DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO
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Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG)
Luani Michelli Alves Batista
FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS CENTRO EDUCACIONAL DE ENSINO SUPERIOR DE PATOS
DISCIPLINA: OBSTÉTRICIA
Introdução
• DHEG é caracterizada pelo aparecimento da tríade sintomática (hipertensão, edema e proteinúria) em grávida anteriormente normotensa, após a 20ª semana de gestação;
• É incurável, apenas pela interrupção da gestação;
• Hipertensão gestacional: apenas ao quadro hipertensivo, sem edema e proteinúria;
• 1/3 evolui para DHEG.
Dados Epidemiológicos
• A DHEG é a complicação mais frequente na gestação e constitui, no Brasil, a primeira causa de morte materna;
• A incidência da DHEG é em média de 5 a 10%, com taxas de mortalidade materna e fetal em torno de 20%.
Dados Epidemiológicos
Região Norte
Região Nordeste
Região Su
deste
Região Su
l
Região Centro
-Oeste Total
01000200030004000500060007000
Lista Morbidade DHEGPeríodo:2013
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)
Região Norte
Região Nordeste
Região Su
deste
Região Su
l
Região Centro
-Oeste Total
0
40
80
120
160
Categoria CID-10: O15 Eclampsia Óbitos maternos
Período: 2013
CLASSIFICAÇÃO
DHEG
ECLÂMPSIAPRÉ-ECLÂMPSIA SÍNDROME DE HELLP
PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE
PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE
Pré-eclâmpsia Leve
Síndrome multissistêmica
Pressão ArterialProteinúria da 20 semana de
gestação até 12 semanas após o
partoPodendo incluir outros sintomas associados como:Edema generalizado;Distúrbios Visuais;Cefaleia;Dor epigástrica.
Peso
Pré-eclâmpsia Grave
Caracteriza-se quando um ou mais, dos critérios a seguir, estiverem presentes:
PA ≥ 160/110 mmHg em duas ocasiões espaçadas em 4h, com proteinúria;
Oligúria < 500 ml/24h;
Distúrbios cerebrais ou visuais;
Edema de pulmão ou cianose;
Dor epigástrica ou no quadrante superior direito;
Crescimento intra-uterino restrito (CIR) grave e/ou oligodramnia.
Eclâmpsia
É a causa mais comum de convulsões associada com a hipertensão arterial e proteinúria na gravidez, sendo definida como a manifestação de convulsões e/ou coma não relacionados a outras condições cerebrais, durante o ciclo gravídico-puerperal, em pacientes com sinais e sintomas de pré-eclâmpsia.
Síndrome de HELLP
Foi assim denominada denominada por Louis Weinstein, em 1982. São as iniciais usadas para descrever a condição de pacientes com pré-eclâmpsia grave que apresenta:
• H: hemólise (fragmentação das células vermelhas do sangue na circulação);
• EL - níveis elevados de enzimas hepáticas;• LP - diminuição do número de plaquetas.
Classificação da pré-eclâmpsia e hipertensão relacionada à gravidez
Mulheres grávidasPA: >140/90 mmHg
≥ 20 semanas de gestação.
Proteinúria?
Sim NãoHipertensão gestacional
PA: >160/110mmHg?Proteinúria: > 5g/24h?
Pré-eclampsia grave
Pré-eclampsialeve
Sim
NãoConvulsões
Eclampsia
FATORES DE RISCO
- Gestação na adolescência; - Gestação em mulheres com idade acima de 35 anos; - Gestantes com nível socioeconômico baixo; - Gestantes desnutridas; - Primigestas; - História familiar de hipertensão; - Hipertensão crônica; - Diabetes mellitus; - Gestação múltipla (gemelaridade); - Presença de mola hidatiforme; - Hidrâmnio (excesso de líquido amniótico); - Incompatibilidade Rh com intenso edema fetal).
CONDUTAS
-Acolher a gestante no pré-natal e orientar sobre a DHEG, suas causas e seus cuidados; - avaliação rigorosa de SVV;- Monitorizar vitalidade fetal;- Garantir ganho de peso adequado;- avaliação constante do débito urinário (por ser sua forma de excreção); - verificação dos reflexos (se lentos ou ausentes); - controle de batimentos cárdio-fetais (a droga atravessa rapidamente a placenta e pode causar taquicardia, redução dos batimentos cárdio-fetais e baixo índice de apgar do recém-nascido);- Buscar o envolvimento e participação da gestante e da família;- Acompanhamento através das consultas de pré-natal regulares;- Realização de exames periódicos;- Uso da medicação específica;- Observar e informar a presença de edema (em especial na face e membros superiores);- Informar a gestante e seu acompanhante sobre a DHEG, com foco nos aspectos relativos à: sinais e sintomas de iminência de eclâmpsia (cefaleia, tontura, epigastralgia) e a necessidade de busca do serviço de saúde quando na presença destes.
CONDUTAS
Monitorar a PA a cada consulta de pré-natal - Preferencialmente no mesmo braço, na posição sentada para obter leituras consistentes e exatas.- Registrar achados no prontuário e cartão da gestante. Orientar sobre: - Orientação sobre dieta;- Repouso;- Uso da medicação especifica;- Efeitos colaterais possíveis da medicação;- Restrição e/ou abandono do uso de álcool e fumo. Monitorar atividade cardíaca fetal a cada consulta de pré-natal - Registrar achados no prontuário e cartão da gestante.
