Dois modos de pensar a cultura para...
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Dois modos de pensar a cultura para a história
Leandro Vizin Villarino
“Quando o sábio aponta para a lua, o idiota olha para o dedo.”
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Dois conceitos de cultura
• Esfera de existência – domínio delimitado entre outros domínios da realidade humana (sociedade, economia etc.). Produção cultural (artística/intelectual/midiática) ou significados e valores (esquemas simbólicos). Construção ou convenção.
• Condição de compreensão – ordem simbólica que permite e fundamenta nosso acesso à realidade (linguagem, simbólico, discurso). Condição geral.
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Um problema
• Logics of History, William H. Sewell Jr.
• Balanço historiográfico
• Síntese: esquemas simbólicos x recursos materiais
• “os recursos, poderíamos dizer, são lidos como textos de modo a recuperar os esquemas culturais que eles objetificam [instantiate]” (Sewell, 2005; p. 136)
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Outro problema
• Cultura e razão prática, Marshall Sahlins
• Continuidade entre as sociedades “primitivas” e “modernas” dada pelo predomínio da razão simbólica
• Diferença no modo de reprodução cultural
• Fundamentos “materiais” da diferença: dominação da natureza, produtividade industrial, distribuição de renda, fatores de produção e, em certo sentido, economia e sociedade como loci institucionais
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Objetivos da exposição
• Desenvolver a concepção de cultura como condição de modo a conseguir subsídios para evitar esses problemas semânticos
• Reconhecer certo “esgotamento” do culturalismo, pós-estruturalismo
• Reconhecer contribuições metodológicas do pós-estruturalismo
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Percurso
• Contribuições metodológicas (Foucault, Arqueologia do saber)
• Crítica teórica a tais contribuições, buscando repensar e requalificar o estatuto do discurso a partir de certos elementos da psicanálise
• Significado social desses elementos e alguns exemplos com base em Žižek
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Reconsiderações teóricas: três possibilidades
• Empatia – Adorno (Teoria estética)
• Provocação – Hegel (Fenomenologia)
• Estranhamento – Psicanálise (Lacan)
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Textos fundamentais
• Apropriação estratégica das noções de simbólico e desejo, não uma abordagem lacaniana
• “O simbólico, o imaginário e o real”, Nomes-do-pai(1953)
• “Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano”, Escritos (1960)
• http://nosubject.com/
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Arqueologia foucaultiana
• “Não tomar como objeto primário, original e já dado noções como soberano, soberania, povo, sujeitos, o estado, sociedade civil [...]”
• Vamos supor que os universais não existam”, Nascimento da
biopolítica, p. 2-3
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Construções discursivas
• Loucos x Loucura
• Enredar as particularidades em dispositivos de classificação e intervenção.
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Enunciado
• Unidade de análise arqueológica
• Loucos x enunciado da Loucura
• Outro nível: loucos por um motivo, passíveis de determinado tratamento, estabelecido conforme certos critérios científicos
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Um exemplo econômico
• Definição do dicionário: inflação – “aumento geral dos preços”
• “O governo tem que aumentar os juros porque a inflação está em 10%”
• Enunciado :causa, medição, julgamentos, intervenção, ator
• Construção de objetividades, prescrição de modos de atuação, delimitação de um campo de intervenção
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Função enunciativa• Concepção trivial de enunciado (materialidade preservada:
escrita, gravação etc.)
• Enunciado foucaultiano (função, além da frase, da materialidade)
• “Modalidade de existência” própria, que o torna “algo diferente de um objeto qualquer fabricado pelo homem” (Arqueologia do saber, p. 121).
• “[...] gostaria de mostrar, por meio de exemplos precisos, que, analisando os próprios discursos, vemos se desfazerem os laços aparentemente tão fortes entre as palavras e as coisas, e destacar-se um conjunto de regras próprias da prática discursiva” (p. 54-5)
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Formação discursiva
• Como se constituem campos específicos (discurso médico, discurso psiquiátrico, discurso econômico etc.)
• Sistema de dispersão de enunciados
• Limitação do campo de polêmicas possíveis
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Positividade do discurso
• Função enunciativa (unidade) x formação discursiva (sistema) = positividade do discurso
• Todo discursivamente determinado
• Domínio relativamente autônomo que perfaz o campo empírico por excelência
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Lacan
• Releitura da psicanálise freudiana sob influxos estruturalistas (Saussure e Lévi-Strauss), entre outros
• Pensar questões clínicas
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O Simbólico
• Exemplos:
• Senha (não reconhecimento, mas constituição do grupo; linguagem desprovida de significação)
• Parentesco (termos como relações reais)
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O Simbólico
• Lápide
• “A lápide ou qualquer outro sinal de sepultura merece exatamente o nome de ‘símbolo’.”
