DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · gerando um grande impacto em todos os âmbitos...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS –GRADUAÇÃO ” LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PSICOMOTRICIDADE E IMAGEM CORPORAL: ENFRENTAMENTO, RESGATE E QUALIDADE DE VIDA
EM MULHERES MASTECTOMIZADAS
Por: Vivian Fernandes da Fonseca
Orientador
Profa. Me.FÁTIMA ALVES
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PSICOMOTRICIDADE E IMAGEM CORPORAL: ENFRENTAMENTO, RESGATE E QUALIDADE DE VIDA
EM MULHERES MASTECTOMIZADAS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção
do grau de especialista em Psicomotricidade.
Por: Vivian Fernandes da Fonseca
Rio de Janeiro
2015
AGRADECIMENTOS
...aminha mãe Glória e meu pai Eurico(in memória),
por me ensinarem a dar valor ao processo educacional
e investir sempre na minha formação.
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho à minha mãe que contribuiu significativamente para mais essa conquista e ao meu pai,que não está mais entre nós,mas continua se fazendo presente em todos os momentos da minha vida. A eles,minha eterna gratidão,já que foram a peça fundamental para que eu tenha me tornado a pessoa que sou hoje.
RESUMO
O Câncer de mama causa alterações físicas, sociais e emocionais
gerando um grande impacto em todos os âmbitos da vida dessas
mulheres e junto a isso, a intervenção cirúrgica pode provocar
complicações biopsicosociais, interferindo na sua imagem corporal, na
sua reintegração social e na sua qualidade de vida em forma geral.
Sendo assim, buscou-se nesse estudo,ressaltar a importância de um
acompanhamento psicomotor com abordagem fisioterapêutica no
cuidado de pacientes submetidas à mastectomia total.
METODOLOGIA
A partir de uma pesquisa bibliográfica baseada em artigos
científicos,revistas de cunho científico,livros e sites de conteúdo
acadêmico,ressaltaremos a influência de fatores biopsicosociais no
tratamento fisioterápico do Câncer de mama.Será realizado um estudo
que permita maior esclarecimento sobre o que já foi publicado em
relação ao tema.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...........................................................................8 CAPÍTULO I - O Câncer de Mama:prevenção e fatores biopsicosociais na evolução da doença...........................................10 CAPÍTULO II–Os aspectos psicomotores que influenciam na reconstrução da imagem corporal das muheres mastectomizadas...............................27 CAPÍTULO III–Enfrentamento e Qualidade de vida em pacientes submetidas à mastectomia total numa linguagem psicomotora..............................34 CONCLUSÃO .............................................................................43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................45 ÍNDICE........................................................................................49
8
INTRODUÇÃO
O câncer é uma enfermidade que ganha destaques nos dias atuais já
que está relacionado aos altos índices de mortalidade; tornando-se assim um
problema de saúde pública, não sópelo número de casos crescentes
diagnosticados mas também pelo investimento financeiro que é solicitado para
equacionar as questões de diagnóstico e tratamento. Atualmente, o câncer se
constitui na segunda causa de morte por doença no Brasil e o câncer de mama
é o segundo tipo de câncer mais freqüente do mundo e o mais comum entre as
mulheres,seguidos pelo câncer de colo de útero,cólon e reto.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) o Câncer de mama tem
bom prognóstico chegando a cerca de 80%,quando detectado
precocemente;entretando trata-se da maior causa de morte entre as
brasileiras, muito provavelmente por serem diagnosticados tardiamente. As
neoplasias malignas estão entre as principais causas de mortalidade,
67yabaixo apenas das causas cardiovasculares(28%) e das causas
externas(13%).Portanto se levarmos em conta apenas as neoplasias malignas
como detentora de cerca de 12%,chegaremos a conclusão que é a segunda
causa de morte natural.
Além disso, causa grande impacto na vida de seus portadores, estando
associado à dor física e emocional, não só para o paciente em tratamento, mas
para todos que o cercam.
Por essas e outras é importante entender um pouco mais dessa
doença,que compromete o equilíbrio físico e emocional dessa portadora, já que
as mamas são símbolo da feminilidade e por isso estão ligadas à imagem
corporal, à sexualidade, maternidade e auto-estima; logo muitas vivenciam um
intenso processo de fragilização. Esse diagnóstico, em sua maioria,
desnorteador, desencadeia uma séria de conflitos emocionais, que vão desde o
medo da morte, até a preocupação com a mutilação,concretizada pela retirada
da mama.
Há alguns anos atrás, a grande preocupação da equipe médica ao tratar
o câncer era com a sobrevida desses pacientes; hoje a atenção está voltada p/
a qualidade de vida que esse paciente vai ter durante todo o seu
9
tratamento,atuando desde o momento do diagnóstico até a alta; por isso hoje o
paciente oncológico é abordado por uma equipe multidisciplinar,onde a
reabilitação não está focada apenas da recuperação do local acometido e sim
com a repercussão de toda essa problemática,vendo o paciente de forma
globalizada,atuando em todo um contexto biopsicosocial p/ então garantir a
otimização dos resultados.
Mas para que a equipe de saúde possa lidar positivamente com essa
problemática, se faz necessário um entendimento além da dimensão patológica
(capítulo I),ampliando para uma compreensão sócio-antropológica desse
contexto,que se estende até a condição social em que se encontra esse
paciente.Logo, é preciso compreender que alterações na imagem corporal são
comuns de acontecer,o que compromete o enfrentamento e a qualidade de
vida,tornando-se fundamental focar nos fatores biopsicosociais;que podem
favorecer ou minimizar o comprometimento da doença, apontando vários
fatores que influenciam nesse processo de reabilitação;abordados no capítulo
II.Já no Capítulo III será explicado como a psicomotricidade pode ajudar na
superação das dificuldades encontradas por essas pacientes mastectomizadas,
melhorando da auto-estima, reorganizando a imagem corporal e mediante a
isso,favorecendo o processo de aceitação desse corpo;chegando a refletir
numa melhor qualidade de vida e contribuindo amplamente para o sucesso
desse tratamento.
10
CAPÍTULO I
O Câncer de Mama: prevenção e fatores biopsicossociais na
evolução da doença
O Câncer de mama causa alterações físicas, emocionais e sociais
gerando um grande impacto na vida dessas mulheres e diversos autores
apostam que essas pacientes apresentam pior escore de qualidade de
vida,função social e saúde de forma geral.Com um olhar globalizado,devemos
elucidar diversas questões,que é o objetivo dessa pesquisa para que
possamos interferir positivamente nesse contexto, já que hoje a grande
preocupação da equipe médica é melhorar a qualidade de vida de cada uma
delas,não se preocupando com a sobrevida mas sim como se vive.
1.1 Conceito de Câncer
Câncer,ou neoplasia, é uma classe de doenças caracterizadas por
alterações essenciais na fisiologia da célula,levando a um crescimento
descontrolado e desorganizado.(INCA,2012)
A definição científica do câncer refere-se ao termo neoplasia, já que o
termo tumor significa apenas elevação do tecido;o que pode ser encontrado em
processos inflamatórios,infecciosos e outros ,sem a obrigatória proliferação
tecidual.(BARACT et AL, 2000).
O termo neoplasia (neo-novo/plasia-tecido)é usado mais corretamente para
designar a proliferação tecidual,sendo acompanhado das palavras benigna e
maligna,expressando assim,o comportamento biológico de tais lesões.(Baracat
et al 2000).
As neoplasias malignas se caracterizam por uma proliferação anormal e
desordenada de um determinado tecido, sem controle do organismo
hospedeiro. Tais neoplasias são formadas por células geneticamente alteradas
e instáveis. O poder de invadir os tecidos vizinhos,assim como migrar pelo
organismo provocando metástases,sem dúvida alguma, são as grandes
responsáveis por levar ao óbito. (ibid).
11
Já as neoplasias benignas não apresentam grande risco á integridade
física de seus portadores. Caracterizam-se por um crescimento lento e
ordenado sem potencial invasivo ou migratório. Macroscopicamente são
tumores bem delimitados. Histologicamente,as neoplasias benignas são
formadas por células muito semelhantes ao tecido de origem,inclusive
geneticamente.(Baracat et al,2000)
A forme de se nominar as neoplasias malignas obedece a origem
embrionária do tecido,logo o câncer que se origina nos tecidos epiteliais,cuja
função é o revestimento ou a formação das glândulas damos a nomenclatura
de carcinoma.(ibid)
O carcinoma de mama é uma doença complexa e heterogênea,com
formas de evolução lenta ou rapidamente progressivas,dependendo do tempo
de duplicação celular e outras características biológicas de progressão.É a
neoplasia mais comum nas mulheres.(CAMARGO & MARX,2000).
1.2 Etiologia
As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao
organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-
se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente
social e cultural;tais como cigarro e álcool,exposição a produtos químicos e
radiação.(INCA,2012)
As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-
determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das
agressões externas. Também referem-se à desequilíbrios hormonais e sistema
imunológico comprometido.(ONCOGUIA,2012)
Sabe-se que os fatores ambientais possuem importante papel na
etiologia do câncer e dentre os principais fatores para o surgimento dos
tumores malignos estão os carcinógenos químicos como a aflatoxina B1
encontrada na fumaça do cigarro, os agentes físicos como a radiação UV;
confirmando como é prejudicial a exposição solar excessiva, vírus e bactérias
patogênicas como o HPV(Papiloma Vírus Humano) e o vírus das Hepatites B e
C além dos hábitos de vida como alimentação rica em gorduras e o estresse.
