DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL · 2018-05-16 · Em vista disso este trabalho...
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1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
IMPORTÂNCIA DO SETOR DE COMPRAS PARA O
ATUAL CENÁRIO COMPETITIVO EMPRESARIAL
Tatiana Gomes Ramos Abreu
ORIENTADOR:
Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Jorge Tadeu Vieira
Lourenço
Jorge Tadeu
Rio de Janeiro
2018
DOCUMENTO P
ROTEGID
O PELA
LEID
E DIR
EITO A
UTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM como
requisito parcial para obtenção do grau de especialista
em MBA em Gestão de Compras e Suprimentos.
Por: Tatiana Gomes Ramos Abreu
IMPORTÂNCIA DO SETOR DE COMPRAS PARA O
ATUAL CENÁRIO COMPETITIVO EMPRESARIAL
Rio de Janeiro
2018
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos professores pelos ensinamentos transmitidos.
Ao orientador Jorge Tadeu por compartilhar deste momento tão
importante que é a conclusão do curso.
Aos amigos e colegas que me incentivaram todos os dias e
ofereceram apoio nos momentos de dificuldades.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus por ser essencial em
minha vida.
Ao meu esposo Romano pela paciência, cumplicidade, apoio e todo
incentivo.
À minha filha Júlia que compartilhou de todos os momentos do meu
estudo e soube compreender a minha ausência.
Aos meus pais que me educaram e que sempre me apoiaram para
que eu nunca desistisse dos meus objetivos.
5
RESUMO
A área de compras pode ser definida como responsável em adquirir
os materiais e serviços que as empresas necessitam para executar suas
atividades. As funções relacionadas a compras envolvem uma série de fatores
como pesquisa ao mercado, negociação, avaliação de fornecedores, entre
outros. A gestão de compras é uma atividade de suma importância ao bom
gerenciamento das empresas, estando diretamente ligada à competitividade e
ao sucesso da organização. A aquisição dos suprimentos representa um fator
decisivo no que tange ao alcance dos objetivos estratégicos de uma empresa,
pois dependendo da forma como for administrada podem acarretar em redução
de custos e uma melhoria significativa nos lucros. Mediante as mudanças
ocorridas nas organizações com o passar do tempo, a função compras não
pode ser mais vista como uma atividade rotineira, realizadora de atividades
restritamente operacionais, e sim, como componente fundamente da logística
empresarial. Muito além de simplesmente realizar aquisição de produtos, o
setor de compras nos dias de hoje se integra aos demais setores da empresa,
influenciando e sendo influenciado no ambiente organizacional. Dessa forma, a
função compras e sua respectiva área vêm ganhando espaço e destaque
perante as organizações, uma vez que não adianta apenas comprar e sim,
comprar bem e da melhor maneira, buscando constantemente o maior número
de vantagens econômicas possível.
6
METODOLOGIA
Para o problema identificado neste projeto, o objetivo geral desta
pesquisa se refere à importância da implantação do setor indicado nas
empresas privadas, onde dados necessários para alcança-los foram extraídos
através de pesquisas bibliográficas, trabalhos científicos relacionados ao tema,
além de artigos atuais publicados na internet.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Papel de Compras na Organização 09
CAPÍTULO II
Compras como um Setor Estratégico 14
CAPÍTULO III
Indicadores de Desempenho para a Gestão de Compras 42
CONCLUSÃO 48
BIBLIOGRAFIA 51
ÍNDICE 55
8
INTRODUÇÃO
No cenário atual, muitas organizações privadas encontram
dificuldades de manter-se no mercado que é altamente competitivo,
principalmente as organizações que não atuam com o setor de compras.
Por conta da força da competividade do mercado atual a
implantação do setor de compras se torna eficiente, objetivando, demonstrando
e gerando resultados positivos para as organizações.
Em vista disso este trabalho apresenta a seguinte questão: Qual a
importância do setor de compras para o atual cenário competitivo empresarial?
O primeiro capítulo demonstra a importância do setor de compras
nas organizações abordando as atividades que envolvem a função de compras.
Discorre-se sobre o fluxo de uma solicitação de compras e suas principais
etapas, assim como os requisitos atribuídos aos fornecedores considerados
qualificados, sinalizando também a importância de uma gestão de compras
eficiente e eficaz nas linhas de comando das decisões das empresas.
O segundo capítulo trata sobre a função de compras e seus
principais tipos, bem como demonstrar a atuação dessa área através do
detalhamento das atividades exercidas em seu funcionamento, mediante ao
planejamento e a organização que possibilite serem bem executadas, mesmo
quando se deparam com situações de dificuldades, além de tornar evidente o
poder do comprador, seus comportamentos e a indispensável ética nas
negociações.
Para a conclusão da análise, o terceiro capítulo se refere aos
instrumentos essenciais para a gestão estratégica das organizações, onde são
utilizados indicadores capazes de mensurar o desempenho da área de
compras, onde salientam-se como principais indicadores: volume das compras,
economia das compras, prazo médio de pagamento, ciclo médio de
desembolso, pontualidade no atendimento as solicitações de compra, tempo
médio de permanência das solicitações, prazo solicitado, qualidade e a
quantidade, ressaltando também a importância da avaliação dos compradores
e fornecedores por parte do departamento de compras.
9
CAPÍTULO I
PAPEL DE COMPRAS NA ORGANIZAÇÃO
Durante as últimas duas décadas, a função de Compras tem sido
vista de forma diferente nas empresas. Segundo Humphreys (2001), a função
tem deixado de ser considerada uma atividade meramente tática e operacional,
para ser vista como uma fonte de grande contribuição estratégica para a
empresa.
1.1. Fundamentação teórica
A expressão compras dentro do contexto organizacional representa
uma unidade administrativa que atua no sentido de adquirir produtos e serviços
com preços acessíveis no momento certo e na qualidade adequada. Também é
oportuno ressaltar que o setor na atualidade vem desempenhando papel
estratégico nas organizações.
Dentre as atribuições do setor de compras estão a realização de
cotações e ordens de compra, as negociações com os fornecedores, o
recebimento e a comparação de propostas comerciais, entre outras.
Sendo assim, é fundamental que a área de compras seja composta
por profissionais qualificados, que estejam alinhados com a visão da estratégia
de sua empresa.
Para Dias (2004, p.259),
A função compras é um segmento essencial do
Departamento de Materiais ou Suprimentos, que tem por finalidade
suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las
quantitativamente e satisfazê-las no momento certo com as
quantidades corretas, verificar se recebeu efetivamente o que foi
comprado e providenciar armazenamento.
Suas atividades envolvem um conjunto de fatores os
quais são evidenciados por Garcia (2013): seleção de fornecedores,
10
qualificação dos serviços, determinação de prazos de vendas, previsão de
preços, serviços e mudanças na demanda, entre outros.
Geralmente, “o fluxo de uma solicitação de compra é composto por
seis etapas principais” (MCCORMACK, 2005, p.138). Vale ressaltar que essas
etapas não necessariamente se adequam a todos os tipos de organizações.
Nas etapas descritas a seguir no quadro 1, considera-se que a empresa utiliza
ferramentas de tecnologia da informação no processo de compras.
Quadro 1 – Fluxo de solicitação
Emissão da Solicitação: A solicitação de compra ou serviço pode
ser emitida por qualquer usuário do sistema. A emissão da solicitação é feita
através de um formulário contendo a descrição do item (ou serviço) e o tipo de
conta ao qual a solicitação se destina: despesa ou investimento.
Aprovação da Solicitação: A solicitação disponível para aprovação
é encaminhada para o Aprovador de Compras. A data da aprovação ou não
aprovação será preenchida automaticamente pelo sistema quando o
Aprovador pressionar o botão submeter do formulário.
Escolha do Comprador: A solicitação de compra deve ser
encaminhada para um comprador diferente, dependendo do tipo de item a ser
adquirido. Uma vez que o Gerenciador de Compras consulta sua worklist com
frequência (pois esta é a função primária), ele não é notificado da existência
de novas solicitações através de e-mail. No caso de não aprovação, por falta
de saldo, a solicitação é cancelada e o aprovador e o solicitante são
notificados.
Cotação de Fornecedores: Os compradores não serão notificados
por e-mail. A identificação dos fornecedores e o preço cotado serão
preenchidos em campos específicos no próprio formulário de solicitação pelo
comprador.
Negociação Final: Nesta etapa o comprador deverá informar o
preço final após a negociação com o fornecedor. O preço final deverá ser
preenchido no próprio formulário.
Transferência da Solicitação Aprovada para o sistema de ERP:
11
Ao final de cada dia as solicitações de compra com o estado Preço Final
Confirmado serão enviadas para o sistema ERP através de um agente
programado para rodar diariamente. A data da escolha será preenchida
automaticamente pelo sistema quando o Gerenciador de compras pressionar o
botão submeter do formulário.
Quadro 1 – Fluxo de Solicitação (extraída de MCCORMACK (2005,
p.138).
As etapas detalhadas anteriormente envolvem uma árdua e intensa
procura por um fornecedor capaz de atender a todos os requisitos solicitados.
