Doenças Comuns

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Feito no dia 20/03/2012

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Endocardiose

Resumo

• A endocardiose é uma doença cardíaca que resulta

da degeneração progressiva das válvulas do coração.

Quando as válvulas não estão a funcionar

correctamente, o coração tem que trabalhar mais

arduamente para compensar esta falha, o que a

longo termo vai provocar o enfraquecimento e

danificação do miocárdio.

• A insuficiência cardíaca congestiva desenvolve-se

quando o coração já não tem capacidade de

compensar a falha valvular. A sintomatologia mais

comum inclui tosse, intolerância ao exercício e

dificuldades respiratórias.

• A medicação oral e as reavaliações periódicas são

essenciais para aumentar a esperança de vida do seu

animal e ajudar a mantê-lo confortável e feliz.

Quais são os sinais clínicos?

Se a endocardiose for ligeira, o seu animal de

estimação pode parecer completamente

normal, no entanto, casos mais avançados

podem manifestar a seguinte sintomatologia:

• Tosse (principalmente à noite ou quando estão deitados)

• Intolerância ao exercício (cansam-se mais facilmente)

• Dificuldade a respirar

• Letargia

• Distensão abdominal (acumulação de fluidos no abdómen)

• Desmaios

Como se diagnostica?

O diagnóstico de endocardiose pode requerer uma combinação de vários testes:

• Auscultação: recorrendo ao uso do

estetoscópio é possível ouvir os sons cardíacos

e pulmonares. Neste exame, podem ser

detectados sopros cardíacos, um ritmo cardíaco

irregular e sons pulmonares anormais, que

podem surgir quando já está presente

insuficiência cardíaca congestiva.

• Análises de sangue: a realização do

hemograma e bioquímica sanguínea permitem

avaliar o estado geral do animal, assim como

obter informação sobre outros órgãos

importantes (p.ex. rins e fígado). Pode ser

também necessário realizar uma análise para

despiste de dirofilaria (parasita cardíaco).

• Radiografia: Permite avaliar o tamanho,

forma e posição do coração. Na endocardiose o

coração pode estar aumentado de tamanho

devido ao aumento de esforço a que o músculo

cardíaco é sujeito. As radiografias possibilitam

também a visualização dos pulmões, o que é

fundamental quando está presente

insuficiência cardíaca congestiva (acumulação

de líquido nos pulmões).

• Electrocardiografia: Também conhecida como

ECG, é um teste que regista as alterações

Doenças Comuns

A endocardiose é uma das causas mais comuns de insuficiência cardíaca em cães; a insuficiência cardíaca congestiva pode ser fatal, principalmente quando

não é tratada.

Válvula mitral

Válvula aórtica

Válvula

pulmonar

Válvula

tricúspide

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eléctricas cardíacas, cuja interpretação fornece

informações importantes acerca do ritmo

cardíaco, saúde e tamanho do miocárdio.

• Pressão arterial: doenças cardíacas podem

causar alterações na pressão arterial e interferir

desta forma no tipo de medicação a

administrar.

• Ecocardiografia: é, provavelmente, o exame

que fornece mais informação sobre o

funcionamento e estrutura cardíaca. Através da

tecnologia de ultra-sons, este teste permite que

o coração seja visualizado num ecrã digital,

fornecendo dados extremamente importantes

sobre as válvulas cardíacas.

Como se trata?

Na maior parte dos casos a endocardiose é

tratada com medicação oral. Estes

medicamentos ajudam o coração a funcionar

mais eficientemente e a remover o excesso de

fluído que se pode acumular nos pulmões. Por

vezes, uma dieta especial (baixa em sódio)

pode ser recomendada.

É muito importante que os pacientes com

cardiopatias sejam reavaliados periodicamente,

não só para detectar alterações anormais

antecipadamente, mas também para modificar

a terapia de acordo com a evolução da doença.

Também pode ser necessário repetir alguns

testes de diagnóstico, como as análises de

sangue para controlar efeitos secundários

associados à terapêutica, ou as radiografias

torácicas para avaliar o grau de edema

pulmonar (líquido acumulado).

Saiba mais sobre a

endocardiose!

