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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE A VEZ DO MESTRE UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A DIFERENCIAÇÃO ENTRE FUNÇÕES NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Por: Wagner Afonso Martins Orientador Mário Luiz Co-orientador Prof. Glória Jesus Brasília 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

FACULDADE A VEZ DO MESTRE

UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A DIFERENCIAÇÃO ENTRE

FUNÇÕES NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Por: Wagner Afonso Martins

Orientador

Mário Luiz

Co-orientador

Prof. Glória Jesus

Brasília

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

FACULDADE A VEZ DO MESTRE

UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A DIFERENCIAÇÃO ENTRE

FUNÇÕES NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Apresentação de monografia à Faculdade A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Estratégica e Qualidade.

Por: Wagner Afonso Martins

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que colaboraram na

realização desta pesquisa. Agradeço

especialmente a minha professora

orientadora Glória Jesus pelos

ensinamentos e orientações.

4

DEDICATÓRIA

Dedico a conclusão deste estudo em

especial a Deus, cujo amor, paciência e

incentivo foram responsáveis pela

conquista de mais esse ideal.

5

“A essência do conhecimento está em tê-

lo e aplicá-lo".

(Confúcio)

6

RESUMO

A diferenciação entre as funções de analista júnior, pleno e sênior se faz

necessária para diferencial estratégico das organizações. Um eficiente sistema

de diferenciação entre funções constitui instrumento de gestão fundamental

para garantir a eficácia e sobrevivência das organizações modernas,

utilizando-se as características fundamentais de cada função no seu exemplo

máximo.

Com o aumento da demanda na CAIXA em 12% ao ano, a criação de

2500 novas agências, absorção de novos produtos de diferentes níveis de

complexidade, ampliação de parceiros e a chegada de 12 mil novos

funcionários, faz-se necessária uma nova visão e abordagem no ambiente de

assistentes da Centralizadora de Atendimento, especificando para tais cargos

atribuições em maior consonância com suas responsabilidades, no intuito de

conseguir o melhor desempenho das funções técnicas em prol da

centralizadora. Dessa forma, é necessária a diferenciação de atribuições entre

assistentes no âmbito do Atendimento Integrado.

Atualmente temos o assistente júnior, pleno e sênior realizando as

mesmas atribuições, quais sejam: análise e tratamento de demandas em

segundo nível; acompanhamento do atendimento realizado pela equipe

terceirizada; monitoramento, análise, registro e comunicação de ocorrências e

identificação de incidentes; indicação de glosas por erros no atendimento;

apoio na análise de absorções; análise de Roteiro Padrão.

Devido ao cenário citado, frente ao considerável aumento da demanda

e atendimento nas agências, são necessários novos métodos e formas de

pensar e agir.

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METODOLOGIA

Diante da importância do trabalho de diferenciação de atribuições de

funções no processo de gestão de pessoas e de aperfeiçoamento, buscou-se

compreender, através de teorias, na pesquisa bibliográfica, e da entrevista

ilustrativa, as ações desenvolvidas pela gestão de pessoas no processo de

distribuição de atividades entre funções.

O método de pesquisa utilizado foi o indutivo, pois esta consta de uma

pesquisa das referências e paralela a esta a observação de dados concretos

acerca da importância do setor de gestão de pessoas no processo de

recrutamento e seleção de funcionários na organização, no caso da entrevista

ilustrativa.

A proposta de abordagem utilizada para a entrevista foi o questionário,

com perguntas abertas, composto por 8 questões, norteando o trabalho que é

desenvolvido no setor de gestão de pessoas no que se refere ao recrutamento

e seleção de pessoas.

O questionário foi aplicado a 1 (um) gestor de pessoas de uma

empresa privada em Brasília-DF.

Após a coleta dos dados através do questionário aplicado foi feita a

análise dos mesmos observando-se, de acordo com as teorias expostas na

pesquisa bibliográfica e as ações desenvolvidas pelo setor de gestão de

pessoas na organização para o processo de recrutamento e seleção de

funcionários.

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................ 10

CAPÍTULO I - CONTEXTUALIZANDO A ORGANIZAÇÃO.........................12

1.1 - Administração organizacional............................................................. 12

1.2 - Organização........................................................................................14

1.3 - Cultura Organizacional........................................................................17

1.4 - Ambiente Organizacional.................................................................... 20

1.5 - Gestão de Pessoas.............................................................................21

CAPÍTULO II - RECRUTAMENTO E SELEÇÃO NA ORGANIZAÇÃO....... 23

2.1 - O recrutamento na organização .........................................................23

2.2 - Tipos de recrutamento ...................................................................... 24

2.3 - Conceito de seleção .......................................................................... 26

2.4 - Como proceder a seleção ................................................................. 27

2.5 - Entrevista de seleção ........................................................................ 28

2.6 - Prova de conhecimentos ou de capacidade ...................................... 29

2.7 - Testes Psicométricos ........................................................................ 29

2.8 - Testes de personalidade ....................................................................30

2.9 - Técnicas de simulação .......................................................................30

CAPÍTULO III – CAPITAL INTELECTUAL E GESTÃO DE PESSOAS.......31

3.1 - Introdução .......................................................................................... 31

3.2 - Capital intelectual como diferencial.....................................................32

3.2.1 - Capital intelectual.............................................................................33

3.2.2. - Capital intelectual como diferencial.................................................35

CAPÍTULO IV – METODOLOGIA DA PESQUISA .....................................37

4.1 - Tipo de pesquisa ................................................................................37

9

4.2 - Plano de pesquisa ..............................................................................38

4.3 - Análise do questionário aplicado ........................................................39

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 45

REFERÊNCIAS ..........................................................................................47

10

INTRODUÇÃO

Falar em gestão do capital intelectual requer a adoção de

procedimentos que garantem não só seu desenvolvimento, mas sobretudo seu

recrutamento e seleção.

O estudo se realizará com a proposta de conhecer a importância da

gestão de pessoas no processo de recrutamento e seleção de empregados na

organização e de construir e fundamentar os conceitos pré-existentes sobre o

trabalho da gestão de pessoas na organização e seu desenvolvimento dentro

da empresa.

A questão central que levou a esse estudo é: Qual a importância do

trabalho de gestão de pessoas no processo de recrutamento e seleção de

empregados na organização?

O objetivo geral foi o de analisar a importância da gestão de pessoas

sob a forma de recrutamento e seleção de empregados. E os objetivos

específicos foram: conhecer a importância da gestão de pessoas no processo

de recrutamento e seleção na organização; identificar as ações de atuação da

gestão de pessoas na organização; compreender as propostas desenvolvidas

pela empresa no processo de recrutamento e seleção de empregados.

A hipótese do estudo é compreender que a principal função da gestão

de pessoas é de desenvolver métodos que contribuam para o bom andamento

da organização e gestão do seu capital intelectual, a fim de que os objetivos

sejam alcançados motivando os empregados para o desempenho de funções e

mantendo a qualidade de vida no trabalho.

Dessa forma, busca-se salientar que a gestão de pessoas tem papel

fundamental no processo de recrutamento e seleção dos empregados na

organização, ressaltando que o sistema de gestão de pessoas pode se

caracterizar por um departamento da organização responsável pela

valorização do capital humano.

O estudo acerca do tema divide-se em quatro capítulos.

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No primeiro capítulo, explana-se sobre a organização e sua cultura no

que se refere ao processo de administração bem como o papel da gestão de

pessoas na organização.

No segundo capítulo há teorias sobre o processo de recrutamento e

seleção e suas necessidades na organização, bem como os processos que a

mesma utiliza para desenvolver as ações de recrutar e selecionar empregados

para a organização.

