Doenças e cirurgias dos anexos oculares -...

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10/06/2012 1 Dr. João Alfredo Kleiner MV, MSc Vetweb Oftalmologia Veterinária www.vetweb.com.br A CÓRNEA Ocupa 1/5 a 1/3 da túnica fibrosa ocular 0,8 1 mm espessura Mais espessa no centro Avascular, lisa e clara. Funções : Suporta o conteúdo intraocular Refração da luz (curvatura) Transmissão da luz (Transparência)

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Dr. João Alfredo Kleiner MV, MSc

Vetweb Oftalmologia Veterinária

www.vetweb.com.br

A CÓRNEA

Ocupa 1/5 a 1/3 da túnica fibrosa ocular

0,8 – 1 mm espessura Mais espessa no centro

Avascular, lisa e clara. Funções :

○ Suporta o conteúdo intraocular ○ Refração da luz (curvatura) ○ Transmissão da luz (Transparência)

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Pouco elástica mas

resistente.

Substituída por tecido

cicatricial quando

lesionada

Macaco

Rhesus

Girafa Baleia

Golfinho

Camada de Bowman: Acelular, colágeno

Primatas, aves, mamíferos

Armadillo Athymic

Salamandra Japonesa Rocky Mountain Bighorn

Peixe-boi

Efeito “Bomba” endotélio

Epitélio:

HIDROFÓBICO

Endotélio:

HIDROFÍLICO

Remoção do epitélio:

○ Aumento de 200 % na espessura da córnea em 24

horas.

Remoção do endotélio:

○ Aumento de 500 % na espessura da córnea em 24

horas e aumento da permeabilidade em 6 x.

“Endotélio é a camada mais importante na

manutenção da detumescência corneana”.

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Nutrição

Humor aquoso

Capilares perilimbais

Filme lacrimal

Inervação

Nervos ciliares longos

Divisão oftálmica

sensitiva do trigêmio (V

par)

Maior número de receptores

Dor na superfície

Pressão estroma

Densidade de terminações nervosas é 300 a

400 x maior do que na epiderme.

Braquicefálicos tem um menor número de

terminações nervosas na córnea.

○ Lesões mais graves

○ Menos doloridas

Saúde Ocular x Filme lacrimal

Produção (quantidade e qualidade)

Espalhamento superfície ocular

Drenagem

Parte secretora Filme lacrimal trilaminar

Fase mucina:

- Células caliciformes.

- Filme lacrimal uniforme (Hidrofóbica hidrofílica)

- Remove partículas estranhas.

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Fase aquosa:

- Glândula lacrimal (50% a 70%)

- Glândula da 30 pálpebra (30% a 50%)

- Glândula Harderian (adicional da terc. Pálpebra, rica em lipídeos).

- bovinos, suínos, pássaros e roedores.

- Fornece O2 , nutrientes, função antibacteriana (IgA,

lisozima, lactoferrina), hidratação córnea e conjuntiva.

Fase lipídica:

- Glândulas meibomio (tarsais).

- Glândulas de Moll (sudoríparas modificadas);

- Glândulas de Zeis (sebáceas modificadas);

- Limita a evaporação e excesso de fluxo

lacrimal pelas pálpebras.

Parte excretora

1970: Doença da glândula lacrimal.

1980 – 1990: Não só a quantidade mas também

a qualidade do filme lacrimal.

2000: Controle da inflamação da superfície ocular

é definitivo no tratamento.

“ A síndrome da disfunção do filme lacrimal (“olho

seco”) é uma doença multifatorial da lágrima e da

superfície ocular que resulta em sinais de

desconforto, distúrbios visuais, instabilidade do

filme lacrimal, aumento da osmolaridade e severo

dano à superfície ocular (inflamação / infecção).”

(International Dry Eye Work Shop – DEWS . 2007)

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Inflamação conjuntivo-corneana devido à

deficiência do filme lacrimal.

Quantitativa ou Qualitativa

Uma das oftalmopatias mais comuns em

cães e a maior causa de conjuntivite;

Geralmente bilateral;

Bulldog Inglês, Yorkshire, Lhasa Apso,

Poodle, Cocker Spaniel, Basset Hound.

Pode causar cegueira !

ETIOLOGIA

Deficiências: * Quantitativas * Qualitativas do filme lacrimal pré- corneano.

