interferir de maneira direta no desempenho das atividades diárias. Este artigo tem por objetivo correlacionar a Habitação Vertical destinada aos Idosos (Condomínio Vertical) à inovação, inteligência artificial e internet das coisas (IoT) na melhora da qualidade de vida dessa faixa etária por meio da domótica. A metodologia envolveu a definição das seguintes etapas: i) levantamento de dados; ii) análise de dados e iii) correlação dos dados. Os resultados evidenciam a melhora da qualidade de vida e desempenho do usuário idoso quando há a junção da acessibilidade espacial com a inovação tecnológica e inteligência artificial em rede dentro da habitação. Esses resultados podem auxiliar em futuros projetos de inovação tecnológica, profissionais da arquitetura e engenharia na proposição de ações efetivas para melhorar a acessibilidade juntamente com a tecnologia disponível atualmente da domótica nas residências, tornando estes espaços mais seguros e confortáveis aos moradores idosos. Palavras-chave: Acessibilidade espacial. Idoso. Domótica. ABSTRACT Aging is characterized by the reduction and / or limitation of cognitive, visual, tactile and body reflexes. These factors alter the way in which the elderly use each environment of their dwelling and can interfere directly in the performance of their daily activities. This article aims to correlate Vertical Housing for the Elderly (Vertical Condominium) to innovation, artificial intelligence and internet of things (IoT) in improving the quality of life of this age group through domotics. The methodology involved the definition of the following steps: i) data collection; ii) data analysis and iii) correlation of data. The results evidenced the improvement of the quality of life and performance of the elderly user when there is a combination of spatial accessibility with technological innovation and artificial intelligence in a network within the dwelling. These results may help future projects of technological innovation, architectural and engineering professionals in proposing effective actions to improve accessibility along with the technology currently available in home automation, making these spaces safer and more comfortable for the elderly. Keywords: Spatial accessibility. Elderly. Home automation.

1. INTRODUÇÃO O processo de envelhecimento acarreta mudanças na capacidade funcional do ser humano e, com o passar dos anos, o nível de independência e autonomia para realizar as atividades diárias diminui. A dependência física, incapacidade psicológica e social com o avanço da idade afetam de maneira direta na qualidade de vida dos idosos

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(AGNELLI, 2012). O envelhecer com qualidade está diretamente ligado à autonomia que o Idoso terá. Quanto mais o Idoso se sentir independente e ter a liberdade e autonomia de fazer e desenvolver atividades cotidianas, melhor será seu bem-estar e sua autoconfiança será suficiente para que ele adquira uma estabilidade mental e emocional saudável (AGNELLI, 2012). Do ponto de vista social, os idosos dependendo de suas condições físicas se tornam inaptos a algumas atividades e esforços diários, bem como ineficientes em suas moradias. Do ponto de vista familiar, eles têm preferência por sua própria liberdade e autonomia no que se diz respeito à privacidade e viver em sua própria casa, sem depender de seus filhos, afilhados ou terceiro que estejam responsáveis por eles (AGNELLI, 2012). Porém, vale ressaltar que na sociedade em que vivemos, passamos por profundas mudanças sociais, ao passo que estamos destinados a nos adaptar sempre. Hoje o quadro econômico é diferente de anos atrás, bem como a quantidade de idosos em nossa população atual. Por isso, no decorrer dos tempos, há necessidade de melhorar a qualidade de vida daqueles que já envelheceram e daqueles que estão envelhecendo (PISTORI; FERRÃO, 2004). O improviso, porém, está muito presente no cotidiano da terceira idade, havendo carência de recursos e opções para assegurar melhor desempenho dessa faixa etária. A habitação sofreu mudanças na sua forma de concepção assim como no modo de vida da sociedade. Melhora da facilidade quanto ao uso do espaço de acordo com a necessidade do morador atual, divisão, tempo de permanência e tamanho dos ambientes, dentre outras mudanças que acarretam no melhor desempenho da mobilidade e autonomia do ambiente e flexibilidade do fluxo interno da habitação (FARDELÔNE; JUNIOR; BARATA, 2014). Em meio a essas mudanças e a evolução da internet e tecnologia surgiu a Internet das Coisas (IoT), sendo a responsável por integrar o homem com o meio ambiente através de objetos físicos e virtuais, ou seja, a IoT é capaz de proporcionar objetos do dia a dia estarem conectados via internet com alta capacidade computacional, tornando-os smart objects ou objetos inteligentes (MANCINI, 2017). O uso da tecnologia mudou completamente a forma de viver do homem, uma vez que ao longo dos anos foi incorporada a habitação, mostrando que a automação e inteligência artificial interligados via rede dos ambientes viabiliza o conforto diário dos usuários independente de sua idade, porém principalmente para os idosos (DOMINGUES; FILHO, 2015). Assim, se faz necessário o estudo apropriado e específico de ambientes que atendem suas limitações físicas, proporcionando o conforto e garantindo assim um melhor desempenho no que se diz respeito à locomoção, praticidade, segurança e facilidade ao desempenhar suas atividades (PISTORI; FERRÃO, 2004). O presente artigo tem como objetivo correlacionar a Habitação Vertical destinada a idosos (Condomínio Vertical) à inovação e inteligência artificial em rede na melhora da qualidade de vida dos idosos. O procedimento metodológico para isto envolveu o levantamento, análise e correlação dos dados; tendo sua fundamentação teórica estabelecida a partir de referências bibliográficas de artigos, livros, dissertações e teses. A partir deles foi estabelecido o estudo analítico de projetos correlatos envolvendo Condomínios e Hotéis para a terceira idade, de modo a interligar o estabelecimento físico de habitação destinada aos idosos à inovação e inteligência artificial em rede.

