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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A importância da qualidade e ludicidade na Educação Infantil de 0 a 3 anos Por: Carla Gomes Alves Orientador Profa. Me. Fátima Alves Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A importância da qualidade e ludicidade na Educação Infantil

de 0 a 3 anos

Por: Carla Gomes Alves

Orientador

Profa. Me. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A importância da qualidade e ludicidade na Educação Infantil

de 0 a 3 anos

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em..Psicomotricidade.

Por: Carla Gomes Alves

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AGRADECIMENTOS

...a Deus, autor da minha vida por ter

me ajudado na realização desse

trabalho e a professora Fátima que me

orientou...

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DEDICATÓRIA

... a minha mãe, meus irmãos Vítor e

Tatiane, meu filho Arthur e meu esposo

Gilberto...

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RESUMO

Através deste trabalho monográfico de caráter bibliográfico de conclusão

do curso de Pós-Graduação em Psicomotricidade será mostrada a importância

da qualidade da Educação Infantil levando em consideração a ludicidade como

ferramenta para o desenvolvimento e aprendizagens de crianças de 0 a 3 anos.

Consequentemente, projeto-se neste, diferentes mudanças na infância as quais

mostram como surgiram as primeiras creches e pré-escolas e quais eram suas

finalidades. Também será abordado a importância do planejamento

institucional, multiplicidade de experiências, linguagens, interações, atividades

lúdicas, promoção da saúde na educação infantil. Além disso, será abordado

ambientes físicos, materiais, qualificação dos profissionais da educação infantil,

cooperação e troca com as famílias e participação na rede de proteção social.

Todos esses com um único objetivo “promover o desenvolvimento integral das

crianças de 0 a 3 anos” preparando essas criança para que esta vá se

constituindo um sujeito crítico de suas próprias ações no meio em que vive. Por

essa razão, o aprofundamento sobre a qualidade e ludicidade na Educação

Infantil se faz necessário para uma boa reflexão.

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METODOLOGIA

Esta pesquisa será de caráter direto com a intenção de investigar a

importância da qualidade e ludicidade na educação infantil utilizando uma

pesquisa bibliográfica com a finalidade de apresentar diferentes propostas que

favorecem a qualidade na Educação infantil e possibilitam a criança a se

desenvolver e ampliar as diversas formas de ver o mundo e se expressar.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Mudanças na Infância 10

CAPÍTULO II - A qualidade na Educação infantil 15

CAPÍTULO III – Importância da Ludicidade na Educação Infantil 29

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 39

ÍNDICE 40

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INTRODUÇÃO

Ao longo do Capítulo I: Mudanças na Infância, refletimos sobre as

mudanças que ocorreram na infância durante muitos e muitos anos e

compreendemos como as crianças nessa etapa foram sendo vistas e tratadas

de maneira diferente dos dias atuais.

Segundo Ariés, 1981 p. 65, a descoberta da infância começou sem dúvida no

século XIII, e sua evolução pode ser acompanhada na história da arte e na

iconografia dos séculos XV e XVI. Mas os sinais de seu desenvolvimento

particularmente numerosos e significativos a partir do fim do século XVI e

durante o século XVII.

Durante muitos anos a Educação infantil atendia as crianças enquanto

as mães estavam trabalhando, a preocupação era apenas com alimentação,

higiene e segurança, enquanto o desenvolvimento afetivo e intelectual era

deixado de lado. Os anos foram passando e a Educação Infantil foi sendo vista

de uma maneira diferente, foram criadas diferentes propostas educacionais as

quais foram alcançados resultados positivos. Viu-se então a responsabilidade

da Educação Infantil desenvolver integralmente as crianças em todos os seus

aspectos: físico, afetivo, cognitivo e criativo, uma grande conquista para a

sociedade.

O Capítulo II: A qualidade na Educação Infantil, apresenta as seguintes

dimensões: Planejamento Institucional, Multiplicidade de experiências e

linguagens, Interações, Promoção da saúde, Espaços, materiais e mobiliários,

Formação e condições de trabalho dos profissionais da Educação Infantil,

Cooperação e troca com as famílias e Participação na rede de proteção social.

Essas dimensões precisam ser paralelas para que o trabalho com a

Educação Infantil seja bem sucedido.

Segundo Rocha, 1999, p. 63-4, apesar do compromisso com um “resultado

escolar” que a escola prioriza e que, em geral resulta numa padronização,

estão em jogo na Educação Infantil as garantias de direitos das crianças ao

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bem estar, a expressão, ao movimento, à segurança, à brincadeira, à natureza,

e também ao conhecimento produzido e a produzir.

As creches e pré-escolas responsáveis pela Educação Infantil tem como

objetivo o desenvolvimento integral das crianças de 0 a 3 anos. Para que este

trabalho tenha bons resultados a educação infantil não deve deixar de lado o

aspecto social e afetivo, já que os mesmos são fundamentais para as demais

aprendizagens. O laço afetivo não deve ser cortado quando a criança sai dos

braços da mãe ou da família e entra na creche ou pré-escola. A criança precisa

sentir-se segura no ambiente escolar.

Todos os responsáveis pela instituição devem ter clareza dos objetivos a

serem alcançados e precisam trabalhar de forma construtiva para obter bons

resultados.

O Capítulo III: A importância da ludicidade na Educação Infantil vimos as

brincadeiras como ferramenta para o desenvolvimento e aprendizagens de

crianças de 0 a 3 anos.

De acordo com Almeida, 1995, p.41, a educação lúdica contribui e influencia na

formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento

permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe

em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação

franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o

forte compromisso de transformação e modificação do meio.

As atividades lúdicas na educação infantil é um dos meios principais que

permitem que as crianças demonstrem sua inteligência, entre em contato com

diferentes ambientes, com outras crianças e adultos que são diferentes,

aprende a compartilhar objetos, brinquedos, trocam ideias, aprendem a aceitar

regras e limites e solucionam problemas e conflitos que são fundamentais para

viver em uma sociedade. Através da brincadeira as crianças conseguem ver o

mundo de sua maneira, como gostaria que ele fosse, se mudaria algum

problema que está acontecendo, ela expressa melhor seus sentimentos.

O profissional da Educação Infantil deve proporcionar situações que a

criança possa aprender brincando já que essa é uma linguagem natural da

criança e vai auxiliá-la nas diferentes situações que surgem na hora de brincar.

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CAPÍTULO I

Mudanças na infância

...O Senhor é a minha fortaleza.

