Domingo de Ramos Segunda-Feira, Terça-Feira e Quinta-Feira...

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Domingo de Ramos A Semana Santa começa no Domingo de Ramos. A celebração começa com a liturgia das palmas, na qual ouvimos sobre a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Palmas são distribuídas às pessoas, e os fiéis que têm condições seguem em procissão até o templo, cantando, como aqueles que saudaram Jesus na entrada em Jerusalém. Isso também nos serve como nossa entrada, como povo de Deus, numa nova peregrinação de Semana Santa. O tom triunfal da Liturgia das Palmas logo fica sombrio no decorrer da Liturgia da Paixão, com uma das leituras da Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo. Essas leituras, extraídas dos Evangelhos segundo São Marcos, São Mateus ou São Lucas, nos contam como foram os últimos momentos de Jesus, terminando com o relato de sua morte na cruz. Tradicionalmente, a leitura é dramática, com várias pessoas participando. A congregação inteira se junta para gritar “crucifica-o!” Provavelmente, se estivéssemos naquela Sexta Feira Santa da morte de Jesus, teríamos nos juntado à multidão pedindo pela morte do Messias. Mas ir à igreja no Domingo de Ramos e, depois, pular diretamente para o Domingo de Páscoa é como ir a um filme e assistir apenas à abertura e ao encerramento. Há liturgias ricas, durante a Semana Santa, que merecem ser vividas, levando-nos mais perto ao sofrimento de Jesus em seus últimos momentos, contemplando os mistérios do trabalho de Deus no mundo, através de conceitos como alegria, amizade, traição, solidão, sofrimento, lamento, esperança e triunfo final. Segunda-Feira, Terça-Feira e Quarta-Feira da Semana Santa Após o Domingo de Ramos, passamos o início da Semana Santa revisitando os últimos dias e horas de Jesus, mas de forma mais lenta. Pode ser que sua comunidade se reuna nesses dias para a Santa Eucaristia, onde essas histórias serão contadas. Na Quarta-Feira Santa, pode ser que sua igreja tenha um ofício de trevas, ou Tenebrae (em latim). Trata-se de um ofício originalmente monástico em que ouvimos trechos das Escrituras que nos remetem à escuridão que caiu sobre a terra quando da morte de Jesus, e à traição sofrida por ele. À medida que as luzes de um grande candelabro são apagadas, vamos nos lembrando do abandono do Cristo por todos os seus amigos. Tríduo Em seguida, vêm o que chamamos de Tríduo: uma palavra cuja etimologia simboliza um período de três dias. Esse período começa com o anoitecer da Quinta- Feira Santa e se estende até o nascer do sol do Domingo de Páscoa. Inclui as liturgias de Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira da Paixão, a Grande Vigília Pasal e o Domingo da Páscoa. O fato de não haver despedida na Quinta-Feira Santa, nem na Sexta-Feira da Paixão, sugere que se tratam de um ato litúrgico contínuo, culminando na Vigília Pascal. Quinta-Feira Santa Nesse dia, comemoramos a noite final de Jesus com seus discípulos, em todos os seus eventos: a última ceia, o lava-pés, o abandono no Jardim do Getsêmane e sua prisão. Trata- se de uma liturgia complexa, que é composta de diversos rituais, principalmente aqueles que nos remetem à última refeição que Cristo teve com seus amigos, na noite antes de ser crucificado. Tal serviço representa uma celebração da instituição do sacramento da Santa Eucaristia. Mas a alegria da data é misturada com a melancolia de saber que o Mestre seria sacrificado horas depois. O relato do Evangelho segundo São João nos conta que, antes de partilhar o pão e o vinho, Jesus havia lavado os pés de seus discípulos, como ato de humildade. Repetimos esse ritual para aprender que precisamos servir aos outros como ato essencial de nossa fé cristã. Na maioria das congregações, essa liturgia termina com o altar sendo despido. Geralmente, isso ocorre em silêncio. O santuário é despido de todos os ornamentos, em referência ao fato de Jesus ter sido despido de todas as suas roupas. Nesse momento, devemos nos esvaziar de tudo que vem à nossa mente, e meditar na experiência de solidão de Jesus. Por fim, em algumas congregações, o pão e o vinho consagrados são reservados num altar de repouso. Como acreditamos na presença de Jesus na Eucaristia, isso simboliza o fato de que Jesus foi retirado do meio dos seus, e levado para sua prisão. É costumeiro haver uma vigília junto ao Sacramento reservado durante a noite. Assim, podemos passar a noite com Jesus, em oração e meditação, lembrando-nos daquela noite de sofrimento.