Alacrimia congênita (Pugs, Yorks, Poodle);

Secundário à drogas;

Radioterapia;

Excisão da Glândula da 30 pálpebra;

Defeitos palpebrais;

Neuropatias (Adenite imunomediada).

Castração

Secundária a Medicamentos

Sulfas (sulfadiazina, sulfassalazina, sulfa-trimetoprima)

Efeito lacrimotóxico direto nas células acinares

lacrimais atribuída aos anéis nitrogenados com

piridina e pirimidina;

Aparece em 1 semana à 7 meses após

cessada a terapia.

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Efeitos mais severos em cães com menos de

12 Kg;

Animais devem ter Schirmer normal e

verificado semanalmente.

Prognóstico reservado após suspensa

terapia.

Anestésicos

Diminuição temporária por até 48 horas;

Anticolinérgicos (Atropina);

Proparacaína (Anestalcon®);

Halotano, Isoflurano.

Lágrimas artificiais em forma de gel à cada 90 minutos

de procedimento.

Outras Drogas

Antihistamínicos ○ Antagonistas receptores H1 (parassimpatolitico)

Lágrima

Etodolaco (Etogesic® , Flancox®).

Antidepressivos

β-bloqueadores

Produz de 30 % a 50 % da fase aquosa.

Prolapso crônico sem reparo cirúrgico.

Excisão (iatrogênico).

Aumenta casos de CCS em raças

predispostas.

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EURIBLÉFLARO

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Lesões na inervação da glândula lacrimal.

Traumas oculares ou região supra-orbital

Nervo trigêmio

○ DFL neurotrófica:

Hipossensibilização córnea

Diminuição lacrimejamento reflexo

Extracapsular

Nervo facial

○ DFL neuroparalítica: paralisação facial.

Oftálmico :

Córnea

Canto medial

Mucosa nasal

Maxilar :

Canto lateral

OS NORMAL OD AFETADO

Open Mouth view

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DFL Neurogênica:

Lesões do ramo eferente parassimpático.

Lesões no gânglio pterigopalatino

Xeromicteria

Disautonomia:

Doença rara afetando todo sistema

autonômico

Miose

Ptose palpebral

Enoftalmia

Proeminência da terceira pálpebra

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INERVAÇÃO SIMPÁTICA OCULAR

Central ou neurônio de primeira ordem:

Origina-se no tálamo passa pelo tronco cerebral e medula

espinhal ipsilateral e faz sinapse na região cervical torácica.

Segundo neurônio ou pré-ganglionar:

Sai da medula espinhal com a 7° cervical e 1° ou 2° raiz motora

torácica e termina na sinapse colinérgica no gânglio cervical

cranial;

Terceiro neurônio ou pós-ganglionar:

Fibras passam perto do tronco carotídeo entram nos olhos com

nervos ciliares posteriores longos e curtos. Terminam numa

sinapse adrenérgica no músculo dilatador da pupila.

Lesões centrais (tronco cerebral, coluna cervical e torácica cranial):

○ Trauma

○ Isquemia

○ Neoplasia

CAUSAS

Lesões pré-ganglionares:

Massas torácicas e mediastínicas:

1. Neoplasia (ex. linfossarcoma)

2. Abscessos

3. Corpo estranho

Trauma:

1. Avulsão plexo braquial

2. Mordidas

3. Manipulação carótida (punção venosa)

4. Intervenção cirúrgica

Neoplasias (adenocarcinoma de tireóide).

Lesões pós-ganglionares (mais comuns):

Otite média

Doença retrobulbar:

1. Trauma

2. Abscessos

3. Neoplasia

Lesões vasculares ou neoplásicas do seios nasais.

Neuropatia periférica diabetogênica

Idiopática ( > 50% casos em cães )

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FENILEFRINA 1 %:

Instilar 1 gota no olho afetado:

○ Midríase rápida em 20 minutos lesão pós-ganglionar

○ Midríase lenta 30 a 40 minutos lesão pré-ganglionar

LOCALIZAÇÃO DA LESÃO

Castração aumenta a predisposição à DFL;

Andrógenos tem efeito no tamanho, função

e imunidade da glândula lacrimal;

Incidência maior em animais velhos (7 a 9 anos);

Sinais Clínicos

Secreção mucopurulenta ○ Desequilíbrio flora bacteriana normal.

