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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO MÉDIO DA REDE ESTADUAL DE TERESINA MAURICÉIA SILVA DA TRINDADE MACHADO ORIENTADOR: PROF ANTONIO FERNANDO VIEIRA NEY TERESINA – PIAUÍ MARÇO /2009 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NAS

ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO MÉDIO DA REDE ESTADUAL

DE TERESINA

MAURICÉIA SILVA DA TRINDADE MACHADO

ORIENTADOR:

PROF ANTONIO FERNANDO VIEIRA NEY

TERESINA – PIAUÍ

MARÇO /2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NAS

ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO MÉDIO DA REDE ESTADUAL

DE TERESINA

MAURICÉIA SILVA DA TRINDADE MACHADO

Trabalho Monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Supervisão Escolar.

TERESINA – PIAUÍ

MARÇO/2009

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por essa conquista e pela

paciência e compreensão do meu amado esposo

durante todo o curso.

A todos aqueles que direta ou indiretamente

contribuíram para o êxito desse trabalho.

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DEDICATÓRIA

Ao meu amado Anísio, por estar ao meu lado e

torcer por mim.

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RESUMO

Com o avanço das políticas públicas educacionais, nos últimos anos, o

planejamento participativo passou a receber maior atenção, principalmente no

campo educacional. O propósito deste trabalho é refletir sobre a importância do

planejamento participativo para o sucesso do ensino aprendizagem, analisando

os fatores que têm provocado resistência ao ato de planejar. O planejamento

quando verdadeiramente participativo é um processo de organização do trabalho

coletivo que visa combater a noção de neutralidade, e busca como se pode

contribuir para inferir na realidade social, para transformá-la e para construí-la

numa direção estabelecida em conjunto por todos os que participam da

instituição. Queremos mostrar a importância de a escola repensar seu papel como

agente formadora, responsável por uma educação capaz de transformar uma

sociedade, tarefa que só será possível através de uma atividade pedagógica

planejada, dinâmica e democrática. Com a preocupação de garantir um

planejamento que venha a atender as reais necessidades da comunidade escolar,

apresentamos de modo geral, a proposta de planejamento participativo na escola,

utilizando-se de pesquisa bibliográfica e de dados obtidos a partir de questionário

direcionado a 30 profissionais envolvidos com o trabalho pedagógico Espera-se

dessa forma contribuir para a construção de uma escola verdadeiramente

autônoma e participativa.

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METODOLOGIA

A busca da compreensão de como tem acontecido o planejamento

participativo na escola pública da Rede Estadual de Teresina, levou-nos a adotar

a abordagem qualitativa.

O tema foi investigado a partir da utilização de um questionário com

questões abertas e fechadas, respondidas por professores e gestores, precedidos

por um levantamento bibliográfico referente à temática em discussão, buscando

uma fundamentação em autores e pesquisadores da área, tais como: Medina

(2002), Gandin (1995), Dalmas (1994), Menegola (2000), Padilha (2002), Libânio

(2001).

Foram aplicados 30 questionários com professores e gestores de 3 escolas

do Sistema Estadual de Ensino de Teresina(PI).O foco principal das questões

concentrou, dentre outros aspectos , os referentes ao quê, para quê , como

acontece e qual a importância do Planejamento Participativo para o processo

ensino aprendizagem.

Sua aplicação foi realizada de forma aleatória pelo pesquisador em dias

diferentes conforme a disponibilidade dos profissionais das instituições escolares.

Os dados produzidos no decorrer da investigação foram analisados e

interpretados considerando as categorias temáticas mais recorrentes que

convergiram com o objetivo deste estudo.

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SUMÁRIO

Introdução- .............................................................................................................. 08

Capítulo I – Algumas concepções de Planejamento Participativo ................. 11

1.1 Conceitos do ato de planejar ............................................................................... 11

1.2 Diferença entre planejamento e outras práticas .................................................. 13

1.3-Construindo um Conceito de Participação ............................................................14

Capítulo II – Resistência ao Planejamento............................................................ 17

2.1 Fatores que causam resistência ao ato de planejar .......................................... 17

2.2 O Supervisor como agente articulador do processo de Planejamento ................ 20

Capítulo III – Resultado e Discussão .............................................................. 24

3.1 Perfil dos professores e gestores do Sistema Estadual de Ensino Teresinense. 24

3.1.1. Faixa etária ..................................................................................................... 24

3.1.2 Formação acadêmica ....................................................................................... 25

3.1.3 Experiência profissional .................................................................................. 25

3.2 Os motivos determinantes na escolha da profissão de professor(a) ................... 26

3.3 Finalidades do planejamento .............................................................................. 27

3.4 Ação docente: ensino e aprendizagem em foco ................................................. 30

Capítulo IV - Uma Proposta de Planejamento Participativo na escola ............... 32

4.1- Fatores determinantes para a eficácia do planejamento participativo.................36

4.2-As vantagens de um planejamento participativo---------------------------------------- 38

Conclusão ................................................................................................................ 40

Referências .............................................................................................................. 42

Anexos ..................................................................................................................... 44

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INTRODUÇÃO

A questão do planejamento participativo e democrático na Escola tem

gerado discussão por parte de educadores e profissionais da educação que

buscam compreender e aperfeiçoar o processo educativo. As mudanças

paradigmáticas ocorridas no mundo nas últimas décadas têm trazido novos

parâmetros profissionais pertinentes a elas nas mais diversas áreas. O

planejamento participativo e democrático na escola é apontado como alternativa

para desenvolver uma proposta de trabalho cooperativo, onde todos os

segmentos contribuem para a transformação da realidade desejada.

Vale destacar que no âmbito deste estudo partimos do pressuposto de que

o planejamento participativo tem como objetivo maior elevar a qualidade do

ensino nas escolas, visando o aperfeiçoamento da situação de ensino

aprendizagem.

O planejamento faz parte da vida humana. Vive-se planejando. O homem

pensa no que vai fazer e no que pretende fazer. Planeja seu agir, a sua vida, o

seu trabalho, as suas economias, enfim, tudo aquilo que passa a interferir na sua

vida. A educação como sendo uma atividade eminentemente humana, precisa ser

planejada “cientificamente” para que possa atender às necessidades que lhes são

próprias Dessa forma o planejamento é de fundamental importância para o campo

educacional.

Compartilhando com essa discussão, Gandin (1995) compreende que “antes

mesmo de ser participativo, o processo de planejamento precisa ser científico” .Ao

invés de contentar-se com o conhecimento e a explicação da realidade, o

planejamento implica em transformar a realidade existente e construir uma

realidade nova,ou seja, a que se deseja.

Na escola, o planejamento participativo desempenha um papel estratégico

na melhoria da instituição e consequentemente do ensino aprendizagem, pois a

escola é um espaço que se relaciona com a vida, que forma sujeitos, cidadãos.

Como espaço de formação de sujeitos, ela está encarregada de incentivar,

colaborar e se transformar em um ambiente que garante um planejamento

verdadeiramente participativo.

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Segundo PADILHA, (2002, p.63) “ Planejar, em sentido amplo,é um processo

que visa a dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que

apontem para sua superação, de modo a atingir objetivos antes previstos,

pensando e prevendo necessariamente o futuro”.

Nesta perspectiva teve-se a preocupação de pesquisar como acontece o

planejamento em algumas escolas públicas de Ensino Médio da rede Estadual de

Teresina, pois a falta de um planejamento participativo é um dos fatores que vem

provocando o fracasso na educação brasileira.

