Doença de Chagas
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Doença de Chagas
Amanda Lima Cipriano Gama Edimar JoaquimFelipe Lima Geovane Maia Larissa GalvãoLucieda Xavier Rozeane Santiago Talita Marins
Universidade Federal da BahiaFaculdade de Medicina da Bahia
Departamento de Patologia e Medicina LegalMódulo Imunopatológico I
DOENÇA DE CHAGAS Histórico Epidemiologia T. cruzi Ciclo biológico Aspectos clínicos Patogênese Imunorregulação Artigo original Métodos diagnósticos Tratamento
Histórico Doença descoberta em 1909 por Carlos Chagas
em Lassance, MG.
Existência de barbeiro que residia nas habitações humanas e chupava o sangue durante o sono.
Ao estudar o inseto, Chagas, descobriu a existência de um protozoário e enviou alguns exemplares para o Instituto Oswaldo Cruz no RJ.
14 de Abril de 1909 menina Berenice é descrita como o primeiro caso de Doença de Chagas documentado.
Epidemiologia No Brasil esta endemia atinge cerca de 8 milhões de pessoas,
principalmente aquelas de classe baixa que vivem em condições precárias de habitação.
A Doença de Chagas constitui uma das principais causas de morte súbita que acometem com frequência a fase mais produtiva do cidadão (OMS).
Sobrecarga para órgãos de previdência social com um montante de aposentadorias precoces.
Até um terço dos indivíduos nfectados podem desenvolver cardiomiopatia chagásica crônica, 15-30 anos após a infecção inicial.
65-70% dos indivíduos: forma assintomática; 5% forma digestiva (megaesôfago).
Apesar de ocorrer infecção via transfusão sanguínea, a transmissão pelas fezes do triatomíneo é que tem maior importância epidemiológica.
Zoonose típica do continente americano que tem passado da zona rural para as zonas periurbanas e urbanas.
Endemia na America Latina: cerca de 20 milhões de pessoas infectadas e 100 milhões em risco de infecção.
Não existe Doença de Chagas fora do continente americano.
Alimento fácil + ótima proteção (frestas do barro ressequido) = maior proliferação de barbeiros.
Epidemiologia
Casa de pau-a-pique
Epidemiologia
Reservatórios mais importantes para o protozoário: o Silvestres: tatu e gambáo Doméstico: cão, gato e rato, além do próprio homem.
Brasil: Rio Grande do Sul, parte de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais (exceto o Sul de Minas), Goiás e estados do Nordeste.
Epidemiologia
Epidemiologia
Epidemiologia
Trypanossoma Cruzi
Tripomastigota sanguícola:o Delgado: mais infectante e sensível à anticorpos,
macrofagotrópicas. >> fase precoce da infecçãoo Largo: mais resistentes aos anticorpos = mais
tempo na circulação, miotrópicas. >> fase tardia
Ciclo Biológico
Trypanossoma Cruzi
Tripomastigota sanguícola:o Delgado: mais infectante e sensível à anticorpos,
macrofagotrópicas. >> fase precoce da infecçãoo Largo: mais resistentes aos anticorpos = mais
tempo na circulação, miotrópicas. >> fase tardia
Ciclo Biológico
Aspectos Clínicos• Fase aguda: Predomínio do parasito circulante na corrente
sanguínea;Manifestações de doença febril (até 12 semanas);Detecção de IgM;Após 4ª semana: ↓ da parasitemia e ↑ gradual de IgG.
Sintomas inespecíficos (ocorrem na maioria dos casos) : o Prostração, diarreia, vômitos, inapetência, cefaleia,
mialgias, aumento de gânglios linfáticos;o Manchas vermelhas na pele, de localização variável,
com ou sem prurido;o Irritação em crianças menores, associado a choro
fácil e copioso.
• Fase aguda:
Sintomas específicos mais comuns:o Edema de face, membros inferiores ou
generalizado;o Tosse, dispneia, dor torácica, palpitações,
arritmias;o Hepatomegalia e esplenomegalia (leve a
moderada);
Sintomas específicos de incidência variável:o Miocardite difusa com vários graus de severidade;o Pericardite, derrame pericárdico, tamponamento
cardíaco;o Cardiomegalia, insuficiência cardíaca, derrame
pleural.
Aspectos Clínicos
• Fase aguda: Sinais de porta de entrada (na área transmissão
vetorial):o Sinal de Romaña.
Aspectos Clínicos
• Fase aguda:Sinais de porta de entrada (na área transmissão
vetorial):o Chagoma de inoculação.
Aspectos Clínicos
• Fase aguda:Sinais de porta de entrada (na área transmissão
vetorial):o Reações de hipersensibilidade local na área da
picada do triatomíneo.
Aspectos Clínicos
• Fase crônica:
Raros parasitas circulantes na corrente sanguínea.Detecção de IgG. Inicialmente assintomática. Pode apresentar-se como uma das seguintes
formas: o Forma Indeterminada;o Forma cardíaca; o Forma digestiva; o Forma cardiodigestiva.
Aspectos Clínicos
FASE CRÔNICA
FORMA INDETERMINADA FORMA CARDÍACA FORMA
DIGESTIVAFORMA
CARDIODIGESTIVA
Paciente assintomático.
