DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · O tratamento e a reciclagem de resíduos...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
COMPOSTAGEM: UMA SOLUÇÃO SOCIAL, ECONÔMICA E
AMBIENTAL PARA O RESÍDUO ORGÂNICO.
Por: ALAN MENDES FERREIRA
Orientador
Prof. JANDER LEAL
NITERÓI
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
COMPOSTAGEM: UMA SOLUÇÃO SOCIAL, ECONÔMICA E
AMBIENTAL PARA O RESÍDUO ORGÂNICO.
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Ambiental.
Por: Alan Mendes Ferreira
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, a vida.
Aos meus avós e pais, a educação.
Aos meus amigos, o incentivo.
Aos professores, o conhecimento.
A minha família, o apoio.
4
DEDICATÓRIA
A Sebastião Ferreira e Labueto Mendes
Avôs (Em memória), avós, pais, irmão e
esposa.
5
RESUMO
O crescimento populacional nas últimas décadas contribuiu
significadamente com o aumento dos resíduos orgânicos, mais conhecido
como lixo doméstico, o seu destino final se tornou um dos maiores problemas
ambientais que a sociedade enfrenta atualmente. Assim, ouve uma
preocupação com a inovação de técnicas e práticas mais sustentáveis para
amenizar os impactos gerados ao meio ambiente e a saúde pública.
O presente trabalho busca apresentar a compostagem como uma das
alternativas mais viáveis para uma eficaz gestão de resíduos orgânicos, sendo
uma tecnologia vantajosa no tratamento, reciclagem e valorização de
biomassas, já que a capacidade dos Aterros Sanitários é finita e os custos da
sua manutenção são altos.
A compostagem doméstica é uma alternativa para o tratamento dos
resíduos orgânicos nas residências, visando à conscientização das famílias
para evitarem o descarte de restos de alimentos que podem ser aproveitados
ou reaproveitados. Buscando o desenvolvimento sustentável e qualidade de
vida da sociedade.
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como
proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de
instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos
resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou
reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo
que não pode ser reciclado ou reutilizado). O processo de compostagem é, por
sua vez, uma forma eficaz e econômica de tratar os resíduos orgânicos.
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METODOLOGIA
A metodologia adotada para a elaboração desta monografia aborda:
Pesquisa em legislação específica vigente, instruções e normativas correlatas.
Reduzir, reutilizar e descartar o resíduo orgânico. Realizando levantamentos de
documentos e bibliografias, utilizando diversas ferramentas como os livros,
revistas, artigos e publicações na internet.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
1. CONCEITOS BÁSICOS DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM 10
1.2. FATORES QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM 12
1.2.1. MICROORGANISMOS 13
1.2.2. RELAÇÃO CARBONO/NITROGÊNIO 14
1.2.3. PH 15
1.2.4. UMIDADE 17
1.2.5. AERAÇÃO 18
1.2.6. TEMPERATURA 20
1.3. COMPOSTAGEM DOMÉSTICA 21
1.4. QUALIDADE DOS COMPOSTOS 22
2. RESÍDUOS SÓLIDOS 24
2.1. POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 25
2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 26
2.3. GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 29
3. COMPOSTAGEM: ECONOMIA, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE 31
3.1. DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 32
3.1.1. LIXÃO 32
3.1.2. ATERRO CONTROLADO 33
3.1.3. ATERRO SANITÁRIO 33
3.2. ALTERNATIVAS NO TRATAMENTO DO LIXO 34
3.2.1. COLETA SELETIVA 34
3.2.2. RECICLAGEM 36
3.2.3. INCINERAÇÃO 37
3.3. USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM 38
CONCLUSÃO 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40
ÍNDICE 44
8
INTRODUÇÃO
O crescimento populacional e o econômico geraram uma forte demanda
por alimentos, o que fez com que os diferentes sistemas agropecuários e
agroindustriais aumentassem a sua produção, a fim de suprir o grande
consumo por parte da população. Além disso, com a globalização do mercado,
a possibilidade de exportar os mais variados produtos, tem levado a um
crescimento ainda maior destas unidades de produção, principalmente nos
países em desenvolvimento (SEIFFERT, 2000). Esse segmento contribui
sistematicamente para a geração de grandes quantidades de resíduos, sólidos
e líquidos, provenientes dos processos produtivos e de transformação, sendo
produzidos desde a etapa de extração da matéria-prima e estendendo-se
durante todas as etapas do processo industrial (LUCENA & CHERNICHARO,
2005).
Tais modificações, tanto de quantidade como de composição de
resíduos sólidos, são caracterizadas por aumentos substanciais das parcelas
de materiais não perecíveis em relação às de lixo orgânico. Principalmente em
países do Terceiro Mundo, deve-se destacar o agravamento dos custos
externos gerados pela insuficiência de recursos disponíveis para o
financiamento de um sistema integrado de gerenciamento do lixo. Aterros com
deficiente controle sanitário e/ou clandestinos e inexistência de coletas
regulares constitui-se em graves problemas para a maioria destes países
(IPEA, 1996).
Nos países do Terceiro Mundo, onde a fração orgânica do resíduo sólido
chega a representar até 80% da massa dos resíduos sólidos produzidos, a
compostagem aparece como uma ótima solução para tratamento dos mesmos
(PEREIRA NETO, 1980).
.
9
KIEHL (1985) define a compostagem como uma técnica idealizada para
se obter mais rapidamente e em melhores condições, a desejada estabilização
da matéria orgânica. Segundo COSTA et.al. (2005), o processo de
compostagem tem sido utilizado como alternativa para a disposição
ambientalmente correta de resíduos oriundos de diferentes atividades
agrícolas, agroindustriais e industriais.
PEREIRA NETO (1996) cita que o interesse pela compostagem no
Brasil tem crescido devido ao fato que o lixo urbano tem uma composição
média de 60% de materiais putrescíveis. Esta quantidade de material
putrescível, quando disposta em lixões ou em aterros não controlados, forma
um habitat natural para vetores de doenças como moscas, ratos cães, etc.
Outro problema associado com a putrefação nestes locais é a grande
quantidade de chorume gerado, o qual frequentemente flui para mananciais de
abastecimento humano, animal, irrigação, etc.