Nos cães e gatos, o coração contém quatro

válvulas. A abertura das válvulas cardíacas

permite que o sangue flua livremente, e

sempre na mesma direcção, de uma câmara

cardíaca para a seguinte câmara ou para um

vaso sanguíneo. O fecho das válvulas, por sua

vez, impede o refluxo do sangue para a câmara

anterior. A endocardiose, ou doença valvular

degenerativa, resulta da danificação e

consequente mau funcionamento de uma ou

mais válvulas, prejudicando desta forma o

correcto fluxo sanguíneo através do coração. As

válvulas danificadas podem ficar espessadas,

libertar-se das estruturas que as fixam ou

perder a flexibilidade necessária para se

moverem livremente. Quando as válvulas não

funcionam correctamente, o fluxo de sangue

pelo coração pode tornar-se turbulento ou

irregular, forçando o coração a trabalhar mais,

o que causa lesões adicionais ao músculo

cardíaco com o passar do tempo. Estes factores

podem levar a uma condição chamada

insuficiência cardíaca congestiva, quando o

coração não funciona apropriadamente.

Data da

reavaliação Objectivos

Connosco, o seu animal de

estimação está em boas mãos.

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Insuficiência Renal Crónica

Resumo

• Insuficiência Renal Crónica (IRC) é uma doença progressiva que não tem cura, no entanto é possível atrasar a sua evolução e atenuar a sua sintomatologia.

• Os sinais clínicos associados a esta doença incluem aumento da sede e produção de urina, perda de peso e de apetite.

• Muitos animais conseguem ter uma boa qualidade de vida durante alguns anos antes de serem diagnosticados com IRC.

Quais são os sinais clínicos de

Insuficiência Renal Crónica?

Inicialmente, os sinais clínicos de IRC são

imperceptíveis ou muito ligeiros, no entanto

intensificam-se à medida que a doença

progride:

• Aumento da sede e da produção de urina

• Perda de peso

• Vómitos

• Perda de apetite

• Desidratação

• Letargia/Apatia

• Pêlo em más condições

• Salivação (devido a náusea e úlceras na boca)

Qual é a função dos rins?

Os rins são responsáveis por várias funções

importantes no corpo, incluindo as seguintes:

• Eliminação de produtos tóxicos, através da sua concentração na urina

• Produção de eritropoietina, uma hormona que estimula a produção de glóbulos vermelhos

• Ajudar a manter o equilíbrio de água no corpo/hidratação

• Metabolização e excreção de vários tipos de fármacos

• Regular a concentração de importantes electrólitos sanguíneos, como o sódio e o potássio

As doenças renais vão diminuir a capacidade dos rins para realizarem estas funções, contribuindo desta forma para o aparecimento de sinais clínicos e progressão da doença.

A Insuficiência Renal Crónica é irreversível, podendo ter como causas nefrolitíase (“pedras renais”) e doença renal poliquística. Na maior parte dos animais, a IRC não tem uma causa evidente, surgindo apenas como um declínio da função renal associado à idade. Embora a IRC não seja reversível, geralmente é possível atrasar a sua progressão e atenuar as suas manifestações clínicas, para que o animal se sinta mais confortável.

Como se diagnostica a

Insuficiência Renal Crónica?

O diagnóstico de IRC pode requerer uma

combinação de vários testes:

• Análises sanguíneas: frequentemente são

realizadas como parte de um check-up geral a

um animal saudável ou como método de

testagem inicial para animais doentes. Estes

testes fornecem informação importante sobre

Apesar de o dar a entender, o termo Insuficiência Renal não significa que os rins estão a parar de produzir urina. De facto, acontece exactamente o oposto, já que os rins deixam de ter capacidade para a concentrar.

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Page 5: Doenças Comuns

os diferentes órgãos e sistemas corporais,

como por exemplo o doseamento da

concentração sanguínea de ureia e creatinina,

substâncias que podem estar alteradas em caso

de doença renal.

• Urianálise: A avaliação da urina é

fundamental para determinar a função renal.

Urina muito diluída ou que contém material

que não deve estar presente pode indicar

alterações renais.

• Radiografia: Podem evidenciar pedras renais

ou rins com tamanho ou forma anormal.

• Ecografia abdominal: A visualização do

abdómen por ecografia é um teste muito útil

para examinar os rins, na medida em que

permite “olhar” para o interior dos órgãos e

assim detectar massas, quistos, ou outro

problema que possa contribuir para a IRC.

Como se trata a Insuficiência

Renal Crónica?

