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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU MARCIO FERNADES DA SILVA ORIENTADOR: PROF: JORGE TADEU VIEIRA LOURENÇO Rio de Janeiro (cidade de origem) 2015 (ano de finalização do curso) Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA LOGÍSTICA EMPRESARIAL Por: MARCIO FERNADES DA SILVA PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA GESTÃO DE ESTOQUES DE MEDICAMENTOS. DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

MARCIO FERNADES DA SILVA

ORIENTADOR: PROF: JORGE TADEU VIEIRA LOURENÇO

Rio de Janeiro (cidade de origem) 2015 (ano de finalização do curso)

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA LOGÍSTICA EMPRESARIAL Por: MARCIO FERNADES DA SILVA

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA GESTÃO DE

ESTOQUES DE MEDICAMENTOS.

DOCUMENTO PROTEGID

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EITO AUTORAL

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.

A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração.

Ao meu orientador, Professor Jorge Tadeu Vieira Lourenço, pelo suporte

no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o

meu muito obrigado.

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DEDICATÓRIA

Dedico este projeto a uma pessoa muito especial,

à minha amada esposa, Tânia Sena, pelo

companheirismo, incentivo e dedicação, pois sem

ela não teria chegado até aqui.

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RESUMO

Este trabalho apresenta estudos do planejamento estratégico na gestão

hospitalar, destacando a logística como forma de melhorar o nível dos serviços

oferecidos pelas empresas, uma vez que esta possibilita integrar fornecedores,

fabricantes, distribuidores e clientes, proporcionando assim a redução de

custos. Ressalta também que a tecnologia da informação integra todos os

processos e auxilia no fluxo de informações.

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METODOLOGIA

Segundo Gil (1999, p. 26) pode-se definir método como caminho para se

chegar a determinado fim. E método científico como conjunto de procedimentos

intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento.

Os métodos que proporcionam as bases lógicas da investigação têm

como premissa esclarecer os procedimentos lógicos que devem ser

observados dentro do processo de investigação científica de forma que, a

opção por um ou outro método, estará relacionado a natureza do objeto que se

pretende pesquisar, dos recursos materiais disponíveis, do nível de

abrangência do estudo e, sobretudo, da inspiração filosófica do pesquisador.

Desta forma, o tipo de metodologia observada neste trabalho foi

bibliográfica, pois pautou-se em artigos, livros, revistas e sites que abordavam

o tema proposto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

HISTÓRIA DA LOGÍSTICA 10

1.1. Breve Histórico 10 1.2. A Logística no Brasil e sua Evolução 11 1.3. Tecnologia da Informação na Logística 12 1.4. Logística – Função Essencial na Empresa 13

A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR 15

2.1. Logística de Abastecimento 18

2.2. Administração de Materiais 19 2.3. Suprimentos 21 GESTÃO DE ESTOQUES 23 3.1. Estoque Médio 30 3.2. Giro de Estoque 31 3.3. Classificação ABC 32 3.4. Farmácia Hospitalar 33 3.5. Planejamento Estratégico na Gestão de Estoques 35

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CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 42

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INTRODUÇÃO

O presente projeto discutirá como o planejamento estratégico pode contribuir com eficiência, a fim de evitar perdas com medicamentos que vençam nos estoques das organizações de saúde.

Para que não hajam perdas, o gestor de estoques de medicamentos, precisa elaborar um controle rigoroso quanto à validade dos mesmos, visto que medicamentos com prazos de validade vencidos colocam em risco a integridade dos pacientes e a qualidade dos serviços prestados pela organização. Para que esse tipo de problema não ocorra, é preciso planejar estrategicamente métodos para controlar com eficácia o estoque de medicamentos, possibilitando a não geração de custos para a organização, evitando assim, perdas de capital investido nos processos de compra e manutenção dos produtos para a organização.

O objetivo geral deste projeto visa analisar qual método será utilizado para controlar o estoque de medicamentos na organização, implantando novos processos de controle que foquem primordialmente quanto ao vencimento dos medicamentos.

Nos objetivos específicos pretende-se identificar possíveis perdas com medicamentos que possam vencer, fazendo consultas no sistema utilizado através do histórico e verificar se o sistema utilizado oferece ferramentas para um controle de validade e obsolescência de produtos.

Os estudos para realização do presente projeto ocorrerão em uma organização de saúde.

A metodologia utilizada para elaboração do deste projeto será baseada na vivência profissional do autor, bem como, em pesquisas de fontes bibliográficas como: livros, artigos, revistas e sites que abordem o tema proposto no projeto.

No primeiro capítulo faremos um breve histórico da logística, sua evolução no Brasil, as tecnologias da informação e suas contribuições, assim como suas ferramentas aplicadas à logística. Abordaremos também, a função essencial da logística na empresa.

No segundo capítulo dissertaremos sobre a organização hospitalar, destacando a logística nas suas variadas contribuições para esta organização:

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o abastecimento, a administração de materiais e os suprimentos.

Dando prosseguimento a essa linha de pesquisa, no capítulo três, abordaremos a gestão de estoques, seus objetivos, a visão financeira de estoques, o planejamento, as estratégias, as políticas de gestão de estoques, o controle de estoques, o estoque médio, o giro de estoques e a classificação ABC.

No capítulo IV, enfatizaremos a Farmácia Hospitalar e o Planejamento Estratégico na Gestão de Estoques e o Planejamento Estratégico Hospitalar.

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CAPÍTULO I

HISTÓRIA DA LOGÍSTICA

1.1. Breve Histórico

Segundo (GOMES; RIBEIRO), a Logística é originária do vocábulo

francês loger, que significa “alocar”. As operações Logísticas iniciaram-se na

Grécia antiga, através das atividades militares, com a finalidade de abastecer

as tropas com suprimentos, nas quantidades adequadas e no momento certo.

No século XVIII, o estudo da Logística foi introduzido nas escolas dos Estados

Unidos, tendo seu primeiro tratado científico em 1917, com o Livro Logística

Pura “A ciência da preparação para guerra”. Figueiredo e Arkader apud

(GOMES; RIBEIRO, 2004, p.6), relatam que a logística passou por cinco eras,

a partir do século XX até os dias atuais.

