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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU Cada passo, um som... O papel da música no desenvolvimento psicomotor de crianças de 3 a 5 anos Flávia de Medeiros Mesquita Sargo ORIENTADOR: Profa. Me Fátima Alves Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Cada passo, um som...

O papel da música no desenvolvimento psicomotor de

crianças de 3 a 5 anos

Flávia de Medeiros Mesquita Sargo

ORIENTADOR: Profa. Me Fátima Alves

Rio de Janeiro 2016

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicomotricidade. Por: Flávia de Medeiros Mesquita Sargo

Cada passo, um som...

O papel da música no desenvolvimento psicomotor de

crianças de 3 a 5 anos

Rio de Janeiro 2016

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que renovou minhas forças diariamente, a meu marido, por seu apoio e carinho constantes, a meu filho, pelas horas que deixei de estar com ele para dedicar-me aos estudos, aos professores que me inspiraram a seguir em frente e aprimorar minha prática e aos meus alunos que me impulsionam e motivam a querer aprender sempre mais.

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DEDICATÓRIA

Dedico a meu filho que é minha fonte de inspiração e a meu marido, meu companheiro constante na alegria, na tristeza e nos momentos de estudo.

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RESUMO

Esse estudo tem como objetivo ressaltar a importância da música no

desenvolvimento da criança e como essa linguagem globaliza naturalmente

diversos aspectos psicomotores. Visa também, destacar os benefícios da

utilização de atividades musicais nas intervenções psicomotoras, indicando

essa linguagem como uma ferramenta para identificar e tratar problemas

motores e como fonte de estímulo para crianças com necessidades especiais,

pois a música responde a várias necessidades do indivíduo. Considerando que

os materiais sobre o assunto são escassos, espera-se que os leitores desse

trabalho passem a perceber a música como uma linguagem extremamente rica,

através da qual, pode-se motivar, sensibilizar e despertar o interesse da

criança.

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METODOLOGIA

Inicialmente foi feita uma abordagem sobre a presença da música na vida do

ser humano, sua importância e características.

Em seguida, o trabalho apresentou os aspectos do desenvolvimento

psicomotor da faixa etária de 3 a 5 anos, por fim, os benefícios da música para

o desenvolvimento psicomotor e, funcionalidade da música nas atividades de

educação e reeducação psicomotora.

Essa pesquisa buscou apresentar a abrangência do trabalho musical e todo

seu potencial para auxiliar o desenvolvimento psicomotor infantil.

Suas principais etapas foram:

- seleção das fontes primárias como obras de JEANDOT, BRITO, SEKKEF,

ALVES, FONSECA

- fontes secundárias como livros de Educação Infantil, psicologia, artigos de

revista de educação, simpósios, periódicos e trabalhos monográficos.

Após coleta de material foram selecionados os trechos relativos ao tema a

serem abordados para se iniciar o trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A música 11

CAPÍTULO II

Desenvolvimento psicomotor de 3 a 5 anos 17

CAPÍTULO III

O papel da música nas atividades psicomotoras 24

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 42

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INTRODUÇÃO

No decorrer da história do homem, acredita-se que a música sempre

esteve presente, de diversas formas. Nas pinturas rupestres já foram

encontradas gravuras representando a dança, supõe-se então, que nesta fase

pré-histórica devia existir algum tipo de som ritmado, fosse através de palmas,

de sons corporais ou de algum tipo de instrumento rudimentar, pois a dança é

um movimento que está sempre aliado ao som.

A presença da música marcou muitas fases da história do ser humano,

fosse através dos sons produzidos pela natureza na Idade da Pedra, nas notas

das flautas egípcias, no ressoar das trombetas do império romano, no canto

gregoriano dos monges da Idade Média, até o ambiente altamente sonoro dos

dias de hoje.

Na antiguidade, os gregos consideravam a música como uma arte de

suma importância para o homem. Pereira (2014, p.83) diz que nesta época “a

música tinha papel sociocultural, isto é, não visava a formar o artista, mas sim o

indivíduo. Aristóteles já dizia que “a música educa”, colocando-a ao lado da

Filosofia e da Matemática”.

Desde a antiguidade, a música era vista como uma força mágica

poderosa, nos últimos anos, voltou-se a perceber a importância dessa

linguagem. Para Sekeff (2007, p.69) “a música constitui ferramenta auxiliar da

educação, da mesma forma que participa de diferentes tratamentos de

recuperação, integrando programas de desenvolvimento de condições físicas e

mentais do indivíduo”.

Como pode-se perceber, o valor da linguagem musical para o bem-

estar do homem não é uma informação recente, muito pelo contrário. Na

Grécia antiga, a música já era considerada por vários estudiosos como uma

aliada no desenvolvimento do ser como um todo.

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Dotados de conhecimentos específicos, os gregos valorizavam sobremaneira a arte musical. Ela era usada para curar, para prevenir doenças, males físicos e mentais, para colaborar na educação dos jovens(...). Platão recomendava-a para a saúde da mente e do corpo, para a cura de angústias e fobias, para o desenvolvimento do caráter e da sensibilidade e como recurso para a educação e desenvolvimento do jovem. (SEKEFF, 2007, p.100)

Vale destacar que a música globaliza naturalmente os diversos

aspectos relativos ao desenvolvimento da criança: cognitivo/linguístico,

psicomotor, afetivo/social. Consequentemente, as brincadeiras musicais ou os

jogos cantados contribuem para reforçar todas as áreas do desenvolvimento

infantil, contribuindo para a formação e o equilíbrio da personalidade da

criança.

Segundo Brito, mesmo antes de nascer, ainda no ventre da mãe, o

bebê já é estimulado sonoramente.