A IRC é uma condição progressiva e irreversível.

Tecnicamente não é “tratável” nem “curável”,

embora em muitos casos os seus efeitos

possam ser atenuados/retardados. Os

objectivos da terapêutica instituída incluem a

melhoria da qualidade de vida do animal e o

atraso da progressão da doença.

Os animais que estão severamente doentes

podem necessitar de hospitalização e cuidados

intensivos para que estabilizem. A continuação

da recuperação em casa costuma ser eficaz

através da administração suplementar de

fluidos e outra medicação. É também

fundamental a alimentação com dietas

especiais e até alguns suplementos dietéticos.

Por vezes, os animais podem viver com muito

boa qualidade de vida anos depois de serem

diagnosticados com IRC.

Connosco, o seu animal de

estimação está em boas mãos.

Data da

reavaliação Objectivos

Análises sanguíneas e urinárias

periódicas são indispensáveis para avaliar

a resposta do animal ao tratamento e

determinar a velocidade de progressão

da doença.

Page 6: Doenças Comuns

Síndrome Urológico Felino

Resumo

O termo Síndrome Urológico Felino engloba

várias condições que afectam o sistema

urinário, podendo surgir isoladamente ou

combinadas. Entre as mais comuns encontram-

se a obstrução urinária, a cistite idiopática, a

urolitíase (“pedras na bexiga”) e a infecção do

tracto urinário.

Quais são os sinais clínicos?

Os principais sinais clínicos associados a estas

doenças incluem:

• Incapacidade ou dificuldade em urinar

(urina apenas algumas gotas, ou mesmo nada)

• Idas mais frequentes ao caixote

• Vocalização durante o acto (dor)

• Urinar em locais inapropriados (banheira,

tapetes, sofás, etc.)

• Presença de sangue na urina

• Vómitos e falta de apetite

• Letargia

Obstrução urinária

A obstrução urinária ocorre quando existe um

bloqueio físico da uretra, impedindo a

passagem da urina. Existem várias causas que a

podem provocar, como pedras urinárias, muco,

“rolhas” de sedimento urinário e coágulos de

sangue. Apesar de todos os animais serem

susceptíveis, os gatos machos são os mais

frequentemente afectados, visto que possuem

uma uretra longa e estreita. Caso não seja

resolvida rapidamente, a obstrução urinária

pode ser fatal, devido à acumulação de

produtos tóxicos e lesões renais provocadas

pela pressão da urina no tracto urinário.

Cistite idiopática

Define-se como uma inflamação da bexiga em

que não é possível encontrar uma causa

subjacente. A sua origem é provavelmente

psicológica, uma vez que regride muitas vezes

graças ao tratamento para a ansiedade.

Urolitíase

Os gatos podem desenvolver cristais ou até

mesmo pedras em qualquer parte do tracto

urinário. Estes podem ser responsáveis por dor

e inflamação de todas as estruturas do sistema

urinário e, em casos extremos, por obstrução

urinária.

Infecção do tracto urinário

As infecções urinárias em gatos podem surgir

através da ascensão de bactérias pela uretra,

ou através da disseminação de bactérias pela

corrente sanguínea até aos rins. Em

semelhança às doenças anteriores, pode causar

dor ao urinar, urina com sangue, urinar com

mais frequência, etc.

Como se diagnostica?

O diagnóstico pode requerer uma combinação de vários testes:

• Análises de sangue: a realização do

hemograma e bioquímica sanguínea são

fundamentais para avaliar o estado geral do

animal, detectar anomalias na função renal e

até a presença de uma infecção urinária.

• Radiografia abdominal: é importante para

visualizar pedras urinárias ou outras alterações

relacionadas com o sistema urinário.

• Electrocardiografia: pode ser necessária para

quantificar os efeitos tóxicos cardíacos

resultantes da acumulação de potássio no

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Page 7: Doenças Comuns

sangue, quando está presente obstrução

urinária.

• Urianálise: a medição da densidade urinária,

tira reactiva, avaliação do sedimento e cultura

urinária fazem parte desta análise e são

fundamentais para detectar a presença de

elementos anormais na urina (cristais,

bactérias, células, etc.). A urianálise é, também,

uma óptima ferramenta para verificar a eficácia

do tratamento instituído.