○ Hipertrofia das células caliciformes.

Hiperemia conjuntival

Blefarospasmo (Dor)

Ulcerações secundárias

Pigmento corneano ○ Ceratite pigmentar

DESCARGA CORRIMENTO

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Carcinoma Epitelial + Dry-eye

•Tilose : calos palpebrais.

•Madarose: perda dos cílios / sobrancelhas. OD

Dry-eye + hemorragia estromal

Diagnóstico

Sinais clínicos

Teste de Schirmer:

Papel filtro padronizado (Whatman n0 41).

< 15 mm/min: Incipiente

6 e 10 mm/min: moderada

< 6 mm/min: severa.

Fluoresceína (“Break up time”)

Rosa bengala

Lissamina green

Teste de schirmer

Fluoresceína

É o corante mais usado

Não penetra epitélio lipofílico normal

corneano

Avalia a integridade epitelial (penetra estroma)

Adere-se à mucina do filme lacrimal

○ Break up time

Importante o exame com luz de cobalto azul.

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Rosa Bengala Derivado da Fluoresceína (grupo da xantina)

Usada em:

Ulcerações dendríticas (herpes vírus)

Diagnóstico de KCS “qualitativo”

○ Cora células com pouca cobertura de filme lacrimal

Lissamina Green

Corante vital verdadeiro:

○ Não cora células saudáveis sem filme lacrimal

○ Cora células com membrana lesionada.

Melhor tolerada pelos pacientes

Não é citotóxica para epitélio corneano.

Identifica Punctas Lacrimais

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Tratamento

ETAPAS IMPORTANTES

Tratar infecção secundária

Tratar inflamação da superfície ocular

Harmonizar as camadas do filme lacrimal

Usar reeducadores da glândula lacrimal

Cirurgias

Substitutos lacrimais

Sem conservantes.

Cada 20 a 60 minutos !

Sulfato de condroitina

Optive ®

Melhora o equilíbrio osmótico.

Oftane ®

Restaura o complexo bifásico mucino-aquoso.

Genteal ®

Perborato de sódio ► H2O e O2

Minimiza toxicidade conservantes

Endura ®

Emulsão.

Fresh Tears ®

Maior tempo de contato.

Systane UL®

Polietileno / Propileno Glicol

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Durante 20 dias e “taper”.

Somente em epitélio corneano íntegro.

Ausência de úlceras.

Corticóide tópico

○ 30 a 60 dias para resposta !

○ BID – TID.

○ Schirmer maior que 2 mm/min

○ Não penetra córnea ou esclera !

○ Irritação ocular em alguns casos.

○ Potencial carcinogênico ?

Ciclosporina 0,2 a 2% (óleo de amêndoa / linhaça)

20 a 50 x mais potente que a ciclosporina.

BID – TID.

Usado nos casos refratários à Ciclosporina.

Efeitos colaterais a longo prazo ???

Tacrolimus 0,02% a 0,03% Início Tacrolimus 0,02 % BID

OD OS

20 dias após

OD OS

Parassimpatomimético

Usado nos casos de KCS neurogênica

2 gotas BID – TID (via oral)

Misturar na água ou comida

Aumentar 1 gota a cada 3 dias até efeito

Vômitos, diarréia, hipersalivação.

Pilocarpina 2% colírio

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Ômega 3/6: melhora a mucina

○ Ômega 3 : salmão, arenque, peixes, olivas.

○ Ômega 6 : leite, sorvete, pizza, filé, frituras.

- Pró-inflamação.

Óleo de Linhaça 500 mg BID

Efeito antiinflamatório e melhora fase lipíca

Tetraciclina

Diminui as bactérias que elaboram toxinas inflamatórias.

15 a 20 mg/Kg BID

Doxiciclina

Efeito imunomodulador

250 – 500 mg por cão VO / TID

Resultados variáveis.

Soro autólogo ou heterólogo.

○ Fatores de crescimento

○ Supressores da inflamação

○ Vitamina A

○ Lisozima

○ Fibronectina

Higienização palpebral

Chá de camomila gelado

Cilclar

Utilizar uma gaze por olho !