O tratamento e a reciclagem de resíduos orgânicos não representam,
necessariamente, uma solução final para os problemas de escassez de
alimentos ou do saneamento ambiental, mas podem contribuir
significativamente para reduzir os danos causados pela sua disposição
desordenada no meio ambiente, além de propiciar a recuperação de solos
agrícolas exauridos pela ação de fertilizantes químicos aplicados
indevidamente (LIMA, 2002).
NASCIMENTO e MOTHÉ (2007, p. 3) afirmam que “a aplicação de
tecnologias apropriadas e ecológicas, com a redução da utilização de recursos
naturais, de desperdício, da geração de resíduos e poluição, é uma ação de
prioridade mundial”. O gerenciamento de resíduos deve basear-se em ações
preventivas, especialmente as corretivas contendo uma abordagem
multidisciplinar, haja vista que os problemas ambientais e suas soluções não
estão apenas centrados em fatores tecnológicos, mas permeados por
10
questões econômicas, físicas, sociais, culturais e políticas (NASCIMENTO e
MOTHÉ, 2007).
CAPÍTULO I
1. CONCEITOS BÁSICOS DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM
KIEHL (1985) define compostagem como sendo: “um processo
controlado de decomposição microbiana, de oxidação e oxigenação de uma
massa heterogênea de matéria orgânica” onde ocorre uma aceleração da
decomposição aeróbica dos resíduos orgânicos por populações microbianas,
concentração das condições ideais para que os microorganismos
decompositores se desenvolvam, (temperatura, umidade, aeração, pH, tipo de
compostos orgânicos existentes e tipos de nutrientes disponíveis), pois utilizam
essa matéria orgânica como alimento e sua eficiência baseia-se na
interdependência e inter-relacionamento desses fatores. O processo é
caracterizado por fatores de estabilização e maturação que variam de poucos
dias a várias semanas, dependendo do ambiente.
De acordo com VALLINI (1995a), o principal objetivo do processo de
compostagem é a obtenção de um produto estável, que não seja susceptível
de repentina evolução biológica, maturado, e que seja compatível (não
fitotóxico) quando empregado na agricultura como corretivo orgânico dos solos;
deve permitir também a eliminação de maus odores, a redução de volume e de
massa, e a desativação de microrganismos patogênicos (higienização) da
matriz inicial. O autor também se refere que o processo de compostagem pode
ser considerado segundo duas perspectivas: como um processo orientado
para o tratamento de resíduos, e como um processo orientado para a produção
de compostos com interesse na agricultura.
11
Segundo CUNHA QUEDA (1999), as principais vantagens do processo
de compostagem como tecnologia do tratamento de biomassas são:
• Redução do volume, da massa e do teor de umidade dos resíduos
tratados;
• Estabilização química e biológica dos materiais putrescíveis;
• Obtenção de produtos – compostos – com interesse agrícola.
Segundo HAUG (1980) as vantagens da aplicação de compostos aos solos
são:
• Estes produtos constituírem uma fonte de matéria orgânica para
manutenção ou incremento do húmus do solo, necessário para uma
melhor estrutura do mesmo e aumento da capacidade de retenção de
água;
• Aumentar a produção das culturas em sistemas intensivos ou em
explorações agrícolas familiares;
• Permitir a reutilização de nutrientes (como por exemplo, o azoto, o
fósforo, o potássio, microelementos, etc.).
12
1.2. FATORES QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE
COMPOSTAGEM
BIDONE (2001) afirma que por ser um processo puramente
microbiológico, a sua eficiência e qualidade do composto depende da ação e
da interação de microrganismos, os quais são dependentes da ocorrência de
condições favoráveis, como a temperatura, a umidade, a aeração, o pH, o tipo
de compostos orgânicos existentes, a relação carbono/nitrogênio (C/N), a
granulometria do material e as dimensões das leiras.
Para KIEHL (1985), o tempo necessário para promover a compostagem
de resíduos orgânicos depende da relação C/N, do teor de nitrogênio da
matéria-prima, das dimensões das partículas, da aeração da meda e do
número e da frequência dos revolvimentos das leiras.
A compostagem é desenvolvida por colônias de microorganismos, ela é
afetada por qualquer fator que atinja a atividade microbiológica, podendo-se
citar dentre as mais importantes à aeração, a temperatura, o teor de umidade e
a concentração de nutrientes (VERAS & POVINELLI, 2004).
LELIS et al. (1999) observaram que a eficiência da compostagem
depende da temperatura e da umidade do substrato, sendo os mesmos os
principais parâmetros de controle operacional do processo, considerando-se
como ótimo teor de umidade de 55% e a temperatura entre 55 e 65ºC. Os
fatores que mais interferem no processo da compostagem são a temperatura,
a aeração, a umidade, a relação carbono: nitrogênio e nutrientes.
13
1.2.1. MICROORGANISMOS
A transformação biológica da matéria orgânica crua biodegradável ao
estado de matéria orgânica humificada ocorre através do trabalho dos
microorganismos que atuam no processo; assim, é influenciada por todos os
fatores que afetam a atividade dos microorganismos, sendo as bactérias,
fungos e actinomicetos os principais responsáveis pelo processo de
compostagem (BIDONE & POVINELLI, 1999).
Segundo MILLER (1992), a predominância de determinadas espécies
de microrganismos e a sua atividade metabólica determina a fase em que se
encontra o processo de compostagem. CORRÊA et al. (1982) afirmam que no
início da decomposição dos resíduos orgânicos, na fase mesófila, predominam
bactérias, que são responsáveis pela quebra inicial da matéria orgânica,
promovendo a liberação de calor na massa em compostagem.
Segundo PEREIRA NETO (1996), os resíduos animais e vegetais são
igualmente atacados e seus vários constituintes são decompostos em vários
estágios, com diferentes intensidades, por populações distintas, havendo uma
conversão da matéria orgânica ao estado de matéria humificada um processo
microbiológico, realizado por bactérias, fungos e actinomicetos, sendo que,
durante o processo, há uma sucessão de predominâncias entre as espécies
envolvidas.
De acordo com KIEHL (1985), resíduos vegetais palhosos, pobres em
microorganismos, com poucas condições para a proliferação de bactérias,
fungos e actinomicetos podem ser compostados, adicionando ao processo
algum inoculante como, estercos animais, lixo cru, lodo de esgoto, tortas e
outras matérias que entram em fermentação espontânea, não sendo
necessária a utilização de métodos de laboratório.