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Domingo de Ramos

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos. A celebração começa com a liturgia

das palmas, na qual ouvimos sobre a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Palmas são

distribuídas às pessoas, e os fiéis que têm condições seguem em procissão até o templo, cantando, como aqueles que

saudaram Jesus na entrada em Jerusalém. Isso também nos serve como nossa entrada,

como povo de Deus, numa nova peregrinação de Semana Santa.

O tom triunfal da Liturgia das Palmas logo fica sombrio no decorrer da Liturgia da

Paixão, com uma das leituras da Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo. Essas leituras,

extraídas dos Evangelhos segundo São Marcos, São Mateus ou São Lucas, nos

contam como foram os últimos momentos de Jesus, terminando com o relato de sua

morte na cruz. Tradicionalmente, a leitura é dramática, com várias pessoas participando.

A congregação inteira se junta para gritar “crucifica-o!” Provavelmente, se

estivéssemos naquela Sexta Feira Santa da morte de Jesus, teríamos nos juntado à

multidão pedindo pela morte do Messias.

Mas ir à igreja no Domingo de Ramos e, depois, pular diretamente para o Domingo

de Páscoa é como ir a um filme e assistir apenas à abertura e ao encerramento. Há

liturgias ricas, durante a Semana Santa, que merecem ser vividas, levando-nos mais

perto ao sofrimento de Jesus em seus últimos momentos, contemplando os

mistérios do trabalho de Deus no mundo, através de conceitos como alegria, amizade,

traição, solidão, sofrimento, lamento, esperança e triunfo final.

Segunda-Feira, Terça-Feira e Quarta-Feira da Semana Santa

Após o Domingo de Ramos, passamos o início da Semana Santa revisitando os

últimos dias e horas de Jesus, mas de forma mais lenta. Pode ser que sua comunidade se

reuna nesses dias para a Santa Eucaristia, onde essas histórias serão contadas. Na

Quarta-Feira Santa, pode ser que sua igreja tenha um ofício de trevas, ou Tenebrae (em latim). Trata-se de um ofício originalmente

monástico em que ouvimos trechos das Escrituras que nos remetem à escuridão que caiu sobre a terra quando da morte de Jesus, e à traição sofrida por ele. À medida que as

luzes de um grande candelabro são apagadas, vamos nos lembrando do

abandono do Cristo por todos os seus amigos.

Tríduo

Em seguida, vêm o que chamamos de Tríduo: uma palavra cuja etimologia

simboliza um período de três dias. Esse período começa com o anoitecer da Quinta-

Feira Santa e se estende até o nascer do sol do Domingo de Páscoa. Inclui as liturgias

de Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira da Paixão, a Grande Vigília Pasal e o Domingo

da Páscoa. O fato de não haver despedida na Quinta-Feira Santa, nem na Sexta-Feira da Paixão, sugere que se tratam de um ato litúrgico contínuo, culminando na Vigília

Pascal.