• “O que caracteriza a espécie humana é justamente cercar o cadáver de algo que constitua uma sepultura, de sustentar o fato de que isso durou” (“O simbólico...”, p. 36)
• Elemento temporal problemático
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O Simbólico
• O símbolo “é o objeto encarnado em sua duração, separado de si próprio e que, por isso mesmo, pode estar de certa forma sempre presente para você, sempre ali, sempre à sua disposição”
• “Tudo o que é humano é conservado como tal”
• “Quanto mais humano, mais preservado do lado movediço e descompensante do processo natural” (p. 36)
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O Simbólico• Ausência de significação (função)
• Constituição de relações
• Constituição social
• Presença na ausência
• Duração
• Conservação20
Estruturação
Tempo
Saussure
Lévi-Strauss
“Algo de problemático”
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A simbolização e o desejo
• “O sujeito humano é especialmente exposto [...] ao surgimento de uma vertigem, e, para afastá-la, ele experimenta a necessidade de fazer algo transcendente” (p. 26)
• Exposição/desemparo/desespero
• Necessidade de atribuir um significante
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A simbolização e o desejo• Não uma construção (Foucault), mas uma reação, uma
condição, um desejo
• “[...] o símbolo não é uma elaboração da sensação, nem da realidade. [...] A criação dos símbolos realiza a introdução de uma realidade nova na realidade animal” (p. 47)
• “As satisfações ilusórias do sujeito são evidentemente de ordem diversa das satisfações que encontram seu objeto no real puro e simples”
• “[...] a economia das satisfações ali envolvidas [na neurose] era de outra ordem e infinitamente menos ligada a ritmos orgânicos fixos, embora comandando uma parte deles” (p. 16-7)
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A simbolização e o desejo• “O que a psicanálise nos demonstra no tocante ao desejo [...]
não é apenas que ele está submetido, em sua instância, sua apropriação, em suma, em sua normalidade, aos acidentes da história do sujeito (ideia do trauma como contingência)”
• “[...] tudo isso exige o concurso de elementos estruturais que, para intervir, prescindem perfeitamente desses acidentes”
• Elementos estruturais “cuja incidência desarmônica, inesperada, difícil de reduzir, realmente parece deixar na experiência um resíduo que conseguiu arrancar de Freud a declaração de que a sexualidade devia trazer a marca de alguma fissura pouco natural” (“Subversão do sujeito...”, p. 826-7, grifo meu) 23
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A simbolização e o desejo
• Estrutura (Lévi-Strauss): simbólico, sistema de necessidades, inconsciente, determinante
• Lacan: “incidência dersarmônica, inesperada, difícil de reduzir”, deixa um “resíduo”, abre uma “fissura pouco natural”
• “[...] a insciência que o homem tem de seu desejo é menos insciência daquilo que ele demanda –que, afinal, pode ser cingido – do que insciência a partir da qual ele deseja” (p. 829)
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O grande Outro
• O Imaginário e o Simbólico
• Simbólico, estrutural correspondem ao que Lacan chama de “grande Outro”
• Lugar do universal, lugar da Verdade
• Determina o lugar da particularidade no interior de um sistema
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A falta no Outro
• Porém:
• “[...] não há Outro do Outro” (p. 833)
• “[...] não existe metalinguagem que possa ser falada, ou, mais aforisticamente, não há Outro do Outro”
• Estrutura é falha
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A falta no Outro
• O que isso quer dizer? ¯\_(ツ)_/¯
• A ordem simbólica, a estrutura, produz um duplo processo de determinação
• Determinação positiva: o lugar do sujeito, da particularidade no sistema, sua “autoidentidade” e a “identificação” dos outros e das coisas; regularidades sociais (Imaginário)
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A falta no Outro• Determinação negativa
• A estrutura não tem um sistema superior que a delineie como um domínio fechado
• Ela é aberta, lacunar, incompleta, não recobre toda a realidade
• Ela produz“incidência desarmônica, inesperada, difícil de reduzir”
• “Determina” o desejo, a neurose, a irregularidade, a contingência (Real)
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“Não existem universais”
• Foucault tinha certa razão ao pressupor que os universais não existem, mas não como um vazio que permite construções discursivas arbitrárias
• O universal não existe como lugar simbólico bem estabelecido
• O universal é uma indeterminação fundamental a que as particularidades constituem uma reação
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“Não existem universais”
• O universal “não é o receptáculo geral do conteúdo particular, o meio ou pano de fundo específico para o conflito de particularidades; [...] é o lugar de um antagonismo ou autocontradição insuportável e (a multitudede) suas espécies particulares são, em última instância, nada mais que muitas tentativas de ofuscar/reconciliar/dominar esse antagonismo”
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“Não existem universais”
• “Em outras palavras, o Universal nomeia o lugar de um Impasse-Problema, uma Questão premente, e os particulares são tentativas fracassadas de Respostas a esse Problema” (Žižek, Menos que nada, p. 470)
• Exposição/desamparo/desespero (Problema fundamental insuportável)
• Desejo: necessidade de atribuir um significante (um “discurso concreto”) para mascarar esse Problema
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“Não existem universais”
• Proposições metodológicas de Foucault sob uma nova dimensão