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1.2.2. RELAÇÃO CARBONO/NITROGÊNIO
A relação C/N é um índice utilizado para avaliar os níveis de maturação
de substâncias orgânicas e seus efeitos no crescimento microbiológico, já que
a atividade dos microrganismos heterotróficos, envolvidos no processo,
depende tanto do conteúdo de C para fonte de energia, quanto de N para
síntese de proteínas (SHARMA et al., 1997).
A concentração dos macronutrientes carbono e nitrogênio (relação C/N)
é um fator crítico na compostagem, sendo a relação de 30:1 a 40:1
considerada a taxa ótima para início da compostagem, e de 10:1 a 15:1 na
completa maturação do composto, ou seja, ao final do processo (FEAM, 2002).
A quantidade de N exigida por unidade de C varia com os tipos de
microrganismos envolvidos no processo (PEIXOTO, 1988). PEREIRA NETO
(2007) afirma que o tempo necessário para que se processe a decomposição e
a mineralização é, em grande parte, determinado ela concentração de N da
matéria orgânica. A qualidade do C, a ser digerido, pode interferir na
velocidade e na quantidade de carbono que será transformado em CO2
durante o processo de compostagem.
VALLINI (1995b) refere que em geral os microrganismos utilizam para
as suas reações energéticas e de crescimento, o carbono, numa quantidade
vinte vezes superior à do azoto. Segundo o mesmo autor, para as biomassas a
compostar, o intervalo ótimo para a relação C/N deve estar compreendido
entre 25:1 e 30:1 e o intervalo de compatibilidade (susceptível de ser utilizado)
entre 20:1 e 40:1. Com valores inferiores a 20:1, o carbono disponível é
completamente utilizado sem que haja a estabilização completa do azoto. O
excesso de azoto pode ser perdido para a atmosfera na forma de amoníaco,
especialmente para valores de pH e temperatura elevados, o que causa
odores indesejáveis. Se os substratos tiverem C/N superiores a 40:1, requerem
tempo de compostagem longo, já que os microrganismos terão que oxidar o
15
excesso de carbono até que a relação C/N seja mais propícia ao seu
metabolismo (De BERTOLDI et al., 1985; VALLINI, 1995b).
A Figura 1 indica de que forma a relação C/N de uma biomassa afeta a
temperatura e consequentemente o tempo de compostagem, representada
abaixo.
1.2.3. PH1
Os principais materiais de origem orgânica, utilizados como matéria-
prima na compostagem, são de natureza ácida, como sucos vegetais, sangue,
urina, fezes, dentre outros. Dessa forma, em geral, uma leira de matéria
orgânica tem inicialmente reação ácida. Ainda, no início da decomposição
ocorre à formação de ácidos orgânicos e a incorporação de carbono orgânico
ao protoplasma celular microbiano, o que torna o meio mais ácido em relação
ao inicial. Esta fase caracteriza-se pela presença de intensa atividade de
microrganismos mesófilos, que elevam a temperatura da massa em
compostagem à aproximadamente 40- 45ºC e, em decorrência de sua
atividade, liberam também C orgânico na forma de CO2 para a atmosfera
(TUOMELA et al., 2000).
1 PH – Potencial Hidrogeniônico, uma escala logarítmica que mede o grau de acidez,
neutralidade ou alcalinidade de uma determinada solução.
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Para KIEHL (1985), o valor de pH fornece boa informação sobre o
estado de decomposição da matéria orgânica que foi submetida a um processo
de fermentação. Considerando-se a interpretação prática, uma matéria-prima
crua tem reação ácida e quando neutra ou quase neutra, indica que o
composto está bioestabilizado. Já um composto humificado apresentará
reação alcalina (COSTA et al., 2005).
Ao longo do processo de compostagem, o pH varia devido às
transformações que ocorrem nos substratos. Na figura 2 apresenta-se uma
curva típica de evolução do pH durante a compostagem.
Figura 2 – Curva das principais variações de pH durante a compostagem (MUSTIN, 1987). São consideradas quatro fases principais na evolução do pH (MUSTIN, 1987).
• Na Fase I o valor de pH diminui – é uma fase de acidificação, ocorrendo
a produção intensa de CO2 e de ácidos orgânicos; predominam os
microrganismos mesófilos.
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• Na Fase II o pH aumenta, devido à produção de azoto na forma
amoniacal proveniente da hidrólise do azoto orgânico por intermédio de
microrganismos heterotróficos aminizantes e amonificantes, com a
consequente produção de amoníaco – é uma fase de alcalinização;
predominam os microrganismos termófilos.
• Na Fase III é caracterizada pelo início da estabilização do pH – o
amoníaco produzido na fase anterior diminui quer devido à sua
volatilização quando as condições assim o favorecem (temperatura e
pH elevados), quer por ação das bactérias nitrificantes que o oxidam da
forma amoniacal à forma de nitrito e, posteriormente, à forma de nitrato.
O azoto também é utilizado pelos microrganismos para a biossíntese
das substâncias húmicas.
• Na Fase IV o valor de pH tende para a neutralidade. Esta estabilização
do pH deve-se às reações de maturação e ao poder tampão do húmus.
1.2.4. UMIDADE
A umidade é indispensável para a atividade metabólica e fisiológica dos
microrganismos, sendo que a considerada ideal para a compostagem varia
entre 50 e 60% (Stentiford, 1996 citado por Tiquia ET al., 1998a; Rodrigues et
al., 2006).
Durante a compostagem o teor em água pode variar por dois tipos de
razões. A primeira relaciona-se com o fato de que os microrganismos aeróbios
produzem água quando decompõe a matéria orgânica, o que contribui para
aumentar a umidade do composto. A água produzida pelo metabolismo dos
microrganismos é distinta da água que faz parte da composição dos materiais
iniciais e é designada por água metabólica. A segunda razão tem a ver com as
perdas, sob a forma de vapor de água, que se verificam através da ação
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conjugada do aumento de temperatura, da ventilação ou do reviramento do
composto (BATISTA e BATISTA, 2007).
A umidade tem, portanto, juntamente com a aeração, o pH, a relação
C/N, a granulometria do material e as dimensões das leiras, um efeito direto
sobre o desenvolvimento de microrganismos e indireto sobre a temperatura do
processo de compostagem, sendo que a considerada ótima varia em função
do tipo de material a ser compostado e do material celulósico utilizado, a
eficiência do processo de compostagem baseia-se na interdependência e no
inter-relacionamento desses fatores.