Sem comprometimento do sistema circulatório e
digestivo.
Pode perdurar por toda a vida ou evoluir
para a forma cardíaca, digestiva ou
cardiodigestiva.
Acometimento cardíaco
Miocardiopatia dilatada
Acometimento do aparelho digestivo
Megacólon e/ou megaesôfago.
insuficiência cardíacacongestiva
Acometimento cardíaco e digestivo
Patogênese• Teoria da auto- imunidade
Antígenos anatomicamente sequestradosAnticorpos do tipo EVIReação cruzada entre epítopos antigênicos do
parasito e células cardíacas
Teoria da resposta anti-parasitária
o Reatividade imunológica ao parasito e aos seus antígenos
o Interação parasito/hospedeiro durante a fase aguda essencial para determinar sintomatologia da fase crônica da doença de Chagas.
Patogênese
Patogênese
Ativação policlonal
Alterações microvasculares
▫ As teorias apresentadas não são excludentes
Patogênese
Imunorregulação da fase crônica
Pergunta-chave:
O que determina se um indivíduo vai desenvolver a forma cardíaca/digestória ou
assintomática?
“Perda” da habilidade de controlar a inflamação.
Células T ativadas são o maior componente do infiltrado inflamatório observado em pacientes cardíacos e digestório.
Pacientes indeterminados são capazes de produzir citocinas inflamatórias.
Pacientes indeterminados têm alta frequência de células Treg.
Imunorregulação da fase crônica
O papel da célula T CD8+:
o Diminuição na expressão de CTLA-4.o Expressam moléculas citolíticas como a Granzyme ou
antígeno TIA-1.o Ausência de expressão de CD28.
Imunorregulação da fase crônica
Figure 1.Immunoregulatory model in chronic indeterminate and cardiac Chagas disease. Walderez O. Dutraa and Kenneth J. Gollobb.Current concepts in immunoregulation and pathology of humanChagas disease.
Imunorregulação da fase crônica
Artigo Original
MetodologiaEstudo caso controle
Divisão em 3 grupos
Produção de citocinas a partir da indução por B-13 e PHA
Amostras de infiltrado de células T
Estudo da produção de citocinas
Produção de IFN-g induzida por B-13
Produção de IL-4 induzida por B-13
Estudo da produção de citocinas
Produção de IFN-g induzida por PHA
Estudo da produção de citocinas
Produção de IL-4 induzida por PHA
Estudo da produção de citocinas
Freqüência de IFN-y produzido entre as células PBMC
Estudo da produção de citocinas
•Produção de citocinas por células de linhas T no infiltrando coração
Estudo da produção de citocinas
Discussão
FC: Inducao de uma mudança sistemica a um perfil de citocinas de tipo Th1 para o antígeno.
O aumento de 2 vezes da producao de IFN-gama pelas células do PBMC de pacientes cronicos graves comparativamente a indivíduos portadores assintomaticos é consistente com um aumento do número de células T do tipo Th1 no PBMC dos primeiros.
Discussão
Em 1914: Xenodiagnósticoo Exposição do paciente ao barbeiro não infectado
Em 1995, Brasil e América Latina: PCRo Alta sensibilidade e especificidade, mas ainda não
existe uma padronização eficaz da técnica
Métodos diagnósticos
FASE AGUDA
Diagnóstico laboratorial
Diagnóstico parasitológico o Teste direto a fresco o Se der negativo e houverem fortes suspeitas: métodos
de concentração (micro hematócrito, teste de Strout ou QBC)
o Métodos de concentraçãoo PCRo Se os acima derem negativo e houverem fortes
suspeitas: técnicas sorológicas (pesquisa de IgM)
Métodos diagnósticos
FASE AGUDA
Diagnóstico sorológico
o IFI-IgM (Imunufluorescência indireta com pesquisa de IgM)
o Western Bloto ELISA-IgMo Além das técnicas convencionais: IFI-IgG,
Hemoaglutinação indireta (HAI) e ELISA
Métodos diagnósticos
FASE CRÔNICA Essencialmente sorológico
Diagnóstico sorológicoo ELISA com antígeno total ou IFI (alta sensibilidade)
juntamente com outro de alta especificidade
FORMA CRÔNICA REATIVADA
Positividade dos testes diretosPCR
Métodos diagnósticos
TratamentoBenzonidazol
o Ação na fase aguda.o Usado empiricamente na fase crônica.o Alta toxicidade.o Duração de 60 – 90 dias.
Refeências ABELL, L.C.J et al. Chronic Chagas’ Disease Cardiomyopathy Patients
Display an Increased IFN-yResponse to TrypanosomacruziInfection. Journal of Autoimmunity, p.99-108, 2001
CECIL, Tratado de Medicina Interna, 22ª edição
GOLOB,K.J; DUTRA,W.O. Current concepts in immunoregulation and pathology of human Chagas disease.CurrOpinInfect. June, n.21, v.3,p.287–292, 2008
NEVES D. P. et al. Parasitologia humana. 11 ed, 2001
http://www.fiocruz.br/chagas/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=27
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/consenso_chagas.pdf
http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=633&sid=32