Ceratectomia superficial (ceratite pigmentar severa)

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Alacrimia congênita (Yorkshires, Pug)

KCS neurogênica

Induzida por drogas

Resposta ruim à terapia tópica.

Animais muito agressivos.

Composição da lágrima e da saliva em humanos.

(Gellatt, KN – 1991)

Característica Lágrima Saliva

Ph

Osmolalidade

Lisozimas

Aspecto

Total sólidos (%)

Cinzas

5.3 – 7.8

Fisiológica

Presentes

Clara

1.6

0.81

5.2 – 8.4

Fisiológica

Presentes

Clara

1.8

1.05

Anatomia

V. Jugular

V. Lingofacial

V. Maxilar

Parótida

Mandibular - Sublingual

Ducto

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12 dias pós-op

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Fragmento de tecido glandular do

próprio paciente implantado na região

conjuntival.

Quality of salivary tears following autologous submandibular gland transplantation for severe dry eye

G. Geerling, K. Honnicke, C. Schröder, C. Framme, P. Sieg, I. Lauer, H. Pagel, M. Kirschstein, M. Seyfarth and A. M. Marx, et al.

O tecido mantém sua função

Saliva mais densa

Intermediário entre lágrima e saliva

- Denervação e lágrima residual

Materiais e Métodos

Materiais de microcirurgia utilizados:

• Tesoura delicada curva

• Tesoura delicada plana

• Porta-agulha delicado

• Pinça anatômica sem dente (Pinça de Adson)

• Pinça mosquito

• Seringa e agulha de insulina

• Lâmina de bisturi número 15

• Fio Vicryl 4-0

• Fio Polipropileno azul mono 6-0

• Recipiente estéril.

Materiais e Métodos

Etapas do procedimento cirúrgico:

Antissepsia da região doadora - Mucosa

próxima à comissura labial.

Medição da margem de distância dos lábios

à região doadora para o início da incisão,

correspondente à largura da lâmina de

bisturi número 15:

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Obtenção do enxerto, por meio de incisão

elíptica na região próxima à comissura labial,

área de acesso mais fácil e onde há maior

número de glândulas salivares

Ressecção do enxerto com tesoura delicada

plana.

Solução fisiológica em recipiente estéril Sutura da região doadora da mucosa labial com fio

Vicryl 4-0 em padrão simples contínuo.

Preparo do leito receptor: após antissepsia, exposição

da conjuntiva através de injeção de solução salina.

Preparo do leito receptor no fórnice conjuntival, com tesoura delicada curva, criando uma

área cruenta fusiforme na face posterior da pálpebra superior

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Sutura do enxerto, com a face glandular em contato com a superfície

cruenta, em padrão simples interrompido utilizando fio de Polipropileno azul

mono 6-0.

Materiais e Métodos

• Protocolo anestésico:

– Medicação pré-anestésica: Acepran 0.02 mg/Kg e

Meperidina 5mg/Kg.

– Indução : Propofol 5 mg/Kg

– Manutenção: Isoflurano.

• Medicação pós-operatória padrão: – Antiinflamatório não esteroidal - Meloxican 0,1

mg/Kg, dose única.

– Colirios: Vigamox – 1 gota em ambos os olhos QID por 5 dias. Oftane – 1 gota em ambos os olhos QID, uso contínuo.

Deficiência de mucina

Fluoresceína “Break up time”

○ Instilar uma gota de fluoresceína

○ Manter pálpebras abertas

○ Normal é de 20” ou mais.

○ Casos anormais:

Biópsia conjuntival fórnix medial ( [ ] céls. Caliciformes )

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Tratamento

Mucinomiméticos:

Metilcelulose 2%

Genteal® gel

Ciclosporina ( produção de muco.)

Sulfato de condroitina

TETRACICLINAS

Diminui a secreção de lipase bacteriana que degrada a secreção

lipídica das glândulas de meibomio em fragmentos inflamatórios

de ácido graxo.

Propriedade anticolagenase

Inibe a MMP (matriz metaloproteinase)

Administrada via oral.

Mecanismo de ação desconhecido.

○ Melhora a secreção lipídica.

Deficiência de lipídeos

Calázio.

Secreção tipo “pasta de dente”.

Edema margem palpebral

Hiperemia junção mucocutânea

Exsudato crostoso.