RICHARD et al. (2002) afirmam que materiais com 30% de umidade
inibem a atividade microbiana, sendo que um meio com umidade acima de
65% proporciona uma decomposição lenta, condições de anaerobiose e
lixiviação de nutrientes. O excesso de umidade reduz a penetração de oxigênio
na leira, uma vez que a matéria orgânica decomposta é hidrófila e as
moléculas de água se aderem fortemente à superfície das partículas,
saturando os seus micro e macroporos, afetando as propriedades físicas e
químicas do composto.
1.2.5. AERAÇÃO
A aeração é o fator mais importante a ser considerado no processo de
decomposição da matéria orgânica (Peixoto, 1988), sendo classificado como o
principal mecanismo capaz de evitar altos índices de temperatura durante o
processo de compostagem, de aumentar a velocidade de oxidação, de diminuir
a liberação de odores e reduzir o excesso de umidade de um material em
decomposição (PEREIRA NETO, 1994; KIEHL, 2004).
Segundo PEREIRA NETO (1996), a aeração tem como objetivo suprir a
demanda de oxigênio dos microorganismos e atuar como agente de controle
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da temperatura, podendo ser feita de modo natural, por revolvimentos da
massa, ou artificial, ou de maneira mecânica, por injeção ou aspiração de ar. A
aeração é o principal mecanismo de controle da temperatura, da emanação de
odores e, consequentemente, da eficiência do processo (FEAM, 2002).
De acordo com a disponibilidade de oxigênio, a compostagem pode ser
classificada como aeróbia ou anaeróbia. A compostagem aeróbia corresponde
à decomposição dos substratos orgânicos na presença de oxigênio, sendo que
os principais produtos do metabolismo biológico são CO2, H2O e energia. De
outra forma, na compostagem anaeróbia, a decomposição dos substratos
orgânicos ocorre na ausência de oxigênio, produzindo CH4 e CO2, além de
produtos intermediários, como ácidos orgânicos de baixo peso molecular
(PEREIRA NETO, 1996; KIEHL, 2004).
De acordo com MUSTIN (1987), o consumo de oxigênio verificado numa
biomassa em compostagem é, portanto, um parâmetro diretamente
relacionado com a atividade dos microrganismos aeróbios. Na figura 3 é
apresentada uma curva teórica das necessidades de oxigênio ao longo da
compostagem.
Figura 3 Curva teórica das necessidades em oxigênio durante a compostagem
(MUSTIN, 1987).
20
1.2.6. TEMPERATURA
A temperatura é considerada por muitos pesquisadores como o mais
importante indicador da eficiência do processo de compostagem, estando
intimamente relacionada com a atividade metabólica dos microrganismos, a
qual é diretamente afetada pela taxa de aeração (PEREIRA NETO, 1988;
IMBEAH, 1998 citado por LI et al., 2008).
Durante a oxidação da matéria orgânica disponível (fonte de energia e
de nutrientes), parte da energia é utilizada pelos microrganismos para o seu
próprio metabolismo, sendo a restante libertada na forma de calor. A
temperatura da biomassa em compostagem é, pois, um reflexo da atividade
dos microrganismos presentes, sendo resultante da acumulação de calor
gerado metabolicamente (CUNHA QUEDA, 1999).
BRITO (2005), refere que a produção de calor depende da velocidade a
que a decomposição se processa (ou da velocidade a que os microrganismos
crescem e atuam), e esta, depende do teor de umidade, arejamento e relação
C/N da mistura dos materiais, da forma e do tamanho da pilha de
compostagem (que afeta o arejamento e a dissipação do calor da pilha) e da
temperatura exterior à pilha.
PEREIRA NETO (1996) cita que o valor médio ideal da temperatura nos
processos de compostagem é de 55 ºC. O mesmo autor comenta que as
temperaturas superiores a 65 ºC devem ser evitadas, pois elas causam a
eliminação dos microorganismos mineralizadores responsáveis pela
degradação dos resíduos orgânicos. Nesse sentido, COSTA et al. (2005)
comentam que manter controladas na fase de degradação ativa (1ª fase do
processo) as temperaturas termófilas, que vão de 45 a 65ºC, é um dos
requisitos básicos para conseguir o aumento da eficiência do processo, que
significa dizer um aumento da velocidade de degradação e a eliminação dos
microorganismos patogênicos.
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Segundo RUSSO (2004), numa pilha em compostagem, as
temperaturas desenvolvem-se do interior para o exterior de forma decrescente,
quando aeróbias, com um perfil típico, como o representado na figura 4.
Figura 4 – Perfil típico de temperatura numa pilha aeróbia (RUSSO, 2004).
Altas temperaturas têm sido consideradas necessárias para uma boa
compostagem. No entanto, há limites a controlar, porque uma temperatura
excessiva (80ºC) por longos períodos é prejudicial ao processo devido à
inibição do crescimento e mesmo à morte de microrganismos não
termotolerantes, reduzindo deste modo a taxa de decomposição (RUSSO,
2004).
1.3. COMPOSTAGEM DOMÉSTICA
Os resíduos domiciliares, originados nas residências familiares típicas,
contêm, em média, 67,0% de restos de alimentos, 19,8% de papéis, 6,5% de
plásticos, 3,0% de vidros e 3,7% de metais (REIS et al., 2006). Os restos de
alimentos, juntamente com todo o material sólido de origem orgânica (vegetal
ou animal), gerados nos domicílios, constituem os resíduos sólidos orgânicos
domiciliares.
A degradação ambiental e seus efeitos estão fazendo com que as
sociedades de todo mundo reflitam sobre seus comportamentos relacionados
ao consumo, modo de produção e sua interação com a natureza, servidora de
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tudo que a raça humana precisa para viver. Tachizawa (2005, p. 27) confirma
ao citar que “a nova consciência ambiental, surgida no bojo das
transformações culturais que ocorreram nas décadas de 60 e 70, ganhou
dimensão e situou o meio ambiente como um dos princípios fundamentais do
homem moderno”.
Uma alternativa de tratamento e, consequentemente, de aproveitamento
desse tipo de resíduo consiste na compostagem doméstica (TEIXEIRA et al.,
2004), processo biológico de transformação de resíduos orgânicos em
substância húmicas. Em outras palavras, a partir da mistura de restos de
alimentos, frutos, folhas, estercos, palhadas, dentre outros, obtêm-se, no final
do processo, um adubo orgânico homogêneo, de cor escura, estável, solto,
pronto para ser usado em qualquer cultura, sem causar dano e proporcionando
uma melhoria nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo (SOUZA
et al., 2001).