• Do inicio do século XX ao início dos anos 1940, preocupação com

o escoamento da produção agrícola, essa fase é denominada “do campo ao

mercado”

• De 1940 ao início da década de 1960, a logística continuou com

grande influência militar, com foco na movimentação de materiais, como

armazenamento e transporte de bens, essa fase é denominada “era das

funções fragmentadas”

• Do início da década de 1960 até meados da década de 1970, foi

denominada como a era das “funções integradas”, visão integrada, incluindo

custo total e abordagem de sistemas, foco mais amplo no transporte,

distribuição, armazenagem, estoque e manuseio de materiais.

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• De meados da década de 1970 à meados de 1980, fase do “foco

no cliente”, ressaltando a produtividade e custos de transporte e sua inclusão

no ensino, com curso de administração de empresas.

• De meados de 1980 aos dias atuais, “elemento diferenciador”,

que corresponde à atualidade, agora a logística é vista como meio de se obter

vantagem competitiva.

1.2 A Logística no Brasil e sua Evolução

No Brasil a história da logística, ainda é muito recente, nos anos 70, o

desconhecimento do termo e da abrangência da Logística, e a informática

ainda eram um mistério e de domínio restrito. Em 1977 são criadas a ABAM

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ADMINISTRÇÃO DE MATERIAIS) e a ABMM

( ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS), que não

se relacionavam e nada tinham de sinérgico. Em 1979 é criado o IMAM

(INSTITUTO DE MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM), e no início da década

de 1980, logo após a explosão da tecnologia da informação, surgiram mais

algumas entidades dando ênfase à Logística como a ASBAS (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS) e à ASLOG (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE LOGÍSTICA), entre outras que tinham a difícil missão de

implantar este novo conceito voltado para as organizações. Segundo a ASLOG

o conceito de logística já definido como o processo de planejar, implementar e

controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo de armazenagem de matéria-

prima, o estoque durante a produção e produtos acabados, do ponto de origem

até o consumidor final, visando atender requisitos do cliente. “Atualmente a

logística no Brasil está bem servida de tecnologias, o ponto vulnerável na

logística é o capital humano, que apesar do conceito, é relativamente novo no

Brasil, em função do pouco tempo, foi menos desenvolvido por falta de

profissionais capacitados” (FILHO, 2001, p. 86). Na década de 1990, com a

estabilização do plano Real e foco na gestão de custos, surgiram as

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graduações, especializações e até mesmo os cursos de aperfeiçoamento na

área específica.

1.3. Tecnologia da Informação na Logística

Uma das áreas que mais cresce dentro da logística é a

Tecnologia da Informação (TI). Apesar do crescimento e da importância que a

área tem para o bom funcionamento dos sistemas logísticos integrados (como

por exemplo, os sistemas (ERP), muitas pessoas ainda desconhecem como

essa integração funciona, e qual o papel do profissional de TI dentro da

logística).

A cada dia que passa, o fluxo de informações se torna um fator

de grande preocupação e importância nos processos que envolvem operações

logísticas. Os conjuntos básicos de informações de logística incluem pedidos

dos clientes e ressurgimento, necessidades de estoque, programação das

atividades dos depósitos, documentos de transporte e faturas.

No passado o fluxo de informações era documentado em

papel, com isso aumentava-se o custo e diminuía a velocidade operacional,

reduzindo a satisfação do cliente pela dificuldade de se obter uma informação

quando era solicitada.

Para que a TI tenha êxito nas execuções das tarefas, é preciso

definir o sistema que melhor atenda às necessidades da organização. Segundo

(BOWERSO; CLOSS 2001), “O compartilhamento de informação gera uma

série de vantagens como a redução de custo de processamento de pedidos, a

diminuição das incertezas de planejamento e operações e a redução dos níveis

de estoques”, os mais destacados são:

• ERP (ENTERPRISE RESOURSE PLANING)

São sistemas de gestão empresarial, que visam a gestão da

organização como um todo, integrando todas as áreas, criando um fluxo

contínuo de processos na empresa. Segundo (JULIANE; EDMUNDO

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ESCRIVÃO FILHO, 2002), “No início da década de 1990, os sistemas de

gestão ERPs passaram a ser largamente utilizados pelas organizações”.

• WMS (WAREHOUSE MANAGEMENT SYSTEM)

Esse sistema tem como uma de suas funções, controlar estoques e

permitir que o armazém seja automatizado, e por esse motivo é muito utilizado

em supermercados. “Os sistemas de WMS são responsáveis pelo

gerenciamento da operação do dia a dia de um armazém, apesar de possuírem

alguns algoritmos, sua utilização está restrita a decisões totalmente

operacionais, tais como: definições de rota de coleta, definição de

endereçamento dos produtos entre outras” (AROZO, 2003).

O impacto do sistema de informação (SI) na vantagem competitiva de

uma organização é bastante acentuado, uma vez que o sistema de informação

é empregado em planejamento, controle de estoques e otimização da

produção, dentre outras atividades.

Para PORTER (1996, p. 156), os sistemas de informação têm um papel

importante nos “elos entre atividades de todos os tipos, porque a coordenação

e a otimização dos elos exigem um fluxo de informações entre as atividades”. E

a recente e rápida transformação tecnológica nos sistemas de informação vêm

exercendo um impacto profundo sobre a concorrência e sobre as vantagens

competitivas, graças ao papel penetrante de informação na cadeia de valores.

1.4. LOGÍSTICA - FUNÇÃO ESSENCIAL NA EMPRESA

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor

nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores,

através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de

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movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. A

logística é um assunto vital. É um fato econômico que tanto os recursos quanto

os seus consumidores estão espalhados numa ampla área geográfica. A

logística tem a responsabilidade de coordenar processos de produção internos,

expedição, transporte e distribuição a armazéns ou a consumidores, junto aos

setores responsáveis. Entretanto, deve-se lembrar de que a área da logística

tem uma ligação muito forte com a área financeira, pois tem a responsabilidade

de administrar recursos de forma eficiente e eficaz, e também uma ligação com

a área comercial, na qual é a logística que administra os novos recursos

oriundos de aquisições do setor de compras, e atende às necessidades dos

clientes de acordo com a demanda do setor de vendas.