12
Entre os fatores endógenos que influenciam na carcinogênese, podemos citar
as variações individuais nos mecanismos de defesa que incluem o sistema de
reparo de danos do DNA e o sistema de desintoxicação e eliminação de
carcinógenos.
O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua
suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células
das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores
de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais freqüente
nesses indivíduos.O surgimento do câncer depende da intensidade e duração
da exposição das células aos agentes causadores de câncer. (INCA,1996)
Minamoto et al ,1999 apud Guembarovski e Cólus,2008 relatam que a
ingestão alimentar de fibras,antioxidantes e a práticas de exercícios físicos
podem contribuir na prevenção ao desenvolvimento de tumores malignos.
1.3 Fatores de risco para o câncer
O câncer de mama é considerado a mais freqüente neoplasia que
acomete mulheres em todo o mundo, inclusive no Brasil. Os fatores de risco
são multifatoriais e responsáveis por uma reprodução celular descontrolada e a
um rápido crescimento das células cancerígenas na mama, o que muitas vezes
tem relação direta com os hábitos de vida das pacientes. Entre os diversos
fatores de risco desatacam-se ahistória familiar, menarca precoce ou
menopausa tardia, reposição de hormônios, nuliparidade ou primeira gravidez
após 30 anos de idade entre outros. O câncer de mama é relativamente raro
antes dos 35 anos de idade, mas acima dessa faixa etária sua incidência
cresce rápida e progressivamente. Dessa forma, as situações que aumentam
as chances de uma pessoa vir a desenvolver uma determinada doença ou
sofrer um determinado agravo podem ser encontradas no ambiente físico, ser
herdados ou representar hábitos ou costumes próprios de um determinado
ambiente social e cultural.
A idade das mulheres com a neoplasia mamária segundo a
literatura é fator determinante para o prognóstico. No Brasil, segundo dados
13
referentes aos fatores de risco disponibilizados pelo INCA, 2010, a idade média
das mulheres com esta neoplasia é de 52,4 anos e o pior prognóstico estaria
reservado às mulheres jovens com idade inferior a 35 anos e ou estado de pré-
menopausa e também àquelas cujo diagnóstico venha ser estabelecido a partir
dos 75 anos e ou pós-menopausa. A idade continua sendo um dos mais
importantes fatores de risco mais importantes, já que 75 a 80% dos casos
acontecem em mulheres com mais de 50 anos. (VARELLA, 2012)
De acordo com Vogel (2000), mulheres que entraram na menopausa
entre os 45 e 55 anos, mulheres que tiveram a menopausa aos 55 anos ou
mais, possuíram 50% mais chances de desenvolverem o câncer de mama, e
mulheres que cessaram a menstruação aos 45 anos ou mais jovens tiveram
30% menos chances de desenvolvê-lo. A explicação provável para essa
observação seria o elevado nível de estrógenos circulantes, aos que a mulher é
exposta entre a menarca e a menopausa.
Resultados apresentados na reunião Anual de 2011 da American
Society of Clinical Oncology (2011) relatam que o risco de câncer de mama
invasivo é maiornas mulheres fumantes em relação as não fumantes. Este
risco aumenta em relação ao número de anos em que este hábito se fez
presente entre os hábitos de vida.
A menarca precoce (antes dos 11 anos) e a ocorrência da gravidez após
os 40 anos triplica o risco; a menopausa tardia(após os 50 anos)duplica o
risco,bem como a nulipariedade(ausência de filhos) aumentam a probabilidade
de se ter a doença (INCA,2012)
O alcoolismo é um fator de risco amplamente confirmado para câncer de mama
(DUMITRESCU; COTARLA, 2005). Esse risco é dose-dependente em
consumos acima de 60 g por dia, e para cada 10 g de incremento de dose por
dia, o risco pode aumentar em 9%. O aumento dos níveis de estrogênio em
mulheres alcoólatras pré-menopausadas também é citado. Wrensch et al.
(2003) fizeram um estudo epidemiológico dos fatores de risco associados ao
câncer de mama em Marin County, Estados Unidos, e encontraram maior
incidência de câncer de mama associado ao maior consumo de álcool
14
(CANTINELLI et al. apud WRENSCH et al., 2003).
A associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o
câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que
usaram pílulas com dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da
medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade
precoce, antes da primeira gravidez ainda é controversa. (INCA ,2010)
A história familiar de câncer de mama é um dos fatores mais importantes, o
risco está aumentado principalmente quando mãe, irmã ou filha já teve este tipo
de doença antes dos 50 anos de idade. Quem já teve câncer em uma das
mamas ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária, também apresenta maior
risco. Essa doença de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do
total de casos de cânceres de mama (INCA, 2007).
Estima-se que cerca de 30% de todas as neoplasias podem ser prevenidas
caso as pessoas mudem alguns de seus hábitos, reduzindo assim alguns
fatores de risco.
O câncer de mama é uma neoplasia de fácil prevenção, pois os fatores de risco
mais importantes já estão estabelecidos e inúmeras campanhas e
açõeseducativas são preconizadas no âmbito nacional e internacional. Contudo
é a neoplasia mais frequente nas mulheres.
1.4 Epidemiologia
A cada ano, cerca de 20% dos casos novos de câncer em mulheres são de
mama (INCA,2010). Em razão disso, é hoje uma doença de extrema
importância para saúde pública em nível mundial, motivando ampla discussão
em torno de medidas que promovam seu diagnóstico precoce e,
consequentemente, a redução em sua morbidade e mortalidade
O papel da morbi-mortalidade brasileira vem sofrendo mudanças
intensas, passando de doenças infecto-parasitárias à crônico-degenerativas
como o câncer. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente
no mundo e o mais comum entre as mulheres. A cada ano, cerca de 22% dos
15
casos novos de câncer em mulheres são de mama.(INCA, 2010)
Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico,
se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer
de mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença
ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a
sobrevida média após cinco anos é de 61%, sendo que para países
desenvolvidos essa sobrevida aumenta para 73%, já nos países em
desenvolvimento fica em 57%. (INCA, 2010)
O câncer de mama constitui uma das principais causas de morte entre as
mulheres no mundo ocidental, é a segunda causa de morte por câncer nos e
Estados Unidos e é o câncer que mais mata mulheres no Brasil. (ELSNER et al
,2009)
De acordo com Menke,2000, a maioria dos casos de câncer de mama são
identificados entre 45 e 55 anos de idade.No entanto verifica-se um aumento
significativo do número de casos em faixa etária mais jovens como fenômeno
mundial.(ibid)
A mortalidade por câncer de mama é variável entre as regiões do Brasil,
como reflexo da incidência variável e do acesso aos serviços de saúde. Nas
regiões Sudeste e Sul, a mortalidade pelo câncer de mama se situa entre 7 a
18 óbitos a cada 100.000 mulheres. Em alguns estados da região Norte
encontramos, a mais baixa mortalidade por câncer de mama do país, de 1 a 3
óbitos a cada 100.000 mulheres.(INCA, 2010)
1.5 Diagnóstico
Estima-se que a grande maioria dos casos de câncer são diagnosticados por
médicos não especialistas em cancerologia, em sua rotina clínica.Por isso
todas as queixas devem ser ouvidas e transcritas.(BARACAT et al,2000)
Feito a anamnese,deve-se partir para o exame físico,cujo objetivo é avaliar
sinais que possam conduzi-lo a um diagnostico assertivo.O exame físico deve
ser feito de forma cuidadosa e minuciosa, observando
forma,tamanho,limites,consistência e mobilidade das mamas,inspecionando as
16
regiões areolar,supraclavicular e axilar.(CAMARGO &MARX,2000)
O objetivo fundamental do auto-exame é fazer com que a mulher conheça seu
corpo,o que facilita a percepção de quaisquer alterações concretizadas pela
formação de nódulos ou massa tumoral nas mamas e axilas,aumento anormal
dos seios,assimetria de uma das mamas que geralmente se apresenta mais
baixa,aparecimento de rugas na pele da mama,retração mamilar,saída de
secreção pelos mamilos assim como alterações de coloração e nos
linfonodos.(ibid)
Para sabermos se um tumor está avançado ou não, há uma classificação
dos tumores, criado pela União Internacional Contra o Câncer (UICC),
denominado estadiamento, onde é possível avaliar a extensão anatômica da
doença e dos órgãos acometidos.Esta avaliação tem como base a dimensão do
tumor, a avaliação da extensão aos linfonodos e a presença ou não de
metástases para outras partes do corpo. Após a avaliação destes fatores, os
casos são classificados em estágios que variam de I a IV graus crescentes de
gravidade da doença. São eles:
Estágio 0: É o chamado carcinoma in situ que não se infiltrou pelos dutos
ou lóbulos, sendo um câncer não invasivo. O estágio zero significa que as
células do câncer estão presentes ao longo da estrutura de um lóbulo ou um
ducto, mas não se espalharam para o tecido gorduroso vizinho, isto é, as
células cancerosas que ainda não invadiram os tecidos circundantes.
Nos estágios I e II, o câncer expandiu-se dos lóbulos ou ductos para o
tecido próximo à mama.