No terceiro capítulo discorre-se sobre como o capital intelectual se

reveste no grande diferencial na gestão estratégica das organizações e como

recrutar e selecionar requer sobretudo a adoção de processos eficazes de

gestão.

No quarto capítulo, usado como ilustração, há o desenvolvimento de

uma entrevista com um gestor de pessoas em uma empresa privada em

Brasília-DF, relacionada ao trabalho que é desenvolvido no setor de gestão de

pessoas no que se refere ao recrutamento e seleção de pessoas.

12

CAPÍTULO I

CONTEXTUALIZANDO

A ORGANIZAÇÃO

1.1 - Administração organizacional

Para Chiavenato (2003), a sociedade é institucionalizada e composta

por organizações que desempenham ações de grande importância na vida das

pessoas, que nascem, crescem, aprendem e vivem dentro das organizações e

essas precisam ser administradas.

Para que todas as funções fluam de maneira positiva em uma

empresa, é necessário que se tenha um bom administrador, pessoa capaz de

coordenar todos os processos, gerenciando, a fim de que tudo ocorra

corretamente.

Administração pode ser definida como o trabalho com recursos humanos, financeiros e materiais, para atingir objetivos organizacionais através do desempenho das funções do planejar, organizar, liderar, e controlar (MEGGINSON, MOSLEY & PIETRI, 1998, p.13).

Todas as entidades apresentam a necessidade de um administrador

para que possam funcionar, interligando todos os segmentos desde as metas

até os resultados. Um administrador é a mola mestra de uma empresa com o

objetivo de alcançar resultados satisfatórios.

Como define Drucker (2003, p.2)

Administração e os administradores constituem necessidades específicas de todas as entidades, da menor à maior. Nenhuma de nossas entidades poderia funcionar sem o concurso de administradores. A necessidade da administração não deriva simplesmente do fato de o serviço ter assumido dimensões grandes demais para que uma pessoa só dele se encarregue.

13

Para Maximiano (2004) a administração como uma arte e como tal

depende de habilidade que podem ser adquiridas ou aprimoram as habilidades

técnicas, humana, e conceitual.

As atividades dos administradores são dirigidas a atender de maneira

racional, tanto na lucratividade como não lucrativa, ressaltando a importância

da administração que sem ela seria impossível a existência e o crescimento

das organizações.

Designa-se, atualmente como função da administração interpretar os

objetivos da organização e transformá-los em ações a serem desenvolvidas na

organização através de um sistema de planejamento, organização, direção e

controle dos empenhos realizados em todos os segmentos da organização,

com a “finalidade de alcançar os objetivos traçados para se garantir no acirrado

mundo dos negócios” (CHIAVENATO, 2003, p.206).

As empresas visam alcançar seus objetivos e suas metas dentro de um

cenário competitivo em todas as áreas, conduzindo pessoas e avaliando o

desempenho das mesmas em relação as metas e objetivos traçados.

Na visão de Souza (1995, p. 15) “a Administração é uma ciência, e

também uma arte”, ciência porque constitui em si referenciais científicos

próprios, e é considerada, também como uma arte, porque inclui, habilidade,

sensibilidade e intuição diante dos problemas que surgem.

A visão da Administração dentro da empresa deve englobar todas as

áreas, pois é fundamental que haja interação entre os procedimentos que são

anexos a ela no processo de gerenciamento

De acordo com as teorias de Maximiano (2004, p.2)

A administração é uma arte, no sentido de profissão ou área de ação humana. Toda arte depende de habilidades. As pessoas que administram organizações (os gerentes) precisam de competência, que incluem diversas habilidades gerenciais. As habilidades podem ser adquiridas ou aprimoradas por meio de experiência e estudo.

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Diante desta reflexão, percebe-se que a Administração trata da

estruturação da organização, assim torna-se imprescindível para a solução de

problemas mais complexos que afetam a humanidade, bem como a existência,

sobrevivência e o sucesso das organizações.

O administrar é analisado como sendo um processo de planejar,

estabelecer, gerir e controlar todos os tipos de recursos utilizados pela

empresa na expectativa de atingir todos os seus objetivos e metas.

1.2 - Organização

Por organização entende-se “uma entidade social conscientemente

coordenada, composta de duas ou mais pessoas, que funciona de maneira

relativamente contínua, para atingir um objetivo comum” (ROBBINS, 2002,

p.2).

Organização não é um grupo de pessoas que estão juntos por acaso ou

de ‘maneira aleatória, mas sim pessoas reunidas formalmente e de forma

consciente com o propósito de atingir certos objetivos que uma única pessoa

não conseguiria por si só.

Segundo Chiavenato (2002, p.296), organização é a “coordenação de

diferentes atividades de contribuintes individuais com a finalidade de efetuar

transações planejadas com o ambiente”.

A organização utiliza-se de diferentes atividades e coordenação,

referindo se ainda a pessoas como contribuintes, ao invés delas mesmas

estarem incluídas na organização.

No contexto atual o homem passa maior parte do seu tempo dentro de

organizações das quais dependem para sobreviver, ou seja, a organização é o

mais eficiente meio de satisfazer um grande número das necessidades

humanas. À medida que a organização consegue atingir seus objetivos tende a

crescer e estar sujeito à mudança.

15

De acordo com Megginson, Mosley e Pietri (1998, p.224):

A organização são grupos de indivíduos com um objetivo comum ligados por um conjunto de relacionamentos de autoridade-responsabilidade, são necessárias sempre que um grupo de pessoas trabalhe junto para atingir um objetivo comum.

As organizações melhor administradas têm sua estrutura organizacional

formal representada em organograma, mostrando vários aspectos-chave da

organização, representando as divisões do trabalho e as responsabilidades de

cada um.

De acordo com o exposto por Chiavenato (2000, p.44):

As organizações “são unidades sociais (ou agrupamentos humanos), intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos”. Isto significa que as organizações são propositadas e planejadamente construídas e elaboradas para atingir determinados objetivos, e também são reconstruídas, isto é, reestruturadas e redefinidas, na medida em que os objetivos são atingidos ou na medida em que se descobrem meios melhores para atingi-los com menor custo e menor esforço. Uma organização nunca constitui uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito a mudanças.

As funções organizacionais são as tarefas especializadas que as

pessoas e os grupos executam, para que a organização consiga realizar seus

objetivos.

Maximiano (2004, p.26) afirma que “uma organização é um sistema de

recursos que procura realizar algum tipo de objetivo (ou de objetivos)”. Assim,

pode-se dizer que em todas as etapas da vida, o homem vive em uma

sociedade organizacional, pois é através dela que trabalham juntos com o

propósito de alcançar objetivos.

A palavra organização em um sentido amplo, considera-se como a

forma como um sistema se organiza diante da necessidade de obter, dispor

bem como de classificar itens, dados e informações.

As organizações constituem a forma dominante de instituição em nossa sociedade: são a manifestação de uma sociedade altamente especializada e interdependentes, que se caracteriza por um crescente padrão de vida (CHIAVENATO, 1999, p.474).

16

Na sociedade atual, as organizações alcançam todos os padrões de

vida moderna, por poderem tirar benefícios das ocasiões que surgem.

Montana (2003, p. 170) ressalta que “organizar é o processo de reunir

recursos físicos e humanos essenciais à consecução dos objetivos de uma

empresa”. Diante disso, as organizações delimitam seu espaço, produtos e

serviços na condição de atender o mercado consumidor de forma estratégica e

organizada.