• Ecografia abdominal: é mais sensível que a

radiografia abdominal e, além disso, permite a

visualização do interior dos órgãos e a detecção

de anomalias anatómicas do tracto urinário.

Como se trata?

O tratamento de Síndrome Urológico Felino

depende da causa subjacente e da condição

geral do paciente. Quando existe uma

obstrução urinária, é essencial desobstruir o

animal rapidamente e reverter as alterações

sanguíneas (p. ex. acumulação de toxinas)

resultantes desta situação. Neste caso em

particular, o internamento durante alguns dias

é extremamente importante, pelo menos até

que o animal esteja estabilizado e fora de

perigo. Quando a causa da obstrução são

urólitos, ou pedras urinárias, pode ser

necessário realizar uma cirurgia para as

remover da bexiga. Por sua vez, a presença de

infecção do tracto urinário exige a

administração de antibióticos, e a cistite

idiopática a correcção de factores causadores

de stress. É importante ter em consideração

que muitas vezes os gatos são afectados por

mais do que uma destas condições, sendo

necessário uma abordagem terapêutica

multimodal (analgésicos, antiespasmódicos,

antibióticos, ansiolíticos, antiinflamatórios,

etc.).

Como prevenir?

Frequentemente é aconselhada uma ração

veterinária específica para doenças do tracto

urinário inferior, sendo que em muitos casos é

a única forma de manter o animal livre de

recidivas. Esta ração tem como base a diluição

e acidificação da urina, factores que impedem a

formação e sedimentação de cristais e,

consequentemente, a inflamação das vias

urinárias. Quando não é detectada uma causa

subjacente, a eliminação do stress assume-se

como um dos meios preventivos mais eficazes,

visto que a ansiedade está associada a

espasmos uretrais e agravamento da doença

urinária:

• Manter a higiene dos caixotes e mudar a areia

frequentemente

• Ter, pelo menos, um caixote WC para cada

gato

• Diminuir os conflitos entre gatos (p.ex. todos

castrados)

• Aumento do número e diversidade dos

brinquedos, assim como do tempo de

socialização entre o gato e os donos

• Enriquecimento do ambiente – arranhadores,

plataformas, esconderijos, etc.

• Diluir a urina através do aumento de ingestão

de água – utilizar fontes de água, manter o

nível de água das tigelas sempre alto, alterar a

alimentação para ração urinária húmida

• Administração de ansiolíticos

• Realizar terapia hormonal (Feliway® spray ou

difusor)

Finalmente, devem ser efectuadas reavaliações

periódicas para verificar a eficácia do

tratamento e/ou detectar anomalias

precocemente.

Data da

reavaliação Objectivos

Connosco, o seu animal de

estimação está em boas mãos.

Page 8: Doenças Comuns

Diabetes Mellitus canina Tratamento e Controlo

Data da

reavaliação Objectivos

Resumo

• A diabetes mellitus é uma doença crónica

caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar

(glucose) no sangue. À quantidade de glucose no

sangue chama-se glicemia e ao aumento da glicemia,

chama-se hiperglicemia.

• A diabetes pode apresentar vários sinais clínicos,

entre os quais:

- Aumento da sede

- Aumento da produção de urina

- Perda de peso

- Aumento do apetite

- Vómito, apatia, desidratação

- Cataratas, cegueira

• A insulina é uma hormona produzida pelo pâncreas

e é responsável pela regulação da glucose. Quando a

insulina é insuficiente, não ocorre movimentação de

glucose para as células, portanto o organismo

começa a utilizar as reservas de gordura e proteína

como fontes alternativas de energia. Como resultado

o cão come mais, mas vai emagrecendo. Para além

disto, os níveis de glucose sanguínea vão-se elevar,

sendo esta eliminada pela urina. Desta forma ocorre

diurese osmótica, responsável pelo aumento de

produção de urina e consequente ingestão de água.

• A maior parte dos cães diabéticos tem diabetes

mellitus insulino-dependente, ou seja, o organismo

não é capaz de produzir insulina suficiente para

satisfazer as suas necessidades. No entanto, uma

pequena percentagem dos animais pode ter algum

grau de resistência à acção da insulina, a chamada

diabetes mellitus insulino-resistente. A insulino-

resistência é mais provável de acontecer em cães

obesos, em diestro (período pós-cio em fêmeas), ou

com doenças concomitantes, por exemplo

hiperadrenocorticismo (Síndrome de Cushing) e

infecção urinária.