Estágio I: O tumor invasivo é pequeno (menos de 2cm de diâmetro) e
não se espalhou pelos linfonodos, isto é, o tumor que permaneceu no local no
qual se originou sem disseminação para os linfonodos ou locais distantes.
No estágio II, algumas vezes, os linfonodos podem estar envolvidos.
Estágio IIa: Qualquer das condições abaixo:
• O tumor tem menos que 2 centímetros e infiltrou linfonodos axilares.
• O tumor tem entre 2 e 5 centímetros, mas não atinge linfonodos axilares.
17
• Não há evidência de tumor na mama, mas existe câncer nos linfonodos
axilares.
Estágio IIb: Qualquer das condições abaixo:
• O tumor tem de 2 a 5 centímetros e atinge linfonodos axilares.
• O tumor é maior que 5 centímetros, mas não atinge linfonodos axilares.
O estágio III é o câncer de mama localmente avançado, em que o tumor
pode ser maior que 5cm de diâmetro e pode ou não ter se espalhado para os
linfonodos ou outros tecidos próximos à mama.
Estágio IIIa: Qualquer das condições abaixo:
• O tumor é menor que 5 centímetros e se espalhou pelos linfonodos
axilares que estão aderidos uns aos outros ou a outras estruturas vizinhas.
• O tumor é maior que 5 centímetros, atinge linfonodos axilares os quais
podem ou não estar aderidos uns aos outros ou a outras estruturas vizinhas.
Estágio IIIb: O tumor infiltra a parede torácica ou causa inchaço ou ulceração da
mama ou é diagnosticado como câncer de mama inflamatório. Pode ou não ter
se espalhado para os linfonodos axilares, mas não atinge outros órgãos do
corpo.
Estágio IIIc: Tumor que qualquer tamanho que não se espalhou para partes
distantes, mas que atinge linfonodos acima e abaixo da clavícula ou para
linfonodos dentro da mama ou abaixo do braço.
Estágio IV: é o câncer metastático. O tumor de qualquer tamanho espalhou-se
para outros locais do corpo como ossos, pulmões, fígado ou
cérebro.(ONCOGUIA,2012)
1.6 Exames Complementares
Uma avaliação física funcional também é indispensável no diagnóstico
do câncer.Nessa avaliação focamos nossa atenção aos sinais vitais,análise
cutânea,análise da dor,origem da dor,localização,caráter, evolução e
semiotécnica dessa dor em questão (palpação/movimentação).
18
(Maturidade, 1999; Rock e Thompson).
No Brasil, o rastreamento mamográfico para mulheres de 50 a 69 anos é
a estratégia recomendada para controle do câncer de mama. As
recomendações do Ministério da Saúde para detecção precoce e diagnóstico
desse câncer são baseadas no Documento de Consenso para Controle do
Câncer de Mama, de 2004, que considera como principais estratégias de
rastreamento um exame mamográfico, pelo menos a cada dois anos, para
mulheres de 50 a 69 anos, e o exame clínico anual das mamas, para mulheres
de 40 a 49 anos. (INCA,2010)
O exame clínico da mama deve ser realizado em todas as mulheres ,
independente da faixa etária, como parte do atendimento à saúde da mulher.
Para as mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para
câncer de mama (com história familiar de câncer de mama em parentes de
primeiro grau), recomendam-se o exame clínico da mama e a mamografia,
anualmente, a partir de 35 anos.(INCA, 2010).
O Auto-Exame das Mamas
O INCA não estimula o auto-exame das mamas como estratégia isolada
de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das
mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde
que contemplem o conhecimento do próprio corpo. (INCA-2010)
O diagnóstico definitivo do câncer se dá,obrigatoriamente,pela análise
minuciosa das células e do tecido alterado.O grau de diferenciação do tecido
neoformado,assim como suas características morfológicas e estruturais ,são
informações muito valiosas na orientação terapêutica.Tais informações são
dadas através da análise do fragmento tecidual lesado,caracterizando assim a
biópsia..(INCA-2010)
A Mamografia
A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce
do câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, mesmo que sejam
19
muito pequenas e, consequentemente imperceptíveis a olho nú e a palpação.
(INCA 2010)
A mamografia de alta resolução(MAR)é o exame complementar por
imagem que apresenta os melhores resultados diagnósticos e é indicado para o
estudo das mamas de mulheres acima dos 35 anos,sintomáticas ou não.É o
único método capaz de detectar precocemente as malignidades,podendo
revelar uma neoplasia ainda de poucos milímetros,geralmente não palpáveis
,mesmo num exame clínico minucioso,aumentando assim as chances de
cura.(Camargo et al 2000;Reabilitação Física no Câncer de Mama)
A malignidade pode apresentar sinais diretos ou indiretos.Os sinais
diretos correspondem ao carcinoma propriamente dito;e os indiretos às reações
que esse carcinoma provoca no seu ambiente ou até mesmo por implantes
secundários.(Camargo et al 2000;Reabilitação Física no Câncer de Mama)
Os sinais diretos são representados por uma opacidade circunscrita,
caracterizando nódulos ou massas tumorais; microcalcificações que apesar de
representar grande parte das alterações benignas também podem indicar sinais
precoces de malignidade;e a densidade assimétrica focal ou difusa(o carcinoma
difuso não normalmente não produz calcificações e nem retrações de
pele).(Camargo et al 2000;Reabilitação Física no Câncer de Mama)
Já os sinais indiretos caracterizam-se pela distorção parenquimatosa
(onde as estruturas ductais e periductais não seguem mais a direção do
mamilo-reação desmoplásica),pela dilatação ductal isolada(presença de
papilomas intraductais),espessamento cutâneo(pele em casca de laranja;que
por sua vez,indica infiltração carcinomatosa nos linfáticos da pele),retração da
pelo e/ou complexo areolopapilar (associada a tumores que produzem reação
desmoplásica),aumento unilateral da vascularização, linfadenopatia axilar ou
linfadenomegalia.(CAMARGO & MARX,2000)
20
A Ultrassonografia
A ultrassonografia é útil para detectar alguns tumores
mamários,caracterizando-os em sólidos(sugerindo malignidade) ou císticos e
preenchidos com fluidos (e mais provável de ser benigna). O ultra-som facilita a
análise,facilitando as punções citológicas ou histológicas. É um exame muito
eficaz na avaliação de mamas densas.(CAMARGO &MARX,2000)
Entretanto a ultrassonografia apresenta algumas limitações já que não é
capaz de detectar microcalcificações agrupadas (exceto tumores já
estabelecidos)e apresenta menor resolução em mamas adiposas.(ibid)
Biópsia Aspirativa
A biópsia aspirativa é indicada nos casos de lesões palpáveis onde é
feito a retirada de um fragmento da lesão, que será avaliado
histologicamente.(CAMARGO &MARX,2000)
1.7 Características Clínicas
Sintomas como febre persistente,emagrecimento sem explicação
aparente,astenia,fraqueza,dor localizada e contínua pontuais no
corpo,alterações psíquicas e quadro infecciosos freqüentes podem denotar uma
doença neoplásica em curso.(BARACAT et al,2000).
Descargas mamilares, aparecimento de nodulações que não cicatrizam,
máculas que expressam crescimento,sangramento ou mudança em sua
coloração inicial também são sinais de alerta;logo torna-se imprescindível a
análise minuciosa das glândulas mamárias,feito através do auto-exame das
mamas.
A presença de dor motiva o paciente a procurar atendimento
especializado. O melhor tratamento é aquele onde é possível reduzir a dor
eliminando sua causa, mas se tratando de neoplasias nem sempre é possível
eliminar a origem do problema. A dor traz consigo uma série de problemas de
origem psicoafetivos que também devem ser considerados durante o
tratamento (CAMARGO E MARX, 2000).
21
Os achados mais comuns do exame físico, detectáveis na maioria das
mulheres com câncer de mama são as massas mamárias,que habitualmente
são isoladas,unilaterais,sólidas,irregulares,imóveis e indolores.A secreção
mamilar espontânea através do ducto mamário é o segundo sinal mais
comum,entretanto também se faz presente em grande parte das patologias
beningnas da mama. A apresentação de características
serosas,serosanguinolentas ou aquosas também são sinais de alerta além das
alterações cutâneas como pele com aspecto de casca de laranja,variação da
textura e coloração da pele,retração dos mamilos e as linfadenomegalias
axilares.
No pós cirúrgico devemos estar atentos à alterações anormaisa esse
processo e por isso devem ser acompanhadas rigorosamente. Geralmente a
dificuldade mais encontrada é na movimentação do ombro. Dentre essas
alterações, encontramos problemas articulares como subluxações de ombro,
escápula alada, deformidades nas mãos e dedos provenientes de artrites ou
artroses; alterações posturais como escoliose,cifose,lordose cervical o lombar e
elevação ou projeção do ombro. (ibid).
Após a cirurgia, muitas pacientes relatam ter uma sensação de
tensionamento da incisão principalmente ao realizar atividades dinâmicas, logo
muitas delas começam a desencadear um medo de se movimentar e por isso
precisam receber orientações a respeito. Muitas limitam o movimento das áreas
ao redor da mama operada; e essa conduta pode gerar comprometimentos nas
articulações adjacentes. As principais articulações atingidas são o ombro e a
cintura escapular. Essa limitação do movimento pode prejudicar o pós-
operatório, já que provoca diminuição da força muscular, além de favorecer
uma possível aderência da pele. Sem contar que a limitação funcional pode
contribuir para o surgimento ou persistência do linfedema (ibid).