A organização é resultado da união de esforços individuais com o

escopo de atingir os desígnios coletivos. Através da organização torna-se

possível desenvolver objetivos e alcançá-los, algo que seria impossível por

uma ação individual.

Segundo Mota (2003, p.12) “A organização é entendida como uma rede

de tomada de decisões. A eficiência dessa rede dependerá da articulação de

diversos fatores estruturais e comportamentais”. Numa organização onde é

composta por um grupo de pessoas, é preciso que estejam interagidas umas

com as outras com metas a serem atingidas, se não houver essa integração,

uma pessoa só não conseguirá atingir as mesmas.

De acordo Chiavenato (2002, p.296)

A organização atua em um ambiente, e sua existência e sobrevivência dependem da maneira como ela se relaciona com ele. Ela deve ser estruturada e dinamizada em função das condições e circunstancias que caracterizam o meio.

A tomada de decisões dentro de uma organização acontece através de

pessoas, que as colocam em prática os seus objetivos.

17

Segundo Chiavenato (1999, p.266)

“[...] Organização é uma entidade social porque é constituída de pessoas. È dirigida para objetivos que é desenhada para alcançar objetivos como gerar lucros (empresas em geral), proporcionar satisfação social (clubes) etc”.

Em uma organização as tarefas são divididas por funções com um único

propósito, a de atingir um objetivo que se almeja.

Para Chiavenato ( 1999, p.266) Existem dois tipos de organização:

“[...] Organização formal: é a organização baseada em uma divisão de trabalho racional que especializa órgãos e pessoas em determinadas atividades. È, portanto, a organização planejada ou a organização que está definida no organograma, sacramentada pela direção e comunidade a todos por meio da organização. É a organização formalizada oficialmente”. “[...] Organização informal: é a organização que emerge espontânea e naturalmente entre as pessoas que ocupam posições na organização formal e a partir dos relacionamentos humanos como ocupantes de cargos. Forma-se a partir de relações de amizade (ou de antagonismos) e do surgimento de grupos informais que não aparecem no organograma ou em qualquer outro documento formal”.

Para que uma organização seja assim considerada, ela deverá estar em

contato contínuo com o seu ambiente externo e saber adaptar-se às condições

favoráveis e desfavoráveis que esse ambiente impõe à organização, sob pena

até mesmo de sofrer solução de continuidade de suas operações.

1.3 - Cultura Organizacional

Uma cultura organizacional oferece aos funcionários uma compreensão

clara da maneira como são os processos de trabalho dentro da organização.

Ela se refere à maneira pela qual os funcionários recebem as características

da cultura da empresa, e não ao fato de gostarem ou não delas.

A cultura, a argamassa social que ajuda a manter a organização coesa,

fornecendo os padrões adequados para aquilo que os funcionários vão fazer

ou dizer. A cultura serve como sinalizador de sentido e mecanismo de controle

que orienta e dá forma às atitudes e comportamentos dos funcionários.

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A teoria das relações Humanas, trata a organização como grupo de

pessoas; enfatiza as pessoas; está inspirada em sistemas de psicologia; dá

autoridade ao empregado; dá confiança e abertura; e há uma clara Dinâmica

Grupal e interpessoal (CHIAVENATO, 1999).

A cultura organizacional é concebida como um conjunto de valores e

pressupostos básicos expresso em elementos simbólicos, que em sua

capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade

organizacional, tanto agem como elemento de comunicação e consenso, como

ocultam e instrumentalizam as relações de dominação (MOTTA, 2002).

Ainda na concepção de Motta (2002, p.302):

A cultura de uma organização é percebida por meio da linguagem dos símbolos e das histórias e dos mitos, dos rituais e das cerimônias, dos hábitos e os valores que permeiam essas organizações, além dos objetos visíveis e físicos da mesma, tais como a arquitetura, os móveis, o espaço físico, a decoração, etc.

A visão atual que se tem de liderança advém da Teoria das Relações

Humanas, sua maior contribuição foi mostrar a necessidade de boas relações

humanas no ambiente de trabalho, o tratamento mais humano dado às

pessoas, a adoção de uma administração mais participativa em que as

pessoas possam ter um papel mais dinâmico. Como conseqüência dessa

teoria surgem os líderes a fim de melhorar o tratamento dado às pessoas e

propiciar um ambiente motivacional de trabalho mais favorável e amigável.

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Segundo Robbins (2003, p.30) sua conceituação foi divida em duas

vertentes: a mecanicista e a holográfica.

“[...] Mecanicista: Entende a cultura organizacional composta por uma série de elementos distintos, como crenças, histórias, mitos, heróis, tabus, normas e rituais. Dessa forma estabelece a idéia de a cultura pode ser manipulada e controlada por meio da ação sobre essas variáveis. Embora seja possível exercer certa influência, ela está longe de proporcionar um resultado certo e definitivo”. “[...] Holográfica: Entende e vê a cultura como um reflexo da forma pela qual a organização e interpretada pelos seus integrantes. Tal entendimento se originaria do entendimento do relacionamento das pessoas durante o cotidiano do ambiente de trabalho ou mesmo da influência de agentes externos à organização” (grifos nossos).

A organização e a cultura dependendo da região se tornam diferentes.

As organizações domiciliares, por ex: já existe uma cultura, aquela que é

passada de pai para filho e assim por diante.

Os novos tempos demandam mudanças na gestão das pessoas. Novos

conceitos como a visão holística, devem fazer parte da cultura organizacional,

e não apenas como um instrumento a serviço de necessidades específicas.

Para Ribeiro (2006, p.63)

O ser humano precisa encontrar o seu verdadeiro espaço na dimensão profissional. Ele deve sentir a sensação de pertencimento no todo, e não uma peça que compõem a máquina. Para tanto, a liderança deve se preparar para servir, e não apenas ser servida. Os líderes e não somente chefes, localizados estrategicamente, são fundamentais neste processo. Eles atuam como facilitadores, que percebem as individualidades de seus seguidores, canalizando-as em prol da equipe, que por sua vez, dirige a sua energia partilhada para o todo da organização.

A vivência das relações interpessoais no ambiente de trabalho fortalece

os laços entre pessoas, favorece um clima de respeito e cooperação, facilita o

processo de liderança. O ambiente de trabalho deve ser um lugar onde as

pessoas possam se sentir bem e para um bom desenvolvimento da

organização.

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1.4 Ambiente Organizacional

Para atingir os objetivos nas organizações é preciso que haja um

conjunto de infra-estrutura, que envolve algumas variáveis, que podem ser

controláveis e não controláveis. Onde poderá afetar todo o processo

organizacional.

Para Chiavenato (2003 p.512) “Ambiente é o contexto que envolve

externamente a organização (ou sistema) é uma situação dentro da qual uma

organização esta inserida”.

O ambiente organizacional é um importante fundamento para que

hajam mudanças em uma organização. É através do ambiente organizacional

e da coordenação co-participativa que a organização poderá alcançar seus

objetivos. Ele é o resultado de uma reunião de interesses dos colaboradores

da organização.

Na concepção de Morgan (1996) as organizações contemporâneas se

mantêm através de sistemas de crenças, que não deixam de enfatizar a

importância da racionalidade. Atitudes de competitividade fazem surgir

ambientes concorrentes. Todas as crenças e as opiniões que as organizações

têm sobre o que são e sobre o que arriscam em praticar desenvolvem uma

intenção maior de se consolidarem do que habitualmente se acredita.

Os ambientes organizacionais se desenvolvem através da colaboração

de grupos de indivíduos e organizações, e cada um atua tirando por base as

explanações que possuem sobre um mundo que é, com efeito, reciprocamente

acentuado (MORGAN, 1996).