O Brasil por muitos anos não teve uma cultura sobre a logística, assim

deverá compensar esta falta de conhecimentos, técnicas e valorização, para

atuar e competir no mercado internacional, através de muitas adequações, pois

para usufruir as vantagens da logística de mercado é preciso que a empresa se

estruture de modo a ser capaz de gerenciar a complexidade da adoção de

diferentes políticas de serviço aos seus clientes, estando sempre atento às

mudanças no mercado, pois estas exigirão readaptações ao longo do tempo

para que possa competir no mercado externo. Também se constatou que

existe uma deficiência na quantidade e qualidade dos terminais intermodais

brasileiros. A logística também tem importância numa escala global. O

emprego da logística de uma forma integrada, como uma nova estratégia

capaz de criar dentro das empresas uma sincronização entre todos os seus

setores. A logística assim representa uma nova visão empresarial uma nova

ordem das coisas.

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CAPÍTULO II

2. A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), (APUD CAVALLINE;

BISSON, 2002), o hospital é a parte do sistema integrado de saúde, cuja

função é dispensar à comunidade completa assistência à saúde preventiva e

curativa, incluindo serviços extensivos à família em seu domicilio, e ainda

centro de formação para os que trabalham no campo da saúde e das

pesquisas biossociais. Segundo ainda, (CAVALLINE; BISSON, 2002), o

modelo de hospital conhecido atualmente teve sua implantação por volta de

1930, com a introdução de princípios administrativos específicos.

De acordo com (GONÇALVES, 1998), a disponibilidade de recursos de

diagnóstico e tratamento com que o hospital conta atualmente constitui fator

essencial ao identificá-lo como entidade qualificada na contribuição de solução

para os problemas de saúde da comunidade onde está inserido. O ambiente

hospitalar abrange tecnologia instrumental desde as mais simples até os

complexos e sofisticados métodos computadorizados de diagnóstico e

tratamento. Tais tecnologias permitem a aplicação de conhecimentos gerados

por meio de pesquisas contínuas feitas por profissionais que lá atuam, a

prestação de serviços ao paciente, os procedimentos médicos e processos

inovadores para a organização das diferentes atividades humanas na busca da

recuperação da saúde.

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De acordo, ainda, com (GONÇALVES, 1998), o ambiente hospitalar

permite um volume de conhecimentos gerados na área de saúde, voltados para

o diagnóstico e tratamento de doenças, tendo como consequências um

movimento contínuo de inovação tecnológica e permanente preocupação de

atualização por parte dos responsáveis pelo serviço. Para atingir seus

objetivos, um hospital deverá valer-se do uso racional dos seus diversos

setores e áreas. Dai a importância de se buscar um relacionamento

harmonioso entre a administração do hospital e de seu corpo clinico e técnico.

Para a Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS), os hospitais:

São todos os estabelecimentos com pelo menos cinco leitos para internação de

pacientes, que garantem um atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com

equipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência permanente

prestada por médicos. Além disso, considera-se a existência de serviço de

enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas, com a

disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviço de cirurgia e/ou parto,

bem como registros médicos organizados para a rápida observação e

acompanhamento dos casos. (OPAS, 2008).

Segundo (BORBA, 1994), o hospital é:

Parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica

consiste em proporcionar à população assistência médica integral, curativa e

preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive domiciliar constituindo-se

também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisa em

saúde, bem como de encaminhamento de pacientes cabendo-lhe supervisionar e

orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente. (BORBA, 1994,

p.32).

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O hospital, segundo (TORRES; LISBOA, 1999), é uma organização

humanitária, e tem sua função burocrática. Possui complexa divisão de

trabalho e emprega profissionais altamente especializados nas áreas técnicas

(saúde) e outros nem tanto para as atividades de apoio. Assim, essas equipes,

embora sejam diferenciadas quanto ao trabalho específico que exercem,

necessitam trabalhar de forma coordenada e harmônica para que o hospital

atinja seu maior objetivo: o bem estar e a recuperação dos pacientes

internados.

Ainda de acordo com (TORRES; LISBOA, 1999), o fluxo de trabalho de

um hospital tem características próprias que diferem em relação a empresas de

outros setores, seja pela variação no volume de serviços prestados e, em

especial, por lidar com vidas humanas e ter responsabilidade nesse trato.

A logística hospitalar eficiente contribui para um melhor atendimento nos

serviços hospitalares, reduzindo assim os custos principalmente na gestão de

estoques, ou seja, atende os clientes (pacientes) com qualidade. “Nos

hospitais, a logística tem início com o suprimento de materiais e termina com o

apoio total na cirurgia e na recuperação do paciente”. (BOWERSOOX, 2001,

p.44).

De acordo com Santos (2006, p.119)

“Conceitua farmácia hospitalar como um serviço tecnicamente preparado para

armazenar, distribuir, controlar e eventualmente produzir medicamentos e produtos

correlatos que serão utilizados em um hospital. E também à sua responsabilidade pela

divulgação de informações técnico-científicas sobre medicamentos e outros agentes

utilizados pelo hospital, bem como seu controle de qualidade. A farmácia hospitalar é o

serviço por meio do qual se pode executar dentro do hospital, a farmácia clinica e

demais atividades relacionadas à assistência farmacêutica”.

Nota-se que que a logística hospitalar, é uma atividade estratégica dos

hospitais para manter os estoques sempre em um nível de reposição adequado

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para que a falta de qualquer medicamento não acarrete danos irreparáveis à

organização. Tendo como principal objetivo a qualidade no atendimento e

prestação de serviço.

2.1. LOGÍSTICA DE ABASTECIMENTO

A logística de abastecimento refere-se a todo sistema dentro da

organização envolvido com o propósito de suprir a empresa com matérias-

primas, componentes e insumos para a fabricação de seu produto final ou para

atender aos serviços que prestam aos clientes.

Para (LAVERDE, 2003, p.351), deve-se:

“Entender por abastecimento e fornecimento a parte da logística que trata das

atividades desenvolvidas para aquisição, a armazenagem e o fornecimento de

medicamentos, alimentos e demais materiais e serviços ligados às áreas da saúde e

administrativas, de maneira oportuna, nas quantidades exatas, com um nível ótimo de

qualidade no local apropriado, de tal forma que o hospital possa cumprir plenamente

seus objetivos e metas quanto à prevenção ao diagnóstico, tratamento e à

recuperação da saúde”.