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1.1. CONDOMÍNIOS E OS IDOSOS No passado, não haviam estruturas voltadas ao cuidado exclusivo da terceira idade, como condomínios fechados, complexos de reabilitação, lazer e adaptações de acessibilidade. Isto é uma ideia que surgiu nos tempos atuais. Segundo Toledo e Casado (2014), a verticalização representa o melhor aproveitamento do espaço quando há falta dele, lucro imobiliário e valorização do espaço urbano. Na maior parte dos casos, há preferência de prédios ou condomínios verticais devido à facilidade de uso e sua melhor localização na malha urbana para os residentes. Dependendo do tipo de uso dos condomínios verticais, por exemplo, misto, há o melhor aproveitamento da habitação com relação aos serviços que este pode oferecer no mesmo espaço. Do ponto de vista legal, Condomínio significa “propriedade comum”, ou seja, mais de uma pessoa tem domínio sobre um determinado bem, havendo áreas de uso comum e áreas privativas. Os condomínios podem ser classificados quanto ao seu formato e disposição bem como sua finalidade: Vertical, Horizontal, Residencial ou Comercial. Segundo seu formato e disposição podem ser classificados como: (TOLEDO; CASADO, 2014):

• Condomínio Vertical: Se trata de um edifício de apartamentos no formato de torre, podendo ser única ou dispor de mais torres ao redor.

• Condomínio Horizontal: Se trata de construções feitas no plano horizontal ou uma ao lado da outra, ocupando assim um espaço muito maior do que o Condomínio Vertical.

Segundo sua finalidade, podem ser classificados: • Condomínio Residencial: Destinado para uso familiar. • Condomínio Comercial: Destinado à construção de prédios para o uso de

atividade comercial ou industrial. Alguns cuidados são essenciais ao projetar um ambiente para o idoso, devido a isto, foram estabelecidos recursos de acessibilidade, leis, medidas e ergonomia para o tornarem o mais funcional e prático possível (SILVA, 2012). Devido às suas limitações físicas é preciso saber suprir cada necessidade de acordo com essa faixa etária, ou seja, o elemento construtivo em pauta deve haver conforto psicológico e físico, facilitando assim o dia a dia do idoso, com acessos fáceis, proporcionando conforto e segurança (YOSHIDA, 2017). Abertura da porta do quarto, banheiro, circulação, janelas, móveis, equipamentos auxiliares, decoração, entre outros, cada qual com sua medida ideal para ser instalado e devidamente adaptado a fim de garantir melhor acessibilidade e conforto (YOSHIDA, 2016). De acordo com a PORTARIA N° 810/GM/MS, DE 22 DE SETEMBRO DE 1989, há normas e padrões para o funcionamento de casas de repouso, clínicas geriátricas e outras instituições destinadas ao atendimento de idosos, a serem observadas e devidamente estabelecidas em todo o território nacional. Há leis, portarias e normas que devem ser seguidas de acordo com a orientação para os Idosos como a Lei N.º 10.741, de 1º de outubro de 2003 que dispõe sobre o Estatuto da Pessoa Idosa, NBR 9050 (ABNT, 2015), Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, Cartilha do Idoso, Estatuto do Idoso, PORTARIA Nº 2.528 DE 19 DE OUTUBRO DE 2006, dentre outros.

