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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU GESTÃO DE UMA MICRO E PEQUENA EMPRESA COM BASE NO FLUXO DE CAIXA Mark Abrantes Smith Passos ORIENTADOR: Prof. Aleksandra Sliwowska Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

GESTÃO DE UMA MICRO E PEQUENA EMPRESA COM BASE NO FLUXO DE CAIXA

Mark Abrantes Smith Passos

ORIENTADOR: Prof. Aleksandra Sliwowska

Rio de Janeiro 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa. Por: Mark Abrantes Smith Passos

GESTÃO DE UMA MICRO E PEQUENA EMPRESA COM BASE NO FLUXO DE CAIXA

Rio de Janeiro 2016

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AGRADECIMENTOS

Aos professores e minha orientadora por todo

conhecimento compartilhado e suporte nesta

caminhada.

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DEDICATÓRIA

À Deus, que me trouxe calma e clareza para

concluir essa etapa.

Aos meus pais, meus familiares e minha

namorada pela compreensão e pelo incentivo na

eterna busca do conhecimento.

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo demonstrar os benefícios

gerados pelo uso do fluxo de caixa nas microempresas como ferramenta de

gestão financeira, visto que com a grande volatilidade nas economias, torna-se

cada vez mais necessário o acompanhamento permanente dos fluxos

financeiros.

Além disso, a análise dos “Demonstrativos de fluxo de caixa”, fazem

com que as finanças corporativas se diferenciem das finanças pessoais dos

sócios, o que gera maior eficiência na administração da empresa, uma maior

confiança do mercado na empresa e ajuda a solidificar as bases da empresa,

gerando diminuição das taxas de falência das micro e pequenas empresas.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada no desenvolvimento deste trabalho foi

principalmente a de pesquisa bibliográfica, tendo como base as análises do

autor José Eduardo Zdanowicz, que explora o tema das demonstrações de

fluxo de caixa como ferramenta de gerenciamento financeiro de forma bem

detalhada.

Também foram utilizados na pesquisa: livros de outros autores, além

de artigos, trabalhos acadêmicos e sites relacionados ao tema do trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Classificação das empresas 10

CAPÍTULO II

Demonstrações Financeiras 19

CAPÍTULO III

MPE’s e suas finanças 27

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 40

ÍNDICE DE FIGURAS 41

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INTRODUÇÃO

Conforme Bodie & Merton (2002), as empresas são entidades cuja

principal função é a produção de bens e serviços e que precisam de capital

para cumprir sua função. 1

Demac (1990, p.13) enfatiza que:

“Empresa é um lugar onde se cria riqueza e que permite pôr

em operação recursos intelectuais, humanos, materiais e

financeiros para extrair, produzir, transformar ou distribuir bens

e serviços, de acordo com objetivos fixados por uma

administração. De maneira geral, estes objetivos se

relacionam, em maior ou menor grau, com a ambição de ganho

e com o benefício social”

No entanto, para que se alcance tais objetivos, a atividade financeira

da empresa deverá sempre ser acompanhada para uma melhor avaliação de

seus resultados, assim como ajustes e correções necessárias.

Dessa forma, é necessário o conhecimento prévio da forma de

constituição da empresa assim como seu porte, fatores preponderantes para

nortear as políticas e a forma de atuação, além da forma de gestão da

empresa. No capítulo I, serão abordadas as principais formas de natureza

jurídica, relacionando suas principais vantagens e desvantagens de acordo

com os autores, assim como será feita uma análise das diferentes formas de

classificação do porte de uma empresa. Será dada maior ênfase às MPE’s, que

são o objeto de estudo deste trabalho.

O fuxo de caixa é um instrumento que permite ao gestor financeiro,

de uma forma ágil e eficiente, planejar, organizar e coordenar ações

corporativas, assim como dirigir e controlar os recursos financeiros. Sendo

assim, no capítulo II, será introduzida essa ferramenta de gestão, assim como

1BODIE, Zvi; Merton, Robert C. Finanças; trad. James Sunderland Cook – 1ª ed. Rev. ampl. – Porto Alegre: Bookman Editora, 2002 p. 35 e 36.

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suas formas de utilização. Outro ponto abordado serão as ferramentas

utilizadas em conjunto e anteriormente ao “Demonstrativo de fluxo de caixa”.

Já conceituadas as empresas objeto de estudo e a ferramenta de

gestão, no capítulo III, será realizado o estudo em conjunto, demonstrando as

vantagens e desvantagens da utilização por parte dos gestores das

microempresas do fluxo de caixa como ferramenta de gestão financeira.

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CAPÍTULO I

Classificação das empresas

Todas as empresas possuem a mesma definição, no entanto sua

classificação se dá por meio de inúmeras formas diversas. Podemos classificar

uma empresa de acordo com seu tipo ou natureza jurídica, que é a sua forma

de constituição, por exemplo firma individual. Outra forma de classificação é de

acordo com o porte da empresa. E este é o tipo mais heterogênio de

classificação, pois pode levar em consideração alguns quesitos diferenciados.

1.1. Tipos de empresas

De acordo com Bodie & Merton (2002), existem três tipo de

empresas. São elas: as firmas individuais, a sociedade limitada e a sociedade

anônima. Já Gitman (1978) divide as empresas em firmas individuais,

sociedade de pessoas, que tem como principal exemplo a sociedade limitada, e

a sociedade de capitais.

1.1.1. Firmas individuais

Nesse tipo, há a responsabilidade ilimitada do proprietário, ou

seja, em caso de falência, o proprietário pode perder bens pessoais para

satisfazer as reinvidicações de seus credores. 2

Essas empresas são caracterizadas geralmente por pequenos negócios,

em que o proprietário, sozinho ou com o apoio de poucos empregados, é o

responsável pela operacionalização e pela administração do negócio. Outro

2BODIE, Zvi; Merton, Robert C. Finanças; trad. James Sunderland Cook – 1ª ed. Rev. ampl. – Porto Alegre: Bookman Editora, 2002 p. 37 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira; trad. Francisco José dos Santos Braga – São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1978 p. 17

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destaque nessa modalidade fica por conta do ativo e do passivo da empresa,

que se confundem com o do proprietário.