21

Diante disso, considera-se que, no processo de aprendizagem na

organização, o ambiente, interno e externo, possui participação direta e indireta

em um clima conflituoso mais que de conformidade. Assim, as organizações

necessitam aceitar o aprendizado crítico, consciente e criativo, empregando

novas táticas de melhorias e de mudanças, baseando-se em valores mais

recentes.

1.5 Gestão de pessoas

No que se refere à gestão de pessoas a precedência é a preocupação

com as pessoas e os grupos, considerando todos os aspectos que envolvem o

trabalho humano em diferentes setores das atividades organizacionais.

De acordo com Carvalho e Serafim (1995), o inicio do Sistema de

Recursos Humanos se deu devido à necessidade de contabilizar os registros

dos trabalhadores, com ênfase, obviamente, nas horas trabalhadas, faltas e

atrasos para efeitos de pagamento ou de desconto. E isso se organizou da

mesma forma no mundo inteiro.

Na percepção de Milkovick e Boudreau (2006. p, 19) os recursos

humanos,

[...] trazem o brilho da criatividade para a empresa e planejando e produzindo os produtos e serviços, com a qualidade, a partir de alocação recursos financeiros e estabelecem as estratégias e objetivos para a organização.

É importante que a empresa observe todos os fatores que envolvem o

trabalho humano na organização, no ambiente de trabalho para que os

funcionários possam ser manejados, adquirindo uma maior qualidade de vida,

motivação e desempenho de funções.

22

Na visão de Marras (2002. p 62),

O sistema de Recursos Humanos compõe-se de um conjunto de subsistemas que respondem a uma determinada função: recrutamento e seleção (R&S); treinamento e desenvolvimento (T&D); remuneração ou cargos e salários (C&S); higiene e segurança do trabalho (HST); departamento de pessoal (DP); relações trabalhistas (RT); serviços gerais (SG) etc.

O desenvolvimento do sistema de gestão de pessoas utiliza os

fundamentos de diversas escolas e teve cinco fases evolutivas: a fase contábil,

pioneira da gestão de pessoal; a etapa processual que historiou o começo da

função de chefe de pessoal; a fase tecnicista foi a responsável pela

implantação do modelo americano de gestão de pessoal no Brasil; a fase

administrativa que criou um marco histórico nas relações entre capital e

trabalho e; a fase estratégica foi demarcada operacionalmente pela introdução

dos primeiros programas de planejamento estratégico atrelados ao

planejamento estratégico central das organizações (MARRAS, 2002).

Para CHIAVENATO (2004, p.8)

O Sistema de Administração de Recursos Humanos é conceituado como conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir aspectos da posição gerencial relacionados com as pessoas ou recursos humanos, incluindo Recrutamento, Seleção, treinamento, recompensas e avaliação de desempenho.

Neste contexto, o Sistema de gestão de pessoas é um departamento da

organização responsável pela valorização do capital intelectual. Diante dessa

reflexão CHIAVENATO (2004, p.42) ressalta que

Este sistema está deixando de ser Recursos Humanos para se transformar em gestão de pessoas. De uma área fechada, hermética, monopolística e centralizadora que a caracterizavam no passado, a moderna Administração de Recursos Humanos está se tornando uma área aberta, amigável, compartilhadora, transparente e descentralizadora.

A principal função do setor de gestão de pessoas é desenvolver

métodos que contribuam para o bom andamento da organização, e para que

os objetivos sejam alcançados motivando os funcionários para o desempenho

de funções e mantendo a qualidade de vida no trabalho.

23

CAPÍTULO II

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

NA ORGANIZAÇÃO

2.1 Recrutamento na organização

A importância e o início do Sistema de Recursos Humanos se deram

devido à necessidade de contabilizar os registros dos trabalhadores, com

ênfase, obviamente, nas horas trabalhadas, faltas e atrasos para efeitos de

pagamento ou de desconto. E isso se organizou da mesma forma no mundo

inteiro.

De acordo com Carvalho & Nascimento (2004, p.85),

A requisição de empregado é um documento que visa fornecer ao setor de Recursos Humanos da empresa a maior soma possível de informações relativas ao candidato, tais como: a) título e exigências do cargo; b) experiência requerida; c) tarefas a executar; d) responsabilidades; e) habilidades; f) grau de instrução necessário.

Recrutar pessoas está ligado diretamente no trabalho organizacional

voltado no processo de atrair candidatos para um processo de seleção em

uma organização. O setor de gestão de pessoas funciona como um

procedimento de comunicação, onde a organização divulga e oferece

oportunidades de trabalho. O processo de Recrutamento pode se dar interna

ou externamente.

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De acordo com Chiavenato (2000, p.197-198)

Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa a atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É basicamente um sistema de informação, através do qual a organização divulga e oferece ao mercado de recursos humanos oportunidades de emprego que pretende preencher. Para ser eficaz, ele deve atrair um contingente de candidatos suficiente para abastecer adequadamente o processo de Seleção.

O processo de Recrutamento inicia-se a partir de uma necessidade

interna da organização, no que se refere à contratação de novos profissionais.

Essa necessidade pode ser originada de motivos diversos que se expressa

formalmente pela requisição por meio de documento escrito ao setor de gestão

de pessoas.

2.2 Tipos de Recrutamento

Marras (2002) destaca que as fontes de Recrutamento são as instâncias

que devem ser exploradas na busca de pessoas para abastecer o processo

seletivo da empresa. Entre as fontes de Recrutamento mais utilizadas pode-se

citar o Recrutamento Interno e o externo.

De acordo com Chiavenato (2004, p.113) o “Recrutamento Interno atua

sobre os candidatos que estão trabalhando dentro da organização – isto é,

funcionários – para promovê-los ou transferi-los para outras atividades mais

complexas ou mais motivadoras.”

Recrutamento Interno é aquele que privilegia os próprios recursos da empresa. Isso é, a divulgação das necessidades (vagas em aberto) é informada por meio de comunicação – memorando ou cartazes -, em todos os quadros de avisos da empresa, com as características exigidas pelo cargo, solicitando àqueles interessados que compareçam ao setor de Recrutamento para candidatar-se à posição oferecida ou enviem seus dados para análise (MARRAS 2002, p.71).

25

Algumas empresas que contam com um sistema mais moderno de

informação, como a intranet1, possibilitam aos funcionários receberem as

informações das vagas disponíveis e realizarem a sua inscrição, preenchendo

diretamente um formulário na própria tela do computador.

O Recrutamento Interno deve se sustentar em procedimentos e política

elaborada de forma transparente, lícita e bem divulgada para garantir que

todos tenham acesso as informações e as mesmas chances de concorrência

de vagas. O Recrutamento Interno, segundo Marras (2002, p.72), apresenta

algumas vantagens. Entre elas destacam-se:

a) A velocidade do processo é otimizada ao extremo;

b) O processo admissional é mais rápido devido ao funcionário já estar inserido

na organização;

c) O novo funcionário não necessita se submeter ao treinamento introdutório;

d) Os custos finais do processo são muito baixos e, às vezes, sem ônus para a

organização;

e) A motivação do empregado escolhido no processo melhora sem que haja

necessidade de investimento financeiro;

f) Multiplicam-se as oportunidades na organização.

Esse tipo de Recrutamento é muito utilizado devido a seu baixo custo e

eficácia no preenchimento de cargos em vacância. Os resultados esperados

são sempre positivos, por isso representa um dos caminhos mais seguros para

a requisição de funcionários, especialmente relacionado aos cargos de chefia.