A análise cutânea é um dado importante na avaliação da paciente
mastectomizada, pois associada à palpação, podemos identificar a presença de
possíveis retrações, aderências; além de avaliar a textura da pele,
elasticidade,temperatura e presença de dor(CAMARGO E MARX, 2000).
22
1.8 Modalidades Terapêuticas
O tratamento sistêmico é feito com fármacos que possam atingir as
células cancerosas.
A quimioterapia é feita através do uso de drogas injetáveis ou
administradas via oral que agem sobre a síntese ou transcrição do ácido
desoxirribonucléico, conhecido também como DNA, agredindo principalmente
as células em divisão celular. As células malignas estão se multiplicando
constantemente, logo são alvo fácil para os quimioterápicos. (CAMARGO E
MARX, 2000).
A radioterapia é um recurso muito utilizado que é capaz de destruir
células malignas remanescentes no leito tumoral e que também bloqueia a
divisão celular. Também compromete as moléculas de DNA, já que seus raios
ionizantes bloqueiam a divisão celular.É um tratamento localizado, logo a ação
da mesma está restrita á área irradiada (ibid).
A hormonioterapia é um recurso usado em proporções menores quando
comparados aos recursos anteriormente mencionados; onde essas medicações
bloqueiam a ação dos hormônios que aumentam o risco de desenvolver esse
tipo de câncer. Para ser tratada com hormonioterapia a paciente deve estar
livre da doença a mais de 2 anos,metástases limitadas aos tecidos moles e
esquelético e além de resposta anterior a esse recurso.(ibid)
1.8.1 Tratamento Fisioterapêutico
A fisioterapia,quando iniciada precocemente,desempenha um importante
papel na busca da prevenção das complicações advindas do tratamento do
câncer de mama,favorecendo o retorno ás atividades de vida diárias,e melhor
qualidade de vida.(GUIRRO,2002)
O programa de fisioterapia deve ser realizado em todas as fases do
tratamento: pré-tratamento (diagnóstico e avaliação);durante o
tratamento(quimioterapia,radioterapia,hormonioterapia e cirurgia); após o
tratamento(período de seguimento);na recorrência da doença e nos cuidados
paliativos.Em cada uma dessas fases,é necessário conhecer e identificar as
23
necessidades do paciente,os sintomas e suas causas,assim como o impacto de
cada um na vida desse paciente.(BERGMANN et al 2006)
Na fase inicial, pós-diagnóstico, principalmente quando a cirurgia for
indicada,o terapeuta pode estar envolvido na educação e no treinamento do
paciente para realizar as atividades de vida diária e profissionais de forma
satisfatória,preparando-o para possíveis limitações,comuns ao pós operatório.O
medo de sentir dor,associada a uma possível mimitação funcional interferem na
recuperação,tornando esse processo mais longo do que poderia ser
normalmente.(CAMARGO e MARX,2000)
Bergmann,2006 enfatiza que a avaliação fisioterapêutica deve ser
iniciada no pré-operatório,objetivando conhecer as alterações pré-existentes e
identificar os possíveis fatores de riscos para as complicações pós-operatórias
tais como aderência,retração e fibrose cicatricial,mama fantasma,sintomas
intercostobraquiais,dor,arco de movimento incompleto,alterações
posturais,escápula alada,alterações respiratórias,trombose linfática
superficial,hipotrofia e fibrose do músculo peitoral maior,estiramento do
plexobraquial e edema de mama residual.
Vale ressaltar que o tratamento clínico pode desencadear uma série de
complicações como fadiga,plexopatia,ataxia e neurotoxidade. (ibid)
No pós-operatório imediato a avaliação deve identificar possíveis
alterações neurológicas ocorridas durante o ato cirúrgico bem como presença
de sintomatologia álgica, edema linfático precoce e alterações da dinâmica
respiratória.Durante a terapia adjuvante,a avaliação deverá priorizar a detecção
precoce de complicações,sejam elas linfáticas,posturais e
funcionais.(BERGMANN et al 2006)
A grosso modo,no pós operatório imediato,temos como objetivo principal
a reorganização da cintura escapular e do membro superior afetado;até por que
eventuais sessões de radioterapia exige funcionalidade de tais segmentos;além
de prevenir a formação de cicatrizes hipertróficas,aderências e minimizar o
surgimento do temido linfedema.(CAMARGO e MARX,2000)
24
Na maioria das vezes o movimento do membro pode tracionar a incisão
cirúrgica, tornando-se desconfortável para a mesma.Sem contar que num
processo de proteção muscular reflexa,é desencadeado o espasmo muscular
que pode gerar dor na cervical e no ombro.A alteração da sensibilidade a nível
de cintura escapular,pode restringie a movimentação ativa do ombro
afetado.Devido ao desuso do membro envolvido na cirurgia,nos deparamos
com a predisposição à síndrome do ombro congelado ,ou até mesmo,o
linfedema (ibid).
Nessa fase pós cirúrgica, a imagem corporal sofre alterações, pois na
tentativa de esconder os sinais desse tipo de intervenção,a mulher adota
posturas inadequadas;podendo aumentar a sobrecarga nas articulações
vizinhas.(GUIRRO,2002)
De forma geral, o tratamento fisioterapêutico tem como metas o controle
do quadro álgico no pós operatório, a prevenção de complicações pulmonares,
prevenção ou tratamento do linfedema,prevenção e correção das alterações
posturais,promover relaxamento muscular,preservar a amplitude de movimento
do membro superior envolvido,manter a maleabilidade do ombro afetado e
assim como da cintura escapular,melhorar a maleabilidade da
cicatriz,prevenindo e tratando as aderências além de promover bem estar
geral(ibid).
1.8.2 Tratamento Cirúrgico
O tratamento do Câncer de Mama é baseado na extensão da doença,
sendo localizado nos estágios I e II,avançado no III e metastásico no
IV.(CARDOZO et al 2008).
Existem vários tipos de tratamento para o Câncer de Mama,no entanto
as intervenções cirúrgicas prevalecem.A cirurgia tem como objetivo principal
promover o controle local da doença,através da remoção mecânica de todas as
células malignas presentes junto ao tumor primário,além de definir o
estadiamento do tumor e orientar a terapia sistêmica,proporcionando maioR
tempo de sobrevida com qualidade de vida.(SILVA,2002)
25
O tratamento é planejado de acordo com o estadiamento do tumor e a
cirurgia é parte importante para o tratamento do câncer localizado,consistindo
na retirada do tumor e no esvaziamento axilar.Apesar dos avanços no
tratamento,a retirada da mama,chamada de mastectomia continua sendo
realizada na maioria dos casos.(CAMARGO e MARX,2000)
A mastectomia corresponde à técnica cirúrgica que visa a extirpação
total ou parcial do tecido mamário acometido, assim como dos tecidos
adjacentes e tem como principal objetivo remover todas as células malignas
presentes no foco do câncer primário.Esse tipo de intervenção geralmente vem
acompanhada da linfadenectomia axilar,que nada mais é que a ressecção dos
linfonodos axilares.(CARDOZO et al 2008)
No entanto existem vários tipos de mastectomias.A radical ou total;foco
desse estudo,descrita por Halsted é caracterizada pela extirpação total do
tecido mamário,músculos peitoral maior e menor e linfanedectomia axilar
completa e deve ser indicada somente quando o tumor infiltra a musculatura
peitoral.Já as mioconservadoras,referentes ao método Patey e Dyson,removem
a glândula e o músculo peitoral menos com esvaziamento axilar radical,no
entanto preservam a integridade do peitoral maior.(INCA,2007)
Nessa fase pós cirurgia,a imagem corporal sofre algumas alterações
logo,na tentativa de esconder a área lesada,a mulher tende a adotar posturas
inadequadas;podendo aumentar a sobrecarga nas articulações
vizinhas.(GUIRRO,2002)
Várias complicações relacionadas ao tratamento para o câncer de mama
têm sido relatadas,e suas importâncias na qualidade de vida das mulheres
sãoinquestionáveis.A fisioterapia vem desempenhando um papel importante na
prevenção e minimização dessas morbidades.(CAMARGO & MARX,2000)
A estratégia de tratamento a ser preconizada para as mulheres com
câncer de mama depende diretamente do estadiamento tumoral;assim ,na
medida em que o tumor seja diagnosticado em estádios mais avançados,os
recursos terapêuticos se tornam mais limitados e mutilantes,sendo a maior
26
morbidade pós tratamento.(BERGMANN et al 2000)
A fisioterapia,atrubuida a psicomotricidade,tem uma importante função
na prevenção e minimização de complicações decorrentes do tratamento para o
câncer de mama.A prática fisioterápica está deixando de ser apenas
curativa/reabilitadora,mas estende-se principalmente à prevenção,a fim de
proporcionar cada vez mais,uma melhor qualidade de vida a essas
mulheres.(ibid)
27
CAPÍTULO II
Os Aspectos psicomotores que influenciam na reconstrução da
imagem corporal das mulheres mastectomizadas
Seguindo as regras culturais, construímos o conceito de corpo baseado
nos padrões estéticos, sociais e até mesmo morais; onde nele retratamos
nossa história e nossas vivências pessoais. (MARZANO & PARISOLO,2004)
Como diz Lapierre, 2002 apud Cirino, 2009 ; o corpo não é apenas um
conjunto de órgãos, nem o dócil executor das decisões da minha vontade. Ele é
o lugar onde vivo, sinto, onde existo. Lugar de desejo, prazer e sofrimento,
domicílio da identidade do meu ser.