Vários são os atributos do fornecedor que podem ser considerados em um
relacionamento típico, sendo eles: (i) entregar pontualmente; (ii) fornecer
qualidade consistente; (iii) oferecer preço bom; (iv) ter antecedentes estáveis;
(v) fornecer bom serviço; (vi) ser responsivo às necessidades do cliente; (vii)
cumprir o prometido; (viii) dar apoio técnico e; (ix) manter o comprador
informado sobre o andamento do pedido (DIAS, 2004).
Basicamente o processo de compra é evidenciado quando se
verifica a real necessidade de aquisição, ou seja, foi percebido que não existe o
item pretendido em estoque o que é comunicado internamente à organização
através de uma solicitação. É importante ressaltar que a solicitação de compra
é um documento que autoriza o gestor na unidade a operacionalizar o pedido.
O setor de compras é responsável por manter a empresa em pleno
funcionamento. Se falarmos da rotina de uma indústria, por exemplo, é preciso
considerar que a área será responsável por abastecer a linha de produção com
insumos, peças ou componentes que comporão o seu produto final.
No caso de empresas do setor de comércio, o setor influenciará,
inclusive, no seu processo de vendas. Isso porque ele é responsável por
abastecer o estoque de produtos que serão comercializados ou revendidos, se
o seu negócio for venda por atacado. Por isso, ao realizar os pedidos em
tempo hábil para os fornecedores e manter um estoque abastecido, a área de
compras contribuirá também para que a empresa não pare de lucrar.
Cabe ao setor de compras a responsabilidade de estabelecer e
manter o bom relacionamento com os fornecedores. Vale enfatizar que através
12
disso, o seu poder de barganha aumenta e, dessa forma, melhores preços são
garantidos nas negociações.
Esse relacionamento com os fornecedores é totalmente estratégico
para que a empresa consiga reduzir custos. Porém, para que seja feito de
forma efetiva, é preciso que a área registre todas as cotações solicitadas,
negociações estabelecidas, assim como todas as compras efetuadas.
Ao organizar todo o histórico de negociação, o setor de compras terá
argumentos que embasarão solicitações de desconto, por exemplo. Quando
várias compras já foram realizadas com determinado fornecedor ou quando o
volume mensal é grande, será mais fácil reduzir os valores nas próximas
compras.
Ao levantar fornecedores para realizar as compras, o setor executa
um trabalho de pesquisa de mercado. Neste momento é necessário não
considerar apenas o preço, mas a qualidade dos produtos ou serviços,
determinando o custo-benefício de cada negociação. O setor é responsável,
também, por estabelecer as condições e os termos das entregas, assim como
os prazos para execução dos serviços contratados. Sendo assim, a área de
compras é responsável por acompanhar o nível de comprometimento dos
fornecedores.
Ao registrar todo o ciclo de relacionamento com as empresas
parceiras, a área de compras inclui observações sobre o cumprimento ou não
de prazos, assim como a respeito da qualidade dos produtos adquiridos. Essas
informações serão cruciais para que o fornecedor adequado seja sempre
escolhido, evitando gastos inesperados com novas compras ou retrabalho.
1.2. Posicionamento de Compras em busca de competitividade
O conceito de competitividade discutido atualmente segue, em sua
maioria, a definição proposta por Michael Porter (2004, apud FAGUNDES et al,
2012, p.22), “a competitividade é a habilidade ou talento resultantes de
conhecimentos adquiridos, capazes de criar e sustentar um desempenho
superior ao desenvolvido pela concorrência”, o que é denominado como
vantagem competitiva.
13
De acordo com Benites; Valério (2004, apud FAGUNDES et al,
2012, p. 23), “a competitividade está relacionada ao poder de competição entre
empresas diante do mercado em que atuam e qual parte deste elas ocupam.”
Sendo assim, as empresas têm que estar sempre atentas e conhecer ao
máximo sua capacidade e melhorando a forma de desempenhar determinadas
funções em que possuem maiores dificuldades, conhecendo cada vez mais seu
campo de produção e sabendo qual é a sua força de competição. Essas
informações são extremamente importantes para as empresas que desejam
manter-se no mercado, uma vez que terão que fornecer constantemente um
produto/serviço melhor que o dos concorrentes, estando prontas para inventar,
reinventar ou melhorar algo em seus processos de forma ágil.
Para os autores citados, as organizações têm que estar sempre em
alerta e encontrar uma posição onde possa melhor se defender das forças
competitivas criadas pela concorrência, e esta só pode ser obtida através da
diminuição da vantagem competitiva do oponente. O importante para obter esta
vantagem é possuir a habilidade de trabalhar de uma ou mais maneiras que os
concorrentes não poderão acompanhar.
Nesse contexto, assim como as demais áreas da organização, os
gestores de compras devem se preocupar com essa atual realidade,
estabelecendo mudanças em sua forma de atuar, caso queira sair à frente de
seus concorrentes e satisfazer seu público-alvo.
1.2.1. Gestão de Compras
Segundo Monte Alto et al (2009) a área de compras, influenciada
cada vez mais pela competitividade, teve como uma de suas principais
modificações a passagem deste setor, antes restritamente operacional, para
atividade de gestão, nas linhas de comando das decisões das empresas,
passando a ser desempenhada mediante a uma Gestão de Compras.
De acordo com Robbins; Coulter (2009, apud MARQUES, 2012), a
gestão se refere ao ato de coordenar e supervisionar o trabalho das pessoas
com o objetivo de possibilitar que suas atividades sejam desempenhadas de
forma eficaz e eficiente. Em tempo, Maximiniano (2007) explica que a eficiência
14
diz respeito à forma e ao meio utilizados na realização de uma atividade,
tornando-se cada vez mais eficiente à medida em que são utilizados uma
menor quantidade de recursos (matérias-primas, pessoas, dinheiro e tempo)
em sua efetivação. Em se tratando de eficácia, esta mede o grau de satisfação
e o alcance dos objetivos, ou seja, uma tarefa se torna mais eficaz ao passo
que enfatiza os resultados obtidos.
Para Kay (2008, apud MARQUES, 2012), gestão é o processo de
tomada de decisão que estuda como administrar os recursos limitados no
sentido de utilizá-los de várias maneiras à otimização de determinados
objetivos.
Neste contexto, pode-se dizer que existem vários tipos de gestão:
Escolar, ambiental, agrícola, de projetos...e, dentre elas, encontramos a gestão
de compras que gerencia a melhor forma de adquirir os suprimentos
necessários à realização das atividades da empresa e representando cada vez
mais um papel fundamental para o bom gerenciamento e sucesso da
organização.
CAPÍTULO II
COMPRAS COMO UM SETOR ESTRATÉGICO
Nesta sessão, será conceituada a função compras e seus principais
tipos, bem como demonstrado a atuação dessa área, através do detalhamento
das atividades exercidas em seu funcionamento, mediante ao planejamento e a
organização que possibilite serem bem executas, mesmo quando se deparam
com situações de dificuldades.
2.1. Compras e sua função
O posicionamento atual da função aquisição é bem diferente do
modo tradicional como era tratada antigamente. Antes da Primeira Guerra
Mundial, tinha papel essencialmente burocrático. Depois, já na década de
1970, devido principalmente à crise do petróleo, a oferta de várias matérias-
15
primas começou a diminuir enquanto seus preços aumentavam
vertiginosamente. Nesse cenário, saber o que, quanto, quando e como comprar
começa a assumir condição de sobrevivência, e , assim, o departamento de
compras ganha mais visibilidade dentro da organização (MARTINS; ALT,
2006).
Para Bertaglia (2003), comprar é o conceito utilizado na indústria
com a finalidade de obter materiais, componentes, acessórios ou serviços. É o
processo de aquisição que também inclui a seleção dos fornecedores, os
contratos de negociação e as decisões que envolvem compras locais ou
centrais.
Segundo Pozo (2007), o setor de compras ou suprimentos, como
atualmente é denominado, tem responsabilidade preponderante nos resultados
de uma empresa em face de sua ação de suprir a organização com os recursos
materiais para seu perfeito desempenho e atender às necessidades do
mercado. Toda a atividade de uma empresa somente será possível se for
abastecida com informações e materiais. Para que ela possa movimentar-se
adequadamente e eficazmente é necessário que os materiais estejam
disponíveis no momento certo e com as especificações corretas, e o sistema
será contínuo, satisfazendo assim, o processo operacional.
Para Chiavenato (2005), o órgão de compras, que constitui o
elemento de ligação entre a empresa e o seu ambiente externo, é o
responsável pelo suprimento de insumos e materiais necessários ao
funcionamento do seu sistema produtivo. Na realidade, o órgão de compras é
um elemento de interface entre o sistema empresarial e o ambiente externo,
que lhe fornece as entradas e insumos. Nesse sentido, compras é a porta de
entrada da empresa para o ingresso dos materiais e insumos necessários ao
seu funcionamento cotidiano.
A aquisição compreende a elaboração e colocação de um pedido de
compra com um fornecedor já selecionado e a monitoração contínua desse
pedido a fim de evitar atrasos no processo. Contudo, a gestão de compras não
se limita ao ato de comprar e monitorar. É uma tarefa crucial para a
organização, seja de que tipo for: manufatura, distribuição, varejo ou atacado.