No âmbito dessa discussão (CANDAU, 2003, FIORENTINI; SOUZA;

MELO,1998) defendem o planejamento participativo como um processo que deve

acontecer no interior da escola, de forma coletiva, tendo como ponto de partida o

desenvolvimento de uma prática reflexiva bem como a transformação da escola

em um campo fértil para o compartilhamento dos saberes didático-pedagógicos

das experiências, das angústias, dos sucessos e insucessos configurando-se em

um espaço de formação, reflexão e colaboração mútua.

Compartilhando dessa premissa é que se sentiu a necessidade de ampliar a

compreensão sobre essa prática nas escolas. Assim definimos como objetivo

desse estudo investigar como acontece o planejamento participativo nas escolas

de Ensino Médio da rede pública de Teresina.

Para tanto, incursionamos pela busca de algumas concepções de

planejamento participativo por teóricos que abordam a temática, bem como

desenvolvemos uma pesquisa de base empírica, envolvendo professores e

gestores que atuam no Ensino Médio.

Neste trabalho serão apresentadas reflexões sobre um processo de

planejamento que incorpore a participação efetiva de toda a equipe pedagógica

para a eficácia do ensino aprendizagem. Para isso propõe-se à equipe docente a

elaboração de um planejamento escolar mais democrático partindo da realidade

global à específica. Bem como analisar a importância da participação de todos no

processo e identificar as características do planejamento participativo como

essenciais para elevar a qualidade do ensino.

O interesse em investigar essa temática, decorreu das leituras, observações

e reflexões sobre até que ponto o planejamento participativo tem sido uma

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realidade na escola pública. Além disso, a própria experiência adquirida no

exercício da função de supervisão em escolas do Sistema Estadual de Ensino,

tem agregado outros elementos também relevantes para observar e levantar junto

ao coletivo de professores certezas e questionamentos sobre a prática do

planejamento participativo na escola.

O amadurecimento progressivo das mencionadas observações e

reflexões, geraram as seguintes interrogações: Planejamento participativo: Uma

utopia ou uma realidade na maioria das escolas públicas? Por que ainda existe no

presente século tanta resistência ao planejamento? Este trabalho inseriu-se nesta

busca.

A título de organização, o presente estudo está dividido em quatro capítulos,

a saber:

Capítulo I – Neste capítulo intitulado “Algumas concepções de Planejamento

Participativo”, procurou-se explicitar o significado de termos, como planejamento

participativo a partir da compreensão de teóricos que abordam essa temática, a

diferença entre planejamento e outras práticas, e a construção de um conceito de

participação.

Capítulo II – “Resistência ao Planejamento”, apresentamos os fatores que

causam resistência ao ato de planejar, bem como destacamos a figura do

supervisor como agente articulador do processo de planejamento.

Capítulo III – No terceiro capítulo “Resultados e Discussão”, apresentamos e

interpretamos os achados da pesquisa, a partir das concepções dos sujeitos da

investigação, na tentativa de perceber indícios que sinalizem como se constrói o

planejamento participativo nas escolas Estaduais de Ensino Médio da rede

pública de Teresina.

Capítulo IV – “Uma Proposta de Planejamento Participativo na escola”, o

objetivo deste capítulo é apresentar uma proposta de planejamento como

instrumento de mudança, conscientizar educadores e gestores da importância do

planejamento participativo na eficácia do ensino-aprendizagem.

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CAPÍTULO I – ALGUMAS CONCEPÇÕES DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

No nosso dia-a-dia enfrentamos situações que requerem planejamento,

muitas vezes não formalizados. Outras vezes precisamos sistematizar o

pensamento e a ação para que se possam alcançar os fins. As idéias que

envolvem o planejamento são amplamente discutidas nos dias atuais, mas um

dos complicadores para o exercício da prática de planejar parece ser a falta de

compreensão do real valor que o planejamento tem para o ensino aprendizagem.

Planejar é prever o que se deve fazer numa dada situação. É agir de forma

racional (mente e corpo) para poder transformar a realidade. Planejar é ainda

antecipar mentalmente uma ação com um fim determinado.

1.1-Conceitos do Ato de Planejar

Para Castro (apud DALMAS, 1994 p.24), planejar é a tentativa de antecipar e

ordenar decisões que deverão ser tomadas, visando atingir algum conjunto de

objetivos especificados.

GANDIN (1983, p18-20), afirma que planejar é transformar a realidade numa

direção escolhida, é implantar um processo de intervenção na realidade, é dar

clareza e precisão à própria ação.

COROACY (1972, p.79), “planejamento é um processo que se preocupa com

“ para onde ir ” e “quais as maneiras adequadas de chegar lá”, tendo em vista a

situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da

educação atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade,

quanto as do indivíduo”.

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Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre

recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições,

setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas. O ato de

planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação;

processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios

(materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de

objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das

avaliações (PADILHA, 2002, p.30) .

Com essas definições acerca de planejamento foi observado que entre elas

existem pontos comuns que merecem destaque:

O Planejamento possui teoria; é um processo; exige tomada de decisão e

visa a transformação da realidade. A partir da compreensão do planejamento,

percebe-se o quanto de verdade encerra a afirmação da Equipe Latino-Americana

de Planejamento:

‘’O homem que assume o planejamento situa-se na mística do

escutar a realidade de ser fiel à resposta pessoal e comunitária,

constituindo-se, assim, em um processo de conversão e

compromisso pessoal e comunitário, a partir da realidade”. (Apud,

DALMAS P.25)

Vale ressaltar que todo planejamento quando sistematizado exige a

participação para sua eficácia. A participação é peça fundamental para o

processo de planejamento. Ela sempre existiu de uma forma ou de outra, em

grupos pequenos ou grandes porque a participação é própria do ser humano, pois

o homem não vive isolado. Nos dias de hoje com a complexidade de problemas

educacionais, o planejamento participativo se torna essencial.

PADILHA (2002) afirma que uma das estratégias para desenvolver a

capacidade de planejamento participativo é o projeto político pedagógico. “

Pensar o planejamento educacional e, em particular, o planejamento visando ao

projeto político pedagógico da escola é, essencialmente, exercitar nossa

capacidade de tomar decisões coletivamente”(ibid., p.73).

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De fato é notório que o projeto político pedagógico é um instrumento teórico

metodológico, definidor das relações da escola com a comunidade e um

documento fundamental para consolidar as bases de uma escola participativa

desde que sua construção ocorra de forma coletiva e haja um comprometimento

em sua execução de todos os envolvidos.

Sabemos que a transformação da sociedade se dá pela educação. Daí a

importância do planejamento participativo no âmbito escolar. O importante de um

planejamento é a participação, pois a partir dela se obtém resultados satisfatórios.

O “planejamento participativo parte de uma leitura do nosso

mundo, na qual é fundamental a idéia de que nossa realidade é

injusta e de que essa injustiça se deve à falta de participação

em todos os níveis e aspectos da atividade humana” (GANDIN,

1995 , p.28).

Esse processo leva a um trabalho sério, onde um grupo de pessoas decidem

o que é melhor para o setor que se está planejando E a partir da investigação que

se chega a uma idéia do que é preciso para atingir os objetivos.

“ O planejamento é um processo que se preocupa com, para onde

ir e quais as maneiras adequadas de chegar lá, tendo em vista a

situação presente e possibilidades futuras, para que o

desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades do

desenvolvimento da sociedade, quanto as do indivíduo” (apud,

DALMAS p.25)”.

Não há dúvidas de que planejar significa transformar, revolucionar. Só consegue seus objetivos quem realmente assume um processo de planejamento. 1.2-Diferença entre Planejamento e outras Práticas

O planejamento se aproxima de outras práticas que por sua vez envolvem

alguns de seus elementos básicos, a exemplo da representação e da

antecipação. Portanto não se deve confundir Assim planejar se difere da simples

imaginação quando esta não foi colocada em prática. .Difere, também, de um

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relatório, pois é uma prática já realizada. Distingue-se, ainda da predição, pois ela

aponta apenas o que vai acontecer e o planejamento utiliza-se de recursos para

interferir no sentido de fazer acontecer.