A compostagem doméstica pode ser realizada de forma simples, apenas
amontoando o material a ser compostado na forma de pilha ou leira, em uma
composteira caseira, ou mesmo por aterramento no fundo do quintal. A forma
que será adotada dependerá do espaço disponível para realização da
compostagem. Uma composteira ou uma pilha, em geral, utiliza espaço menor
que uma leira. Se a quantidade de material a ser compostado for pequena, o
aterramento pode ser mais prático.
1.4. QUALIDADE DOS COMPOSTOS
OLIVEIRA et al. (2004) definem o composto orgânico como sendo o
material obtido da compostagem. Ele possui cor escura, é rico em húmus e
contém de 50 a 70% de matéria orgânica, sendo classificado como adubo
orgânico.
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Kiehl (2004) afirma que a maturidade do material compostado, é
resultado de uma correta decomposição microbiológica da matéria orgânica,
originando nutrientes na forma inorgânica e húmus, destacando que um
composto de qualidade, além de ter uma perfeita maturidade, deve apresentar
características e propriedades que não torne o produto inadequado para o uso
agrícola.
A matéria orgânica contida no solo pode ser considerada como
importante fator de produtividade, a mesma exerce influência nas propriedades
químicas, físicas e biológicas do solo. É fato que a utilização ou aplicação de
fertilizantes orgânicos traz importantes benefícios para o solo, tais como:
contribuição para a agregação do solo, aumento da capacidade de retenção de
água; redução da plasticidade e coesão do solo.
Geralmente a análise do composto é feita com base nas características
físicas, químicas e biológicas. Relativamente às características físicas
consideram-se a umidade, a temperatura, o odor, cor, presença de materiais
estranhos e 11 propriedades como porosidade, capacidade para
armazenamento de água, densidade aparente e textura. Entre as
características químicas do composto incluem-se a concentração de matéria
orgânica, o índice de humificação, a razão C/N, o pH, capacidade de troca
catiônica, condutividade elétrica, sais solúveis, nitratos, nitritos, N amoniacal,
etileno, ácido etanóico, nutrientes minerais, metais pesados tóxicos e
poluentes orgânicos (Brito, 2003).
24
CAPÍTULO II
2. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
Segundo a Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) – 10.004 ABNT
(2004), resíduos sólidos são aqueles nos estados sólidos e semi-sólidos, que
resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição ou agrícola. Incluindo
lodos de Estações de Tratamento de Água (ETA´s) e Estações de Tratamento
de Esgotos (ETE´s), resíduos gerados em equipamentos e instalações de
controle da poluição e líquidos que não possam ser lançados na rede pública
de esgotos, em função de suas particularidades.
O consumo e a consequente geração de resíduos sempre estiveram
relacionados à abundância dos recursos disponíveis, mais do que a qualquer
outro fator. Em nenhuma fase do desenvolvimento humano se produziu tanto
lixo como atualmente. A composição e a quantidade dos resíduos produzidos
estão diretamente relacionadas com o modo de vida dos povos, bem como a
sua condição socioeconômica e a facilidade de acesso aos bens de consumo.
Os maiores problemas ocorrem nos países industrializados, nos quais a
composição desses resíduos é o fator mais preocupante (FERREIRA, 2000).
Campos et al (2007) afirmam que nos últimos anos a sociedade vem se
preocupando com a preservação da qualidade de vida e do meio ambiente e,
por isso, a gestão dos chamados Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) tornou-se
primordial. A geração dos RSU se dá mediante o desenrolar das atividades
econômicas dentro do modelo de industrialização baseado na exploração dos
recursos naturais, ampliada pelo crescimento populacional e por uma cultura
consumista. Assim, a sociedade acaba por gerar mais lixo do que consegue
tratar.
25
Cada brasileiro produz aproximadamente 1,228 Kg de lixo por dia, o que
resulta em 201.058 mil toneladas diárias em todo o país, da qual 51,4% são
formados por resíduos orgânicos que através do processo de compostagem
podem ser transformados em adubos orgânicos excelentes fontes de
nutrientes para as plantas, assim, o que evidência a grande importância de
reaproveitar os nutrientes contidos nos resíduos.
2.1. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei
Federal n° 12.305/2010, resíduos sólidos é todo material, substância, objeto ou
bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja
destinação final se procede, se propõe ou se está obrigado a proceder, nos
estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica
ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível
(BRASIL – PNRS, 2010).
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o
avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas
ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos
resíduos sólidos.
Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como
proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de
instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos
resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou
reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo
que não pode ser reciclado ou reutilizado).
26
Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos:
dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e
titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística
Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo.
As metas são muitos importantes, porque irão contribuir para a
eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis
nacional, estadual, microregional, intermunicipal e metropolitano e municipal;
além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos.
A Lei nº 12.305/10, também coloca o Brasil em patamar de igualdade
aos principais países desenvolvidos no que concerne ao marco legal e inova
com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e
reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.
2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos podem ser classificados de diversas maneiras. As
mais comuns são quanto a sua origem e riscos potenciais de contaminação do
meio ambiente. A NBR – 10.004, além de conceituar os resíduos sólidos,
também os classifica quanto a sua origem e o grau de periculosidade.
Os resíduos podem ser classificados, quanto a sua origem, como:
Domiciliar à aquele originado na vida diária das residências;
Comercial à originado nos diversos estabelecimentos comerciais e de
serviços;
Público à originado pelos serviços de limpeza pública urbana e limpeza de
áreas de feiras livres;
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Serviços de Saúde e Hospitalar à constituem os resíduos sépticos, podendo
conter germes patogênicos;
Portos, aeroportos e terminais rodoviários à resíduos sépticos gerados:
materiais higiênicos, asseios pessoais e restos de alimentos (potencialmente
pode ocorrer a presença de patógenos);
Industrial à originado das atividades industriais;
Agrícola à originado das atividades agrícolas;
Entulho à resíduo de construção civil.