• Após o início do tratamento para a diabetes,

podem ser recomendadas análises sanguíneas e

urinárias periódicas para assegurar que a dose de

insulina está bem ajustada.

Endocrinologia

O prognóstico para cães diabéticos é bom, desde que a insulinoterapia e os sinais clínicos do animal sejam devidamente controlados em casa pelos donos e periodicamente pelo veterinário.

Page 9: Doenças Comuns

Como se diagnostica?

O diagnóstico de diabetes é feito com base no exame físico, sintomatologia clínica e uma combinação de vários testes:

• Análises de sangue: a realização do

hemograma e bioquímica sanguínea permitem

avaliar o estado geral do animal, assim como

obter informação sobre outros órgãos

importantes (p.ex. rins e fígado). Estas são de

extrema importância não só pelo diagnóstico

de diabetes, mas também para descartar a

presença de outras doenças. Na diabetes a

glucose do sangue está tipicamente elevada.

• Urianálise: É essencial para confirmar

diabetes através da presença de glucose na

urina. Outras alterações associadas incluem

infecção urinária e presença de corpos

cetónicos (pode acontecer quando a diabetes

está mal controlada).

Tratamento

O tratamento baseia-se essencialmente na

administração de injecções subcutâneas de

insulina para toda a vida do animal. A alteração

da dieta, correcção de factores predisponentes

(p.ex. obesidade) e tratamento de doenças

concomitantes devem também ser

consideradas no tratamento para evitar a

insulino-resistência.

• Insulinoterapia – A dose de insulina

adequada para controlar a glicemia pode variar

consideravelmente de animal para animal.

Deste modo torna-se necessário avaliar a

resposta glicémica do cão periodicamente, de

forma a adaptar a dose de insulina que consiga

controlar eficazmente os sinais clínicos,

minimizando os riscos de hipoglicemia e

hiperglicemia. Assim, o internamento periódico

do animal durante 12 horas para medição da

glucose sanguínea a cada 2 horas (curva de

glicemia) é inevitável, visto que é o único

método que nos permite avaliar rigorosamente

a progressão da glicemia após a administração

da insulina. Uma vez ajustada a dose, estas

análises vão-se tornando mais raras e

espaçadas no tempo.

As injecções de insulina devem ser

administradas por via subcutânea e em sítios

alternados, para evitar reacções locais (p.ex. de

manhã no lado esquerdo e à noite no lado

direito). Antes de cada injecção é também

recomendado rodar o frasco para evitar a

sedimentação do líquido.

• Dieta – O controlo dietético é muito

importante para atingir o controlo da glicemia.

Deve-se:

- Corrigir gradualmente a obesidade;

- Manter consistência na quantidade

calórica, número e hora das refeições;

- Fornecer ração com conteúdo alto em

fibra e baixo em gorduras e açúcares simples;

- Não exagerar nas “guloseimas” e, caso seja

impossível evitá-las, devem ser baixas em

açúcar e ser dadas a horas constantes;

• Exercício – Deve ser regular, rotineiro (à

mesma hora) e não exaustivo.

Efeitos adversos do tratamento

Os efeitos adversos associados à

insulinoterapia são raros, no entanto o risco de

hipoglicemia (baixo nível de açúcar sanguíneo)

é grave e deve ser tratado com máxima

urgência. Os principais sinais de hipoglicemia

são:

- Fraqueza muscular extrema

- Apatia, Letargia

- Sinais neurológicos (convulsões,

irresponsividade a estímulos, coma, etc.)

• Como evitar?

1) Se houver previsão de exercício muito

elevado deve-se reduzir a dose de insulina

precedente em cerca de 25 a 50%

2) Caso o animal não coma uma das

refeições, a dose de insulina deve ser

reduzida em 50%

3) Respeitar as datas das curvas de

glicemia

• E se acontecer, como tratar?