○ Afecção glândulas de meibomio.

Cultura e antibiograma.

Calázio

Hordéolo

Tratamento

Pomadas de antibiótico

► Petrolatum, lanolina, óleo mineral (Epitezan ®).

► Liposic®

Curetagem , compressas mornas;

Antibiótico + corticóide tópico. - Cilodex, Vigadexa, Tobradex.

Antibiótico via oral por 10 dias.

Evitar “espremer”

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Ceratite superficial crônica Pannus Überreiter

Afecção típica dos cães;

Predisposição ao Pastor Alemão;

Mais severa em cães jovens e de altitudes elevadas;

Causa não determinada (Auto-imune?);

Ceratite linfocítica-plasmocítica;

Lesões corneanas idênticas às lesões

dermais do Lúpus Discóide;

Pouco desconforto (Indolor);

Epitélio se mantém intacto;

► Pode tornar-se queratinizado.

Vascularização e melanose podem causar

cegueira;

Sinais exacerbados pela luz solar (UV); - ↑ MMP (matrix metaloproteinase)

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Tratamento

Não existe cura, mas sim controle

AB + Corticóides tópicos TID x 3 semanas ○ Após remissão sinais BID

Corticóide subconjuntival cada 3 - 4 meses

○ Ex.: Diprospan (betametasona) 0,2 a 0,3 ml

Ciclosporina ou Tacrolimus

Ceratectomia superficial (casos severos)

Óculos de sol

30 dias de tratamento

OD OS

Cisto Dermóide

Anomalia congênita

Corístoma (tecido normal, lugar anormal)

Mais comum em cães

Geralmente acomete canto lateral ou limbo

CISTO DERMÓIDE ESCLERAL

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DERMÓIDE CONJUNTIVAL TRATAMENTO

Ressecção conjuntival

Ressecção esclero-corneana parcial

Manejo ulcerações secundárias

Pós-operatório:

Colírios antibiótico + AINS

Colírios antibiótico + corticóide

Recorrências se permanecerem folículos pilosos!

Melanose focal corneana

Involução tardia

Memb. Pupilar

Irritações crônicas:

- Triquíase

- Distiquíase

- Cílio ectópico

- Pannus

- KCS

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Anatomia

A = pele

B = músculo orbicular

C = tarso

D = musc. elevador palp. sup.

E = glând. Meibomio

F = conjuntiva palpebral.

G = cílios

Cílio Ectópico

Triquíase

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Técnica de Saddes (Triquíase) Distiquíase

Não está associada com alterações

histológicas das glândulas tarsais;

Parecem originar-se de folículos pilosos

ectópicos tarsais;

Regulação anômala na morfogênese dos

folículos pilosos do tecido mesenquimal da

placa tarsal;

Granuloma crônico

•Distiquíase

•Entrópio inferior

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Anatomia

A = pálpebra superior

B = pálpebra inferior

C = canto medial

D = canto lateral

E = membrana nictitante

F = carúncula

G = cílios

Etiologia

Defeitos congênitos

○ Entrópio

○ Ectrópio

○ Agenesia palpebral

Adquiridos

○ Traumáticos

○ Inflamatórios

○ Neoplásicos

Tratamento

Primariamente cirúrgico !!!!!

Anestesia tópica para anular blefarospasmo.

“Tacking” em animais jovens

○ Sharpeis

○ Fixar no periósteo

○ Fio nylon

○ Retirar pontos após 15 a 20 dias.

“Tacking” Plástica definitiva

• Bisturi normal

• Eletrobisturi

• Fio de nylon 5 – 0

• Pontos interrompidos simples

• 2 a 3 mm da bordo pigmentado

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Opacidades corneanas

Nébula

Mácula

Leucoma

ETIOLOGIA

Traumas

Distrofias

Degenerações

Doenças metabólicas

Inflamações

Glaucoma.

Oftalmopatias que afetam camadas que

controlam a hidratação corneana.

As afecções endoteliais são mais graves

(endotelites).

Ex.: Glaucoma, uveítes, úlceras.

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Tratamento

Solução hipertônica de NaCl 5% QID

Ceratoplastia térmica

Controle da causa primária

Úlceras, glaucoma, etc.

“Blue Eye”

Seqüela de vacinação (Adenovírus – 1) Vacinas Adenovírus tipo II 1% de edema.