De acordo com Dias (2010), o processo da logística de abastecimento é

responsável pela compra de materiais necessários à produção, ou à prestação

de serviços. O processo de compra considera aspectos diversos como maior

relacionamento com fornecedores, negociação de preços e prazos de entregas,

e planejamento de compras programadas visando à redução de custos.

Segundo BALLOU (2001), a eficiência financeira do processo de compras

depende diretamente das atividades de estoque, pois as compras programadas

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e a determinação de lotes são influenciadas pelas informações de demanda e

estoques de segurança, originados no setor de estoques.

Para Drucker (1999), o gerencialmente na área de saúde é mais

complexo do que em qualquer outro tipo de organização. Isso quer dizer que a

gestão hospitalar constitui-se numa atividade complexa e peculiar, em função

de envolver grande diversificação de recursos e procedimentos.

Monteiro e outros autores (2003), afirmam que a disponibilidade de

insumos em hospitais ( materiais e medicamentos) é um fator de grande

importância, pois a interrupção no fluxo pode refletir não só em perdas

econômicas, mas também de problemas frequentes em serviços de saúde e

que são expressos através de impactos negativos sobre o desempenho da

organização.

2.2. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

A administração de materiais é parte fundamental de qualquer

organização que produza bens ou serviços de valor econômico, sendo assim

essencial não só às indústrias de fabricação, como às de serviços; e existe

tanto em empresas que visem o lucro como em setores públicos e privados da

economia que não o tenham em vista.

Outro parâmetro é ter a administração de materiais como setor

responsável pela utilização de técnicas sobre o quê, quanto, quando e onde

comprar ou produzir um determinado item, levando em consideração os

objetivos organizacionais e determinando o ponto de equilíbrio entre o nível de

atendimento ao cliente e o capital em estoque.

Para VOLLMANN et al. (1996), a administração de materiais e a gestão

de estoques são responsáveis pelas previsões e entradas de materiais e

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liberação de pedidos, serviço de atendimento ao cliente e distribuição física dos

produtos.

DIAS (1995) nos informa que a administração de materiais compreende

o agrupamento de materiais de várias origens, e a coordenação dessa

atividade com a demanda de produtos e serviços da empresa típica englobaria

todas as atividades relativas aos materiais, exceto as diretamente vinculadas

ao projeto ou à fabricação dos produtos.

Dessa forma, a administração de materiais pode envolver a maioria ou a

totalidade das atividades realizadas pelos departamentos de compras,

recebimento, planejamento e controle da produção, expedição, tráfego e

estoques.

Para LAVERDE (2003) devido à grande variedade de material hospitalar

a ser adquirida, sua quantidade, qualidade e valor, em face dos recursos

econômicos geralmente limitados, torna-se necessário um planejamento

detalhado com o objetivo de que sejam normalizados os processos de

compras.

Já para (MARTINS, 2000, p. 79), de forma geral:

“Os investimentos em estoques de materiais médicos e medicamentos são

elevados e constituem parte significativa dos custos hospitalares, por isso é de grande

importância seu planejamento, as compras e seu manuseio”.

Para MARTINS (2000), em uma farmácia hospitalar, a administração de

materiais é ponto fundamental a fim de acompanhar a entrada, recebimento e

saída de medicamentos contidos no estoque. Ao monitorar a saída dos

diversos medicamentos em uma farmácia hospitalar, objetiva-se coordenar

toda a movimentação de produtos de tal forma que se possam gerar

informações da real situação das quantidades de medicamentos que ainda

permanecem no estoque para que assim, o profissional responsável possa

tomar decisões quanto a novos abastecimentos.

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Para BALLOU (1995), a administração de materiais pode ser definida, de

maneira ampliada, como o planejamento, a organização e o controle do fluxo

de materiais, desde a sua compra inicial, por meio de operações internas, até a

distribuição dos produtos aos clientes finais.

Dentro da logística de suprimentos, o aspecto abastecer tem uma

importância fundamental em virtude de seu grande impacto nos resultados

financeiros da empresa como um todo, quantidade de medicamentos

armazenados, podendo, em alguns casos, influenciar diretamente no fluxo de

caixa da organização.

De acordo (SLACK, 1997, p. 423, 424)

O conceito de gestão de materiais originou-se na função de compras de

empresas que compreenderam à importância de integrar o fluxo de materiais e

suas funções de suporte, tanto através do negócio, como através do

fornecimento aos clientes imediatos. Isto inclui a função de compras, de

acompanhamento, gestão de estoques, gestão de armazenagem,

planejamento e controle de produção e distribuição física.

2.3. SUPRIMENTOS

Suprimentos é o item administrado, movimentado, armazenado,

processado e transportado pela logística. O termo nasceu junto com a logística,

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derivado da palavra cadeia de suprimentos, utilizado para caracterizar diversos

tipos de materiais.

Para BALLOU (2001), a cadeia de suprimentos de uma organização

começa com fontes que provêm ingredientes para dar inicio a uma cadeia de

fornecimentos, como matérias-primas, commodities, etc. Virtualmente, qualquer

negócio tem um numero limitado de fontes de suprimento, que provêm 70 a

80% dos materiais que vão gerar produtos ou serviços. A área de suprimentos

pode ser iniciada com este grupo de fornecedores. Posteriormente, continua

com o fabricante, o qual constrói ou monta o produto que é identificado como

de consumo na cadeia.

De acordo com MARTINS (2000), na área de saúde, um cliente pode ser

detentor de um plano de assistência médica e, ao ser atendido em um hospital,

os diversos serviços necessários podem ser prestados por empresas

específicas com exames complexos cardiológicos, exames patológicos, raios-

X, etc.

Para VOLLMANN et al. (1996), área de suprimentos em uma empresa

pode ser vista como um canal de fluxo de material onde são processados

matérias-primas e insumos, transformando-os em bens ou serviços que são

entregues aos consumidores. Trata-se, ainda de uma ligação completa entre

um grupo de empresas (fornecedores) e um cliente (comprador) que vêm

juntos, adquirir, converter, e distribuir bens e serviços aos consumidores finais.