Para entender o significado desse trabalho,é necessário entender o
significado de copo na sociedade atual.As pessoas querem ser aceitas ,se
sentir parte efetiva do meio e não estar de acordo com as normas ou padrões
de seu gruposocial daz com que o indivíduo se sinta exluído.Diante da cultura
de supervalorização da aparência em detrimento da essência das pessoas,o
“corpo ideal” se torna meta mas encaixar-se nesse contexto tornou-se uma
árdua tarefa,que muitas vezes caminha para a patologia,concretizada pela
baixa auto-estima,levando até a depressão.
No contexto sociocultural atual, o corpo é exposto e sua imagem
supervalorizada,de acordo comos padrões estéticos vigentes,em especial os do
mundo da moda e da televisão.A beleza sempre foi alvo de busca da
humanidade e é peculiar a cada cultura.Para Drudi,2002 in Cirino,2009,o corpo
deixou de ser apenas o instrumento físico da vidae tornou-se um verdadeiro
objeto de culto eadoração,tranformando o ideal de beleza em um
valorsocial.Assim surgem uma série de transtorno biopsicosociais que tem
como causa a rejeição do próprio corpo.A cobrança pelo
corpoperfeito,reforçada pela mídia,associa corpos magros esbeltos à
felicidade,dando um tom discriminatório àqueles que não se encaixam nesse
padrão.
28
Bittencourt et al 2009, define imagem corporal como “(])uma
representação afetiva que se faz do próprio corpo(...)”.Esta representação está
relacionada com aspectos gerais de autoconfiança e auto-estima que cada um
tem.Acrescenta-se a influência das vivências da infância,os afetos e
emoções.O conceito da imagem corporal é a figura do corpo humano formado
em sua mente,ou seja,o modo pelo qual o corpo a representa para nós,sendo
portanto,referência do próprio homem a si mesmo e ao mundo.
A imagem corporal não é algo pronto e definitivo e sim algo dinâmico,
que se modifica; sofrendo influência dos estados emocionais, dos conflitos
psíquicos e do contato com o mundo e com as outras pessoas. Ela
desempenha sem margem de dúvida,um papel central não só na relação que
temos com o nosso corpo,mas também na relação que temos conosco e com
os outros já que está relacionada a auto-imagem e é um fator essencial ao
desenvolvimento da auto-estima.(ibid)
A autoimagem é o acúmulo de todos os pensamentos, as atitudes e as
crenças que percebemos e armazenamos desde a infância. Crenças são idéias
e pensamentos que aceitamos como verdadeiros.Assim,a crença de cada um
controla a sua autoimagem,que gera um dado comportamento que emitimos e é
fruto de nosso autoconceito.Com isso,pode-se dizer que nos comportamos de
acordo com o que acreditamos ser. Segundo Marinho (1994), a auto imagem
negativa é fruto da ansiedade,ressentimento,angústia, frustração, autopiedade,
ciúme e outros sentimentos negativos geradores de ações destrutivas.
Se considerarmos a obra de Lacan, que se refere ao corpo pensado
como um objeto de investimento do outro, podemos entender a relevância da
relação social na instauração desse transtorno.É o olhar do outro que aprova e
reprova ,e a partir dessa dinâmica é que se constitui o relacionamento do eu
com o seu corpo.
Segundo Barros, 2005 apud Menéndez, 2007 a imagem corporal é como
se o indivíduo se vê,como percebeu seu corpo e como se relaciona com os
29
outros através do próprio corpo,como se sente em relação a ele,como espera
que os outros o vejam e como lida com a imagem que os outros tem a respeito
dele,ou seja,suas percepções sociais,emocionais e físicas em relação ao
próprio corpo. Esta percepção do próprio corpo,sofre influência de três
fatores,que juntos compõem a imagem corporal: o fisiológico,o
psicológico/emocional e o social.
O choque que a mulher enfrenta quando lhe é diagnosticado um câncer
associado a necessidade de se fazer uma intervenção cirúrgica agressiva como
a mastectomia coloca em jogo o seu ideal de corpo,silhueta feminina ; sem
contar com o medo da morte. (AMORIM,2007)
A mama está intimamente relacionada com a identidade, a maturidade, a
sexualidade e até mesmo a maternidade/aleitamento já que vinculam as
mamas à imagem corporal ideal. Deste modo a perda da mama pode causar
complicações clínicas bem como somáticas, alterando sua imagem corporal e
seu auto conceito. (BORGES,2006)
É normal atribuir uma imagem corporal diferente da que habitualmente
se têm quando surge alteração na função, aparência ou estrutura do mesmo. A
nova imagem pode ser encarada de forma natural,entretanto essa mudança no
corpo pode levar a uma baixa auto-estima podendo até rejeitar o próprio corpo.
A mudança da imagem corporal naõ planejada e não aceita é um insulto à
imagem corporal e por isso envolve sentimentos que geram baixa
autoestima,ansiedade,medo,lamentos,tristeza,culpa,vergonha,angústia, e
depressão. (AMORIM,2007)
Muitas relatam a perda da feminilidade, da sensualidade e o sentimento
de estranheza mediante à mastectomia; pelo fato de carregar algo que em seu
corpo é disforme, diferente do habitual e até mesmo a marca da
doença,enfatizando que “essa cicatriz ou ausência da mama me lembra o
câncer”.(KAPPAUN & FERREIRA,2008)
A alta autoestima permite ao indivíduo,em qualquer idade,superar os
desafios e dificuldades que surgem no percurso da vida,utilizando seus
recursos internos como ferramentas para crescer perante as adversidades.As
30
pessoas são exigidas,desde pequenas,a acertar sempre,a competir
demasiadamente e a esconder as emoções aprendidas como não sociais-raiva
e tristeza;principalmente.Entretanto elas não aprenderam a como lidar com
essas emoções e nem como transformar seus pensamentos e sentimentos em
algo construtivo.A auto estima determina e direciona os pensamentos,emoções
e comportamentos das pessoas.Ela começa a ser desenvolvida desde o
nascimento,através das relações com os pais e com o mundo à sua volta.O
nível de auto estima que uma pessoa manifesta,influencia tudo em sua vida em
esuas relações são afetadas diretamente.Em função disso,a saúde,o
trabalho,as relações pessoais e comerciais refletem o nível de autoestima de
cada um.(ACAMPORA,2013)
O senso de valor próprio e competência,a avaliação pessoal que uma
pessoa faz de si,nomeia-se autoestima.Já a imagem interna ou descrição
interna que um indivíduo tem de si mesmo nomeia-se autoimagem.A
autoimagem é construída na interação indivíduo x meio ambiente, e pode-se
dizer que a autoestima possui um nível importante de contribuição na atitude
das pessoas em relação à sua autoimagem,que engloba,dentre outros,o
conhecimento acerca dos papéis sociais desempenhados.(STRATTON,2002)
A imagem corporal é um aspecto importante da autoimagem e diz
respeito à idéia que cada um tem de seu corpo,que vai desde a representação
deste até a avaliação das características corporais.Entãoum indivíduo que se
avalia negativamente (baixa autoestima), provavelmente terá dificuldades com
sua imagem corporal e com sua autoimagem.(ACAMPORA,2013)
A autoestima é a fonte do nosso poder pessoal,da capacidade que todo
ser humano tem de influenciar e ser influenciado nas relações sociais.Em todos
os tipos de relações a autoestima é pano defundo,pois ela determinará o modo
como o indivíduoirá respirar,se emocionar e agir.Diante de uma
dificuldade,geralmente,o primeiro pensamento que vem à mente de um
indivíduo está associado à sua crençabásica,ao seu autoconceito.Com alta
autoestima,é possível acreditar que somos capazes de superar um
desafio;aprendendo a lidar positivamente com as adversidades.(ibid)
31
O câncer mamário também é uma doença psicossomática e cada vez
mais percebe-se a influência de vários aspectos que no processo saúde-
doença dessa mulher em questão. E como o corpo não é só uma morada física,
carnal mas sim lugar de desenvolvimento do “eu” e da identidade de cada um
de nós,os distúrbios psicológicos,as tensões,conflitos afetivos,estados
emocionais comprometem a reabilitação da mulher mastectomizada.
De acordo com Palmeira, 1997 apud Cherchiari 2009,os fatores ligados à
esfera da psique mais frequentemente encontrados na doença oncológica são
reunidos em dois grupos genéricos.O primeiro reúne os estados disfóricos; os
de ansiedade e as situações traumáticas ligadas à perda e/ou privação.O
segundo engloba variáveis definidas por características pessoais relativamente
estáveis que correspondem a “tipos de personalidade”.
Segundo o autor, a característica fundamental encontrada nessas
pessoas se refere à dependência permanente do “objeto”, que no caso é a
mama, como complicador do seu bem-estar e felicidade. A relação objetal
vivida por essas é muito sofrida , pois elas sentem que não conseguem
conquistar/reconquistar o objeto de desejo, tampouco conseguem se separar
dele, vivendo, portanto, em constante infelicidade.(EYSENCK,1988 apud
CHERCHIARI,2009)
Em relação a características psicológicas e circunstâncias de vida,
Cherchiari acredita que o câncer está associado tanto à constituição
melancólica quanto aos estados depressivos. Um dos aspectos psicológicos
que facilitam o desenvolvimento do cancro da mama é a dificuldade em lidar
com o impulso agressivo, nomeadamente a impossibilidade de o exprimir e ,
portanto, a intensa necessidade de o recalcar, negar ou guardar dentro de si
próprio. Mulheres afetadas por câncer de mama tem uma certa inclinação a
suprimirem suas emoções e terem dificuldade em lidar com os impulsos
agressivos e hostis, geralmente negados, recalcados ou voltados p/ si mesmas.