Dessa forma não podemos afirmar que o planejamento é uma simples

imaginação, ou um relatório ou mesmo uma predição, embora esses elementos

façam parte do planejamento. Portanto, o planejamento é muito mais complexo

porque nele envolvem uma série de etapas interligadas, tendo como dimensões

fundamentais o processo de organização e de transformação da realidade

existente numa realidade idealizada.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, o planejamento participativo é

tomado como processo dinâmico que busca a eficácia e a eficiência do trabalho

escolar. Ainda nos PCNs é visto a elaboração da proposta pedagógica tendo a

participação importância fundamental Sem dúvida, o desafio maior é construir

novas relações no interior da escola, onde pais, alunos, professores,

coordenadores, funcionários não sejam apenas executores de parcelas nas ações

educativas, mas sujeitos coletivos capazes de apropriar-se da construção do

planejamento integral da escola.

1.3-Construindo um Conceito de Participação

A preocupação com a melhoria da qualidade da Educação levantou a

necessidade de descentralização e democratização da gestão escolar e,

conseqüentemente, participação tornou-se um conceito nuclear. Como aponta

Lück et al.( 1998), “o entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a

idéia de participação, isto é,do trabalho associado de pessoas analisando

situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agir sobre elas em conjunto”.

De acordo com a etimologia da palavra, participação origina-se do latim

“participatio” ( pars + in+ actio )que significa ter parte na ação. Para ter parte na

ação é necessário ter acesso ao agir e às decisões que orientam o agir. “Executar

uma ação não significa ter parte, ou seja, responsabilidade sobre a ação. E só

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será sujeito da ação quem puder decidir sobre ela.”(BENINCÁ, 199,P.14). Para

Lück et al.( 1998) a participação tem como característica fundamental a força de

atuação consciente, pela qual os membros de uma unidade social( de um grupo,

de uma equipe) reconhecem e assumem seu poder de exercer influência na

determinação da dinâmica, da cultura da unidade social, a partir da competência e

vontade de compreender, decidir em conjunto.

Como diz Libâneo (2001), a participação é fundamental por garantir a gestão

democrática da escola, pois é assim que todos os envolvidos no processo

educacional da instituição estarão presentes, tanto nas decisões e construções de

propostas como no processo de implementação, acompanhamento e avaliação.

Quando não existe participação pode ocorrer um processo de fragmentação

dos diferentes “olhares” sobre a escola, ou seja, a escola vivenciada pelo pai, não

necessariamente corresponde a do professor, a do diretor, a do aluno etc.

A participação de todos os envolvidos no dia-a-dia da escola, nas decisões

sobre os seus rumos, garante a produção de um planejamento no qual estejam

contemplados os diferentes “olhares” da realidade escolar, possibilitando assim, a

criação de vínculos entre pais, alunos, professores, funcionários e especialistas.

Nesse sentido, a participação deve ser entendida como um processo de

aprendizagem que demanda espaços sociais específicos para a sua

concretização, tempo para que idéias sejam debatidas e analisadas, bem como, e

principalmente, o esforço de todos aqueles preocupados com a formação do

cidadão e de uma escola verdadeiramente democrática.

O planejamento participativo é o processo de organização do trabalho

coletivo da unidade escolar. Segundo Ferreira ( 1979) podemos identificar três

fases desse processo: a preparação, o acompanhamento e a revisão. Sendo que

este caracteriza-se, desta forma como um processo ininterrupto de planejar,

acompanhar, avaliar, replanejar....

Todo processo de planejamento participativo tem por função transformar

uma dada realidade. Espera-se que, ao proporcionarmos um espaço participativo

no qual pais, alunos, professores, funcionários e especialistas expliquem a escola,

estamos garantindo a ampliação da compreensão desses sobre a realidade

escolar através do debate democrático.

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O conceito de participação pode ter muitos significados, além de poder ser

exercido em diferentes níveis. Podemos pensar a participação em todos os

momentos do planejamento da escola, desde a preparação, execução até o de

avaliação. Portanto, as conhecidas perguntas sobre "quem participa?", "como

participa?", "no que participa?", "qual a importância das decisões tomadas?"

devem estar presentes nas agendas de discussão da gestão na escola e nos

espaços de definição da política educacional de um município, do estado ou do

país.

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CAPÍTULO II RESISTÊNCIA AO PLANEJAMENTO

Embora o planejamento seja necessário, muitas pessoas resistem a

envolver-se tendo em vista que ele requer dedicação, tempo e energia dentre

outros fatores dessa resistência Segundo Luck(1986), essas dificuldades e

limitações são de diversas origens, como por exemplo falta de compreensão dos

benefícios do planejamento, pressões do ambiente de trabalho, disponibilidade de

tempo, falta de habilidade para planejar, desinteresse, falta de uma formação

continuada de professores e gestores , ineficiência da prática do Projeto Político

Pedagógico, ausência de uma gestão democrática ,etc.

2.1-Fatores que Causam Resistência ao Ato de Planejar

Para conseguir planejar não é necessário está num escritório, sentado a

uma mesa, uma vez que a capacidade criativa pode fluir em diferentes ambientes.

O importante é a disposição, o compromisso em construir uma educação de

qualidade e esta só será possível mediante o planejamento. “Tendo os docentes

participando ativamente do planejamento escolar, eles estarão comprometidos

com ele e, principalmente, organizando suas atividades com base no que foi

decidido coletivamente”(PADILHA,2002.p.74). “Quem planeja tem

direcionamento, sabe o que quer. Quem não planeja, dá tiro no escuro”, sentencia

a professora Gilda Luck.(p.11).

Muitos aspectos interferem na eficácia e provocam resistência ao

planejamento. Podemos citar como exemplo a falta de tempo para se planejar, ou

seja, há tanto o que fazer em tão pouco tempo. Porém se o tempo é pequeno,

mais se deve cuidar para bem utilizá-lo, sendo possível através do planejamento.

Mas se planejar é uma prática tão antiga, espontânea e natural, por que

tanta resistência ao ato de planejar?

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Gandin (1997), aponta algumas dificuldades na prática do planejamento e

considera que sejam responsáveis por uma certa resistência, muito comum nos

docentes, ao ato de planejar.

Dentre as dificuldades apontadas por ele ressaltamos três:

ü A Própria existência do “planejador”

A rotina exaustiva de trabalho que muitas vezes o professor se submete,

tendo que trabalhar em várias modalidades de ensino, carga horária intensa,

várias escolas ao mesmo tempo, comprometem o tempo que deveria ser

reservado ao planejamento. Em virtudes desses fatores o educando termina

sendo o mais prejudicado.

A falta de compromisso com a qualidade do que se realiza prejudica a

prática do planejamento e consequentemente do ensino. Muitos profissionais

acomodam-se em simplesmente repassar os conteúdos e não procura melhorar

suas práticas pedagógicas, coisa que aconteceria mediante uma prática

sistemática de um planejamento participativo.

ü Pensar planejamento como se fosse fabricação de planos

Muitas pessoas têm a idéia equivocada que planejar é simplesmente

preencher fichas, formulários ou cronogramas. Quando na realidade esses dados

apenas auxiliam na rotina diária. O ideal é que todas as ações educativas sejam

planejadas de forma coletiva

Esta proposta está clara em Gandin (1999), quando comenta que a

tendência na organização de um planejamento atual e democrático é a de ser

participativo já que esta parece ser uma das condições para que o planejamento

esteja voltado aos interesses de todos.

