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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ANÁLISE DO PROGRAMA 5S: UM ESTUDO DE CASO NA
BIBLIOTECA DA FACULDADE DE VETERINÁRIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Rafael de Mattos Pacheco
ORIENTADOR: Prof. Nelsom de Magalhães
Rio de Janeiro 2016
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA de Administração da Qualidade. Por: Rafael de Mattos Pacheco
ANÁLISE DO PROGRAMA 5S: UM ESTUDO DE CASO NA
BIBLIOTECA DA FACULDADE DE VETERINÁRIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Rio de Janeiro 2016
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus por todas as
bênçãos que derrama em minha vida, agradeço
também aos meus familiares por me apoiarem
nos momentos difíceis, minha namorada e meus
amigos por estarem presentes e me apoiarem
quando eu mais precisei.
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AGRADECIMENTOS
Dedico a todos que me ajudaram nessa
caminhada e acreditaram no meu potencial.
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RESUMO
Este estudo de caso tem por objetivo analisar a possibilidade de
implantação do programa 5S na biblioteca da Faculdade de Veterinária da
Universidade Federal Fluminense com intuito de melhoria no ambiente de
trabalho, qualificando o atendimento, aumentando o bem-estar dos funcionários
e reeducação os colaboradores quanto à limpeza do ambiente. Após o estudo
de caso concluído será analisado se há necessidade de implantação deste
programa..
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METODOLOGIA
A metodologia aplicada no presente trabalho é o estudo de caso na
biblioteca da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal
Fluminense referente à análise do programa 5S como um fator positivo da
gestão da qualidade do setor.
O estudo de caso investiga algum fenômeno ocorrido e aprofundado
individualmente. Serve para responder questionamentos para aqueles que não
têm muito controle sobre o estudado. Além dos fenômenos individuais, esse
estudo contribui para compreender melhor os processos políticos e
organizacionais da sociedade. Compreende um método que abrange diversos
assuntos em abordagens específicas de coleta e análise de dados (GIL, 2010).
Estudo de caso é um instrumento pedagógico que apresenta um
problema mal estruturado, aquele que não tem uma solução pré-definida,
exigindo empenho do pesquisador para identificar o problema, analisar
evidências, desenvolver argumentos lógicos, além de avaliar o ocorrido
(INSPER, 2014).
Pode também ser definido como um problema que reproduz os
questionamentos, as incertezas e as possibilidades de um contexto empresarial
que dispara a necessidade de uma tomada de decisão. O processo de chegar
a uma decisão, por meio da análise e discussão individual e coletiva das
informações expostas no estudo de caso, promove o raciocínio crítico e
argumentativo dos alunos (INSPER, 2014).
Cesar (2004) evidencia que o método de Estudo de Caso enquadra-se
como uma abordagem qualitativa e é frequentemente utilizado para coleta de
dados na área de estudos organizacionais, apesar das críticas que ao mesmo
se faz, considerando-se que não tenha objetividade e rigor suficientes para se
configurar enquanto um método de investigação científica.
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As etapas metodológicas que foram desenvolvidas neste Trabalho de
Conclusão de Curso serão expostas a seguir:
1ª fase
Foi realizado um levantamento bibliográfico em áreas de relevância da
Engenharia de Produção, como: Gestão da Qualidade, Planejamento
Estratégico, Logística e Segurança do Trabalho no intuito de embasar o
referencial teórico necessário ao desenvolvimento do conteúdo deste trabalho.
2ª fase
Essa fase compreendeu no planejamento e na análise do Programa 5S
como ferramenta a ser aplicada no local de estudo.
3ª fase
Compreendeu a fase prática deste TCC, onde foi realizada
primeiramente uma observação do ambiente de trabalho, neste caso a
Biblioteca da Faculdade de Veterinária da UFF. Em seguida houve um contato
com a chefia da BFV, para explicação e autorização para realização da
pesquisa. A partir daí, elaborou-se uma relação de problemas que poderiam
ser melhorados, através da implantação do programa 5S.
4ª fase
Foram identificados todos os pontos que poderiam ser modificados no
ambiente visando a excelência na organização, limpeza, padronização, saúde
dos funcionários e autodisciplina.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
Gestão da Qualidade 11
CAPÍTULO II
Programa 5S 27
CAPÍTULO III
Estudo de Caso: Contextualização do Ambiente Laboral 44
CONCLUSÃO 64
BIBLIOGRAFIA 67
WEBGRAFIA 69
ÍNDICE 71
ÍNDICE DE FIGURAS 72
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INTRODUÇÃO
Após o término da Segunda Guerra Mundial, o Japão encontrava-se com
problemas em limpeza, higiene, organização e disciplina. A solução era criar ou
aperfeiçoar técnicas de melhoria de desempenho para ser aplicadas nas
empresas com o intuito de competitividade em um momento crítico do país.
Segundo Silva (1996) o atual cenário econômico mundial, o código de
defesa do consumidor e a conscientização mundial crescendo têm forçado as
organizações a reverem a própria postura perante o consumidor,
colaboradores, acionistas e à sociedade em geral.
Para manter-se competitiva, as organizações tendem a manter-se em
constantes mudanças para continuar no mercado. Algumas esperam crises
para efetuar mudanças necessárias, outras se antecipam ao futuro. Na visão
de Deming, todos querem a qualidade, mas cada ser humano de uma definição
para qualidade diferente. Do ponto de vista genérico, todos exigem a qualidade
como algo que mude a vida para melhor e que as organizações devem traduzi-
las para linguagens mais práticas (SILVA, 1996).
Com o passar dos anos, o nível de exigência dos consumidores
crescente devido à ampla concorrência entre empresas oferecendo produtos e
serviços no mercado.
Para conquistar clientes, diante da competição atual, é preciso encantá-
los, seduzi-los e superar suas expectativas. Qualidade intrínseca, preço
acessível, baixo custo de manutenção, valor de revenda, durabilidade do
produto, prazo de entregam cordialidade no atendimento, boas condições de
pagamento, imagem no mercado, segurança pessoal e ambiental são algumas
entre as diversas possibilidades exploradas como vantagens competitivas
(SILVA, 1996).
Ainda o mesmo autor (1996) considera que o eixo central da busca da
excelência organizacional consiste em orientar-se pelo mercado, atualizar-se
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tecnologicamente, ter um bom recrutamento para se ter as melhores pessoas,
treinamentos para funcionários com qualidade e criar condições para plena
transformação dos seus potenciais criativos em vantagens competitivas. A
educação e o treinamento contínuo são essenciais para o correto investimento
da organização.
Assim, o programa 5S visa conscientizar a todos da importância da
qualidade no ambiente de trabalho. Trata-se de uma filosofia, de uma nova
cultura que necessita contar com o comprometimento e participação das
equipes de trabalho para gerar os resultados esperados, ambientes limpos,
organizados e bem estar proporcionando condições para uma maior
produtividade.
Segundo Marshall Junior et al. (2010, p.121), os métodos de gestão
representam um conjunto de práticas disponíveis para utilização em um
sistema de gestão das empresas. Durante o desenvolvimento de suas
aplicações, usam ferramentas de gerenciamento e técnicas aplicadas na
condução dos grupos. Tais métodos são implantados pelas diversas áreas da
organização, à medida que surgem as necessidades específicas. As
ferramentas apresentam peculiaridades que as diferenciam entre si, cabendo o
implantador a analisa-las e definir qual a melhor delas a ser utilizada a fim de
atingir o objetivo principal de melhoria.
Apesar da disseminação de uma filosofia de vida e trabalho pelo mundo
que, teoricamente, incorpora as posturas necessárias à sobrevivência com
qualidade, de acordo com Silva (1996) é preciso reconhecer que nem todas as
organizações que falam em qualidade realmente a praticam. Em alguns casos,
a situação é apenas uma mera fachada para tudo continuar como sempre foi.
O filósofo Nietzsche, já no século passado, alertava: “Com o aumento da
competição, a qualidade se torna mera propaganda. Vence aquele que melhor
engana.” Hoje em dia, esta afirmativa não se sustenta por se tratar de
consumidores cada vez mais esclarecidos e os concorrentes cada vez mais
atentos às suas insatisfações.
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CAPÍTULO I
GESTÃO DA QUALIDADE
Segundo Marshall Junior et al (2010), a gestão da qualidade tem um
papel decisivo assumido diante do processo de globalização, da abertura dos
mercados e da consequente competição entre organizações, buscando
competitividade. A gestão de qualidade abrange uma visão macro da existência
humana, influenciando modos de pensar e de agir, pois a qualidade não é
apenas o controle da produção, qualidade intrínseca de bens e serviços, o uso
das ferramentas e métodos de gestão, ou a assistência técnica adequada. Em
um sentido macro, o conceito de qualidade total ou de gestão da qualidade
passou a significar o modelo de gerenciamento que busca a eficiência e
eficácia das organizações para manter-se competitivo no mercado.
A importância da qualidade vem se desenvolvendo desde que
introduzido seu conceito. Frederick Taylor é considerado o criador da
administração científica e o foco operacional era a eficiência e eficácia na
administração industrial, um dos pilares da gestão da qualidade.
A administração científica consiste fundamentalmente em certos princípios gerais ou numa filosofia, aplicável de muitos modos, mas a descrição do que algumas pessoas acreditam ser o melhor meio de implantar esses princípios gerais não deve ser, absolutamente, confundida com os princípios em si. Estou plenamente convencido de que esses princípios se tornarão de uso geral, no mundo civilizado, mais cedo ou mais tarde, e, quanto mais cedo, tanto melhor para todos. (TAYLOR, 2011, p.15- 16).
A qualidade é um diferencial essencial para qualquer instituição que
deseja manter a competitividade, impondo a necessidade das empresas
proporem ações que visem ao melhoramento contínuo de seus produtos e/ou
serviços para não serem passadas para trás no mercado (MARQUES;
SUZUKI; FARIA, 2013).
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Desde que foi introduzido, o tema qualidade tem evoluído. Como
conceito, a qualidade é conhecida desde os primórdios, mas apenas
recentemente surgiu a definição de gerenciamento do mesmo.
De acordo com Marshall Junior et al (2010) originalmente, a função se
voltava para apenas a inspeção do produto acabado, hoje as atividades
relacionadas com a qualidade se ampliaram e são consideradas fundamentais
para a sobrevivência da organização. Com isso, considera-se o fato importante
da integração de diversas áreas de conhecimento humanos, em função do tipo
de produto ou serviço gerado e de suas expectativas, as exigências e
maturidades dos clientes e consumidores, em paralelo com os interesses do
mercado estabelecidos.
Estruturou-se um formato bem aceito pelos especialistas da área para as
eras da qualidade, são elas: Inspeção; Controle estatístico da qualidade;
Garantia da qualidade e Gestão estratégica da qualidade.
a) Inspeção
Segundo Mello (2010, p.9) foi uma das primeiras manifestações formais
em relação à qualidade, antes mesmo do surgimento das indústrias, onde eram
feitas inspeções de produto por produto pelo próprio artífice. Trata-se da
inspeção de produtos acabados. Com isto, a única alternativa quando há falta
de qualidade é descartá-lo, ou, na melhor das hipóteses, corrigi-lo até que fique
bom. Com esta prática é assegurado a qualidade no produto que chega ao
consumidor, mas em nada contribui para a melhoria na produtividade, pois não
investiga o que levou ao defeito do produto e não previne o aparecimento de
novos produtos com o mesmo defeito, gerando desperdícios.