(CHERCHIARI,2009 apud CARDOSO,1995)
Moreira Filho, 1992 apud Cherchiari,2009 acrescenta que determinadas
características pessoais facilitariam o surgimento de doenças oncológicas tais
32
como perda de uma relação significativa antes do início da doença;
incapacidade de expressar sentimentos hostis; importante tensão em relação a
uma figura parental, sentimentos de desamparo e desesperança, vida particular
de abandono, solidão, culpa e autocondenação. O autor conclui que as
mulheres portadoras de câncer de mama ,no geral, sofreram antes da
descoberta do tumor perdas emocionais importantes e situações de
dificuldades.
Cardoso,1995 procura explicar o processo de carcinogênese com base
na interação de fatores orgânicos e sociopsicológicos.Em decorrência dessa
influência postulam que pessoas com extrema dificuldade de expressar seus
sentimentos e desejos viveriam sob um nível de ansiedade extrema , suprimida
da consciência, não acessível a verbalização e portanto, tranformados em
sintomas somáticos.Com a repressão dessa ansiedade extrema, ocorre uma
elevação dos adrenocorticóides, primeira etapa do fenômeno que transforma
stress psicossocial em processo biológico que pode promover carcinogêneses.
A estrutura do modelo de personalidade de Freud leva em consideração
os modos como a pessoa lida com ansiedade e angústia.O esforço para evitar
emoções desagradáveis, promove a criação de macanismos de defesa. Rogers
1987 apud Acampora, 2013 ressalta que situações e experiências que
ameaçam ou contradizem a visão das pessoas sobre si mesmas são a principal
causa de ansiedade.Uma pessoa com autoimagem incongruente tende a ser
mais vulnerável a ansiedade,pois há constantes choques na relação da sua
autopercepção com as experiências vividas na realidade.
Autoconfiança consiste na previsão realista dos seus recursos internos
disponíveis necessários para encarar um tipo específico de situação.Mas a
autoestimaé a base da autoconfiança.Uma pessoa que se compreende de uma
forma positiva tende a se direcionar pela vida de um modo decisivo e
deliberado.Pessoas autoconfiantes tendem a expressar confiança na própria
capacidade de superar desafios e situações difícies,logo são mais resilientes.A
resiliência é a capacidade de lidar com a adversidade e conseguir se adaptar
ou evoluir positivamente frente à situação;por isso indivíduos com alta
autoestima tendem a ser mais resilientes e promovem mudanças,vencem
33
dificuldades, tem firmeza de propósitos e maior facilidade na recuperação;
sendo assim torna-se crucial reestabelecer a autoestima dessas pacientes
oncológicas como base de um trabalho psicomotor .
Acampora,2013 acredita que auto estima e saúde estãodiretamente
relacionadas.Umapessoa que gosta de si mesma,se cuida,se envolve na sua
própria história ,compreende o que éimportante e o que é irrelevante para si
mesma,criando condições favoráveis para o bem-estar e qualidade de
vida,investindo no que é importante para o próprio crescimento pessoal.
Um autoconceito positivo é essencial para uma vida plena e saudável.
Uma vez que o indivíduo acredita no seu potenial, confia em si mesmo, gosta
da sua própria companhia, as possibilidades de conquistas,sucesso pessoal e
profissional além do bem estar físico e psíquico estão disponíveis para ele.O
contrário tambpem é verdadeiro:mal estar físico e psíquico se intslam naquele
qie se desmerece,que se diz coisas negativas e não acredita ou confia em si
mesmo.Temos a capacidade de construir uma vida saudável ou uma vida de
doenças dependendo do como como nos relacionamos conosco e da forma
como buscamos manter as relações à nossa volta.
O modo como cada pessoa se conhece, lida com suas emoções diante
da realidade dos fatos,enfrenta as situações diretamente ligada ao seu nível de
autoestima. A saúde, portanto, depende do quanto uma pessoa consegue
dispor de seus recursos internos para valorizar-se,compreender-se e aceitar-
se.Pessoas com baixa autoestimatendem aadoecer mais pelo nivel de
exitgencia que se impoem para agradar aos outros ,pelo alto desgaste
emocional para lidar com as dificuldades,pela instabilidade e fragilidade
emocional de se verem través do “olhos dos outros”,o que promove frustações
diante das desaprovações.
34
CAPÍTULO III
Enfrentamento e Qualidade de vida em pacientes submetidas à
mastectomia total numa linguagem psicomotora
O câncer como doença crônico-degenerativa pode impor aos pacientes e
familiares um grande desafio na adaptação, pois o prognóstico da doença e a
terapêutica a ser escolhida representam uma ameaça à saúde e à integridade
do corpo.(Costa & Leite,2009)
A detecção precoce,o avanço do tratamento,o número crescente de
sobreviventes e a maior importância aos fatores psicosociais nos remetem a
idéia de que se faz necessário avaliar a qualidade de vida de pessoas com
câncer.(Sales et al, 2001)
Atualmente, existem várias opções de tratamento para o câncer de
mama, e a sobrevida dessas mulheres tem aumentado devido ao avanço
tecnológico para o diagnóstico e o tratamento. Ao considerar a alta incidência e
a desestruturação que o diagnóstico e o tratamento do câncer de mama
acarretam na vida da mulher, maior ênfase tem sido dada às pesquisas de
medidas de qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) de mulheres com
câncer de mama nos últimos anos.(Lotti,2008)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define qualidade de vida como:
"a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura,
sistemas de valores nos quais ele vive em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações". Entretanto, qualidade de vida é mais
geral e inclui percepção do indivíduo, seus sentimentos e comportamentos
relacionados com o seu funcionamento diário, incluindo, mas não se limitando,
à sua condição de saúde e às intervenções médicas. ( Sales et al,2001)
O termo qualidade de vida relacionada à saúde surgiu no final da década
de 1940, quando a Organização Mundial da Saúde definiu saúde como um
estado de bem-estar físico, mental e social, mais que simplesmente como
ausência de doença ou enfermidade. A partir de então,a qualidade de vida deve
ser considerada durante todas as fases do tratamento de um paciente com
cêncer.(Ferraz,2009)
35
A qualidade de vida (QV)também é definida pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) como a percepção que o indivíduo tem de si mesmo, da sua
posição na vida dentro do contexto de cultura e sistema de valores nos quais
ele vive e em relação às suas metas, expectativas e padrões sociais. As
medidas de QVRS são definidas como o relato do impacto do câncer de mama
e seu tratamento sobre algum aspecto da função. O que permite avaliar os
impactos: físico, psicológico e psicossocial da doença, identificar fontes de
suportes familiar e social, além demedir a eficácia e os custos do tratamento.
A avaliação da qualidade de vida considera a percepção subjetiva do
paciente, isto é, um passo importante em direção a uma abordagem mais
abrangente e humanista para o tratamento do câncer.
Cella e Cherin 1988 apud Sales 2001, enfatizam que a qualidade de vida é
avaliada do ponto de vista do paciente: “Qualidade de vida se refere à
apreciação dos pacientes e sua satisfação com o nível de funcionamento,
comparado com o que ele percebe como sendo possível ou ideal”. A avaliação
da qualidade de vida global inclui os funcionamentos físico,psicológico, social,
sexual e espiritual.
Desta forma a avaliação da qualidade de vida vem sendo utilizada dentro
da área da saúde como um desfecho importante no sentido de avaliar o
impacto da doença sentido pelo paciente, criar indicadores da gravidade e
progressão da doença e predizer a influência dos tratamentos sobre a condição
da mesma.( Makluf, et al 2006)
A qualidade de vida se apóia na compreensão das necessidades
humanas fundamentais, materiais e espirituais, e tem no conceito de promoção
de saúde seu foco mais relevante.(ibid)
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer da
mama é a primeira causa de mortes em mulheres no Brasil. Na maioria das
vezes, o diagnóstico é estabelecido em uma fase tardia da doença, isso se
deve a uma política ineficaz de controle e rastreamento da doença, que tem na
mamografia, aliada ao exame clínico das mamas e ao auto-exame, seus
instrumentos fundamentais. Apesar do diagnóstico, na maioria das vezes, ainda
ser feito em estágios mais avançados da doença, novos métodos para
36
detecção precoce e novas possibilidades de tratamento vêm surgindo,
resultando em um aumento da sobrevida dessas mulheres. Essa melhora da
expectativa de vida se contrapõe a uma alteração no estado de saúde global,
uma vez que o câncer da mama e os tratamentos propostos causam um grande
impacto na vida dessas mulheres.(ibid)
Embora a maioria das mulheres avalie positivamente sua qualidade de
vida, existem mudanças no funcionamento social, decorrentes mais de
dificuldades psicossociais do que físicas, que precisam ser foco do trabalho de
equipes multiprofissionais de saúde.(Sales et al, 2001)
Mulheres submetidas à mastectomia são mais prováveis de ter pior
qualidade de vida do que as submetidas a tratamento conservador da mama
(TCM) independente da idade. Em estudo usando o questionário SF-36 como
instrumento para avaliar a qualidade de vida de mulheres submetidas a
tratamento cirúrgico para câncer de mama, pôde-se observar melhor escore da
função física em mulheres com TCM do que em mastectomizadas, mesmo
quando submetidas à quimioterapia. No entanto, o bem-estar emocional foi
similar entre os grupos.(Lotti et al,2008)
Os estudos demonstram que o impacto negativo,tanto sobre a atividade
sexual quanto na imagem corporal, é menor nas pacientes submetidas à
cirurgia conservadora da mama do que aquelas submetidas à mastectomia.