1) Esfregar soluções fortemente

açucaradas ou mel nas gengivas e debaixo

Page 10: Doenças Comuns

da língua do animal (rápida absorção de

açúcares simples por via oral)

2) Levar imediatamente o cão ao

veterinário para administração intravenosa

de glucose

Monitorização em casa

O papel dos donos é muito importante, porque é através da informação recolhida em casa que o veterinário vai basear a necessidade ou não de reavaliação, assim como a eficácia do tratamento. Deste modo, os donos devem estar atentos à presença de sinais clínicos (consumo de água, continência urinária, apetite, peso corporal, nível de actividade) e à sua intensidade. Em casos mais complicados, poderá também ser recomendado a compra de tiras de urianálise, para os donos poderem verificar em casa o nível de glucose ou de corpos cetónicos na urina.

Connosco, o seu animal de

estimação está em boas mãos.

Page 11: Doenças Comuns

Mastocitoma

Resumo

• Os mastocitomas são tumores malignos que

podem ocorrer em qualquer local do organismo, no

entanto surgem mais frequentemente como massas

associadas à pele.

• Estes tumores não podem ser diagnosticados

apenas através do seu aspecto externo, na medida

em que assemelham a várias outras massas,

benignas e malignas.

• O seu diagnóstico pode requerer uma punção

aspirativa por agulha fina (citologia), biopsia, ou

análise histopatológica após remoção cirúrgica.

• Outros testes de diagnóstico podem ser

recomendados para determinar se ocorreu

metastização do tumor (disseminação para os outros

órgãos ou sangue), como análises ao sangue

(hemograma e painel bioquímico geral), urianálise,

radiografias e técnicas de imagiologia avançada:

ecografia, tomografia computorizada e ressonância

magnética.

• A excisão cirúrgica da massa é considerada o

tratamento mais eficaz, no entanto muitas vezes

podem ser também recomendadas a radioterapia e a

quimioterapia.

O que são mastocitomas?

Os mastócitos são células que se podem

encontrar normalmente em todo o organismo,

desempenhando um papel activo nas reacções

inflamatórias e alérgicas. Os mastocitomas são

massas constituídas por estas células que

colectivamente se tornam malignas.

Apesar dos mastocitomas se poderem

desenvolver em qualquer parte do organismo,

geralmente são encontrados em continuidade

com a pele ou logo abaixo desta,

representando cerca de 20% dos tumores

cutâneos caninos. Estes tumores surgem mais

frequentemente em cães adultos a idosos, e

nas raças Boxer, Boston Terrier, Bulldog, Basset

Hound, Golden Retriever e Labrador Retriever.

Quais são os graus do

mastocitoma?

Alguns mastocitomas podem ser mais

agressivos do que outros. Tendo em conta as

características morfológicas e estruturais

destes tumores, os mastocitomas são

classificados como de grau I, II, III ou IV em

ordem crescente de agressividade

(probabilidade de metastização). Esta

classificação só é possível através de uma

análise histopatológica, podendo a colheita da

amostra ser feita por biopsia ou remoção

cirúrgica completa da massa.

O que é o estadiamento do

mastocitoma?

O estadiamento é um processo de pesquisa de

metástases (disseminação tumoral) pelo corpo

do animal, podendo requerer a realização de

vários testes:

• Punção aspirativa por agulha fina (citologia)

ou biopsias

• Radiografias

• Imagiologia avançada: ecografia, tomografia

computorizada, ressonância magnética

Tratamento e prognóstico

Dependendo da localização da massa(s), o

tratamento pode incluir:

É importante pesquisar regularmente a

pele do seu animal para o aparecimento

ou alteração do aspecto de massas ou

nódulos cutâneos, pois o diagnóstico e

tratamento precoce melhoraram muito

o prognóstico.

Oncologia

Page 12: Doenças Comuns

• Cirurgia: A remoção cirúrgica do mastocitoma

e das margens envolventes é considerada o

tratamento mais eficaz. Muitas vezes, devido a

uma localização anatómica difícil, as margens

podem não ser totalmente excisadas,

requerendo uma terapia adicional.

• Radioterapia: Pode eliminar as células

remanescentes na área do tumor. Infelizmente

não se encontra disponível para animais de

companhia em Portugal.

• Quimioterapia: Geralmente é usada para

tumores de grau II ou III. O curso de

quimioterapia mais indicado para os

mastocitomas raramente produz efeitos

adversos graves, sendo bem tolerado na maior

parte dos casos.

O prognóstico depende de vários factores. Se o

tumor está limitado à pele, não demonstra

sinais de metastização e foi completamente

removido durante a cirurgia, o prognóstico é

muito bom. Caso seja um tumor de grau III,

com evidência de metástases noutros órgãos e

esteja localizado em áreas sensíveis (boca,

focinho, ânus, etc.) o prognóstico já não será

tão favorável.