1 Intranet é o nome que designa um sistema de comunicação Interno, pelo qual todos recebem e enviam mensagens em tempo real, através de uma rede de computadores.

26

O Recrutamento Externo atua sobre candidatos que estão no Mercado

de Recursos Humanos, portanto fora da organização, para submetê-lo ao seu

processo de Seleção pessoal (CHIAVENATO, 2004)

Marras (2002, p.73) define o Recrutamento externo como “o processo

de captação de recursos humanos no mercado de trabalho, com o objetivo de

suprir uma necessidade da empresa no seu quadro de efetivos.” Essa forma

de Recrutamento tem início a partir da tomada de decisão com relação a dois

itens a serem observados: a variável tempo e a variável custo.

O mesmo autor define que a primeira variável é a que determina a

exigência temporal que está contida na solicitação feita pela área solicitante da

vaga, ao mesmo tempo em que indica, também, pelo mesmo parâmetro

temporal, a fonte de recrutamento mais adequada. Já a variável custo

representa a possibilidade financeira que se dispõe para iniciar um processo

de recrutamento e seleção, ao mesmo tempo em que possibilita identificar as

fontes de recrutamento pela diferenciação de custo que cada uma representa.

2.3 Conceito de Seleção

A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite

que apenas algumas pessoas ingressem numa organização, devendo estas ter

as qualidades necessárias ao cargo pretendido.

A Seleção de pessoal é um sistema de comparação e de escolha (tomada de decisão). Para tanto, ela deve necessariamente apoiar-se em algum padrão ou critério para alcançar uma certa validade na comparação. O padrão ou critério de comparação e escolha deve ser extraído a partir de informações sobre o cargo a ser preenchido ou as competências desejadas, e sobre os candidatos que se apresentam (CHIAVENATO 2004, p.136).

Todo processo de seleção de pessoal baseia-se fundamentalmente na

análise comparativa de dois campos: exigências do cargo e características do

candidato. Essa Seleção pode ocorrer por meio da entrevista estruturada ou

semi-estruturada ou por testes diversos de aferimento.

27

De acordo com Marras (2002), um programa de seleção de pessoal, em

geral, envolve os seguintes passos:

a) análise do cargo;

b) identificação das dimensões de desempenho do cargo;

c) identificação do conhecimento e habilidades necessárias para o cargo;

d) desenvolvimento/seleção/validação de instrumentos de medidas para

acessar o conhecimento e habilidades do candidato;

e) uso de tais instrumentos de medida no processo de seleção de candidatos.

2.4 Como proceder a Seleção

Em relação à seleção em uma organização, existem procedimentos

específicos para se proceder diante dos candidatos, onde são utilizadas

ferramentas com a missão de avaliá-los de todas as formas, que são

denominadas técnicas de seleção.

Para Santos (1985, p. 161), a Seleção nem sempre significa escolher os

que revelam aptidões ou capacidades nos índices mais elevados. É

simplesmente a escolha dos melhores, daqueles que convêm a um

determinado plano de ação, pois que os escolhidos, muitas vezes, não são os

de nível mais elevado, e sim os mais adequados a uma situação

predeterminada.

Segundo Robbins (2000, p. 236), dois requisitos são fundamentais para

os métodos de Seleção a serem utilizados, um dos quais é a validade, pois

deve haver uma relação comprovada entre o dispositivo de Seleção e algum

critério relevante. Além de ser válido, um dispositivo de Seleção deve

demonstrar confiabilidade, ou seja, indicar se o dispositivo mede

constantemente a mesma coisa.

28

Diante da diversidade de pessoas a procura de empregos, é importante

compreender que, atualmente, as empresas tem utilizado diversas técnicas

para selecionar os candidatos a cada um dos cargos oferecidos. Estas

técnicas são auxiliadas umas pelas outras e fornece todas as informações

necessárias para a empresa do candidato.

Na visão de Balerini (2003, P.114) “Independente do instrumento

utilizado, uma coisa é certa, nenhum deles, sozinho, consegue avaliar

profundamente um candidato. Essas técnicas se complementam e podem

fornecer uma visão mais ampla do profissional que se busca no mercado.” E

assim, a organização tende somente a ganhar quando utiliza em seu processo

de seleção as diversas técnicas para avaliar o desempenho dos candidatos.

A seguir serão apresentadas as principais formas de proceder a Seleção

de candidatos em qualquer instância, organização ou autarquia.

2.5 Entrevista de Seleção

A entrevista de seleção faz parte das diversas técnicas que a empresa

pode utilizar para selecionar os candidatos que melhor cobrem o perfil que a

mesma deseja para suprir sua carência em determinado cargo ou função.

Chiavenato (1999, p. 100), sobre a entrevista de seleção assegura que

“embora careça de base científica e se situe como a técnica mais subjetiva e

imprecisa de Seleção, a entrevista pessoal é aquela que mais influencia a

decisão final a respeito dos candidatos.” Pois, é através da expressão oral que

o candidato demonstra ou não capacidades no desempenho funcional na

organização, e confiança em suas aptidões e conhecimentos a fins.

De acordo com Marras (2002) é importante ressaltar que a entrevista

não significa, que realmente o candidato que desempenha sua oralidade bem

seja o funcionário ideal para ocupar funções na organização, isto se pode

configurar de maneira contraria e errônea.

29

2.6 Prova de conhecimentos ou de capacidade

Segundo Marras (2002), avaliam o nível de conhecimentos gerais e

específicos dos candidatos exigido pelo cargo a ser preenchido. Procuram

medir o grau de conhecimentos profissionais e técnicos, ou ainda, constituem

amostras de trabalho que são utilizadas como testes para verificar o

desempenho dos candidatos.

Em decorrência de sua enorme variedade, as provas de conhecimento

ou de capacidade são classificadas quanto à sua forma de aplicação (provas

orais, escritas e provas de realização), quanto à sua abrangência (provas

gerais ou provas específicas) e quanto à organização (provas tradicionais ou

provas objetivas).

2.7 Testes Psicométricos

A aplicação de testes é bem variada e estes são utilizados como

elementos selecionadores, como instrumentos acessórios à entrevista de

seleção. É decisão do entrevistador realizar ou não certos testes no candidato

e, a princípio, essa decisão está relacionada com o tipo de entrevista

executado, o tipo de dúvidas encontradas durante a entrevista e a metodologia

do entrevistador.

Marras (2002) sugere que os testes psicométricos focalizam

principalmente as aptidões. Servem para determinar o quanto elas estão

presentes em cada pessoa com a finalidade de prever o seu comportamento

em determinadas formas de trabalho. Baseiam-se nas diferenças individuais

das pessoas e analisam o quanto variam as aptidões de um indivíduo em

relação às estatísticas de resultados em amostras.

30

2.8 Testes de personalidade

Os testes de personalidade são realizados com a perspectiva de revelar

aspectos que determinam as características aparentes dos candidatos, como

os traços advindos do caráter e os determinados pelo temperamento.

Estes testes se revelam de formas distintas como indica Chiavenato

(2004, p.150), “testes denominados psicodiagnósticos quando revelam traços

gerais de personalidade em uma síntese global [...] testes chamados

específicos quando pesquisam determinados traços ou aspectos da

personalidade”. De ambas as formas, os testes possuem a função de

identificar e possibilitar os conhecimentos de capacidades e caráter dos

candidatos em uma seleção.

2.9 Técnicas de simulação

As organizações, em sua maioria, utilizam as técnicas de simulação

como forma de complementação da análise, que se sucede logo após a todos

os outros tipos de procedimentos utilizados nas entrevistas e testes

psicológicos.