O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa antes do nascimento, pois na fase intrauterina os bebês já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como o sangue que flui nas veias, a respiração e a movimentação dos intestinos. A voz materna também constitui material sonoro especial e referência afetiva para eles. (BRITO, 2003, p.35)

Para Salles, (2011, p. 138), a música é a forma mais completa de

expressão do homem, sendo uma maneira do homem expressar “todas as

suas emoções, sensações e percepções em relação a si mesmo e ao mundo”.

E completa, afirmando que, na infância essa exploração sonora assume maior

relevância e importância.

Segundo Jeandot (1997, p.20), música é linguagem. Sendo assim,

devemos seguir em relação à música, os mesmos procedimentos que

adotamos quanto à linguagem falada, ou seja, “devemos expor a criança à

linguagem musical e dialogar com ela sobre e por meio da música”.

Bang (1986, p.19) afirma que “a música e a fala se baseiam na

percepção e na interpretação do som que se inicia com uma experiência

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auditiva”, sendo assim, tanto a linguagem oral, quanto a musical, necessitam

de um mesmo mecanismo, a capacidade de emitir sons.

Além das funcionalidades apresentadas, a música vem sendo

utilizada com êxito no desenvolvimento e na recuperação de pessoas com

necessidades especiais, sensoriais e motoras.

Nesse contexto, a proposta desta monografia em seu primeiro

capítulo é apontar a presença da música na vida da criança desde seu

nascimento, os elementos que fazem parte dessa linguagem e sua importância

para desenvolvimento integral infantil.

No segundo capítulo, serão apresentadas as áreas referentes ao

desenvolvimento psicomotor que devem ser trabalhadas e estimuladas na

infância, dando ênfase à faixa etária de 3 a 5 anos.

Por fim, o último capítulo abordará os benefícios da linguagem

musical na educação psicomotora, apresentando algumas atividades que

podem ser desenvolvidas e ressaltando o papel dessa linguagem no estímulo e

na intervenção com crianças que apresentem, ou não, algum tipo de deficiência

motora.

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CAPÍTULO I

A MÚSICA

A presença da música na vida do homem é incontestável. Ela está

presente em todas as culturas, em todas as épocas e em todos os pontos do

planeta, até nos mais longínquos, exercendo diferentes funções. É uma

linguagem universal que perpassa as barreiras do tempo e do espaço.

Existem muitas teorias sobre a origem da música na cultura humana. A linguagem musical tem sido interpretada, entendida e definida de várias maneiras, em cada época e cultura, em sintonia com o modo de pensar, com os valores e as concepções estéticas vigentes. (BRITO, 2003, p.25)

Segundo dados antropológicos, as primeiras músicas foram usadas

em rituais como: nascimento, casamento, morte, recuperação de doenças e

fertilidade. Com o desenvolvimento das sociedades foram tendo outras funções

sociais.

Várias teorias tentam explicar ainda a importância da música para as

diferentes sociedades do planeta, principalmente se levarmos em consideração

o fato de tal linguagem estar presente em quase todas estas culturas. Talvez

sua principal função fosse a de facilitar a convivência e a motivação para

atividades em conjunto dos povos antigos.

A linguagem musical tem a capacidade de despertar e expressar

sensações, frustrações, sentimentos, vontades, culturas e pensamentos.

É difícil encontrar alguém que não se relacione com a música de um modo ou de outro: escutando, cantando, dançando, tocando um instrumento, em diferentes momentos e por diversas razões. (BRITO, 2003, p. 31)

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Desta forma, nota-se que, perceber, produzir e relacionar-se com ou

por meio da música faz parte da história de cada indivíduo.

A criança, ainda sendo gerada no ventre materno, já tem contato

com o universo sonoro que a cerca: sons produzidos pela mãe, pelos seres

vivos e por objetos. Ao nascer, convive com situações musicais por intermédio

do acalanto da mãe, aparelhos sonoros, sons da natureza, brinquedos e outros

sons produzidos em seu cotidiano. Assim, a música dialoga com a constituição

interna do ser humano. A criança estabelece suas primeiras relações com o

mundo sociocultural por meio dos sentidos e dos laços afetivos, através da

exposição a essa linguagem. Encantados com o que ouvem, os bebês tentam

imitar e responder, criando momentos significativos no desenvolvimento afetivo

e cognitivo.

O nosso mundo é musical e repleto de ritmos. O som está em toda parte: dos animais às máquinas, do vento e da chuva aos ruídos das ondas do mar, da cidade ao campo, do interior ao exterior dos edifícios, dos bebês aos adultos. Os sons não são iguais: existem os de que gostamos e os que nos desagradam. (PEREIRA, 2014, p. 71)

Para compreender melhor a complexidade, e ao mesmo tempo, a

simplicidade da linguagem musical, deve-se conhecer os elementos que a

constituem.

1.1. Elementos da música

Ritmo

Palavra grega que significa fluir. Entendido como movimento

ordenado, o ritmo está presente em todo tipo de vida.

Detenha-se e pense no ritmo que está dentro de cada pessoa, observando sua respiração, o movimento das pernas quando anda, as batidas do coração. Pare e veja tudo o que nos cerca e sentirá o ritmo presente em uma história ouvida, na paisagem urbana, no funcionamento de uma máquina, em uma obra arte que observamos, na voz que pronuncia uma frase. (PEREIRA, 2014, p.72)

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Todo universo auditivo poderia se resumir a este enunciado: entre o

ruído e o silêncio nasce a música.

Parafraseando William Shakespeare, Jeandot (1997, p.26) resume

“Ser ou não ser: eis o ritmo. Ele é o elemento mais essencial da música;

determina seu movimento e sua palpitação e representa, em última análise, o

contraste entre o som e o silêncio”.