As creches e pré-escolas ampliam-se No Brasil quando as mulheres passaram

a buscar seu espaço no mercado de trabalho, porém, ao decorrer dos anos o

aspecto social e afetivo passou a ser percebido como fundamentais para as

demais aprendizagens das crianças.

“A função da escola maternal não é ser um substituto para uma mãe ausente, mas suplementar e ampliar o papel que, nos primeiros anos da criança, só a mãe desempenha. Uma escola maternal, ou jardim de infância, será possivelmente considerada, de modo mais correto, uma ampliação da família ‘para cima’, em vez de uma extensão ‘para baixo’ da escola primária.”

(WINNICOTT, 1982, p. 214)

1.1 A infância na Idade Média

Segundo Ariès, 1981, p. 51, no mundo das fórmulas românticas, e até o fim do

século XIII, não existem crianças caracterizadas por uma expressão particular,

e sim homens de tamanho reduzido.

Ariès (1981) afirma que durante parte da Idade Média, as crianças eram

consideradas como meros seres biológicos, sem estatuto social nem

autonomia.

Ariès,1981, p.231 ainda afirma que a família não podia portanto, nessa época,

alimentar um sentimento existencial profundo entre pais e filhos. Isso não

significam que os pais não amassem seus filhos.Eles se ocupavam de suas

crianças menos por elas mesmas, pelo apego que lhes tinham, do que pela

contribuição que essas crianças podiam trazer à obra comum, ao

estabelecimento da família. A família era uma realidade moral e social, mas do

que sentimental. Nos meios mais ricos, a família se confundia com a

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prosperidade do patrimônio, da honra, do nome. A família não existia

sentimentalmente entre os pobres, e quando havia riqueza e ambição, o

sentimento se inspirava no mesmo sentimento provocado pelas antigas

relações de linhagem.

A criança era vista como um adulto pequeno. As vestes e as tarefas não

eram diferenciadas dos adultos. Naquela época o serviço doméstico não era

destinado somente aos adultos, era um meio de educar as crianças.

O ingresso das crianças na escola era uma maneira de inseri-las no

mundo dos adultos, além dos mestres serem meros transmissores de

conhecimentos, não interessando a vida dos alunos fora da escola.

1.2 A infância na Idade moderna

Afirma Kramer, pag.13 o uso do castigo corporal, o chicote, pelo mestre, para a correção dos estudantes, tornou-se comum nas escolas e nas famílias

durante esse período. A ofensa física não era aplicada aos fidalgos, pois era

uma atitude degradante que somente podia ser aplicada à plebe. Mas todas as

crianças, independente das suas condições, estavam submetidas ao chicote.

No início, era somente aplicado aos meninos menores, com o passar dos

tempos foi estendido à toda população escolar, abrangendo os adolescentes e

os mais crescidos. Deste modo, o adolescente começou a ser afastado

paulatinamente do meio dos adultos e agrupado com as crianças, com as quais

partilhavam as ofensas corporais.

Na Idade Moderna ficou marcado o uso do castigo corporal para correção dos estudantes e correção dos filhos na família.

Os meninos já podiam ir à escola aos sete anos, depois foi adiado para os dez anos, enquanto as menina ainda não podiam ir à escola, elas

aprendiam em casa com os pais ou na casa de outras famílias. A partir do

século XIII o ensino foi levado às meninas. Nesse século também iniciou a

discriminação social no sistema educacional diferenciando o ensino do povo e

das classes burguesas e aristocráticas.

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1.3 A infância no Brasil Escravista

Segundo Kramer, pag. 15 a criança escrava era incorporada ao trabalho da mãe. As mulheres escravas tinham por hábito amarrarem os filhos às costas a

fim de conciliar o trabalho com o cuidado às crianças.

A partir de 1971 implantam-se as primeiras creches por médicos e pelas mulheres burguesas afim de acabar com um problema que era os filhos

das escravas, assim as escravas ficavam liberadas para realizar os serviços a

elas destinados.

Kramer afirma ainda na pag. 15 que a vara de marmelo e a palmatória se

incumbiam de transformar o antigo “anjinho” numa miniatura de adulto precoce.

O jovem brasileiro possuía a gravidade de um adulto e até usava os mesmos

trajes – chapéu, bengala e colarinho engomado.

A vida da criança escrava encerrava na idade de cinco e seis anos, dos seis aos doze anos as crianças já desempenhavam algumas tarefas

auxiliares. Dos doze anos em diante a criança já era vista como adulto para o

trabalho e sexualidade. Dos sete anos em diante a criança era vista como

adulto no que se refere aos trajes

.1.4 Instituições pré-escolares e políticas para a infância

Nos países europeus as creches foram propostas para ampliações do

trabalho feminino, já no Brasil é constituída de forma peculiar.

Quando surgiu a lei do Ventre livre as creches atendiam as crianças de

suas escravas. No século XIX a pré-escola surge no setor privado voltado para

as elites, quando surge o termo “jardim de infância” atribuído a pré-escola que

atendiam as crianças ricas e creches que foram atribuídos a pré-escolas que

atendiam a crianças pobres.

No início do século XX surgem as creches assistencialistas que trazia conflitos

sob os aspectos médico e jurídico, mas suas propostas educacionais eram

evitar as más influencias da rua.

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Na década de 20 indústrias e entidades filantrópicas criaram algumas creches voltadas a atender as crianças enquanto as mães estivessem no

trabalho cujo sua preocupação com a criança era apenas com alimentação,

higiene e segurança física deixando de lado o desenvolvimento afetivo e

intelectual.

Na década de 60 as creches eram vistas como apenas uma ação criativa

do setor privado. Na mesma década cresce o número de creches públicas,

porém, de baixa qualidade promovendo a criação das creches comunitárias ou

domiciliar ambas sem apoio governamental.

Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) esperava-

se que os municípios aumentassem o número de vagas e matrículas se

expandissem com criação de mais pré-escolas, o que não acontece, o número

de creches e pré-escolas ainda são insuficientes nos dias de hoje.

Kramer, pag. 30 diz que as regiões mais pobres com o Nordeste são as que

menos tem educação pré-escolar se comparadas com as regiões Sudeste,

Centro-Oeste e Sul.

Segundo o Art. 7 da Constituição Federal, 1988, pag.14 são direito dos

trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visam a melhoria de sua

condição social: (...) a assistência gratuita dos filhos e dependentes desde o

nascimento até seis anos de idade, em creches e pré-escolas.

O Art. 208 da Constituição Federal, 1988, pag.91 afirma que “o dever do

Estado com a Educação será efetuado mediante a garantia de (...) atendimento

em creches e pré-escolas às crianças de zero à seis anos de idade.”