16
A visão moderna de compras está ligada ao sistema logístico
empresarial como atividades pares envolvidas em ações estreitamente
homogêneas, voltada para a finalidade comum da operação lucrativa e posição
competitiva no mercado. Compras é uma função administrativa, pois nos
diversos estágios de sua interação organizacional tornam-se decisões quanto a
quantidades, origem, custos e credibilidade do sistema de fornecimento, tanto
interno como externo, sempre voltada para os aspectos econômicos e
estruturais da organização (POZO, 2007).
O departamento de compras é uma das engrenagens essenciais
dentro de uma empresa, sendo responsável por mantê-la funcionando e evitar
a ocorrência de deficiências como demoras na entrega, produção ineficiente,
produtos de baixa qualidade e além de clientes insatisfeitos.
Compras tem uma função tão indispensável para uma empresa, que
interfere até mesmo na competitividade no mercado. Grande parte das vendas
externas, assim como a obtenção de lucros satisfatórios, é resultado de boas
compras. Sendo assim, é necessário adquirir materiais ao mais baixo custo,
mas sempre satisfazendo as exigências de qualidade.
A função de compras não está só na aquisição de materiais e
produtos ou na contratação de serviços, compreende também em:
Cadastrar fornecedores;
Coletar preços;
Definir quanto ao transporte do material;
Julgar propostas;
Constatar preço, prazo e qualidade do material;
Receber e armazenar a compra;
Suprir a empresa com um fluxo seguro para atender suas necessidades,
Assegurar a continuidade de suprimentos;
Administrar estoques;
Selecionar os melhores fornecedores do mercado;
Negociar de maneira eficaz.
Os profissionais da área de compras devem ter um entendimento
global de negócios e tecnologia. O comprador, hoje, em função da tecnologia, é
17
muito mais um analista de suprimentos e um negociador do que propriamente
um operador de transações que faz pedido e monitora-os.
2.1.1. A evolução do processo de compras e os benefícios obtidos
O papel de Compras modificou-se muito. Até a década de 70, as
áreas de compras estavam restritas a um papel operacional dentro das
organizações. A função básica de compras era: comprar materiais e serviços
externos para atender as necessidades dos usuários. Porém, com o passar do
tempo e o aumento do volume de transações, o departamento de compras
limitou-se a processar pedidos de compras. Grande número de fornecedores,
alto número de atividades que não agregavam valor e processos altamente
padronizados originaram um grande número de atividades burocráticas, que
impediram a existência de um pensamento estratégico sobre o negócio da
empresa (RIGGS; ROBBINS, 2001).
A partir da década de 80, sob a influência da filosofia japonesa Just
in time, muitas empresas norte-americanas e brasileiras, começaram a adotar a
compra em pequenos lotes. A partir da década de 90, a globalização, a
reengenharia de atividades, o aumento da competição e a pressão para
redução de custos, fizeram com que a atenção das empresas fosse desviada
para a área de Compras. “A partir de agora, irá existir um grande benefício das
relações entre as empresas e seus fornecedores. Esta oportunidade será fonte
de vantagem competitiva e não pode mais ser negligenciada” (DRUCKER apud
BAILY, 2000). Dentre os benefícios que contribuíram para o aumento da
importância da área de Compras a partir da década de 90, pode-se citar:
A reengenharia de processos – A reengenharia de
processos fez com que as abordagens interfuncionais superassem as
antigas visões funcionais dentro da organização. Esta abordagem fez com
que a área de Compras tivesse foco no processo interfuncional e não
apenas na função isolada de compras (BAILY et al. (2000).
18
O fracasso das técnicas tradicionais de reduções de custos
– As empresas mediante a competição global buscaram meios de reduzir
custos de mão de obra, processos e materiais. A área de compras tentou
reduzir custos através de árduas negociações com fornecedores e da
adoção de práticas de terceirização. O fracasso das práticas mais usadas
de redução de custos gerou a necessidade de obtenção de outras formas
de extração de valor da área de compras (WRIGHT apud MONCZA et
al.,1998).
O fracasso das relações adversárias com fornecedores – O
exemplo da relação de colaboração com fornecedores das indústrias
japonesas mostrou-se mais adequado para o contexto atual, do que a
tradicional abordagem de adversários. As áreas de compras começaram a
preocupar-se a entregar maior valor para o cliente final (LASERT, 1998).
Baily et al. (2000) acrescentam que o grande avanço da tecnologia fez com
que o conceito de compras fosse visto como um processo contínuo que
visava integrar os fornecedores aos processos da organização. Deste
modo, seria possível, adquirir vantagens competitivas oriundas de reduções
de custos, desenvolvimento tecnológico, melhoria da qualidade e redução
do tempo do ciclo de desenvolvimento dos produtos. Lasert (1998) afirma
que apesar da constatação da necessidade de transformação, as mudanças
ainda são lentas e o foco da área de compras ainda reside em processos
funcionais.
Conforme Baily (2000), a percepção de que a função compras não é
mais uma atividade rotineira de administração de “pedidos”, está mais
reconhecida. Neste novo cenário, a área de Compras passa a ter um papel pró-
ativo em contraste com o antigo papel reativo que desempenhava. Conforme
RIGGS; ROBBINS (2001), “É preciso repensar o processo de compras,
substituindo o sistema moroso e antiquado por um processo gerencial simples
que crie valor em cada compra”.
De acordo com Brites (2006), em resultado de sua crescente
importância nas organizações, a função de Compras tem sido alvo de
19
constantes alterações nos últimos anos. O desenvolvimento de parcerias com
fornecedores e a sistematização dos processos de negociação apresentam
ótimas oportunidades de melhoria, bem como a execução dos processos
operacionais e a formação dos profissionais de compras. A importância da
função de Compras continuará a intensificar-se, verificando-se um maior foco
em atividades que promovam o aumento da eficiência operacional e a redução
dos custos de compra, aumentando a contribuição para a criação de valor nas
organizações. É por esta razão que cada vez mais empresas promovem uma
maior colaboração, transparência e profissionalismo na relação com os clientes
internos, o desenvolvimento de relacionamentos ganha-ganha com
fornecedores, parcerias de longo-prazo e qualificação dos seus profissionais.
2.1.2. O poder do comprador
A organização precisa possuir uma estratégia corporativa para
sobreviver e crescer no mercado globalizado, cada um dos setores que
compõe a empresa também precisa ter claros seus objetivos para satisfazer a
estratégia empresarial. Neste interim, há de se salientar mais uma vez a função
de Compras como um setor de suma importância, pois é através deste setor
que entram todos os insumos e que é responsável por cerca de 80% das
receitas brutas (MARTINS et al: Ibid., p.81).
Os compradores são os responsáveis pelos gastos das
organizações, são eles que fecham os acordos de fornecimentos e que
negociam melhores preços. De acordo com Porter (Ibid., p.41), o poder do
comprador está diretamente ligado à sua situação no mercado e à importância
de suas compras em comparação com o seu negócio. De acordo com o
mesmo autor, um comprador é poderoso quando é possuidor das seguintes
circunstâncias:
a) Está concentrado ou adquire grandes volumes em relação às vendas do
vendedor: se o comprador é responsável pela aquisição de grandes
volumes;
b) Os itens que adquire para a organização representam uma fração
significativa de seus próprios custos: se o item negociado representa um
20
grande custo no montante de compras, o comprador terá a inclinação de
melhor negociar e barganhar melhores custos;
c) Os itens comprados são padronizados ou não diferenciados: para um
item padronizado há sempre vários fornecedores, isso aumenta o poder
de barganha do comprador;
d) Poucos custos de mudança: custos de mudança prendem o comprador a
certo vendedor, inversamente proporcional será se o vendedor se
confrontar com os custos de mudança;
e) Obtém lucros baixos: compradores altamente rentáveis são os que
enxergam ao longo prazo no sentido de preservar a saúde de seus
fornecedores, por isso são menos sensíveis ao preço (isso quando não
representam uma grande proporção nas suas compras);
f) São uma ameaça concreta de integração para trás: isso ocorre quando a
organização enquanto indústria fabrica parte de suas necessidades e
compra o restante de fornecedores externos. Com isso, os compradores
assumem um conhecimento detalhado sobre o custo (uma vez que sua
empresa fabrica), o que auxilia muito na negociação;
g) O item não é importante para a qualidade dos produtos ou serviços da
organização do comprador: se a qualidade do produto final do
comprador é muito afetada pela qualidade do item, o comprador tende a
ser menos sensível ao preço uma vez que se trata de um item que irá
interferir diretamente no resultado final de seu produto;
h) Possuir total informação: se o comprador possuir total informação sobre
a demanda, preços reais de mercado, e até mesmo sobre os custos de
seus fornecedores isto lhe confere uma vantagem na negociação do que
a desinformação, pois lhe mune argumentos para negociar.
O Setor de Compras precisa ter claro e definido suas forças e
limitações para poder agir estrategicamente no mercado, trazendo maior
competitividade através de melhores compras e conquistando maiores retornos
através de baixos custos a organização.