Daí que o ritmo “mexe” fisiológica e psicologicamente com o indivíduo, até mesmo o tálamo, induzindo esquemas de movimento e mobilizando formas de comportamento. Por isso o seu uso no desenvolvimento e recuperação de deficientes motores normalmente se cobre de êxito. (SEKEFF, 2007, p.44)

Compreender o ritmo como algo interno e que pode ser alterado a

partir de estímulos externos, vindos do meio ambiente, é considerá-lo como

impulsionador de processos psíquicos, afetivos e emocionais.

Pode-se concluir então, que o ritmo é um elemento de suma

importância para o desenvolvimento global da criança, por esse motivo, é

necessário trabalhar de forma rítmica desde os primeiros anos de vida.

Melodia

É a sucessão temporal de sons e silêncios, com sentido e

direcionalidade.

A melodia estimula a afetividade.

Para Sekeff (2007, p. 47),” a melodia fala diretamente à fisionomia

afetiva do indivíduo.”

Harmonia

É a combinação simultânea, melódica e harmoniosa dos sons. A

harmonia contribui ativamente para a afirmação ou para a restauração da

ordem mental do homem. Som, ritmo e melodia se completam com a harmonia.

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Sekeff (2007, p.49) realiza uma interessante reflexão sobre como

cada elemento musical afeta o ser humano:

Refletindo sobre a ação dos parâmetros musicais infere-se que, enquanto o ritmo possibilita ao indivíduo tomar consciência de seu corpo, enquanto a melodia enseja estados afetivos, a harmonia favorece, sobretudo, atividades intelectuais. Mas, como somos um todo – um todo que pensa, sente e age simultaneamente - atividade, afetividade e intelectualidade estão sempre presentes no exercício da música, predominando, em diferentes momentos, a ação de um desses parâmetros.

Gainza (1988, p. 37) diz que cada um dos elementos da música

corresponde a um aspecto humano específico: “o ritmo musical induz ao

movimento corporal; a melodia estimula a afetividade; a harmonia contribui

ativamente para afirmação ou restauração da ordem mental do homem”.

Jeandot (1997, p.23) ressalta que “o som depende, entre outras

coisas, da densidade do ar, da distância em que o receptor se encontra da

fonte sonora e da ressonância.”

1.2. Qualidades do som

O som possui três qualidades fundamentais: altura, intensidade e

timbre.

• A altura (grave/agudo) é o parâmetro relacionado à criação de

linhas melódicas, melodias e harmonias. É uma característica do

som que nos permite classificá-lo em grave ou agudo. Essa

propriedade do som é caracterizada pela frequência da onda

sonora. Um som com baixa frequência é dito som grave e o som

com altas frequências é dito som agudo.

• A intensidade (forte/fraco) depende principalmente da energia

emitida pela fonte sonora. Por exemplo: Quando mexemos no

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volume do rádio ao ouvir uma música, estamos alterando a

intensidade do som. Comumente, as pessoas dizem que,

aumentando o volume do rádio ou tv, o som fica mais “alto”, mas

essa definição não é correta, pois o volume não altera a

frequência do som (agudo/grave). Volume somente altera

a intensidade.

• O timbre é a característica sonora que permite distinguir sons de

mesma frequência e mesma intensidade, desde que as ondas

sonoras correspondentes a esses sons sejam diferentes. Ele

personaliza, dá cor e caráter ao som. É a qualidade que nos

permite distinguir a voz e o som dos instrumentos.

“A música é linguagem universal, mas com muitos dialetos, que

variam de cultura para cultura, envolvendo a maneira de tocar, de cantar, de

organizar os sons e de definir as notas básicas e seus intervalos.” (JEANDOT,

1997, p.12)

1.3. Música e desenvolvimento infantil

Cada ser humano é único. Cada pessoa reage de maneira própria

ao meio ambiente que a cerca. Ao ouvir um pássaro cantar, ao ouvir um solo

de violino ou ao participar de um bloco carnavalesco, cada indivíduo terá uma

experiência emocional e cognitiva diferenciada.

Para Bang (1991, p 24) a atividade musical e a audição ativa de

música podem originar funções que favoreçam a aquisição da linguagem, da

atenção e da percepção, criando uma experiência de unidade entre linguagem,

música e movimento.

Segundo o Referencial Curricular (1998, p.48), “aprender música

significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a

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reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados”. Tal

documento prossegue apresentando resultados de pesquisas que

fundamentaram sua proposta para o trabalho musical na Educação Infantil.

A música é uma forma de expressão construída de acordo com a reflexão e a leitura do mundo, pela qual a criança pode manifestar emoções e sentimentos e reconhecer seus próprios sentimentos. A música pode contribuir bastante para que a criança interaja com seu mundo e seus semelhantes, expressando seus sentimentos e demonstrando a forma como percebe sua sociedade. Visa, também, à educação global ou à formação do caráter da criança. (SALLES, 2011, p.139)

Gainza (1988, p.36) afirma que “a música movimenta, mobiliza, e por

isso contribui para a transformação e para o desenvolvimento.”

Nota-se que o trabalho a partir da música é algo significativo, que

pode auxiliar e favorecer as condições para o desenvolvimento infantil em

diferentes aspectos – físico, motor, afetivo e mental.

Salles (2011, p. 147) ainda ressalta que “pelo fato de representar

uma atividade natural da vida da criança, a música pode contribuir para o

desenvolvimento harmônico e global.”

Dessa forma, pode-se concluir que a música é considerada por vários

autores e pesquisadores, como um elemento enriquecedor para o

desenvolvimento humano, que proporciona bem-estar e colabora para a

ampliação de outras áreas necessárias para a formação plena do indivíduo.

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CAPÍTULO II

DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DE 3 A 5 ANOS

Para discorrer sobre o desenvolvimento psicomotor infantil, deve-se

assinalar que ele atua integrado a outros aspectos para a formação integral do

individuo. Todos os aspectos do desenvolvimento (motor, cognitivo e afetivo)

estão interligados e exercem influência entre si, impossibilitando que apenas

um fator seja estimulado sem atingir os outros.