A NBR – 10.004, também classifica os resíduos sólidos e os organiza em
classes, podendo ser:
• CLASSE I – perigosos: são aqueles que, em função de suas
propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, podem
apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, ou ainda os
inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos ou patogênicos;
• CLASSE II – não-inertes: são aqueles que não se encaixam nas classes
I e III, e que podem ser combustíveis, biodegradáveis ou solúveis em
água;
• CLASSE III – inertes: são aqueles que, ensaiados segundo o teste de
solubilização da norma ABNT NBR 10006/1987, não apresentam
qualquer de seus constituintes solubilizados em concentrações
superiores aos padrões de potabilidade da água, executando-se os
padrões de cor, turbidez, sabor e aspecto.
28
2.3. GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
No Brasil os serviços públicos de manejo de resíduos apresentam baixo
grau de desenvolvimento institucional, ausência de técnicos capacitados,
órgãos gestores frágeis, ausência de uma política de investimentos e
recuperação de custos, ausência de planejamento e monitoramento, ausência
de regulação e controle dos processos.
Na maior parte das vezes, os serviços se resumem à coleta dos
resíduos, varrição e limpeza da área urbana e despejo do material coletado em
lixões. A Lei de Resíduos Sólidos - Lei 12305/10 determina que as prefeituras
devem construir aterros sanitários adequados ambientalmente, onde só
poderão ser depositados os resíduos sem qualquer possibilidade de
reaproveitamento ou reciclagem. De acordo com a proposta, será proibido
catar lixo, morar ou criar animais em aterros sanitários e também não será
permitida a importação de qualquer tipo de lixo. A norma também obriga os
municípios a elaborar um plano de gerenciamento para resíduos industriais, de
saúde, da construção civil, agrosilvopastoris, originários de portos, aeroportos,
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e de atividade mineradora.
O conceito de gestão de resíduos sólidos abrange atividades referentes
à tomada de decisões estratégicas e à organização do setor para esse fim,
envolvendo instituições, políticas, instrumentos e meios. Já o termo
gerenciamento de resíduos sólidos refere-se aos aspectos tecnológicos e
operacionais da questão, envolvendo fatores administrativos, gerenciais,
econômicos, ambientais e de desempenho: produtividade e qualidade, por
exemplo, e relaciona-se à prevenção, redução, segregação, reutilização,
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, recuperação de energia e
destinação final de resíduos sólidos.
29
Dessa maneira, entende-se Modelo de Gestão de Resíduos Sólidos
como um "conjunto de referências político-estratégicas, institucionais, legais e
financeiras capaz de orientar a organização do setor". São elementos
indispensáveis na composição de um modelo de gestão:
• Reconhecimento dos diversos agentes sociais envolvidos, identificando
os papéis por eles desempenhados e promovendo a sua articulação;
• Consolidação da base legal necessária e dos mecanismos que
viabilizem a implementação das leis;
• Mecanismos de financiamento para a auto-sustentabilidade das
estruturas de gestão e do gerenciamento;
• Informação à sociedade, empreendida tanto pelo poder público quanto
pelos setores produtivos envolvidos, para que haja um controle social;
• Sistema de planejamento integrado, orientando a implementação das
políticas públicas para o setor.
A composição de modelos de gestão envolve três aspectos, que devem
ser articulados: arranjos institucionais, instrumentos legais e mecanismos de
financiamento.
30
CAPÍTULO III
3. COMPOSTAGEM: ECONOMIA, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE.
A produção de resíduos vem crescendo de forma acentuada, sobretudo
em países em desenvolvimento, pelo aumento do consumo e pela falta de
políticas de saneamento básico e de processamento de resíduos.
Consequentemente, nem os aterros nem as lixeiras podem ser considerados
métodos eficazes para resolver os problemas causados pelos resíduos
produzidos pela comunidade. Assim, o tratamento desses resíduos tornou-se
uma prática de grande importância para a sociedade em geral.
A dificuldade para se encontrar locais ambientalmente adequados e
economicamente viáveis para a disposição dos resíduos sólidos demanda dos
municípios a adoção de estratégias que prolonguem a vida útil dos aterros
sanitários. Isso significa implantar programas que tenham como objetivo
desviar ao máximo a quantidade de resíduos aterrada, tanto os recicláveis
quanto os compostáveis. No Brasil, os resíduos recicláveis representam, em
média, 20 a 30%, em peso, do total de resíduos encaminhados para um aterro
sanitário.
Conforme Pais (2009) do ponto de vista da degradação ambiental, o lixo
significa mais do que poluição, significa também desperdício de recursos
naturais e energéticos. Somos invadidos, a todo o momento pelo desejo de
consumir mais e mais supérfluos e transformados em necessidade pelo
mercado, rapidamente viram lixo. As embalagens destinadas a proteção de
produtos passam a ser estímulo para aumentar o consumo, e valorizam o
produto, os descartáveis ocupam o lugar de bens duráveis. O resultado é um
planeta com menos recursos ambientais e com mais lixo.
31
Na esfera Federal, o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos vem
sendo discutido desde 2007 através da Lei Federal 11.445, que estabelece a
Política Nacional de Saneamento Básico, e mais recentemente através da Lei
Federal 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ambas
abrangem, entre outros aspectos, a responsabilidade dos municípios na
elaboração de planos municipais de gerenciamento de resíduos sólidos, bem
como a última estabelece a necessidade da implantação de sistemas de
gestão ambientalmente adequados.
3.1. DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS
3.1.1. LIXÃO
Para Calderoni (1997, citado por SAVI, 2005, p.53), lixões a céu aberto,
também conhecidos como vazadouros, são locais onde ocorrem a simples
descarga dos resíduos sem qualquer tipo de controle técnico. É a forma mais
prejudicial ao ser humano e ao meio ambiente, pois, nesses locais, geralmente
é estabelecida uma economia informal resultante da catação dos materiais
recicláveis, e ainda a criação de animais domésticos, que possivelmente são
destinados ao consumo humano tais como: aves, gado, suíno.
Local onde, clandestinamente, o lixo urbano, industrial, e até mesmo o
lixo hospitalar são acumulados, de forma rudimentar, a céu aberto, sem
medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.
Vantagem: A curto prazo, é o meio mais barato, principalmente por não
implicar em custos de tratamento e controle.
Desvantagem: A decomposição dos resíduos produz o gás e o chorume que
contaminam a água superficial e subterrânea, o ar e o solo, favorecendo a
proliferação de insetos (baratas, moscas), ratos e germes patológicos (vetores
de doença) e também os gases metano e carbônico.