Destruição do endotélio corneano pelo

vírus da hepatite.

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OUTSTANDING HAPPY TIMES !!!!

Condição primária, bilateral e hereditária

não acompanhada de inflamação

ou associada a doenças metabólicas ou

sistêmicas;

Distrofia defeito de nutrição (metab.) celular

Progressão lenta

Pode ser epitelial, estromal ou endotelial

Tratamento Distrofia

Soluções hipertônicas (NaCl 5%)

Corticóides tópicos

Ceratoplastia Térmica

Ceratectomia lamelar superficial

Ceratoplastia penetrante (Transplantes) nos casos severos

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Relacionada a várias oftalmopatias

crônicas acompanhadas de inflamação;

Depósitos de lipídio ou cálcio;

Importante diferenciar de distrofias;

► Hereditariedade.

Ceratopatia lipídica

Relacionada a uveítes,

coriorretinites, irites,

cirurgia córnea.

Não possuem

alterações sistêmicas

Tratamento tópico com

corticosteróides

Degeneração gordurosa periférica

Normalmente bilateral

Hiperlipoproteinemia

Hipotiroidismo

A) Golden 9 anos

B) Golden 3,5 anos

C) Dogue de Bordeaux 3 anos e

hipotiroidismo

D) Cockapoo 5 anos

E) Fotomicrografia vacúolos lipídicos

F) Granuloma de colesterol estromal

superficial

H C V B – Blumenau / SC

OD OS

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Controlar causa primária

Debridamento das placas

Ceratectomia

Antibióticos tópicos

Quelantes de cálcio (EDTA + Lácrima)

Evitar Corticosteróides ?

• Diminuem a vascularização

• Diminuem a fagocitose e atração de macrófagos que podem clarear a lesão

• Faz atração e ligação das moléculas de cálcio.

WWW . HCVB . COM . BR

Opacidades corneanas climas tropicais;

Cães e gatos;

Estroma anterior;

Parece ser auto-limitante ou de progressão

lenta.

Assintomático.

Epitélio intacto;

Sem sinais de inflamação;

Não responde a corticóide ou antifúngico;

Avaliação ultraestrutural:

○ Vacúolos estromais 0,5 a 1 µm material amorfo, sem membrana e

tipo bastonetes.

Micobactéria ?

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Episclerite Nodular Granulomatosa

Histiocitoma Fibroso

Granuloma Limbal

Fascite nodular

Pseudotumor

Granuloma do Collie

Predisposição ao Collie e Sheepdog

Degeneração

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Ceratectomia lamelar superficial

Corticóide tópico ou subconjuntival

Ciclosporina 2%

Azatioprina (Imuran ®)

2 mg/Kg SID 1 mg/Kg SID 1 mg/Kg q 7 dias.

Vomitos, diarréia, hepatotoxicidade e

mielosupressão

Remissão em 1 a 8 meses.

○ Parar terapia.

Suçuarana 2 anos

Etiologia

Irritação crônica

○ Distiquíase, distriquíase, intertrigo facial / nasal

○ Entrópio

○ Ectrópio

○ Fissura macropalpebral (Euribléfaro)

○ Lagoftalmia

○ DFL

Pigmentação

Deriva de:

Tecidos Límbicos

Perilímbicos

Células melanocíticas

Depositado por fibroblastos e macrófagos.

Importante !!

Examinar os animais minuciosamente:

As pálpebras se encontram ?

Anatomicamente normal ?

A córnea dos braquicefálicos possui número

reduzido de terminações nervosas trigeminais.

• Ceratites (áreas secas) focais

• Ulcerações indolores

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Plástica: ○ Pele

○ Pálpebras

○ Cílios

Tratamento DFL

Tacrolimus, ciclosporina

Ceratectomia superficial

Pode recorrer !

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Tratamento

Terapia ulcerações

Corticóide tópico

Solução Hipertônica

GAGS

Transplante de córnea.

ULCERAÇÕES

Perda do epitélio corneano ou estroma;

Superficiais mais doloridas que

profundas;

Cicatrização corneana:

Bovinos > Felinos > Caninos > Eqüinos

ETIOLOGIA

- Mecânica: abrasão, traumas, anormalidades ciliares e palpebrais, dessecação (DFL);

- Infecciosa: bactérias, vírus, fungos;

- Química: saponáceos, substâncias causticas;

- Distrofias corneanas;

- Distúrbios metabólicos: Hipoestrogenismo ?