CONDUTAS
Orientar para observação da atividade do feto: - Diariamente, com > de três movimentos por hora;Necessidade de busca do serviço de saúde quando na ausência ou redução destes movimentos. - Pesar diariamente e se não for possível, a cada dois dias (mesmo horário e mesma balança);
- Orientar sobre a dieta hiperprotéica e hipocalórica, rica em líquidos.
- Investigar edema em MMII, mãos e face. - Orientar quanto à necessidade de busca do serviço de saúde quando aumento de peso acima de 500g por semana. - Estimular e encorajar a participação da família no cuidado a gestante: Agendar consultas considerando a disponibilidade de acompanhamento da família e/ou pai da criança; - Garantir a realização de visita domiciliar do ACS para orientação da gestante e da família; - Estimular a gestante para adesão ao tratamento, monitoramento do edema e da vitalidade fetal.
DIAGNÓSTICO
• O diagnóstico clínico para a DHEG é realizado pelo profissional médico, porém na maioria dos casos quem primeiro irá perceber as alterações dos níveis pressóricos na gestante é o enfermeiro durante o acompanhamento pré–natal, somente a partir dos sinais específicos, irá encaminhá-lo para acompanhamento médico. Os sinais clínicos sugestivos para a DHEG serão os observados no exame físico;
• Confirmada a tríade diagnóstica para DHEG, cadastrá-la como pré–natal de alto risco e seu acompanhamento passa a ser médico e de enfermagem. Onde será feito o monitoramento da PA, e a evolução prognóstica da doença.
Aumento significativo da PA após a 20ª semana.
30mmHg na pressão sistólica e 15mmhg diastólica
Presença de edema
face MMII
Extremidades dos MMIIRegião sacral
Presença de Proteinúria Ao solicitar exame de urina
TRATAMENTOO tratamento da DHEG pode ser farmacológico e não- farmacológico, ambulatorial ou hospitalar, contudo de monitoração diária, tomando como parâmetro os níveis da PA e presença ou não de pré- eclampsia associada:
• Se a PA diastólica estiver entre 90 e 99mmHg podem ser tomadas medidas não farmacológicas
• Se a PA sistólica estiver acima de 150mmHg ou a diastólica acima de 100mmHg e houver risco materno e fetal , medidas farmacológicas devem ser tomadas , sempre considerando os riscos ao feto.
• A hospitalização, consiste no repouso no leito controle da PA, profilaxia das convulsões (eclampsia eminente), e a interrupção da gestação. Sendo um medida paliativa para evitar ou retardar a progressão da pré- eclampsia. Contudo se o feto for < 30 semanas e a PA for apenas moderadamente elevada e não houver outros sinais de gravidade materna, retarda- se o parto.
- PA diastólica > ou = 110 mmHg com a presença de sintomatologia clínica (emergência) ou sem (urgência) - drogas de escolha:
- Hidralazina – diluir 1 ampola (20 mg) em 9ml de AD. Dose inicial 5mg ou 2,5 ml da solução IV. Observar por 20 minutos. Se não atingiu 90-100 mmHg de diastólica, repetir dose de 20/20 minutos até uma dose máxima de 20mg. Efeitos colaterais produzidos – rubor, cefaleia e taquicardia.
- Nifedina – 10 mg V.O. de 30/30 min (até dose máxima de 30mg) Observação: não deve-se usar na forma sub lingual (risco de hipotensão severa).
- Furosemida - somente deverá ser usada na presença de edema agudo de pulmão e/ou insuficiência renal aguda comprovada. A alfametildopa e betabloqueadores orais não apresentam indicação nas crises hipertensivas (demoram de 4-6 horas para fazer efeito) e inibidores da ECA NÃO PODEM ser prescritos na gestação pelo risco de morte e malformações fetais.
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS
MEDIDAS NÃO-FARMACOLOGICAS A equipe multidisciplinar em especial o enfermeiro será o principal educador, com estratégias educativas que enfoquem os principais fatores e consequências que a DHEG trazem a saúde da mãe e do filho (BRASIL, 2005).
• As gestantes devem ser orientadas que a ingestão de proteína 1g/kg de peso corporal ao dia, e obtiverem vitaminas e minerais essenciais, juntamente com o repouso no leito, após a 16ª semana de gestação as manifestações da pré- eclampsia serão eliminadas, ou nas formas severas serão prevenidas;
• Devem ser incentivadas a alimentar- se apropriadamente, sem ingesta excessiva de sal que encontra-se especialmente nos alimentos industrializados, deve ser enfocado a adoção do óleo de peixe para preparo de alimentos fritos;
• O incentivo por parte do enfermeiro e do educador físico para realização de atividades físicas é muito importante, pois este previne a ocorrência da pré- eclampsia.
Promover a maternidade segura é compromisso do Ministério da Saúde e de todos nós. Além de garantir o pré-natal e humanizar o atendimento, entre outras ações, é preciso dedicar atenção especial a uma pequena parcela de mulheres grávidas, por serem portadoras de doenças que se agravam com a gestação ou são desencadeadas nesse período.
Referências
• Montenegro, C.A.Barbosa – Toxemia in Rotinas em Obstetrícia da Maternidade-Escola da UFRJ. Livraria Atheneu Editora, Rio de Janeiro, São Paulo, 2000.
• DATASUS 2010. www.datasus.gov.br. banco de dados do Sistema Único de Saúde.
• AGUIAR, M. et All. Sistematização da Assistência de Enfermagem a paciente com síndrome hipertensiva especifica da gestação. Rev. Rene. Fortaleza, v. 11, n. 4, p. 66-75, out./dez.2010.
• http://www.mastereditora.com.br/periodico/20130716_162416.pdf