Algumas creches comunitárias nas décadas de 80 e 90 começam a

receber apoio governamental, porém, acontece a expansão das redes de

creches nos períodos eleitorais “clientelismo” que marca a política de

atendimento infantil.

Segundo o dicionário online de português o significado de clientelismo é: Ação

ou fato de um político ou partido político procurar ampliar seu eleitorado

utilizando processos mais ou menos demagógicos e favoritistas.

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De acordo com a LDB 9394/96, art. 29, a educação infantil, primeira etapa da

educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança

até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e

social, complementando a ação da família e da comunidade.

Com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, lei número

9394/96, a Educação Infantil passa a ser, legalmente, concebida e reconhecida

como etapa inicial da educação básica. Isso criou uma subdivisão por faixas

etárias, ou seja: a creche é para crianças entre zero e três anos, enquanto a

pré-escola atende às crianças entre quatro e seis anos de idade, ambas com o

dever de cuidar e educar as crianças e promover um desenvolvimento integral

das crianças.

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CAPÍTULO II

A qualidade na Educação Infantil

A ampliação do direito a Educação Infantil antecedendo o ensino fundamental e o ensino médio é uma grande conquista para sociedade

brasileira.

Segundo o Guia viver bem Unimed-Rio p. 82 na creche, nos primeiros meses

de vida, a adaptação da criança a essa nova realidade poderá ter um impacto

significativo no restante da vida. A escola tornou-se um grande responsável

pela socialização primária das crianças, processo que antes era exclusiva da

família. Ali se transmitem valores éticos e formas de relacionamentos,

desenvolvendo capacidade de aprender e relacionar-se com o meio social. A

escola agora, não apenas ensina, mas também prepara a criança para a vida,

orientando-a a ser participativa e ajudando-a a construir valores.

A qualidade na Educação Infantil depende de muitos fatores: as

tradições, valores, o contexto histórico, social e econômico no qual a creche ou

a pré-escola se insere. Respeito aos direitos fundamentais da criança,

diferenças de gênero, étnico racial, religiosa, cultural e relativas a pessoas com

deficiência, respeito ao meio ambiente, desenvolvimento de uma cultura de

paz, são valores sociais mais amplos que devem fazer parte do planejamento

na Educação Infantil. Considerar à legislação educacional brasileira, os

conhecimentos científicos da Educação Infantil e a formação do profissional da

Educação Infantil. Avaliar sempre levando em consideração problemas

encontrados nas creches e pré-escolas com o objetivo de melhorar o trabalho.

Esses são alguns pontos de partida para a qualidade na Educação

Infantil.

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2.1 Planejamento Institucional

Segundo Indicadores da qualidade na Educação Infantil, 2009, p.35, a proposta

pedagógica não deve ser apenas um documento que se guarda na prateleira.

Ao contrário, deve ser um instrumento de trabalho, periodicamente revisto, com

base nas experiências vividas na instituição, nas avaliações do trabalho

desenvolvido e nos desafios que surgem. Para isso, é muito importante que as

diversas atividades desenvolvidas com as crianças sejam registradas e

documentadas, de forma a permitir a troca de informações dentro da equipe,

acompanhamento dos progressos realizados pelas crianças e comunicação

com as famílias.

As creches e pré-escolas devem ter uma proposta pedagógica em forma de documento, elaborada periodicamente e atualizada com participação

dos profissionais da Educação Infantil, famílias de acordo com as necessidades

das crianças. A proposta pedagógica deve estabelecer diretrizes para valorizar as diferenças.

Os professores devem organizar os ambientes, selecionar materiais,

planejar e avaliar as atividades, organizar o tempo e as atividades, possibilitar

que as crianças brinquem todos os dias, auxiliar as crianças na transição de

uma atividade para outra e criar condições para que as crianças possam

manifestar suas opiniões.

A avaliação deve ser em forma de registros das vivências, brincadeiras e

aprendizagens de cada criança e do grupo. Esses registros permitem o

acompanhamento das crianças e troca de informações entre profissionais e

famílias.

É necessário que a instituição de Educação Infantil se atualize sobre as

orientações legais vigentes para elaborar a proposta pedagógica.

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2.2 Multiplicidade de experiências

Segundo Alves p. 21, os primeiros anos de vida têm uma importância capital: o

desenvolvimento da inteligência, da afetividade, das relações sociais é tão

rápido que sua realização determinará em grande parte as capacidades

futuras.

De acordo com Alves, p. 28, o primeiro objeto que a criança percebe é o

próprio corpo. Este reconhecimento se estrutura por meio de sensações,

mobilizações e deslocamentos.

Na faixa etária de 0 a 3 anos é necessário que as atividades sejam

direcionadas a construção da autonomia, relacionamento com o ambiente

natural e social, experiências com o próprio corpo, contato com diferentes

linguagens: plásticas, corporais, musicais, simbólicas, reconhecimento de suas

identidades, valorização das diferenças e incentivo a cooperação. Nessa faixa

etária a criança está iniciando a autonomia com os cuidados diários como: tirar

o calçado, a roupa, usar o sanitário, segurar a mamadeira, por isso, a

importância ao incentivo a construção da autonomia com experiências com o

próprio corpo. As experiências com o próprio corpo devem ser agradáveis, as

crianças devem ser incentivadas a cuidar do próprio corpo e suas

necessidades fisiológicas devem ser respeitadas, como o ritmo no aprendizado

do controle do xixi e do cocô e na retirada das fraldas. Nessa etapa também é

importante que a criança escolha suas brincadeiras e brinquedos de acordo

com sua preferência.

Afirma Alves p.21, O meio ambiente terá de ser favorável para que a criança

tenha uma maturação normal fazendo com que sua inteligência seja

desenvolvida. É muito importante saber que a escola irá recebê-la para

implantar e reforçar a sabedoria, mas que o bom desempenho da criança

dependerá como ela foi preparada anteriormente no meio familiar.

No contato com o ambiente natural e social é necessário a organização

do espaço e dos materiais e as crianças de 0 à 3 anos devem ficar livres para

explorar o ambiente engatinhando, correndo, pulando, rolando, agarrando e

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percebendo diferentes formas e espessuras de objetos. É muito importante o

contato das crianças de 0 a 3 anos com elementos da natureza como: terra,

água, plantas, animais, sementes, entre outros.