As firmas individuais, segundo Gitman (1978), têm como vantagens a

economia fiscal, medida em que geralmente há um regime de tributação

especial; baixos custos organizacionais, nos casos de algumas naturezas

jurídicas há uma desburocratização, com simplificação em relação aos alvarás

de funcionamento; e ainda o proprietário recebe todo o lucro, na verdade todos

as receitas são do proprietário. No entanto, o autor cita que esse tipo de firma

também possui suas devantagens, dentre elas a responsabilidade ilimitada do

sócio, que pode ter de utilizar ou perder seu patrimônio pessoal para cumprir

obrigações da empresa em caso de falência; outra desvantagem é a deficiência

administrativa, pois geralmente o proprietário é o responsável pela

operacionalização e administração da empresa; outra desvantagem percebida

é também a falta de continuidade da empresa, que pode acontecer quando o

proprietário morre. 3

No Brasil, existem algumas naturezas jurídicas pertencentes ao grupo

das firmas individuais. São elas: o Microempreendedor Individual (MEI), o

Empresário Individual (EI) e a Empresa Individual de Responsabilidade

Limitada (EIRELI). Esta última, foi criada em julho de 2011 por lei e tem como

finalidade solucionar vários problemas, como a situação de responsabilidade

ilimitada do empresário individual e a formação de sociedades limitadas com a

participação de sócios com um percentual mínimo, somente para atender o

requisito de se ter um segundo sócio. 4

3 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira; trad. Francisco José dos Santos Braga – São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1978 p. 16 e 17 4 Criada pela lei 12.441, de 11/07/2011, entrou em vigor em 2012.

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1.1.2. Sociedade limitada

Esse é o tipo mais comum de sociedade de pessoas. É ainda o mais

adotado pelas pequenas empresas por ser de constituição mais simples. É

composta por dois ou mais proprietários, que são chamados de sócios. Destes

alguns podem possuir responsabilidade limitada, chamados de sócios

limitados, no entanto sempre deverá existir um sócio com responsabilidade

ilimitada.5

Estão entre as vantagens das sociedades limitadas a maior quantidade

de capital, pois não dependerá somente do capital de um único propietário para

compor o capital da empresa, assim como a vantagem de uma administração

compartilhada entre os sócios, resultando em maior cooperação e habilidade

administrativa. Como desvantagens apresentam as da responsabilidade

ilimitada e a vida limitada, ou seja, a dissolução da sociedade em caso de

morte ou afastamento de um dos sócios. 6

No Brasil, a Sociedade Limitada é aquela que reúne dois ou mais sócios

para explorar atividades econômicas organizadas para a produção ou

circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento de empresa. Os

sócios respondem de forma limitada, restrita ao valor de suas quotas, ao capital

social da empresa pelas dívidas contraídas no exercício da sua atividade

perante os seus credores. Todos respondem solidariamente pela integralização

do capital socia, que está regida pelo novo Código Civil e, nas omissões, pelas

normas da Sociedade Simples, ou pelas da Sociedade Anônima se assim o

contrato social estabelecer.

5 BODIE, Zvi; Merton, Robert C. Finanças; trad. James Sunderland Cook – 1ª ed. Rev. ampl. – Porto Alegre: Bookman Editora, 2002 p. 37 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira; trad. Francisco José dos Santos Braga – São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1978 p. 18 6 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira; trad. Francisco José dos Santos Braga – São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1978 p. 18

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1.1.3. Sociedade anônima

A sociedade anônima, ou de capital, é um modelo de empresa

caracterizada por ter o seu capital financeiro dividido por ações. Os donos das

ações são chamados de acionistas e, neste caso, a empresa deve ter sempre

dois ou mais acionistas. Há uma distinção entre a empresa e seus

proprietários. As empresas podem possuir ativos, e seus acionistas têm direito

a uma participação em qualquer distribuição da empresa, na proporção de suas

ações. Outro fato importante é a responsabilidade limitada: em caso de não

pagamento de suas obrigações, os credores podem recorrer aos ativos da

sociedade, no entanto não podem recorrer aos ativos pessoais dos acionistas.

Nesse tipo de sociedade, há eleição pelos acionistas de um conselho diretor

(ou de administração) que seleciona os gestores.7 A figura demonstra, a forma

de organização geral da sociedade de capital.

7 BODIE, Zvi; Merton, Robert C. Finanças; trad. James Sunderland Cook – 1ª ed. Rev. ampl. – Porto Alegre: Bookman Editora, 2002 p. 37 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira; trad. Francisco José dos Santos Braga – São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1978 p. 19 e 20

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As grandes empresas mundiais normalmente estão sob forma de

sociedade anônima, não sendo característica somente de empresas privadas;

existem empresas públicas também vinculadas a essa natureza jurídica.

De acordo com Gitman (1978), dentre as principais vantagens desse tipo

de empresa estão a responsabilidade limitada dos sócios (acionistas), pois não

há relação entre seu patrimônio e o da empresa; a possibilidade de

transferência de propriedade por meio de compra e venda das ações; vida

ilimitada da empresa, que não se dissolve com a morte de um acionista, e

ainda a vantagem de ter uma administração profissional, à medida que os

gestores são contratados pelo conselho diretor. O autor cita como

desvantagens a falta de sigilo , pois a situação financeira da empresa deve ser

de conhecimento de todos os acionista através de suas demonstrações anuais;

a burocracia governamental, a que, segundo o autor, a sociedade está sujeita:

a regulamentação por vários departamentos federais, estaduais e municipais. 8

No Brasil, as sociedades anônimas são regulamentadas pela Lei nº

6.404, de 15 de dezembro de 1976, conhecida como "Lei das Sociedades por

Ações" . Podem ser de duas categorias: sociedades anônimas de capital

fechado, que não permitem que suas ações estejam disponíveis para

comercialização no mercado da bolsa de valores, por exemplo. Os recursos

ficam limitados apenas entre os acionistas (sócios da empresa), ou sociedades

anônimas de capital aberto, que disponibilizam as suas ações para

negociações nas bolsas de valores e mercados de balcão, abrindo assim os

seus recursos junto ao público interessado em participar.