De acordo com Chiavenato (2004, p.150) “as técnicas de simulação

deixam o tratamento individual e isolado para centrar-se no trabalho em grupo

e substituem o método verbal ou de execução pela ação social”. Estas técnicas

de simulação abrem um leque de possibilidades para o processo de seleção

nas empresas, são formas de complemento ao diagnostico dos candidatos ao

cargo ou função na organização.

31

CAPÍTULO III

CAPITAL INTELECTUAL E

GESTÃO DE PESSOAS

3.1 Introdução

O capital intelectual se reveste no grande diferencial na gestão

estratégica das organizações. Recrutar, treinar, desenvolver e manter um

capital intelectual requer, sobretudo a adoção de processos de gestão. Torna-

se estratégico para a organização dispor de uma gestão de pessoas eficiente

e eficaz. Um capital intelectual bem treinado e preparado faz toda a diferença.

As empresas são mais valorizadas por este capital que o físico-financeiro.

Há empresas que são altamente competitivas, de grande valor de

mercado e exclusivamente estocadas de capital intelectual. No momento de

valorar a empresa na hora de uma venda, outras empresas se dispõem a

pagar mais do que seu valor de mercado na espera de obter o acréscimo de

novo conhecimento ao seu próprio estoque. Como é o caso da "Microsoft -

colocada em 161º lugar em termos de faturamento - chegou a ser a

empresa com o maior valor de mercado do mundo: ela vale em bolsa cerca

de 100 vezes o valor do seu ativo tangível".

(CHIAVENATO, 2009, p. 3). É muito mais capital intelectual do que

capital físico.

A valorização do capital intelectual tem sido de grande importância para

as organizações. Esse aspecto tem influenciado de maneira bastante positiva

tanto no comportamento das empresas, quanto no comportamento dos

empregados.

32

O processo de captação do capital intelectual se inicia no recrutamento

e seleção, pois cabe ao setor de gestão de pessoas a complexa tarefa de

atrair os melhores profissionais existentes no mercado, ou seja, aqueles que

apresentem as características necessárias para que um candidato se

destaque: boa formação escolar, bom nível intelectual, boa comunicação,

boa relação interpessoal. É importante levar em consideração aquele

candidato que apresente também uma vontade grande de aprender, se

desenvolver e crescer, tanto como pessoa, quanto como profissional.

3.2 Capital intelectual como diferencial

O setor de gestão de pessoas precisa integrar-se cada vez mais ao

negócio da organização para ser reconhecido como um componente

estratégico. Os custos relacionados com pessoal representam uma parcela

significativa dos gastos totais, e os principais gestores estão preocupados com

esta magnitude. Isso representa uma real oportunidade para os profissionais

de gestão de pessoas. É preciso planejar as atividades de recrutamento e

seleção em alinhamento com o negócio e proporcionar apoio e suporte à

estratégia organizacional. Para tanto, o sistema de gestão de pessoas deve

enfatizar os objetivos e resultados da empresa, participar das decisões

estratégicas a fim de que o capital intelectual humano seja um forte

diferencial e uma vantagem competitiva na empresa.

Segundo Chiavenato (2000, p. 197) "[...] [recrutamento] é um conjunto

de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente

qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização". Existe um

movimento constante de atração entre as organizações que apostam na

valorização do capital intelectual, e os melhores profissionais do mercado.

33

Esse fenômeno provoca nas organizações, a necessidade da criação de

programas de benefícios que tem como objetivo principal atrair e reter esses

profissionais, por outro lado desperta nos candidatos a obrigação de trilharem

pelo caminho da qualificação, atualização e desenvolvimento contínuo.

Essa busca constante pela melhoria só vem trazer crescimento para a

empresa e para o profissional que irá agregar conhecimento e experiência a

sua carreira profissional.

3.2.1 Capital Intelectual

Conforme Stewart (1998, p. 25), "o Capital Intelectual equivale a

um conjunto de informações e conhecimentos encontrados nas organizações,

em que agregam ao produto e/ou serviços valores mediante a aplicação da

inteligência, e não do capital monetário".

Já para Edvinsson ; Malone (1998, p.19) "capital intelectual é um capital

não financeiro que representa a lacuna oculta entre o valor de mercado e o

valor contábil. Sendo, portanto, a soma do Capital Humano e do capital

estrutural".

Analisando desta forma a fórmula do capital intelectual seria: Capital

Intelectual = Capital Humano + Capital estrutural

O capital humano corresponde a toda capacidade, conhecimento,

habilidade e experiência individuais dos colaboradores de uma empresa

para desempenhar suas tarefas. De contra partida, o capital estrutural é

formado pela infra-estrutura que apóia o capital humano.

Devido a sua grande representatividade nas empresas o Capital

Intelectual não deve ser subestimado e nem utilizado de forma

ineficiente, acarretando em um gerenciamento ineficaz, mas investido,

incentivado para assim trazer à empresa bons negócios e melhor rentabilidade.

34

A aplicação do conhecimento vem impactando, sobremaneira, o valor

das organizações, pois a materialização da utilização desse recurso, mais as

tecnologias disponíveis e empregadas para atuar num ambiente globalizado,

produzem benefícios intangíveis que agregam valor às mesmas.

Associando capital à palavra intelectual, podemos perceber que são

recursos gerados pelas empresas através do intelecto das pessoas. Mas, a

definição de Capital Intelectual abrange vários elementos intangíveis, além do

próprio Capital Humano.

Para que exista o Capital Intelectual, ou seja, para que ele seja

produzido é preciso observar alguns fatores ocultos que os autores Edvinsson;

Malone (1998, p. 9) relacionam como:

- Capital humano: composto pelo conhecimento, poder de

inovação e habilidade dos empregados, além dos valores, cultura e a

filosofia da empresa.

- Capital estrutural: inclui equipamentos de informática, softwares,

banco de dados patentes, marcas registradas e tudo o mais que

apóia a produtividade dos empregados.

Conforme Antunes (2000, p. 82):

Segundo a visão dos economistas, o ser humano é considerado capital por possuir capacidade de gerar bens e serviços, por meio do emprego, de sua força de trabalho e do conhecimento, constituindo-se em importante fonte de acumulação de crescimento econômico.

Para que uma empresa desenvolva bons produtos e serviços, ela

deverá ser composta de um qualificado capital humano originado pelo

conhecimento adquirido e experiência das pessoas, alcançando seus

objetivos e aumentando a sua riqueza.

35

O Capital Intelectual é um recurso obtido exclusivamente dos seres

humanos onde desenvolvem seu potencial, gerando conhecimento e

inovando os objetivos das organizações, transformados em benefícios

para as organizações e seus proprietários.

3.2.2 Capital intelectual como diferencial

O setor de gestão de pessoas tem que estar atento dentro da

organização para a necessidade da implantação de programas de treinamento

e desenvolvimento, que tenham como objetivo principal, corrigir, treinar,

desenvolver e promover pessoas, qualificando e retendo talentos dentro da

organização, além da responsabilidade de utilizar as mais variadas

ferramentas para desenvolvimento profissional do capital intelectual,

sempre acompanhando e avaliando, com intuito de mensurar o crescimento

pessoal e da organização. Ter o conhecimento necessário para adequar

cada ferramenta, que deverá ser aplicada respeitando a necessidade

apresentada por cada colaborador.