Como diz Libâneo(2001), a participação é fundamental por garantir a gestão

democrática da escola, pois é assim que todos os envolvidos no processo

educacional da instituição estarão presentes, tanto nas decisões e construção de

propostas.

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ü O fato de o planejamento apontar para transformação

O medo da criação do novo e da mudança tem sido outra barreira para o

planejamento. É mais fácil e cômodo continuar com as velhas práticas do que

ousar a transformação.

O planejamento pode apontar para a transformação, ainda que temida,

gerando resistência. Por envolver pessoas de vários níveis hierárquicos no seu

processo, o planejamento apresenta um caráter político. Luck(1999) comenta que

ele será plenamente político quando for participativo.

Com essa visão, Luck, (1999), ressalta que:

“pensar na dimensão política (do planejamento) implica pensar, ao

mesmo tempo, nas repercussões de ações educativas sobre os

outros e as coletividades, como no próprio envolvimento destes na

determinação dessas ações”.

Certo que, nenhum planejamento é a prova de imprevistos. Mas a diferença

é que aqueles que planejam terão avançado muito mais em suas carreiras

quando vier as dificuldades, e saberão reajustar rapidamente suas metas e planos

e seguir em frente.

Pichon-Rivière diz que a resistência à mudança é conseqüência dos medos

básicos que são o “medo à perda” das estruturas existentes e “medo do ataque”

frente às novas situações, nas quais a pessoa se sente insegura por falta de

instrumentação.

É necessário analisar os motivos e as atitudes no envolvimento do

planejamento para que possa racionalizar e eliminar resistência. Contudo é

importante ressaltar que a falta do planejamento poderá acarretar problemas

como má distribuição do tempo, desentendimento, confusão, ineficiência, baixo

rendimento dos alunos e vários outros problemas que atrapalham o crescimento

da escola.

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2.2 O Supervisor como Agente Articulador do Processo de Planejamento

Nessa perspectiva, o supervisor surge como o articulador do processo de

planejamento participativo, aquele profissional que valoriza os saberes docentes,

busca o desenvolvimento de uma prática reflexiva bem como a transformação da

escola em um campo fértil para o compartilhamento dos saberes didático-

pedagógicos das experiências, das angústias, dos sucessos e insucessos

configurando-se em um espaço de formação, reflexão e colaboração mútua

(CANDAU, 2003, FIORENTINI; SOUZA; MELO, 1998). O supervisor emerge

como um par mais experiente, mediador, propositor e investigador do grupo e

com o grupo.

Ao regulamentar a gestão democrática, a Lei 9.394/96 estabelece os

seguintes princípios norteadores do ensino:

“ a participação dos profissionais na elaboração do projeto político

pedagógico da escola; participação das comunidades escolar e

local em conselhos escolares”. (Lei 9394/96, artigo 14, itens I e II)

O incentivo à participação dos profissionais na elaboração do projeto de

ensino muda a configuração das relações de trabalho na escola baseada, até

então, na concentração do poder e na centralização das decisões. Conforme

Ferreira (2000), a descentralização, dentro das escolas públicas, interfere

diretamente na coordenação das ações e no planejamento: aquilo que chegava

pronto para os professores, passa a ser resultado da reflexão coletiva e do

consenso de idéias daqueles que não são mais considerados apenas executores

mas, também, os idealizadores do projeto de ensino. A gestão democrática

propõe o fim da hierarquização das funções e estimula a interação entre os

membros da organização escolar. 'Professor' e 'supervisor' agora devem ser

funções intercomplementares que, juntas, significam maior qualidade para o

trabalho pedagógico.

É importante que seu trabalho seja baseado numa perspectiva de

participação, cooperação, integração, flexibilidade e trabalho coletivo. Ele deve

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21

ser o mediador dos processos educativos. Aquele que desafia seus professores a

refletirem e a buscarem cada vez mais e que dá condições para que isso ocorra.

Sendo o planejamento um processo dinâmico de tomada de decisões a

respeito do funcionamento da escola em suas múltiplas variáveis, inclusive em

suas relações com a comunidade, sua efetivação implica em definição de postura

de vida que, por sua vez traduzirá uma visão de mundo, e de educação

reacionária ou transformadora, autocrática, democrática, participativa A partir

desta visão de mundo – forma de ser, pensar e agir de cada ser humano,

individual e coletiva – serão tomadas as decisões básicas a respeito dos

diferentes aspectos que integram o trabalho da escola.

Orientando o planejamento por uma proposta que busca a qualidade

pedagógica e política para o trabalho da escola chegaremos a uma série de

implicações pedagógico-administrativas:

1º. o planejamento deixa de ser obrigação burocrática, sem muita

importância para a escola, cumprido apenas para atender determinações legais,

para transformar-se em realidade dinâmica, veículo para o exercício da

competência, do compromisso político e da disciplina democrática. (...);

2º. a atividade de participar das deliberações a respeito da estrutura e do

funcionamento da escola gera a necessidade de que todos estejam

preparados para o exercício de diferentes funções, (...);

3º. o ato de planejar não pode ser mecânico, artificial ou neutro, (...);

4º. planejar não é mais uma tarefa restrita ao interior da escola (...).

Neste sentido é um trabalho que precisa incentivar e favorecer participação.

Não se pode entender a efetivação do Planejamento Participativo das

atividades escolares sem a participação da comunidade e de seus

representantes num trabalho integrado por objetivos e fins comuns.

5º. a participação na tarefa de planejar as atividades escolares precisa

ser uma atividade eminentemente competente, compromissada e

democraticamente disciplinada. Isto gera uma mudança de postura

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22

profissional não só para o professor como especialmente para o diretor da

escola. (...)

Daí a necessidade do planejamento constituir-se em processo global,

interdisciplinar, que facilite a troca, o relacionamento, busca de espaços e

relações comuns e não alguma coisa estratificada definitiva. (...) No

entanto, o planejamento não poderá ser determinado pelo diretor, mas

discutido em conjunto e proposto após estudos competentes e solidários.

Destacando a questão da responsabilidade, Elias (1983, p.53/54) e

Lacerda (1983, p.74;116) concluem que “cabe ao Supervisor (...) garantir a

unidade do planejamento e a eficácia de sua execução”, bem como “a

função de cuidar da melhoria da qualidade de ensino, através da

assistência e do controle ao planejamento, execução e avaliação da ação

docente”.

Visando o desencadeamento de um processo de mudanças nas práticas

dos docentes, Orsolon (2000) propõe algumas ações e atitudes que podem ser

vivenciadas pelo supervisor escolar no sentido de auxiliá-los nesse processo,

assim elencadas:

Ø Promover um trabalho de coordenação em conexão com a organização/

gestão escolar de forma compartilhada e integrada;

Ø Realizar um trabalho coletivo, integrando todos os atores da comunidade

escolar, sendo o supervisor um dos articuladores desse trabalho,

desenvolvendo a capacidade de ler, observar e congregar as necessidades

do grupo, com vistas à construção de um projeto político em que todos se

sintam partícipes e compromissados com o seu desenvolvimento e

aperfeiçoamento.

Ø Estabelecer parceria com o aluno: incluí-lo no processo de planejamento

do trabalho docente, possibilitando tornar esse processo mais significativo

para ambos, tomando como ponto de partida as sugestões e necessidades

apresentadas por ele;

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Ø Criar oportunidades para o professor integrar sua pessoa à escola a partir

da criação de situações e espaços para compartilhar as experiências, para

o professor se posicionar como homem/cidadão/profissional e propiciador

de uma prática transformadora

Assim, do ponto de vista metodológico, o planejamento voltado para a

construção democrática do projeto político-pedagógico da escola, e em

última instância para a redefinição das políticas educacionais, deve partir da

avaliação objetiva das necessidades e expectativas de todos os sujeitos de

ação dos diferentes segmentos envolvidos na prática educacional da

instituição, contextualizada numa leitura objetiva e crítica da realidade em

que está inserida (etnografia da instituição), tendo como perspectiva a

melhoria da organização administrativo-financeira e pedagógica bem como

o estabelecimento de novas relações institucionais no sentido do

aprimoramento qualitativo das atividades-fins da escola: ensino e

aprendizagem.