No início do século XX, Frederick W. Taylor atribuiu maior legitimidade à
atividade de inspeção, onde separava processo de fabricação e atribuía a
profissionais especializados. Em pouco tempo, as atividades de inspeção se
transformaram em um processo independente e ligado ao controle da
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qualidade. Este controle limitava-se a inspeção e às atividades restritas, como
a contagem, a classificação pela qualidade e os reparos. Para serem
solucionados os problemas a responsabilidade fugia do departamento de
inspeções. A mudança nesse enfoque e um novo paradigma surgiram com as
pesquisas realizadas nos Laboratórios Bell Telephone. O resultado foi o
controle estatístico de processo para a melhoria da qualidade. Deste grupo,
podem-se destacar grandes nomes como W. Edwards Deming, Joseph Juran,
Walter Shewart, Harold Dodge e Harry Romig (MARSHALL JÚNIOR et al.,
2010).
b) Controle estatístico da qualidade
Quanto mais os sistemas de produção se mostravam eficazes do ponto
quantitativo, mais difícil ficava a inspeção de todos os produtos. Com o advento
da produção em massa, que viria logo após a criação das linhas de montagem,
essa tarefa tornou-se impossível pelo tempo e custo. A ideia então era criar
mecanismos que a viabilizassem e a inspeção dos produtos foi socorrida por
procedimentos embasados na estatística, como a amostragem (MELLO, 2010).
Para Marshall Júnior et al.( 2010) a amostragem é utilizada para realizar
inspeções completas em todos os produtos fabricados por motivos técnicos,
econômicos, de prazo e até quantitativos, mas só apresentaram resultados
efetivos após amadurecem suficientemente. A inclusão dessas técnicas fez
com que os processos de qualidade tivessem uma grande impulsão,
estimulando a disseminação rápida de cursos e evolução dos procedimentos,
visando melhoria na aplicação das mesmas. Com este avanço, grandes
sociedades de engenheiros de qualidade foram fundadas. Em 1946, nos EUA,
foi fundada a American Society for Quality Control (ASQC, hoje chamada de
ASQ) e, no Japão, a Japanese Union os Scientists and Engineers (Juse),
objetivando melhoria nas práticas e métodos na área de qualidade.
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c) Garantia da qualidade
Mello (2010) afirma que dos controles estatísticos da qualidade, evolui-
se para a garantia da qualidade - já na década de 1950 – onde a indústria
norte-americana havia voltado todos os seus esforços para a produção de
material bélico durante a guerra. Com isso, havia defasagem na produção de
bens de consumo civil no período pós-guerra e houve grande esforço para
abastecer o mercado e recuperar as perdas, fazendo com que os norte-
americanos que tanto se valeram do CEQ focassem a quantidade e deixasse
de lado a qualidade.
Em 1954, Joseph M. Juran visitou o Japão, introduzindo uma nova era
no controle da qualidade, liderando a passagem de uma fase na qual as
atividades relativas à qualidade baseavam-se nos aspectos tecnológicos das
fábricas para uma em que a preocupação global e holística com a qualidade
abrange todos os aspectos de gerenciamento e toda a organização
(MARSHALL JÚNIOR et al., 2010).
O total quality control (TQC) ganhou notoriedade, tornando mais amplo o
conceito da qualidade. O TQC aborda alguns fatos, como:
• Envolver todos os funcionários, dos mais variados níveis hierárquicos,
fornecedores, clientes para atingir o objetivo que é o comprometimento e a
confiança recíproca;
• Abordar desde a fase do desenvolvimento do produto a qualidade,
incluindo aspectos funcionais e atributos de desempenho;
• Manter e desenvolver as técnicas clássicas da qualidade existentes.
Ainda os autores (2010) afirmam que para os japoneses há também o total
quality management (TQM) onde há uma abordagem mais gerencial baseada
na participação de todos, dirigindo para os membros da organização, da
sociedade e para a satisfação dos clientes e consumidores.
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As empresas começaram, então, a calcular alguns custos de falta de
qualidade a analisaram que este seria um problema a ser prevenido e não mais
corretivo, pois já não era o bastante apenas tirar o produto defeituoso de
circulação. Com esta medida proativa, o processo previsto era de uma
economia considerável de divisas.
Com isso, apareciam Crosby, com o programa defeito zero, Juran com
abordagens sobre os custos de qualidade, Feigenbaum, norte-americano com
sua concepção de controle total de qualidade (TQC). Além deles, os japoneses
Kaoru Ishikawa, químico e um dos impulsionadores do Juse, “adapta” as ideias
de Deming e Juran no Japão e o Genichi Tagushi, estatístico e engenheiro com
a sua atribuição à retribuição da variabilidade em processos industriais
(MELLO, 2010).
Marshall et al (2010) relatam que cerca de duas décadas depois, nos anos
1970, a qualidade dos produtos nipônicos, principalmente a dos televisores e
automóveis, já superava a dos produtos norte-americanos (Gitlow,1993),
tornando mais preocupados e exigentes em relação à qualidade e o preço os
consumidores.
Segundo Carvalho (2008, p. 54) a abordagem sistêmica, proposta por
Armand Feigenbaum, denominada TQC, envolve todas as áreas da
organização e não só o setor produtivo. A abordagem sistêmica influenciaria de
maneira forte as normas da International Organization for Standardization
(ISO), série ISSO 9000, cuja versão inicial é de 1987, que era denominada de
sistema de garantia da qualidade. Essa primeira versão da norma traduz o
pensamento da terceira era, surgida em meio a expansão da globalização, com
intuito de facilitar a relação de clientes com fornecedores no sentindo de
questões de qualidade. A essa norma está associada uma certificação, de
caráter voluntário, qual assumiu o papel de garantia da qualidade ao longo de
cadeias produtivas dispersas geograficamente. No âmbito interno, o certificado
reconhecia o esforço organizacional em busca de um sistema de garantia da
qualidade efetivo.
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d) Gestão estratégica da qualidade
Esta quarta era, começou a ser cunhada no Japão no período pós-
guerra, quando alguns especialistas americanos, como W. Edwards Deming e
Joseph M. Juran participaram do programa de reconstrução, onde difundiram
diversas técnicas e conceitos da qualidade e foram recebidos com muito
entusiasmo pelas empresas japonesas. O modelo japonês, controle de
qualidade por toda a empresa (Company Wide Quality Control – CWQC)
incorporou vários elementos da gestão da qualidade total, mas enfatizou alguns
aspectos como a aversão ao desperdício, ênfase em melhoria contínua da
qualidade (kaizen) e participação forte dos colaboradores. Um elemento
importante a ser destacado também era o sistema de alianças e parceria com
os colaboradores introduzindo o conceito de qualidade assegurada
(CARVALHO, 2008).
Para o mesmo autor (2008) o foco nos resultados aparece de forma
significativa em programas recentes dessa era como os seis sigma, proposto
pela Motorola na década de 1980 e os modelos de excelência, tais como o
Prêmio Malcom Baldrige (1987) americano e, no Brasil, o Prêmio Nacional da
Qualidade – PNQ (1992).
Segundo Marshall Junior et al (2010) especialmente nas décadas de
1980 e 1990 a qualidade passou a ser efetivamente percebida como disciplina
também de cunho estratégico. Os princípios da gestão pela qualidade total,
surgidos a partir de 1950 foram, em fim, assimilados pela maioria das
organizações, a qualidade passou a ser discutida na agenda estratégica do
negócio e o mercado passou a valorizar quem a possuía e punir organizações
não conformes ou focadas nos processos clássicos de controle da qualidade.
A legislação da defesa do consumidor, além da família ISO 9000, norma
internacional ampla e aplicável da cadeira de interação cliente-fornecedor,
transformou o escopo da qualidade, consolidando-a em todos os setores dos
negócios.
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A essência da abordagem estratégica da qualidade foi resumida de modo
muito simples em um relatório da Sociedade Americana de Controle da
Qualidade (HAGAN, 1984 apud MARSHALL JUNIOR et al, 2010). Como
registrado abaixo:
• Não são os fornecedores do produto, mas aqueles para quem eles servem – os clientes, usuários e aqueles que os influenciam ou representam – que têm a última palavra quanto à até que ponto um produto atende às suas necessidades e satisfaz suas expectativas;
• A satisfação relaciona-se com o que a concorrência oferece; • A satisfação, relacionada com o que a concorrência oferece, é
conseguida durante a vida útil do produto, e não apenas na ocasião da compra;
• É preciso um conjunto de atributos para proporcionar o máximo de satisfação àqueles a quem o produto atende. (MARSHALL JUNIOR et al, 2010, p-18)
Nos dias de hoje o termo qualidade se tornou bem difundido nas
organizações, independente do ramo de atuação, sendo ela pública ou privada.
Um dos focos principais da gestão da qualidade diz respeito á satisfação dos
clientes e a percepção de suas necessidades. Portanto a questão fundamental
nas empresas está na excelência dos produtos ou serviços oferecidos, e ainda
assim com a crescente competitividade, o diferencial está na qualidade, a
questão primordial para a sobrevivência da empresa.
1.1 Gestão da Qualidade aplicada em Bibliotecas
Antes de abordar o tema de Gestão da Qualidade nas Bibliotecas, será
contextualizada a literatura sobre Biblioteconomia e os estudos na área de
Ciência da Informação, que servem de pilares para o assunto abordado.
A primeira biblioteca pública oficial do Brasil foi criada em 1808, como é
citado pelo site do Governo de São Paulo (BIBLIOTECA, 2014)
18
A primeira biblioteca pública oficial do Brasil foi a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, cujo acervo original foi trazido com a família real e a corte portuguesa, em 1808, quando Portugal foi invadido pelas tropas de Napoleão. Até então, durante todo o período colonial brasileiro, havia somente bibliotecas particulares e de conventos, destinadas a poucos e usuários. A fundação da Biblioteca Nacional ocorreu oficialmente em 29/10/1810, mas até 1814 quando foi franqueada ao público, ela era restrita apenas à família real e a poucos estudiosos, sendo que estes tinham de pedir autorização para consultá-la. A segunda biblioteca pública brasileira foi inaugurada na cidade de Salvador em 1811, por iniciativa particular (portanto, não governamental) de Pedro Gomes Ferrão Castelo Branco, com contribuições dos seus sócios. (http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/especial/docs/200703-historiadabiblioteca.pdf)
Desde então várias bibliotecas surgiram no país com a função de ser
intermediadora entre o leitor e o conhecimento. É nítida a importância das
bibliotecas para a sociedade e a relevância de seu papel social, pois servem de
fontes de pesquisa e informação para os usuários a quem se destinam.
Entretanto, sua dimensão muitas vezes não é valorizada. Toda a
importância histórica e seu acervo foram diminuídos por conta da introdução da
era digital.
Conhecer seu passado é aprofundar no conhecimento das primeiras instituições do conhecimento implantadas no país. Desde o início, as bibliotecas nunca tiveram o devido reconhecimento seja por causa do desconhecimento de sua verdadeira importância na vida da sociedade, seja pela simples descrença ou por questões ligadas ao desenvolvimento social, e desde seus primórdios vêm sofrendo das mais variadas causas de destruição: incêndios, abandono, descaso, mas sempre, como uma fênix, renasce das próprias cinzas. E, certamente, muito disso se deve a presença do bibliotecário em seu cotidiano. Por fim, biblioteca não deve ser entendida apenas como um fenômeno social e cultural, mas sim como uma instituição social das mais complexas e importantes do sistema de comunicação humana (SANTOS, 2010, p. 50).
Nesse sentido, Alentejo e Baptista (2012) observam que a qualidade
passa a ser traduzida como excelência organizacional nas relações
institucionais em busca de manterem as organizações atuantes, competitivas,
inovadoras e em processo constante de desenvolvimento. O valor agregado
cede lugar à valorização do cliente que passa ser o centro das práticas de
gestão em todos os processos produtivos.
19
Na década de 1990, a busca pela satisfação, não só do cliente, mas, de
todos os públicos de uma empresa passou as ser associado com a ideia de
valor agregado. No entanto, a partir dessa década, a visão de que a qualidade
é fundamental no posicionamento estratégico da empresa nas relações
econômicas, na busca pela inovação e competitividade expandiu-se a todas as
organizações, sejam elas do governo, educacionais, empresariais e científica.
(LUCINDA, 2010, p. 5-6).
No âmbito das bibliotecas, Dervin e Nilan (1986, apud ALENTEJO;
BAPTISTA, 2012) identificaram mudanças no cenário mundial onde os estudos
de uso e de usuários se modificam para um movimento de valorização do
usuário e não somente focado no sistema de informação. Nessa mesma
dinâmica, essas organizações passam a destinar esforços de pesquisas em
prol do gerenciamento da informação, dos recursos humanos e tecnológicos
visando manterem-se atuantes em suas relações organizacionais tendo o
conhecimento institucional como um insumo preponderante à gestão dos
negócios.