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CAPÍTULO III

3. GESTÃO DE ESTOQUES

A gestão dos estoques compreende o planejamento e a programação

das necessidades e o controle dos materiais que são adquiridos e

armazenados para utilização futura, a fim de atender as demandas de usuários

diversos. Trata-se de uma função que adiciona o valor de tempo aos negócios

de uma organização, sendo de importância crucial para uma organização

hospitalar, na qual esse valor é essencial.

O atendimento das necessidades de material dos clientes do suprimento

é realizado, de modo geral, de duas formas:

• Obtenção do material (compra, transferências, produção etc.) a cada

solicitação;

• Uso dos estoques existentes.

A situação ideal seria aquela em que não houvesse necessidade de

formar estoques, que representam imobilização de capital circulante.

Entretanto, o mercado fornecedor, na grande maioria das vezes, não pode

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atender de forma imediata as necessidades de seus clientes. Assim, a

manutenção em estoque dos materiais necessários ao atendimento das

demandas é imprescindível para evitar paralizações das atividades

operacionais que gerem prejuízo ou comprometam a segurança das pessoas e

do meio ambiente. No ambiente das organizações que lidam com a saúde, os

estoques são um elemento essencial no atendimento de pacientes. Incluem-se

ai estoques de todos os tipos de materiais, desde medicamentos até itens de

uso comum e baixo custo, como algodão, por exemplo.

A gestão de estoques pode ser definida como a função responsável pelo

planejamento, previsão, controle da formação, manutenção e desmobilização

de estoques, de acordo com os níveis de investimento e de serviço

estabelecidos na política de suprimento de uma organização.

O desafio da gestão de estoques é, portanto, conseguir o equilíbrio entre

a necessidade de minimizar os dispêndios em estoques e, ao mesmo tempo,

garantir a satisfação do cliente, atendendo suas necessidades de forma

adequada.

Conforme CHIAVENATO (2005) estoque é a composição de materiais,

em processamento, materiais semiacabados, materiais acabados que não é

utilizado em determinado momento na empresa, mas que precisa existir em

função de futuras necessidades. Assim, o estoque constitui todo o sortimento

de materiais que a empresa possui e utiliza no processo de produção de seus

produtos/serviços.

VIANA (2009) conceitua estoque como sendo:

a) Materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utilização

posterior de modo a permitir o atendimento regular das necessidades

dos usuários para a continuidade das atividades da empresa, sendo

o estoque gerado, consequentemente, pela impossibilidade de

prever-se a demanda com exatidão;

b) Reserva para ser utilizado em tempo oportuno.

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Apesar dos estoques consumirem grande parte dos recursos

financeiros sua manutenção, em níveis adequados, é necessária para que não

ocorra o comprometimento do processo produtivo de uma organização.

A gestão de estoques é uma das funções da administração de materiais

e tem, como seu maior objetivo, atender as necessidades de materiais de

forma satisfatória, mantendo, no entanto, o equilíbrio em relação um ótimo nível

econômico dos investimentos.

Conforme VIANA (2009) as principais atividades de gestão de estoques

envolvem, classificação, custos, parâmetros de ressuprimento, reposição,

método de controle, indicadores gerenciais, contabilização, saneamento,

inventário físico e comportamento da demanda.

Os estoques constituem uma conta importante do ativo circulante no

balanço das empresas e influi diretamente na liquidez, o que determina a

manutenção de seus valores em níveis adequados e compatíveis com

disponibilidades financeiras.

A gestão de estoques é a função do sistema logístico de suprimentos

diretamente responsável pelo dimensionamento e aplicação dos recursos

financeiros a serem utilizados na formação dos estoques.

Nas empresas industriais e comerciais, o custo dos materiais representa,

em geral, mais do que 50% do custo total dos produtos, podendo alcançar mais

de 80% em algumas empresas comerciais com elevado coeficiente de giro dos

estoques. Assim é fácil perceber a importância de utilizar tais recursos da

forma mais racional possível. Nas organizações prestadoras de serviço, entre

as quais se incluem as OHs, o custo do material como parte do produto final

não é financeiramente tão significativo. Entretanto, a criticidade da grande

maioria dos itens é fator que eleva, em geral, a quantidade em estoques e

exige grande precisão quanto aos dados sobre esses ativos.

Antigamente os estoques eram vistos como fonte de capital investido,

mas com o decorrer dos anos e com a globalização acelerada, essa visão nas

organizações ficou ultrapassada. “Estoque é definido como a acumulação

armazenada de recursos e materiais em um sistema de transformação”. (SLAK,

1997, p.381).

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Os estoques têm por finalidade minimizar custos e armazenar o mínimo

possível, tendo um controle maior sobre os produtos que entram e saem dos

estoques.

“O principal objetivo da gestão de estoques é assegurar que a demanda

seja atendida ou a produção seja suprida no tempo e na quantidade desejada,

sua performance é mensurada pelo grau de atendimento” (GONÇALVES,

2007, p. 116).

Consoante FRANCISCHINI (2004, p. 81) define-se estoque como

“quaisquer quantidade de bens físicos que sejam conservados, de forma

improdutiva, por algum intervalo de tempo”. Estoques podem ser basicamente

de quatro tipos:

• Estoques de matérias primas-materiais e componentes

comprados de fornecedores, armazenados na empresa

compradora e que não sofreram nenhum tipo de processamento.

• Estoques de materiais em processo – materiais componentes que

sofreram pelo menos um processamento no processo produtivo

da empresa compradora e aguardaram utilização posterior.

• Estoques de produtos auxiliares – peças de reposição, materiais

de limpeza, materiais de escritório, etc.

• Estoques de produtos acabados – produtos prontos para

comercialização.

As estratégias podem estar vinculadas a um ou mais objetivos e a outras

funções do processo de suprimento. O objetivo de redução de estoques pode

gerar estratégias ligadas à função de “compras”, como o estímulo a parcerias

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ou compras programadas, ou à função “desenvolvimento de fornecedores e de

materiais”, com a produção de materiais alternativos e a padronização de itens.