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24

CAPÍTULO III – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerando a natureza do estudo e os objetivos que nos propomos a

investigar, apresentamos neste capítulo o perfil dos docentes, sujeitos desta

pesquisa, os motivos determinantes na escolha da profissão, bem como a visão

de alguns professores sobre planejamento participativo.

O estudo foi realizado com 30 professores de 03 escolas diferentes,

pertencentes ao Sistema Estadual de Ensino de Teresina – PI, representando

uma amostra de 30 (trinta) questionários. O instrumento de produção dos dados

apresentava questões abertas e fechadas.

3.1 Perfil dos Professores do Sistema Estadual de Ensino

Teresinense

Os dados produzidos no decorrer do estudo nos permitiram organizar o

perfil dos atores envolvidos na investigação. Assim, apresentamos

detalhadamente as características que delineiam o perfil dos sujeitos da pesquisa,

destacando dentre outros aspectos faixa etária, formação acadêmica e

experiência profissional.

3.1.1 Faixa Etária

Quadro 01 - Distribuição dos Professores por faixa etária

FAIXA ETÁRIA

18 a 25 26 a 32 33 a 40 41a 50 Acima de 50

02 04 06 12 06

Fonte: Dados empíricos da pesquisa

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25

Conforme evidencia o quadro 01, do total de professores pesquisados, 02

encontram-se na faixa etária de 18 a 25 anos de idade, 04 tem entre 26 a 32

anos, 06 tem entre 33a 40 anos, 12 tem entre 41 a 50 e 06 situam-se na faixa

etária de mais de 50 anos de idade. Portanto, a incidência de faixa etária maior

situa-se entre 41 a 50 anos.

Em relação ao sexo, embora não tenhamos inserido no quadro, foi possível

constatar que dos 30 respondentes, apenas 04 eram do sexo masculino.

3.1.2 Formação Acadêmica

Em relação à formação acadêmica, o quadro 02 evidencia:

Quadro 02 - Distribuição do número de Professores por nível de formação

Fonte: Dados empíricos da pesquisa

* 3.1.3 Experiência Profissional

No que se refere à experiência profissional, os sujeitos da pesquisa

apresentam o seguinte perfil:

NÍVEL Nº Professores GRADUAÇÃO 30

PÓS-GRADUAÇÃO

Especialização na área que atua

Outras

Não têm especialização

22 08

16

08

06

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Quadro 03 – Número de Professores por tempo de experiência em sala de

aula

Experiência profissional Nº de Professores 0 a 3 anos 04 4 a 7 anos 06 8 a 18 anos 11 19 a 28 anos 09 Fonte: Dados empíricos da pesquisa

O quadro 03 evidencia que o tempo de exercício na função docente é

bastante variado. Podemos observar, por um lado, que há uma predominância de

11 professores com tempo de experiência entre 08 a 18 anos.

Contribuindo com essa discussão, Tardif (2002), com base em seus

estudos sobre o ciclo da carreira profissional, destaca que a construção dos

saberes profissionais se dá fundamentalmente no início da carreira, na fase de

exploração (de um a três anos) caracterizada pelas tentativas e erros, pela

necessidade de aceitação no círculo profissional e a experimentação de

diferentes papéis. Nesse sentido, podemos afirmar que o grupo que situa nessa

faixa encontra-se nesse estágio da carreira profissional, sendo considerado,

portanto, como iniciantes.

A segunda fase destacada por Tardif (2002), a fase de estabilização e de

consolidação dos saberes profissionais (de três a sete anos), caracteriza-se pelo

investimento a longo prazo na sua profissão e pelo reconhecimento dos demais

membros da instituição de suas capacidades. Assim, os professores que se

situam nas três últimas faixas podem ser considerados como experientes.

3.2 Os Motivos Determinantes na Escolha da Profissão de

Professor (a)

Os motivos determinantes na escolha da profissão relacionam-se

diretamente com o contexto socioeconômico dos docentes, profissionalização,

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influências da família, a fatores de ordem pessoal como desejo de tornar-se

professor, dentre outros.

Quadro 04 - Indicadores acerca dos motivos que influenciaram na escolha

da profissão professor (a)

Nº professores Vontade/gosto 21 Profissionalização 05 Reconhecimento social - Influência da família 03 Outros 01

Fonte: Dados empíricos da pesquisa . O quadro 04 demonstra o conjunto de motivos que influenciaram na

escolha da profissão. Do total de professores investigados, 21 informaram que a

vontade/gosto pela profissão teve maior peso no momento da escolha, 05 deles

consideraram o magistério como uma possibilidade de profissionalização, 03

escolheram a profissão influenciado pela família e 01 informou ter sido outros

fatores responsáveis pelo seu ingresso na profissão.

3.3 Finalidades do Planejamento

Para melhor compreender a questão do planejamento participativo na

escola, levantamos no primeiro capítulo algumas definições de planejamento no

campo educacional a partir de referências bibliográficas. Abordaremos agora a

visão de alguns professores da rede estadual sobre planejamento a partir de um

questionamento.

Um aspecto a ser levado em conta é que o planejamento no campo

educacional deve ser elaborado em termos científicos para que possa atender às

necessidades do homem, pois a educação é um processo eminentemente

humano. Conforme destaca Gandin (1995.p.57) “Antes mesmo de ser

participativo, o processo de planejamento precisa ser científico”. Assim a

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educação não pode ser desenvolvida sem uma meta, sem um caminho que a

direcione para um fim, pois somente um planejamento bem estruturado, com

bases sólidas é que o objetivo da educação deve ser alcançado.

Em relação ao que seja planejamento participativo, o estudo evidenciou que

mais da metade (21) dos professores conhecem seu significado e reconhecem a

importância do mesmo para a qualidade do processo de ensino e aprendizagem,

conforme demonstram as narrativas a seguir:

“É um processo de pensar, de refletir, de forma articulada e crítica, em conjunto os problemas da educação escolar, no processo ensino-aprendizagem. É algo muito mais amplo e abrange a elaboração, execução e avaliação de planos e atividades” (PROFESSORA I). “É fundamental. O processo ensino-aprendizagem envolve pessoas, em especial, crianças, jovens, em fase de formação. Sem esse tipo de planejamento, todos “andam”, mas não caminham. Fazem voltas. Não chega a lugar algum”. (PROFESSORA I). “É uma discussão sobretudo de idéias e projetos que promovam o envolvimento de todos os atores sociais no processo de ensino-aprendizagem”.(PROFESSOR II). “É mais eficaz no combate a problemas comuns da escola tanto no campo dos conteúdos, quanto em formação cidadã”. (PROFESSOR II). “É uma atividade de ação conjunta que visa proporcionar ações efetivas e construtivas no sentido de enriquecer, através de reflexões e estudos a prática pedagógica escolar”. (PROFESSORA III). “É vital, uma vez que favorece o bom andamento das atividades educativas no sentido de ampliar as reflexões, permitindo visualizar articulações interdisciplinares fundamentais para que haja uma educação de qualidade”. (PROFESSORA III).

Fazendo a comparação entre as concepções dos professores I, II e III foi

observado que entre elas existiam pontos comuns em relação às definições de

planejamento.O primeiro está no fato de que todo planejamento participativo é um

processo de reflexões coletivas e articulada e o segundo ponto é que o mesmo

visa enriquecer a prática pedagógica,ou seja, o ensino-aprendizagem.