Compartilhando dessa mesma ideia, Bezerra (2010) descreve que a
literatura na área da Ciência da Informação revela preocupação crescente com
a busca de metodologias e ferramentas adequadas à gestão da qualidade em
bibliotecas, visando a auxiliá-las na superação do emprego de práticas
obsoletas e minimizar ou eliminar as dificuldades dessas subunidades no
cumprimento de sua missão e objetivos.
Assim, as mudanças ocorridas após a informatização e as novas
tecnologias acarretam às bibliotecas a incorporar novas funções àquelas
tradicionais, compatíveis com os novos padrões de serviço.
Nesse sentido, o reconhecimento das organizações em se buscar
melhorias, excelência e qualidade serviu como base teórica para as conhecidas
Teorias da Qualidade. O aprimoramento das tecnologias da informação,
impactando no volume crescente da informação, o desenvolvimento das
interações produtivas que afetam as economias e, a adoção da qualidade
como sendo um gerenciamento adotado pelas organizações em momentos de
20
crises, são exemplos de forças que direcionam as organizações rumo à
qualidade (ALENTEJO; BAPTISTA, 2012).
Porém Lara (2001) alerta que para se obter qualidade apenas os
recursos tecnológicos não bastam, é necessário conciliar os recursos aos
conhecimentos pessoais e ao atendimento eficaz. Num mercado em pleno
desenvolvimento, o sucesso nos negócios depende da qualidade do
conhecimento que cada empresa aplica em seus processos corporativos e da
capacidade de distribuir, gerenciar e criar conhecimento com excelência. Em
um mercado competitivo em que a única certeza é a incerteza, o conhecimento
é a fonte segura de vantagem competitiva tendo em vista que as tecnologias
mudam, os concorrentes multiplicam, os serviços são modernizados, e
somente o conhecimento é capaz de incorporar rapidamente novas tecnologias
que auxiliam na prestação de serviços.
Segundo Vergueiro (2000, apud ALENTEJO;BAPTISTA, 2012) o
ambiente global oferece a competitividade além das fronteiras, e desprezar as
premissas da qualidade é colocar em cheque a lógica da sobrevivência dos
negócios. As Teorias da Qualidade foram desenvolvidas com base de que “a
qualidade existe, principalmente, aos olhos do consumidor, está baseada em
sua própria percepção e no atendimento e satisfação de suas necessidades”.
De acordo com Benakouche e Santamaría (1997 apud ALENTEJO;
BAPTISTA, 2012) a qualidade, enquanto sistema administrativo orienta
objetivos para buscar e manter a qualidade total, e abrange aspectos:
humanos, técnicos e lógicos. Os estudos sobre as Teorias da Qualidade
indicam que os componentes gerenciais que caracterizam um sistema de
gestão baseado em qualidade são assim identificados quando há:
a) um objetivo fundamental: a satisfação completa do cliente;
b) uma filosofia: melhoria contínua da qualidade, da produtividade e da
flexibilidade;
c) ideias organizadoras do sistema: administração por liderança,
participação de todos os funcionários, desenvolvimento de Recursos
Humanos e gestão participativa;
21
d) foco na melhoria dos processos: através da utilização do método
científico, gerenciamento de processos de trabalhos e visão
sistêmica.
Segundo a norma NBR ISO 9001:2000, os conceitos, princípios e
elementos da gestão da qualidade são aplicáveis para todas as formas de
fornecimento de produtos ou serviços bem como para qualquer tamanho de
organização, independente de sua origem de capital (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009).
Nas unidades de informação os usuários devem ser classificados como
clientes, e o critério principal de julgamento da sua qualidade em serviço será o
nível de satisfação dele. Outros critérios importantes para definir a qualidade do
serviço seriam:
• Flexibilidade
• Credibilidade
• Facilidade no acesso
• Competência
• Segurança e credibilidade
• Ambiente de atendimento
A articulação entre negócios e organização da informação começou a
inspirar outros tipos de organizações tais como: profissionais e científicas,
empresas de capital misto, órgãos públicos e universidades, no sentido de que
a qualidade de serviços “não pode ser estocada ou padronizada, mas sim,
melhoradas constantemente” (LOVELOCK; WRIGHT, 2002). Essa influência
pode ser constatada em organizações destinadas à pesquisa, desenvolvimento
tecnológico e inovação no país (ALENTEJO; BAPTISTA, 2012).
No âmbito da profissão do bibliotecário, em 2002, a Resolução 42 do
Conselho Federal de Biblioteconomia regulamenta o código de ética
profissional, destaca, por exemplo, na ‘Seção II’ os deveres e obrigações cujo
Artigo 3º,’ apresenta as condições de cumprimento ao profissional de
Biblioteconomia, entre elas: “j) estimular a utilização de técnicas modernas
22
objetivando o controle da qualidade e a excelência da prestação de serviços ao
usuário” (CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA, 2011, apud
ALENTEJO; BAPTISTA, 2012 ).
Nesse cenário, Vergueiro (2000, p. 45 apud ALENTEJO; BAPTISTA,
2012) aponta uma mudança no que se refere à atenção por parte dos
profissionais da informação quanto à adesão da gestão da qualidade, enquanto
estratégia sistemática pela qualidade e proveito dos benefícios às atividades de
biblioteca, o autor verifica um número crescente de iniciativas e discussões
sobre qualidade pode ser encontrada “com muito mais frequência na literatura
especializada [...]. Os últimos anos, inclusive, não têm demonstrado qualquer
tendência à diminuição de iniciativas nesse sentido”.
As características dessa dimensão que envolve a gestão da em
bibliotecas podem ser:
a) O entendimento de que os usuários procuram qualidade nos serviços
e produtos;
b) O entendimento de que a satisfação das necessidades sociais
envolve questões relacionadas com o ambiente externo e
desenvolvimento profissional;
c) O foco de pesquisa centrado no usuário;
d) O entendimento de que o usuário do sistema de informação são todas
as pessoas, processos e organizações que podem ser afetadas pelos
processos, serviços e produtos;
e) Adesão à Gestão da Qualidade enquanto sistema gerencial que visa à
satisfação total do usuário;
f) Foco na melhoria dos processos através da utilização do método
científico;
g) Emprego do planejamento e programas gerenciais para transformar
realidades.
Toda essa teoria também é aplicada em Bibliotecas Universitárias, que
são unidades de informação que contribuem para a difusão do conhecimento
científico produzido nas Universidades, principalmente os vinculados à
Pesquisa e Pós-Graduação e, também, na manutenção do fluxo da
23
comunicação científica. Para tal devem capturar, armazenar e compartilhar o
conhecimento. Para que isso ocorra, é preciso gerenciar infraestrutura,
pessoas e tecnologia com precisão procurando melhorar atividades e ampliar
benefícios, que seria um dos benefícios da gestão da qualidade (GLEISH,
2011).
Em um estudo mais aprofundado Bezerra (2010 se apoia em autores
clássicos da Teoria da Administração, como Deming, Juran e Garvin,
enfocando a qualidade em bibliotecas universitárias. Juran (1992) diz que o
planejamento, o controle e a melhoria da qualidade são fundamentais para
identificar e solucionar problemas na organização. Para Juran (1992, p. 12), “a
qualidade consiste nas características do produto que vão ao encontro das
necessidades dos clientes e dessa forma proporcionam a satisfação em
relação ao produto”. A qualidade é a “ausência de falhas” e pode ser definida
como “adequação ao uso”.
Deming (1990) enfatiza os recursos humanos como fator importante
para a melhoria contínua. A filosofia de Deming, de acordo com Pinheiro e
Costa (2000), desdobra-se em 14 pontos, considerados a essência do seu
pensamento e se harmonizam às necessidades crescentes das organizações
de “produzir mais, por menos e com qualidade”.
Pinheiro e Costa (2000 apud BEZERRA, 2010) demonstraram que os 14
pontos de Deming podem ser transportados como princípios orientadores da
qualidade em bibliotecas universitárias:
1. Estabelecer constância de finalidade para melhorar o produto e o serviço – Esse princípio aplicando à Biblioteca Universitária (BU) possibilita o planejamento adequado dos produtos e serviços dentro de uma visão holística e atender às necessidades informacionais requeridas pela comunidade acadêmica. Assim ao buscar a qualidade na sua política organizacional, exigirá uma avaliação de sua missão, repensar e revitalizar seus objetivos. 2. Adotar a nova filosofia - Para a BU significa redesenhar suas atividades e seus processos; entender os significados e as relações entre atividades meio e fim, agilizá-las e torná-las mais eficazes, a fim de identificar e satisfazer às necessidades da comunidade universitária. 3. Acabar com a dependência da inspeção em massa para garantir a qualidade – A BU deverá adotar a postura de educar ao invés de controlar, “pois a qualidade não deriva da inspeção e sim da melhoria
24
do processo produtivo”. Um bom exemplo disso pode ser a criação de várias comissões para melhorar o desempenho da BU, como por exemplo a comissão de avaliação dos serviços, comissão de pessoal, comissão de acessibilidade. 4. Cessar a prática de avaliar as transações apenas com base nos preços – Aqui entra a preocupação com a aquisição de produtos que enfatize aspectos como durabilidade, suporte e impressão e não somente o preço. 5. Melhorar sempre e constantemente o sistema de produção e serviços – Instituir a melhoria contínua nas bibliotecas universitárias é fazê-las concentrar-se no fundamental, nas coisas vitais, para que elas possam entender os princípios básicos da qualidade e desenvolver habilidades necessárias para implementá-los. Para tanto é necessário conhecer as necessidades dos usuários, dispor de uma estrutura adequada às ações que deseja realizar e traçar processos devidamente identificados e gerenciáveis. 6. Instituir o treinamento e o retreinamento – Este item é fundamental na implantação da gestão de qualidade em BU. Todo funcionário deve ser treinado antes de assumir a responsabilidade de exercer qualquer função na biblioteca, pois o treinamento deve proporcionar o entendimento de todos os setores de uma biblioteca, as finalidades dos mesmos e que serviços cada um pode oferecer. 7. Adotar e instituir a liderança – A gerência das BU deve adotar uma liderança que sensibilize a todas as pessoas a assumirem o compromisso de produzir qualidade. Os gerentes devem articular recursos humanos, de hardware e de software para gerar uma estrutura flexível, participativa com o objetivo de obter um novo nível de relação entre funcionários e usuários. 8. Afastar o medo, de modo que todos possam trabalhar eficazmente na empresa – Ao invés do medo deve ser dado espaço para descobrir e aceitar problemas e buscar a verdade. 9. Romper barreiras entre os diversos setores de pessoal – A BU deverão assumir este princípio no sentido de criar um espírito de cooperação, participação e responsabilidade solidária entre os seus setores. 10. Eliminar slogan, exortações e metas para os empregados – A BU deve preocupar-se em qualificar seus recursos humanos para uma mudança de comportamento. Entende-se aqui que a motivação vem de dentro para fora. Ninguém se torna mais capaz como consequência da fixação de cartazes “empregado contente é empregado competente”. 11. Suprimir as cotas numéricas – Aqui, se enfatiza a eliminação de cotas numéricas para a realização de trabalhos. Um exemplo é a preocupação exagerada com a quantificação nos processos técnicos (catalogação, indexação, classificação), perdendo de vista que a qualidade desse trabalho tem consequências para a recuperação da informação e atendimento ao usuário. 12. Remover as barreiras ao orgulho da execução – É preciso que as pessoas se sintam livres e responsáveis para participar do processo de revitalização da biblioteca, dando sugestões, subsídios e se envolvam mais efetivamente no desenvolvimento da organização. 13. Instituir um sólido programa de formação e autodesenvolvimento – Isso significa investir no patrimônio mais importante da empresa que é seu quadro de pessoal. Investir na educação continuada é a garantia para criar uma nova cultura organizacional, que é o pressuposto básico da filosofia da qualidade.