Alves afirma que o desenvolvimento atua de forma conjunta a partir

das experiências com o meio.

Todo desenvolvimento psicomotor de uma criança se projeta por meio dos fatores psicomotor, cognitivo, psicológico e afetivo, fazendo-a adquirir um domínio motor e mental diante do meio e por suas experiências e vivências, as quais são ferramentas indispensáveis para seu desenvolvimento global. (2016, p.176)

O desenvolvimento motor segundo Gallahue, Ozmun e Goodway

(2013, p.21) é a mudança contínua do comportamento motor ao longo da vida,

provocada pela interação entre as questões motoras, biológicas e as condições

do ambiente em que o individuo está inserido.

Ao abordar o desenvolvimento psicomotor, ocorrerá ao mesmo

tempo apontamentos relativos às esferas afetiva e cognitiva do individuo, na

visão de Wallon, como narra Vitor da Fonseca:

O desenvolvimento psicomotor da criança espelha igualmente uma sucessão de predominâncias funcionais entres os três componentes: o motor, o afetivo e o cognitivo (...) os três nutrem-se mutuamente, a atividade de um interfere na maturação dos outros. É neste contexto que o pensamento walloniano reforça o conceito de integração funcional entre os três universos – motor, afetivo e cognitivo. (FONSECA, 2008, p. 45)

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É importante ressaltar que o desenvolvimento é um processo que se

inicia com o nascimento e cessa com a morte. Tal desenvolvimento engloba

todos os aspectos do comportamento, mesmo que sejam separados em

estágios, fases ou faixas etárias, essa separação não é precisa, pois depende

de algumas variáveis.

O esquema de desenvolvimento é comum a todas as crianças, mas

as diferenças de caráter, as possibilidades físicas, o meio, os estímulos

oferecidos e as condições familiares colaboram para que indivíduos da mesma

idade apresentem desenvolvimentos em graus diferenciados.

Esse capítulo objetiva apontar características do desenvolvimento de

crianças de 3 a 5 anos, incluindo o desenvolvimento psicomotor, a partir do

estudo de alguns teóricos, embora haja certas variações nas idades.

2.1. Wallon

Estágio Personalístico (dos 3 aos 4 anos)

Pode-se considerar que este período inclui as crianças de 5 anos, já que o

próximo estágio apresentado por Wallon tem a faixa etária de 6 a 11 anos.

� Construção da personalidade, onde a consciência corporal e aquisição

da linguagem se tornam os principais componentes integrados.

� Integração sensorial e perceptiva da experiência vivida, materializada

pela motricidade seletivamente diferenciada pela capacidade da criança

se autorreconhecer.

� A criança toma consciência de si e adquire a percepção que é diferente

do outro.

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� A inteligência manifesta-se pela motricidade e afetividade.

� As distâncias espaciais passam a serem percebidas, as direções

notadas a partir de seu corpo, o espaço passa a ser explorado e

navegado em uma dimensão descentrada, possibilitando sua

representação gráfica.

� Esse estágio se apresenta visível no desenho do corpo de pessoas e

de si próprio.

� A criança começa a perceber o direito dos outros, mas, por vezes,

ainda apresenta dificuldade em partilhar objetos.

� Necessidade de ser admirada, de merecer a atenção exclusiva e

reconhecimento pessoal.

� Sociabiliza-se por meio de novas oportunidades de convivência, nas

quais vai aprendendo regras de camaradagem.

� O “eu” da criança vai sendo modelado pelo meio ambiente, ou seja,

pela consciência coletiva.

Fonseca, em seu estudo assinala que para Wallon, “a motricidade

está presente em todas as fases evolutivas, (...) desde as atividades mais

concretas as mais abstratas, assim como na construção do temperamento de

cada pessoa.” (2008, p. 51)

2.2. Piaget

Segundo este teórico, todos os mecanismos cognitivos assentam e

emergem da motricidade.

Período pré operacional (2 a 7 anos)

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• Coordenação perceptivo-motora;

• Operações concretas, isto é ações interiorizadas;

• Aparecimento da função simbólica;

• Assimilação de ação;

• Início da interiorização dos esquemas de ação em representação (3-4

anos);

• Interiorização da imitação sem a presença dos objetos ou dos modelos;

• A imitação acontece dentro do indivíduo;

• A criança já pode pensar em “coisas” para além dos dados espaciais e

temporais do movimento;

• Relações temporais (passado – futuro);

• Noções do objeto, espaço, tempo e causalidade já utilizados na ação

efetiva.

2.3. Vitor da Fonseca

No livro “Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem”, Vitor da

Fonseca apresenta um quadro contendo uma síntese a partir das contribuições

de teóricos europeus, americanos e russos, referentes ao desenvolvimento

psicomotor infantil.

Fonseca elencou vários aspectos, ações e comportamentos que são

esperados para a faixa etária de 3 a 5 anos.

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Movimentos de preensão

• Transportar; manipular; largar; encaixar; desencaixar; montar;

desmontar; parafusar; desparafusar; encher; esvaziar; pinçar; atar;

atirar; lançar.

Noção do corpo

• Auto identificação;

• Localização corporal;

• Abstração corporal;

• Organização espacial do corpo.

Lateralização

• Identificação esquerda/direita;

• Orientação espaço-objeto.

Orientação espacial

• Noções básicas de cor, forma e tamanho;

• Direcionalidade;

• Orientação do espaço agido, simbolizado e representado.

Orientação temporal

• Ativação rítmico-melódica;

• Dissociação do movimento (realizar múltiplos movimentos ao mesmo

tempo);

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• Sequencialização do movimento;

• Estruturação rítmico-corporal.