8 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira; trad. Francisco José dos Santos Braga – São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1978 p. 20 e 21

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1.2. Porte das empresas

No Brasil e no mundo, autores divergem na forma de definição do

porte das empresas visto que utilizam critérios diferentes para a classificação

delas. Os critérios são: o quantitativo, o qualitativo e o misto.

Os critérios quantitativos são os critérios mais utilizados, pois são de

fácil coleta e manipulação, além de rápida mensuração e definição de

parâmetros. Os dados têm sua origem nos censos e demonstrativos contábeis.

No entanto, essa forma de coleta também traz a fragilidade do critério, pois

informações incorretas podem levar a classificações incorretas.

Os critérios qualitativos são aspectos que classificam sem utilizar

valores numéricos, ou seja, não podem ser medidos. São atributos que

diferenciam as empresas, como a forma de gestão dos recursos materiais e

humanos e o comportamento no ambiente externo, por exemplo.

As variáveis do critério quantitativo apresentam uma imagem mais

estática e inflexível da empresa. Já as do critério qualitativo demonstram uma

visão dinâmica e cotidiana da empresa.

Os critérios mistos são a combinação dos dois ou mais critérios

qualitativos e quantitativos. É mais utilizada por pesquisadores e instituições de

pesquisa, que buscam evitar a rigidez dos critérios quantitativos.

1.2.1 MPE (Micro e pequenas empresa)

De acordo com o SEBRAE (2007), as MPE’s são as empresas

responsáveis pela criação da maior parte dos novos empregos e também têm

papel importante no PIB do país.

Martins (apud Drucker, 1981, p. 221-223) caracteriza a

microempresa como a ausência de nível hierárquico e cita que o dirigente

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passa grande parte do tempo em tarefas operacionais, e o restante, em tarefas

administrativas como compras e contabilidade, por exemplo. Já com relação às

pequenas empresas, há a necessidade de uma organização administrativa com

existência de um nível hierárquico, sendo assim o dirigente passa a maior parte

do tempo em funções administrativas, e o restante, em funções de direção e

operação. Observa-se que o autor utiliza critérios qualitativos para caracterizar

o porte das empresas.

Dada a importância das MPE’s no sistema financeiro do país, desde

os anos 50 começou, nos EUA, um movimento de segmentação e incentivo à

essas empresas. O critério que é utilizado para sua classificação é o de

número de funcionários.

Já no Brasil, o movimento pela valorização das pequenas empresas

brasileiras despontou mais fortemente a partir dos anos 80 e teve como marco

inicial a inclusão dos artigos 170 e 179 na Constituição de 1988, instituindo que

a União, Estados, Distrito Federal e Municípios deveriam dispensar às

microempresas e empresas de pequeno porte tratamento jurídico diferenciado

e favorecido, visando a incentivá-las pela simplificação, eliminação ou redução

de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias.

Nos anos 90, registraram-se dois esforços para regulamentação dos

artigos 170 e 179: a Lei do Simples Federal (Lei 9.317, de 1996), que seria a

simplificação no recolhimento dos tributos e contribuições federais e podendo

abranger os tributos estaduais e municipais; e a criação do Estatuto da

Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei 9.841, de 1999), que

instituiu benefícios nos campos administrativos, trabalhista, de crédito e de

desenvolvimento empresarial.

Porém, os Estados e Municípios preferiram não aderir ao Simples e

instituíram regimes próprios de tributação, além disso o Estatuto foi criado por

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lei ordinária federal, sem poder legislativo sobre Estados e Municípios, assim

os seus benefícios estavam limitados à esfera de atuação do Governo Federal.

Dessa forma, os dois mecanismos mostraram-se insuficientes para beneficiar

as micro e pequenas empresas.

Em dezembro de 2006, foi promulgada a Lei Geral para Micro e

Pequenas Empresas, que definiu o porte das MPE’s de acordo com seu

faturamento máximo. São consideradas: microempresas (ME) aquelas que

possuem faturamento máximo anual de R$ 240.000,01 e pequenas empresas

ou empresa de pequeno porte (EPP) as que faturam entre R$ 240.000,01 e R$

2,4 milhões anuais. 9

Criada pela Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, em vigor

desde 2009, a categoria jurídica Empreendedor Individual (EI) criou condições

especiais para que o trabalhador conhecido como informal pudesse se tornar

legalizado.10

1.2.2 Empresas de médio porte

As empresas de médio porte se diferenciam muito pouco das MPE’s,

pois ainda mantém a capacidade de mudança, visto que sua estrutura ainda é

de baixa complexidade, comparada às de grande porte. Sendo assim, a

principal diferença das anteriores é o número de empregados e o faturamento

máximo anual.

Segundo os critérios qualitativos demonstrados por Martins (apud

Drucker, 1981, p. 221-223), as empresas de médio porte são caracterizadas

por “um cargo de cúpula que exige dedicação em tempo integral, e os objetivos

9A nova lei do Super Simples reajustou, a partir de janeiro de 2012, em 50% as faixas de enquadramento e o teto da receita bruta anual das empresas do Simples Nacional. O da microempresa passa de R$ 240 mil para R$ 360 mil e o da pequena sobe de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões.

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empresariais globais não podem ser estabelecidos pelo ocupante desse cargo.”

Cita também que ” A inaptidão, na resolução dos problemas de organização

administrativa, é uma das causas mais frequentes e graves de dificuldades

desse estágio ”. 11

No Brasil, autores e instituições caracterizam-nas por critérios

diversos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

classifica a empresa com faturamento anual acima de R$ 16 milhões até R$ 90

milhões como de médio porte. Já o SEBRAE segmenta os setores: as

empresas do setor industrial que possuem entre 100 e 499 pessoas

empregadas e do setor de comércio e serviços que possuem entre 50 a 99

pessoas empregadas estão na faixa de médias empresas.

1.2.3 Empresas de grande porte

São empresas que possuem uma estrutrura complexa e que

recebem tratamento diferenciado por alguns governos por possuírem uma

estrutura de maior capacidade de produção. Geralmente a diferença é baseada

na quantidade de empregados ou no faturamento da empresa. O tratamento

diferenciado pode ser caracterizado por cobrança de mais impostos ou

incentivos fiscais específicos.