De acordo com Indicadores da qualidade na Educação Infantil, 2009, p.38, em

seu desenvolvimento, a criança vai construindo sua autonomia: cada etapa

percorrida abre inúmeras possibilidades de expressão e atuação. Assim

acontece quando o bebê aprende a reconhecer rostos e vozes de pessoas

próximas, quando a criança pequena começa a engatinhar e explorar o

ambiente, quando dá os primeiros passos, quando desenvolve a fala e amplia

seu vocabulário, quando aprende novas brincadeiras, quando consegue se

alimentar sozinha, quando observa imagens de um livro infantil, quando escuta

histórias, quando se olha no espelho e assim por diante.

Atividades que incentivam a expressão por meio de diferentes

linguagens devem ser contínuas como brincadeiras com instrumentos

musicais, músicas, objetos sonoros, possibilitar que as crianças cantem e

ouçam músicas com diferentes ritmos, produção de desenhos, pinturas,

brincadeiras de faz de conta, conversas com bebês e crianças inclusive nos

momentos dos cuidados diários, contar histórias diariamente e possibilitar o

manuseio de livros.

Criar situações em que as crianças percebam e reconheçam sua

identidade e valorize as diferenças através de observação de livros, revistas e

fotografias, combatendo o uso de apelidos discriminatórios e preconceituosos.

Possibilitar que as crianças ajudem uns aos outros a compartilhar,

organizar e guardar os brinquedos e superar dificuldades.

2.3 Interações

Segundo Alves, p.31, o meio, o mundo das pessoas em que a criança vive, tem

um papel preponderante em seu desenvolvimento. As relações com os outros

estão estreitamente ligadas à atividade motora e sensório-motora da criança. É

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esta atividade que permite reconhecer as coisas e as pessoas, diferenciar-se,

adaptar-se e integrar-se. As relações com os demais são regidas pela

satisfação das necessidades fundamentais da criança, a necessidade de

segurança e autonomia progressiva. Estando relacionadas com a satisfação de

necessidades, que lhe proporciona prazer ou desprazer, estes laços com os

demais são vividos essencialmente no plano afetivo. A relação com os outros

pode se traduzir em uma forma visível na atitude, na expressão corporal, na

comunicação e, em especial, na expressão verbal.

Quando ocorrem práticas dos adultos que desrespeitam a integridade da

criança a instituição de Educação Infantil deve intervir imediatamente.

Os professores devem facilitar a afetividade, carregando os bebês no

colo ao longo do dia e perceber que eles se expressam através do corpo, pelo

olhar, choro ou verbalizações quando sente fome, sede, calor, frio, dor, entre

outros.

Respeitar as idéias e conquistas das crianças, elogiando, expondo suas

produções na sala ou aberta aos familiares.

Promover a interação entre crianças através de organizações diferentes

de espaços, brincadeiras e materiais que permitem a interação entre crianças

da mesma faixa etária e de faixa etária diferente e crianças com deficiência,

evitando longos períodos de espera nas atividades.

Chamar a criança pelo nome, observar as crianças recém chegadas e

atender suas necessidades facilitam a interação na Educação Infantil.

Encaminhar as crianças com deficiência para que recebam atendimento

educacional especializado facilitará a inclusão.

2.4 Promoção da saúde

Segundo a Organização Pan-americana de Saúde - OPS (1995), a promoção

da saúde no âmbito escolar parte de uma visão integral e multidisciplinar do ser

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humano, que considera as pessoas em seu contexto familiar, comunitário,

social e ambiental.

Toda instituição de Educação Infantil deve promover um bom desenvolvimento das crianças de 0 a 3 anos assegurando uma boa

alimentação, incentivando os cuidados com a higiene e prevenindo acidentes.

Essa é uma responsabilidade muito grande, por isso, é importante a

comunicação com a família onde a mesma relatará problemas de saúde e

necessidades individuais das crianças caso aconteça uma emergência, os

profissionais irão saber como atuar.

2.4.1 Alimentação

De acordo com Halpern (2003), a obesidade infantil é um sério problema de

saúde pública que vem aumentando em todas as camadas sociais da

população brasileira. Preveni-la significa diminuir, de forma racional e barata, a

incidência de doenças crônico-degenerativas, como o diabetes e as doenças

cardiovasculares, e um grande palco para a realização deste trabalho é a

escola, que pode possibilitar a educação nutricional, juntamente com a família.

Assim, a alimentação saudável é hoje um conteúdo educativo e a incorporação

desses hábitos pode dar-se na infância. É justamente por isso que pais e

educadores vêm, ao longo de anos, concordando com a necessidade de a

escola assumir um papel de protagonismo nesse trabalho.

A instituição deve ter responsabilidade com a alimentação saudável

dispondo de um cardápio nutricional variado atendendo também as crianças

que precisam de dietas especiais. Na faixa etária de 0 a 3 anos terá o momento

da retirada da mamadeira para a introdução de alimentos sólidos.

A instituição pode possibilitar o acesso ao leite materno.

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2.4.2 Limpeza, conforto e salubridade

Segundo o site www.boasaude.uol.com.br,a escola que possui condições

sanitárias adequadas torna-se um modelo para os alunos. E não só para eles.

Professores, funcionários e toda a comunidade são influenciados pelo exemplo

da escola. Contudo, para que sejam obtidos bons resultados é preciso mudar

hábitos, dando prioridades à combinação de educação, à higiene e ao

saneamento. Para isso, a disponibilidade e a manutenção dos equipamentos

escolares são essenciais. Um bom programa de saneamento e higiene escolar

deve incluir o uso e a manutenção adequada das instalações, assim como a

melhoria das instalações sanitárias. Isso implica a incorporação dos

funcionários na definição de metas a serem atingidas, na elaboração de

atividades a serem executadas, na implementação e na manutenção do

programa. Especial cuidado se deve ter com a correta destinação do lixo

produzido na escola. O ideal é a coleta seletiva, diária no caso dos “orgânicos”.

O entorno da escola deve ser conservado limpo, como exemplo para a

comunidade.

Os ambientes internos e externos devem ser tranqüilos, limpos e

agradáveis para as crianças.

O lixo deve ser retirado diariamente e as fraldas sujas devem ser

retiradas imediatamente do ambiente após as trocas.

A higiene das mãos após a troca de fraldas também deve acontecer.

Após o uso dos sanitários as crianças devem lavar as mãos. 2.4.3 Segurança

Segundo Faria (2001) o espaço interno e externo precisam fortalecer a

autonomia das crianças, mesmo oferecendo segurança não necessita proteger

excessivamente, isto é, “[...] em nome da segurança não deve impedir

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experiências que favoreçam o auto-conhecimento dos perigos e obstáculos

que o ambiente proporciona”

Crianças até três anos de idade devem ser lembradas do perigo, pois, as

mesmas esquecem e por estar construindo seu conhecimento elas tornam-se

curiosas e procuram explorar todo o ambiente. A atenção do professor é

primordial na segurança das crianças.