Aquisições auditivo-simbólico verbais

• Desenvolvimento da atenção;

• Discriminação de figura-fundo;

• Seguir instruções;

• Relação com o gesto;

• Compreensão auditiva;

• Memória auditiva-motora;

• Associação auditiva-motora;

• Estruturação semântico-sintática;

• Formulação ideacional;

• Expressão mímico-emocional (pantominia);

• Dramatização;

• Articulação.

Dados retirados do quadro de desenvolvimento apresentado por

Vitor da Fonseca. (2008, p.528,529)

Após a explanação dos teóricos citados, espera-se a percepção dos

aspectos que devem ser estimulados e observados na fase de 3 a 5 anos,

levando-se sempre em conta que toda criança é única e que não deve-se

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comparar o desenvolvimento entre elas sem levar em conta sua história de

vida, carga emocional, estímulos recebidos e meio social em que está inserida.

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CAPÍTULO III

O PAPEL DA MÚSICA NAS ATIVIDADES

PSICOMOTORAS

Os primeiros anos de vida são importantíssimos para qualquer

aprendizagem, pois nesse período desenvolvem-se as habilidades

fundamentais a todo ser humano, aprende-se a ficar de pé, a caminhar, correr,

saltar, rastejar e falar. Com o decorrer dos anos, o indivíduo vai aprimorando e

aperfeiçoando tais movimentos. Quando necessário, as atividades

psicomotoras e musicais atuam como facilitadoras desse desenvolvimento

motor.

Ao pontuar a integração da música com as atividades psicomotoras,

vale ressaltar, que muitos aspectos humanos estão ligados aos diversos meios

como o ser humano vivencia a música, seja uma pessoa com alguma

deficiência ou não. Todos os indivíduos respondem a estímulos musicais, de

modo que, todas as pessoas são, de certa maneira, seres musicais.

Segundo Salles (2011, p.148), “a educação psicomotora e musical

diz respeito a uma formação indispensável a toda criança que seja normal ou

com problemas”.

A atividade musical e a audição ativa da música na visão de Bang

(1991, p.24), podem originar funções que favorecem a aquisição da linguagem,

da atenção, da percepção, e a transferência de movimento para o som e vice-

versa, criando uma experiência que unifica linguagem, música e movimento.

Os exercícios que envolvem a música e a psicomotricidade

possibilitam inúmeras oportunidades para a criança aprimorar sua habilidade

motora, controlar seus músculos e mover-se com maior desenvoltura, dando

maior agilidade e precisão aos seus movimentos.

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A música favorece o desenvolvimento afetivo e emocional da criança, pois proporciona autossatisfação e prazer, possibilitando a expansão dos sentimentos. Ao mostrar suas emoções, liberar seus impulsos e utilizar o corpo para criar música ou desenvolver os exercícios psicomotores, a criança desenvolve o sentimento de autorrealização. (SALLES, 2011, p.144)

Dessa forma, vale assinalar que tanto os exercicíos psicomotores

quanto as atividades musicais proporcionam bem estar à criança, logo, a

integração dessas atividades são benéficas para o seu desenvolvimento

infantil.

No simpósio “Música e Saúde”, realizado no ano de 1985, em Oslo

na Noruega, já havia a preocupação de mostrar a importância da música para a

saúde dos individuos. Neste encontro, foram apresentados vários programas e

estudos sobre os benéficios da música para o desenvolvimento do ser humano.

O material deste simpósio encontra-se no livro Música e saúde, organizado por

Even Ruud.

Knill e Knill (1991, p.89), sugerem que a música pode agir como uma

espécie de andaime para a comunicação:

A música parece ter propriedades funcionais distintas que, caso aplicadas de maneira consciente como parte de uma abordagem programada, podem formar uma estrutura perceptiva bem definida e eficaz, na qual as condições necessárias para um “andaime”e para a comunicação podem ser intensificadas.

Com a atividade rítmica, a criança libera seus impulsos, inclusive

sua agressividade, proporcionando oportunidades para trabalhar seu

autocontrole, sua consciência corporal e criatividade.

Segundo Sundin (1991, p. 144) as crianças cantam, fazem rimas,

brincam com sons, dançam, desenham e ao mesmo tempo, orientam-se no seu

espaço vital, descobrem conexões, desenvolvem sua imaginação e exercitam

sua expressividade.

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Vale salientar que qualquer tipo de movimentação aliada a um ritmo

resulta de um conjunto complexo de atividades coordenadas. Dessa forma, as

atividades que envolvem o canto acompanhado de gestos, a dança, as palmas

ritmadas, são experiências importantes para a criança, pois através delas são

desenvolvidos alguns aspectos psicomotores, tais como o ritmo, a coordenação

motora, a expressão corporal, que favorecerão o processo de aquisição da

leitura e escrita posteriormente.

3.1. Os benefícios da música para crianças com deficiência

A linguagem musical é uma ferramenta que vem sendo utilizada com

sucesso no desenvolvimento e na recuperação de pessoas com necessidades

especiais.

A influência e o poder que caracterizam a música como coadjuvante do desenvolvimento integral do ser humano aparecerão especialmente destacados no caso dos indivíduos que apresentam deficiências ou problemas físicos, afetivos, mentais ou de integração social. Nesses casos, a dimensão educativa da música se amplia para dar lugar à função terapêutica. (GAINZA, 1988, p.88)

As atividades musicais funcionam como fonte de estímulo para

crianças com dificuldades de aprendizagem e contribuem para a inclusão de

crianças com necessidades especiais. A música proporciona motivação à

realização e o controle de movimentos específicos, contribuindo na

organização do pensamento. Além disso, a criança envolve-se numa atividade

cujo objetivo é ela mesma, onde o importante é participar. A execução de

atividades que envolvem a linguagem musical é isenta de cobrança de

rendimento, sua forma de expressão e sua ação podem ser valorizadas, e

através do sentimento de realização a criança desenvolve gradativamente a

autoestima.