32
3.1.2. ATERRO CONTROLADO
O aterro controlado é uma técnica de disposição de resíduos sólidos no
solo, visando à minimização dos impactos ambientais. Esse método utiliza
alguns princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os
com uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho,
Fundação Nacional de Saúde (BRASIL,2006, p. 267).
Diferencia-se do sanitário pela ausência dos sistemas de tratamento
existente neste último, como as lagoas para tratamento do chorume e as
chaminés para a captura do metano. No aterro controlado, existe apenas o
recobrimento do material recolhido com a própria terra retirada para construção
das valas onde foi depositado o lixo.
Vantagem: É preferível ao lixão, pois os resíduos sólidos são cobertos por
uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho.
Desvantagem: Pelo fato de o solo ser permeável, pode haver
comprometimento na qualidade das águas subterrâneas, devido ao possível
contato com o chorume e não haver controle dos gases liberados.
3.1.3. ATERRO SANITÁRIO
Segundo Munõz (2002, p.09), aterro sanitário refere-se a uma instalação
previamente planejada para a posterior disposição de resíduos sólidos, visando
a não causar danos nem perigo ao meio ambiente e à saúde pública.
Processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos, no solo
impermeabilizado, fundamentado em critérios de engenharia e normas
operacionais específicas. Permite a proteção do meio ambiente e da saúde
pública, constituindo-se na prática mais econômica e recomendável para a
33
maior parte dos municípios. Indispensável mesmo quando se opta por formas
alternativas de tratamento do lixo, pois sempre existirão rejeitos que não têm
nenhuma forma de tratamento.
Vantagem: Se comparada às outras formas de disposição acima citadas é a
solução ambientalmente mais adequada para disposição dos resíduos sólidos.
Desvantagem: Tem curta vida útil, especialmente se não houver tipos
alternativos de tratamento do lixo.
3.2. ALTERNATIVAS NO TRATAMENTO DO LIXO
3.2.1. COLETA SELETIVA
A coleta seletiva de resíduos sólidos pressupõe a separação dos
materiais recicláveis ainda na fonte produtora, ou seja, nos domicílios, nas
fábricas, nos estabelecimentos comerciais, nos escritórios, etc. Já a reciclagem
consiste na reinserção de um material já utilizado para seu fim inicial, exigindo,
portanto, um alto grau de mobilização e conscientização para a sua
importância (PNSB, 2008).
Segundo Reis et al. (2000, citado por JUNKES, 2002, p.30) um dos
fatores fundamentais no sucesso de tratamento dos resíduos sólidos urbanos é
a existência de programas de coleta diferenciada como: a coleta segregada,
que consiste na separação por tipo de material no momento da geração do
resíduo e a coleta seletiva, utilizada para denominar a coleta de materiais
recicláveis, apesar que exige um grande investimento em educação ambiental,
uma vez que as pessoas passam a separar os resíduos em seus domicílios por
conscientização.
34
A resolução do CONAMA n° 275 de 25 de abril 2001 estabelece o
código de cores para os diferentes tipos de resíduos a ser adotado na
identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas
informativas para a coleta seletiva. Com isso ocorre uma padronização das
cores em todo o território brasileiro.
Figura 5. Código de cores para os diferentes tipos de resíduos.
Segundo o Guia da coleta seletiva de lixo (CEMPRE/1999), são muitos
os benefícios de um programa de coleta seletiva de lixo, dentre eles, os de
âmbito social:
• Geração de empregos diretos e indiretos, com a instalação de novas
indústrias recicladoras e ampliação das indústrias já existentes;
• Resgate social de indivíduos, através da criação de
associações/cooperativas de catadores, ou mesmo através do trabalho
autônomo de catação.
35
3.2.2. RECICLAGEM
Segundo Alvez (2003) A reciclagem pode ser definida como sendo um
conjunto de procedimentos que possibilita a recuperação e a reintrodução no
ciclo produtivo de resíduos das atividades humanas como matérias-primas
e/ou insumos de processos industriais, visando à produção de novos bens,
idênticos ou similares aqueles que se originaram aos referidos resíduos.
Resumindo, a reciclagem é a finalização de vários processos pelos quais
passam os materiais que seriam descartados. Apenas após a coleta,
separação e processamento, esses resíduos poderão ser reutilizados na
composição de outros materiais. O acúmulo de dejetos e a exploração da
natureza é uma constante preocupação. A reciclagem torna-se importante no
que diz respeito à diminuição dessas duas práticas.
Segundo Pereira (2000) a reciclagem já é utilizada no Brasil e em várias
partes do mundo pelas indústrias de transformação, onde um programa bem
conduzido tende a desenvolver na população uma nova mentalidade sobre
questões que envolvem a economia e a preservação ambiental, o cidadão
acondicionando corretamente o lixo de sua residência passa a se colocar como
peça integrante de todo um sistema de preservação do meio ambiente bem
maior e mais concreto do que um mero espectador de todas as campanhas
comumente veiculadas em favor da preservação de sua própria espécie.
Segundo Calderoni (1999, p. 8), a reciclagem do lixo apresenta
benefícios para a sociedade no que diz respeito aos mais diversos setores da
atividade humana. Em termos específicos, a reciclagem do lixo apresenta
relevância ambiental, econômica e social, com implicações que se desdobram
em esferas como as seguintes:
• Organização espacial;
• Preservação e uso racional dos recursos naturais;
• Conservação e economia de energia;
36
• Geração de empregos;
• Desenvolvimento de produtos;
• Finanças públicas;
• Saneamento básico e proteção da saúde pública;
• Geração de renda; e
• Redução de desperdícios.
3.2.3. INCINERAÇÃO
Para Cerqueira e Alves (1999, citado por MUNÕZ, 2002, p.10), a
incineração, processo de tratamento de resíduos através da oxidação a altas
temperaturas, sob certas condições controladas, é considerada uma das
técnicas mais adequadas para o tratamento dos resíduos dos serviços de
saúde.
