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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O PAPEL DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DE
CRIANÇAS ESPECIAIS.
Por: ELOANA DOS SANTOS SILVA
Prof. Mary Pereira
Rio de Janeiro
2016 DOCUMENTO P
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O PELA
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EITO A
UTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O PAPEL DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DE
CRIANÇAS ESPECIAIS.
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Educação Especial e Inclusiva.
Por: ELOANA DOS SANTOS SILVA
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus que fez esse momento real em minha vida e foi meu alicerce nessa longa caminhada. Ao meu pai José Edis da Silva, e minha mãe Eliana Costa dos Santos Silva , por todo apoio, pela simplicidade, exemplo, Além da ajuda incansável do meus pais, cuidando do meu filho com todo amor, me oferecendo assim total suporte para realização desse sonho. Ao meu filho Artur Luiz dos Santos Mota que é um presente de Deus em minha vida. Um filho querido que compreendeu minha ausência e foi um dos principais motivadores para realização desse curso . Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante o curso em especial a minha professora e orientadora Mary Sue responsáveis pela realização deste trabalho.
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DEDICATÓRIA
Dedico esta, bem como todas as minhas demais conquistas, aos meus amados pais (José Edis e Eliana Costa ), pois minha formação como profissional não poderia ter sido concretizada sem a ajuda deles. Aos meus alunos que foram um canal para que eu pudesse buscar conhecimento e contribuísse de forma expressiva no desenvolvimento de todos aqueles que me foi confiado a missão de Educar.
5
RESUMO
Este trabalho mostra a importância da atividade lúdica como meio de
contribuição para o desenvolvimento e integração de alunos portadores de
necessidades especiais na sociedade e no ambiente escolar.
Percebe-se que o jogo e a brincadeira são atividades geralmente
associados à infância, mas não ficam limitados apenas a essa fase. O termo
brincar designa o conjunto de atividades que possuem caráter lúdico. Utilizam-se
os termos jogo ou brincadeira para se referir a esta forma de atividade. A
atividade de brincar é essencial na vida da criança, contribuindo de forma
significativa no desenvolvimento de suas potencialidades.
O lúdico aplicado a prática pedagógica não apenas contribui para a
aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais
dinâmicas, prazerosas e de grande aproveitamento.
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METODOLOGIA
Para a produção dessa monografia a metodologia utilizada foram fontes
bibliográficas e sites na internet.
Norteada por essas fontes esta monografia mostra a grande importância do
lúdico no desenvolvimento de crianças especiais.
Através desse estudo procura-se demonstrar que ao aceitar que a criança
que apresenta necessidades especiais deve ser trabalhada de forma diferente,
sendo necessário criar ambiente propício ao ensino-aprendizagem, assim como, a
utilização de ferramentas específicas para isso.
Nesse contexto, observa-se que o lúdico é uma ferramenta muito
agregadora, pois possibilita a utilização de brincadeiras prazerosas e envolventes
para auxiliar o desenvolvimento cognitivo dessas crianças.
Enfim, essa pesquisa possibilita uma maior apropriação do trabalho de
inclusão social e educacional utilizando-se do lúdico com crianças especiais, além
de propiciar o contato com teóricos da educação e suas valiosas produções.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O Lúdico na Educação Infantil 10
CAPÍTULO II - O Lúdico no desenvolvimento de Crianças Especiais 20
CAPITULO III - Como a Ludicidade otimiza o processo de inclusão das
Crianças Especiais 31
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA 44
INDÍCIE 46 FOLHA DE AVALIAÇÃO 47
8
INTRODUÇÃO
O Brincar tem grande relevância no desenvolvimento infantil. Ele vai além
de simples fantasias. Defende-se que o lúdico expande conhecimentos e de
forma criativa capacita a criança a interagir com o mundo. A partir de uma
reflexão sobre o desenvolvimento da criança e como ela adquire conhecimento,
os profissionais que atuam na educação infantil e os pais se aproximam e
participam desse universo da criança, tornando o seu relacionamento com ela,
efetivamente mais significativo.
A brincadeira é uma forma de ingressar ao processo de socialização das
crianças, oferecendo-lhes oportunidades de realizar agradáveis atividades
coletivas, além de influenciar de forma positiva para o processo de aprendizagem
e estimular o desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos
conhecimentos.
O estímulo ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança é
realizado através das brincadeiras aparentemente simples e que também
funcionam como uma forma de auto expressão. Talvez nem todos os professores
tenham a percepção do quanto é importante o brincar para o desenvolvimento
físico e psíquico do seu aluno. A ultrapassada ideia difundida popularmente limita
o ato de brincar a um simples passatempo, sem funções mais importantes do que
entreter a criança em atividades divertidas.
A partir de diversos referenciais teóricos, será possível observar alguns
dos mais importantes conceitos, objetivando ao bom desenvolvimento da
aprendizagem da criança e ao fundamental papel dos educadores nesta função
tão importante de educar.
Os instrumentos do lúdico como as brincadeiras, jogos e brinquedos
devem fazer parte do contexto da criança em sua rotina em todos os ambientes
9
que ela frequentar, principalmente em casa e na escola. Para o despertar natural
da curiosidade é importante que a criança tenha estímulos e oportunidades para
isso.
A possibilidade da criança, desde muito cedo, se comunicar por meio de
gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com
que ela desenvolva sua imaginação.
No decorrer das brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas
capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a
imaginação. Aperfeiçoam também algumas capacidades de socialização, por
meio da interação e experimentação de regras e papéis sociais. A distinção de
papéis é notória, especialmente no faz-de-conta, quando as crianças brincam
como se fossem o pai, a mãe, o filhinho, o médico, o paciente, heróis e vilões etc.,
imitando personagens observados ou imaginados em sua vivência.
O professor tem um papel muito importante na educação, pois ele é o
mediador entre o aluno e o conhecimento, proporcionando situações de
aprendizagem para desenvolver as capacidades afetivas, cognitivas, emocionais
e sociais.
É fundamental a interação do professor com os alunos, assim como o
respeito as suas formas naturais de manifestação. O mesclado de crianças em
uma sala de aula onde muitas dentro da normalidade e algumas distantes dela e,
assim, incumbe ao professor ter conhecimento e sensibilidade para trabalhar com
a diferença e obter estímulos criativos para os alunos que demostram
dificuldades.
Para o êxito do trabalho com os alunos especiais, os profissionais da
educação devem buscar uma formação continuada e empenhar-se sempre no
aperfeiçoamento da prática, pois trabalham com conteúdo diversos e
abrangentes, devendo estar comprometidos com a formação escolar e social de
seus alunos.
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CAPÍTULO I
O Lúdico na Educação Infantil
Em todas as fases da vida o ser humano se depara com constantes
momentos de descobertas e aprendizagem. Essas novidades acontecem através
do contato com seus semelhantes e pelo domínio sobre o meio em que vive.
Um comportamento participativo, crítico e criativo permite a sobrevivência
e a integração do indivíduo com o meio aprendendo como lidar com situações das
mais simples até as mais críticas.
Na infância o brincar é um dos primeiros momentos de descobertas, é
nesse momento que a criança passa a perceber o mundo das mais diversas
maneiras interagindo com as pessoas e situações a sua volta.