25
14. Agir no sentido de concretizar a transformação – Todos na organização devem ter uma ideia precisa de como melhorar a qualidade. (BEZERRA, 2010 p. 72-73)
A avaliação que o cliente faz é uma comparação entre o que ele espera
e o que ele percebeu do serviço. Ante tal constatação, Gianesi e Corrêa (1994
apud BEZERRA, 2010), concluem que, para avaliar serviços, os clientes
utilizam suas expectativas e não suas necessidades. Para ajudar a identificar
serviços e diferenciá-los de produtos, esses autores apontam três
características principais dos serviços:
i) Intangibilidade – os serviços não podem ser tocados ou possuídos
como os bens manufaturados, o que torna mais difícil a percepção e a
avaliação da qualidade pelo cliente;
ii) Produção e consumo simultâneos – enquanto a maior parte dos bens
é produzida antecipadamente para então ser vendida e consumida, a maior
parte dos serviços é primeiramente vendida, e então produzida e consumida
simultaneamente. Dessa forma os serviços também não podem ser estocados
e o controle da qualidade deve ocorrer durante o processo; e
iii) Participação do cliente – o cliente é quem inicia o processo de
produção com a solicitação do serviço. Na maioria das vezes ele está presente
esperando pela entrega do serviço e pode participar da operação.
Bezerra (2010) aponta que um instrumento muito utilizado para avaliar a
percepção dos clientes a respeito da qualidade dos serviços é o SERVQUAL.
De acordo com Gianesi e Corrêa (1994, p. 90 apud BEZERRA, 2010) este
método foi desenvolvido por Valarie A. Zeithaml, A. Parasuramann e Leonard
L. Berry, baseado numa lista de cinco critérios.
1. Confiabilidade: é entregar o serviço que foi prometido com segurança
e precisão;
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2. Responsabilidade: é ter vontade de ajudar os clientes, enfatizando a
atenção e a prontidão no trato com solicitações e problemas de clientes,
prestando um serviço sem demora;
3. Confiança: é inspirar credibilidade e confiança através da competência
e simpatia dos funcionários da empresa;
4. Empatia: é tratar os clientes como indivíduos, dando atenção
individualizada e prestar um serviço personalizado; e
5. Tangibilidade: é a aparência das instalações físicas, equipamentos,
funcionários e dos materiais de construção.
Nesse sentido, a busca por excelência nas bibliotecas universitárias se
torna uma constante e a implantação do Programa 5S vem auxiliar na busca
por melhorias, na identificação de limitações e benefícios, contribuindo assim
para uma definição clara de atividades e responsabilidades; melhor
organização interna; fortalecimento da competência e da qualidade do trabalho;
motivação, valorização e dedicação dos funcionários e uma melhoria na
imagem da Unidade e da Instituição (GLEISH, 2011).
Como pode-se observar o tema da qualidade em bibliotecas ganhou
espaços nas escolas e faculdades de Biblioteconomia e Ciência da Informação
e, desde então, foram desenvolvidos estudos e análises teóricas mais
profundas devido a contribuição das Escolas de Engenharia de Produção.
No entanto, ainda há muito por fazer e aprimorar para que as Bibliotecas
se transformem, num futuro próximo, em centros de excelência na área de
informação.
Assim, de acordo com Bezerra (2010) não existe um padrão para a
gestão da qualidade em bibliotecas universitárias. A orientação é procurar
alinhar o planejamento das bibliotecas ao projeto acadêmico e sociopolítico da
instituição de que é parte. Nessa perspectiva, as bibliotecas estão cada vez
mais identificando metodologias que permitam a inserção da qualidade em
seus modelos da gestão.
27
CAPÍTULO II
PROGRAMA 5S
O termo 5S é derivado de cinco palavras em japonês, todas iniciadas
com a letra S, porém na tradução para o português não se conseguiu encontrar
palavras que começassem com a letra S. Sendo assim, foi traduzido como
“sensos” para cada uma das melhorias.
No dicionário Aurélio a palavra senso significa a “faculdade de apreciar,
de julgar.” Pode significar também, “juízo, entendimento, tino”. Assim sendo,
Silva (1996) esclarece que não podemos “implantar” um senso, mas se “planta”
e se “cultiva”, em um processo de educação que deve ter lideranças
competentes, persistentes e pacientes com foco no desenvolvimento dos
colaboradores.
Ainda Silva (1996) ressalta que é prática recorrente, intitularmos senso
para indicarmos alguém com boa qualidade em alguma coisa ou com um forte
conceito sobre o assunto. Assim, tem-se: senso de responsabilidade, senso de
cidadania, senso moral etc. Portanto, a palavra senso nos traz uma forte
conotação popular de valor moral, intrínseco a uma pessoa.
Segundo Marshall Junior et al (2010, p. 122) 5S “é uma filosofia voltada
para a mobilização dos colaboradores, através da implantação de mudanças
no ambiente de trabalho, incluindo eliminação de desperdícios, arrumação de
salas e limpeza”.
Silva (1996) transcreve o Programa 5S, ou sensos, para poder conseguir
criar um ambiente com qualidade:
a. Utilização
b. Ordenação
c. Limpeza
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d. Saúde
e. Autodisciplina
Com o desenvolvimento desses sensos, cria-se no ambiente de trabalho
uma cultura de educação que influencia de forma positiva a equipe visando
qualidade e consequentemente a melhoria no setor.
No Japão, o programa 5S foi formalizado na década de 1950 em um
ambiente empresarial, apesar da educação moral do país existir a bastante
tempo. O 5S foi introduzido nas empresas nipônicas para “acabar com o
trabalho forçado”. O sistema foi redescoberto em países como Taiwan e
Cingapura, na década de 80, como uma excelente maneira de se comunicar,
pronta e eficazmente, a ideia de qualidade como um hábito e não como apenas
um ato. Esses países, após pesquisarem mais a fundo sobre a essência da
qualidade e da produtividade no Japão constataram que o 5S deve estar na
base da pirâmide. Esta conclusão se deu depois de intensar pesquisas além da
real aparência (SILVA, 1996)
Para melhor entendimento dos sensos e suas aplicações na prática,
Lapa (1996) estruturou em uma tabela as fases de preparação, implantação e
manutenção que são destacadas, a seguir:
PREPARAÇÃO IMPLANTAÇÃO MANUTENÇÃO
Seiri Identificar o que é
necessário para a
execução das tarefas e
a necessidade delas.
Prover o que é
necessário para a
execução das tarefas e
descartar aquilo julgado
desnecessário ou em
excesso
Consolidar os ganhos
obtidos na fase de
implantação de forma a
garantir que os avanços
e ganhos serão
mantidos
Seiton Definir onde e como
dispor os itens
necessários para a
execução das tarefas
Guardar, acondicionar e
sinalizar de acordo com
as definições feitas na
fase anterior.
Seiso Identificar as fontes de
sujeiras, identificar
causas, limpar e
Eliminar as fontes de
sujeira.
29
planejar a eliminação
das fontes de sujeira. Promover ações de
bloqueio contra
retrabalho (mecanismo à
prova de bobeiras)
Padronizar as ações de
bloqueio que se
mostraram eficazes na
eliminação das causas
Seiketsu Identificar fatores
higiênicos de risco nos
locais de trabalho e
planejas ações para
eliminá-los.
Eliminar os riscos do
ambiente de trabalho ou
atenuar os seus efeitos.
Shitsuke Identificar não-
conformidades, os
padrões existentes e as
oportunidades de
melhoria para os sensos
anteriores
Eliminar as não-
conformidades
encontradas na fase
anterior.
Tabela 1 – Fase de preparação, implantação e manutenção dos cinco sensos. Fonte: LAPA, 1996, p. 20
O programa já foi revisto algumas vezes e algumas empresas de hoje
em dia já utilizam o programa com 10S. Além dos usuais seiri, seiton, seisou,
seiketsu e shitsuke, mais cinco “s” foram adicionados ao programa, são eles:
shikari yaro, shido, setsuyaku, shisei rinri, sekinin shakai que servem de
complemento para esta metodologia visando um melhor desempenho neste
programa.
Apesar do presente trabalho se tratar apenas do programa 5S, é bom
definir o conceito dos 10S a fim de proporcionar a visão macro do programa.
Assim, será utilizado como linha mestre para a exposição dos métodos
supracitados, o livro de Silva (1996).
2.1 Seiri – Senso da Organização e Utilização
30
Em sentido amplo significa utilizar os recursos disponíveis com equilíbrio
e bom senso, evitando ociosidades e carências.
Esse conceito se assemelha com a postura básica que prevalece no
Japão, Alemanha e outros países desenvolvidos. O aproveitamento da
inteligência humana é o fator primário a ser utilizado dos recursos materiais
disponíveis. Essa postura exige boa saúde mental e autodisciplina (SILVA,
1996).
Na prática, a ideia é de manter o ambiente desejado somente com os
recursos necessários. São criadas frases curtas e esclarecedoras para
representar este conceito que varia de organização para organização, mas
sempre de acordo com a capacidade de absorção da ideia de todos os
colaboradores (SILVA, 1996)..
Nesse sentido, Silva (1996) expõe algumas frases utilizadas por meio de
cartazes que são divulgadas nas empresas:
I. Mantenha somente o necessário no local de trabalho;
II. Selecione somente o que você precisa;
III. Jogue fora o que não usará.
E ainda cita alguns benefícios dessa utilização, tais como:
a) Liberação de espaços para diversos fins;
b) Reciclagem de recursos escassos;
c) Alocar pessoas que não estejam sendo bem utilizadas em outros
locais onde possam ter um melhor desempenho;
d) Combate ao excesso de burocracia;
e) Diminuição de custos etc.
A seguir é apresentado um fluxograma feito para facilitar a utilização do
seiri. Lembrando que o ideal para o melhor desempenho é desenvolver este
senso em longo prazo, que consequentemente, desenvolve o senso da
autodisciplina.
31
Figura 1 – Fluxograma da etapa inicial de implantação do Seiri. Fonte: SILVA, 1996, p. 66
Vale ressaltar a importância de se observar que ao diminuir o estoque de
determinada empresa caminha-se para a implantação do Just In Time (JIT). JIT
é sistema de administração da produção importante para organizações que
visam trabalhar com produção por demanda, sem acúmulo de estoque e
diminuição dos custos decorrentes dele.
Portanto, os benefícios deste senso seriam a organização do ambiente
de trabalho, a diminuição de custos evitando estocagem desnecessária, menos
burocracia e redução dos riscos de acidentes para os funcionários.
2.2 Seiton – Senso de Ordem e Utilização
32
A ordenação facilita a utilização, diminuindo o tempo de procura. Por
este motivo conclui-se que há bastante proximidade entre os dois sensos, tanto
que não há uma linha divisória clara e no Japão normalmente faz-se referência
ao seiri/seiton como sendo um conceito unitário. Apenas didaticamente é
possível ver as diferenças. A ordem segue a seleção de itens necessários e
desnecessários, mas exige atenção (SILVA, 1996).
O sentido amplo na teoria diz que dispõe os recursos de forma
sistemática e estabelece um excelente sistema de comunicação visual para
rápido acesso a eles. A partir desta citação de Silva (1996) pode-se associar o
Seiton ao kanban, que é uma ferramenta japonesa com o princípio de rápida
visualização dos itens de acordo com utilização, disponibilidade, controle de
fluxo de produção, entre outros.
Silva (1996) apresenta alguns exemplos deste senso. O primeiro é o
mapa do sistema de metrô de Tóquio, pois é facilmente compreendido tanto
pela população quanto por qualquer visitante recém-chegado ao Japão.
Outro exemplo, onde se pode observar o senso de ordenação, são as
principais redes de supermercado e lojas de departamento. Neste caso, quanto
mais competitividade houver, mais deve ser a atratividade dos conteúdos
expostos nesses locais. O sistema de reposição de mercadorias deve
acompanhar essa excelência, de acordo com o consumo. O “JIT” e o “kanban”
foram inspirados nas práticas dos supermercados americanos e implantados
pela Toyota.