A partir da montagem de um quadro comparativo entre a visão dos

professores questionados sobre a importância do planejamento participativo e as

concepções de teóricos da educação, percebemos que há uma ligação entre os

pensamentos, quanto à definição de planejamento.

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29

De acordo com VIANA( apud Dalmas, 1994.p.27) o planejamento

participativo se constitui: “Numa atividade de trabalho, que se caracteriza pela

íntegra de todos os setores da atividade humana social, num processo global,

para a solução dos problemas comuns”.

É considerado ideal o planejamento que envolve as pessoas como sujeitos a

partir de sua elaboração, e com a presença constante na execução e avaliação.

Ele só será eficaz a partir do momento que for comunitário tendo em vista a

criatividade do grupo, os argumentos e os objetivos em comuns São

procedimentos que interferem satisfatoriamente no processo de planejamento.

Com relação à existência ou não de um planejamento participativo na escola

e a finalidade do mesmo foi revelado pelos professores questionados que:

(PROFESSORA I). “Pelo menos no “nome participativo”, acontece. De fato o que tem ocorrido, algumas pessoas que se reúnem, mas a maioria com idéias distorcidas do que seja ensinar ou educar”. (PROFESSORA I) “É programar, é ter atitude, é refletir e, também, re-programar , redirecionar ações previstas, é fazer acontecer, para se ter uma organização em um determinado período de tempo(mês, ano...)e atingir objetivos”. (PROFESSORA II) “Digamos que ocorre de forma sutil, mas que considero um avanço. Não tenho muito tempo para planejar minhas aulas e confeccionar os recursos didáticos para melhorar o trabalho em sala. ” (PROFESSORA II) “Traçar metas para desenvolver um trabalho de qualidade, para que possam motivar os educando”. (PROFESSORA III) “Não existe. Cada um elabora seu planejamento de forma individual sem ouvir o grupo”. (PROFESSORA III) “Organizar as atividades escolares visando alcançar objetivos”.

Pode-se observar pelas respostas acima que não está havendo um

planejamento participativo nas escolas pesquisadas.

Com relação às dificuldades encontradas pelos professores ao planejarem

suas aulas, a professora I respondeu que o planejamento participativo acontece

apenas no nome. A hora do planejamento se transformava em reuniões com

discussões desnecessárias não ocorrendo o planejamento propriamente dito. A

professora II respondeu que faltava tempo, não dispunha de muito tempo para

procurar ou confeccionar os recursos que ele gostaria para melhorar suas aulas.

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O professor III respondeu que não existia e faltava ajuda pedagógica, pois cada

um elaborava de forma individual o seu planejamento sem ouvir o grupo.

Quanto a finalidade do planejamento os professores pesquisados têm

consciência da importância do mesmo, porém em suas escolas ainda não existe

esse tipo de planejamento.

O professor precisa se aprofundar mais sobre o planejamento, planejar suas

aulas de forma que realmente cumpra o seu papel de ensinar. Para isso é

necessário que ele esteja estudando e criando, como diz Pedro Demo (citado por

Sheila p.26). “... em vez de falar pelos outros, ou de ser mero porta-voz de teorias

alheias, ou de apresentar-se como mero discípulo, precisa comparecer com

proposta própria, elaborada e sempre reelaborada”.

3.4.Ação Docente: Ensino e Aprendizagem em Foco

A análise dessa categoria teve como base a totalidade dos dados empíricos

que foram produzidos por meio de uma questão aberta do questionário (Anexo 1),

relativa às atividades que os professores concebem como cerne do seu trabalho.

Em relação ao que se constitui como foco do trabalho do professor no cotidiano

escolar, o estudo evidenciou que, o foco de sua atuação consiste no “Ensino e

aprendizagem do aluno.

A maior parte dos professores (25) sinalizou que seus esforços convergem

para a busca da qualidade do processo de ensino e aprendizagem, conforme

demonstram as narrativas a seguir:

“Nosso foco principal é o aluno acompanhar o desenvolvimento cognitivo e afetivo dos mesmos.Temos consciência do nosso papel, mas na escola cada um faz como acha melhor. Não existe uma harmonia no que fazemos”. (PROFESSORA I). “O foco é no acompanhamento e desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Está faltando algo para que a aprendizagem aconteça realmente.” (PROFESSORA II). “O aluno visando à melhoria do processo ensino-aprendizagem, isso só é possível mediante um planejamento participativo” (PROFESSORA III).

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Diante da realidade, fica evidente que os professores reconhecem que o

seu papel tem como finalidade maior promover o bom desenvolvimento da ação

educativa, ou seja, o processo de ensino e aprendizagem. Porém a falta de um

planejamento participativo tem provocado fragmentação de diferentes concepções

dentro da escola.

Através dessas falas, compreendemos que o professor não deve abrir mão

da colaboração e do trabalho coletivo, pois sem a sintonia entre os atores

envolvidos na ação educativa, não há resultados satisfatórios.

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32

CAPTULO IV-UMA PROPOSTA DE PLANEJAMENTO

PARTICIPATIVO NA ESCOLA

Pode-se afirmar que a educação escolar é um dos meios que pode

influenciar na transformação social. Ela também pode ser utilizada para manter a

desigualdade social quando não está comprometida com o desenvolvimento do

sendo crítico dos alunos.

Para Luckesi( apud DUTRA p.07), a escola é o lugar onde, também se dão

as contradições sociais que ocorrem na sociedade em que está situada e, por

isso, ela participa dos processos sociais contraditórios de reprodução e de

transformação.

Libânio ,( apud DUTRA p.07),afirma que o papel fundamental da escola está

na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe

um instrumento, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização da

sociedade.

A análise do papel da escola, na visão dos autores é que a escola é um

espaço onde acontece a socialização do conhecimento para a transformação da

sociedade.

Uma escola comprometida com a transformação social considera o

planejamento participativo como instrumento de mudança, não devendo reduzir-

se a apenas integrar escola-família-comunidade, mas visa a realização das

pessoas.

A preparação é a etapa totalmente necessária para um grupo que está

iniciando um processo mais globalizado e mais participativo de planejamento. Ela

leva em média dois a três dias para ser realizada, e tem como objetivo, analisar

os pontos básicos de um processo científico e participativo, afim de que cresça a

motivação para o planejamento e possibilitar a eficiência das etapas posteriores.

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Para Gandin (2002 p.64) é importante que os participantes se aprofundem

nos níveis em que o planejamento se realiza; no planejamento como um

processo de transformação da realidade e em um modelo de planejamento.

Essas são questões básicas para a preparação do planejamento

participativo. Além delas podem-se acrescentar conteúdos relacionados à

realidade global e a visão de homem e sociedade.

A elaboração do marco referencial é outra etapa importante. Antes da

elaboração é importante que o grupo saiba o que é um marco referencial.

Partindo desse princípio retoma o processo.

O Marco referencial é a parte do planejamento em que um grupo se

compreende como componente de uma realidade global.

O marco referencial está dividido em três partes que se integram:

ü Marco Situacional

ü Marco Doutrinal

ü Marco Operativo (Gandin, 2002 p.79)

O Marco Situacional descreve a realidade, no sentido global à local em que

se vive. Ele representa a primeira aproximação da escola que planeja a realidade.

Nele se pergunta, qual a nossa realidade? Como estamos? Isso considerando os

aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais.

Já o Marco Doutrinal procura mostrar aonde se quer chegar, o que se quer

mudar. Tendo em vista o tipo de homem e sociedade que queremos formar.

No Marco Operativo é tomada a decisão concreta. Nele se pergunta como

vamos mudar?