Embora hoje sejam usados diversos recursos tecnológicos modernos, tais
como: computadores, tabletes, jogos online, lousa digital entre outros, é
necessário que seja utilizada outra ferramenta para trabalhar o lado criativo do
educando de maneira que não haja defasagem em sua aprendizagem.
Podemos destacar o lúdico como uma das maneiras mais eficazes
de envolver as crianças no ambiente social e escolar, pois a brincadeira é algo
inerente na criança, é sua forma de trabalhar, refletir e descobrir o mundo que a
cerca.
11
Sem a intervenção direta do adulto, as crianças tornam-se
responsáveis por suas escolhas durante a brincadeira, podendo pensar e
solucionar problemas de forma livre das pressões rotineiras da realidade imediata.
As conquistas individuais ou coletivas adquiridas no ato de brincar ou
jogar, proporcionam um processo de troca, partilha, confronto o que permite que a
brincadeira seja fundamental para o relacionamento social.
O ato de brincar é parte integrante da vida do ser humano, e tem seu
início já na vida intrauterina. O primeiro brinquedo da criança é o cordão umbilical
da mãe, onde, a partir da 17ª semana, através de toques, apertos, puxões, o bebê
começa a criar esse tipo de relação.
De acordo com que Machado (2003) diz, a mãe também brinca com seu
bebê mesmo antes de ele nascer, pois fica imaginando como será ser mãe, e
associa as lembranças de quando brincava com sua boneca. Assim, quando o
bebê nasce, já há uma relação criada da mãe para com o bebê e do bebê para
com a mãe, pois esse já reconhece sua voz.
Brincando a criança aprende a conviver, a esperar por sua vez,
aceitar regras, independente do resultado, e a lidar com frustrações sem deixar
que isso interfira na sua vida. Outros benefícios da brincadeira, é que através
dessa atividade prazerosa a criança também desenvolve sua linguagem,
pensamentos, atenção, concentração, conseguindo, assim uma participação
satisfatória da criança na construção do seu conhecimento.
Os livros de literatura infantil também possuem grande importância, pois
proporciona a criança a conhecer diversos personagens, possibilitando e
ampliando sua compreensão sobre as diferentes formas de se relacionarem com
o mundo ao seu redor, identificando seu papel na sociedade na qual está inserida.
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Incorporar brincadeiras, jogos, atividades interativas nos primeiros anos
da educação infantil é algo que tem favorecido o percurso da criança da escola. É
através do lúdico que a criança dá início ao desenvolvimento de sua capacidade
de imaginação, abstração e aplicar ações relacionadas ao mundo real.
Para VELASCO (1996), o brinquedo é capaz de estimular a criança a
desenvolver muitas habilidades na sua formação geral e isso ocorre
espontaneamente, sem compromisso e obrigatoriedade.
As brincadeiras e jogos fazem a criança crescer, pois proporciona na
maioria das vezes, ou senão em todas as ocasiões, a procura de soluções e de
alternativas para desenvolverem de forma prazerosa o que lhe é proposto.
Estudos psicológicos e educacionais revelam que brincar é fundamental
para a construção do pensamento e para aquisição de conhecimento pela
criança, pois além de contribuir para que ela aprenda a se expressar e a lidar com
suas próprias emoções, a brincadeira contribui para o desenvolvimento da
autoestima.
Para enfatizar a brincadeira infantil, falamos da importância do brincar
para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social,
cultural, afetivo, emocional e cognitivo.
Para obter um resultado positivo da brincadeira, faz-se necessário um
trabalho de conscientização dos pais, educadores e da sociedade em geral sobre
à ludicidade que deve estar sendo vivenciada na infância, pois o brincar faz parte
de um processo de aprendizagem que pode contribuir muito para a prevenção de
problemas na visão da psicopedagogia.
Neste contexto, o brincar na educação infantil permite a criança vivenciar
regras constituídas por si e em grupo, contribuindo na integração do indivíduo na
sociedade.
13
No decorrer da brincadeira a criança estará resolvendo conflitos e
hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de
compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender .0e de demonstrar
sua opinião em relação aos outros, e ainda no brincar que é possível diagnosticar
e prevenir futuros problemas de aprendizagem infantil.
Ao longo da história é crescente o número de autores que se
interessaram, direta ou indiretamente, pela questão do brincar, do jogo, do
brinquedo e da brincadeira.
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando brinca, a criança prepara-se
a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o
mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e como
funcionam as coisas”. Dessa forma, destacamos que quando a criança brinca,
surpreende por parecer mais madura, pois entra, mesmo que de forma simbólica,
no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide com as diversas
situações.
Do ponto de vista de Oliveira (2000) o brincar não significa apenas
recrear, mas sim desenvolver-se integralmente. Caracterizando-se como uma das
formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e
com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas
que se estabelecem durante toda sua vida. Todavia, através do brincar a criança
pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a
imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas
da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e
criatividade.
De acordo com Wajskop (2007), a brincadeira, desde a antiguidade, era
utilizada como um instrumento para o ensino, contudo, somente depois que se
rompeu o pensamento românico passou-se a valorizar a importância do brincar,
14
pois antes, a sociedade via a brincadeira como uma negação ao trabalho e como
sinônimo de irreverência e até desinteresse pelo que é sério.
As brincadeiras estão na história da humanidade ao longo dos tempos, e
fazem parte da cultura de um país, de um povo. Achados arqueológicos do século
IV a.C., na Grécia, descobriram bonecos em túmulos de crianças. Há referências
a brincadeiras e jogos em obras tão diferentes como a Odisséia de Ulisses e o
quadro jogos infantis de Pieter Brughel, pintor do século XVI.
O jogo pelo ponto de vista educacional, segundo Antunes (2003) significa
divertimento, brincadeira, passatempo, pois em nossa cultura o termo jogo é
confundido com competição. Ainda o autor relata que os jogos infantis podem até
incluir uma ou outra competição, mas visando sempre a estimular o crescimento e
aprendizagem com relação interpessoal, entre duas ou mais pessoas realizadas
através de determinadas regras, ainda que jogo seja uma brincadeira que envolve
regras.
Para Kishimoto (2002) o brinquedo é diferente do jogo. Brinquedo é uma
ligação intima com a criança, na ausência de um sistema de regras que
organizam sua utilização. Ainda segundo o dicionário Ferreira (2003) brinquedo é
“objeto destinado a divertir uma criança, suporte da brincadeira”, sendo assim ele
estimula a representação e a expressão de imagens que evocam aspectos da
realidade.
Vygotsky (1998) relata sobre o papel do brinquedo, sendo um suporte da
brincadeira e ainda o brinquedo tendo uma grande influência no desenvolvimento
da criança, pois o brinquedo promove uma situação de transição entre a ação da
criança com objeto concreto e suas ações com significados.
A educação lúdica contribui de forma legítima na formação da criança,
contribuindo para um crescimento saudável e valores permanentes. A sua prática
exige a participação espontânea, criativa, livre, crítica, originando a interação
15
social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do
meio.