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A tecnologia atual passa por constante inovação dos equipamentos e invenções nos mais diversos campos do conhecimento. Diante disso, é notória a ligação existente entre a tecnologia e seu avanço na arquitetura desde a Revolução Industrial até a Revolução Digital (DUARTE, 2003). O uso da tecnologia mudou completamente a forma de viver do homem e como isso foi incorporado na habitação, mostrando que a automação e inteligência artificial interligadas via rede dos ambientes e objetos viabiliza o conforto diário dos usuários independente de sua idade, principalmente para os idosos. Dentre as tecnologias utilizadas atualmente, o mercado disponibiliza um leque de opções que facilitam atividades diárias e, que se adotadas, fazem da vida do idoso mais prática, funcional e segura. Itens como piso de borracha, tanto para áreas externas e internas que previnem o escorregamento; câmeras instaladas, podendo ser acessadas pela central por smartphone ou tablete pelo responsável do idoso (entidade ou familiares); torneiras automáticas com acionamento e fechamento por aproximação ou afastamento das mãos em qualquer área da peça; assento Senso Wash C, aquecido e com controle remoto intuitivo sem fio, para vasos de piso suspenso. Também existem serviços de atendimento médico de emergência por telefone usados frequentemente por idosos que moram sozinhos. Este tipo de serviço conta com um kit com uma pulseira, um relógio e um aparelho de viva voz. O relógio tem a função de alertar uma central no caso do idoso se sentir mal ou sofrer uma queda, bastando para isso apertar o seu botão. A pulseira é usada pelo idoso ao sair de sua residência, contendo o nome completo e o telefone do serviço, facilitando o contato para com a central caso ocorra uma incidência (MANFRIN, 2014). Segundo Domingues e Filho (2015), a Domótica é a ciência que faz a automação doméstica na habitação, ou seja, faz a junção de várias especialidades, como a medicina, eletricidade, mecânica, psicologia, telecomunicações e informática. O objetivo é trazer ao morador melhor qualidade de vida, conforto com segurança e tecnologia de comunicação com gestão energética. A Domótica foi incorporada a vida do morador em relação ao seu ambiente domiciliar de modo a torná-la mais fácil. A automação na habitação proporciona, de forma segura, o contato do morador com o ambiente que o cerca por meio de diversas interfaces e dispositivos eletrônicos dentro do mundo virtual. Computadores e demais dispositivos nas paredes, móveis, roupas e objetos trazem para o usuário melhor interação, aprendizagem e facilidade na hora da tomada de decisão (DOMINGUES; FILHO, 2015). A Domótica se diferencia da automação residencial e predial pelo fato de integrar todos os dispositivos disponíveis para determinada função do projeto, ao invés de ser aplicada singularmente para cada casa/apartamento. Como exemplo de suas diversas aplicações encontram-se circuitos internos de televisão, sistemas de alarme e monitoramento de vazamento (gás e água), controles de acesso a habitação, controles de regulagem de luzes, som e vídeo, todos acionados por um controle universal (FERREIRA, 2010). A tecnologia avança para unir todos os sistemas por meio de um controle central acionado por voz. Sua integração via internet das coisas (IoT) viabilizará que, decisões por estes controles, sejam tomadas de modo que atuem antecipadamente, impedindo o surgimento de problemas, como, por exemplo, o fechamento de janelas ao receberem via rede a informação de chuvas em localidades próximas, ou acionarem a abertura do portão da garagem, quando perceberem a proximidade do automóvel da casa via GPS, aumentando a segurança dos moradores.