As empresas desse porte, geralmente se enquadram na natureza

jurídica de sociedade anônima e apresentam também algumas características

que as diferenciam bastante das MPE’s. Pode-se citar, além da quantidade de

funcionários e o número de produtos vendidos, a pequena flexibilidade nos

processos, os muitos níveis de hierarquia, a pequena adaptabilidade às

adversidades, a estrutura organizada, a abundância dos recursos financeiros, a

estrutura descentralizada. Além disso, contam com uma alta especialização da

10 Com a lei do Super Simples, 2012, houve reajuste també nesta categoria, aumentando o faturamento de R$ 36 mil para R$ 60 mil por ano. 11 MARTINS apud DRUCKER, P. F. Práticas de Administração de Empresas. São Paulo, Pioneira,1981.

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mão de obra e total profissionalização da administração, e ainda um elevado

poder de barganha junto aos governos municipais, estaduais e federal.

Segundo Martins (apud Drucker, 1981, p. 221-223), nas empresas de

grande porte, “a função de direção suplanta a capacidade de uma pessoa,

dividindo-se em coordenação de níveis médios e estabelecimento de objetivos

empresariais”.

No Brasil, o BNDES classifica as empresas com faturamento anual

acima de R$ 90 milhões até R$ 300 milhões como empresa média-grande, e

acima de R$ 300 milhões como grande empresa. Já o SEBRAE considera as

empresas do setor industrial com 500 ou mais pessoas empregadas e do setor

de comércio e serviços com 100 ou mais pessoas empregadas como grandes

empresas.

CAPÍTULO II

Demonstrações Financeiras

Toda empresa é criada para gerar lucro aos seus acionistas. Sendo

assim, conhecer e conduzir da melhor forma suas finanças passa a ter um alto

grau de relevância.

Segundo Bodie & Merton (2002), as demonstrações financeiras

atendem a três funções econômicas importantes. São elas: o fornecimento de

informações aos proprietários e credores da empresa sobre a situação atual da

companhia e o desempenho financeiro passado; o fornecimento de uma

maneira conveniente para que os proprietários e credores estabeleçam alvos

de desempenho e imponham restrições sobre os gerentes da empresa; e o

fornecimento de modelos convenientes para o planejamento financeiro.

De acordo com os autores, essas informações podem não ser

suficientes para permitir um julgamento do desempenho da companhia, mas

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fornecem indícios importantes sobre o aspecto operacional, além de analisar a

consistência total dos planos e especificar alvos de desempenho.12

2.1. O Balanço patrimonial (BP)

O balanço patrimonial é a principal demonstração financeira

existente. Ele mostra como de fato está o patrimônio da empresa, refletindo

sua posição financeira em um determinado momento (no fim do ano ou em

qualquer data pré-determinada). Demonstra o patrimônio da entidade de

maneira organizada, mostrando quais são (aspecto qualitativo) e quanto valem

(aspecto quantitativo) os bens, direitos e obrigações da empresa. Apresenta

cada item integrante do patrimônio e quanto se tem de cada um.

No balanço patrimonial, as contas deverão ser classificadas segundo

os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o

conhecimento e a análise da situação financeira da empresa.

Dessa forma, o balanço patrimonial é a demonstração contábil

destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada

data, a posição patrimonial e financeira da entidade.

Conforme Bodie & Merton (2002), o balanço patrimonial de uma

empresa mostra seus ativos (propriedade da empresa) e seu passivo (o que a

empresa deve) em um determinado momento. A diferença entre eles

corresponde ao patrimônio líquido.13

As fontes de informações mais usuais para verificação dos registros

contábeis são os livros fiscais, os extratos bancários, as posições de

financiamentos e carteiras de cobranças, as folhas de pagamento, os controles

de caixa, entre outros.

12 BODIE, Zvi; Merton, Robert C. Finanças; trad. James Sunderland Cook – 1ª ed. Rev. ampl. – Porto Alegre: Bookman Editora, 2002 p. 88 e 89 13 BODIE, Zvi; Merton, Robert C. Finanças; trad. Jame Sunderland Cook – 1ª ed. Rev. ampl. – Porto Alegre: Bookman Editora, 2002 p. 89

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Para elaboração do balanço, devem ser efetuados vários ajustes e

reclassificações nas contas patrimoniais, como estoques, empréstimos, etc. No

entanto, é uma demonstração estática. Refere-se a um único período. Assim,

as mudanças no patrimônio líquido acabam sendo relativas a um período e não

a um determinado momento.

2.2. Demonstração de resultado do exercício (DRE)

A demonstração de resultado do exercício é um dos três relatórios

indispensáveis para gestão e um procedimento de suma importância para

avaliar a saúde financeira de qualquer empresa, não importando o tamanho ou

a área de atuação. Por ser um relatório bastante detalhado e ao mesmo tempo

intuitivo, fornece aos administradores e gestores importantes elementos,

fundamentais para tomada de decisões. Sem essas informações, a avaliação

da verdadeira situação da empresa fica muito mais difícil, comprometendo

inclusive a tomada de decisões estratégicas.

De acordo com Bodie & Merton (2002):

“A demonstração de resultado do exercício resume a

rentabilidade da empresa durante um determinado período,

nesse caso, um ano. Resultado e lucro significam a mesma

coisa: a diferença entre receitas e despesas. A demonstração

de resultado do exercício é também conhecida como

demonstração de lucros e perdas.”14

Dessa forma, a demonstração do resultado do exercício é um

relatório contábil, elaborado em conjunto com o balanço patrimonial, que

descreve as operações realizadas pela empresa em um determinado período.

Tem como objetivo demonstrar a formação do resultado líquido em um

exercício através do confronto das receitas, despesas e resultados apurados,

gerando informações significativas para a tomada de decisão.