Conforme Kiskimoto (2000, p.32) “Para Piaget ao manifestar a conduta
lúdica, a criança demonstra o nível de seus estágios cognitivos e constrói
conhecimentos”.
A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos
conhecimentos surge, nas crianças, através do brincar. A criança por intermédio
da brincadeira, das atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas
diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos,
conhecimentos, significados e atitudes.
Nesse contexto, a brincadeira infantil se destaca em uma posição
privilegiada para a estudo do processo de formação do sujeito, rompendo com a
visão tradicional de que ela é apenas uma atividade natural de satisfação de
instintos infantis.
A brincadeira e o aprendizado estão interligados, no entanto, o sistema
escolar não percebe isso e não estimula a criança em suas necessidades de
movimento, expressão e de construção de seu conhecimento a partir do seu
próprio corpo. É fundamental que a escola perceba e estimule a criança em seu
constante processo de desenvolvimento.
A evolução do próprio conceito de aprendizagem sugere que educar
passe a ser facilitador da criatividade e, deve-se desprender-se de vez, da ideia
de que apreender tem o mesmo significado de acumular conhecimentos sobre
fatos, dados e informações isoladas, o que pode acarretar em uma sobrecarga da
memória.
As escolas necessitam ter a sensibilidade de analisar que tipo de aluno
estão educando, considerando a vivência, o histórico e a individualidade de cada
16
um, caso contrário, dificilmente estará contribuindo para evolução e aprendizagem
do aluno.
A introdução do lúdico na educação infantil tem sido uma das estratégias
mais bem sucedidas no que tange à estimulação do desenvolvimento cognitivo e
de aprendizagem de uma criança. Essa atividade é significativa por que
desenvolvem as capacidades de atenção, memória, percepção, sensação e todos
os aspectos básicos referentes à aprendizagem.
A parceria entre escola e o educador é estabelecida com o objetivo de
redirecionar a brincadeira de uma ideia livre passando a focar em um aspecto
pedagógico, de modo que estimule a interação social entre as crianças e
desenvolva habilidades intelectivas que contribuam com seu percurso na escola.
Introduzir e desenvolver o lúdico no ambiente escolar exige que o
educador possua uma fundamentação teórica bem estruturada, sensibilidade e
atenção para entender a particularidade de cada criança, bem como entender que
o cardápio de atividades deve estar adequado as situações.
Tendo em vista o objetivo das brincadeiras é importante se atentar para a
qualidade do material pedagógico não pode ser um instrumento estático e igual
para todos, pois trata-se de um material dinâmico que se altera em função da
necessidade do aluno.
Os jogos possibilitam a criança aprender de forma lúdica desvinculada da
situação de aprendizagem formal. Facilitam também o vínculo terapêutico, o que
é fundamental para que todo o processo tenha êxito.
Os jogos e brincadeiras estreitam o relacionamento da criança com as
outras crianças, com a família e com o profissional médico que acompanha seu
desenvolvimento.
17
O jogo é uma atividade que tem um grande valor educacional, é
prazeroso e por isso motiva a criança a desenvolver-se em sua totalidade, sendo
para a criança algo muito importante em sua vida, assim como é um excelente
recurso pedagógico.
A literatura especializada no tema não registra concordância quanto a um
conceito comum para o lúdico na educação. Porém, alguns autores relacionam o
lúdico ao jogo e estudam profundamente sua importância na educação.
Huizinga (1990) foi um dos autores que mais se aprofundou no assunto,
estudando o jogo em diferentes culturas e línguas. Estudou suas aplicações na
língua grega, chinês, japonês, línguas hebraicas, latim, inglês, alemão, holandês,
entre outras. O mesmo autor verificou a origem da palavra - em português, “jogo”;
em francês “jeu”; em italiano, “gioco”; em espanhol, “juico”. Jogo advém de “jocus”
(latim), cujo sentido abrangia apenas gracejar ou traçar. O referido autor (1990)
propõe uma definição para o jogo que abrange tanto as manifestações
competitivas como as demais.
O jogo é uma atividade de ocupação voluntária, exercida dentro de certos e
determinados limites de tempo e espaço, seguindo regras livremente consentidas,
mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado
de um sentido de tensão, de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida
cotidiana.
O prazer de realizar as atividades é fundamental para que o aprendizado
aconteça, pois, atividades rotineiras e engessadas acabam por desestimular a
criança.
Nesse sentido, a psicologia pode contribuir nessa compreensão do
desenvolvimento global da criança e fornecer subsídios para a educação infantil
no sentido de aprimorar as técnicas de aplicação.
18
Bacelar (2009), também, traz a ampliação da compreensão da ludicidade
reconhecendo sua validade como possibilidade de uma vivência mais plena em
todos os âmbitos da convivência humana, seja na família, no trabalho, nos
círculos de amizade ou na escola.
E ressalta, em seus escritos, que a vivência lúdica como uma experiência
plena pode colocar o indivíduo em um estado de consciência ampliada e,
consequentemente, em contato com conteúdos inconscientes de experiências
passadas, restaurando-as e, em contato com o presente, anunciando
possibilidades para o futuro.
Valorizar o lúdico durante os processos de ensino significa considerá-lo
na perspectiva das crianças, sendo vivido na sala de aula como algo espontâneo,
permitindo-lhes sonhar, fantasiar, realizar desejos e viver como crianças de
verdade.
Convém ressaltar que o educador deve ter cuidado ao desenvolver uma
atividade trabalhando o lúdico, por ser uma tarefa dinâmica, o professor fica na
condição de estimulador, condutor e avaliador da feitura da atividade, no entanto
o educador é o elo fundamental entre o lúdico e os alunos.
Entende-se, portanto, que educar ludicamente não é promover lições
engessadas para o aluno desenvolver passivamente. Educar é um ato consciente
e planejado, é tornar o indivíduo consciente, engajado, independente e feliz no
mundo. É atrair os seres humanos para o prazer de conhecer. É resgatar o
verdadeiro sentido da palavra "escola", local de alegria, prazer intelectual,
satisfação e desenvolvimento.
O Lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida
humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente
19
pedagógica. A criança e mesmo o jovem opõe uma resistência à escola e ao
ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não é prazerosa. (NEVES).
A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem
proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas às experiências
vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções culturais e simbólicas
conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática.
20
CAPÍTULO II
O Lúdico no desenvolvimento de Crianças
Especiais
A história da educação especial sofreu um avanço notável, mas ainda
assim, atualmente nos deparamos com muitas barreiras que bloqueiam a entrada,
a estabilidade e o atendimento destas pessoas de forma efetiva no ambiente
escolar, como ainda em toda a sociedade.
O trabalho com crianças especiais precisa estar longe de rótulos,
estigmas e preconceitos. É necessário assumir as diferenças de cada indivíduo,
estimulando seu desenvolvimento educacional.
Maria Montessori (1870-1952) “acreditava que a educação é uma
conquista da criança, pois percebeu que já nascemos com capacidade de ensinar
a nós mesmos se nos forem dadas as condições”, diz a presidente da Associação
Brasileira de Educação Montessoriana, Talita de Oliveira Almeida (NOVA
ESCOLA, 2008, p.01).