Knill e Knill (1991, p.89) atenta para a utilização da música como um

meio eficaz para estabelecer comunicação e desenvolver interação com

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pessoas que possuem deficiências perceptivas, incluindo crianças com

autismo.

Sekeff (2007, p.84) ressalta que a música é uma indicação

fundamental para indivíduos com dificuldade de comunicação verbal, como os

autistas e catatônicos, pois possibilita a abertura de novos canais de

comunicação, facilitando a entrada de terapias, inclusive da terapia

psicomotora.

No trecho a seguir, a autora discorre sobre a importância da música

para os deficientes visuais, motores e mentais:

Os deficientes visuais se beneficiam dos usos e recursos da arte musical porque seus contatos com o mundo se dão exclusivamente mediante a percepção e a interpretação do som. Para eles, essa é uma experiência das mais gratificantes, pois é puramente emocional. Como o deficiente visual não dispõe de imaginação visual são lhe vetadas evocações de imagens mentais, e a música, portanto, desempenha o papel de facilitadora da percepção e de seu desenvolvimento. Deficientes motores também encontram na música um estímulo significativo por excelência, na medida em que o sistema motor é o primeiro a se desenvolver no feto. Como a atividade motora precede a sensorial, é natural que a música seja tomada como um estímulo (motor) que vem de dentro para fora e não de fora para dentro, desempenhando assim forte ação sobre o indivíduo. Já o deficiente mental responde de maneira positiva a esse estímulo, pois enquanto o ritmo favorece a disciplina e coordenação, a melodia mediatiza a expressão emocional e a harmonia estimula a ordem e lógica ao pensamento, alimentando de alguma forma o equilíbrio das funções psíquicas. (SEKEFF, 2007, p.114)

Bang reforça a importância da música para deficientes auditivos ao afirmar que:

Para a pessoa portadora de surdez, a música se constitui basicamente em uma série de vibrações que são percebidas e transportadas ao cérebro por outras vias que não o orgão auditivo. Essas vibrações, no entanto, podem conduzir ritmos, sons e sequências melódicas e causar à pessoa surda reações que levem-na a atividades de grande importância. Os ritmos e sons, por assim dizer, são vivenciados dentro da pessoa como vibrações ligadas à audibilidade e causam no deficiente auditivo uma vontade espontânea de transformar a influência rítmico-musical percebida em formas pessoais de expressão,

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tais como movimentos, imitação, fala e canto. (BANG, 1991,p. 25)

A música também é uma aliada para estimular a atenção, conforme

Knill e Knill (1991, p. 90) “a exposição do som desperta os processos sensório-

perceptivos do cérebro.” Tal propriedade do som mostrou-se bastante

intensificada sob a forma de música, um fato conhecido a todos que trabalham

regularmente com crianças deficientes.

Bréscia (2003, p.50) relata que crianças mentalmente deficientes e

autistas reagem à música, quando tudo o mais falhou. A música é um veículo

expressivo para alívio da tensão emocional, superando dificuldades de fala e

de linguagem.

.

3.2. Sugestões de atividades psicomotoras musicais

Pode-se trabalhar a coordenação motora global, a postura, a atenção, o

equilíbrio e o tônus através de algumas atividades simples:

• Andar livremente ou em um percurso pré-estabelecido no ritmo de uma

música ou no ritmo de um instrumento de percussão.

• Andar sobre a linha ao som de uma música, quando a música parar

entrar no bambolê que tiver a cor solicitada.

• Bater palmas, bater os pés no chão ou em algum instrumento de

percussão seguindo o ritmo da música. O ideal é que a música já tenha

sido conhecida previamente.

• Realizar movimentos corporais acompanhando a letra da música.

Exemplo: Em roda cantar “Escravos de Jó” e realizar os movimentos

com o corpo.

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• Vivo ou morto musical: Após a apresentação de sons graves e agudos

com uma flauta o professor propõe a brincadeira de vivo ou morto. Ao

tocar o som agudo na flauta as crianças devem se levantar (vivo) e

quando o som for grave devem se sentar ou se abaixar (morto).

• Dança das cadeiras e dos bambolês. Anda-se em volta das cadeiras ao

som da música, quando a música parar deve-se sentar dentro de um

bambolê. Os bambolês estarão do lado oposto das cadeiras. Quem ficar

sem bambolê sai da brincadeira e retira-se um bambolê a cada rodada.

• A criança sentada de frente para a parede deve rolar a bola no chão

para ricochetear e recebê-la de volta. Pode-se propor que cantem as

notas a cada jogada (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si). Depois pode ser de pé,

jogando a bola na parede e agarrando.

• Túnel de lençol: fazer uma tenda com lençóis presos em cadeiras para

as crianças passarem engatinhando. Deixar uma música tocando e

propor que quando saírem do túnel se direcionem ao início dançando no

ritmo da música. Variar os ritmos.

• Ao som da parlenda “Hoje é domingo” do grupo Palavra cantada as

crianças deverão caminhar no ritmo em diversas formações espaciais

(tais como círculo, serpente, livre, em duplas etc.). O caminhar pode ser

interrompido toda vez que o professor parar a música. Logo após o

trecho que diz “acabou-se o mundo”, o professor usará uma flauta ou a

voz para tocar a escala descendente (dó, si, lá, sol, fá mi, ré, dó). Nesse

momento, as crianças simularão essa “descida sonora” movimentando o

corpo para baixo. Antes da música, pode-se apresentar a escala das

notas subindo e descendo para as crianças perceberem a diferença e

realizarem com o corpo o movimento de subir o corpo e descer.