Em uma instituição de Educação Infantil as tomadas elétricas devem ser

no alto das paredes e possuir tampas protetoras.

Medicamentos, substâncias tóxicas e produtos de higiene e limpeza

devem ser mantidos fora do alcance das crianças.

O botijão de gás deve ficar em ambiente externo e protegido.

A instituição deve garantir a circulação segura das crianças protegendo

todos os pontos potencialmente perigosos do prédio.

2.5 Espaços, materiais e mobiliários

De acordo com Indicadores da qualidade na Educação Infantil, 2009, p.48, os

ambientes físicos da instituição de Educação Infantil devem refletir uma

concepção de educação e cuidado respeitosa das necessidades de

desenvolvimento das crianças, em todos seus aspectos: físico, afetivo,

cognitivo e criativo. Espaços internos limpos, bem iluminados e arejados, com

visão ampla do exterior, seguros e aconchegantes, revelam as múltiplas

necessidades das crianças e dos adultos que com elas trabalha; espaços

externos bem cuidados, com jardim e áreas para brincadeiras e jogos, indicam

a atenção ao contato com a natureza e à necessidade das crianças de correr,

pular, jogar bola, brincar com areia e água, entre outras atividades.

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Indicadores da qualidade na Educação Infantil, 2009, afirma ainda na p. 48 que

os bebês e as crianças pequenas precisam ter espaços adequados para se

mover, brincar no chão, engatinhar, ensaiar os primeiros passos e explorar o

ambiente.Brinquedos adequados à sua faixa etária devem estar ao seu alcance

sempre que estão acordados. Necessitam contar com estímulos visuais de

cores e formas variadas, renovando periodicamente.

Os professores precisam ter a sua disposição materiais, brinquedos,

livros infantis, todos em quantidade suficientes para propor atividades

diversificadas e interessantes. Os mesmos devem ser acessíveis as crianças

nas atividades diárias. Além de realizar as atividades, os professores devem

apresentá-los, como conservá-los, usá-los e guardá-los.

Os espaços devem demonstrar os resultados do trabalho realizado com

as crianças.

Os mobiliários devem ser planejados de acordo com a altura da visão

dos bebês e crianças. Devem ser planejados mobiliários acessíveis para as

crianças com deficiência.

As crianças precisam ter uma visão do espaço externo, por isso, as

janelas devem ficar em uma altura que permita essa visão.

As salas devem ter espelhos seguros na altura das crianças,

disponibilizados pela instituição para que as mesmas possam observar a

própria imagem diariamente.

Nas salas que tenham bebês precisam ter fraldário, mesa ou bancada

para troca de fraldas e móveis firmes para o incentivo as crianças apoiar-se e

ficar em pé sozinho.

Os brinquedos devem responder os interesses das crianças, por isso, a

importância de diversificá-los.

As crianças pequenas devem explorar texturas, sons, sons, formas e

pesos, morder, puxar, por e retirar, empilhar, abrir e fechar, ligar e desligar,

encaixar, empurrar, etc.

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Instrumentos musicais, materiais pedagógicos e áudio visuais estimulam

as crianças em suas aprendizagens e incentivam o conhecimento as

diferenças.

Além de espaços para as crianças, em uma instituição de Educação

Infantil os adultos precisam ter seus espaços para reuniões, estudos e

planejamentos, banheiros exclusivos para profissionais e espaço para

recepção e acolhimento dos responsáveis.

2.6 Formação e condição de trabalho dos professores e demais

profissionais da Educação Infantil

Segundo Indicadores da qualidade na Educação Infantil, 2009, p. 52, um dos

fatores que mais influenciam na qualidade da educação é a qualificação dos

profissionais que trabalham com as crianças. Professoras bem formadas, com

salários dignos, que contam com o apoio da direção, da coordenação

pedagógica e dos demais profissionais - trabalhando em equipe, refletindo e

procurando aprimorar constantemente suas práticas – são fundamentais na

construção de instituições de educação infantil de qualidade.

O trabalho com a educação Infantil carrega consigo muita

responsabilidade, por isso, precisa ser valorizado por todos os profissionais da

educação Infantil e toda a comunidade.

Para que as atividades sejam desenvolvidas na Educação Infantil as

condições devem ser compatíveis, além da importância da comunidade

conhecer o trabalho e atender o alcance do trabalho educativo realizado com

as crianças.

A relação com as famílias devem assumir uma postura profissional.

As professoras devem ter no mínimo, a habilitação em nível médio na

modalidade Normal ou serem formadas em Pedagogia, além de procurar

melhorar seu desempenho no trabalho com a Educação Infantil, participando

de programas de formação continuada.

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De acordo com Freire, p.32, não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem

ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto

ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque

indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando,

intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda

não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.

A formação continuada possibilita que as professoras pesquisem,

planejem, avaliem, aprimorem seus registros e reinventem suas aulas, através

dela o professor pode atualizar seus conhecimentos através de leituras,

discussões e pesquisas sobre a Infância e Educação Infantil. Orientação e

apoio sobre a inclusão, conhecimento e discussão sobre diferenças humanas,

são também objetivos da formação continuada.

Para ter condições de trabalho adequado é necessário que tenha no

mínimo uma professora para cada grupo de 15 crianças de 2 a 3 anos e 6 a 8

crianças até 2 anos.

A remuneração das professoras deve ser, no mínimo, de acordo com o

piso salarial nacional do magistério e a Instituição deve implementar

procedimentos para prevenir problemas de saúde dos profissionais da

Educação Infantil.

2.7 Cooperação e troca com as famílias

Segundo Indicadores da qualidade na Educação Infantil, 2009, p. 55, a

presença, entre familiares e profissionais da educação, do sentimento de estar

em um lugar que acolhe é fundamental para garantir uma educação infantil de

qualidade. E esse sentimento, naturalmente percebido e compartilhado pelas

crianças, somente pode ser fruto do respeito, da alegria, da amizade, da

consideração entre todos.

Indicadores da qualidade na Educação Infantil, 2009, ainda afirma na p.55, a

instituição de educação infantil é um espaço de vivência, experiências,

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aprendizagens. Nela, as crianças se socializam, brincam e convivem com a

diversidade humana. A convivência com essa diversidade é enriquecida

quando os familiares acompanham as vivências e as produções das crianças.