Logo, o tratamento de escolha para pacientes com câncer da mama deveria ser
a cirurgia conservadora da mama. Entretanto, no Brasil, na grande maioria das
instituições que realizam o tratamento para câncer da mama, os estadiamentos
III e IV chegam a corresponder a cerca de 60% dos diagnósticos iniciais. Como
a maioria dos casos é diagnosticado, em uma fase mais avançada da doença,
conseqüentemente, o número de mastectomias realizadas no Brasil ainda é
alto. (Makluf et al,2006)
Apesar do conflito na literatura em relação à idade,de modo geral, isso
parece ser um fator que influencia na qualidade de vida das mulheres
submetidas ao tratamento para câncer de mama. Alguns estudos mostram que
mulheres mais velhas tendem a apresentar melhor qualidade de vida após o
tratamento do que as mais jovens;talvez pela dificuldade que as mais jovens
apresentam de se adaptarem à nova condição, e/ou pelo fato das mulheres
37
idosas valorizarem menos a mama e a feminilidade.(Lotti et al,2008)
O câncer da mama atualmente é tratado como uma doença sistêmica,
portanto, muitas vezes, o tratamento cirúrgico é seguido de uma terapia
adjuvante como quimioterapia ou hormonioterapia. O tratamento sistêmico
(quimioterapia) foi visto como um importante preditor de piora da qualidade de
vida pós-tratamento do câncer da mama. Isso reforça a importância da
detecção precoce do câncer da mama, possibilitando um tratamento menos
agressivo para essas mulheres. Além disso, a mastectomia sem reconstrução
proporciona uma piora na qualidade de vida e pode ter um impacto negativo na
evolução da doença.( ibid)
A fadiga, relatada por muitas mulheres tratadas para câncer de mama, é
citada em muitos estudos como um sintoma que apresenta influência negativa
na qualidade de vida. Esse sintoma aumenta durante a quimioterapia e a
radioterapia, e, de modo geral, muitas mulheres parecem continuar com fadiga
depois do tratamento;porém outras experimentam melhora da fadiga após o
período de dois anos.(ibid)
Quando as mulheres recebem quimioterapia adjuvante relatam efeito
negativo sobre suas vidas sexuais, sendo problemas como diminuição da libido,
lubrificação vaginal e dor à penetração .Por outro lado, a qualidade do
relacionamento parece ser um fator importante na determinação da função
sexual, mais do que os danos físicos e químicos do tratamento para câncer.
Durante o período de quimioterapia, náusea e vômito são sintomas freqüentes
e contribuem para diminuição na qualidade de vida relacionada à saúde, porém,
após o tratamento, são raramente relatados.(ibid)
Os problemas na mama, assim como os problemas no braço,como diminuição
da funcionalidade,dor e a presença do linfedema também estão associados à
pior qualidade de vida. A idade parece ser significativamente correlacionada
com a depressão em pacientes com câncer de mama, com mulheres jovens
relatando mais problemas. No entanto, esse sintoma tende a diminuir com o
tempo após o diagnóstico da doença, porém pode ser agravado com o
tratamento e persistir após seu término em pacientes com depressão prévia ou
naquelas com recorrência da doença.(ibid)
A imagem corporal de sobreviventes de câncer de mama está
38
significantemente relacionada à depressão. Quando as mulheres estão
depressivas tendem a ter imagem negativa de seus corpos e, neste caso, a
estar mais insatisfeitas sexualmente. Por fim, quando as mulheres são
afastadas do trabalho ou de suas atividades usuais, devido ao tratamento para
câncer de mama, apresentam risco aumentado de prejuízo na qualidade de
vida por questões voltadas a socialiazação.(ibid)
Ferraz, 2009 ressaltou que as mudanças de vida consideradas
negativas estavam ligadas tanto a dificuldades encontradas pela própria
paciente(depressão,isolamento,vergonha,má aceitação) e quanto ao
comportamento das pessoas do convívio no que se refere à
distanciamento,curiosidade e sobretudo,discriminação.
Sendo assim a qualidade de vida deve ser foco principal no tratamento
de pacientes oncológicos no geral. As intervenções terapêuticas devem ocorrer
no pós operatório imediato já que os fatores que tendem a desencadear um
escore ruim de qualidade de vida devem ser identificados o quanto antes,para
que se possa ser dado início as intervenções preventivas.
Ao receber o diagnóstico de câncer,uma doença que geralmente
vem acompanhada de tantos sofrimentos e preocipações,cria-se uma situação
desestruturante não só para quem é por ela acometido, mas também para
todos os que os cercam,uma vez que vêem surpreendidos por um momento de
grande estresse, que por sua vez, leva a mudanças de
comportamento.(Ferraz,2009)
Todo contexto da doença propriamente dita e do tratamento podem gerar
estresse, trazendo sinais e sintomas como apatia, depressão, desânimo,
sensação de desalento, hipersensibilidade emotiva, raiva, ansiedade,
irritabilidade. Diante disso, o que pode fazer a diferença no resultado de
adaptação do indivíduo é o enfrentamento. Realizar estratégias de
enfrentamento significa que o indivíduo está tentando superar o que lhe está
causando estresse.(Costa & Leite,2009)
É possível supor que o diagnóstico de câncer desencadeará sentimentos
e avaliações cognitivas,as quais serão influenciadas pelas experiências
anteriores e por diferenças individuais,resultando em comportamento peculiares
de ajuste,cuja finalidade é enfrentar o stress e a ansiedade condizentes a esse
39
momento.(Amorim,2007)
A doença,a invalidez e amorte podem ser consideradas situações limite do
corpo,pois podem pôr em questão os projetos de vida, considerando que o
corpo é resultante do psicológico e do somático.(ibid)
O processo estressante, desde a suspeita diagnóstica de um câncer até
a reabilitação e reajuste psíquico do paciente, requer esforços de
enfrentamento da situação, sendo a tarefa primordial reconquistar o equilíbrio
psíquico apropriado. (Costa & Leite,2009)
Enfrentamento é definido como um processo através do qual o indivíduo
administra as demandas da relação pessoa-ambiente que são avaliadas como
estressantes e as emoções que elas geram. O enfrentamento pode ser
classificado em duas importantes divisões:enfrentamento centrado no problema
e enfrentamento centrado na emoção, embora muitas vezes ocorram
simultaneamente e podem ser mutuamente facilitadores.(ibid)
Nesse mesmo estudo realizado por Costa & Leite,2009; refletir sobre o prolema
foi a estratégia mais utilizada entre os mecanismos de enfrentamento,sendo
identificado como uma maneira eficiente de modificar as pressões internas,na
tentativa de remover ou abrandar a fonte estressora; possibilitando a busca de
soluções para a doença.Já o enfrentamento centrado na emoção,é por muitas
vezes,uma “reavaliação cognitiva” já que o indivíduo realiza uma série de
manobras cognitivas com o objetivo de modificar o significado da situação;não
importanto se isso é feito de forma realista ou com distorção da realidade.Esse
tipo de mecanismo de enfrentamento não modifica a situação propriamente
dita,mas serve para o indivíduo negociar com as emoções e assim,manter uma
auto-estima positiva e bem-estar.
Marques et al,1994 apud Amorim,2007 refere que quando umamulher é
confrontada com o diagnóstico de câncer surgem sentimentos e emoções
inevitáveis como medo,ansiedade,sensação de abandono.”(...) esse diagnóstico
surge como acontecimento de vida que vai implicar a gesrtão de um turbilhão
de emoções e mobilizar todos os recursos e capacidades do indicíduo para lhes
fazer frente(...)daí a instalação de um período de crise na família(...)”
Cordeiro 1994 apud Amorim,2007 considera crise como sendo”(...) toda a
situação de mudanças a nível biológico,psicológico ou pessoal,que exige da
40
pessoa um esforço complementar para se manter o equilíbrio(...)”.
Perante tal crise é a própria pessoa que têm de estabelecer o equilíbrio de
modo a recorrer a estratégias diversificadas, que passam pela confrontação,a
procura de informação e ao apoio nas diferentes fases do processo de
doença,que vão desde o choque,a negação dada pela dificuldade de aceitar a
realidade, revolta que se dá pela inconformidade e raiva,negociação
concretizada pela tentativa de negociar e/ou calcular o tempo de
sobrevida,depressão e aceitação;enfrentando de fato a realidade.