Pode refletir, ainda, melhorias no próprio processo, como a informatização de

controles ou a utilização de técnicas de planejamento de necessidades mais

elaboradas.

Uma das ações essenciais no planejamento da função é a formulação

de uma política de estoques, ou seja, um conjunto de diretrizes, objetivos e

procedimentos direcionados para formação, manutenção e desmobilização de

estoques. Em síntese, a política de estoques define oque, quanto e quando

comprar, e também como agir para desmobilizar estoques desnecessários.

Na formulação das ações de planejamento logístico, uma das

estratégias da gestão de estoques está concentrada, basicamente, no nível de

imobilização de recursos financeiros em estoques, respeitando o nível de

serviço logístico determinado para os clientes. É importante a prevalência da

visão previsão do processo de suprimento como um todo na definição de

qualquer ação.

Algumas diretrizes associadas à razão de ser da atividade de gestão de

estoques devem ser observadas no processo de planejamento. Por exemplo:

• Manter níveis de estoques compatíveis com a política de

suprimento estabelecida para a organização;

• Assegurar o suprimento de material com o conhecimento dos

riscos da falta julgados adequado às operações;

• Controlar os níveis de estoques e promover o ressuprimento de

forma eficiente (ao menor custo) e eficaz (atendimento no menor

custo possível);

• Analisar sistematicamente o comportamento dos estoques e

promover o aproveitamento ou a destinação dos itens

considerados inativos, inservíveis ou obsoletos para os interesses

da organização;

• Gerenciar os estoques utilizando critérios de seletividade (regra

80/20 ou método ABC/Pareto);

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• Manter um si tema de informação que atenda a gestão de

estoques e suas interfaces;

• Avaliar de forma objetiva, de preferência por meio de indicadores,

a contribuição da gestão de estoques para os objetivos da

empresa.

“O planejamento consiste na determinação dos valores que o

estoque terá com o correr do tempo, bem como na determinação

dos dados de entrada e saída dos materiais do estoque e na

determinação dos pontos de pedido do material”. (CHING, 2008, p

36).

De acordo com MARTINS (2003) a gestão de estoques constitui-se

numa série de ações que permitem ao administrador constatar se os estoques

estão sendo bem utilizados, se sua localização é um local estratégico aos

setores que deles se utilizam, bem manuseados e bem controlados.

Os estoques das farmácias hospitalares são caracterizados por ciclos de

demanda e ressuprimento, com flutuações significativas e altos graus de

incertezas, fatores críticos.

Na administração dos estoques é necessária uma estratégia bem

elaborada, pois o controle de estoque permite ao responsável por essa área

evitar gastos desnecessários para empresa.

“O gerenciamento de estoque é um ramo da administração de empresas

que está relacionado com o planejamento e o controle de estoques de

materiais ou de produtos que serão utilizados na produção ou na

comercialização de bens ou serviços” (BERTAGLIA, 2003, p. 314)

A estratégia de estoque permite averiguar o momento certo da compra

para a reposição, qual a quantidade adequada a ser comprada obtendo assim

um grande desempenho para a organização.

A gestão de estoques constitui uma série de ações que permitem ao

administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem

manuseados e bem controlados.

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MARTINS e ALT (2000), uma análise detalhada dos estoques é uma

exigência pertinente a todo o administrador de materiais. Isso se dá não

somente em decorrência do volume de capital investido em estoque, mas

também pela vantagem competitiva que a organização pode obter, dispondo de

maior rapidez e precisão no atendimento ao cliente.

Segundo VIANA (2000), na gestão dos estoques, os níveis de cada item

e do próprio estoque como um todo devem ser revistos e atualizados periódica

e constantemente para evitar problemas provocados em razão de maior

demanda ou de sua redução, e alterações no tempo de reposição.

As organizações devem adotar uma política de gerenciamento de

estoques, pois os estoques e o capital de giro em excesso se tornam capital

imobilizado. Com o gerenciamento de estoques busca-se uma melhoria

contínua atendendo, assim, as necessidades do cliente final.

Segundo (VIANA, 2000, p. 118)

Entende-se por política de estoques o conjunto de atos diretivos que

estabelecem, de forma global e específica, princípios, diretrizes e normas relacionadas

ao gerenciamento. Em qualquer empresa, a preocupação da gestão de estoques está

em manter o equilíbrio entre diversas variáveis componentes do sistema, tais como:

custos de aquisição, de estocagem e de distribuição, nível de atendimento das

necessidades dos usuários consumidores etc.

“O gerenciamento de estoques é o processo integrado pelo qual são

obedecidas as políticas da empresa e da cadeia de valor com relação aos

estoques”. (BOWWERSOX, 2001, p. 254)

A palavra controle tem como finalidade garantir que os resultados do que

foi planejado estejam de acordo com as metas estabelecidas anteriormente.

Conforme o Dicionário Michaelis de língua portuguesa (2002), controle é o ato

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de dirigir qualquer serviço, fiscalizando-o e orientando-o do modo mais

conveniente. Podemos dizer então, que para uma empresa, o modo mais

conveniente de gerir um serviço é orienta-lo para o sucesso financeiro da

mesma.

De acordo com MICHAELIS (2002) o planejamento é

definido como sendo um plano de trabalho detalhado.

De acordo com (FRANSCISCHINI, 2004, p.147)

A função de controle é definida como um fluxo de informações que permite

comparar o resultado real de determinada atividade com seu resultado planejado.

Esse fluxo de informações pode ser visual ou oral, mas recomenda-se que seja

documentado para que possa ser analisado, arquivado e recuperado quando

necessário.

Controle de estoque é um procedimento necessário ao cumprimento de

uma política de estoques. O controle abrange as quantidades disponíveis numa

determinada localização e acompanha suas variações ao longo do tempo.

(BOWWERSOX, 2001, p. 255).

3.1. ESTOQUE MÉDIO

O estoque médio é um meio utilizado para saber como estão as

entradas e saídas de um produto em estoque. “Formando-se uma curva dente

de serra, com todas as simplificações, em que, ao atingir o estoque de

segurança (E seg), as reposições são feitas imediatamente por meio de uma

quantidade Q”. (FRANCISCHINE, 2004 p.160).