A Educação Inclusiva, através da interatividade e da ludicidade, tem por
finalidade a inserção de crianças portadoras de necessidades especiais no
ambiente escolar comum a todos, entende-se que há imensas discussões que
buscam chegar à verdadeira inclusão
Têm-se observado como grande parte destas crianças, adolescentes e
não tem acesso à rede regular de ensino, seja por não aceitação da escola, ou
por falta de estrutura escolar para receber a criança, ou adolescente ou o jovem.
Porém, era cada vez maior o número dos alunos que, não sendo bem
sucedidos na escola, eram erroneamente rotulados, classificados como
“deficientes” e encaminhados a conviver em classes ou escolas especiais.
21
Em cada período da história, as percepções de “deficiência” cogitavam as
expectativas sociais daquele momento histórico. Diante desse quadro, a
compreensão de “deficiência” passou a englobar diferentes tipos de crianças que
tinham em comum o fato de apresentarem comportamentos diferenciados
daqueles acreditados pela sociedade e, consequentemente, pela escola.
Os alunos indisciplinados eram rotulados como “deficientes”, de
aprendizagem lenta, desamparados pela família, portadores de lesões orgânicas,
com distúrbios mentais graves, enfim, todas as crianças vistas fora dos modelos
ditados pela sociedade como “normais”.
Dessa forma, no decorrer de anos e anos os indivíduos portadores de
necessidades especiais sofreram diversas perseguições.
Muitas pessoas não faze ideia do quanto podemos aprender com os
portadores de necessidades especiais, principalmente as crianças.
Às vezes estamos tão presos à perfeição das formas físicas e aos
aspectos materiais que não temos a sensibilidade de observar as qualidades
imensuráveis oculta na sua essência.
A inclusão por si só é uma forma de romper com os paradigmas
educacionais que caracterizavam a sociedade no passado, atualmente sabe-se
que as crianças com necessidades são capazes tanto quando as crianças sem
necessidades, além do que ainda desenvolvem muitas outras habilidades para
compensar as inexistentes e dessa forma podem contribuir ricamente para seu
desenvolvimento pessoal e social.
Cada obstáculo vencido na busca da realização de um objetivo é
demonstrado por essas crianças através de explosões de alegria e felicidade, o
que extremamente motivador para os educandos.
22
Esses pequenos podem nos ensinar através de suas superações e
emoções lições valiosas como respeito, dignidade, força, determinação,
perseverança, compreensão, compaixão, gratidão e, principalmente, amor.
Sobre a expressão correta utilizamos Crianças com necessidades
Especiais – porém, esse termo é muito genérico, abrange as mais diferentes
síndromes infantis. Todas as crianças são muito especiais, mas algumas
precisam de um apoio, de um olhar, de uma atenção diferenciada, de um
acompanhamento especializado e acima de tudo muito carinho.
A educação especial no Brasil já evoluiu consideravelmente, no início o
atendimento aos portadores de alguma deficiência era muito restrito. Realizavam-
se em organizações religiosas, longe da sociedade, sem qualquer chance ou
perspectiva de uma integração e com recursos limitados por profissionais não
preparados.
Com o passar dos anos foram realizadas campanhas objetivando à
educação das pessoas portadoras de deficiência mental com medidas isoladas e
regionalizadas, as buscas educacionais voltadas ao deficiente mental, realizaram-
se através da criação das classes especiais, salas de recursos e unidades de
ensino móveis.
Atualmente vivenciamos um momento em que mundialmente se fala na
inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais, na rede
regular de ensino. Sabemos, que a legislação é explícita, quanto à
obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independentemente de
suas necessidades ou diferenças. Contudo, é importante ressaltar que não é
suficiente apenas esse acolhimento, mas que o aluno com necessidades
educacionais especiais tenha condições efetivas de aprendizagem e
desenvolvimento de suas potencialidades.
Atualmente a Lei nº9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos
23
currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender à suas
necessidades, além da terminalidade especifica aos que não atingiram o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências.
A escola deve ter um ambiente onde as crianças possam se sentir
amadas e sempre alegres.
A importância da especialização em educação especial para a formação
do educador é muito importante, precisamos construir conhecimentos específicos
para contribuirmos com a sociedade onde o indivíduo deficiente não mais pode
ser visto como um indivíduo a margem de nossa realidade social.
Os portadores de alguma deficiência, não são privados de inteligência e
nem de emoções, são portadores de uma necessidade que deve ser tratada de
maneira especial.
Nesse sentido, a elaboração de uma proposta pedagógica que oportunize
um encontro saudável, através da possibilidade lúdica na postura dos
educadores, tende a promover um interesse maior por parte dos alunos na
construção do conhecimento.
Por meio do lúdico, a vida passa ter mais sentido e as possibilidades do
sonho e criação são permitidos e estimulados, facilitando uma aproximação de
fato com várias linguagens de aprendizagem articuladas a postura da realidade.
A utilização dos brinquedos é uma ótima atividade para ensinar, desenvolver
e executar de forma criativa e prazerosa, como por exemplo o quebra-cabeça
(ensina forma e cores), brinquedos de tabuleiros (exigem compreensão de
números e operação matemáticas), brinquedos de encaixe (dão noção de
sequência, tamanho e forma), mobiles (percepção visual, sonora ou motora), etc.
24
Tais brinquedos são bastante usados de forma psicopedagógica com
finalidade de ensino-aprendizagem e desenvolvimento infantil na medida em
que proporcionam o desenvolvimento da cognição, afetividade, corpo
e interações sociais.
As atividades básicas realizadas no dia-a-dia de cada pessoa, como por
exemplo: amarrar sapatos, vestir-se, escovar dentes, etc., são atividades que
requerem o desenvolvimento de certas habilidades especificas como
desenvolvimento da coordenação motora.
Desta forma, a aprendizagem que às vezes não ocorre com a
exercitação, poderá acontecer realizando um trabalho psicomotor através da
utilização do brinquedo, pois o prazer e vivência da brincadeira produz a
especialidade, quanto mais à criança se envolve nela, mais estará apta a produzir
novos conceitos.
O brinquedo pode ser incluído como ferramenta lúdica em diferentes
disciplinas que consistem em o currículo da educação infantil. O brincar é um
excelente recurso terapêutico e pedagógico, facilitando a aceitação e a
aproximação dos indivíduos, que brincam juntos criando um clima de harmonia,
facilitando a comunicação e estabelecendo a alegria da convivência, superando
desafios e dificuldades através de um universo lúdico.
Ao envolver-se no trabalho com crianças especiais é preciso se abster de
rótulos e preconceitos. É necessário perceber e respeitar as diferenças de cada
indivíduo, enfatizando o seu desenvolvimento educacional e atendendo às suas
necessidades individuais no processo de aprendizagem.
A Educação Especial é uma modalidade da Educação Comum, porém
que se utiliza de recursos metodológicos específicos para o alcance do objetivo.
25
Pode-se afirmar que no âmbito acadêmico a aprendizagem de alunos
com deficiência intelectual processa-se de forma mais lenta, e que a criança com
deficiência intelectual apresenta maior dificuldade no entendimento de conceitos
abstratos.