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2.1.3. Tipos de Compras
Segundo Viana (2010), a compra pode ter dois trâmites: Normal ou
em caráter emergencial; e, considerando as particularidades que envolvem a
atividade comprar, pode-se acrescentar os tipos de compras locais e compras
por importação:
Compras normais: Procedimento realizado quando há um
planejamento da área solicitante, possibilitando um prazo compatível
entre a geração da solicitação de compra e a aquisição/contratação
propriamente dita. É a modalidade mais vantajosa, uma vez que permite
ao comprador obter as melhores condições comerciais e técnicas ideais
para a empresa na aquisição de materiais, por meio de todas as etapas
demonstradas no fluxo básico de compras, devido ao tempo hábil
proporcionado.
Compras emergenciais: Acontece quando há falha na elaboração do
planejamento da área solicitante ou no atendimento de necessidade
oriunda de problemas operacionais da própria área de compras. Mais à
frente deste trabalho acadêmico, esta modalidade de compra será maior
detalhada, demonstrando como a mesma representa uma grande
dificuldade para o com funcionamento dos procedimentos de compra.
Compras locais: São as compras realizadas com fornecedores
nacionais, dentro do próprio país no qual a empresa está inserida.
Compras por importação: Compras realizadas com fornecedores do
exterior, nas quais o comprador envolvido deve dominar a legislação
pertinente, tanto do país importador, quanto do exportador. As
importações podem ser realizadas de forma direta, onde não possui
distribuidoras instaladas no país exportador, e indireta, onde a
terceirização da importação ocorre através das distribuidoras.
22
2.2. Fases do processo de Compra
Segundo Dias; Costa (2012), as atividades realizadas na obtenção
de bens e serviços não podem ser executadas de forma subjetiva, ou seja,
através da interpretação de cada profissional que compõe a área de compras.
Na opinião desses autores, esses procedimentos devem ser estruturados de
forma uniforme e padrão, obedecendo a uma sequência lógica ideal que
possibilite agilidade das aquisições, sem comprometer a garantia de segurança
e integridade dos processos.
Ainda na visão dos autores, a ordem dos procedimentos adotados
desde o instante em que são detectadas as necessidades de aquisição, até o
atendimento das mesmas, são:
Elaboração de Solicitação de Compras: De acordo com Dias; Costa
(2012), as áreas que compõem a organização, inclusive compras, percebem a
necessidade de algum material ou serviço e precisam comunicar o setor de
compras para as providências cabíveis. Em termos de produto, a área de
compras só terá algum posicionamento no caso deste não estar disponível no
estoque.
Na opinião de Monte Alto et al (2009), essa linha de comunicação é
realizada através da elaboração de um documento conhecido como
solicitação de compras. Para este autor, através deste documento, as áreas
que precisam dos suprimentos, denominados como solicitantes, esclarecem
todos os detalhes necessários à efetuação de uma boa compra,
especificando informações como descrição, quantidade, embalagem, cor,
tamanho, espessura, garantia, entre outros, nas quais devem ser
minuciosamente checadas e bem compreendidas pelo comprador, a fim de
evitar interrupções, enganos, devoluções que ocasionam: Não atendimento
do prazo solicitado; entrega de materiais com especificações diferentes das
requisitadas; aumento dos custos de transportes, estocagem e aquisição;
problemas de relacionamento com o fornecedor, principalmente, com
relação ao recolhimento de impostos, faturamento e devolução de
mercadoria, entre outros.
23
Pesquisa ao mercado e cotação: Segundo Dias; Costa (2012), após
analisadas todas as informações pertinentes às necessidades de aquisição,
inicia-se a etapa de pesquisa ao mercado sobre as condições gerais de
fornecimento.
Segundo Monte Alto (et al, 2009), nesta fase são procuradas nos cadastros
disponíveis da empresa os fornecedores aptos ao atendimento dessas
necessidades.
Consideramos fornecedor toda e qualquer firma fornecedora de material ou serviço, independentemente de sua condição de fabricante, distribuidor, varejista, representante comercial ou prestador de serviços
de qualquer natureza, incluindo o profissional autônomo. Fornecedor é qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira que desenvolva atividades de produção, montagem,
criação, construção, transformação, importação, exportação distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. ( MONTE ALTO, 2009, p. 77)
Logo, os fornecedores são responsáveis por ofertar/abastecer as
empresas com os materiais requisitados por elas para atender suas
necessidades e garantir seu funcionamento.
De acordo com Viana (2010), para que os fornecedores sejam bem
selecionados, deve-se buscar auxílio através do cadastro de fornecedores, no
qual qualificam avaliam o desempenho das fontes de suprimentos,
acompanham a evolução do mercado, subdia as informações e tarefas do
comprador, efetuam dados cadastrais e até mesmo pontuam cada fornecedor
no exercício de suas atividades com méritos e deméritos, obtidos por meio da
análise de sua atuação durante as fases de pesquisa ao mercado e do
fornecimento propriamente dito. Sendo assim, o cadastro de fornecedores
possibilita a orientação da área de compras no sentido de saber de quem
comprar.
Após a ocorrência da seleção dos fornecedores adequados, são
elaboradas a solicitação de propostas aos fornecedores, conhecida como
cotação. Segundo Monte Alto et al (2009), cotação é o termo utilizado para
designar o convite que a área de compras realiza aos fornecedores
selecionados, de forma verbal, escrita ou eletrônica, para participarem da
24
competição de fornecimento de produtos e serviços, nos quais deverão
apresentar suas propostas com as informações de preços, prazos, condições
de pagamento, etc.
Efetivação da aquisição ou contratação: Segundo Dias; Costa (2012),
em posse das propostas, a área de compra decide, dentre elas, qual
atendeu da melhor forma às exigências de fornecimento.
Na opinião de Monte Alto et al (2009), esta fase é a mais crítica de
todas pois envolvem atividades complexas, tais como análise, comparação,
cálculos, equalização, julgamento e escolha, exigindo uma consolidação de
todas as informações transmitidas pelos fornecedores em um documento
denominado mapa de cotação ou quadro comparativo de propostas, no qual
permite uma análise mais refinada e evita o surgimento de equívocos
provenientes de algum dado que não foi considerado.
Decidido qual será o fornecedor selecionado, o setor de compras
emite uma documentação designada pedido de compras, que é “uma instrução
sobre a aquisição de um bem ou a prestação de um serviço. Em princípio, não
é o mesmo que um contrato, que em seu contexto, é um acordo comercial para
o suprimento de bens ou serviços por determinado preço. Os contratos estão
sujeitos a normas legais e a condições especiais entre as partes.” (BAILY et al,
2009, p. 384)
Assim, pode-se entender que pedido de compra é um documento
utilizado para oficializar junto aos fornecedores as aquisições de produtos ou
serviços, com o objetivo de serem cumpridas todas as informações acordadas
na fase de negociação, tais como especificações, quantidade, qualidade, prazo
de entrega, etc.
Segundo Baily et al (2009), o pedido de compras é emitido em várias
vias que podem ser destinadas ao fornecedor, à área financeira, de compras,
ao estoque e ao solicitante. Ainda segundo este autor, algumas empresas
enviam duas vias ao fornecedor: uma para ficar com ele e outra para ser
assinada e devolvida com uma espécie de “de acordo”, ou seja, mostrando que
o pedido foi recebido e aceito de acordo com as informações detalhadas.
25
Realização de Follow-up ou diligenciamento: Segundo Viana
(2010), a realidade do mercado, em que muitos fornecedores não obedecem
ao prazo contratado para colocar os materiais à disposição da empresa
compradora, obriga a área de compras a garantir que os fornecedores
cumpram tudo o que foi determinado nas cláusulas contratuais à partir da
implantação do diligenciamento ou Follow-up, que acompanha a efetivação da
entrega dos materiais e fornecimento dos serviços, atentando para o prazo
acordado, documentando e fiscalizando os pedidos de compra pendentes.
Follow-up é uma expressão em inglês que significa acompanhar e,
de acordo com Dias; Costa (2012), sem a existência desse acompanhamento
uma quantidade incalculável de suprimentos teriam sua entrega atrasada ou
nem seriam entregues, uma vez que a concretização de um follow-up bem
estruturado pressiona fortemente os fornecedores a cumprir o estabelecido,
podendo ser realizado pelo próprio comprador, outro funcionário da área de
compras ou até mesmo por uma área distinta (como área de recebimento de
materiais) através de várias formas:
o Acompanhamento presencial ao local de fabricação:
Enquadra-se em casos mais importantes, cuja entrega não pode
ser realizada de forma alguma em data diferente da estipulada.
Sendo assim, uma visita diretamente ao local de fabricação
permite que pessoa incumbida de realizar o follow-up detecte
falhas na produção e constate se o prazo será ou não cumprido,
colhendo essas informações e transmitindo aos profissionais de
compras sobre o que fazer para suprir a necessidade dos
materiais.
o Telefone: Utilizado para acompanhar de forma mais rápidas as
entregas e detectar falhas com relação aos prazos da mesma,
uma vez que, algumas empresas fornecedoras apresentam várias
pessoas posicionam sobre a entrega do material encomendado
de formas distintas, transmitindo uma imagem de informações
contraditórias.