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2. PROJETOS DE CONDOMÍNIO PARA TERCEIRA IDADE

Os projetos apresentados a seguir localizam-se no estado de São Paulo e constituem uma infraestrutura específica a fim de suprir as necessidades físicas e psicológicas dos idosos residentes em casa um deles.

2.1. AGERIP- CONDOMÍNIO PARA TERCEIRA IDADE O Projeto AGERIP nasceu em 1975 do sonho de seus sócios-fundadores que acreditavam num envelhecer com dignidade, tranquilidade e conforto em um espaço que proporcionasse toda a segurança, cercado de amigos, com uma convivência prazerosa, saudável, longe da solidão. A AGERIP é um lugar planejado especialmente para a classe da terceira idade, construída em uma área rural de 16,5 alqueires, está a 6 km de São Jose do Rio Preto. Sua estrutura é composta por 32 apartamentos, 39 chalés e 31 suítes prontos e habitados. Sem fins lucrativos e não filantrópica, desenvolve atividades culturais, sociais e esportivas. Possui estrutura privilegiada com espaços bem planejados seguindo os padrões da ABNT com conforto e segurança voltados às limitações dos idosos, contando com apartamentos individuais ou chalés/suítes construídos. As atividades são orientadas por profissionais qualificados e são oferecidas para garantir lazer e saúde na maturidade. Dentre elas: hidroterapia, hidroginástica e natação em piscina fechada e aquecida, dança de salão, musculação, ginástica funcional, pilates, bordado, artesanato, pintura em tela, coral, terapia em grupo e refeições no restaurante com supervisão de nutricionista. O Condomínio atende associados com mais de quarenta anos. Para moradia, após 50 anos no Condomínio Recanto das Flores (chalés) e no Condomínio Recanto das Cores (Suítes-Flats), e 60 anos nos Apartamentos. - SUÍTES As primeiras trinta e uma (31) suítes-flats foram custeadas (a preço de custo fechado) pelos associados sobre frações ideais de terreno, cedidas em regime de comodato pela AGERIP, com construção e administração da AGERIP. Tamanho da suíte: 63,55 m² de área de construção. Composto de dormitório, banheiro com total acessibilidade, sala com mini copa e garagem (ou varanda), todos preparados, equipados e voltados para a segurança e o conforto na maturidade. Nas suítes os moradores usufruem: - Alimentação balanceada. - Fisioterapia e atividades. - Enfermagem e cuidadores. - Para morar neste tipo de moradia o associado tem que ter a idade mínima de cinquenta anos (50).

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Figura 1- Suítes

Figura 2- Suítes

- APARTAMENTOS Apartamentos podem ser ocupados pelos associados mediante solicitação de forma individual ou por casal. Compõe-se de 01 quarto planejado e um banheiro com acessibilidade, amplo e adaptado com barras de segurança e armário embutido. A mobília é trazida pelos próprios moradores. Nesta modalidade de moradia, o associado pode usufruir de atividades físicas, sociais e culturais, serviços de enfermagem e cuidadores, fisioterapia e hidroterapia, restaurante, ambiente saudável e arborizado.

Figura 3- Banheiro do

Apartamento

Figura 4- Hotelaria

Figura 5- Apartamento

Interno

- CHALÉS O associado que se interessar em construir seu chalé deve solicitar junto à administração seu terreno em comodato, assumindo apenas o custo da infraestrutura da rua referente ao seu terreno. Obtido o comodato do lote com 400m², o associado o construirá a seu custo. A construção do seu chalé poderá atingir o máximo de 160 m² e o mínimo de 60 m². Não existe um projeto padrão de chalé, o associado pode construí-lo a seu gosto obedecendo a normas estabelecidas em regulamento próprio do condomínio. Diferencial do condomínio: o morador pode usufruir de toda a estrutura de hotelaria e restaurante. Não existe muro separando os chalés e a energia elétrica é subterrânea.