Considerando-se estas características, faz-se necessário a elaboração de
estratégias educacionais que suportem à maneira de processar e construir suas
estruturas cognitivas, priorizando o uso de instrumentos concretos e,
principalmente, o uso de estratégias metodológicas lúdicas, como os jogos e as
brincadeiras.
Os jogos, brinquedos e as brincadeiras fazem parte do universo infantil,
pois o brincar está presente na humanidade desde os primeiros momentos de
vida em diversas fases dela.
Em temos primitivos, nota-se a presença do jogo, tal como nas crianças e
nos animais, e desde a origem, nele se verificam todas as características lúdicas:
ordem, tensão, movimento, mudança, solenidade, ritmo, entusiasmo.
Pode-se dizer então, que o jogo é característico do ser humano, e que o
brincar é uma atividade natural e necessária para a criança, estabelecendo-se
como recurso fundamento para seu desenvolvimento. O jogo, portanto, é sem
dúvida, uma atividade muito importante na educação.
A variedade de atividades lúdicas é fundamental na formação dos jovens
e das crianças, e são verdadeiras facilitadoras dos relacionamentos e das
experiências em sala de aula.
Atividades lúdicas são aquelas que estimulam a imaginação e,
principalmente, as transformações do indivíduo em seu processo de
aprendizagem. O caráter de integração e interação contido nas atividades lúdicas
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permite o exercício constante de relacionamento do conhecimento teórico com
ações práticas do aluno
Os educadores devem concordar que o jogo é imprescindível no ato de
aprender e ensinar de forma prática, pois desde os primeiros anos de vida, os
jogos e brincadeiras são nossos mediadores na relação com as coisas e
situações do mundo.
A partir do brinquedo mais simples como o chocalho até a avançada
tecnologia do videogame, aprendemos a nos interagir com o mundo por meio de
jogos e brincadeiras. Toda criança, desde os primeiros anos de vida, brinca, joga
e desempenha atividades lúdicas.
O universo visto pelo olhar infantil é uma realidade de jogo e brincadeira.
O brincar e o jogar para a criança representam sua razão de viver, onde elas se
concentram toda sua energia e emoções acerca do fascínio da brincadeira.
Pensando no jogo como um meio de garantir a construção do
conhecimento e a interação entre os indivíduos; a possibilidade de traze-lo para
dentro da escola é a possibilidade de repensar a educação através de uma
perspectiva criadora, autônoma e consciente.
Dentro desse contexto, nos encontramos com alguns dos pensamentos
de Piaget e Vygotsky. Enquanto as concepções de Piaget nos revelam que a
aprendizagem está diretamente relacionada ao desenvolvimento da criança, as
teorias de Vygotsky são relevantes para a compreensão da importância do
contexto sócio cultural e das interações sociais que estas realizam com o meio.
Os indivíduos passam por diversas fases de conhecimento e os
instrumentos utilizados para a facilitar a aprendizagem devem se adequar a cada
uma dessas fases para que seja efetivamente proveitoso
27
Piaget classifica os estágios de desenvolvimento da criança em quatro
períodos: período sensório-motor (do nascimento aos 2 anos); período pré-
operacional (dos 2 aos 7 anos); estágio das operações concretas (dos 7 aos 12
anos) e estágio das operações formais (12 anos em diante).
Piaget (1975), valoriza a prática lúdica para que o desenvolvimento infantil
seja harmonioso, pois tal atividade propicia a expressão do imaginário, a
aquisição de regras e a apropriação do conhecimento.
Sobre descrever o papel do brinquedo, Vygotsky demonstra, de forma
extremamente original, como as interações sociais que as crianças estabelecem
nestas circunstâncias colaboram para o seu desenvolvimento.
Durante a brincadeira, a criança reproduz e vivencia regras e princípios
que está observa em situações reais. Sendo assim, as interações estimuladas
pelo brinquedo possibilitam o entendimento e prática do real, promovendo o
desenvolvimento cognitivo.
Vygotsky (1998), propõe um paralelo entre o brinquedo e a instrução
escolar, em ambos os contextos a criança utiliza de habilidades e conhecimentos
socialmente disponíveis que passará a aprender, guardar e executar.
Sendo assim, os jogos e as brincadeiras são instrumentos que devem ser
utilizados na escola como um recurso pedagógico valoroso, pois além de ensinar
regras de comportamento, o jogo permite que a criança consiga grandes
realizações, as quais ainda não é capaz de realizar numa situação de
aprendizagem formal.
Ao comparar as concepções de Piaget e Vygotsky, pode-se afirmar que
ambos concordam que a brincadeira e os jogos contribuem para o
desenvolvimento da criança. Desta forma, a escola pode e deve valorizar estes
28
recursos como uma estratégia metodológica para promover o ensino-
aprendizagem de forma mais prazerosa e divertida para a criança.
Durante a brincadeira e o jogo, diversos aspectos são estimulados,
desenvolvidos ou aperfeiçoados: a criatividade, a memorização, a cooperação e
solidariedade, a concentração, a linguagem, a motivação, a aquisição de
conceitos, a motricidade, a capacidade de discriminar, julgar, analisar, tomar
decisões e aceitar críticas, a competitividade, a socialização, a confiança em si e
em suas possibilidades, o respeito às regras e o controle emocional.
Estes aspectos não são diferentes com a criança deficiente intelectual,
embora as respostas obtidas não aconteçam de forma tão harmoniosa, devido
aos seus comprometimentos. Todavia, mesmo reconhecendo que estas crianças
têm limitações evidentes, consideramos que as necessidades e o desejo de
brincar são idênticos ao de qualquer criança.
Sendo assim, educadores que trabalham com crianças deficientes
intelectuais, não podem ser indiferentes ao brinquedo, aos jogos e às
brincadeiras; pois tais atividades são os mobilizadores do seu crescimento,
possibilitando à criança explorar o mundo, descobrir-se, entender-se e posicionar-
se em relação a si mesma e à sociedade de forma natural.
Dentro desse contexto, podemos dizer que a utilização do lúdico com
crianças deficientes intelectuais facilita o desenvolvimento do seu potencial, se
houver estimulação adequada.
Promovido como recurso que ensina, desenvolve educa de forma
prazerosa, o brinquedo educativo materializa-se no quebra-cabeça, destinado a
ensinar cores e formas, nos brinquedos de tabuleiro que exigem a compreensão
do número e nos múltiplos brinquedos e brincadeiras, cuja concepção exigiu um
olhar para o desenvolvimento infantil.
29
O estímulo ao raciocínio e a imaginação é realizado através dos jogos e
das brincadeiras, permitindo que a criança vivencie diferentes comportamentos,
situações, capacidades e limites.
De caráter educativo ou didático os jogos estão direcionados para
estimular o desenvolvimento cognitivo e são de grande importância para o
desenvolvimento do conhecimento escolar mais elaborado: calcular, ler e
escrever.
Dessa forma, é responsabilidade de cada professor organizar e adaptar
os jogos de acordo com o nível dos seus alunos, a fim de contribuir efetivamente
para o seu desenvolvimento.
Há um aprendizado significativo associado à satisfação e ao êxito na
utilização do jogo, sendo este novo conhecimento a origem da autoestima.