A incineração é um processo de oxidação a alta temperatura, com a
queima dos gases entre 1.000°C a 1.450°C, no tempo de até quatro segundos,
devendo ocorrer em instalações bem projetadas e corretamente operadas,
onde há a transformação de materiais e a destruição dos microorganismos dos
resíduos sólidos, visando, essencialmente, à redução do seu volume para 5%
e, do seu peso, para 10% a 15% dos valores iniciais. (BRASIL, 2006, p. 266)
Incineração ou queima de lixo reduz grandemente o volume e a massa
de lixo e virtualmente elimina o risco de doenças. Os lixos hospitalares são
geralmente incinerados, assim como os animais mortos coletados nas ruas da
cidade. As cinzas que sobram têm massa muito menor que o lixo original e são
inertes, sendo sua destinação muito mais simples e menos perigosa que o lixo
bruto, podendo ser mandados, sem nenhum risco, para os aterros sanitários.
37
A presença de materiais como pilhas e plásticos nos resíduos geram
compostos tóxicos e corrosivos, exigindo a instalação de sistemas de limpeza
de gases. Esse tipo de tratamento exige um investimento muito alto, e exige
uma grande quantidade de massa para operar, uma vez que o custo do
processo também é alto. Então, não é economicamente viável e, se não
houver a captura dos gases resultantes, seria também ambientalmente
inadequado.
A prática da incineração possui algumas vantagens quando realizada de
maneira adequada tais como:
• Redução drástica de massa (em 70%) e volume (em 90%) do lixo a ser
descartado em aterro;
• Recuperação de parte da energia contida nos resíduos resultando em
energia elétrica e/ou vapor d’água;
• Redução dos impactos ambientais;
• Esterilização dos resíduos, principalmente dos resíduos hospitalares –
que geralmente contêm material patogênico (transmissores de
doenças);
• Desintoxicação dos produtos orgânicos tóxicos provenientes de resíduos
industriais.
3.3. USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM
Segundo GALVÃO JÚNIOR (1994), as usinas de triagem e
compostagem são centros de separação das frações orgânicas e inorgânicas
dos resíduos sólidos domésticos, operacionalizados em maior ou menor escala
por equipamentos eletro-mecânicos. É uma alternativa à coleta seletiva,
podendo existir independentemente de haver ou não o sistema de
compostagem.
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As Usinas de Triagem recebem todos os resíduos, mesmo aqueles que
não passaram pelo processo de separação total dos resíduos e coleta seletiva,
é tudo realizado na própria usina. Além do galpão como local de trabalho e
uma área para acondicionamento dos resíduos, os equipamentos mínimos
para a montagem de centro de triagem são esteiras de rolamento dos
resíduos, bombonas específicas para cada tipo de material e prensas para
enfardamento.
A maioria das usinas de triagem e compostagem possui 6 setores ou
unidades de operações básicas: recepção e expedição do lixo; triagem
(catação na esteira, ou em mesas e bancadas); pátio de compostagem;
beneficiamento e armazenagem de compostos; aterro de rejeitos; sistema de
tratamento de efluentes.
A implantação de uma usina de triagem e compostagem possibilita a
geração de empregos diretamente proporcional ao total da demanda de lixo
gerada no município, minimiza o envio de lixo para aterro sanitário devido
aproveitamento de materiais recicláveis existentes, minimiza a contaminação
do Meio Ambiente em função da redução de lixo enviado para aterro sanitário,
minimiza a transmissão de doenças relacionadas com o lixo, minimiza a
necessidade de retirada ou extração de matéria prima da natureza em função
do aproveitamento de materiais recicláveis e a minimização de enchentes com
quedas de barreiras em função de uma maior normalidade na coleta do lixo em
ruas e encostas (PONTES e CARDOSO, 2006,p.07).
De acordo com Bley Jr. (2001, citado por Junkes, 2002, p. 53), a grande
justificativa de construir usinas reside nas vantagens diretas de saneamento
com redução de volumes a aterrar. Ele ainda afirma que outra vantagem é o
acesso aos materiais na forma de sucatas, que depois de classificados e
descontaminados das impurezas seguem para a reciclagem abrindo novo ciclo
econômico para as matérias-primas que seriam aterradas e, principalmente, a
redução de impactos ambientais.
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CONCLUSÃO
A produção de resíduos vem crescendo em grande escala, tornando a
destinação dos resíduos gerados um dos maiores problemas que as
administrações municipais no Brasil e no mundo enfrentam atualmente, sobre
tudo aquelas dos países em desenvolvimento.
O processo de compostagem, em determinadas circunstâncias, ainda
reduz a quantidade de poluentes presentes nos resíduos, sejam eles
pesticidas ou outros contaminantes, o produto final pode ser utilizado como um
excelente adubo para plantas e pode ser utilizado tanto nas plantações tanto
no paisagismo do município. É um processo eficiente que deveria ser
amplamente utilizado nas cidades brasileiras, visto que atende não somente a
aspectos sanitários e diminuição dos aterros, mas também a aspectos sociais,
ambientais e econômicos.
A usina de triagem e a compostagem é uma ótima saída para reduzir os
lixões principalmente em municípios de pequeno e médio porte, pois, sua
implantação demanda um baixo custo relativo. O fator social importante é que
a implantação deste sistema de tratamento do lixo contribui para a criação de
parcerias com associações de catadores. Os lixões são um problema na
maioria dos municípios de pequeno porte, acarretando danos ao ambiente que
vão desde a contaminação do solo, do ar, dos mananciais e cursos d’água.
40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
4. CONCEITOS BÁSICOS DO PROCESSO DE COMPOSTAGEM 10
4.2. FATORES QUE INFLUENCIAM NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM 12
4.2.1. MICROORGANISMOS 13
4.2.2. RELAÇÃO CARBONO/NITROGÊNIO 14
4.2.3. PH 15
4.2.4. UMIDADE 17
4.2.5. AERAÇÃO 18
4.2.6. TEMPERATURA 20
4.3. COMPOSTAGEM DOMÉSTICA 21
4.4. QUALIDADE DOS COMPOSTOS 22
5. RESÍDUOS SÓLIDOS 24
2.1. POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 25
2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 26
2.3. GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 29
6. COMPOSTAGEM: ECONOMIA, MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE 31
3.1. DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 32
3.1.1. LIXÃO 32
3.1.2. ATERRO CONTROLADO 33
3.1.3. ATERRO SANITÁRIO 33
3.2. ALTERNATIVAS NO TRATAMENTO DO LIXO 34
3.2.1. COLETA SELETIVA 34
3.2.2. RECICLAGEM 36
3.2.3. INCINERAÇÃO 37
3.3. USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM 38
CONCLUSÃO 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40
ÍNDICE 44