26
o Correspondências: Posicionamento de entrega solicitado
através de e-mail, fax, carta, etc. Utilizado para ter como prova
escrita sobre a notificação ao fornecedor, principalmente em
casos nos quais as informações passadas estão contraditórias,
sendo ideal encaminhar a correspondência ao alto gerenciamento
da empresa fornecedora, que, em muitos casos, desconhecem
determinadas atitudes de seus subordinados.
Fornecimento, inspeção e entrega aos solicitantes: Dias; Costa
(2012) cita que depois de verificado corretamente o cumprimento do prazo
de entrega, o material é encaminhado pelo fornecedor e é realizada sua
inspeção, verificando se o mesmo está atendendo ao especificado nas
condições contratuais. Uma vez aprovado o fornecimento, o material é
entregue ao solicitante para atendimento às necessidades comunicadas no
início do processo, através da solicitação de compra.
Pagamento ao fornecedor: De acordo com Dias; Costa (2012), o fluxo
de compras só estará finalizado no momento em que o valor estabelecido
no pedido de compra for liquidado conforme prazo de pagamento
negociado.
2.2.1. Compras Centralizadas X Descentralizadas
Conforme Bertaglia (2003) existem algumas características de
compras que são usadas pelas empresas com a finalidade de se obter
vantagens no processo. Com compras centralizadas, as empresas podem
obter melhores preços e serviços em função do maior volume praticado com
fornecedores, recebendo atenção especial por parte deles. Os valores de
transporte também podem ser reduzidos em função do volume de compra.
As compras descentralizadas, por sua vez, podem oferecer uma
velocidade maior de atendimento se praticadas localmente, influenciando ainda
mais o custo de transporte.
27
Algumas organizações optam por utilizar os dois conceitos,
comprando itens mais estratégicos e de maior volume de forma centralizada,
enquanto compram os de menor quantidade localmente.
Estudos de viabilidade econômica devem ser conduzidos levando-se
em conta variáveis como preços, disponibilidade local e global, disponibilidade
e modo de transporte, volume e frequência de compras e lote econômico.
2.3. Ética nas negociações
Ao tratarmos de negociação, certamente é importante abordarmos o
aspecto ético nas negociações. Existem diversos tratados filosóficos que
abordam o conceito de ética e cada um desses conceitos é direcionado para
uma área do conhecimento humano ou época da vida do ser humano.
Basicamente, o estudo da ética advém do estudo da moralidade humana. Isso
quer dizer que ética está diretamente ligado ao estudo do que é certo e ao que
é errado – sendo que os conceitos de certo e errado igualmente devem ser
apresentados.
A ética também está ligada aos conceitos filosóficos de bem e mal.
Dada a dificuldade de definição mais ampla, poderemos adotar aqui o conceito
de ética como “um código de princípios e valores morais que governam o
comportamento de um pessoa ou grupo, com respeito ao que é certo ou
errado” (ANDRADE, ALYRIO; MACEDO, 2007, p.10).
Quando analisamos a ética no contexto das organizações, mostra-se
importante notar que esse tema visa avaliar o quanto um determinado
comportamento aproxima-se ou afasta-se de um comportamento tido como
ideal.
Dessa maneira a observância da ética nas empresas está
diretamente ligada à tomada de decisões nessa organização.
28
Andrade, Alyrio; Macedo (2007, p.18) relacionam tipos de
comportamentos éticos e legais e chegam à seguinte conclusão:
1. Há comportamentos que não sejam nem éticos e nem legais;
2. Há comportamentos que são éticos, mas não legais;
3. Há comportamentos considerados legais, mas não éticos; e
4. Há comportamentos legais e éticos, segundo padrões estabelecidos.
Em forma matricial pode ser assim representada:
Quadro 2 – Forma Matricial (extraída de ANDRADE, ALYRIO;
MACEDO 2007, p.18).
Esses comportamentos podem ser assim descritos em forma de
exemplo:
Há comportamentos que não sejam nem éticos e nem legais
A propina. Quando alguém oferece dinheiro ou vantagens indevidas
para que ela própria possa obter um benefício, estará cometendo um ato não
ético e ilegal. É importante observar que não há corrupção sem corruptor.
Há comportamentos que são éticos, mas não legais
O recall promovido por montadoras de automóveis pode ser um bom
exemplo. Se uma determinada montadora lançar um modelo de automóvel com
defeito que imagine ser “aceitável” e que posteriormente, através de testes
29
mais demorados, julgue que esse defeito pode causar prejuízos de maior
monta, inicialmente poderemos observar que a montadora ágil com ética ao
convocar seus clientes para a realização do conserto. Contudo, se essa
mesma montadora não divulgar a necessidade do reparo mas, a partir da
solicitação do cliente, fizer a manutenção sem custo, essa montadora estará
implicitamente admitindo seu erro e estará sujeita às penas legais que lhe
sejam imputadas. Nesses casos, é possível que a empresa que lançou o
produto com defeito faça acordos que permitam que sua imagem seja
preservada, impedindo, com isso, uma exposição negativa por muito tempo.
Há comportamentos considerados legais, mas não éticos
É sabido que várias empresas dão presentes a colaboradores em
uma organização em busca de favorecimento. Esses presentes podem não ser
ilegais, mas se o objetivo for o favorecimento de quem deu o presente, esse
comportamento pode ser visto como ético? Temos exemplos de diversas
categorias profissionais que ganham viagens técnicas realizadas paralelamente
com grandes programas de entretenimento, patrocinadas por empresas ou por
entidades de classe que, provavelmente, buscariam um favorecimento em
troca da aceitação desses presentes.
Há comportamentos legais e éticos, segundo padrões
estabelecidos
É a situação ideal. Cada vez mais empresas buscam estabelecer,
praticar e divulgar seus respectivos códigos de ética e cartas de princípios, de
forma a orientar seus colaboradores e a sociedade sobre os preceitos que
escolheram seguir.
Uma vez que o aspecto ético já tenha sido suficientemente discutido,
devemos agora relacionar esse assunto com a prática da negociação. É, nesse
momento, importante observar que toda negociação tem regras e que a
30
postura de um negociador perante a utilização da ética, refletirá nas decisões
adotadas pela outra parte.
Mello (2005, p.30) identifica três tipos de postura básica em
negociações:
a) A postura do jogador – negociadores que adotam essa postura
consideram que a negociação, principalmente quando envolve aspectos
comerciais e financeiros, é um jogo com suas regras próprias sem nenhuma
relação com as regras sociais. No entanto, tudo tem um limite: como num jogo
de cartas, é permitido blefar e enganar mas não é permitido quebrar as regras
do jogo. Isso significa dizer que todos devem conhecer as regras do jogo – o
que nem sempre é verdadeiro; é difícil determinar onde termina o blefe e
começa a fraude; quase nunca leva a resultados satisfatórios para as partes
envolvidas e os negociadores podem sair com as reputações prejudicadas.
b) Postura idealista – considera que a negociação é um aspecto da
vida social. Logo, se socialmente é errado blefar e enganar, igualmente é
incorreta a utilização desses artifícios na negociação. Contudo, esse tipo de
postura pode levar a problemas se o outro negociador tiver o comportamento
de jogador. Da mesma forma, seus padrões éticos elevados podem impedir
que se chegue a um acordo, ainda mais se o negociador estiver defendendo a
posição de uma parte com comportamento não-ético.
c) Postura pragmatista – é uma postura intermediária entre as
duas anteriores. Considera que às vezes é importante o blefe e a dissimulação,
mas também preza o comportamento ético nas negociações. Negociadores
com essa postura são tidos como mais prudentes e os estudiosos consideram
que essa postura reúne as vantagens das outras duas posturas anteriores.
Segundo Alencastro (2012), a ética nos negócios não era adotada,
sendo justificada pelos empresários através do fato da concorrência ser pesada
31
e desleal, e, assim, validando qualquer procedimento para sobreviver nesse
cenário.
Porém, ainda segundo este autor, a situação de “lei da selva” vem
se modificando, principalmente após as constantes mudanças no mundo
empresarial, à partir da década de 1980, e com as fortes pressões que a
sociedade vem exercendo perante as empresas consideradas antiéticas,
obrigando as organizações a cumprir com seus compromissos e a agir de
forma honesta com todos os envolvidos e elas, tanto no ambiente interno
quanto no externo.
Ética é um conhecimento científico que se estuda no
campo das Ciências Sociais. São normas e princípios que orientam a
boa conduta humana, tornando-se perceptíveis os fatos morais, que
dizem respeito ao certo ou ao errado. Sendo que uma comunidade
opta pelos padrões morais que lhes convém, isto quer dizer que
fatos morais são relativos ao tempo e ao espaço, portanto são
mutáveis. (SROUR, 2008, apud FONTANA, 2014).