Quando esta aumenta, a ansiedade diminui, permitindo à criança participar das
tarefas de aprendizagem com maior motivação.
Os educadores já concordam que o lúdico é uma forma prazerosa de
aprendizagem, e que pode ser utilizado tanto para estimular a aprendizagem de
um conteúdo, como para reforçar conteúdos já trabalhados com os alunos, bem
como para desenvolver habilidades motoras e sensoriais.
O professor precisa planejar o jogo e como esse será aplicado, pois deve
ter especificado o objetivo a respeito desta escolha e também a adequação deste
ao momento educativo, desta forma proporcionará aos alunos momentos de rica
aprendizagem e não apenas passatempo.
Para incluir é necessário romper com os preconceitos criados pelas
sociedades, para promover uma sociedade mais justa na qual os professores não
tenham insegurança com o novo, dando-lhes formação adequada para que se
31
CAPÍTULO III
Como a Ludicidade otimiza o processo de inclusão de
Crianças Especiais.
A inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências
e seus familiares na busca por respeito, por seus direitos e a conquista de um
lugar na sociedade.
Sobre o significado, o adjetivo ”inclusivo" é usado quando se busca
qualidade para todas as pessoas com ou sem deficiência.
Para nortear o assunto sobre inclusão escolar é preciso repensar o sentido
que se está atribuindo à educação, além de atualizar nossas concepções e
repensar o processo de construção de todo o indivíduo, compreendendo a
complexidade e imensa abrangência que envolve essa temática.
Nesse sentido é muito importante também, uma mudança de paradigma
dos sistemas educacionais onde o aprendiz é centralizado, levando em conta
suas potencialidades e necessidades diferenciadas e não apenas as disciplinas e
resultados quantitativos, favorecendo uma pequena parcela dos alunos.
Atualmente a palavra Inclusão tem motivado várias discussões na área
educacional tanto na forma de legislação quanto na teoria e prática. Todavia não
são muitos os estudos que identificam as concepções dos professores que
trabalham com este público.
Atualmente, os docentes podem ter acesso a vários estudos, divulgação
de experiências e obras literárias acerca de informações que apontam a eficácia
da ludicidade como recurso pedagógico facilitador da aprendizagem. Tais
registros evidenciam que essa aplicabilidade permite ao aluno participar e
32
interagir com os conteúdos estudados em sala de aula, o que possibilita a
apreensão desse conhecimento de forma agradável e prazerosa.
É muito mais proveitoso quando o processo de inclusão no sistema
educacional tenha início na Educação Infantil. A primeira infância é o começo da
vida escolar, e isso é fundamental para a implantação de uma didática efetiva.
No decorrer de vários anos as instituições de Educação Especial
permaneceram isoladas, desenvolvendo um trabalho de caráter assistencial e
voltados para o cuidado e preservação. Porém, atualmente essa orientação
mudou, inicialmente, a partir das Leis de Diretrizes e Bases 4024/61 que tratam
da Educação Especial no art. 88 que propõe, pela primeira vez, o atendimento ao
deficiente dentro do possível na educação regular.
No ano de 1994 a Declaração de Salamanca aprovou um conjunto de
princípios que configuram as atuais políticas educacionais referentes à Educação
Especial, dentre os quais a garantia da qualificação profissional dos educadores e
a valorização do outro como sujeito e como ser humano que possui diferenças
dentro da imensa diversidade humana.
É muito importante que logo na infância os pais reconheçam os benefícios
da inclusão e que seus filhos têm direito a ela, podendo assim realizar as
melhores escolhas que irão contribuir para a formação da criança.
Esse trabalho de inclusão deve ter seus objetivos bem entendidos, pois
na escola o objetivo é contribuir para que o aluno se desenvolva de forma a ser
cada vez mais independente em sala de aula e consiga acompanhar com a turma
as atividades designadas pelo professor que realiza um trabalho direcionado ao
aluno especial.
33
Os alunos acabam por interagir entre si, com o professor e demais
funcionários da escola. Em sala de aula ele brinca, se movimenta de encontro aos
demais colegas, mesmo aqueles que utilizam cadeiras de rodas.
Desta forma, pode-se observar que ele está incluído naquele ambiente,
pois ele se sente bem ao estar na escola. Mas, para que isso fosse possível não
foi o aluno que teve que se adaptar a escola, e sim a equipe da escola que
encontrou meios para que ele fosse incluído em uma classe regular, para que as
suas potencialidades fossem desenvolvidas, tendo sempre os seus limites
respeitados.
O ambiente escolar que o educando interage mais com os outros colegas
é a quadra de esporte, na aula de educação física, pois o trabalho que o educador
desenvolve é mais lúdico com base no benefício da psicomotricidade, eles
interagem quando estão brincando principalmente com bola.
A palavra ludicidade tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer
dizer "jogo". Se achasse confinada a sua origem, o termo lúdico estaria se
referindo apenas ao jogo, ao brincar, ao movimento espontâneo, mas passou a
ser reconhecido como traço essencialmente psicofisiológico, ou seja, uma
necessidade básica da personalidade do corpo e da mente no comportamento
humano, as implicações das necessidades lúdicas extrapolaram as demarcações
do brincar espontâneo de modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo
de jogo.
O lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana,
trabalhando com a cultura corporal, movimento e expressão (ALMEIDA, 2006).
A Ludicidade tem sido utilizada como um instrumento educador de valor
peculiar. A forma intensa com que envolve a indivíduo é considerada muito
prazerosa criando um clima de muito entusiasmo e de resultados que são notórios
facilmente pela escola e pela família.
34
Acredita-se que a ludicidade, antes de tudo, um estado de espírito e um
saber que progressivamente vai se instalando na conduta do ser devido ao seu
modo de vida.
O lúdico possui uma relação direta com a aprendizagem e o
desenvolvimento infantil. A utilização de brincadeiras e jogos no processo
pedagógico desperta o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentarem os mais
variados desafios que lhe surgirem.
Nesse processo de desenvolvimento são utilizadas as práticas
pedagógicas, estas são a ações ou atividades que o professor decide desenvolver
com seus alunos no seu cotidiano escolar tais como um filme, passeio ecológico,
dissertações, PowerPoint, dramatizações, tendo os objetivos previamente
definidos como habilidades e competências que ele quer que seus alunos
vivenciem. Observando sempre as necessidades de cada aluno e suas limitações.
Dentro desse aspecto, podemos observar, a importância de um trabalho
de inclusão, pois o professor deverá compor seu projeto de aula com atividades
que supram as necessidades de todos os alunos, levando em consideração as
adaptações necessárias para o seu desenvolvimento.
As práticas pedagógicas aplicadas da maneira correta, contribuirão não
apenas para o desenvolvimento dos alunos especiais, mas também para os
alunos ditos “normais”. Essas, práticas permitem todos os alunos a vivenciarem
experiências como; solidariedade, compreensão, companheirismo e valorização
ao semelhante, contribuindo assim para a formação de uma cidadania mais
consistente e justa.
Jamais pense em usar os jogos pedagógicos sem um rigoroso e cuidadoso
planejamento, marcando por etapas muito nítidas e que efetivamente
acompanhem o progresso dos alunos (ANTUNES, 2002, p.37).