Diagnóstico

Sinais clínicos:

○ Blefarospasmo (Dor)

○ Enoftalmia

○ Fotofobia

○ Proeminência Terceira Pálpebra

○ Lacrimejamento excessivo

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Fluoresceína SEMPRE !

Rosa Bengala:

○ Cora células mortas e epitélio desvitalizado;

○ Cora células corneanas com pouca cobertura de filme

lacrimal;

○ Cora ulcerações corneanas dendríticas em gatos

(herpes);

○ Microerosões na ceratomicose eqüina;

Superficial

Descemetocele Fluoresceína + Luz Cobalto SEMPRE !!!!

Trauma

Mordida (infectadas)

AQUÊNIOS

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OBJETIVOS:

Analgesia

Evitar aderências intraoculares (Sinéquias)

Minimizar infecções

Promover a cicatrização ocular

Restabelecer a visão devolvendo a transparência corneana.

Preservar o globo ocular.

CICLOPLEGIA

Diminui dor e espasmos iridociliares

Diminui formação de sinéquias

Tropicamida TID (Mydriacyl®) - Curta duração

Atropina 1% BID – TID CUIDADO EM EQÜINOS

* Em gatos usar Atropina na forma de pomada !

► A cada 30’ por 4 horas depois 4 a 6x dia. Gram + : Neomicina/bacitracina/polimixina Gram - : Tobramicina, cefalotina Infecção mista: Ciprofloxacina Gatifloxacino

ANTIBIÓTICOS TÓPICOS Colírios de Antibiótico

Interferem menos na cicatrização corneana do que pomadas.

* Ciprofloxacina e Gentamicina

- Somente em infecções complicadas

- “melting ulcers” Ex. pseudomonas

- Epiteliotóxicos

* Fazer Cultura e antibiograma !

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Antibiótico fortificado

Cefalotina forte:

1 frasco Keflin® (1g)

Diluir em 4 ml solução fisiológica

Pegar 1 ml e adicionar a 4 ml de lágrima artificial

[ ] final = 5 % (50 mg/ml)

Estável por 96 horas em geladeira.

Proteinases da lágrima

Matriz Metaloproteinase (MMP)

Elastase dos neutrófilos (NE)

Removem células danificadas e colágeno da córnea

Existe um equilíbrio com fatores inibitórios para prevenir a degradação excessiva de tecido normal.

Colagenólise

As inflamações severas secundárias a infecção

bacteriana provocam ativação ou produção

excessiva de proteinases pelo epitélio

corneano, leucócitos e microrganismos

levando a uma liquefação estromal.

Comum em gatos e eqüinos (Pseudomonas).

EVITAR USO DE CORTICÓIDE TÓPICO !!!!!!!!!!!

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Acetilcisteína 5% ou 10%

1 gota a cada hora

EDTA 0,35%

Vacutainer (hemograma) +3 ml solução fisiológica

Colagenase precisa Ca++ e Zn+

Inibem apenas MMP !

Soro autólogo / heterólogo

Contém: -2 macroglobulinas

-1 antitripsina

Anti-proteinase (MMP e NE).

Epiteliotrófico (promove cicatrização). ○ Fator de crescimento epitelial

○ Fator de crescimento derivado das plaquetas

○ Vitamina A

[ ] maior que a do plasma !!!!

Instilação freqüente nos primeiros dias De hora em hora

• Manter geladeira após o uso !

Viável por 1 semana

Freezer da geladeira (- 4o C) Viável por 1 mês

Freezer vertical (- 20o C)

Viável por 3 meses

• Centrifugar a 3000 rpm durante 15 minutos

• Deixar sedimentar a temperatura ambiente por ± 3 horas.

“Epitelizantes”

Insulina tópica (1ml + “misturinha”.)

GAGS

Nandrolona (Deca Durabolin®)

Concentrado plaquetário

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Dexpantenol

Triticum vulgare

2-Fenoxietanol

FILME LACRIMAL ?

???

???

Defeito na membrana basal e hemidesmossomos resultando em uma deficiência de adesão do epitélio com o estroma corneano.