Baseado no exposto pelo autor, ética é um conjunto de princípios e
valores que orientam a conduta humana na sociedade. Nesse contexto, Stukart
(2003) explica que em razão da área de compras lidar com um grande
montante de dinheiro, os profissionais que dela fazem parte passam a obter
grande consideração por parte dos fornecedores devido ao poder decisório da
área de compras sobre futuros negócios, levando os funcionários de outras
áreas da empresa a indagar sobre a presença de “algo a mais” na relação
entre compradores e os responsáveis pelas fontes de fornecimento, uma vez
que, em alguns casos, as partes ficam bem próximas em função da
necessidade natural de contato entre elas. Sendo assim, ainda segundo este
autor, o negociador deve se antecipar aos comentários, obedecer ao código de
ética de sua empresa, e atentar para seus hábitos de conduta e não se deixar
influenciar por situações alheias ao próprio negócio, utilizando-as em benefício
próprio. Segundo Moura (2008), o código de ética na empresa não deve
32
apenas existir, e sim, ser colocado em prática e sempre que necessário ser
repassado e revisado aos funcionários.
Apesar de cada empresa possuir seu próprio código de ética, nos
Estados Unidos, o Institute for Supply Mannagement (2012) publicou os
Princípios e padrões de conduta ética no gerenciamento de suprimentos:
Improbidade: Evite práticas que possam transmitir uma imagem de
conduta antiética nos relacionamentos, ações e comunicações.
Conflitos de interesses: Certifique-se de suas ações não interfiram nos
objetivos de seu empregador, obedecendo a suas instruções, utilizando
corretamente a autoridade que ele lhe entregou e demonstrando inteira
lealdade.
Influência: Evite comportamentos ou ações que podem influenciar
negativamente as decisões de gestão de suprimentos ao criar conflitos
entre seus interesses pessoais e do empregador.
Relacionamento negociador e fornecedor: Promova relacionamentos
positivos com os fornecedores, devendo recusar deles subornos (aceitar
dinheiro, empréstimos ou descontos preferenciais), bem como
presentes, diversões, favores ou serviços capazes de influenciar suas
decisões.
Informações confidenciais e proprietárias: Mantenha o sigilo das
informações confidenciais e proprietárias com o devido cuidado, levando
em conta as normas éticas e legais, assim como as regulamentações
governamentais.
Reciprocidade: Evite acordos recíprocos impróprios, transmitindo
harmonia nos relacionamentos com os fornecedores, através da
formalidade, cortesia e imparcialidade.
33
Leis, regulamentos e acordos comerciais. Conheça e obedeça as
leis, regulamentos e acordos comerciais nacional e internacional
aplicáveis ao gerenciamento de suprimentos, seguindo os costumes e
políticas da sua organização, além dos princípios padrões de condutas
éticas.
Competência Profissional. Desenvolva habilidades e amplie
conhecimentos que demonstrem e mantenham sua competência
profissional, ajudando a elevar a valorização do profissional de
suprimentos.
Sustentabilidade e Responsabilidade Social: Segundo Mitsutani
(2014), a sociedade vem aumentando sua consciência em relação a
aspectos de responsabilidade social e sustentabilidade, pressionando
cada vez mais as empresas quanto à origem dos produtos e serviços
fornecidos e denunciando casos em que consideram desrespeitosos à
humanidade e ao meio ambiente. Assim, o ideal é que se adote práticas
de sustentabilidade e responsabilidade social na gestão de suprimentos,
realizando a concepção de produtos e serviços que não comprometam a
capacidade do planeta em atender às futuras gerações.
Dessa forma, compradores profissionais que sabem administrar uma
negociação de forma ética e transparente, sem se deixar influenciar por
qualquer tipo de suborno, merece ter o seu valor reconhecido tanto pela
empresa como também pela sociedade, uma vez que ser honesto é acima de
tudo uma obrigação.
2.4. Principais problemas da área de Compras
Segundo Dias; Costa (2012), a área de compras encontra
dificuldades que podem afetar o funcionamento de suas atividades do dia-a-
dia, nas quais não podem ser eliminadas em sua totalidade e sim, minimizadas,
tendo como procedimento inicial a correta identificação desses problemas para
34
depois implantar as respectivas medidas de redução. Para estes autores, os
principais problemas ocorridos, bem como as possíveis soluções, são:
2.4.1. Compras emergenciais
Conforme exposto no início deste trabalho acadêmico, compras
emergenciais ocorrem devido a falta de planejamento das áreas solicitantes ou
por problemas operacionais da própria área de compras, impactando
diretamente no trabalho dos compradores, que passam a não possuir tempo
hábil para pesquisar e negociar da melhor maneira, ocasionando aquisições
mais caras ou até mesmo a probabilidade do material requisitado não ser
encontrado.
Compras em caráter de emergência sempre irão ocorrer, uma vez
que não existe a possibilidade de manter em estoque todos os suprimentos
necessários ao funcionamento da organização, sendo necessário, então,
elaborar estratégias que possibilitem trabalhar com o menor número possível
deste tipo de compra.
É recomendado as seguintes ações:
Controle de compras emergenciais: A partir da atividade
de controle, o setor de compras passa a conhecer quais as aquisições
solicitadas, quem e como solicitou, entre outras informações que
permitam identificar quais os departamentos solicitam com maior
frequência compras emergenciais, objetivando iniciar os procedimentos
de redução das mesmas.
Comunicação com os responsáveis: Após identificados
os principais focos de compras urgentes, estas áreas deverão ser
informadas e conscientizadas, uma vez que muitas delas simplesmente
desconhecem as condições básicas de funcionamento do trabalho, tais
como: o tempo necessário para finalizar as tarefas ou dificuldades para
realizar determinadas compras”.
35
Sendo assim, o ideal é explicar às áreas responsáveis os
pontos negativos que esta prática gera à organização, principalmente no
que tange aos preços onerosos das mercadorias adquiridas, oriundos do
curto prazo para a negociação. Além disso, é importante manter um
canal de comunicação permanente com os solicitantes, reforçando de
tempo em tempo essas informações para que não caia em
esquecimento e tudo ocorra novamente, bem como informa-lo sobre a
situação de sua requisição, evitando expectativas por parte deles e
gerando confiança perante todo público interno, uma vez que falta de
confiança é uma das principais causas de solicitações emergenciais.
Ainda segundo esses autores, muitas organizações já possuem sua
área de compras operando com sistemas que possibilitam ao próprio
solicitante acompanhar a situação de suas requisições, como por
exemplo, o sistema ERP, abordado no decorrer deste trabalho
acadêmico.
Estabelecimento de prioridades de atendimento: Boa
parte das solicitações caracterizadas pelos solicitantes como
emergenciais, nem são tão urgentes assim, porém o desejo de
prioridade perante as demais áreas os impulsionam a agir dessa forma,
utilizando até mesmo o nome de seus gestores para pressionar o setor
de compras a realizar a aquisição de forma ágil.
Os compradores devem ter a capacidade de compreender a
importância das compras ao invés da importância (cargo) das pessoas
que estão solicitando os materiais, estabelecendo uma espécie de
hierarquia das prioridades a serem atendidas, podendo ser priorizadas
por quantitativo presente em uma solicitação, ou seja, ao invés de
atendê-la em sua totalidade, verificar qual quantidade necessita ser
atendida em emergência e qual poderá ser adquirida via compra normal.
Comparação entre a quantidade de requisições e o
contingente de pessoal: Os gestores de compras precisam avaliar
constantemente se a quantidade de compradores existente está sendo
36
suficiente para atender o volume de solicitações enviadas, bem como
treina-los para estarem devidamente preparados à execução de suas
funções, evitando erros operacionais que geram compras urgentes e
proporcionando um possível crescimento do nível deste departamento.
2.4.2. Especificações incorretas
Para que a aquisição seja realizada de forma correta, ou seja,
atendendo exatamente o desejado, o solicitante deve descrever
por completo o material, utilizar as unidades de medidas corretas,
etc. Especificações duvidosas tendem a provocar atrasos na
conclusão da aquisição, além de ensejar a encomenda do
material diferente do desejado.
Nessa hipótese, a reparação do erro é bastante trabalhosa, e a
tarefa certamente ficará a cargo da área de compras, fazendo
com que o comprador perca boa parte do tempo do seu trabalho
esclarecendo o que realmente o requisitante quer ou, em outros
casos, esta falha só é identificada pelo fornecedor quando a área
de compras envia a solicitação de proposta, transmitindo uma
imagem deficiente da empresa.
É recomendado as seguintes ações:
Como solução, de imediato, deve-se devolver o expediente para
correção dos solicitantes e, a longo prazo, agir da mesma forma
que são tratadas as compras emergenciais: Atuar diretamente
sobre o foco das falhas, informando e conscientizando sobre os
impactos desses erros.
2.4.3. Mau desempenho dos fornecedores
As falhas dos fornecedores são um dos maiores problemas
enfrentados pela área de compras, deixando os compradores em
37
uma situação muito difícil com a alta direção e áreas solicitantes,
no sentido de explicar o real motivo do material não ter sido
entregue ou ser de uma qualidade inferior a solicitada, por
exemplo.
É recomendado as seguintes ações:
Conforme vem sendo desenvolvido neste presente trabalho
acadêmico, uma área de cadastro de fornecedores bem
estruturada é de suma importância para a orientação da área de
compras em negociar com fornecedores corretos no mercado,
reduzindo as falhas provenientes deles.