35
Os jogos pedagógicos têm que ser planejados pelo professor
cuidadosamente, para saber o objetivo da aula. "Os jogos ou brinquedos
pedagógicos são desenvolvidos com a intenção explícita de provocar uma
aprendizagem significativa, estimular a construção de um novo conhecimento"
(ANTUNES, 2002, p.38). O professor deve preparar seus alunos para o momento
especial a ser propiciado pelo jogo e explicar a razão pela qual está adotando o
jogo naquele momento da aula.
Na língua portuguesa, podem ser utilizados jogos que explorem as
inteligências linguísticas, espaciais e pessoais. Aplicando o uso da linguagem
para facilitar a expressão, compreender textos escritos e orais, construir imagens
diversas com as palavras e transformar a linguagem em instrumento para a
aprendizagem. Já nas Ciências, "entender a natureza como um todo dinâmico e
como um conjunto complexo de seres e ambiente, incluindo o homem, e perceber
sua atuação como agente transformador da paisagem" (ANTUNES, 2002 p.44),
poder-se-ia estimular os educandos a realizarem experimentos, analisarem
situações e reações, incluindo o funcionamento e reações orgânicas e fisiológicas
durante o esforço e exercício, os períodos antirracionais, hormônios e sexualidade
poderiam ser facilmente trabalhados também.
As atividades que são elaboradas pelos professores de educação física
permitem uma total interação entre todos os alunos independente de suas
dificuldades.
O educador realiza adaptações para que o aluno especial possa interagir
durante as atividades, sejam estas brincadeiras, jogos, enfim, há uma
preocupação em elaborar meios para que esse aluno seja incluído nas dinâmicas
da aula e também para que ele se sinta incluído, despertando assim a vontade do
educando especial participar da atividade.
Todo o trabalho realizado, consequentemente, faz com que o aluno se
sinta bem naquele ambiente, no qual todos estão integrados. A ludicidade é uma
36
necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas
como diversão.
A convivência com o lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento
pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um
estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação,
expressão e construção do conhecimento.
O espaço lúdico colorido atrai a criança para o imaginário, no entanto
cabe ao professor e aos pais proporcionar jogos e brincadeiras que despertem
conhecimentos. Desse modo vemos a importância do jogo na vida da criança,
sendo o mesmo uma atividade construída socialmente e culturalmente. É uma
forma de a criança estar em contato com a cultura.
As atividades lúdicas são primeiramente muito atrativas, mas o aluno
especial tende a perder ao interesse por ela em algum momento, e é nesse
momento que o educador precisa realizar um trabalho de estimulação para
despertar o interesse do aluno e logo propor uma nova atividade para ele fazer
em um grupo menor. Ocorre uma preocupação para que haja uma interação entre
todos durante as brincadeiras ou jogos.
O professor trabalha na realização de vários jogos e brincadeiras com o
grupo de alunos, das quais o aluno especial também participa como exemplo do
queimado coletivo, no qual um aluno fica responsável de ajudá-lo a conduzir a
cadeira de rodas ou a própria professora, mostrando assim a interação e a
socialização que existe entre eles, no qual se apresenta mais visível durante as
aulas de educação física, já que esta aula que trabalha mais com o corpo, com o
movimento, no qual as atividades de brincar/jogar são desenvolvidas em grupo, e
os alunos gostam, se divertem e aprendem ao mesmo tempo.
As relações cognitivas e afetivas a partir da ludicidade, promovem o
amadurecimento emocional, o desenvolvimento da inteligência e da
37
sensibilidade da criança, garantindo assim que suas potencialidades e
afetividades se harmonizem.
Essas atividades incentivam com que eles se ajudem e proporciona à
socialização dos alunos no ambiente escolar, com isso o aluno está sendo
incluído de forma natural
Essa interação que ocorre durante a brincadeira ou o jogo, é
importantíssima para o desenvolvimento motor, afetivo, social do indivíduo, e que
logo contribui para essa inclusão do aluno que tem algum tipo de limitação.
Para que a interação ocorra através da brincadeira é importante estar em
um espaço no qual é desenvolvido o trabalho corporal, da brincadeira, do jogo
para que o educando especial também interaja com os demais, respeitando
sempre as suas limitações.
Sabe-se que trabalhar com classes heterogêneas que acolhem todas as
diferenças traz inúmeros benefícios ao desenvolvimento das crianças deficientes
e também as não deficientes, na medida em que estas têm a oportunidade de
vivenciar a importância do valor da troca e da cooperação nas interações
humanas.
As escolas, na maioria das vezes, permitem que as crianças brinquem
somente na hora do recreio, deixando-as livres sem qualquer orientação, às
vezes, não dando importância a esse ato tão significativo para os alunos. Em
geral, o brincar é visto apenas pelo aspecto corporal, como um momento de
diversão, em oposição ao trabalho escolar.
Sabemos também, que a inclusão do educando portador de necessidades
especiais acontece gradualmente em uma instituição de ensino.
38
De uma forma geral, a inclusão ocorre, sendo que o aspecto lúdico, pelo
que foi observado, acontece com mais intensidade durante as aulas de educação
física, porque nesse momento há um contato maior entre os alunos, não tem que
ser trabalhado conteúdos engessados, a professora pode apresentar atividades
variadas para trabalhar a coordenação motora, para desenvolver a parte afetiva,
social do aluno, enfim, durante o brincar/jogar a criança aprende direta ou
indiretamente, a respeitar o outro, aprende regras etc., segundo Chateau “é pelo
jogo, pelo brinquedo, que crescem a alma e a inteligência” da criança.
A aula de educação física tem sido um meio fundamental para o
desenvolvimento. Existem Parâmetros Curriculares Nacionais de educação física,
com uma proposta de “procurar democratizar, humanizar e diversificar a prática
pedagógica da área, buscando ampliar, de uma visão apenas biológica, para um
trabalho que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos
alunos”, por esse motivo essa aula possibilita mais a interação dos indivíduos no
ambiente educacional, contribuindo para a formação e inserção do aluno no meio
social.
Atualmente, a educação física não se limita apenas a parte da saúde do
indivíduo, mas tem uma visão mais abrangente a qual atinge toda uma cultura
corporal, pois, contempla múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos pela
sociedade a respeito do corpo e do movimento.
Ensinar a criança de uma maneira mais dinâmica é buscar cada vez mais
o seu interesse em querer aprender, os jogos e as brincadeiras são somente uma
maneira de ensino diferente do que a escola está acostumada a ver.
Por vários motivos, a formação lúdica possibilita ao educador conhecer-se
como pessoa, saber de suas possibilidades, desbloquear resistências e ter uma
visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do
jovem e do adulto (ALMEIDA, 2006).
39
Para obter essas características nas aulas, o professor poderá trabalhar o
ensino com o movimento, incluindo o aspecto lúdico, que não se caracteriza
apenas por jogos ou brincadeiras, mas sim um aprendizado.