Nesse sentido, Silva (1996) expõe algumas frases utilizadas por meio de
cartazes que são divulgadas nas empresas:
I. Mantenha cada coisa no seu lugar;
II. Deixe tudo à vista;
III. Encontre em 30 segundos o que procura;
IV. Um lugar para cada coisa; cada coisa no seu lugar;
V. Ordene de acordo com o que precisa, entre outros.
33
E ainda cita alguns benefícios dessa utilização, tais como:
a) Diminuição do cansaço físico por movimentação desnecessária;
b) Melhoria no fluxo de pessoas e materiais;
c) Rapidez na movimentação e resgate de pessoas em caso de
emergência;
d) Diminuição do estresse por buscas mal sucedidas etc.
Para buscar a melhor utilização deste senso, Silva (1996) sugestiona
alguns pontos a serem seguidos:
• Identificar todos os locais e recursos de forma bem visível;
• Mudar o layout com intenção de facilidade no fluxo das atividades,
pessoas no local e documentos;
• Evitar a duplicidade de regras ou falta de clareza para não gerar
conflito de atividades;
• Guardar objetos que se assemelham juntos;
• Expor visualmente os pontos críticos, ou seja, que apresentem riscos
de segurança;
• Dispor itens de acordo com a frequência de uso, assim sendo:
o Colocar ao alcance da mão o que se usa toda hora;
o Colocar próximo ao local de trabalho o que se usa todo dia;
o Colocar no almoxarifado o que se usa toda semana;
o Descartar o que não tem uso previsível.
2.3 Seiso – Senso da Limpeza
A realização de um trabalho é mais importante que a limpeza. Um
ambiente limpo proporciona segurança, conforto e torna o ambiente mais
agradável tanto para as pessoas que ali trabalham como para as que circulam
pela área. Esta etapa consiste na conscientização dos funcionários a não
sujarem o ambiente e segundo se sujar, limpar. Se cada um contribuir com a
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limpeza do local de trabalho muitos desperdícios de tempo e dinheiro serão
evitados. O contexto desse senso seria zelar pela conservação e limpeza de
tudo que utilizamos com intenção de se tornar isso habitual.
SILVA (1996) exemplifica algumas frases utilizadas por meio de cartazes
que são postos nas empresas:
I. Jogue limpo;
II. Ser limpo é estar limpo;
III. Limpeza é educação;
IV. Mais importante do que limpar é não sujar;
V. Trabalho é a segunda casa, mantenha-o limpo.
Ainda Silva (1996) cita alguns benefícios da utilização deste senso, tais
como:
a) Prevenção de acidentes;
b) Ambiente mais sadio;
c) Proporciona maior vida útil para equipamentos;
d) Manutenção de equipamentos facilitada
e) Sentimento de bem-estar nos empregados
f) Sentimento de excelência transmitido aos clientes, etc.
Para buscar a melhor utilização deste senso, Silva (1996) sugestiona
alguns pontos a serem seguidos:
• Estabelecer horário definido, lembrando com sinal contundente, para
que a limpeza seja diária e que seja feita por cerca de 5 minutos;
• Definir responsáveis pelas áreas e criando tabelas de rodízio;
• Treinar colaboradores a fim de mostra-los o devido funcionamento do
equipamento que usam, de dentro pra fora, e estabelecer padrão
para inspeção periódica durante o período da limpeza;
• Distribuir por diversos locais recipientes de coleta de lixo, podendo
ser feita a coleta seletiva de material visando à proteção ao meio
ambiente;
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• Criar lista de verificação junto aos operadores sobre os
equipamentos e as partes que merecem atenção especial no mesmo;
• Criar áreas-modelo em ambientes de ampla circulação, a fim de
difundir a ideia e dos colaboradores se empenharem com o objetivo
do programa.
2.4 Seiketsu – Senso da Padronização, Asseio e Saúde
Segundo Mello (2010) o quarto passo consiste na manutenção da
ordem, da arrumação e da limpeza presente nos três primeiros passos.
Deste modo, ocorre a padronização de todos os procedimentos, hábitos
e normas de modo que sejam mantidos os três primeiros S anteriores,
mantendo a higiene e a limpeza. Verifica se o espírito do programa está sendo
absorvido, ou seja, checar o resultado parcial em toda empresa, checar os
banheiros, refeitórios, oficinas, áreas operacionais.
De acordo ao contrário dos três primeiros passos, este senso não traz
resultados imediatos, pois os resultados não são prontamente observáveis e os
benefícios são evidentes por si mesmos, já que intrinsecamente o objetivo é
preservar a vida e transformar a energia física e mental dos colaboradores em
bens e serviços. Cada dia afastado do trabalho é prejuízo financeiro para a
empresa e perda de vida para o empregado (SILVA, 1996).
SILVA (1996) exemplifica algumas frases utilizadas por meio de cartazes
que são postos nas empresas, mesmo que de forma incompleta:
I. Mantenha um ambiente agradável e seguro;
II. Esteja atento às condições de segurança e de saúde;
III. Trabalhe seguro;
IV. Mantenha-se saudável.
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A organização pode estimular este senso de diversas maneiras (SILVA,
1996):
o Trabalhar para manter e melhorar os sensos de utilização, ordenação
e limpeza;
o Mapear e eliminar as situações inseguras;
o Incentivar a prática de esportes;
o Estimular o embelezamento do local;
o Estimulando o clima saudável na empresa de amizade, confiança e
solidariedade;
o Manter excelentes condições nos banheiros e cozinhas;
o Pagando, se possível, salários dignos;
o Promover atividades rápidas para a restauração do equilíbrio físico,
mental e emocional;
o Difundir um material informativo sobre saúde em geral, entre outros.
Ainda Silva (1996) cita que alguns hábitos podem ser apresentados aos
colaboradores para ajudar no dia-a-dia e fazer com que eles tenham melhor
rendimento e condições físicas e emocionais, são eles:
• Dormir bem
• Alimentar-se de forma adequada
• Caminhar sempre que for possível, procurando sempre melhoria na
condição física
• Relaxar em momentos de tensão evitando problemas de saúde
2.5 Shitsuke – Senso da Autodisciplina
Silva (1996) constata que este senso é o fundamental para o
desenvolvimento dos outros sensos. Se em todos os colaboradores este senso
se fizesse presente, não haveria necessidade dos anteriores, pois a
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autodisciplina faz com que a pessoa tome a iniciativa de fazer a coisa certa.
Entretanto, a própria tecnologia de desenvolvimento da autodisciplina passa
pela prática dos sensos anteriores.
Com isso, entende-se que tudo o que foi falado seria em relação ao
desenvolvimento da autodisciplina. Nas fases iniciais do 5S, essa tentativa
baseia-se em métodos para ser criado um novo hábito no trabalho com forte
indução externa. Auditorias, prêmios, reconhecimentos, tudo isso é usado,
apesar das divergências sobre o desenvolvimento das pessoas. A
autodisciplina consiste em controle de si mesmo, autodomínio, neste caso,
visando o desenvolvimento das pessoas no trabalho. Portanto, pode ser
associado como o mais alto grau de desenvolvimento atingido pelo ser
humano, de forma que ele esteja no controle consigo e com seu semelhante
(SILVA, 1996).
Neste senso devem-se cumprir os procedimentos operacionais, a ética e
os padrões da empresa. Seria o S mais complexo e importante. A
autodisciplina exige constante aperfeiçoamento. Um ambiente de trabalho
disciplinado é a medida mais importante para se garantir a qualidade de
qualquer organização.
Contudo, Silva (1996) considera que aprender, ser paciente e
perseverante, ser íntegro, compartilhar, ser ético, justo e honesto são
características marcantes para o conceito da autodisciplina. Portanto, o quinto
passo não é implantável. Assim com o senso do asseio, ele pode ser apenas
estimulado, onde pessoas podem assumir um papel, simultaneamente de
aprendiz e de exemplo para outros funcionários.
Em essência, o senso pode ser caracterizado pelo comprometimento
das pessoas que seguem padrões técnicos e éticos buscando com melhoria
tanto pessoal quanto organizacional.
SILVA (1996) exemplifica algumas frases utilizadas por meio de cartazes
que são postos nas empresas:
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I. Tome iniciativa;
II. Pense por si mesmo;
III. Cumpra padrões técnicos e éticos na empresa;
IV. Pratique os 4S’s;
V. Busque sempre melhorar etc..
É verdade que o comprometimento com o trabalho e as atividades não
podem ser implantadas nos funcionários, porém é preciso sempre estar alerta
ao desenvolvimento, pois é fundamental a melhora do empregado visando o
melhor para a organização. Nesse contexto, Silva (1996) cita Maslow que dizia
que “as pessoas crescem resolvendo problemas em equipe”.
Silva (1996) lista alguns itens que podem ser monitorados, nas
auditorias 5S:
• Absenteísmo
• Cumprimento de acordos
• Iniciativa de autodesenvolvimento
• Iniciativa para identificar e resolver problemas
• Índice de participação espontânea em equipes de trabalho, entre
outros.
Como meio para estimular a autodisciplina, Silva (1996) enfoca alguns
benefícios da utilização deste senso, que não são facilmente vistos em grandes
organizações, são elas:
o Compartilhar a missão, visão e princípios fundamentais;
o Ter padrões simples e claros;
o Educar para a criatividade;
o Melhorar as comunicações em geral;
o Atribuições responsabilidades e dar autoridade;
o Criar um clima de amizade, solidariedade e confiança;
o Lanças desafios de acordo com as habilidades;
o Ser paciente e perseverante na educação e treinamento dos
empregados, etc..
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Ainda Silva (1996) cita alguns benefícios da utilização deste senso, tais
como:
a) Mais conscientização da responsabilidade em todas as tarefas;
b) Cumprimento de regras e procedimentos estabelecidos;
c) Atividades executadas dentro dos requisitos da qualidade;
d) Desenvolvimento pessoal e profissional;
e) Incremento para a qualidade geral dos serviços e das relações
interpessoais.
2.6 Outros Sensos na Atualização do Programa 5s
a. Shikari yaro – determinação e comprometimento
Visa pregar a participação dos gestores em parceria com a união de
todos os empregados. As chaves do senso são motivação, liderança e
comunicação. Um ponto importante é a transparência na condução da gestão
onde os gestores devem definir formas para que todos se encaixem no
processo para assim se ter um bom trabalho de equipe, buscando o
comprometimento de todos e alcançando assim resultados previstos. Neste
caso, a qualidade deve ter como base o gerenciamento participativo.
Marshall Junior (2010) ressalta que a medida que os dirigentes da
organização e seus representantes estavam envolvidos neste processo de
gestão, visando qualidade, este senso contribui consideravelmente para o seu
objetivo que é a sensibilização de toda empresa buscando a implantação deste
programa.
Silva (1996) cita alguns benefícios da utilização deste senso, tais como:
• Aumento da confiança dos empregados dentro da organização;
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• Maior compromisso visando resultados desejados;
• Melhoria nas relações interpessoais;
• Melhoria na busca pelo objetivo da empresa;
• Reter talentos;
• Aumento da produtividade por colaborador.
b. Shido – educação e treinamento
Busca o treinamento do profissional e educação do funcionário,
permitindo a qualificação e o desenvolvimento do ser humano que passa a ter
maior empregabilidade. No ambiente da administração moderna as pessoas
devem ser valorizadas, pois através delas é que a organização irá atingir
resultados desejados.
O treinamento é parte fundamental neste senso, que busca sempre
desenvolver suas qualidades aplicadas à atividade relacionada ao cargo. No
atual cenário, não só o treinamento é importante, mas a organização tem que
desenvolver as pessoas para que elas tenham a oportunidade de tornarem-se
empregáveis e competitivas no mercado, dando a elas qualificação profissional
constante. Criar o ambiente do conhecimento e desenvolver talentos é uma das
propostas do 7º S.
Diversos autores identificam alguns benefícios da utilização deste senso,
tais como:
• Maior empregabilidade;
• Aumento da produtividade e resultados;
• Fortalecimento do lado humano e social da empresa;
• Maior valorização do indivíduo como ser humano;
• Maior qualidade de vida no trabalho;
• Estímulo à melhoria de motivação dos colaboradores;
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• Desenvolvimento de talentos.
c. Setsuyaku – economia e controle de desperdícios
Este senso ajuda nos resultados da empresa, reduzindo custos e
aumentando a produtividade. Devem-se estimular os empregados para que
criem novas alternativas de redução de perdas de materiais e serviços, dando
a eles noção da realização do trabalho com qualidade, contribuindo com a
prática da reciclagem e com o meio ambiente.