2.4.4. Desvios de funções entre área de compras e demais
áreas
Outras áreas não devem interferir nas atividades do setor de
compras como, por exemplo, encomendar uma mercadoria por
conta própria com o primeiro fornecedor que encontra e depois
enviar a Nota Fiscal para ser regularizada pelo departamento de
compras, através da emissão de pedido. Da mesma forma, o
setor de compras também não deve absorver funções que não
sejam de sua responsabilidade, como conferir Nota Fiscal e
inspecionar materiais, perdendo um valioso tempo em que
poderia estar negociando alguma condição de compra que
geraria uma grande economia à empresa.
É recomendado as seguintes ações:
Minimizar o quanto for possível o desvio de funções entre as
áreas de compras e demais áreas, delimitando as atividades
pertinentes a cada departamento.
38
2.5. Planejamento e Organização de Compras
Segundo Viana (2010), o planejamento e a organização estão
interligados, uma vez que o planejamento visa à organização do trabalho,
procurando sempre a utilização racional da melhor técnica, qualidade, bem
como economia, associada à aplicação de mão-de-obra, equipamentos e
materiais de construção, assegurando um melhor desempenho da empresa.
2.5.1. Planejamento
Segundo Monte Alto (et al, 2009) seja qual for a posição das compras na
hierarquia organizacional, o planejamento ou ausência dele impacta
diretamente na lucratividade da empresa, de forma negativa ou positiva. Com
isso, ainda segundo este autor, a área de compras deve ter a capacidade de se
planejar para o futuro, principalmente devido à sua evolução como fator
estratégico, possibilitando as seguintes vantagens:
Atendimento em conjunto das necessidades de compras de
diversos solicitantes
Obtenção das melhores condições de mercado, principalmente no
que tange aos preços;
Maior garantia de disponibilidade do produto no prazo requisitado,
uma vez que também possibilita um melhor planejamento por
parte das fontes de fornecimento na aquisição de suas matérias-
primas;
Realização de pesquisas ao mercado de possíveis produtos e
novas tecnologias com antecedência;
Redução de compras emergenciais;
Aproximação e melhoria na comunicação entre a área de
compras e demais departamentos da empresa, permitindo a troca
de informações em nível estratégico.
39
Baseando-se no exposto acima, fica claro que a área de compra deixa
de “apagar incêndios”, reduzindo o volume de compras emergenciais,
garantindo melhores condições de trabalho com mais tempo para pesquisar,
analisar e pensar, e, consequentemente, aumentando a probabilidade de
redução de custos.
2.5.2. Organização
Segundo Mitsutani (2014), conforme as empresas vão crescendo, é
comum que se instalem diversas unidades em locais territorialmente distantes
uma das outras. Ainda segundo estes autores, devido a esse crescimento
empresarial, o volume das aquisições também se elevam, surgindo a dúvida
entre existir apenas uma central da área de compras localizada em alguma das
unidades (compras centralizadas) ou distribuir micros setores em cada uma
delas, possibilitando maior autonomia para as demais unidades realizarem as
compras relativas às suas necessidades mediante a presença de um
comprador local (compras descentralizadas)
Na opinião de Monte Alto et al (2009, p. 35), “procura-se definir um tipo
de organização adequada que leve a empresa a aumentar a sua eficácia nas
compras, minimizar custos e contribuir para a lucratividade”, ou seja, as
empresas dedicam tempo e energia para implantar a melhor estrutura
organizacional e determinar as atribuições de cada área. Na área de compras,
essa preocupação também se faz presente, tendo o objetivo de definir
autoridade e responsabilidade dos compradores e, ainda segundo este autor, é
possível identificar basicamente os seguintes modelos de compras:
Centralizadas, descentralizas e modelo misto.
A seguir, serão detalhados as respectivas vantagens e desvantagens
dos tipos de organização das compras supracitados segundo o autor:
2.5.2.1 Compras centralizadas
De acordo com Monte Alto (2009), compra centralizada consiste em um
tipo de compra na qual um indivíduo ou departamento é posicionado dentro da
40
organização, o qual recebe autoridade para efetuar totalmente ou a maioria das
compras.
Este tipo de compra apresenta as seguintes vantagens:
Melhor controle das informações de acordos comerciais, contratos,
serviços e capacidade de produção dos fornecedores;
Otimização das atividades de pesquisa ao mercado e ao
desenvolvimento de novas fontes de fornecimento e tecnologias e novos
produtos;
Melhoria do planejamento das compras e redução de desperdícios;
Proporciona maior interesse pelas compras através da concentração de
idéias e objetivos com o objetivo de contribuir para a maximização do
lucro das empresas;
Maior dedicação do tempo das demais unidades que seria utilizado com
as obrigações das compras;
Incentiva a padronização e simplificação de materiais e equipamentos;
Resulta em compras de maior valor por meio da consolidação de
quantidades a comprar, pois possibilita um melhor relacionamento com
os fornecedores, além de aumentar o poder de negociação com relação
a preços e condições de pagamento;
Propicia melhor gestão dos estoques, garantida pelo maior controle
sobre o volume global dos materiais;
Em contrapartida, apresenta as seguintes desvantagens:
41
Aumento da burocracia;
Aumento dos prazos de suprimentos para processar as compras de
acordo com as normas internas;
Aumento dos custos do processo aquisitivo, em razão da burocracia e
tempo de atendimento;
2.5.2.2 Compras descentralizadas
De acordo com Monte Alto (2009), compra descentralizada consiste em
um tipo de compra que ocorre principalmente nas empresas que possuem
filiais localizadas em vários territórios, nas quais têm maior autonomia para
realizarem suas compras, uma vez que, geralmente, o comprador local possui
melhor conhecimento sobre a demanda e as fontes de fornecimento de
determinado território.
Este tipo de compra apresenta as seguintes vantagens:
Melhor conhecimento por parte do comprador local com relação às
necessidades da unidade operacional onde está situado, as
peculiaridades dos fornecedores da região e o esquema de transporte
da área;
Redução da burocracia;
Redução do prazo de entrega;
Maior vínculo do comprador local com seu chefe imediato;
Redução considerável do custo do processo aquisitivo;
42
Em contrapartida, apresenta as seguintes desvantagens:
Redução do poder de negociação, pois, normalmente, a quantidade a
ser adquirida é pequena;
Dificulta a manutenção da padronização e simplificação;
Redução das probabilidades de desenvolver análise de valor.
CAPÍTULO III
INDICADORES DE DESEMPENHO PARA A
GESTÃO DE COMPRAS
Conforme vem sido demonstrado neste trabalho acadêmico, a área
de compras representa uma grande importância para o funcionamento de
qualquer organização. No entanto, mesmo nos tempos atuais, onde o mercado
possui a disponibilidade de sistemas de gestão integrada capazes de unificar e
agilizar as inúmeras informações corporativas, grande parte das empresas
ainda não utilizam seus esforços para medir seu próprio desempenho,
acontecendo da mesma forma na área de compras.
Os indicadores são instrumentos essenciais para a gestão
estratégica da empresa.
Segundo Baily et al (2013) a mensuração do desempenho em
compras resulta em inúmeros benefícios, tais como:
Propicia à alta gerência conhecer o efeito do
desempenho da área de compras, permitindo trabalhar
diretamente na melhoria das falhas identificadas;
Estimula a melhoria da atuação das atividades
realizadas na área de compras mediante a elaboração dos
relatórios de desempenho, através de estabelecimento de um
43
padrão a ser seguido, impedindo que cada colaborador realize
suas funções da sua própria maneira;
Promove o crescimento da motivação dos
funcionários que, ao acreditarem que seus esforços serão
reconhecidos através de seu bom desempenho, procuram se
aprimorar cada vez mais.
Na opinião de Monte Alto et al (2009, p. 150) “é difícil estabelecer um
padrão para avaliar as compras que possa ser seguido por qualquer empresa,
porque isso envolve estratégias e políticas próprias de compras da empresa
em questão”, sendo ideal a realização de um estudo profundo através de um
profissional especializado que, de preferência, não trabalhe na empresa em
questão, objetivando identificar quais fatores realmente são importantes para
serem medidos e avaliados. Dessa forma, os indicadores de desempenho
devem ser adaptados à necessidade da área de compras de cada organização,
podendo até exigir uma avaliação estatística mais aprofundada.
Nesse contexto, a Gestare Consultoria desenvolveu, em 2009,
proposta de um conjunto de indicadores de desempenho para o processo de
compras, abrangendo as dimensões financeiras e de tempo, conforme
demonstra quadro 3:
Dimensões
Financeira Tempo
Volume de compras Pontualidade no atendimento às requisições de
compras
Economia nas compras Tempo médio de permanência das requisições
Prazo médio de pagamento Prazo solicitado
Ciclo médio de desembolso
Quadro 3: Adaptado de Indicadores propostos e suas dimensões
Fonte: Gestare Consultoria (2009, s.p)
44
De acordo com o exposto no Quadro 3 , os indicadores são:
Volume das compras: Consiste na comparação entre o
volume de compras que foi planejado mensalmente e o volume efetivado,
mensurando a eficiência do planejamento das compras da empresa, uma
vez que apresenta uma ligação com o faturamento empresarial. Seu cálculo
é realizado da seguinte forma:
Economia nas compras: Permite avaliar a qualidade dos
orçamentos realizados na empresa, identificando se a área de compras está
sendo eficaz no que tange as buscas de fornecedores no mercado que
atendam os objetivos organizacionais relacionados aos custos de aquisição.