Geralmente afeta raça Boxer mas pode aparecer em qualquer raça de cães, gatos e eqüinos;

Ulcerações superficiais que não cicatrizam com terapia usual em 5 a 7 dias (suspeitar);

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Terapia usual para úlceras:

Antibiótico tópico (Ex. Tobramicina)

Cicloplégico

Soro:

○ Fonte fibronectina:

○ Promove adesão tecidual e migração celular

GAGS (Ex. Tears)

TRATAMENTO DE ELEIÇÃO É

CIRÚRGICO !

Ceratotomia em grade

○ Gradeamento

Ceratotomia punctada Promovem uma adesão do epitélio solto.

IMPORTANTE !!!!

MEDIR T4 TOTAL !!!!

Hipotiroidismo em 44% dos casos.

○ Suplementação hormonal:

↑ cicatrização ↓ recidiva e afecção do olho contra-lateral

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OBJETIVOS:

Suporte ocular;

Auxiliam a cicatrização: suprimento sangüíneo.

Controle de infecção;

Melhoram a transparência corneana.

Flap de Terceira Pálpebra (Escarificado!)

Flap conjuntival 360o

Flap conjuntival 180o (tipo “capuz”)

Flap conjuntival pediculado

Transposição córneo-escleral

Enxertos e Transplantes corneanos

Escarificar o flap antes!! Não usar em pássaros !!!!

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Transplantes

Ópticos:

○ Restabelecer a transparência.

Tectônicos:

○ Suporte corneano

○ Eliminar uma infecção

○ Objetiva a cicatrização e não transparência total.

Transplante de Córnea - objetivos

Restabelecer a transparência da córnea central – transplante óptico

Transplante de Córnea – resultados

humanos

Causas de falência ACGR / CTFS

Rejeição 32 %

Perda endotelial 20 %

Infecção 14 %

Falência primária 7 %

Glaucoma 6 %

Recorrência 1 %

Outros 20 %

N= 1186. Fonte: Br J Ophthalmol 2000;84:813-15

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Obtida após cesariana nos animais;

Lavar bem com solução fisiológica para

remoção de coágulos e aderências;

Conservar em glicerina 98 %

- Diminui a antigenicidade dos tecidos;

- Efeito bactericida

Conservada em temperatura ambiente;

Função tectônica

Efeito antibacteriano

Antiangiogênico

Anti-inflamatório

Antifibroblástico

Epitelização mais rápida e diminui

inflamação estromal

Excisão intertrigo facial Pequinês 6 anos

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Pós-op. imediato

• Ulceração colagenolítica

• Uso crônico de Corticóide tópico

• Risco de Oftalmia simpática

• Enucleação !

Kleiner, J. A.; Moreira, R. M. S.; Reinhardt, C. I Congresso Brasileiro de Especialidades em Medicina Veterinária – CONBREMEV 2002.

ANATOMIA PERIOCULAR

MELANOMA CILIAR

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Ceratite Superficial Punctada

Infiltrados epiteliais e subepiteliais

Causa indefinida (imunomediada ?)

Pode resolver após 6 meses

Dachshunds

Tratamento ?

Corticóide tópico !

Antibióticos sistêmicos não têm efeito e não

tratam úlcerações corneanas.

Tópicos:

Indicados em úlceras profundas e descemetoceles

profilaticamente.

Não cicatrizam a córnea e sim inibem crescimento

de bactérias intraoculares.

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Se não temos evidência de infecção, NÃO MUDAR

de antibiótico continuamente !

Cuidado com quinolonas (ciprofloxacina)

Fazer cultura e antibiograma.

AINS e esteroidais sistêmicos podem ser usados !

Eqüinos geralmente possuem uveítes na presença

de ulcerações corneanas.

O uso abusivo de Atropina (cicloplégico) pode

agravar e exacerbar as ulcerações corneanas

○ ↓ lágrima .

Colírios Anestésicos são CONTRA-INDICADOS

pois atrasam a cicatrização

Pomadas NÃO DEVEM ser usadas na

presença ou suspeita de perfurações

corneanas

Úlceras superficiais que não melhoram em 2 a

4 dias devem ser reavaliadas !

SRD 10 meses úlcera crônica

Usou Maxitrol e Maxidex 10 dias

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