O que introduz a ludicidade para a sala de aula seria o engajamento e
iniciativa do próprio agente pedagógico (o educador): a "atitude lúdica" do
educador e dos educandos, a forma de expressão e de comunicação utilizada nas
dinâmicas de aula. Porém, muitas escolas não aproveitam o lúdico como um
instrumento para facilitar o aprendizado da criança. Mas se a atividade lúdica for
criada com vista a estimular certos tipos de aprendizagem no desenvolvimento
infantil, irá permitir a ação intencional, a afetividade, a construção de
representações mentais, os aspectos lógicos e cognitivos, a manipulação de
objetos e o desenvolvimento de ações sensório-motoras e também as trocas nas
interações sociais, a qual ajudará no convívio com a sociedade e com outras
crianças.
O lúdico na escola é fundamental para promover atividades com jogos,
buscando um meio de aprendizagem prazeroso para a criança, ao mesmo tempo
em que facilita o trabalho do educador (o professor), pois, através dos jogos, pode
ser feita facilmente uma investigação do modo de pensar dos alunos, para ajudá-
los a compreender os conteúdos escolares e superar suas dificuldades.
A educação psicomotora deve ser considerada uma educação de base na
escola primária. Ela acondiciona todos os aprendizados pré-escolares levando a
criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço,
a dominar o seu tempo, adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e
movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde tenra idade;
conduzida com perseverança permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir
quando já estruturadas (LE BOUCH, 1986, p. 15).
A educação psicomotora de Le Boulch (1983) justifica sua ação
pedagógica colocando em evidência a prevenção das dificuldades pedagógicas,
dando importância a uma educação do corpo que busque um desenvolvimento
40
total da pessoa, tendo como principal papel na escola preparar seus educandos
para a vida.
Através da utilização de métodos pedagógicos renovados, busca-se
auxiliar a criança a se desenvolver da melhor maneira possível, contribuindo
dessa forma para uma boa formação da vida social dos educandos.
A educação psicomotora procura trabalhar a prevenção de problemas de
dificuldades escolares de várias origens, como: afetividade, leitura e escrita,
atenção, lateralidade e dominância lateral, matemática e funções cognitivas,
socialização e trabalho em grupo.
As brincadeiras quando aplicadas na Educação Infantil, de maneira lúdica e
integrada, acordado com os estudos, possibilitam que os indivíduos possam ter as
oportunidades de se desenvolverem em aspectos motores, sociais e cognitivos.
Com o decorrer do tempo essas brincadeiras permitem adquirir desde
habilidades básicas de movimento até as mais complexas, a interação e o
entendimento de regras e responsabilidade social, e também o amadurecimento
apropriado das capacidades intelectuais, sendo assim todas essas esferas da
vida do indivíduo são trabalhadas concomitantemente, portanto as brincadeiras
lúdicas apresentam uma efetividade psicomotora.
A psicomotricidade envolve características do desenvolvimento humano de
maneira completa e visando a educação integrada que trabalhe
concomitantemente aspectos cognitivos, inteligíveis, sociais, culturais e motores.
A ludicidade, a princípio, veio unida ao folclore lusitano abrangendo contos,
histórias, lendas e superstições, incluindo brincadeiras de rodas e outras
atividades próprias da cultura e do contexto em questão.
A origem da ludicidade nas escolas se deu graças à mescla das atividades
culturais. Como reflexo de um contexto cultural a ludicidade representa a essência
de uma sociedade em seu determinado momento histórico.
41
O lúdico tem fundamental importância na formação da psique humana,
possibilitando mecanismo de resoluções de problema, criatividade, melhor
administração da afetividade e outros.
Diante desta proposta educacional, a criatividade e a ludicidade são
mecanismos que possibilitam a integração das habilidades de cada indivíduo
permitindo que se desenvolvam fisicamente, cognitivamente e socialmente. Jogos
e atividades que envolvam capacidade motora, cognitiva e social, possibilitam a
livre expressão corporal e formação de vínculos afetivos, portanto oferecem um
leque de oportunidades de desenvolvimento humano como um todo.
A sociedade reconhece a sua importância e, ao mesmo tempo, restringe o
tempo e o espaço para a criança brincar, reduzindo a cultura infantil,
praticamente, ao consumo de bens culturais, produzidos para ela e não por ela.
A transformação do brinquedo em “mercadorias”, compromete a
manifestação de conteúdos culturais no modo de vida das crianças,
impossibilitando a imaginação de novas realidades e da integração da experiência
vivida.
A real proposta da ludicidade é permitir que o aluno aprenda os conteúdos
brincando e de fato construir seus próprios brinquedos com sucatas participam de
brincadeiras de rodas, ou em qualquer espaço social que envolva a ludicidade.
É brincando que a criança encontra resistência e descobre manobras
que a motiva a enfrentar o desafio de andar com as próprias pernas e pensar com
responsabilidade por seus atos. O que se quer de fato é aprender brincando!
Entre os conhecimentos que movimentam a sociedade, elencam-se como
fundamentais em todas as fases e principalmente na infância, as atividades
culturais de movimento com finalidades de lazer, expressão de sentimentos,
afetos e emoções, e com possibilidades de promoção, recuperação e manutenção
da saúde.
42
CONCLUSÃO
Toda criança necessita brincar. A hora da brincadeira é indispensável à
saúde física, emocional e intelectual da criança.
O brinquedo e os jogos infantis ocupam uma função importante no
desenvolvimento, pois são as principais atividades da criança durante a infância.
Com a criança deficiente intelectual não é diferente. Embora apresente
atrasos em seu desenvolvimento cognitivo e motor, também necessita de
atividades lúdicas no seu dia a dia.
Talvez até mais do que as outras crianças, por necessitar de muito mais
estímulos para desenvolver suas habilidades cognitivas, motoras e sensoriais. Os
jogos e brincadeiras para as crianças com deficiência intelectual constituem
atividades primárias que trazem grandes benefícios do ponto de vista físico,
intelectual e social.
É de fundamental importância a adequação escolar às necessidades do
seu público alvo, partindo do pressuposto que os profissionais desta área serão a
ponte que apoiará as crianças em suas angústias.
Caso uma criança venha se sentir excluída dentro de uma escola, ela
necessitará de profissionais preparados para ampará-la e para isso se faz
necessário uma equipe multidisciplinar que esteja estruturada para ajudá-la em
seu desenvolvimento tanto nas questões cognitivas, quanto nas questões sócio
afetivas.
43
Importante que o professor aceite e entenda as dificuldades e não apenas
rotule e deixe de lado essa criança. Respeitar suas necessidades levando em
conta seu processo ensino-aprendizagem.
Rotular uma criança, pode ser a mais cruel forma de se omitir, e justificar
nossa incapacidade e falta de compromisso ético e humanitário com a educação.
Uma criança com necessidades educacionais especiais pode voar tão alto
quanto lhe dermos asas.
44
BIBLIOGRAFIA
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Ciranda Cultural, 2008. – (Um olhar para a educação).
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biografia
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http://www.planetaeducacao.com.br
http://gestaoescolar.abril.com.br
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
46
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
O Lúdico na Educação Infantil 10
CAPÍTULO II
O Lúdico no desenvolvimento de Crianças Especiais 20
CAPÍTULO III
Como a Ludicidade otimiza o processo de inclusão
de Crianças Especiais 31
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44
WEBGRAFIA 45
ÍNDICE 46