Figura 6- Modelo de chalé

Figura 7- Modelo de chalé

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Figura 8- Chalés

Figura 9- Horta

Figura 10- Fisioterapia

Figura 11- Hidroterapia

2.2. HOTEL SOLAR VILLE GARAUDE O Hotel para terceira idade cinco estrelas Solar Ville Garaude localiza-se em Alphaville, Barueri-SP. Portador de uma estrondosa infraestrutura, o hotel disponibiliza 54 apartamentos individuais ou para casais. Os idosos ali estabelecidos são residentes mensais/anuais e podem desfrutar de recursos nas mais diversas áreas: Serviço de hotelaria, restaurante, assistência médica, lazer, fitness, sala de cinema, jardim, salão de beleza, biblioteca, laborterapia, salão de jogos, espaço ecumênico, entre outros. As acomodações são projetadas de acordo com as normas de acessibilidade, sem desníveis, barras de apoio antideslizantes, elevadores e cadeira automática. A alimentação é controlada por uma nutricionista do próprio hotel, fornecendo um controle específico para cada hóspede, de acordo com sua necessidade. O público alvo do hotel são os idosos independentes, tendo a possibilidade de entrar e sair do estabelecimento a gosto. Cada hóspede tem a opção de participar das atividades propostas pelo hotel ou optar por apenas usufruir de sua infraestrutura como residência.

Figura 12- Hotel Solar VilleGaraude

Figura 13- Detalhe do Atrium

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Figura 14- Banheiro adaptado com barras

Figura 15- Dormitório

Figura 16- Restaurante

2.3. DAY BY DAY: RESIDENCIAL CARE O Residencial Care possui uma área de 2800m² e localiza-se em São Bernardo do Campo-SP. O residencial constitui uma hotelaria ocupacional assistida para idosos e foi construída com base nas necessidades específicas e com todas as adaptações necessárias para segurança, conforto e suas limitações. De fácil acesso, o prédio possui 2 elevadores que circulam pelos 4 andares da construção, além de rampas ergonômicas para cadeirantes. O objetivo do residencial é garantir ao idoso um melhor conceito de qualidade de vida, incluindo atividades de entretenimento, acompanhamento médico e serviços de hospedagem. Para isso, disponibilizam de uma equipe multidisciplinar, atendido por nutricionistas, fisioterapeutas, geriatras e psicólogos. Além disso, há atividades de hidroginástica, lavanderia, terapia ocupacional, terapia alternativa, fisioterapia, dentistas, fonoaudiólogos, atividades no espaço zen dentre os quais são monitorados por câmeras ao vivo online.

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Figura 17- Residencial Care

Figura 18- Academia

Figura 19- Jardim

Figura 20- Piscina

3. CONCLUSÃO

A construção de edifícios que incorporem a acessibilidade espacial e a adequação de edifícios construídos antes da vigência de leis e normatizações técnicas sobre esta temática é um fator determinante para que o morador idoso, independente de sua restrição de mobilidade, possa ter ambientes mais seguros e acessíveis. Atualmente existem inúmeras opções de habitação para o público da terceira idade. Condomínios horizontais e verticais, casas de repouso e hotéis. Todas as opções em sua maioria dentro das normas de acessibilidade da NBR 9050 (ABNT, 2015), porém poucas delas adotam a tecnologia na otimização de seus pacientes e/ou usuários. Neste contexto fica evidente a partir das análises feita a melhora da qualidade de vida e do desempenho físico do usuário idoso quando há a junção da acessibilidade espacial com a inovação tecnológica e inteligência artificial em rede dentro da habitação. A verticalização otimiza espaço e com o uso da domótica traz inúmeros benefícios para os idosos com a interligação de vários campos do conhecimento. Isso acarreta na melhora do desempenho físico e motor do usuário, assim como a sua segurança interligada por rede a softwares conectados a internet (IoT), caso ocorra acidentes ou imprevistos, sendo capazes de acionar a central do sistema de monitoramento. A partir da adoção dos procedimentos metodológicos propostos, os resultados permitem a maior segurança e autonomia dos idosos em ambientes residenciais verticais, pois, levando em consideração as vantagens que o condomínio vertical apresenta (localização e serviços disponíveis com pouca necessidade de locomoção), isso traria para o usuário a potencialização das vantagens que a verticalização oferece juntamente da domótica e toda a sua tecnologia. Esses resultados podem auxiliar em futuros projetos de inovação tecnológica, profissionais de arquitetura e engenharia na proposição de ações efetivas para melhorar a acessibilidade juntamente com a tecnologia disponível atualmente da

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domótica nas residências destinadas a idosos, tornando estes espaços mais seguros e confortáveis aos moradores.