A valorização do capital intelectual, ou seja, o foco no desenvolvimento

das pessoas tem influenciado de forma muito positiva nas organizações,

provocando um movimento de aperfeiçoamento constante por parte tanto das

empresas como por parte dos empregados, trazendo como conseqüência

uma postura muito mais flexível no que se refere à mudança, eficácia

em todos os processos organizacionais, a melhoria na comunicação e a

participação dos funcionários nos processos decisórios.

Cada vez mais, os candidatos deixam de ser orientados para posições

vagas na organização e estão se transformando gradativamente em

fornecedores de competências vitais para a organização.

Todos os fatores acima tornam a empresa muito mais competitiva, além

de trazer a percepção de que o maior patrimônio que uma organização possui

são as pessoas que a compõem.

36

O trabalho organizacional depende fundamentalmente de pessoas.

As organizações possuem recursos próprios ou não, como; financeiros,

materiais, mercadológicos, e uma infra-estrutura tecnológica como máquinas,

equipamentos e tecnologia. Elas necessitam de pessoas para utilizar tais

recursos e operar a tecnologia de maneira eficiente e eficaz. Não existem

organizações sem pessoas, exatamente pelo fato de que os recursos e

tecnologia não são auto-suficientes e requerem pessoas de vários

talentos e competências para utilizá-los e operá-los adequadamente.

Recursos e tecnologia funcionam como ferramenta para essas pessoas,

aumentando sua capacitação, transformando essas habilidades,

capacidades e retendo esse talento ou capital intelectual essenciais

para a sobrevivência da organização nesse mercado tão competitivo e

globalizado.

37

CAPÍTULO IV

METODOLOGIA DA PESQUISA

No capítulo será descrito o tipo de pesquisa e se abordará a realização

de entrevista com um gestor de pessoas.

4.1 Tipo de pesquisa

Para realização dessa pesquisa, optou-se pela descritiva e explicativa

por meio de pesquisa documental e bibliográfica. Nesse sentido, Vergara

(2006, p.47), apresenta as seguintes ressalvas sobre as mesmas,

Pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e define sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa explicativa tem como principal objetivo tornar algo inteligível justificar-lhe os motivos. Visa, portanto, esclarecer quais fatores contribui de alguma forma para ocorrência de determinado fenômeno.

“A pesquisa explicativa engloba dois tipos, documental e/ou bibliográfica

e a pesquisa de campo” (BARROS, 2002, p.70).

Quanto aos procedimentos técnicos, será utilizada exclusivamente

pesquisa bibliográfica. “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”

(GIL, 2002, p.44).

38

4.2 Plano de pesquisa

A pesquisa foi realizada procurando em autores especializados no

assunto o que há de mais moderno no conceito de recrutamento e seleção de

capital intelectual. Paralelamente, foi realizada entrevista a um gestor de

pessoas de uma empresa privada em Brasília-DF. A análise da entrevista

compreendeu observar sua relação com as teorias destacadas na pesquisa

bibliográfica.

4.3 Análise do questionário aplicado

Buscando ilustrar o objetivo central da monografia, apresentam-se a

seguir as observações a respeito da entrevista realizada.

Em relação à questão sobre a função dos pesquisado o mesmo

respondeu que tem a função de Gerente de pessoas na empresa onde atua.

A principal função da Gestão de Pessoas é de desenvolver métodos que

contribuam para o bom andamento da organização, e para que os objetivos

sejam alcançados motivando os funcionários para o desempenho de funções

mantendo a qualidade de vida no trabalho.

Segundo Chiavenato (2004, p. 6)

A gestão de Pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional. Pois depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, da estrutura organizacional adotada, das características do contexto ambiental, do negocio da organização, da tecnologia utilizada, dos processos internos e de infinidade de outras variáveis importantes.

Em relação à formação o mesmo respondeu ser formado em

Administração e possui Pós-Graduação em Gestão de pessoas.

39

Na questão relacionada ao conhecimento de todos os processos de

recrutamento e seleção da empresa, o pesquisado respondeu:

• Sim. Pois ao se estruturar a necessidade de mais um funcionário para a

organização, todos os processos devem ser passados em primeiro lugar

pelo setor de gestão de pessoas, tendo em vista o processo de análise

dos candidatos que disputam a vaga requerida.

Diante disso, compreende-se que ante a necessidade da empresa na

contratação de novos funcionários, é necessário ter toda uma estruturação

para os processos de recrutamento e seleção, pois assim, poderá realizar uma

análise mais detalhada do profissional que deseja para sua empresa.

Na questão sobre a existência de uma cultura na organização em

relação aos processos de recrutamento e seleção, o pesquisado respondeu:

• Sim. Buscamos seguir um padrão estruturado em relação ao processo

de recrutamento e seleção dentro da organização de maneira que não

sejam avaliados somente quesitos como currículo e experiências

profissionais, pois na maioria das vezes existem pessoas sem muita

formação e experiências que consegue desenvolver na prática

atividades inerentes à organização.

As organizações, em sua maioria possuem toda uma cultura

hierarquizada e valores inerentes ao seu desenvolvimento e às suas formas de

trabalho, que foram descritos ao longo de sua existência e pelos vários

processos desenvolvidos pelas pessoas que passaram por sua administração.

É importante que haja renovação destas culturas e valores, bem como do

processo de administração das organizações para se manterem no mercado

nos dias atuais. Um ambiente inovador, aberto ao novo e que favorece uma

aprendizagem continua aos funcionários, se torna propício para a formação de

novas culturas.

40

Sobre considerar-se inovador como gestor, em relação à cultura

organizacional na empresa, o pesquisado respondeu:

• Sim. Porque estou sempre me atualizando na área de gestão e acredito

que não se deve ser tradicionalista diante do mercado atual. Pois novas

visões surgem, novas formas de trabalhar em grupo e acredito que

inovar é dar ênfase ao crescimento da organização e promover o

desenvolvimento de pessoas.

A demanda atual no processo de administração nas organizações

requer mudanças no processo de gerir pessoas, originando assim, um novo

conceito de cultura organizacional, dando margem ao desenvolvimento social e

não apenas servindo como uma forma de preencher as necessidades de uma

empresa.

Sobre concordar que o setor de gestão de pessoas é uma das partes

mais importantes no processo de gestão do capital intelectual, sobretudo no

recrutamento e seleção da empresa, o pesquisado respondeu:

• Sim. Pois todo o processo acontece através da estruturação do setor de

gestão de pessoas da empresa. Desde as formas de selecionar e

recrutar até as entrevistas e análises que serão feitas com os

candidatos à vaga.

Milkovich e Boudreau (2000 p.31) descrevem ainda as atividades de

administração de Recursos Humanos como sendo:

Recrutamento de indivíduos para as equipes, Desenvolvimento do treinamento ao Aprendizado Contínuo, Remuneração dos salários aos Custos dos Encargos Sociais e dos Prêmios pelo Desempenho, Relações com os Empregados das Relações Trabalhistas à Administração de Interesses, Avaliação de Resultados.

41

O processo de Recrutamento inicia-se a partir de uma necessidade

interna da organização, no que se refere à contratação de novos profissionais.

Essa necessidade pode ser originada de motivos diversos que se expressa

formalmente pela requisição por meio de documento escrito ao setor de gestão

de pessoas.

Sobre as técnicas de seleção e recrutamento de pessoal que a empresa

utiliza, a resposta foi:

• Utilizamos muitas técnicas, que vai desde análise curricular até a

entrevista pessoal. Porque não se pode estruturar um único modelo de

recrutar e selecionar um funcionário, há várias etapas e processos que

devem ser colocados em evidência neste processo. Mas comumente

utilizamos a entrevista.