14 BODIE, Zvi; Merton, Robert C. Finanças; trad. Jame Sunderland Cook – 1ª ed. Rev. ampl. – Porto Alegre: Bookman Editora, 2002 p. 91

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Essa demonstração é elaborada ao mesmo tempo em que se define

o balanço patrimonial, não sendo possível conceber este relatório dissociado

daquele outro instrumento contábil.

No Brasil, ela deve ser elaborada obedecendo ao princípio do

Regime de Competência, ou seja, segundo o Manual de Contabilidade

Empresarial: “Por este princípio, as receitas e as despesas devem ser incluídas

na operação do resultado do período em que ocorreram, sempre

simultaneamente quando se correlacionam, independente de recebimento ou

pagamento”.

2.3. A Demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR)

É um relatório contábil que indica modificações na posição financeira

da companhia. Ela evidencia as variações ocorridas no patrimônio no período

especificado demonstrando, assim, toda a dinâmica patrimonial ocorrida dentro

daquele exercício. É necessária para um maior sucesso no planejamento e na

tomada de decisões na área financeira de uma organização. A DOAR amplia o

horizonte do usuário porque mostra a liquidez de médio e longo prazo, sendo

elaborada com base no conceito do capital circulante líquido.

Dentre as vantagens da DOAR estão a de fornecer informações que

não constam em outras demonstrações; possibilitar um melhor conhecimento

da política de investimento e de financiamento da empresa e ajudar a mostrar a

compatibilidade entre a posição financeira e a distribuição de lucros. Outras

vantagens são a abrangência maior do que o fluxo de caixa, pois representa as

mutações na posição financeira domo um todo e também a maior capacidade

analítica em relação ao fluxo de caixa.

Essa demonstração contábil ultrapassa a estaticidade do Balanço

Patrimonial e o fluxo contábil econômico da Demonstração de Resultados. A

mudança na posição financeira é analisada através da soma das fontes de

recursos e dos seus usos. Procura mostrar as alterações que ocorreram na

posição financeira, permitindo avaliar aspectos relacionados com as três

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decisões financeiras da empresa: de investimento, de financiamento e de

dividendos.

No entanto, essa demonstração possui inúmeras desvantagens,

como por exemplo a de não atender a todos os setores – instituições

financeiras, por exemplo – e de ser uma demonstração que apresenta

dificuldade de entendimento aos usuários, em relação ao fluxo de caixa, que é

de simples entendimento. Assim seu uso não tem sido pesquisado de forma

científica, o que acaba por ser mais uma desvantagem.

No início da década de 80, o Financial Accouting Standars Boards

(FASB) – que é uma organização estadunidense sem fins lucrativos criada para

padronizar os procedimentos da contabilidade financeira de empresas cotadas

em bolsa e não governamentais – começou a propor que as empresas

estadunidenses passassem a apresentar um relatório de fluxo de caixa.

A proposta foi seguida por outros países como Japão, Canadá, Nova

Zelândia e Brasil, onde a DOAR foi extinta a partir de 2008 pela Lei

11.638/2007, sendo obrigatória para apresentação das demonstrações

contábeis encerradas somente até 31.12.2007.

2.4. Demonstração do fluxo de caixa (DFC).

O fluxo de caixa é um instrumento que possibilita o planejamento e o

controle dos recursos financeiros de uma empresa. É uma ferramenta que

controla as entradas e saídas de recursos financeiros em um período

determinado. Gerencialmente, é indispensável em todo o processo de tomada

de decisões financeiras.

Por caixa devemos entender como o montante de dinheiro nos

cofres da empresa, bancos e investimentos de alta liquidez, ou seja, que são

facilmente conversíveis em dinheiro. Para Gitman (1978), o caixa é a aplicação

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da empresa que apresenta menor atratividade em termos de rentabilidade,

visto que ele aumenta com diminuição de ativos, por exemplo.15

Segundo Bodie & Merton (2002), “o demonstrativo de fluxo de caixa

mostra todo o dinheiro que entra e sai da empresa em determinado período”.

Desse modo, diferencia-se da DRE, pois esta mostra as receitas e despesas

da empresa.

Os autores citam também a utilidade de forma suplementar do uso

do fluxo de caixa por outros dois motivos, são eles: focar na posição de caixa

da empresa ao longo de um período determinado e evitar julgamento sobre o

reconhecimento de receita e despesa que fazem parte da demonstração de

resultado.16

Conforme Zdanowicz (1991), “o fluxo de caixa de uma empresa é

um conjunto de ingressos e desembolsos de numerário ao longo de um período

determinado.” Consiste, assim, “na representação dinâmica da situação

financeira de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas

as aplicações em itens do ativo.”

Para o autor, o objetivo principal é “dar uma visão das atividades

desenvolvidas, bem como as operações financeiras que são realizadas

diariamente, no grupo do ativo circulante, dentro das disponibilidades, e que

representam o grau de liquidez da empresa.” Sendo assim, o objetivo do fluxo

de caixa, segundo o autor, é otimizar a aplicação de recursos próprios e de

terceiros nas atividades mais rentáveis pela empresa.17

O fluxo de caixa descreve as diversas movimentações financeiras da

empresa em determinado período de tempo, sendo indispensável para uma

sinalização dos rumos financeiros dos negócios. Com a sua elaboração, é

possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, e sua

15 GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira; trad. Francisco José dos Santos Braga – São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1978 p. 93 16 BODIE, Zvi; Merton, Robert C. Finanças; trad. James Sunderland Cook – 1ª ed. Rev. ampl. – Porto Alegre: Bookman Editora, 2002 p. 92 17 ZDANOWICZ, José Eduardo Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiro – 4 ed. D.C. Luzzatto Ed., 1991 p. 37 e 38.

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administração tem por objetivo preservar uma liquidez imediata essencial à

manutenção das atividades da empresa, por meio de medidas saneadoras a

serem tomadas.

Para se manterem em operação, as empresas devem liquidar

corretamente seus vários compromissos, devendo, como condição básica,

apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos dos vencimentos. A

insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos, suspensão de

entregas de materiais e mercadorias, e ser causa de uma séria

descontinuidade em suas operações. De acordo com Zdanowicz (1991),

dentre as principais causas de falta de recursos nas empresas estão fatores

internos como, por exemplo, a expansão descontrolada, a insuficiência de

capital próprios (com utilização de capital de terceiros), baixa velocidade na

rotação de estoques e processos operacionais e altos custos financeiros em

função de planejamento e controle de caixa irregular; e externos como, por

exemplo, a inadimplência, inflação, declínio das vendas e concorrência.