Quimioterapia

O protocolo de quimioterapia utilizado na

Clínica Veterinária d’Arrábida baseia-se na

literatura mais recente a nível mundial. O curso

quimioterápico geralmente tem uma duração

de 12 semanas, sendo constituído pela

administração de medicação oral em casa e

medicação intravenosa na clínica. Durante o

tratamento é necessário fazer várias

reavaliações hematológicas para controlar e

prevenir possíveis efeitos adversos.

Efeitos Adversos

Alterações hematológicas

A medula óssea é susceptível a lesões provocadas por agentes quimioterápicos, devido à sua elevada taxa de crescimento.

Nos pacientes com quimioterapia de longa duração o animal pode apresentar anemia, mas regra geral é ligeira e sem significado clínico.

Durante a quimioterapia é comum encontrar neutropenia (diminuição de neutrófilos) e trombocitopenia (diminuição das plaquetas), sendo o valor mais baixo detectado entre os 5 e os 7 dias após a administração dos agentes quimioterápicos. Assim, torna-se fundamental avaliar o hemograma antes do paciente iniciar cada tratamento.

Vómitos

Este é o efeito lateral mais comum na quimioterapia e pode resultar do efeito directo da droga no centro do vómito ou na zona dos quimiorreceptores. O vómito pode ocorrer de forma aguda (em 8 horas) ou nos 2 a 5 dias após o tratamento.

Os vómitos são geralmente controlados com antieméticos e convém tê-los em casa para qualquer eventualidade.

Diarreia

Tal como o vómito, a diarreia é relativamente comum, mas na maioria dos casos é autolimitante. Geralmente uma dieta apropriada resolve a situação e só poucos casos necessitam de medicação e fluidoterapia.

Alopécia

A extensão da alopécia, ou queda de pêlo, está dependente da raça e é mais severa em cães com crescimento contínuo de pelo, tal como os caniches. No entanto, este é um dos efeitos adversos que mais raramente se manifestam em pacientes caninos.

Reações alérgicas

Os sinais clínicos mais comuns associados às reacções alérgicas são os tremores, urticaria, eritema, prostração, vómitos e edema. Reações severas podem causar hipotensão e colapso.

Extravasamento

Algumas drogas quimioterápicas causam lesões locais significativas, isto acontece particularmente em animais muito activos que conseguem remover o cateter do local.

Connosco, o seu animal de

estimação está em boas mãos.

Page 13: Doenças Comuns

Tumores da tiroide

Resumo

• Os tumores da tiroide representam

aproximadamente 1-4% de todos os tumores caninos

e estão tipicamente presentes em cães adultos a

velhos. As raças mais predispostas incluem o Boxer,

Beagle e Golden Retriever.

• Os carcinomas (tumores malignos com

capacidade de disseminação) representam 50 a 70%

dos tumores da tiroide, e os adenomas (tumores

benignos) os 30 a 50% restantes.

• Infelizmente os carcinomas têm elevada taxa de

metastização, disseminando-se maioritariamente

para os pulmões. No entanto existe uma pequena

percentagem (cerca de 20 a 40%) que nunca chega a

metastizar-se, caso seja instituído tratamento

precoce.

• Os testes de diagnóstico para esta neoplasia

podem incluir análises ao sangue (hemograma e

painel bioquímico geral), urianálise, radiografias,

ecografia, citologia aspirativa e biópsia.

• O estadiamento (verificação da existência ou não de metástases) é muito importante, visto que pode alterar significativamente o tratamento a ser instituído.

• Os tratamentos para este tipo de tumor podem ser vários, dependendo do tamanho, grau de invasão e sinais clínicos na altura do diagnóstico. Quando possível, a cirurgia combinada com outros métodos de citorredução, como radioterapia, medicina nuclear e quimioterapia, representam geralmente a forma mais eficaz de remoção parcial a completa das células neoplásicas. Infelizmente, a medicina nuclear e radioterapia não se encontram disponíveis em Portugal para veterinária.

O que é o estadiamento?