Hoje é domingo (parlenda)

Hoje é domingo

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Pede cachimbo

O cachimbo é de barro

Bate no jarro

O jarro é ouro

Bate no touro

O touro é valente

Machuca a gente

A gente é fraco

Cai no buraco

O buraco é fundo

Acabou-se o mundo.

• Fazer uma coletânea prévia de músicas de diferentes animais para tocar

ou cantar. As crianças deverão prestar atenção no animal que aparece

na música e se locomover como o animal. Quando a música parar, farão

uma estátua representando o animal.

Sugestões de músicas infantis (podem ser pesquisadas na internet) :

� Peixe vivo

� Sapo Cururu

� Atirei o pau no gato

� Borboletinha

� Dois patinhos na lagoa

� Cachorrinho está latindo

� Meu pintinho amarelinho

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� Eu conheço um jacaré

Para trabalhar a coordenação motora fina, pode-se propor um

desenho ou pintura do animal preferido da brincadeira ou escolher alguma

característica, (um animal que voa, que nada, que pula). Depois, propor que

recortem o animal escolhido para montar um painel ou móbile. As sugestões

são muitas, mas o importante é pensar no objetivo que se espera alcançar ou o

que se quer observar no desempenho da criança.

- Para trabalhar o esquema corporal e a expressividade

• Criar imagens corporais e executar movimentos pertinentes aos sons

apresentados (dirigir um carro, andar de trem, imitar animais, tocar a

campainha, tomar banho etc)

• Um passeio de faz-de-conta: propor que a criança se movimente e

produza os sons solicitados na história contada.

• Espelho: Em duplas, propor que uma criança da dupla faça movimentos

que a outra vai tentar reproduzir exatamente igual como se fosse um

espelho. Depois, trocam-se os papeis. Pode-se propor que a criança

cante uma música acompanhando aos movimentos para a outra imitar.

• Identificando partes do corpo: Orientar, com uma música clássica ao

fundo, que os alunos, de olhos fechados, toquem cada parte do corpo:

cabeça, cabelos, rosto, braços, mãos, pernas, pés, barriga etc. Depois,

se propõe que de olhos aberto toque as partes solicitadas do corpo de

um colega.

- para trabalhar a lateralidade

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• Cantar e fazer os gestos da música utilizando somente um lado do

corpo.

• Tocar instrumentos de percussão de diferentes tamanhos, alternando as

mãos.

Cantar músicas que trabalhem os lados do corpo:

Desengonçada

(Bia Bedran)

Vem dançar, vem requebrar

Vem fazer o corpo se mexer e acordar

É a mão direita, a mão direita, a mão direita agora,

A mão direita, que eu vou acordar.

É a mão esquerda, a mão esquerda, mão esquerda agora

As duas juntas que eu vou acordar

(refrão)

É o ombro direito, é o ombro direito,

É o ombro que eu vou acordar.

É o ombro esquerdo, é o ombro esquerdo

Os dois juntos que eu vou acordar

(refrão)

É o cotovelo direito, é o cotovelo direito

É o cotovelo que eu vou acordar

É o cotovelo esquerdo, é o cotovelo esquerdo

Os dois juntos que eu vou acordar

(refrão)

É o braço direito, é o braço direito

É o braço que eu vou acordar

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É o braço esquerdo, é o braço esquerdo

Os dois juntos que eu vou acordar

(refrão)

É o joelho direito, é o joelho direito

É o joelho que eu vou acordar

É o joelho esquerdo, é o joelho esquerdo,

Os dois juntos que eu vou acordar

(refrão)

É o pé direito, é o pé direito, é o pé direito agora

É o pé direito, que eu vou acordar

É o pé esquerdo, é o pé esquerdo

É o pé esquerdo agora

Os dois juntos que eu vou acordar

(refrão)

É a cabeça, os ombros, as mãos,

Cotovelos e braços

Que eu vou acordar

A cintura, a barriga, o bumbum,

Os joelhos

Tudo junto que eu vou acordar

(refrão)

Pop pop

(Eliana)

Põe a mãozinha pra frente

Põe a mãozinha pro lado

Põe a mãozinha pra frente

Balanço ele agora

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Eu danço pop pop

Eu danço pop pop

Eu danço pop pop

Assim é bem melhor

Põe o pezinho pra frente

Põe o pezinho pro lado

Põe o pezinho pra frente

Balanço ele agora

(Refrão)

Põe a cabeça pra frente

Põe a cabeça pro lado

Põe a cabeça pra frente

Balanço ele agora

(Refrão)

Põe o bumbum para frente

Põe o bumbum para o lado

Põe o bumbum para frente

Balanço ele agora

(Refrão)

Põe o corpinho pra frente

Põe o corpinho pro lado

Põe o corpinho pra frente

Balanço ele agora

(Refrão)

Pode-se propor que após movimentarem seu corpo no ritmo,

movimentem o corpo de um bichinho de pelúcia seguindo as orientações da

musica.

- Para trabalhar as percepções

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• Cabra-cega sonora: Cada criança ficará imóvel e cantará um trecho de

uma música ou tocará um instrumento ao comando gestual do professor.

A criança vendada tentará seguir a direção do som até tocar em alguém.

• Caminho das sensações: uma criança de olhos vendados será

conduzida por um caminho repleto de materiais diferentes no piso (areia,

plástico bolha, folhas, algodão, lixa) ao som de ruídos da natureza, de

forma que a deixem relaxada. Pode-se incluir também cheiros diferentes

e oferecer alguns alimentos. A cada nova sensação perguntar se a

reconhece, se é agradável ou não. Trabalhando dessa forma diferentes

percepções.

• Transformar-se em sons: Propor às crianças a realização de um “jogo

mágico” no qual elas se transformarão nos sons que você irá produzir

(utilizar um insturmento musical). Ao tocar sons curtos pedir que se

movimentem junto. Faça o mesmo com relação a sons longos. Explore

as possibilidades alternando diferentes alturas (graves ou agudos),

durações (curtos ou longos), intensidades (fracos ou fortes). Nos

momentos de silêncio, as crianças “viram estátuas”.