Por outro lado, ainda segundo o autor, existem três razões para uma

empresa manter um nível de recursos de caixa elevado. São eles: a realização

de transações, as contingências e a especulação. No entanto, posições de

mais elevada liquidez imediata, ao mesmo tempo em que promovem

segurança financeira para a empresa, apura maior custo de oportunidade.

O fluxo de caixa não é uma preocupação exclusiva da área

financeira, pois as áreas de produção, compras, vendas e cobrança, também

tem papel importante no caixa da empresa. Diminuição nos custos de

produção, com alterações no prazo de fabricação; compras realizadas em

sincronia com o fluxo dos recebimentos; políticas de cobrança mais eficientes e

crescimento no volume de vendas, respeitando os limites operacionais, são

exemplos de interações diretas das diversas áreas da empresa no caixa.

Zdanowicz (1991) cita que a “implantação do fluxo de caixa consiste

essencialmente em estruturar as estimativas de cada unidade monetária em

dois grandes itens: o planejamento dos ingressos e o planejamento dos

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desembolsos, que poderão ser subdivididos em fluxo operacional e fluxo extra-

operacional”. O primeiro trata dos ingressos e desembolsos estritamente

decorrentes da atividade-fim da empresa. Já o extraoperacional compreende o

fluxo de itens não relacionados à principal atividade da empresa.18

O fluxo de caixa de uma empresa pode ser elaborado utilizando o

método direto ou indireto. O primeiro consiste em classificar os recebimentos e

pagamentos da empresa utilizando as partidas dobradas. A vantagem desse

método é que permite gerar informações com base em critérios técnicos,

eliminando, assim, qualquer interferência da legislação fiscal. O saldo final das

operações expressa o volume líquido de caixa obtido ou aplicado pelas

operações durante um período. Já o segundo faz a conciliação entre o lucro

líquido ou prejuízo e o caixa gerado pelas operações, também chamado de

método de reconciliação. Para tanto, é necessário ajustar o lucro ou prejuízo

considerando os efeitos das transações que não envolvam caixa de quaisquer

diferimentos ou outras apropriações por competência sobre recebimentos ou

pagamentos operacionais passados ou futuros e de itens de receita ou

despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento

(ganho ou perda na venda de imobilizado) ou de financiamento (ganho e perda

na baixa de empréstimos).

No Brasil, a demonstração do fluxo de caixa veio para substituir a

demonstração das origens e aplicações de recursos em 2008.

Nas figuras abaixo, temos; na primeira, ilustrado um diagrama do

comportamento genérico do fluxo de caixa; na segunda o método indireto do

fluxo de caixa, e na terceira o método direto.

18 ZDANOWICZ, José Eduardo Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiro – 4 ed. D.C. Luzzatto Ed., 1991 p. 55 à 60.

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CAPÍTULO III

MPE’s e suas finanças

3.1 Empreendedorismo

A cada dia, inúmeras empresas são abertas e fechadas no Brasil. As

razões para esses fenômenos são as mais variadas possíveis, desde

legalização de um pequeno próspero negócio, à falência de uma grande

empresa.

Dessa forma, pode-se observar que a atividade empreendedora

brasileira está, a cada dia, mais presente.

O empreendedorismo é hoje um fenômeno global sobre o qual diversas

instituições públicas e privadas têm investido para pesquisar e incentivar.

Existe uma clara correlação entre o empreendedorismo e o crescimento

econômico. Os resultados mais explícitos manifestam-se na forma de inovação,

desenvolvimento tecnológico e geração de novos postos de trabalho. A riqueza

gerada pelos empreendedores contribui para a melhoria da qualidade de vida

da população e, não raras vezes, é reinvestida em novos empreendimentos e,

de maneira indireta, nas próprias comunidades.

Pode-se entender como empreendedorismo o processo de criar algo

diferente e com valor, dedicando tempo e esforço necessários, assumindo os

riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as

consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal.

As empresas resultado da atividade empreendedora dos cidadãos em

sua maioria se traduzem em micro e pequenas empresas que atuam

preponderantemente no mercado interno e têm fundamental importância na

economia do país, visto que têm impacto direto na geração de novos postos de

emprego e na geração de riqueza e, consequente, na elevação do PIB.

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Outro fator importante no surgimento de novas empresas é o de

arrecadação de impostos, ou seja, gera-se mais receita para o governo investir

em serviços básicos.

Percebe-se um forte movimento governamental de alinhamento político,

econômico e tributário de modo que haja uma unificação e simplificação nos

processos e na tributação dessas empresas, ou seja, busca-se uma

desburocratização principalmente nos processos de abertura e tributação das

MPE’s. Alguns dos grandes exemplos dessa diretriz no Brasil foram a criação

da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que uniformizou o conceito e

segmentou as MPE’s, a implantação do Microempreendedor Individual (MEI) e

a ampliação dos limites de faturamento do Simples Nacional.

Essa diretriz induz à legalização de micro e pequenos negócios que, ao

se constituirem legalmente, passam a fazer parte e serem parte do sistema

econômico.

As MPE´s são um dos principais agentes de fomento da economia, uma

vez que geram novos postos de emprego e resultam em um estímulo extra na

competição econômica e geram novas oportunidades, auxiliam as grandes

empresas nos processos e desenvolvimentos que, por sua vez, ajudam essas

MPE´s a se organizarem e se estruturarem com manuais e boas práticas

administrativas.

3.2 Finanças nas MPE’s

O planejamento financeiro se faz necessário em qualquer tipo de

empresa, independente de seu ramo de atuação, em geral, as micro e

pequenas empresas apresentam um quadro difícil, devido ao fato de possuírem

baixo conhecimento de técnicas administrativas, associado aos problemas de

falta de capital de giro.

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Dessa forma institui o meio pelos quais os objetivos podem ser obtidos.