Quinta-Feira Santa

Nesse dia, comemoramos a noite final de Jesus com seus discípulos, em todos os seus

eventos: a última ceia, o lava-pés, o abandono no Jardim do Getsêmane e sua prisão. Trata-se de uma liturgia complexa, que é composta

de diversos rituais, principalmente aqueles que nos remetem à última refeição que Cristo teve

com seus amigos, na noite antes de ser crucificado. Tal serviço representa uma

celebração da instituição do sacramento da Santa Eucaristia. Mas a alegria da data é

misturada com a melancolia de saber que o Mestre seria sacrificado horas depois.

O relato do Evangelho segundo São João nos conta que, antes de partilhar o pão e o vinho, Jesus havia lavado os pés de seus discípulos,

como ato de humildade. Repetimos esse ritual para aprender que precisamos servir aos

outros como ato essencial de nossa fé cristã.

Na maioria das congregações, essa liturgia termina com o altar sendo despido.

Geralmente, isso ocorre em silêncio. O santuário é despido de todos os ornamentos,

em referência ao fato de Jesus ter sido despido de todas as suas roupas. Nesse

momento, devemos nos esvaziar de tudo que vem à nossa mente, e meditar na experiência

de solidão de Jesus.

Por fim, em algumas congregações, o pão e o vinho consagrados são reservados num altar de repouso. Como acreditamos na presença

de Jesus na Eucaristia, isso simboliza o fato de que Jesus foi retirado do meio dos seus, e

levado para sua prisão. É costumeiro haver uma vigília junto ao Sacramento reservado durante a noite. Assim, podemos passar a noite com Jesus, em oração e meditação,

lembrando-nos daquela noite de sofrimento.

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A Sexta-Feira da Paixão

A liturgia de Sexta-Feira da Paixão nos convida a presenciar as últimas horas de Jesus, antes de

sua morte. Algumas congregações têm um serviço de meditação, reflexão e oração de

meio-dia às três. Outras percorrem os últimos passos da vida de Jesus seguindo as estações da

cruz.

A liturgia solene de Sexta-Feira Santa é antiquíssima. Vem dos tempos da Igreja

Primitiva. É feita a leitura dramática da Paixão de acordo com São João. No contexto dessa

liturgia, rezamos as coletas solenes. Nessas orações, rogamos pelos nossos próprios

pecados e redenção, pelos seguidores de Cristo ao redor do mundo, e por aquelas pessoas que

não conhecem a Deus. Assim, não focamos apenas no nosso próprio sentimento de culpa

pela morte de Jesus, mas também buscamos abraçar todo o mundo, orando para que o amor

de Deus seja conhecido por todas as pessoas.

Algumas congregações também observam o costume da veneração da cruz. Isso se baseia

numa cerimônia da Igrja primitiva em Jerusalém. Uma cruz de madeira é trazida ao templo e colocada à vista do povo, que canta

hinos e antífonas. Há também aqueles que vêm à frente reverenciar a cruz.

Nesse dia, não se celebra a Santa Eucaristia, embora haja congregações que façam

comunhão a partir do Sacramento reservado no altar de repouso. A liturgia termina em silêncio.

Sábado Santo

O Sábado Santo é dado a orações silenciosas e ofícios não-eucarísticos

penitenciais. As liturgias nos remetem ao vazio que é nossas vidas sem Cristo. Mas, ao

mesmo tempo, esperamos o milagre da Ressurreição.

Adaptado de texto do Forward Movement.

Paróquia da Santíssima Trindade Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

Buscando viver no Espírito do Deus Triuno, como comunidade de amor e comunhão.

Aqui, todas as pessoas têm o seu lugar.

Rua Carolina Méier, 61 – Méier - Rio de Janeiro (21) 2501-7222 e (21) 8751-7809

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Gostaria de ajudar-nos em nossa Missão? Nossa conta bancária é: Itaú Ag. 0406 CC 12345-5.

Que Deus abençoe você!

SEMANA SANTA

A Páscoa é a maior celebração da Igreja e o clímax do ano cristão. Mas para entrar plenamente na Páscoa, precisamos passar

pela Semana Santa e meditar sobre a Paixão do Cristo.