Os objetivos principais estão relacionados à saúde financeira da
empresa e ao combate dos desperdícios, onde as propostas dos empregados,
clientes e fornecedores devem ser consideradas e as alternativas para
melhoria devem ser sempre bem-vindas, como por exemplo, propostas para a
redução de perdas de materiais e serviços, conscientizar os trabalhadores de
realizar suas atividades com qualidade, estimular a prática da reciclagem.
Este senso pode ser considero um dos pontos altos do programa, pois
envolve a melhoria da empresa com a contribuição de todos os colaboradores
e, com isto, os funcionários podem ser recompensados com elogios, prêmios e
vantagens oferecidas pela direção da empresa.
Diversos autores identificam alguns benefícios da utilização deste senso,
tais como:
• Economia para a empresa;
• Redução de horas extras;
• Preservação do meio ambiente;
• Possibilidade para redução de custos
• Aumento da margem de lucro;
• Reeducação das práticas de aquisição de materiais;
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A partir de dados do Instituto de Engenharia, o colunista Joelmir Beting
(Estado de Minas, 29/09/1994) estima que 75 bilhões de dólares anuais (15%
do PIB na época) fazem parte dos desperdícios aparentes e mensuráveis no
Brasil. Segundo Beting, os desperdícios ocultos ajudam a explicar a
degradação da qualidade de vida da população brasileira “deitada no berço
esplendido”. Com esta porcentagem é possível mensurar a quantidade de
riqueza que é jogada pelo ralo (SILVA, 1996).
d. Shisei rinri – princípios morais e éticos
Ter ética e ser capaz de fazer esforços para objetivos mais nobres e
importantes da empresa são os objetivos deste senso. A empresa deve definir
padrões de conduta, para que cada empregado saiba o que é certo e o que é
errado. Nesse sentido, Carvalho (2010) transcreve a citação de Srour que
proferiu que “ser ético nada mais é que agir direito, proceder bem, sem
prejudicar os outros”, com isso remete-se ao senso da autodisciplina que faz
com que os funcionários pensem em sua conduta na empresa e suas decisões.
Moral pode ser compreendida como o conjunto de regras adquiridas através da
cultura, tradição, educação e do cotidiano, e que orientam o comportamento de
cada homem dentro do meio em que vive, podendo ser resumida como ciência
dos costumes. A ética e a moral são distintas, pois a ética não cria moral nem
estabelece seus princípios, normas ou regras, mas ambos significam respeitar
e venerar a vida.
Com isso, tomamos que a ética fornece base para a moral, enquanto os
valores do ser humano constituem a base para a ética.
Diversos autores identificam alguns benefícios da utilização deste senso,
tais como:
• Empregados mais compromissados com os resultados da empresa;
43
• Colaboradores buscam agir com ética na empresa e com
fornecedores e clientes;
• Empregados compromissados geram melhor imagem da empresa;
• Desenvolvimento pessoal e profissional.
e. Sekinin shakai – responsabilidade social
A responsabilidade social vai muito mais além dos pagamentos de
impostos, tributos e cumprimento de legislação trabalhista e ambiental. A
empresa e seus funcionários devem ter um compromisso com a sociedade,
estimular o incentivo à realização de trabalho voluntário, atendendo entidades
carentes, por exemplo. Toda e qualquer ação pode contribuir para a melhoria
da qualidade de vida da sociedade.
Diversos autores identificam alguns benefícios da utilização deste senso,
tais como:
• Melhoria da empresa perante a sociedade e órgãos do governo;
• Maior produtividade dos empregados;
• Participação do crescimento socioeconômico da população.
• Transparência nas ações com todos os stakeholders
• Preservação do meio ambiente.
44
CAPÍTULO III
ESTUDO DE CASO: CONTEXTUALIZAÇÃO DO
AMBIENTE LABORAL
Em Niterói, a UFF e seus vários campi confundem-se com a geografia
da cidade, localizados em vários bairros – Centro, São Domingos, Ingá, Santa
Rosa, Vital Brasil – e incorporados à rotina dos moradores. A universidade está
para a cidade assim como a cidade está para a Baía de Guanabara: a UFF
integra a paisagem urbana. Não há dúvida de que a UFF e Niterói formaram
uma parceria bem-sucedida.
Mas se em 1961, a recém-criada Uferj contava com apenas 60
docentes, 170 funcionários e três mil alunos, na atualidade, a UFF corresponde
a uma população de 60.180 pessoas: 3.078 docentes; 4.695 servidores
técnico-administrativos; e 26.154 discentes de graduação presencial, 4.408
graduação à distância, 5.583 de pós-graduação stricto sensu e 16.262 de pós-
graduação lato sensu (fonte: Siape e STI/UFF – dados apurados em
21/10/2010).
Esse universo equivale a 94 cursos de graduação (90 presenciais e
quatro à distância), 76 programas de pós-graduação stricto sensu, sendo 45
mestrados e 31 doutorados, 161 cursos de pós-graduação lato sensu, 115
cursos de extensão e cinco mestrados profissionais, espalhados por Niterói e
13 municípios do interior do Estado do Rio de Janeiro. A universidade tem
também um núcleo experimental em Iguaba Grande e uma fazenda-escola em
Cachoeiras de Macacu. São 32 unidades de ensino, quatro polos no interior, 27
polos de educação à distância (EAD) e uma unidade avançada em Oriximiná,
no Estado do Pará. (UNIVERSIDADE, 2014)
A UFF tem uma biblioteca central (do Gragoatá), 23 bibliotecas setoriais,
349 laboratórios, 437 salas de aula, nove anfiteatros, o Hospital Universitário
45
Antônio Pedro (Huap) com 276 leitos, a Farmácia Universitária e colégio de
aplicação (Colégio Universitário Geraldo Reis).
Na área cultural, a universidade conta com a Editora da UFF, a Livraria
Icaraí, o Cine Arte UFF, teatro, galeria de arte, a Orquestra Sinfônica Nacional,
o conjunto Música Antiga e o Quarteto de Cordas.
No intuito de conhecer mais sobre o local que serviu de base para este
estudo, será colocado, a seguir, maiores informações sobre suas dependências
e um pouco de sua história.
A Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense, antiga
Escola Fluminense de Medicina Veterinária, foi fundada em 1936. Funcionou,
inicialmente, no Horto Botânico de Niterói, na sede da extinta Escola Superior
de Agricultura e Medicina Veterinária do Ministério da Agricultura.
Posteriormente, passou para um prédio da Rua Visconde de Rio Branco. Em
1939, o ilustre cientista Dr. Vital Brasil doou, por escritura pública para
construção da sede da Escola, e com autorização expressa do Governo
Fluminense, uma área de 8.800 metros quadrados desmembrada dos terrenos
do Instituto Vital Brasil.
Em 1939, o ilustre cientista Dr. Vital Brazil doou, para construção da
sede da Escola, por escritura pública e com autorização expressa do Governo
Fluminense, uma área de 8.800 metros quadrados desmembrada dos terrenos
do Instituto Vital Brasil, onde até hoje funciona a Faculdade de Veterinária da
UFF. Somente em 1968 é que foi fundada a Biblioteca da Faculdade de
Veterinária (BFV). A BFV está subordinada à Superintendência de
Documentação, órgão coordenador do Sistema de Bibliotecas e Arquivos da
UFF.
A Biblioteca da Faculdade de Veterinária integra o Sistema de
Bibliotecas e Arquivo da UFF, ligado à SDC (Superintendência de
Documentação), que é subordinada ao Gabinete do Reitor. Por meio deste
sistema, o usuário pode consultar o acervo bibliográfico (livros, teses,
46
periódicos etc.), como também bases de dados nas diversas áreas do
conhecimento.
É função da SDC proporcionar recursos informacionais e assessoria
técnica na área de documentação, por meio de redes e sistemas integrados,
facilitando o acesso à informação em nível nacional e internacional. Compete
também à SDC apoiar os programas de ensino, pesquisa e extensão da
Universidade e desenvolver serviços e produtos que atendam às necessidades
de informação da comunidade acadêmica da UFF.
O sistema adotado para informatização da administração e automação
das bibliotecas da UFF, inicialmente, foi o Argonauta. Essa informatização
propiciou um avanço aos serviços oferecidos aos usuários do sistema de
Bibliotecas da UFF, na medida em que, promoveu a implantação de um
catálogo único com acesso remoto ao acervo de todas as unidades via Internet;
formou um cadastro de usuários unificado; criou um sistema de controle dos
empréstimos e sistematizou todas as etapas do processamento técnico.
Essa tecnologia, além de alavancar os processos internos da SDC e de
seu Sistema de bibliotecas, atingiu diretamente a comunidade acadêmica da
Universidade como também de toda a comunidade de pesquisadores em
potencial, de outras Instituições Públicas e Privadas do Rio de Janeiro, como
de todo o país.
O processo de automação do Sistema teve diversas etapas durante
vários anos, mas ganhou um reforço substancial por ocasião da execução do
projeto da FAPERJ ( ADT1 – Programa de Auxílio a Projetos de Inovações
Tecnológicas), em 2008; processo este que auxiliou no desenvolvimento e
implantação de nova interface web para o serviço de empréstimo on-line nas
bibliotecas do sistema, através da aquisição de equipamentos, atualização de
servidores, migração do banco de dados, dentre outros benefícios.
No final do ano de 2013, a UFF implantou o PERGAMUM, um novo
sistema de automação de bibliotecas, em substituição ao ARGONAUTA, que
havia sido implantado há mais de dez anos. A iniciativa de mudança surgiu a
47
partir de uma demanda dos usuários por maior qualidade, agilidade no serviço
e da necessidade de uma atualização tecnológica.
Diante de tais avanços, atualmente, o Sistema de Bibliotecas, possui a
capacidade de oferecer para consulta cerca de 340.000 títulos, através do
catálogo eletrônico via web disponível através da página da SDC.
Quanto ao acervo, para atender a essa comunidade de usuários, as
Bibliotecas do Sistema contam atualmente com 1.083.879 volumes, sendo que,
deste montante, fazem parte 399.693 livros que são destinados para
atendimento de serviços de consulta e empréstimo domiciliar.
No contexto da Biblioteca da Faculdade de Veterinária, o setor possui
como missão a garantia de oferecer ao usuário o acesso a uma informação de
qualidade, atualizada e em tempo hábil, promovendo a capacitação de seu
principal alvo de atuação, os alunos da Universidade, através de um importante
acervo na área de veterinária. A efetiva atuação da Biblioteca, nesse sentido,
visa dar suporte na formação de profissionais de excelência, cumprindo assim,
seu compromisso com a sociedade.
Seu acervo é formado por cerca de 8.000 itens bibliográficos, sendo
estes divididos entre os tipos descritos a seguir: cerca de 6500 exemplares de
livros e 1010 títulos de teses e dissertações, além de 281 títulos de periódicos,
de acordo com os últimos levantamentos. Todo esse material bibliográfico
abrangendo as áreas de Ciências Agrícolas, Medicina Veterinária e Tecnologia
de Alimentos, além de outras áreas das Ciências da Saúde.
A BFV atende aos Cursos de Graduação em Medicina Veterinária além
dos Cursos de Pós Graduação stricto sensu em duas áreas: Clínica e
Reprodução Animal e Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de
Produtos de Origem Animal. Ambos os cursos são disponíveis em nível de
mestrado, mestrado profissional e doutorado.
Os dois Programas de Pós-Graduação, tanto em relação ao curso de
Mestrado quanto ao curso de Doutorado possuem atualmente o conceito 4
48
(quatro) de avaliação da CAPES, o que demonstra a qualidade do ensino na
Instituição.
As pesquisas desenvolvidas na Faculdade têm sido apresentadas em
conceituados Congressos Científicas Nacionais e Internacionais
especializadas, bem como, sua divulgação em revistas especializadas em nível
nacional e internacional.