É importante que no planejamento participativo o grupo tenha em mente o

seu papel para mudar a realidade. É preciso caminhar juntos e se comprometer

com a escola.

O comprometimento por parte da equipe de educadores é o principal fator

para um ensino de qualidade.

Na prática o planejamento participativo sugere algumas questões básicas a

serem observadas, conforme (DUTRA, 2001 p.11):

• Qual a nossa realidade?

• Qual a relação dos nossos problemas com o contexto maior?

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• O que queremos mudar?

• O que precisamos saber para mudar?

• Como vamos mudar?

No processo de planejamento vivenciam-se três momentos que se integram:

elaboração, execução e avaliação (apud Dalmas.p.30).À medida que se elabora,

se executa.e simultaneamente se avalia; e existem quatro etapas imprescindíveis

para a elaboração do planejamento participativo:

1. Preparação

2. Elaboração do plano global de médio prazo

• Elaboração do marco referencial

• Elaboração do diagnóstico

• Elaboração da programação

• Revisão geral

3-Elaboração de planos globais de curto prazo

4-Elaboração de planos setoriais

Para facilitar o entendimento em identificar as etapas que seguem no marco

referencial exemplificamos da seguinte forma:

• Diante de um mundo assim...(MS)

• Propõe-se condições assim...(MD)

• Por isso, a nossa escola funcionará assim...(MO)

No planejamento participativo é preciso que haja indagações sobre a

realidade planejada para que os participantes tenham uma visão geral do

problema.

Uma etapa que também merece destaque é a questão do diagnóstico, pois

através dele o grupo avalia a que distância se está do que se quer alcançar. O

conhecimento da realidade é imprescindível, pois a elaboração depende de

identificação da realidade e das condições existentes. Ele é feito a partir do

marco referencial. O diagnóstico não é descrição da realidade ou levantamento de

problemas, mas representa um juízo, sobre a realidade planejada.

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Para Danilo Gandin ( 1994 p.29), o diagnóstico é definido da seguinte forma:

“... A parte de um plano que profere um juízo sobre uma instituição planejada em

todos ou em alguns aspectos tratados no marco operativo que descreveu o modo

ideal de ser, de organizar, de agir da instituição...” (1994:29)

Para a realização de um bom diagnóstico, é necessário seguir alguns passos

concretos:

ü Avanços- identificar os avanços transformadores conseguidos e as forças

que ajudaram e foram de apoio.

ü Limites- constatar os limites, as dificuldades e os problemas que

atrapalham os avanços. Há forças de resistência, que contribuem

desfavoravelmente para se conseguir avanços. Num processo de planejamento

participativo transformador, os problemas se tornam desafios.

ü Necessidades- a partir dos avanços e dos limites, determinar as

necessidades mais urgentes, considerando a importância de reforçar os avanços

e superar as limitações. Em outras palavras, trata-se de definir prioridades.

A programação representa o esforço para diminuir a distância entre o que se

é e o que realmente se quer. Para Dalmas (1994 p.33), “programar é dizer o que

se fará dentre o que é necessário, levando em conta o que é possível fazer, com

os recursos de que se dispõe naquele tempo de duração do plano”.

A programação precisa ser viável, dando-se prioridade ao que é mais

urgente. Ela é o resultado técnico das decisões que envolvem a fixação dos

objetivos, políticas e estratégias. Vejamos cada um dos itens:

v Objetivos- é a expressão concreta do que se quer alcançar e suas

finalidades (o resultado da ação). “Os objetivos são ações concretas que: mudam

a estrutura existente; criam algo e se esgotam; tomam recursos próprios; duram

determinado tempo; são bem definidos”. ( Sandrini et alii,1998, p.33)

v Políticas- são linhas de ação, princípios orientadores, atitudes básicas

assumidas como necessárias para desenvolver o plano. “Políticas são

orientações para a ação e geram um espírito, produzem a unidade, modificam as

atitudes e os comportamentos” ( ibidem p.36).

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v Estratégias- são modos práticos e particulares de concretizar cada política

de ação. “Estratégias são sugestões de ações propostas a níveis diversos para

levar à realização da política escolhida” ( ibidem p.36).

Uma etapa fundamental do planejamento é a avaliação. É um processo que

confronta permanentemente o resultado que se vai conseguindo. Não é a última

coisa a ser feita, pois é constante.

A avaliação é o motor que assegura o dinamismo do plano, pela constante

atualização através de sucessivas revisões e reformulações. Possui duplo

aspecto: de controle e de realimentação. Está presente no todo e em cada parte.

Ela confronta os resultados alcançados com os resultados desejados (objetivos),

para analisar as causas dos acertos ou dos desvios ocorridos.

“A avaliação é essencial a educação. Inerente e indissociável enquanto

concebida como problematização, questionamento, reflexão sobre ação

(...) A dicotomia educação e avaliação é uma grande falácia. É

necessária a tomada de consciência e a reflexão a respeito desta

compreensão equivocada ...” ( HOFFMANN,1993,p.47).

4.1- Fatores Determinantes para a Eficácia do Planejamento

Participativo

Dada a complexidade do sistema educacional, o planejamento participativo

torna-se necessário ao trabalho escolar, mas é preciso que tenha fundamentação

teórica e haja envolvimento do grupo para ser implementado de forma eficaz nas

escolas.

Para Viana (apud DALMAS p.30), o planejamento participativo é um desafio

para os verdadeiros educadores, exigindo daqueles que pretendem realizá-lo,

muita disponibilidade, coragem, persistência, tenacidade, garra e espírito de luta

(...)

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n O êxito do planejamento participativo está exatamente no

comprometimento do grupo que pretende alcançar os objetivos da escola. Além

disso, existem outras condições, consideradas indispensáveis para que o

processo de planejamento participativo possa ser vivenciado eficazmente numa

escola. É fundamental que a maioria dos componentes do grupo tenha

consciência de que a educação é um ato político, não é neutra, pois ela modifica

a situação da sociedade e se posiciona frente à realidade.

Segundo Fávero (apud DALMAS p.36), a educação é sempre um ato político

e, portanto, nunca neutro: comprometido com uma sociedade justa e fraterna

buscam desenvolver um processo educativo transformador.

n Outra questão que merece destaque é que a maioria do grupo possua

visão crítica da realidade, na perspectiva de sua transformação.

Loiva Urban (apud, DALMAS p.38), diz que o planejamento participativo

deve acontecer mediante a visão crítica do grupo sobre a conjuntura e estrutura

política, social e econômica, brasileira e internacional. Nesta perspectiva o

planejamento escolar deve ser elaborado em consonância com a realidade

brasileira, pois a situação da escola é um reflexo dos problemas externos, isto é,

da situação sócio-econômica e educação do país.

n É de fundamental importância que na escola exista um clima favorável

entre os componentes para que o planejamento aconteça de forma eficiente.

Esse clima refere-se à aceitação mútua, interesse pelos outros..

n A motivação para planejar participativamente é outra condição para um

planejamento que tenha resultados satisfatórios. Ela favorece o envolvimento

entre os participantes. Neste aspecto a equipe coordenadora tem uma influência

enorme em incentivar o grupo a decidir.

n A integração grupal é outro fator responsável pela eficácia do

planejamento. Cabe à direção promover essa integração entre o grupo de

educadores com atividades integradoras. Deve-se eliminar, no entanto, o poder

centrado apenas no diretor, é preciso que todos possam falar sobre o que

pensam no momento do planejamento para então decidirem em conjunto o que

fazer para melhorar o ensino.

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n O comprometimento por parte da equipe de educadores é o principal fator

para um ensino de qualidade.