O estadiamento é um processo de pesquisa de metástases (disseminação tumoral) pelo corpo do animal e é muito importante, na medida em que

pode alterar significativamente o tratamento a ser

instituído. O estadiamento pode requerer a realização de vários testes:

• Punção aspirativa por agulha fina (citologia)

ou biopsias de gânglios linfáticos ou outros

orgãos

• Radiografias pulmonares

• Ecografia local ou abdominal

Tratamento

Dependendo da localização da massa(s), o

tratamento pode incluir:

• Cirurgia: A remoção cirúrgica do tumor é

considerada o tratamento mais eficaz. Muitas

vezes, se houver indícios de invasão vascular ou

dos tecidos adjacentes, pode ser necessário

uma terapia adicional.

• Radioterapia e Medicina Nuclear: Podem

eliminar as células remanescentes na área do

tumor. Infelizmente não se encontram

disponível para animais de companhia em

Portugal.

• Quimioterapia: O curso de quimioterapia

mais indicado para os carcinomas da tiroide

raramente produzem efeitos adversos graves,

sendo bem tolerado na maior parte dos casos.

Quimioterapia

O protocolo de quimioterapia utilizado na Clínica Veterinária d’Arrábida baseia-se na literatura mais recente. O curso quimioterápico geralmente tem uma duração de 12 a 18 semanas, sendo constituído pela administração de medicação oral em casa e medicação

Devido à enorme variedade de tumores

da tiroide, o tratamento deve ser

adaptado a cada paciente

individualmente, dependendo da sua

condição física e grau de invasão do

tumor.

Oncologia

Page 14: Doenças Comuns

intravenosa na clínica. Durante o tratamento é necessário fazer várias reavaliações hematológicas e cardíacas para controlar e prevenir possíveis efeitos adversos.

Efeitos Adversos

Alterações hematológicas

A medula óssea é susceptível a lesões provocadas por agentes quimioterápicos, devido à sua elevada taxa de crescimento.

Nos pacientes com quimioterapia de longa duração o animal pode apresentar anemia, mas regra geral é ligeira e sem significado clínico.

Durante a quimioterapia é comum encontrar neutropenia (diminuição de neutrófilos) e trombocitopenia (diminuição das plaquetas), sendo o valor mais baixo detectado entre os 5 e os 7 dias após a administração dos agentes quimioterápicos. Assim, torna-se fundamental avaliar o hemograma antes do paciente iniciar cada tratamento.

Vómitos

Este é o efeito lateral mais comum na quimioterapia e pode resultar do efeito directo da droga no centro do vómito ou na zona dos quimiorreceptores. O vómito pode ocorrer de forma aguda (em 8 horas) ou nos 2 a 5 dias após o tratamento.

Os vómitos são geralmente controlados com antieméticos e convém tê-los em casa para qualquer eventualidade.

Diarreia

Tal como o vómito, a diarreia é relativamente comum, mas na maioria dos casos é autolimitante. Geralmente uma dieta apropriada resolve a situação e só poucos casos necessitam de medicação e fluidoterapia.

Alopécia

A extensão da alopécia, ou queda de pêlo, está dependente da raça e é mais severa em cães com crescimento contínuo de pelo, tal como os caniches. No entanto, este é um dos efeitos adversos que mais raramente se manifestam em pacientes caninos.

Reações alérgicas

Os sinais clínicos mais comuns associados às reacções alérgicas são os tremores, urticaria,

eritema, prostração, vómitos e edema. Reações severas podem causar hipotensão e colapso.

Extravasamento

Algumas drogas quimioterápicas causam lesões locais significativas, isto acontece particularmente em animais muito activos que conseguem remover o cateter do local.

Toxicidade Sistema Urinário

Mais comum quando é usada cisplatina (toxicidade renal), ou ciclofosfamida (toxicidade bexiga urinária).

Toxicidade Cardíaca

Mais comum quando é usada doxorrubicina. Neste caso em particular, a toxicidade é cumulativa, ou seja, só após algumas doses é que o fármaco costuma produzir efeitos deletérios a nível cardíaco (cardiomiopatia dilatada).

Importante!

É importante que os fármacos sejam

administrados no tempo de intervalo óptimo.

Se forem administrados com intervalos

demasiado curtos podem levar a uma

toxicidade significativa e, se por outro lado,

forem administradas muito afastados as células

tumorais podem ter tempo para

desenvolverem resistência e para se

repopularem.

Connosco, o seu animal de

estimação está em boas mãos.