• Enunciado: não apenas descrever as particularidade de um determinado documento
• Colocar em questão os problemas fundamentais aos quais essa particularidade responde
• Problemas de formulação
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Psicanálise e sociedade
• Lacan – técnica psicanalítica: resolver ou explicar problemas clínicos
• Século XX: relação da psicanálise com a sociedade
• Escola de Frankfurt (marxismo x Freud)
• Foucault (antropologia x psicanálise)
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Psicanálise e sociedade
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Psicanálise e sociedade
• A psicanálise lacanina já tem uma teoria social implícita nessa releitura da antropologia estrutural
• Não relacionar psicanálise com marxismo ou antropologia enquanto domínios separados
• Mas compreender os problemas tradicionais do marxismo como problemas simbólicos
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Psicanálise e sociedade
• Crítica cultural como acesso privilegiado às contradições fundamentais da sociedade
• Vampiros x zumbis
• Gatos x cachorros
• Liberalismo x fundamentalismo
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Psicanálise e sociedade• Ideologia atua sobre a função simbólica de Lacan ou a função
enunciativa de Foucault
• Não mascarar a realidade
• Mas, sim, limitar o campo de possibilidades implícitas, de componentes simbólicos da “realidade”
• Falso antagonismo: multiculturalismo liberal x fundamentalismo islâmico
• Verdadeiro antagonismo: liberalismo/fundamentalismo x política emancipatória radical
• Promete democracia sem fundamentalismo e entrega democracia sem participação popular
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Questões metodológicas
• Os exemplos de Žižek às vezes soam arbitrários, postiços, quando não se limitam ao humor
• Esclarecem posições teóricas sem preocupação com fundamentos empíricos
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Questões metodológicas• Nesse sentido, a positividade do discurso
foucaultiana pode dar mais substancialidade a esse tipo de enfoque
• Compreendendo sua construção discursiva não apenas enquanto constituição de objetos em estratégias de poder
• Mas como expressão de impasses simbólicos condicionantes que estão além das construções estratégicas e as problematizam
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Questões metodológicas
• Crítica do pós-estruturalismo capaz de preservar suas contribuições metodológicas
• Campo novo de investigação
• Problemas inerentes às práticas simbólicas, discursivas
• Mas também levar essas contribuições metodológicas às últimas consequências
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Questões metodológicas
• O estatuto e os limites desse campo novo
• Prescindir do fundamento material
• O que não quer dizer que tal abordagem não possa tratar de problemas fundamentais e abrangentes
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Questões metodológicas
• Problemas de Sahlins e Sewell
• Não levar a cultura como condição simbólica a suas últimas consequências
• Não perceber que ver a cultura como condição é olhar para outro nível de realidade que o da cultura como esfera de existência
• Não atentar para a polissemia do termo cultura, que abrange dois conceitos diferentes
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Questões metodológicas
• Estrutura linguística ou simbólica
• Não um meio de compreender as “coisas no mundo”
• Um meio de compreender as condições do discurso sobre as “coisas no mundo”
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Questões metodológicas
• Ao tratar de problemas culturais, distinguir:
• Cultura em sua dimensão pragmática/referencial (imbricações sociais, econômicas, geográficas, materiais)
• Cultura em seu nível simbólico (“autonomia”, problemas próprios; as determinações específicas são efeitos)
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Epílogo
Mas e a história?
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Mas e a história?
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Estruturação
Tempo
• Ausência de referente/significação
• Constituição de relações
• Constituição social
• Presença na ausência
• Duração
• Conservação
Saussure
Lévi-Strauss
“Algo de problemático”
Algo de histórico
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Mas e a história?
• Algo de histórico
• Temporalidade: presença na ausência, duração, conservação > humanização
• História e condição humana
• Identificar uma dimensão simbólica das fontes históricas
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Mas e a história?• História e Simbólico: “algo de problemático”
• Weber/Elias/Sewell/Novais – história x ciências sociais
• Ciências sociais: conceitos, rigor, sistematização, sincronia, delimitação de esferas de existência
• História: particularização, variedade metodológica, dinâmica temporal, infinitude do objeto
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Mas e a história?
• Pensar esses problemas com base no estatuto das fontes
• Ciências sociais: fontes como referências da realidade
• Tudo nas ciências sociais conspira para esconder a dimensão temporal de suas fontes
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Mas e a história?
• O historiador não tem essa possibilidade
• Elaboração das fontes
• Temporalidade: problema central
• Distância da referência: a história trabalha com o que efetivamente “já foi”
• Mais sujeito à condição simbólica
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Mas e a história?
• Infinitude da história
• Não uma infinitude quantitativa (o “objeto indelimitável”)
• Mas uma infinitude qualitativa (a impossibilidade de fechamento do significado)
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