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LOGO:

EM = Q/2 + E seg.

Em que:

EM = Estoque médio

Q = Quantidade

E seg = Estoque de Segurança

A fórmula descrita acima demonstra o cálculo de estoque médio que é

calculado pela divisão ao meio da quantidade em estoque mais a soma do

estoque de segurança.

3.2. GIRO DE ESTOQUE

O giro de estoque é a quantidade de vezes em que o estoque é

reabastecido novamente.

Giro ou rotatividade de estoque é definido como o número

de vezes em que o estoque é totalmente renovado em um

período de tempo, geralmente anual (FRANCISCHINI, 2004,

p.161)

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3.3. CLASSIFICACÃO ABC

A maioria das empresas trabalha com uma grande diversidade de

produtos. Por isso, torna-se difícil para a administração manter um padrão

único de planejamento e controle dos estoques. Dar o mesmo grau de atenção

a todos os itens não é uma prática recomendável, uma vez que cada um possui

suas peculiaridades, tais como: giro, preço, consumo, prazos de entrega e

alternativas de fornecimento. Assim, um tipo de controle adequado para um

produto pode ser insuficiente ou excessivo para outro.

A classificação ABC, também conhecida como classificação de Pareto, é

um procedimento que visa identificar os produtos em função dos valores que

eles representam e, com isso, estabelecer formas de gestão apropriadas à

importância de cada item em relação ao valor total considerado.

Segundo (GONÇALVES, 2007, p. 168)

O principal objetivo da análise ABC é identificar os itens de maior valor de demanda

sobre eles e exercer uma gestão bem mais refinada, especialmente porque

representam altos valores de investimentos e seu controle mais apurado vai permitir

grandes reduções nos custos dos estoques.

Conforme Barbieri (2009) a divisão de classes deve obedecer ao seguinte

critério básico:

• Quanto ao número de itens: classe A menos que a classe B e a

classe B menos do que a classe C;

• Quanto ao valor acumulado dos itens: valor da classe A maior que

o da classe B e a classe B maior que o da classe C

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Como regra geral, primeiro são determinadas as classes extremas (A e

C) e por exclusão, obtém-se a classe B.

A partir da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa, as

classes da curva ABC podem ser definidas conforme a seguir descrito:

Classe A: Grupamento de itens de maior valor de consumo e menor

quantidade de itens. São os itens mais importantes financeiramente e que

merecem maior atenção da administração;

Classe B: Grupamento de itens em situação intermediária entre as classes

A e C;

Classe C: Grupamento de itens de menor valor de consumo e maior

quantidade de itens, financeiramente menos importante e que, por conseguinte,

justificam menor atenção por parte da administra.

3.4. FARMACIA HOSPITALAR

Para BARBIERI (2006, p. 282), “A farmácia hospitalar tem duas funções

básicas: (1) receber, armazenar e distribuir medicamentos aos usuários; (2)

preparar ou fabricar medicamentos, produtos químicos e de limpeza e materiais

diversos”.

A dimensão da farmácia e das suas áreas internas deve seguir normas

das autoridades competentes. Segundo a Resolução RDC nº 50 de 21/2/2002,

é um instrumento normativo que consolida num regulamento técnico diversas

normas voltadas para orientar o planejamento, programação, elaboração,

avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de

saúde. Dessa forma, as construções novas, as ampliações e reformas desses

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estabelecimentos devem obedecer às disposições dessa resolução, sob pena

de cometer infração à legislação sanitário federal. A farmácia faz parte da

prestação de serviço de apoio técnico e deve realizar as seguintes atividades:

• Receber e inspecionar produtos farmacêuticos;

• Armazenar e controlar produtos farmacêuticos;

• Distribuir produtos farmacêuticos;

• Dispensar medicamentos;

• Manipular, fracionar e reconstituir medicamentos;

• Preparar e conservar misturas endovenosas;

• Preparar nutrições parenterais;

• Diluir quimioterápicos;

• Realizar controle de qualidade;

• Prestar informações sobre produtos farmacêuticos.

De acordo com a referida resolução, a área para recepção e inspeção de

medicamentos deve ser no mínimo 10% da área total da armazenagem que,

por sua vez, deve ter uma área mínima equivalente a o,6 m² por leito.

A farmácia hospitalar armazena três tipos de produtos:

Medicamentos de prateleira: agulhas, seringas e outros insumos farmacêuticos;

Psicotrópicos: drogas sobre as quais tem de ser exercido controle rigoroso,

devendo as autoridades de saúde serem, constantemente informadas sobre o

seu uso e estoque existente na organização;

Medicamentos refrigerados: medicamentos que requerem refrigeração, por

exemplo, antibióticos devem ser separados por via de administração,

(medicamentos injetáveis, oral e tópico), em ordem alfabética conforme nome

genérico ou principio ativo e por data de validade. De acordo com a validade

deve seguir a regra o primeiro que expira, primeiro que sai (PEPS), evitando o

desperdício por vencimento de prazos de validade.

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A principal razão de ser da farmácia hospitalar é servir os pacientes

enfermos, objetivando dispensar medicações seguras e oportunas

(GRENFEEL, 2005, P. 25).

Segundo PROTIL (2002, p.01)

A prestação de serviços hospitalares possui diferenças fundamentais

com relação a outros tipos de atividade principalmente no que tange à

sua complexidade. Os serviços hospitalares podem ser definidos como

um conjunto de processos voltados para o restabelecimento de pessoas

enfermas.

3.5. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA GESTÃO DE

ESTOQUES.

O setor da saúde, na atualidade, representa um enorme desafio para a

maioria das nações (desenvolvidas, emergentes ou pobres), por que os

fundamentos econômicos que atuam em diversos setores, para aumento da

competitividade, por meio de elevação da produção e de custos decrescentes,

parecem não ter um efeito tão claro no setor de saúde.

Diversos fatores contribuem para aumentar a necessidade de

transformação organizacional em busca de eficiência e diferenciação. Dentre

eles, destacam-se o aumento das exigências dos clientes, a regulamentação, a

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pressão governamental, a crescente competição local e internacional, entre

outros. Pode-se dizer que quanto maior a instabilidade do ambiente externo e

maior a disputa competitiva ou por recursos entre as organizações, mais

importante torna-se a atividade de planejamento estratégico.