Para atendimento das necessidades da comunidade acadêmica, a
biblioteca da Faculdade de Veterinária possui diversos serviços, tais como:
a. Empréstimo domiciliar e consulta local;
b. Disponibilização de material bibliográfico para cópia;
c. Serviço de Referência;
d. Treinamento de usuário;
e. Normalização de documentos;
f. Elaboração de ficha catalográfica;
g. Orientação às pesquisas em bases de dados;
h. Levantamento e pesquisa bibliográfica;
i. Comutação bibliográfica (COMUT)
Contudo, a Biblioteca da Faculdade de Veterinária está integrada com
todo o sistema da Universidade Federal Fluminense, buscando atingir de forma
sistemática a própria Organização, e toda sua comunidade acadêmica
oferecendo serviços informacionais de maneira eficiente, objetivando alcançar
valores e práticas da gestão pela excelência.
3.1 Pontos com maior necessidade para aplicação do Programa
Antes de analisar o estudo de caso, pontuando os itens identificados
como passíveis de melhoria na BFV, será apresentado um esquema de um
fluxo para a implantação do programa 5S, de acordo com Miyauchi (apud Silva,
1996) e que mostra bem detalhado qual deve ser o passo a passo.
49
FLUXO
SUMÁRIOS DAS AÇÕES
NECESSÁRIAS
PRINCIPAIS
RECURSOS
UTILIZADOS
DURAÇÃO
1.1 Comprometimento com 5S pela Alta Administração
.Prioridade com a segurança. .Por que é necessário implantar o 5S .Necessidade de participação de todos os empregados .Necessidade de trabalho em equipe .Criação de concurso para pôster, slogan e emblema 5S
Informações sobre o compromisso da Alta Administração
6 MESES Término da educação
1.2 Concurso para pôster slogan e emblema do Programa 5S
.Regulamento
.Premiação
.Designação da comissão divulgadora .Divulgação dos ganhadores
Informações sobre 5S (Divulgação do concurso)
1.3 Educação e treinamento do 5S para todos os empregados
.Definição dos 5S
.Necessidade do 5S
.Objetivo do 5S
.Estudo de caso do 5S
.Procedimento para brainstorming .Métodos estatísticos elementares
.Apostila 5S
.Certificado de conclusão de curso
1.4 Evento para lançamento do programa 5S com participação de todos os empregados
.Metas a atingir com o 5S
.Explanação sobre o sistema 5S .Designação das pessoas responsáveis pelo programa 5S
.Diretrizes e políticas do Programa 5S .Regulamentos do Programa 5S .Departamento do 5S
1 MÊS
Início da implantação
1.5 Brainstorming para identificar os problemas relativos aos 3S iniciais
.Organizar reuniões para as áreas de trabalho .Brainstorming para escolher problemas relativos aos 3S iniciais .Escolher o problema mais crítico e definir o projeto
.Apostilas 5S
.Metodologia de solução de problemas .Sete ferramentas do controle de qualidade
1.6 Estabelecimento de metas e cronogramas
.Estabelecer cronograma para terminar o projeto de seis meses .Estabelecer metas para serem atingidas no prazo .Obter consenso de todo o pessoal para o cronograma do projeto
.Apostilas 5S
.Metodologia de solução de problemas .Sete ferramentas do controle de qualidade
1.7 Análise das ações corretivas
.Coletar dados para esclarecer os fatos .Analisar dados para revelar causas fundamentais .Acordar ações corretivas
.Apostilas 5S
.Metodologia de solução de problemas .Sete ferramentas do controle de qualidade
50
1.8 Adoção das ações corretivas definidas
.Entender ações corretivas
.Executar como indicado
.Fazer histórico do que foi feito
.Apostilas 5S
.Metodologia de solução de problemas .Sete ferramentas do controle de qualidade
9 MESES
1.9 Avaliação dos resultados obtidos
.Comparar resultados com a situação anterior Comparar resultados com as metas estabelecidas .Medir diferenças entre metas e resultados (problema)
.Apostilas 5S
.Metas do projeto
.Metodologia de solução de problemas .Sete ferramentas do controle de qualidade
1.10 Preparação e apresentação do relatório para a gerência
.Descrever os passos conforme instruído pelo superior .Submeter o relatório ao departamento 5S
.Apostilas 5S
.Metas do projeto
.Sete ferramentas do controle de qualidade
1.11 Apresentação dos relatórios em seminários para motivação
.Organização do seminário pelo departamento 5S .Convidar pessoas que terminaram os projetos 5S para relatar a outros empregados
.Apostilas 5S
.Metas do projeto
.Sete ferramentas do controle de qualidade
1.12 Seleção de outro problema para melhoria
.Repetir os passos 1.1 ao 1.11 .Resolver todos os problemas que puder
.Apostilas 5S
.Metas do projeto
.Sete ferramentas do controle de qualidade
2 Ampliação dos brainstorming dos 3S para os 5S
.Repetir os passos 1.5 ao 1.11 .Atacar preferencialmente os problemas mais difíceis
.Apostilas 5S
.Metas do projeto
.Sete ferramentas do controle de qualidade
3 Estabelecimento de sua própria folha de verificação dos 5S dentro do conceito de autodisciplina
.Estabelecer a folha de verificação do 5S apropriada a cada local de trabalho .Auditorias do 5S formadas por pessoas da gerência, do sindicato e dos superiores
.Apostilas 5S
.Metas do projeto
.Sete ferramentas do controle de qualidade
Tabela 2 - Fluxo detalhado para implantação do 5S em uma organização. Fonte : SILVA, 1996, p. 69
É preciso ter a ideia que a implantação dos sensos não são individuais
nem apresentam uma ordem sequencial, como é entendida em alguns livros.
O esquema a seguir demonstra a flexibilidade do programa, retirando o
pré-conceito de um sequenciamento na implantação na organização:
51
Figura 2 – Flexibilidade do Programa Fonte: http://briosaemfoco.blogspot.com.br/
Entretanto, deve-se ter a ideia de que a implantação dos cinco sensos é
primordial para a excelência do Programa, independente da ordem em que são
inseridos na organização. Para atingirmos esta eficiência, devemos formalizar
um caminho a percorrer para aumentar as chances de sucesso e continuidade,
que é o objetivo do Programa.
Assim sendo, Silva (1996) define algumas macro estratégias que devem
ser adotadas para uma boa implantação do Programa e que podem ser
traduzidas para o presente estudo de caso:
1. Primeiro deve ser feita uma reunião com os diretores ou
responsáveis da organização reciclando as ideias sobre um bom
ambiente de trabalho, apresentando o Programa 5S e focando no
conceito SENSO.
2. Destacam-se os chamados “facilitadores do 5S”, que são os
funcionários destinados a aprofundar-se nos conhecimentos do
Programa visando a disseminação dos conceitos e estratégias que
serão adotadas para o sucesso na implantação.
3. Definem-se os multiplicadores, que serão os funcionários que terão a
incumbência de apoiar os facilitadores de modo a atingir seus
objetivos.
52
4. Após a definição, faz-se necessária uma palestra para facilitadores e
multiplicadores no local, demonstrando com exercícios práticos cada
um dos sensos. Como exemplo, pode-se haver a discussão sobre o
senso de limpeza, e depois deslocarem-se até os locais de descarte
de materiais para verificar os desvios existentes e sugestionar
melhorias.
5. Desenvolvimento de planos de implementação em cada subsetor,
observados os pontos de vista de consenso do grupo e respeitadas
as características do local.
6. Apresentação do plano de ação dos facilitadores e multiplicadores 5S
para a direção.
7. Lançamento do Programa. É feito uma celebração com os
funcionários, onde são definidas as diretrizes do programa, suas
metas e o cronograma e fluxograma do Programa é apresentado.
Após a descrição de um caminho a ser percorrido para o êxito na
implantação, devemos analisar o ambiente do local do estudo de caso e
pontuar itens que necessitam de mudança. Mas antes, de maneira breve, será
exposta uma citação acerca do armazenamento de materiais em um setor
público.
Silva (1996) menciona sobre a escassez ou acúmulo dos recursos
disponíveis em instituições públicas.
Na maioria das organizações existe muito desequilíbrio na utilização dos escassos recursos disponíveis. Alguns setores têm carência de pessoal e equipamentos, enquanto outros o têm em excesso. Nas organizações públicas em geral, esse desequilíbrio se manifesta com intensidade especial. A solução mais simples que se aponta é solicitar mais e mais recursos, enquanto os existentes estão sub-utilizados. (SILVA, 1996, p. 23)
Este fato pode ser observado na Biblioteca da Faculdade de Veterinária.
Os recursos materiais e de pessoal são suficientes e, ainda assim, são feitos
pedidos de produtos, resultando em estoque de produtos que não serão
utilizados, comprometendo a implantação do Programa proposto.
53
Apesar disso, é importante ressaltar que a BFV apresenta um bom
atendimento, boa higiene e limpeza e funcionários capacitados para as
atividades requeridas. Mas o programa proposto busca a excelência no
atendimento, asseio, além da saúde dos colaboradores e a padronização e
continuidade dos procedimentos pertinentes ao serviço.
A seguir, serão mencionados alguns dos sensos com relatos e
ilustrações que se fazem presentes no ambiente da BFV, além de citações de
alguns autores referentes aos sensos citados.
Um senso que apresenta bastante resistência é o shitsuke
(autodisciplina), pois como na maioria das empresas, os funcionários
encontram dificuldades para mudar.
O pensamento em relação às atividades exercidas no dia-a-dia. O
principal ponto para o sucesso neste senso é a mudança de cultura da
empresa e do hábito da equipe de trabalho, contribuindo para que cada
funcionário reveja suas práticas e as aprimore.
Silva (1996) relata que a algumas empresas procuram manter um
ambiente “clean”, dando ao cliente uma agradável sensação de brilho e asseio
total. A imagem abaixo demonstra que, mesmo o ambiente apresentando
bastante qualidade nos quesitos julgados pelo programa, deve haver um
esforço contínuo para manter a excelência em todos os momentos, pois os
clientes e funcionários estarão atentos ao que visualizar no momento que
estiver no local, por isso a preocupação de manter a excelência constante.
Evidencia também que a limpeza de lixeiras deve ser revisada com frequência
para não voltar a ocorrer o exposto abaixo.
54
Figura 3 – Atraso na limpeza da lixeira da BFV Fonte: O autor
Como visto acima, além do senso de limpeza, o senso seiketsu se faz
necessário, para haver uma padronização na limpeza dos locais.
Do senso de limpeza, continua-se a análise do ambiente e pode ser
observada a necessidade do senso de ordenação em outro local do setor.
Como dito anteriormente, o senso de ordenação busca criar um layout de modo
que possa criar uma zona otimizada que propicie facilidade em encontrar o que
se procura. Na imagem a seguir mostra-se uma das bancadas de atendimento,
com materiais em desordem e itens não são separados pela frequência de uso.
Acoplado com as essências do seiri e do seiton, observa-se a importância da
implantação deste senso.
55
Figura 4 – Bancada de funcionários que atendem os clientes Fonte: O autor
Na figura acima, os itens presentes na bancada não estão dispostos de
maneira que os funcionários tenham facilidade no atendimento ou para
encontrar algum objeto que procura. Observa-se que os sensos para melhoria
neste local são visivelmente os de utilização e ordenação. Mas o senso de
autodisciplina se faz necessário para não se repetir a desordem e prejudicar a
excelência de atendimento, que é o foco principal dos sensos.
A seguir, é exposto um local que além do senso de ordenação e
utilização, deve ser modificado até pela segurança no trabalho. A figura
apresentada mostra o perigo em potencial que está presente.
56
Figura 5 – Falha no Senso de ordenação e utilização Fonte: O autor
É de fácil percepção o risco apresentado acima. Além de ser necessária
a reorganização do local, é preciso a ordenação do mesmo através da
instalação de outras tomadas ou estabilizadores de modo a diminuir a ameaça
de um possível incêndio, por pico de luz, por exemplo.