4. REFERÊNCIAS ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. AGERIP- Condomínio para 3ª Idade. Disponível em: <http://www.agerip.com.br/> Acesso em: 09 out. 2017. AGNELLI, L. B. Avaliação da acessibilidade do idoso em sua residência. 2012. 115f. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional, Universidade de São Carlos, São Carlos, 2012. CANATO, D. A. Utilização de Conceitos de Integração de Sistemas Direcionados a Domótica – Estudo de Caso para Automação Residencial. Dissertação (Mestrado). Comissão de Pós Graduação da Faculdade de Engenharia Mecânica. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007. DOMINGUES, R. G.; FILHO, A. C. P. A importância da domótica para a sustentabilidade das cidades. Anais ... VII Encontro de Tecnologia de Informação e Comunicação na Construção, Recife, 2015. DUARTE, F. Arquitetura e tecnologias de informação: da revolução industrial à revolução digital. São Paulo; FAPESP; Ed. Unicamp, 2003. ESTATUTO DO IDOSO: Lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Censo 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1866&id_pagina=1. Acesso em: 09 out. 2017. FARDELÔNE, A. S.; BOTURA JUNIOR, G.; BARATA, T. Q. F. PROJETO PLUG-IN: UMA PERSPECTIVA DE MOBILIDADE HABITACIONAL. Blucher Design Proceedings, v. 1, n. 4 p. 3176-3188. São Paulo: Blucher, 2014. DOI: 10.5151/designpro-ped-00714#sthash.lx0kDZjz.dpuf

FERREIRA, V. Z. G. A Domótica como instrumento para a melhora da qualidade de vida dos portadores de deficiência. Trabalho de conclusão de curso (TCC). Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnológica da Paraíba, João Pessoa, 2010. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Perfil dos Municípios Brasileiros. 2011. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Perfil_Municipios/2011/munic2011.pdf. Acesso em: 09 out. 2017. MANFRIN, Jaqueline; MACEDO, Daniela. Condomínios para a terceira idade. Revista Veja. São Paulo, a. 47. Ed. 2363, p. 82-84, mar. 2014. MANCINI, M. Internet das Coisas: História, Conceitos, Aplicações e Desafios. Disponível em: https://pmisp.org.br/documents/acervo-arquivos/241-internet-das-coisas-historia-conceitos-aplicacoes-e-desafios/file. Acesso em: 20 nov. 2017. MENDES, M.R.S.S.B.; GUSMÃO, J.L.; FARO, A.C.M.; LEITE, R.C.B.O. A situação social do idoso no Brasil: uma breve consideração. Acta Paul Enferm. vol.18, no.4,

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2005. MENEGOTTO, J. L. Arquitetura e Inteligência artificial: por uma arquitetura de aderência entre o homem e a máquina. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2005. PISTORI, C. R. A. T.; FERRÃO, A. M. de A. Recomendações para o projeto de ambientes adequados ao uso da população idosa. 2004. Anais ... Congresso ENTAC. Disponível em: http://www.argollo.org/artigos_texto/Entac2004_cassia.pdf. Acesso em 09 out. 2017. RESIDENCE CARE. Disponível em: <http://www.residencecare.com.br/ especialidades.php?id=4&sub=yes> Acesso em: 09 out. 2017. SILVA, J. C. P. Estudo de Antropometria estática em indivíduos da terceira idade. In: Revista Assentamentos Humanos; UNIMAR. Vol 13, n.1, Out. 2012. TOLEDO, A. M.; CASADO, C. A. C. Condomínios verticais de uso misto na cidade de Maceió/AL: respostas do mercado imobiliário às novas demandas habitacionais?. Anais ... III Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva, São Paulo, 2014. YOSHIDA, D. M.; MAGAGNIN, R. C.. Identificação do grau de acessibilidade espacial em apartamentos destinados a Idosos. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, v. 4, p. 37-51, 2016. Yoshida, D. M. Instrumento para avaliar a acessibilidade espacial na habitação destinada a moradores idosos. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Bauru, 2017.