Um plano financeiro é, portanto, uma declaração do que deve ser feito no

futuro. Por isso, esse plano é desenvolvido fundamentalmente por meio de

projeções, como estimativa mais aproximada possível da posição econômico-

financeira esperada. Engloba a programação avançada de todos os planos da

administração financeira e a integração e coordenação desses planos com os

planos operacionais de todas as áreas da empresa, estabelecendo diretrizes

de mudança e crescimento, preocupando-se com uma visão global, com os

principais elementos de políticas de investimento e financiamento da empresa.

O planejamento financeiro estabelece o modo pelo qual os objetivos

financeiros podem ser alcançados, sendo, portanto, um plano para o futuro,

além de na implantação de projetos que exijam análises com antecedência de

todas as variáveis e as situações de incertezas.

Em verdade, a atividade financeira de uma empresa requer

acompanhamento permanente de seus resultados, de maneira a avaliar seu

desempenho, bem como proceder aos ajustes e correções necessários. O

objetivo básico da função financeira é prover a empresa de recursos de caixa

suficientes de modo a respeitar os vários compromissos assumidos e promover

a maximização de seus lucros.

As MPE’s demonstram duas características completamente opostas. No

mesmo momento que apresentam um índice de abertura de novas empresas

elevado, apresenta também um elevado índice de mortalidade precoce, ainda

que em queda, mantêm-se em patramares elevados, segundo estudo do

SEBRAE. Grande parte dos principais fatores que causam essa mortalidade

precoce estão relacionados à má gestão de finanças, como, por exemplo, a

falta de competências para lidar com os juros e impostos do mercado, bem

como o mau gerenciamento de receitas e despesas, capital de giro entre

outros.

Um dos maiores desafios na administração de micro e pequenas

empresas é fazer um planejamento financeiro adequado, visto que as finanças

da empresa em grande parte dos casos está diretamente ligada às finanças de

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seus sócios, o que gera uma sensação de continuidade no patrimônio de sócio

e empresa.

Os contextos econômicos modernos de concorrência de mercado

exigem das empresas maior eficiência na gestão financeira de seus recursos,

não cabendo indecisões sobre o que fazer com eles. Sabidamente, uma boa

gestão dos recursos financeiros reduz substancialmente a necessidade de

capital de giro e promove maiores lucros pela redução principalmente das

despesas financeiras, e é essa a finalidade do fluxo de caixa.

3.3 O uso da ferramenta fluxo de caixa nas MPE’s

Conforme Zdanowicz (1991), o fluxo de caixa é um planejamento dos

fluxos de ingressos e desembolsos de caixa, escalonados dentro de um

determinado período de tempo, geralmente de curto prazo. Para o autor, é um

instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar,

coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa por

determinado período. Pode ser elaborado de diferentes maneiras conforme as

necessidades ou conveniências de cada empresa .19

É preciso estruturar um modelo de fluxo de caixa com capacidade

informativa e de fácil interpretação, tanto para os administradores como para os

demais usuários do demonstrativo.

As MPE’s necessitam de liquidez na expectativa de saudar suas

obrigações, bem como para reinvestir no seu patrimônio e garantir

competitividade no mercado. A desorganização e a falta de correlação

harmônica entre os prazos de transformação do dinheiro dos meios de

pagamentos para atender às necessidades de pagamentos são as

responsáveis diretas pelo desequilíbrio do sistema de funções patrimoniais da

liquidez.

Nessas empresas, o empresário tende a comprar o que ele acha que

supre sua finalidade comercial ou industrial, porém nem sempre mensura se

tais compras resultam em prejuízo de sua capacidade de pagamento. Isso

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ocorre com mais frequência, hajam vista as deficiências nos controles internos

que as empresas apresentam no dia a dia. O fluxo de caixa possibilita que a

empresa demonstre sua verdadeira situação econômica, colocando-a à parte

de suas obrigações e avaliando seus investimentos tanto a curto como a longo

prazo.

Com a produção desse demonstrativo, por parte das pequenas

empresas, é possível aos gestores uma maior compreensão em relação ao que

vem ser “lucro” e “caixa”, pois percebemos que, dentro de uma organização, a

geração de lucro e de caixa são identificados de maneira diferente, ou seja,

alguns aspectos dentro da empresa podem fazer com que o resultado

econômico ( seu lucro ) seja diferente do seu resultado financeiro (caixa).

Por isso, o fluxo de caixa vem se tornando ideal nas MPE’s, por ser de

fácil entendimento pelos diversos tipos de usuários e por ser um importante

instrumento de análise financeira das empresas, desde que seja elaborado

adequadamente e que permita à contabilidade desempenhar mais

eficientemente o seu papel de principal guia na tomada de decisões

econômicas.

O fluxo de caixa demonstra uma visão dinâmica da situação financeira

de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as

aplicações e ajuda no gerenciamento dos recursos financeiros escassos para

as micro e pequenas empresas.

O fluxo de caixa está diretamente ligado à gestão financeira dos

recursos das empresas, pois busca o equilíbrio entre os pagamentos e

recebimentos, constituindo-se, dessa forma, em um instrumento gerencial

fundamental ao processo de tomada de decisões financeiras.

Pode-se entender como sendo um instrumento gerencial aquele que

permite apoiar o processo decisório da organização de maneira que ela esteja

orientada para os resultados pretendidos.

A flexibilidade e a capacidade de moldar-se de acordo com as

necessidades informacionais de cada usuário conferem ao controle de fluxo de

19 ZDANOWICZ, José Eduardo Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiro – 4 ed. D.C. Luzzatto Ed., 1991 p. 227 e 228.

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caixa um papel de destaque no processo de controle de gestão empresarial.

No entanto, uma gestão financeira eficiente pressupõe o acompanhamento

constante através de seus instrumentos de controle, ou seja, permanentemente

deve-se acompanhar os seus resultados, de maneira a avaliar seu

desempenho, bem como realizar os ajustes e correções necessárias. Dessa

forma, a melhoria do desempenho financeiro está diretamente ligada a uma

análise contínua dos resultados financeiros obtidos pela empresa.