4.2-As Vantagens de um Planejamento Participativo

Segundo VIANNA (1986, p.18), o planejamento participativo constitui uma

estratégia de trabalho que propõe uma nova forma de ação cuja força caracteriza-

se na interação e participação de muitas pessoas, politicamente agindo em

função de necessidades, interesses e objetivos comuns.

Entretanto, torna-se importante identificar que a participação necessita ser

incentivada, de modo que todos os esforços sejam canalizados para desenvolver

as potencialidades e criatividades, coletivas e individuais. Trata-se, portanto, de

um trabalho que valoriza a contribuição pessoal e o trabalho em grupo, onde

cada sujeito propõe sugestões e sistematiza os princípios de suas ações com o

objetivo de construir um bem coletivo para o grupo social envolvido. Destacamos

a seguir as vantagens de um planejamento participativo:

• Encara o participante como sujeito da História respeitando-se sua

dignidade e sua liberdade.

• Entende a participação como importante vetor para a formulação de

objetivos, tomada de decisões, resolução de problemas e mudanças

organizacionais.

• O planejamento participativo torna-se instrumento de ação pedagógica

para o desenvolvimento de ações voltadas à realidade escolar – ações pelas

quais a comunidade participa não da execução, mas de decisões.

• Permite a troca de informações entre professores para dar coerência à

aprendizagem ao longo da escolaridade.

• Permite uma análise dos resultados da avaliação realizada no fim do ano

anterior, detectando os pontos que concentraram dificuldades de aprendizagem e

as estratégias que funcionaram ou não.

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• Garante a participação de todos que fazem parte da escola nas decisões e

construção do projeto político pedagógico.

• A participação evita o processo de fragmentação de diferentes concepções

sobre a escola.

• O planejamento participativo como forma de proporcionar a inclusão social.

• Proporciona formas de aprendizado recíproco;

• Uma melhor compreensão das dificuldades enfrentadas nas diferentes

instâncias da organização e maior cooperação entre elas;

• Uma maior cooperação entre as diferentes instâncias no sentido de obter

maior eficiência e eficácia, abrindo caminhos para novas formas de gestão,

aumentando a capacidade de resposta às demandas tanto internas como

externas

O estudo apontou às inúmeras vantagens que o planejamento participativo

proporciona ao processo de ensino aprendizagem A participação de todos ajuda a

construir um ambiente capaz de conduzir os rumos da escola, re-significando

conceitos e práticas, trazendo para a escola a imagem e as expectativas que a

comunidade tem desta instituição e possibilitando à escola demonstrar, com

transparência, as suas potencialidades e seus problemas.

Em suma, as análises desenvolvidas evidenciaram que se a escola almeja

um trabalho coletivo, participativo onde haja a parceria de todos no trabalho de

preparar sujeitos ativos, autônomos é necessário que todos estejam juntos,

assumindo responsabilidades, tomando decisões, integrando contextos escolares

e sociais e possibilitando a criação de um ambiente propício à criatividade,

responsabilidade e transformação no qual o planejamento participativo é o fator

principal para que isso ocorra.

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CONCLUSÃO

Tomando como objetivo maior mostrar a importância do planejamento

participativo para elevar a qualidade do ensino nas Escolas Públicas Estaduais de

Ensino Médio de Teresina, utilizamos, além de teorias científicas, questionários

com professores e gestores, para saber como os professores analisam o

planejamento participativo de modo geral.

Assim, a busca da compreensão das concepções de Planejamento

Participativo de alguns teóricos e a visão dos docentes entrevistados forneceu

subsídios para alimentar esse trabalho.

Na concepção dos professores o planejamento participativo é importante

para seus trabalhos na escola, porém ele praticamente não existe nas escolas

analisadas. Os professores planejam apenas para cumprir um ritual burocrático,

não existe participação nas decisões e o mesmo ocorre na maior parte das vezes

de forma individualizada e fragmentada.

Desta forma, diante dos inúmeros problemas educacionais e o real papel da

escola, faz-se necessário uma ampla reflexão e um grande esforço coletivo para

derrubar as barreiras que impedem a construção de uma escola democrática e

autônoma, de uma escola que sirva de instrumento para a transformação social.

Pois a melhoria da qualidade do ensino das escolas é algo que se discute e se

rediscute há muito tempo, porém essa melhoria só acontecerá a partir da

construção coletiva de um planejamento participativo.

É preciso que a forma de gestão escolar seja democrática e que sejam

rompidas velhas e cristalizadas formas de gerenciamento escolar. Deve-se

pensar em uma escola que construa seu próprio planejamento. Embora haja

resistência por parte de algumas pessoas, a falta do planejamento poderá

acarretar grandes transtornos que atrapalham o desenvolvimento da unidade

escolar.

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Este estudo incorpora a prática do planejamento participativo em suas

atividades educativas como estratégia de trabalho, o qual possibilita um diálogo

crítico e reflexivo, levando a troca de experiências e fomentando a participação de

todos no processo ensino-aprendizagem. Para que esta proposta seja

concretizada, faz-se necessário realizar reflexões críticas entre os vários sujeitos

envolvidos, além do engajamento político e consciente de todos os setores da

comunidade escolar.

Nesta perspectiva, uma proposta de planejamento participativo se constitui

como um agir baseado no diálogo que busca romper fronteiras entre os diferentes

saberes e práticas. Precisamos pensar o futuro da escola, definir estratégias e

táticas para agir, bem como o papel de cada um no dia-a-dia do fazer escolar.

Isso só é possível com Planejamento e, mais, com um planejamento em que

todos opinem, portanto, participativo.

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ANEXOS

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QUESTIONÁRIO

Caro Professor (a), solicitamos sua colaboração no fornecimento de informações requeridas neste questionário.

Perfil:

Nome:__________________________________________________________

Formação Profissional (especifique os cursos)

( ) Magistério ( ) Graduação___________________________________________________ ( ) Especialização _______________________________________________ ( ) Mestrado ____________________________________________________ ( ) Doutorado ___________________________________________________ ( ) Outros______________________________________________________ Faixa etária ( ) 18 a 25 anos ( ) 33 a 40 anos ( ) acima de 50 anos ( ) 26 a 32 anos ( ) 41 a 48 anos Experiência profissional: Há quanto tempo exerce a função de docente?__________________ 1. O que levou você a se tornar professor (a) ? ( ) Reconhecimento social ( ) Acesso a emprego mais rápido ( ) Profissionalização ( ) Influência da família ( ) Vontade/gosto ( )Outro _______________________________________________________ 2. Para você o que é Planejamento Participativo? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. Você considera importante o planejamento participativo e democrático na

escola? Por quê? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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4.Você sente-se seguro (a) ao realizar o seu trabalho? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte 5.Caso a resposta anterior seja positiva, o que tem contribuído para você se sentir seguro(a) na realização do seu trabalho? ( ) Os conteúdos trabalhados na sua formação profissional ( ) A forma como tem planejado sua aulas ( ) A experiência adquirida na própria prática ( ) As relações estabelecidas no próprio ambiente de atuação profissional 6 Você sente-se realizado (a) ao fazer o seu trabalho? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte 7. Caso sua resposta seja positiva, você se sente realizado(a) principalmente em função do(a); dos(as): ( ) Apoio da gestão escolar ( ) Espírito de colaboração da equipe docente ( ) Reconhecimento do seu trabalho perante a comunidade e ao sistema de ensino do qual você faz parte. ( ) Resultados obtidos na sua trajetória profissional 8.Existe o planejamento participativo em sua escola ?De que forma acontece? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9-Qual a finalidade do planejamento? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 10-Na sua opinião, qual o foco principal de seu trabalho como professor(a)? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11-.Qual a importância do planejamento participativo para o processo de ensino-aprendizagem? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________