Estando aberta a essa participação, a instituição de educação infantil aumenta

a possibilidade de fazer um bom trabalho, uma vez que permite a troca de

conhecimento entre familiares e profissionais em relação a cada uma das

crianças. Assim, família e instituição de educação infantil terão melhores

elementos para apoiar as crianças nas suas vivências, saberão mais sobre

suas potencialidades, seus gostos, suas dificuldades. Isso, sem dúvida,

contribui para aprimorar o processo de “cuidar e educar”.

As famílias devem ser respeitadas, acolhidas e tratadas com respeito na

instituição de Educação Infantil, assim como, as professoras e os demais

profissionais devem ser respeitados por familiares.

As reuniões e entrevistas devem ser realizadas em dias e horários

adequados a participação das famílias.

O calendário deve atender as necessidades das famílias.

Os professores da Educação Infantil devem conhecer os familiares das

crianças.

Os critérios para matrícula devem ser discutidos com a comunidade.

Os familiares das crianças com deficiência devem ser bem acolhidos e

tomar conhecimento do direito de seus filhos a educação.

Devem acontecer reuniões com os familiares durante o ano para

apresentar planejamentos, discutir e avaliar as produções e vivências das

crianças.

Pelo menos duas vezes no ano os familiares devem receber relatórios

sobre vivências, produções e aprendizagens das crianças.

A instituição de Educação Infantil deve respeitar a identidade das

populações, seus saberes e suas necessidades específicas.

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2.8 Participação da rede de proteção social

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), cap.IV, Art.53. a

criança e o adolescente têm direito a educação, visando ao pleno

desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e

qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

V - acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência;

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo

pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ainda afirma no cap.IV, Art.54.

é dever do estado assegurar a criança e ao adolescente:

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,

preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - atendimento a creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de

idade;

§ 2º. O não oferecimento do ensino obrigatório e gratuito pelo Poder Público ou

sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.

Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) os pais

ou responsáveis das crianças passaram a ter oportunidade de lutar pelo direito

de seus filhos, além de participar opinando para melhorar propostas

pedagógicas nas creches e pré-escolas.

A partir dessa criação, pais, responsáveis e instituições ficam cientes de

seus direitos e deveres.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), cap.IV, Art.55.

os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos

na rede regular de ensino.

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A instituição deve ser informada pela Secretaria Municipal de Educação

sobre os serviços de educação especial existente para que a mesma

encaminhe os alunos que precisam de atendimento especial.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) afirma no cap.I, Art.13. os

casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou

adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da

respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.

A instituição de Educação Infantil deve acompanhar a frequência das

crianças e investigar as razões das faltas. Sinais de negligência, exploração

sexual, violência doméstica e trabalho infantil devem ser encaminhadas ao

Conselho Tutelar.

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CAPÍTULO III

Importância da Ludicidade na Educação Infantil

Segundo Machado e Nunes, p.34, a ludicidade é uma necessidade do ser

humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O

desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem e o

desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde

mental, prepara para um estado interior fértil e facilita os processos de

socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.

A ludicidade tem sido vista nos dias de hoje como ferramenta que facilita

a aprendizagem das crianças de 0 a 3 anos na Educação Infantil.

A atividade lúdica estimula a curiosidade, promovem a socialização,

desenvolve a percepção, concentração, criatividade, facilita a construção do

pensamento lógico e aguçam a vontade de interagir. Todas as atividades

lúdicas permitem que a aprendizagem aconteça com prazer.

Segundo o dicionário da Língua Portuguesa Saraiva Júnior, 2ª edição, o

significado de prazer é sensação agradável causada pela satisfação de uma

necessidade do corpo, das emoções e do pensamento; alegria, satisfação.

Não podemos falar de Educação Infantil sem falar de prazer.

O prazer que traz a atividade lúdica permite que os resultados a serem

alcançados na Educação Infantil com as crianças de 0 a 3 anos sejam

positivos e agradáveis.

Às vezes se pararmos para pensar, quando vamos fazer algo sem

vontade, sem prazer, não dá certo ou não sai bem feito, porém, quando

realizamos algo com prazer a probabilidade de dar certo é bem maior e a

sensação de dar certo é maravilhosa, o que nos motiva a repetir o que fizemos

com prazer.

Isso acontece com a criança, o prazer torna dentro do ambiente escolar

momentos significativos que são levados para o resto da vida.

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3.1 O brincar, as brincadeiras e os jogos na Educação infantil

Machado e Nunes afirmam na p. 39 que, o brincar pode ser visto como um

recurso mediador no processo ensino-aprendizagem, tornando-o mais fácil. O

brincar enriquece as relações sociais, não somente na escola mas também na

vida de maneira geral. Favorece o fortalecimento da relação entre ser que

ensina e o ser que aprende. Com isso, brincar, muitas vezes, acrescenta ao

currículo escolar uma maior vivacidade de situações que ampliam as

possibilidades de a criança aprender e construir o conhecimento. O brincar

permite que o aprendiz tenha mais liberdade de pensar e de criar para

desenvolver-se plenamente.

Machado e Nunes ainda afirmam na p.40 que os jogos e brincadeiras

possibilitam o uso de diferentes linguagens verbais e não verbais, o uso do

corpo de formas diferentes e conscientes, assim como a organização, na ação

e na avaliação coletivas.

Antigamente nossos descendentes brincavam de diversas maneiras,

casinha, boneca, bola de gude, etc. A brincadeira era mais simples que nos

dias de hoje. As brincadeiras estimulavam as meninas para a vida doméstica e

as relações afetivas, já as brincadeiras de meninos eram relacionadas com

competições.

Hoje em dia podemos ver que as brincadeiras e os jogos estão sendo

deixadas de lado e substituídas por máquinas como computadores e televisão,

máquinas essas que impedem que as crianças demonstrem suas emoções e

seus sentimentos.

Segundo Vigotsky(1987), o “brincar”da criança é a imaginação em ação,

destacando o momento imaginário, sendo este um dos elementos

fundamentais das brincadeiras e dos jogos.

Diante disto, a escola e a família precisam perceber a importância de

resgatar já na Educação Infantil os valores e costumes através do lúdico onde

a criança de 0 a 3 anos tem a oportunidade de enriquecer as relações sociais

no ambiente escolar e na vida aprendendo a construir seus conhecimentos

facilitando assim as demais aprendizagens.