Após a implantação, o ideal é serem feitas análises periódicas para
mapeamento de riscos à segurança do trabalhador. Além da necessidade da
preocupação com os perigos presentes no local perante aos órgãos
fiscalizadores, as medidas preventivas somam bastante quanto à imagem da
empresa perante o mercado.
3.2 Possíveis mudanças no Ambiente de Trabalho
A implantação do programa 5S na Biblioteca da Faculdade de
Veterinária tem a finalidade de uma possível modificação dos hábitos dos
57
funcionários visando melhoria de atendimento, burocracia e organização do
ambiente de trabalho. É fundamental que a diretoria esteja empenhada com as
diretrizes do programa, pois é necessário o entendimento de todos para
sucesso do Programa.
Abaixo serão demonstrados, através de uma ilustração apresentado pelo
blog INPGBlog, os benefícios da implantação.
Figura 6 – Benefícios da implantação do 5S Fonte: http://www.inpgblog.com.br/5s
Entende-se, com isso, que todas as fases geram melhorias pontuais e a
junção delas torna o programa importantíssimo para o desenvolvimento da
empresa.
Contudo, deve-se entender que qualquer empresa que pretenda
implantar ferramentas de auxílio à gestão da qualidade requer melhorias antes
do início do programa desejado. E na Biblioteca da Faculdade de Veterinária
não é diferente.
58
Como mudanças, a principal a ser destacada após uma possível
implantação deste programa deve ser relacionada à autodisciplina dos
colaboradores, para que a essência do programa seja atingida, que é a
continuidade. Sem ela, a validade do mesmo será curta e não terá o efeito
desejado.
A principal questão diz respeito a como manter a manutenção e
melhorar o 5S depois que implantado. Segundo Silva (1996) as avaliações pela
alta administração são fundamentais para o sucesso do programa.
A alta administração e os gerentes, em seu nome, poderão fazer avaliações informais, simplesmente circulando pelas áreas e oferecendo apoio para melhorar a prática dos 5S. As avaliações formais são feitas por pessoas devidamente preparadas, em nome da Alta Administração. [...] Uma boa prática consiste no incentivo à auto-avaliação com o acompanhamento, se solicitado, de avaliadores qualificados. Só então os interessados deveriam submeter-se a uma avaliação formal, de preferência mediante solicitação. Essa prática é bastante útil para o exercício da autodisciplina. (SILVA, 1996, p.151 e 152)
O mesmo autor ainda esclarece que as avaliações devem ser feitas com
maior frequência no início, podendo ser semanal ou quinzenal, e diminuir com
o tempo conforme as pessoas incorporem os hábitos comuns à prática do
programa.
A principal meta das organizações com qualidade é praticar ações
preventivas, mas na implantação do programa é fundamental a definição de
critérios de avaliação e listas de verificação (check list). Para isso, devem ser
elaboradas diretamente pelos interessados ou com participação deles. A ideia
é de haver maior aceitação quanto ao resultado das avaliações e a boa
vontade de melhorá-las.
A seguir, será apresentado um exemplo de folha de verificação feita para
um escritório e que facilmente pode ser implantada para a biblioteca em
questão.
59
Figura 7 – Folha de verificação do programa 5S. Fonte: Silva, 1996, p. 70
60
Figura 8 – Folha de verificação do programa 5S (continuação) Fonte: Silva, 1996, p. 71
No contexto deste TCC, a palavra escritório pode ser substituída por
biblioteca por apresentar semelhanças nas práticas do dia-a-dia como
atendimento, estoque de itens, almoxarifado, funcionários, entre outros.
Analisando esta folha de verificação, encontram-se importantes pontos
de acertos, pois o critério de avaliação deve-se focar nas pequenas, porém
significativas ações, visando desenvolvimentos dos funcionários.
Erroneamente, algumas listas de verificação centram em estar certo ou errado,
61
sim ou não, péssimo e excelente, com isso há um foco no errado dos
funcionários, gerando insatisfação.
Como resultados, segundo Silva (1996), pode ser feita uma cópia do
relatório de avaliação, com suas eventuais não conformidades e deve ser
entregue ao responsável pela área, imediatamente. Se trouxer pontos positivos
para a melhora do programa, podem ser sugeridas algumas ações corretivas
pelo avaliador.
Ainda o mesmo autor enfatiza, além dos métodos de obtenção de
melhorias na qualidade, é importante a avaliação contínua, que serve como um
adicional a garantia e manutenção do programa, e apresenta um exemplo de
avaliação mensal da empresa Coelce, distribuidora de Energia Elétrica do
Brasil, que ilustra bem o relatado.
Figura 9 – Avaliação mensal do 5S na empresa Coelce. Fonte: SILVA, 1996, p. 73
62
Como mostrado acima, a avaliação contínua fomenta a busca pela
excelência das atividades. Além da análise periódica, outros métodos são
utilizados para apoiarem a inserção do programa.
A partir da realização deste trabalho, pôde-se criar um contato direto
com o setor e efetivar a divulgação do Programa 5S e os seus benefícios que
podem caracterizar progressos na instituição, não só no atendimento aos
clientes, que é o serviço fim da BFV, mas no bem-estar geral de todos. Assim,
em um primeiro momento foi promovido uma ação buscando diminuir o
estresse e aumentar a produtividade. Abaixo será exposta uma figura que
mostrará um desses momentos.
Algumas ações buscando diminuição de estresse e melhorias na
produtividade são elaboradas para os funcionários durante o expediente.
Abaixo será exposto um exemplo de atividade que despendem pouco tempo
para serem concluídas, mas que agregam bastante em termo de produtividade.
63
Figura 10 – Momento de atividade visando relaxamento Fonte: O autor
Normalmente após um longo período de trabalho ininterrupto é comum a
diminuição da produtividade. Para isso é aconselhável destinar alguns minutos
do dia para alongamento e exercícios específicos que relaxem as partes do
corpo mais atuantes no trabalho, e que, comprovadamente, garantem evolução
de rendimento.
O senso que diz respeito a qualidade de vida dos funcionários é o
seiketsu. Para o bem-estar no ambiente laboral, Silva (1996) cita alguns
exemplos de atividades e métodos que são utilizados para auxiliar na obtenção
dos mesmos:
• Incentivar a atividade física entre os funcionários
• Sugestões para alimentação saudável
• Disponibilizar para os funcionários atividades no meio do expediente
visando relaxamento, entre outros.
64
CONCLUSÃO
Alguns aspectos de melhoria após uma provável implantação do
Programa 5S na Biblioteca da Faculdade de Veterinária da Universidade
Federal Fluminense poderiam trazer benefícios, dentre eles, podem ser
citados:
a) Agilidade no atendimento aos clientes;
b) Facilidade em encontrar documentos importantes;
c) Ordenação adequada de arquivos;
d) Limpeza do ambiente de trabalho;
e) Higiene diária dos colaboradores;
f) Padronização das atividades;
g) Disciplina dos colaboradores em prol da melhoria continua;
h) Possibilidade de futura implantação de outras ferramentas de qualidade
que precisam ter como base a essência do programa 5S.
Além dos itens exemplificados anteriormente, deve-se planejar alguns
métodos que servem de auxílio para a manutenção do 5S. Como exemplo,
Silva (1996), propõe alguns artifícios que tem mostrado um resultado
satisfatório nas auditorias de qualidade do programa em questão.
• Prêmios 5S, no estilo Deming, poderiam ser adotados como uma opção
interessante. Consiste em haver candidatura de diversos setores
concorrendo consigo mesmo. O critério de avaliação seria de acordo
com o esforço de cada setor e não apenas aos resultados alcançados,
incentivando a melhoria contínua de cada local de trabalho.
• Torneios 5S, que são eventos semelhantes aos esportivos pela
sensação de participação e vitória no qual os brasileiros tem afinidade.
Torneios como esse são criados com a função de permitir a todos ter
chances de se sentirem vitoriosos, estimular o ambiente organizacional,
propiciando fluidez no trabalho.
65
• Certificados 5S podem ser dados a diversos setores, demonstrando o
esforço do mesmo em relação a melhoria organizacional, independente
de premiação. Serve como reconhecimento de esforço no trabalho e
para empenhar os funcionários a atingir melhorias no geral.
• Visitas em geral. Presidentes, executivos da Alta Administração e outros
setores, de familiares, estimulando o surgimento de um local digno de se
viver e trabalhar. Superiores frequentemente circular pelas áreas de
trabalho dos subordinados oferecendo auxílio para os mesmos.
• Encontros 5S promovidos, anualmente, tendem a expor conquistar dos
funcionários. Não há necessidade de prêmio, e sim pela simples
confraternização importante para o ambiente de trabalho em todos os
níveis hierárquicos.
• Promover concursos, pesquisas e consultas internas com objetivos de
ideias criativas para a melhoria e manutenção do programa e o que deve
ser feito. Pessoas comprometidas com o objetivo e meta da empresa
tem facilidade na geração de ideias a serem implantadas. Brainstorming,
com intenção de captar ideias de melhorias, seria um bom caminho a ser
implantado como auxiliar deste programa.
• Formação de equipes poderá ser incentivada, com espírito de promover
a cooperação, a aprendizagem ou por visar apenas solucionar
problemas.
• Campanhas, sempre destacando pontos e temas relevantes para a
ocasião com o objetivo de manter vivo o 5S.
Nesse sentido, o objetivo geral desse estudo foi demonstrar a
importância da preocupação com a implantação por melhorias a partir de
premissas da gestão de qualidade, pois o que torna uma empresa competitiva,
não são apenas os produtos competitivos ou serviços, mas a forma como as
pessoas gerenciam o conhecimento que possuem e como organizam o
ambiente de trabalho. .
66
Assim, pretendeu-se apresentar o valor de se aplicar um método, que
visa qualidade de empresas e seus negócios, em uma instituição pública,
especificamente em outro tipo de serviço, no caso a Biblioteca, que não está
envolvido diretamente com as atividades administrativas.
O que se quis mostrar é que o mais importante, no referencial de
competitividade que se impõe nos novos tempos, é o cliente e sua satisfação.
Percebe-se que isso só pode ser alcançado a partir do momento que existe
todo um conjunto por trás do objetivo final da empresa, que envolve desde a
sanidade do local de trabalho até a melhor organização do ambiente e das
tarefas. Por fim, obtivemos que esse ideal de busca pela qualidade e
excelência, pode ser aplicado em qualquer tipo de setor. Esse Trabalho de
Conclusão de Curso pôde promover a discussão acerca de mudanças de
paradigmas pré-estabelecidos nos mais diversos tipos de empresas, como em
uma instituição pública federal.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 08 INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
Gestão da Qualidade 11
1.1. Gestão da Qualidade aplicada em Bibliotecas 17
CAPÍTULO II
Programa 5S 27
2.1. Seiri – Senso da Organização e Utilização 28
2.2. Seiton – Senso de Ordem e Utilização 31
2.3. Seiso – Senso da Limpeza 33
2.4. Seiketsu – Senso da Padronização, Asseio e Saúde 35
2.5. Shitsuke – Senso da Autodisciplina 36
2.6. Outros Sensos na Atualização do Programa 5s 39
CAPÍTULO III
ESTUDO DE CASO: CONTEXTUALIZAÇÃO DO AMBIENTE LABORAL 44
3.1. Pontos com maior necessidade para aplicação do Programa 48
3.2. Possíveis mudanças no Ambiente de Trabalho 56
CONCLUSÃO 64 BIBLIOGRAFIA 67 WEBGRAFIA 69 ÍNDICE 71 ÍNDICE DE FIGURAS 72
72
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Fluxograma da etapa inicial de implantação do Seiri 31
Figura 2 – Flexibilidade do Programa 51
Figura 3 – Atraso na limpeza da lixeira da BFV 54
Figura 4 – Bancada de funcionários que atendem os clientes 55
Figura 5 – Falha no Senso de ordenação e utilização 56
Figura 6 – Benefícios da implantação do 5S 57
Figura 7 – Folha de verificação do programa 5S 59
Figura 8 – Folha de verificação do programa 5S (continuação) 60
Figura 9 – Avaliação mensal do 5S na empresa Coelce 61
Figura 10 – Momento de atividade visando relaxamento 63