Quando a pessoa avalia o agente agressor/estressor busca realizar algo
para dominar a situação e controlar suas reações emocionais. Nessa
perspectiva,as estratégias de enfrentamento ajudam na criação de mecanismos
internos ou externos,criados individualmente ou construídos por relações
interpessoais para tentar adaptar-se ou conviver com os estressores.(Costa
&Leite,2009)
No que tange à socialização e ao compartilhamento de experiências em
grupo de apoio,é importante reportar que as vivências grupais, ao
proporcionarem troca de experiências, estimulam reflexões sobre eventos de
vida e promovem a elevação da auto-estima e da qualidade de vida, com
destaque nas repercussões psicossociais da mastectomia já que no grupo há
troca de experiências com outras portadoras de câncer de mama,onde cada
uma vem a somar com sua viência;favorecendo o enfrentamento da patologia
com suas incertezas.Sem contar que o grupo também incentiva a
autoconfiança,a esperança,auto-estima e moral.(Stum EMF et al,2009)
No grupo de apoio elas têm a oportunidade de se identificar, trocar experências,
aliviar tensões, compreender a condição pela qual estão passando, manterem-
se informadas e esclarecidas a cerca da doença bem como seu tratamento,
além de proporcionar interação interpessoal através da criação de vínculos de
amizade; até por que a comunicação como instrumento utilizado no grupo
proporciona maior conhecimento de si mesmo e do outro,estabelecendo
vínculos de afeto condizentes à aceitação. O psicomotricista destaca-se como
um dos profissionais da equipe de saúde que ultrapassam o ambiente
hospitalar,e que com a criação dos grupos de apoio, proporcionam um espaço
de escuta e valorização interpessoal dessas mulheres, que compartilham
41
informações a respeito da doença,modalidades de tratamento,são reinseridas
socialmente;além de se sentirem acolhidas.
Outro aspecto que emerge no relacionamento com familiares,amigos e
profissionais são as atitudes de solidariedade,empatia e compaixão.A atitude de
compaixão não é movida por um sentimento de piedade .É muito mais uma
construção de comunhão a partir de quem sofre como ponto de partida para a
existência de uma sociedade que integra e inclue.Esse é um dos grande
objetivos da prática psicomotomora como recurso terapêutico aplicado à
pacientes oncológicos.(ibid)
A religião,é um importante recurso de enfrentamento e ocupa um
importante espaço na vida das pessoas, já que a religiosidade pode ajudá-las a
encontrar o significado e a coerência no mundo.A espiritualidade é uma
construção da personalidade de cada indivíduo - uma expressão da sua
identidade e efeitos em função da história pessoal, experiências e aspirações.
Por essa razão, a religião diminui o sofrimento, uma vez que permite mudar a
perspectiva subjetiva, em que o paciente e a comunidade vivenciam a doença
grave.A fé constitui um modo de pensar construtivo. Um sentimento de
confiança de que acontecerá o que se deseja. A fé em Deus é um sentimento
arraigado em nossa cultura e é tão necessária quanto outros modos de
enfrentamento. (Costa & Leite,2009)
O apoio da família é um dos principais recursos externos do paciente
para o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento. Enquanto o paciente
trava uma luta contra a doença, tentando lidar melhor com o estresse, a família
tem um importante papel em apoiar ou não as mudanças que ocorrem com ele,
evitando os fatores desnecessários de estresse ou ajudando-o a lidar com ele.
Os familiares do paciente com câncer também sofrem com o estresse de lidar
com as necessidades emocionais do paciente, o que é uma questão difícil para
eles.(ibid)
Presumidamente, indivíduos que experimentam um evento de vida
estressante e podem mobilizar fortes recursos de suporte dentro de sua rede
social de relacionamentos são mais capazes de reduzir possíveis efeitos
negativos do estresse na saúde. O suporte pode aliviar o impacto da avaliação
do evento como estressante, provendo uma solução para o problema, através
42
da redução da percepção de importância do problema e, então, a pessoa é
menos reativa à percepção do estresse, facilitando respostas mais
saudáveis.(ibid)
A equipe multiprofissional lida, de modo intensivo e integral, com as
respostas dos pacientes, interagindo com seus sofrimentos, ansiedades e
medos, em meio às estratégias terapêuticas. Todavia deve haver, em relação
aos pacientes com câncer, um entendimento de que o curar, muitas vezes, é
escravo da tecnologia, mas o cuidar aceita que a existência é finita e sempre
existe algo que possa ser feito para melhorar a qualidade de vida.
A assistência em saúde ao paciente com câncer e familiares consiste em
permitir a todos verbalizar seus sentimentos e valorizá-los; identificar áreas
potencialmente problemáticas; auxiliar o paciente e familiares a identificar e
mobilizar fontes de ajuda, informações, busca de soluções dos problemas;
permitir tomadas de decisões sobre o tratamento proposto; e levar a pessoa ao
autocuidado dentro do possível. (Costa & Leite,2009)
A equipe multidiscuplinar em saúde oncológica deve estabelecer
intervenções de cuidado que possam ser implementadas com o objetivo de
orientar antecipadamente o paciente para as mudanças na imagem corporal
que sejam previsíveis de acordo com a cirurgia proposta como também
conhecer as expectativas do paciente sobre a imagem corporal e auxiliar o
paciente na compreensão e enfrentamento das mudanças causadas pela
doença ou cirurgia, auxiliando na determinação da real extensão da mudança
em seu corpo ou em sua funcionalidade.A meta é que a equipe reforce as
estratégias de enfrentamento que facilitem a convivência com a situação de
doença e auxiliem o indivíduo a transformar ou abandonar aquelas que sejam
ineficazes para ele.(ibid)
43
CONCLUSÃO
Ao se tratar do diagnóstico de uma doença oncológica nos deparamos
com diferentes graus de comprometimentos do estado de saúde, já que saúde
não é apenas ausência de doença e sim um perfeito equilíbrio do bem-estar
biopsicosocial.
Vimos através dessa pesquisa monográfica que o Câncer de Mama
evidencia alterações na imagem corporal, assim como diminuição da qualidade
de vida; já que a mutilação da mama compromete a auto-estima e a
socialização da mulher.
A fisioterapia torna-se peça fundamental, junto ao apoio multidisciplinar,
no atendimento dessas pacientes já que com um atendimento especializado
essas mulheres passam a ter melhor qualidade de vida, principalmente no que
se refere a melhor desempenho das atividades de vida diária; associadas a
maior independência funcional.
O tratamento fisioterapêutico associado aos recursos psicomotores vem
mostrando ótimos resultados; onde sua eficácia ultrapassa os ganhos
fisiológicos, estendendo seus benefícios a um contexto biopsicosocial já que
favorece o bem-estar e a auto-estima da mulhermastectomizada.No período
pré operatório a psicomotricidade pode começar a intervir sobre o estresse da
paciente, já que a doença oncológica traz consigo temores relacionados a
morte e invalidez. O psicomotricista pode começar a esclarecer sobre as
expectativas da cirurgia e até mesmo familiarizar a paciente quanto ao toque
do terapeuta, já que a mama é uma região muito íntima e que a muitos pode
estar associada a pudores e constrangimentos. Adentrar no universo corporal dessas mulheres mastectomizadas,
“ouvir” seus corpos, buscando interagir consigo e com outros , revela a
importância de ouvir seus anseios, conversar sobre seus medos,dando a
segurança de se retomar a vida normal. Percebe-se, então, que o
psicomotricista desempenha importante papel buscando acolhê-las, ouvi-las e
amenizar suas dúvidas,auxiliar a paciente a adaptar-se à nova condição de
saúde e melhorar os escores de qualidade de vida; contribuindo
44
significativamente para o equilíbrio biopsicosocial e para a reinserção da
mesma no contexto social.
Com base nas observações deste estudo, percebeu-se a importância de
conhecer a imagem corporal de mulheres mastectomizadas em seu ambiente
de tratamento. Porém mais estudos são necessários para comprovar a
eficiência da escala de satisfação corporal em sua aplicabilidade durante a
prática psicomotora, bem como estudos que identifiquem e desenvolvam ações
terapêuticas que influenciem positivamente na (re)construção da imagem
corporal de pacientes como essas mulheres.
45
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TALHAFERRO B,LEMOS S,OLIVEIRA E. Mastectomia e suas
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49
ÍNDICE
Folha de rosto-----------------------------------------------02
Agradecimento----------------------------------------------03
Dedicatória ---------------------------------------------------04
Resumo--------------------------------------------------------05
Metodologia --------------------------------------------------06
Sumário -------------------------------------------------------07
Introdução------------------------------------------------------08
CAPÍTULO I- O câncer de mama: prevenção e fatores biopsicosociais na evolução da doença------------------------------------------------10
1.1 Conceito de Câncer-----------------------------------10 1.2 Etiologia---------------------------------------------------11 1.3 Fatores de risco para o câncer---------------------12 1.4 Epidemiologia-------------------------------------------14 1.5 Diagnóstico ---------------------------------------------15 1.6 Exames Complementares---------------------------17 1.7 Características Clínicas ------------------------------20 1.8 Modalidades Terapêuticas --------------------------22
1.8.1 Tratamento Fisioterapêutico------------------22 1.8.2 Tratamento Cirúrgico --------------------------24
CAPÍTULO II- Os aspectos psicomotores que influenciam na reconstrução da imagem corporal das mulheres mastectomizadas-----------27
CAPÍTULO III- Enfrentamento e Qualidade de vida em pacientes submetidas à
mastectomia total numa linguagem psicomotora------34
Conclusão -----------------------------------------------------------------43
Referências Bibliográficas --------------------------------------------------45
Índice----------------------------------------------------------------------------49