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3.1.1 Alguns exemplos de brincadeiras e jogos para as crianças da

Educação Infantil de 0 a 3 anos.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil, 1988,

v1. p.28, as brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles

que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de

jogos de tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a

ampliação dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica.

Aqui apresentarei brincadeiras e jogos que foram adaptados para serem

trabalhados com crianças de 0 à 3 anos.

1- Serra, Serra, Serrador: Brincam-se em duplas, as professoras poderão

brincar com bebês balançando de trás para frente cantando: - Serra, serra,

serrador! Serra o papo do vovô! Quantas tábuas já serrou? O professor fala

um número e as crianças em duplas ou o professor com o bebê faz o

movimento indo para traz e para frente sem soltar as mãos.

2- Petecas: Como na Educação Infantil será difícil de não deixar a peteca cair

pode-se adaptar para que a mesma de tapa ou tabefe em direção a um colega,

professor ou alvo.

3- Cabra-cega: usa-se um tecido para vendar os olhos de uma criança, a

cabra-cega deverá agarrar um colega para adivinhar quem é através do toque.

4- Telefone sem fio: Brinca-se com as crianças sentadas em fila um ao lado do

outro, a primeira criança ouve uma frase do professor e em voz baixa fala para

o colega que esta do lado e assim sucessivamente, o último falará a frase em

voz alta. A maioria das vezes a frase chega ao final completamente diferente.

5- Mímica: Com as crianças da Educação Infantil é interessante que elas olhem

figuras e representem as mesmas através de gestos.

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6- Estátua: As crianças são orientadas a dançar uma música e o professor fica

no controle do som, ao abaixar o som ele dirá em voz alta “estátua”, as

crianças terão que ficar em uma mesma posição sem se mexer.

7- Cantigas de roda: em roda o professor canta e faz gestos e representações

incentivando as crianças a repeti-los. Alguns exemplos de cantigas de roda:

atirei o pau no gato, pirulito que bate-bate, ciranda cirandinha, a canoa virou,

eu entrei na rodo, a linda rosa juvenil etc.

8- Esconde-esconde: As crianças se escondem e uma procura. Pode-se

adaptar escondendo objetos e as crianças procuram.

9- Amarelinha: A amarelinha pode ser desenhada no chão, indo do número 1 a

10, uma criança de cada vez deverá jogar uma pedrinha e pular de casa em

casa apenas com um pé(apoio unipedal). As regras devem ser flexíveis.

10- Batata quente: As crianças passam a bola rápido de mão em mão e o

professor canta “batata quente,quente, quente, queimou”, quem estiver com a

bola quando ele falar queimou terá que pagar uma prenda como: imitar um

bicho ou cantar uma música.

11- Piques variados: Uma criança deverá ser o pegador e essa terá que correr

atrás das outras para pegar, a que ela pegar torna-se o pegador. O pique pode

ser variado pode-se escolher um lugar que as crianças ficam protegidos como:

pique parede e pique alto.

12- Vivo, morto, torto, geléia: Ao comando do professor as crianças fazem os

seguintes movimentos. Se o professor diz vivo, elas ficam em pé, se ele diz

morto, elas abaixam, se ele diz torto, elas ficam inclinadas para a direita ou

esquerda, se ele diz geléia, elas ficam com o corpo tremendo.

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13- Cobrinha: Duas crianças seguram uma corda nas pontas e abaixam

fazendo ondulações, as demais pulam de um lado para o outro sem pisar na

corda que representa uma cobrinha.

Esses são alguns exemplos de brincadeiras e jogos dentre muitos que

podem ser adaptados a faixa etária de 0 a 3 anos e trabalhados na Educação

Infantil

3.2 O espaço e o tempo de brincar

De acordo com Bassedas(1999), o planejamento vai dar base para, decidir a

melhor organização do espaço para que essa criança se desenvolva,

organizando o tempo, adaptando as necessidades e possibilidades da criança,

orientando as metodologias que a professora poderá utilizar. Sendo introduzido

em todos os âmbitos da rotina escolar desde os hábitos as atividades mais

especializadas, como música, dança e etc.

Nos dia de hoje está se tornando cada vez mais escasso, o tempo que a

criança tem para brincar tanto na escola como em casa. Na escola os

professores justificam que tem um programa a ser cumprido e em casa os pais

se dedicam as tarefas domésticas ou ao trabalho, deixando as crianças à

vontade com a mídia eletrônica que passa a fazer parte do tempo livre das

crianças.

Em relação ao espaço de brincar, nas ruas não se vê mais crianças

brincando, os adultos justificam a falta de segurança, a criança fica limitado a

brincar em casa ou em parques e praças muitas vezes escassas em algumas

cidades.

Ressalto que as interações sociais das crianças na faixa etária de 0 à 3

anos acontecem através de brincadeiras e jogos e permite que as mesmas

tenham acesso a cultura, os valores e os conhecimentos criados pelo homem

facilitando seu convívio em sociedade. Por isso a importância de já ser pré-

estabelecido o espaço e o tempo de brincar nas creches e pré-escolas.

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3.3 O brinquedo na Educação Infantil

De acordo com o Manual de Orientação Pedagógica, p.147, brinquedo não é

só para ver, é para tocar, sentir, lamber, movimentar, experimentar suas

possibilidades em todas as formas e jeitos. Às vezes, a curiosidade leva a

destruir o brinquedo para conhecer seu interior, ver como funciona, o que

acontece com ele, o que faz ele se mover. Brinquedo é para todas as idades e

só tem função quando utilizado para brincar. Brinquedo é material de consumo,

estraga, perde validade, fica antigo, fora de moda, quebra. Não é objeto de

decoração. Brinquedo é suporte de brincadeira, portanto, deve estar sempre

disponível.

Segundo Machado e Nunes p.22, com a modernidade e a era da informática,

os brinquedos virtuais aparecem, tomando conta de quase todo o tempo livre

das crianças. Não cabe negá-los, mas não se pode deixar de possibilitar

vivências lúdicas corporais em vários ambientes e espaços, com materiais e

equipamentos múltiplos que vão, efetivamente, contribuir no desenvolvimento

infantil.

Antigamente era necessário criar um brinquedo para brincar, tudo virava

um brinquedo, uma pedrinha, uma lata, uma tampinha de garrafa, um elástico,

etc.

A criatividade era fundamental para quem queria brincar.

Nos dias de hoje com a modernidade e o avanço da tecnologia os

brinquedos já são comprados prontos e não exigem a criatividade da criança

para brincar, além dos pais nos dias atuais não se disponibilizarem para criar

um brinquedo com seus filhos, com a correria das tarefas domésticas e com o

trabalho eles vão às lojas e encontram o brinquedo de última geração o qual

eles acham que exigem menos atenção, concentração e participação dos pais

na hora de brincar.