- Para trabalhar a respiração

• Inspirar e expirar produzindo um som longo. Pode-se apresentar cartões

com gravuras de animais para a criança imitar o som do animal.

• Cantar um trecho de uma música com uma respiração.

• Emitir um som inicialmente baixo e ir aumentando o volume e sustentar

até o fim da respiração.

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As atividades e exercícios nos quais se pode incluir a música são

infindáveis, cabe ao professor ou psicomotricista ter criatividade, sensibilidade

e conhecimento para motivar da melhor forma à criança, levando em conta

suas particularidades, sua faixa etária e suas limitações.

É de suma importância ter um olhar diferenciado sobre cada criança,

fazer uma escuta atenta das falas e das vivências relatadas por cada uma e

conhecer sua história de vida, para promover atividades significativas que

atendam às necessidades fisicas, afetivas e motoras de cada indivíduo.

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CONCLUSÃO

No decorrer deste estudo, foram elencados vários aspectos do

desenvolvimento da criança que podem ser estimulados e reforçados através

de uma integração entre as atividades psicomotoras e a música. A linguagem

musical comove e move, motiva e comunica, inspira e acalma, toca e faz o

corpo se expressar, por isso deve ser vista com maior seriedade em relação a

sua funcionalidade.

A cada passo em frente ou a cada nova descoberta a criança

aprende e apreende novos conhecimentos. A cada novo som que a cativa,

novos movimentos e sentimentos surgem. A criança interage ao ouvir ou

através de outros sentidos, como no caso de deficientes auditivos, fomentando

emoções a partir das numerosas variações dos sons musicais.

Pereira afirma que “a música reúne a sensibilidade, o conhecimento

e a ação”.

O indíviduo ao ser estimulado através da música expressa por meio

de movimentos corporais o que está sendo transmitido à sua sensibilidade,

levando-o a ter contato com o mundo externo.

Para Gainza (1988, p.22) “a música e o som, enquanto energia,

estimulam o movimento interno e externo do homem; impulsionam-no a ação e

promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferente qualidade e grau”.

Fazer música é então ler o mundo externo e interno, emprestando-lhe significação. Fazer música não se restringe à apreensão de um universo físico-acústico; pelo contrário, é um “gesto”, um gesto que se vive, uma experiência singular, única. Fazer música é ouvir, é descobrir, é descobrir-se. (SEKEFF, 2007, p. 162)

É importante fornecer à criança possibilidades de desenvolvimento

de suas capacidades e potencialidades explorando os recursos da música

aliados à psicomotricidade.

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Como o cérebro humano é um orgão que necessita estar em

constante exercício, a música pode funcionar como uma ferramenta para

auxiliar a formação de novas sinapses e novas conexões neuronais.

Segundo Sekeff (2007, p.22), como o desenvolvimento da

personalidade do ser humano depende da satisfação de necessidades

emocionais básicas, e como a música oferece possibilidades de experiências

sensoriais, emocionais, intelectuais e sociais gratificantes, não há como

menosprezar o uso desta linguagem seja em relação a sua função na

educação, na saúde ou no bem estar.

Por todo alcance que a linguagem musical pode ter em relação às

crianças ditas “normais” ou com algum tipo de deficiência, faz-se necessário,

promover atividades psicomotoras musicais contendo um repertório bem

selecionado, pensando nos objetivos que se pretende alcançar, a fim de

beneficiar a criança, resultando em desenvolvimento cognitivo, afetivo,

intelectual, motor e psiquico.

A música harmoniza o indivíduo, levando-o a exercitar o

pensamento, expressar o sentimento, proporcionando motivação. Portanto, a

atividade musical constitui-se uma importante ferramenta na intervenção

psicomotora, podendo ser utilizada no auxílio a todas as crianças, em especial

aquelas que possuem dificuldades de aprendizagem relacionadas à cognição,

como as de concentração e memorização.

Além de um repertório musical coerente com a faixa etária da

criança, cabe ao educador ou psicomotricista que irá realizar o trabalho

psicomotor, oferecer um espaço agradável e seguro, com uma postura que

inspire confiança e parceria a fim de que a criança possa realizar as atividades

com alegria e desenvoltura, desenvolvendo assim, de maneira natural sua

participação ativa na tarefa proposta.

Que essa pesquisa sirva de inspiração e reflexão sobre como a

música pode ser utilizada de forma efetiva no trabalho psicomotor, fazendo

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com que as notas musicais ou os sons percebidos sejam uma ferramenta de

descoberta, de estímulo, de motivação e de incentivo para o público infantil.

Afinal, como diz um velho ditado: “Quem canta os males espanta”.

Que possamos então cantar, solfejar, tocar, dançar, criar, se expressar e

experimentar os sons de forma prazerosa e abrangente, envolvendo os

pequenos em um mundo musical repleto de movimentos.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

A MÚSICA 11

1.1. ELEMENTOS DA MÚSICA 12

1.2. QUALIDADE DO SOM 14

1.3. MÚSICA E DESENVOLVIMENTO INFANTIL 15

CAPÍTULO II

DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DE 3 A 5 ANOS 17

2.1. WALLON 18

2.2. PIAGET 19

2.3. VITOR DA FONSECA 20

CAPÍTULO III

O PAPEL DA MÚSICA NAS ATIVIDADES PSICOMOTORAS 24

3.1. OS BENEFÍCIOS DA MÚSICA PARA CRIANÇAS COM

DEFICIÊNCIAS 26

3.2. SUGESTÕES DE ATIVIDADES PSICOMOTORAS

MUSICAIS 28

CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA 40 ÍNDICE 42