As estratégias empresariais tem a finalidade de estabelecer os caminhos

que devem ser seguidos para alcançar os objetivos e resultados definidos pela

empresa.

O conceito básico de estratégia corresponde à relação da empresa com

seu ambiente. E nessa situação, a empresa procura definir e operacionalizar

estratégias que maximizem os resultados da interação estabelecida. Assim,

uma definição comum para estratégia organizacional é: “adequação das forças

e fraquezas da organização às ameaças e oportunidades do ambiente

externo”. A necessidade de planejamento estratégico está fortemente

associada à competitividade ou instabilidade do ambiente de atuação da

organização.

De acordo com (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p. 39), planejamento

estratégico é: “Um processo de formulação de estratégias organizacionais no

qual se busca a inserção da organização e de sua missão no ambiente em que

ela está atuando”.

Segundo (TEIXEIRA; et. al, 2006 p.42), “o gerenciamento na área de

saúde é mais complexo do que em qualquer outro tipo de organização”.

Para BORBA (2006), “o planejamento estratégico nada mais é do que

pensar e repensar de uma organização” (BORBA, 2006, p. 66), focando no seu

futuro e analisando o ambiente externo. Borba conceitua planejamento

estratégico como sendo um: “processo que realmente mobiliza as pessoas e a

organização para construir o seu futuro”. (BORBA, 2006, p. 66).

Existem quatro fatores que são importantes para a empresa com relação

à estratégia, são eles: os fornecedores, concorrentes, clientes e a própria

organização. Através desses fatores mencionados acima é possível formular os

objetivos organizacionais BORBA (2006).

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Muitas organizações de saúde ou de outro ramo de atuação não se

desenvolvem e não evoluem devido a falta de planejamento estratégico. Muitas

empresas pequenas não dão a devida importância a esse processo de gestão

Mas nota-se que a maioria das grandes organizações que trabalham

com saúde, seja clinica ou até mesmo hospitais estão incorporando e

implementando este processo de gestão em suas organizações. Pelo fato, de

que nos dias de hoje é vital que a organização tenha definido sua forma de

gestão, e isso se da através da implantação do planejamento estratégico.

No ponto de vista do autor, enquanto a estratégia se preocupa com: “o

que fazer” para atingir os objetivos empresariais propostos, o planejamento

estratégico volta-se para o “como fazer” (CHIAVENATO, 1994, p. 200)

Segundo PAGNOCELLI e VASCONCELLOS FILHO (1992)

planejamento estratégico é o processo através do qual uma empresa se

mobiliza para atingir o sucesso e construir o seu futuro por meio de um

comportamento proativo, “considerando seu ambiente atual e futuro”.

VASCONCELLOS FILHO e FERNANDES (1992), afirmam que:

Em geral as organizações adotam um comportamento reativo. Alocando a

maior parte dos esforços na análise de situações do passado e no gerenciamento das

situações do presente. Com a implementação do planejamento estratégico, acontece

uma mudança de enfoque, que direciona a alocação de esforços para os eventuais

erros futuros. A organização abandona o comportamento reativo e tona-se proativa,

com o objetivo constante de negociar seu ambiente futuro. (VASCONCELLOS

FILHO; FERNANDES, 1982, p. 81).

Segundo WANKE (2004) a gestão da logística hospitalar tradicional

tende a ser direcionada pelos quadros formados por médicos, que definem os

medicamentos a serem utilizados e exigem elevados níveis de estoque, em

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um ambiente de fluxo de produtos descontínuos e de fluxo de informações

ultrapassados, nos quais a tecnologia e os sistemas de suporte a decisão

adotados se mostram incipientes.

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CONCLUSÃO

Os estudos apresentados neste projeto permitem observar que atualmente, os métodos de planejamento estão se intensificando nas mais diversas gestões, e, ao longo deste estudo destacou-se que o planejamento estratégico é um processo que possibilita que cada setor das organizações seja planejado e balanceado de maneira que esteja um integrado ao outro. A pesquisa enfatiza que o planejamento é um conjunto de ações práticas a serem tomadas pelos gestores da organização e, especificamente, na gestão hospitalar, uma vez que esta é um ambiente enquadrado na abrangência estratégica, sendo, dessa forma, fundamental o planejamento de demandas, o que impõe às organizações do setor a necessidade de planejamento estratégico, sem o que se torna complicada a gestão de qualquer organização de saúde, pois, através deste processo é possível definir não só as prioridades da gestão, mas, minimizar os riscos e aumentar a qualidade dos serviços oferecidos.

O cenário logístico passa por uma série de mudanças nos dias atuais, saindo do entendimento de simples transporte de produtos para uma realidade em que as organizações são constituídas especialmente para receber, administrar e distribuir produtos dos fabricantes. Estes fabricantes delegam às empresas especializadas em logística a busca na redução do tempo de entrega de produtos aos clientes, visando não deixar espaços aos concorrentes.

Esta situação permite que produtos e informações em processo de suprimentos de medicamentos de uma farmácia hospitalar torne-se claro, direto e mais fluido, quando gerenciado de forma dinâmica e sinérgica por meio da confiança entre cliente e fornecedor.

Os componentes de um sistema logístico poderão, com certeza, auxiliar a reposição de medicamentos de maneira eficiente e rápida, quando aliados a à elementos que permitam corroborar o processo de abastecimento na farmácia hospitalar. Os benefícios da redução de estoques e reposição rápida de medicamentos podem ser alcançados quando envolvem técnicas de gerenciamento e reposição de estoques associados a ferramentas que agilizem o processo.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABAM Associação Brasileira de Administração de Materiais

ABMM Associação Brasileira de Movimentação de materiais

IMAM Instituto de Movimentação e Armazenagem

ASBAS Associação Brasileira de Supermercados

ASLOG Associação Brasileira de Logística

ERP Entreprise Resuorgse Planing

WMS Warehouse Management System

OMS Organização Mundial de Saúde

OPAS Organização Panamericana de Saúde

OHS Organizações Hospitalares

SI Sistema de Informação

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