Vale ressaltar que o brinquedo na Educação Infantil deve ser criado com

a própria criança com a intenção de ensiná-los que para brincar não é

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necessário um brinquedo novo e caro. O prazer de criar o próprio brinquedo é o

mais importante.

3.3.1 Importância de brinquedos com materiais recicláveis para a

Educação Infantil

Segundo Weiss 1988, p.29), a través do brinquedo, a criança inicia sua

integração social: aprende a conviver com os outros, a situar-se frente ao

mundo que a cerca.

Weiss 1988 ainda afirma na p. 110 que a idéia do reaproveitamento de

materiais descartáveis chega ao conhecimento da família, pela criança”.

Partindo do princípio que reciclar é evitar a destruição do nosso planeta

transmitindo uma consciência crítica, nota-se a importância de produzir

brinquedos feitos com materiais recicláveis na Educação Infantil.

Através do processo de construção do brinquedo a criança poderá

perceber que materiais que seriam descartados pelas pessoas podem ser

reaproveitados evitando danos em nosso planeta, além de propiciar momentos

agradáveis auxilia as crianças na compreensão de mundo e natureza.

O professor deverá ser o mediador nesse processo ajudando as crianças

em relação à combinação entre os materiais valorizando o trabalho individual,

porém promovendo a interação entre as crianças.

3.4 A atividade lúdica e o professor como facilitador do

processo

De acordo com Machado e Nunes páginas.28 e 29 ,o educador deve interagir

com a criança de modo que possa ser um facilitador, interventor ,

problematizador e propositor de novas idéias, espaços e brincadeiras, levando

em conta as reações das mesmas e as encorajando em seus modos de brincar

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e de compreender o mundo. Assim, o educador e as crianças, juntos, poderão

transformar e descobrir diferentes modos de se relacionarem.

Quando uma criança brinca com outra, ela tem a oportunidade de falar

sobre suas descobertas, expressar suas emoções e compartilhar suas dúvidas.

Nesse momento a intervenção do professor ajudará no processo ensino-

aprendizagem.

Segundo Alves, p.143, o papel do professor de pré-escola, é ao mesmo tempo

importante e difícil, pois esse educador lida com a criança no processo inicial

do desenvolvimento, em uma etapa básica da formação de sua personalidade.

A existência de muitos educadores permite selecionar algumas recomendações

que podem favorecer o processo de aprendizagem dos pré-escolares. O

professor poderá, claro, enriquecer as sugestões oferecidas a partir da

consideração de sua realidade e da utilização de sua criatividade.

O professor da Educação Infantil cria situações adequadas que ajudam a

criança refletir sobre suas ações estimulando assim a construção do

conhecimento.

O educador deve auxiliar os alunos da Educação Infantil nas tomadas de

decisões, incentivar a cooperação, diálogo e solidariedade, ajudar na

construção e apreensão de regras, além de organizar, observar, participar e

avaliar as atividades lúdicas.

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Conclusão

Nessa pesquisa foram apontadas diversas possibilidades de garantir o

desenvolvimento integral das crianças.

Ao lançar o foco da pesquisa observei que as crianças de 0 a 3 anos

podem ser vista como sujeitos de hoje, mesmo sabendo que estão sendo

preparados para o futuro.

Entendemos o discurso a importância da qualidade na Educação Infantil

como grandes conquistas para a sociedade. Isso revela que as creches e pré-

escolas deixam o papel de apenas oferecer a abrigo e alimentação, passando

a ter compromisso com a socialização, interação, aprendizagens de valores e

desenvolvimento global das crianças de 0 a 3 anos.

Concluí que a atividade lúdica torna-se sinônimo de infância, passando a

ser uma linguagem natural das crianças no ambiente escolar.

Espero que todas as questões levantadas sobre as mudanças na

infância e qualidade e ludicidade na Educação Infantil com crianças de 0 a 3

anos sirvam para sensibilizar os profissionais que atuam nessa área a analisar,

investigar e discutir sobre seu papel enquanto profissionais comprometidos.

É o meu desejo lembrar que a Educação Infantil vai refletir em toda a

vida do ser humano, por isso ressalto a importância de um trabalho feito com

qualidade nessa etapa.

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Rocha, E. A. C. A pesquisa em educação infantil no Brasil: trajetória recente e perspectiva de consolidação de uma pedagogia da educação infantil. Florianópolis: CED/UFSC, 1999.290 p.(Teses Nup, 2) Saraiva Júnior :Dicionário de Língua Portuguesa Ilustrado, 2ª edição, Editora: Saraiva VYGOTSKY. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987. WEISS, Luise. Brinquedos e engenhocas: atividades lúdicas com sucata. São Paulo: editora scipione, 1989.

WINNICOTT, Donald Woods. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982.

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Índice

Folha de rosto 02

Agradecimentos 03

Dedicatória 04

Resumo 05

Metodologia 06

Sumário 07

Introdução 08

CAPÍTULO I

Mudanças na Infância 10

1.1 A Infância na Idade Média 10

1.2 A Infância na Idade Moderna 11

1.3 A infância no Brasil Escravista 12

1.4 Instituições pré-escolares e políticas para a infância 12

CAPÍTULO II

A qualidade na Educação Infantil 15

2.1 Planejamento Institucional 16

2.2 Multiplicidade de experiências 17

2.3 Interações 18

2.4 Promoção da saúde 19

2.4.1 Alimentação 20

2.4.2 Limpeza, conforto e salubridade 21

2.4.3 Segurança 21

2.5 Espaços, materiais e mobiliários 22

2.6 Formação e condição de trabalho dos professores e demais profissionais

da Educação Infantil 24

2.7 Cooperação e troca com as famílias 25

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2.8 Participação da rede de proteção social 27

CAPÍTULO III

Importância da Ludicidade na Educação Infantil 29

3.1 O brincar, as brincadeiras e os jogos na Educação infantil 30

3.1.1 Alguns exemplos de brincadeiras e jogos para as crianças da Educação

Infantil de 0 à 3 anos. 31

3.2 O espaço e o tempo de brincar 33

3.3 O brinquedo na Educação Infantil 34

3.3.1 Importância de brinquedos com materiais recicláveis para a Educação

Infantil 35

3.4 A atividade lúdica e o professor como facilitador do processo 35

Conclusão 37

Bibliografias Consultadas 38

Índice 40