Considerar o fluxo de caixa de uma organização como um instrumento

gerencial não significa abdicar da contabilidade e dos relatórios gerenciais por

ela gerados. Na verdade, com o fortalecimento dos relatórios gerenciais

gerados pela contabilidade se pretende aliar à potencialidade do fluxo de caixa

para melhor gerenciar suas decisões, ou seja, o fluxo de caixa servirá como

suporte para tomada de decisões.

Outro objetivo do fluxo de caixa nas MPE’s é permitir otimizar as

aplicações de capitais próprios e de terceiros nas atividades da empresa,

proporcionando um maior retorno sobre o investimento. Além disso, uma

pequena empresa deve se preocupar especialmente com a eficiência interna,

pois lida com recursos limitados.

O fato de na administração das MPE’s o poder de decisão normalmente

ser centralizado no gestor, que na maior parte das vezes é o próprio

proprietário, que assume total responsabilidade pelo seu sucesso ou fracasso,

torna o uso do fluxo de caixa um instrumento de embasamento para as

decisões, fortalecendo o processo de gestão. Nessa proposta, o fluxo de caixa

possibilita ao pequeno empresário condições para melhor administrar os

recursos apresentados por ela.

Além disso o uso desta ferramenta inibe a junção dos patrimônios,

pessoal e empresarial, o que aparece com grande frequência nesse tipo de

empresa.

Devido ao seu alto grau de dinamismo, o fluxo de caixa se torna um

importante aliado nas decisões empresariais de curto prazo. No entanto,

segundo Zdanowicz (1991), o planejamento de fluxo de caixa a longo prazo

“tem por objetivo demonstrar a possibilidade de serem geradas as

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disponibilidades de caixa, ou obtidos os recursos financeiros necessários à

manutenção das atividades planejadaspara um dado período.”20

20 ZDANOWICZ, José Eduardo Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiro – 4 ed. D.C. Luzzatto Ed., 1991 p. 51.

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CONCLUSÃO

O fluxo de caixa pode ser conceituado como um instrumento de

administração financeira da empresa, que necessita estar atenta sempre com a

administração das entradas e saídas de resursos, para poder realizar as

devidas análises e tomar as devidas providências para mitigar os riscos

envolvidos e aproveitar as oportunidades para alcançar maiores lucro e

rentabilidade.

Atualmente, as MPE’s estão preocupadas com dois indicadores de

desempenho importantes, a saber, liquidez e o capital de giro. Esses

indicadores são de grande importância pois são a base da continuidade dos

negócios, no entanto dependem muito da geração de caixa da empresa. Assim

pode-se observar o papel principal do fluxo de caixa, visto que com um bom

fluxo, o gestor pode decidir por novos investimentos, se resgardando de

possíveis riscos.

Nos estudos, o fluxo de caixa, também demonstrou ser um

diferencial competitivo para as MPE’s, que em tempos de oscilações

econômicas podem gerir diariamente seu caixa, demonstrando assim a

característica de controle que esta ferramenta possui. Esses benefícios podem

ser acompanhados de forma próxima pelo administrador, por conta do caráter

dinâmico e de simples entendimento deste demonstrativo.

Existem dois aspectos que devem ser objeto de maior preocupação,

tanto por quem elabora, como por quem analisa o fluxo de caixa, que é a

classificação adequada das movimentações de caixa e a criteriosa seleção dos

investimentos de curto prazo.

Sendo assim, esse trabalho demonstra que o fluxo de caixa torna

mais competitiva, no mercado, as empresas que o utilizam. Diminuindo

também suas exposições às adversidades, visto que é uma ferramenta que

orienta a tomada de decisão da administração da empresa.

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No entanto o fluxo de caixa é apenas uma ferramenta de apoio

decisório e não uma forma de eliminar todos os riscos envolvidos, não podendo

assim ser responsabilizada pelo sucesso ou fracasso da empresa.

Dessa forma, observamos que a implantação e principalmente, a

continuidade do uso, da ferramenta fluxo de caixa nas micro e pequenas

empresas são importantes para a saúde financeira da empresa e

consequentemente expansão. Pois estrutura as decisões e o crescimento da

empresa ao longo de sua vida, o que evita, por exemplo, o encerramento das

atividades da empresa de forma precoce, assim como acaba por revelar suas

possíveis fragilidades, possibilitando os ajustes necessários.

Assim, esse trabalho conclui, que a opção das micro e pequenas

empresas pela gestão financeira baseada nas informações, produzidas pelo

fluxo de caixa, teria como resultado uma maior competitividade, no curto prazo,

pois todas as variáveis seriam analisadas de forma dinâmica e, no longo prazo,

resulta em um crescimento estruturado, com geração de renda e emprego por

meio de decisões de investimento ou reestruturações mais sólidas e

duradouras sendo fundamental para a continuidade dos negócios, ou seja,

gerando assim uma diminuição na mortalidade das empresas, assim como

fortalecendo a economia do país.

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BIBLIOGRAFIA

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<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Fina

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ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I Classificação das empresas 10 1.1. Tipos de empresas 10 1.1.1 Firmas individuais 10 1.1.2 Sociedade limitada 12 1.1.3 Sociedade anônima 13 1.2. Porte das empresas 15 1.2.1 MPE (Micro e pequena empresa) 15 1.2.2 Empresas de médio porte 17 1.2.3 Empresas de grande porte 18 CAPÍTULO II Demonstrações Financeiras 19 2.1. O Balanço patrimonial (BP) 20 2.2. Demonstração de resultado do exercício (DRE) 21 2.3. A Demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR) 22 2.4. Demonstrativo de fluxo de caixa (DFC) 23 CAPÍTULO III MPE’s e suas finanças 30 3.1. Empreendedorismo 30 3.2. Finanças nas MPE’s 31 3.3. O uso da ferramenta fluxo de caixa nas MPE’s 33 CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA 39 ÍNDICE 40 ÍNDICE DE FIGURAS 41

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura da sociedade de anônima 13

Figura 2 – Diagrama do fluxo de caixa 27

Figura 3 – Fluxo de caixa (método indireto) 28

Figura 4 – Fluxo de caixa (método direto) 29