Logo, este indicador mensura a economia nas compras através da
obtenção de vantagens econômicas, comparando o valor estimado (orçado)
pela área de compras e valor efetivamente negociado com seus
fornecedores. O cálculo é realizado da seguinte forma:
Prazo médio de pagamento: Indicador que analisa se a
contribuição do setor de compras tem sido satisfatória no que tange aos
prazos de pagamento negociados, fator de suma importância à preservação
do caixa da empresa, interligando os eventos de pagamentos negociados
na venda ao cliente e as saídas de caixa, com o objetivo de manter o fluxo
de caixa positivo. O cálculo é realizado comparando o total dos prazos
negociados com o total de pedidos de compras emitidos em determinado
período, fornecendo o resultado do prazo médio de pagamento em dias,
conforme demonstra fórmula a seguir:
45
Ciclo médio de desembolso: Da mesma forma que o
prazo médio de pagamento, este indicador também objetiva expor a
contribuição do setor de compras para o gerenciamento do fluxo de caixa
da empresa. O que os diferencia é que, enquanto o prazo médio de
pagamento trabalha com a variável de tempo, o segundo trabalha com o
fator financeiro, mensurando o percentual de desembolsos realizados antes
e depois da entrega do material ou serviço pelo fornecedor, visando
demonstrar a importância da realização de negociações que minimizem o
desembolso pré-entrega, preservando o caixa da empresa. O cálculo é
realizado através de duas fórmulas, uma vez que, conforme citado
anteriormente, avalia-se o percentual de desembolso antes e depois da
entrega, afim de comparar se o valor gasto antes está sendo maior do que o
depois:
Pontualidade no atendimento às solicitações de
compra: Permite verificar a confiabilidade no prazo de entrega do material
e/ou serviço requisitado pelos solicitantes, através da pontualidade do
atendimento às solicitações de compras geradas pelos mesmos. Este
indicador permite demonstrar a importância de um alto nível de
pontualidade da entre, à medida que contribui para o atendimento do prazo
acordado com o solicitante e possibilita uma considerável redução no
estoque. Vale destacar que o cálculo parte do pressuposto de que todas as
requisições são atendidas, independentemente de serem no prazo ou não,
sendo realizado da seguinte forma:
46
Tempo médio de permanência das solicitações: Indicador que
mede o tempo, geralmente em dias, decorrente entre a chegada das
solicitações de compra gerada pelos solicitantes e o encaminhamento de seu
respectivo pedido de compra ao fornecedor. Seu objetivo é agilizar o processo
de negociação e, consequentemente, minimizar o tempo de permanência das
solicitações de compra.
É importante ressaltar que essa agilidade na negociação não deve
afetar sua qualidade, uma vez que compras mais rápidas pode ocasionar
ganhos econômicos em detrimento de outros fatores a se considerar nas
aquisições, conforme vem sendo demonstrado neste presente trabalho
acadêmico. O cálculo é:
Respeito ao prazo solicitado: Possibilita verificar se os
solicitantes estão respeitando o prazo determinado pela área de compras para
requisitar determinado material e/ou serviço (leadtime), evitando a incidência
de compras emergenciais, cujo desempenho da negociação é diretamente
afetado. Seu cálculo é realizado da seguinte maneira:
BAILY et al (2013) acrescenta alguns outros elementos que podem
ser frequentemente utilizados para mensurar o desempenho de compras,
referentes à qualidade e à quantidade:
47
Qualidade: Percentual de rejeições dos bens recebidos;
Percentual de peças e matérias-primas rejeitadas na produção.
Quantidade: Percentual do estoque que não houve
movimentação em determinado período; Número de interrupções da
produção por falta de material; Quantidade de pedidos de compra de baixo
valor.
Na opinião de Monte Alto et al (2009), os fornecedores e
compradores também devem ser avaliados à parte do departamento de
compras como um todo, da seguinte forma:
Os fornecedores: Assistência técnica prestada pelos
fornecedores; Pontualidade nas entregas e qualidade dos materiais
recebidos.
Os compradores: Avaliação técnica (comprometimento
com as metas da empresa) e avaliação pessoal (postura apropriada,
organização, equilíbrio emocional, sociabilidade, iniciativa, discrição,
disponibilidade, etc.)
Baseando-se no exposto pelos autores, fica claro que o caminho
correto que a área de compras deve trabalhar é buscar o máximo de
informações disponíveis que permitam mensurar seu próprio desempenho,
bem como dos fornecedores e compradores.
48
CONCLUSÃO
Devido à enorme concorrência dos dias atuais, as empresas
necessitam constantemente alcançar um diferencial competitivo perante seus
concorrentes, para se manter no mercado e obter sucesso. Para que isto
ocorra, procura-se cada vez mais investir na melhoria da gestão empresarial
para atingir os melhores níveis de serviço e atender às expectativas dos
clientes.
Promover a redução de custos é, impreterivelmente, um dos maiores
objetivos das empresas a ser utilizado como fator de obtenção de
competitividade. No entanto, deve-se buscá-la através da racionalidade e do
planejamento, implantando novas estratégias administrativas e operacionais
que possibilite tornar os processos mais ágeis e eficientes.
Nesse contexto, atualmente, a função compras e sua respectiva
área passaram a representar uma potencial fonte de competitividade às
organizações privadas, à medida que passaram a ser considerada uma parte
estratégica de agregação de valor às empresas, atuando de forma
extremamente importante para a redução dos custos logísticos. A gestão de
compras é uma atividade fundamental para o bom gerenciamento das
empresas e influencia diretamente nos seus estoques e no relacionamento com
os clientes, estando também relacionada à competitividade e ao sucesso da
organização.
No decorrer deste trabalho acadêmico, foi apresentada a evolução
da área de compras e a importância que a mesma vem recebendo por parte da
alta gerência das organizações privadas no decorrer dos anos,
desempenhando um novo papel, pressupondo um novo posicionamento deste
setor através de uma atuação estratégica e da interação com as demais áreas
da empresa e níveis hierárquicos mais altos das organizações.
As empresas estão vendo a área de compras como uma contribuinte
para que a organização atinja seus objetivos por meio da otimização do seu
resultado, retorno de ativo, posição competitiva e estratégia gerencial, e não
mais como um problema. A necessidade de se comprar cada vez melhor é
49
enfatizada por todos os empresários, juntamente com as necessidades de
estocar em níveis adequados e de racionalizar o processo produtivo.
Além disso, as organizações estão cientes do fato que comprar bem
é um dos meios que a empresa deve utilizar para promover a redução de
custos e que existem procedimentos padrões que definem como comprar bem,
à exemplo, verificação dos prazos, preços, qualidade e volume. No entanto,
manter-se bem relacionado com o mercado fornecedor, antevendo, na medida
do possível, eventuais problemas que possam prejudicar a empresa no
cumprimento de suas metas de produção, é mais importante, principalmente,
na época de escassez e altos preços.
A pesquisa realizada teve como objetivo demonstrar a importância
da utilização da função compras, verificando-se através de embasamento
teórico que utilizar corretamente todas as atividades executadas pela área de
compras como ferramenta estratégica, alinhada às estratégias empresariais,
promove a ampliação dos resultados da empresa, uma vez que o mesmo
trabalha com a realização de cotações que atingem diretamente o valor dos
produtos/ serviços, os quais poderão ser ofertados por preços menores, caso
as negociações dos suprimentos necessários a sua produção sejam bem-
sucedidas, sem que ocorra em detrimentos dos demais quesitos como
quantidade, qualidade, etc.
No entanto, após realização da pesquisa, constata-se através dos
relatos de caso que, apesar das empresas estarem cientes da atual realidade
do mercado e passarem a considerar o setor de compras como importante
elemento ao alcance dos objetivos organizacionais, as mesmas encontram
dificuldades na hora de geri-lo corretamente, deixando de aproveitá-lo da
melhor forma e apresentando falhas como a carência de novas tecnologias que
agilizem os processos e possibilite obter melhores informações, ausência de
treinamento dos funcionários, equívocos na seleção e avaliação de
fornecedores, entre outros.
Portanto, pode-se concluir que uma melhor compreensão da função
compras, bem como aproveitar corretamente seu potencial, promove um maior
desempenho das organizações, à medida que minimiza desperdícios e custos
que seriam causados por uma compra realizada de forma errada; e alinhada a
50
outras áreas da empresa e aos objetivos organizacionais, possibilita agregação
de valor econômico e um possível diferencial competitivo.
51
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55
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 01
AGRADECIMENTOS 02
DEDICATÓRIA 03
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Papel de Compras na Organização 09
1.1. Fundamentação Teórica 09
1.2. Posicionamento de Compras em busca de competitividade 12
CAPÍTULO II
Compras como um Setor Estratégico 14
2.1. Compras e sua Função 14
2.2. Fases do Processo de Compra 22
2.3. Ética nas Negociações 27
2.4. Principais Problemas da Área de Compras 33
2.5. Planejamento e Organização de Compras 38
CAPÍTULO III
Indicadores de Desempenho para a Gestão de Compras 42
CONCLUSÃO 48
BIBLIOGRAFIA 51