A entrevista não é uma prova de força ou um exercício para o ego. É

uma chance para que você encontre alguém com os conhecimentos e as

habilidades necessários para ajudar você e sua equipe a apresentarem um

desempenho ainda melhor, e para que o candidato escolhido encontre um

trabalho que o ajude a pôr em prática seus talentos e os desenvolva.

Transmita a ele a sensação de que ele tem um valor pessoal. Pense nesses

objetivos e você não vai errar (HACKETT, 2000, p. 33).

Atualmente o processo de seleção de uma empresa é mais complexo do

que em épocas passadas, pois o número de profissionais vem aumentando dia

após dia. Hoje as mulheres também participam do mercado de trabalho, elas

reivindicaram seus direitos de cidadãs. Mostrou-se que a mulher tem potencial

para lutar ao lado do homem e pode desempenhar qualquer atividade

profissional. O número de universidades aumentou e várias pessoas tiveram

condições de freqüentar um curso superior, por estes e outros motivos a

concorrência aumentou.

42

O conhecimento mais aprofundado sobre o candidato é de muita

importância para a organização, pois esta necessita de um profissional

competente e comprometido para exercer o cargo disponível.

Na questão sobre os requisitos que a empresa possui na avaliação no

processo de recrutamento e seleção, a resposta foi a seguinte:

• Buscamos realizar uma avaliação que não prejudique o candidato, como

por exemplo, quando estamos analisando um currículo, não fazemos

sozinhos, procuramos manter o candidato a par do que estamos

buscando, fazendo perguntas sobre as informações contidas bem como

a prática existente na área que o candidato pretende atuar, além de

levar em conta o seu conhecimento na área.

Selecionar pessoas para trabalhar em uma empresa é um processo

complexo e demorado, que requer reflexão e planejamento.

Senge (1990) afirma que “ninguém precisa ensinar nada às crianças

porque elas naturalmente são curiosas e gostam de aprender, pois são os

agentes da própria aprendizagem. A aprendizagem faz parte assim da

natureza humana.”

Aprendizagem é um processo no qual a pessoa passa para adquirir

conhecimento, por intermédio da prática. O aprender é essencial quando uma

pessoa opta por uma profissão, é bastante importante ter uma boa

aprendizagem para desenvolver em sua carreira as suas habilidades.

43

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo evidencia de forma clara e objetiva a importância do setor de

gestão de pessoas, como órgão primordial na gestão do capital intelectual,

sobretudo no processo de Recrutamento e Seleção. A definição conceitual

mostrou que o Recrutamento inicia-se a partir de uma necessidade interna da

organização, no que se refere à contratação de novos profissionais.

Essa necessidade pode ser originada de motivos diversos que se

expressa formalmente pela requisição por meio de documento escrito ao setor

de gestão de pessoas. É um processo que apresenta vantagens e

desvantagens e que fica a cargo de cada instituição.

Assim, o estudo teve fundamental importância para que pudesse

compreender que o melhor caminho na realização deste processo é aquele em

há transparência nas atividades a serem realizadas. Além disso, é importante

que a Instituição prime pela lisura do processo e que promova o cumprimento

da lei em todas as suas instâncias, o que, aliás, também foi ressaltado na

entrevista.

Não se pode transformar o ato de Recrutamento e Seleção em algo

banal dentro da Instituição. As diferenças entre uma pessoa e outra são o que

realmente importam para uma organização e não residem unicamente no que

as pessoas sabem ou fizeram, e sim em seu potencial de aprendizagem e

realização.

A seleção de novos talentos deve ser encarada com seriedade, pois o

capital intelectual de sua equipe deve ser maximizado. A admissão da pessoa

errada acarreta uma série de conseqüências negativas para sua área e a

empresa.

Conclui-se da pesquisa ainda que a organização deve desenvolver um

processo de recrutamento e seleção voltado para a análise integrada do

44

candidato, não discriminando os seus conhecimentos, limitações e capacidade

diante do mercado de trabalho.

A entrevista permitiu corroborar o referencial teórico na medida em que

a empresa valoriza seu capital intelectual desde o processo de recrutamento e

seleção o que deixa uma margem muito pequena para dificuldades em sua

gestão. Selecionar e recrutar pessoas eficazes exigem certamente da

organização a adoção de políticas de gestão de pessoas vinculadas a seu

planejamento estratégico e postura, também destacada pelo gestor

entrevistado, de valorizar as diferenças pessoais dos candidatos. A

sobrevivência das organizações reside no modo como se faz a gestão de seu

capital intelectual desde os primórdios do processo de recrutamento e seleção.

Assim, pode-se conferir ao assistente júnior as atribuições mais

imediatas e simples, em que não há tanta responsabilidade de visão

estratégica, nem seja necessária capacidade gerencial, tampouco uma forte

visão de todo o processo da centralizadora. Nesse caso, a análise e

tratamento de demandas em segundo nível, assim como o monitoramento,

análise, registro e comunicação de ocorrências e identificação de incidentes

junto aos gestores dos produtos seriam atribuições pertinentes ao seu nível de

responsabilidade, abrindo assim possibilidade para que o assistente pleno e o

assistente sênior agissem com o foco voltado para a qualidade das equipes.

Já o assistente pleno, teoricamente com uma capacidade maior de

visão, principalmente podendo tomar algumas decisões respaldado pelo seu

supervisor e coordenador, poderia atuar com maior ênfase nas monitorações,

auditorias e escutas, elaborando planos estratégicos e abastecendo o

assistente sênior e supervisores com informações úteis na formulação de

relatórios detalhados, embasados por números estatísticos. O assistente pleno

poderia avaliar sua equipe de maneira mais focada, verificando quais

operadores necessitam de uma capacitação ou treinamento específico,

percebendo também quais os atendentes mais capacitados, informados e

proativos, assim como subsidiar e auxiliar o assistente sênior e supervisores

45

com relatórios precisos, capazes de detectar pontos frágeis no atendimento

aos usuários. Além disso, o assistente pleno seria apto a verificar pelas suas

análises e monitorações quais produtos estão apresentando maior incidência

de ocorrências, quais as normas mais defasadas de informações, além de

constatar quais gestores estão em falta no repasse de posicionamentos

importantes para sanar as demandas da centralizadora.

As análises de Roteiro Padrão caberiam ao assistente pleno e ao

assistente sênior, sendo preferencialmente tarefa do assistente sênior, devido

à capacidade analítica e de síntese que lhe devem ser inerentes, assim como

a experiência, que lhe darão mais facilidade e competência para verificar

alterações, inclusões e exclusões de itens nas normas. Como auxílio, terá o

banco de soluções como ferramenta que lhe permitirá sugerir junto aos

gestores situações e regras de produtos pouco claras ou dúbias no

entendimento das unidades da CAIXA. Ao seu lado contará também com

informações provenientes de percepções do assistente júnior, que, por tratar

diariamente com a produção, poderá colaborar na melhoria das normas.

No caso do assistente sênior, este já tem no mínimo uma pós-

graduação e normalmente exerce um cargo de liderança na célula. Espera-se

dele certa experiência em processos e que tome decisões sem depender tanto

do aval de seu supervisor ou coordenador. O assistente sênior deve focar em

relatórios com objetivos específicos de melhoria no atendimento da célula. No

âmbito da CEATI, há relatórios de praticamente todos os atendimentos

realizados pelos colaboradores terceirizados, com exceção de gravações de

voz. Tais relatórios, ainda que não tragam números rigidamente exatos, são

essenciais para a elaboração de parecer junto à equipe de supervisores e

coordenadores dos segmentos, além de propiciar uma visão ampla e correta

da direção em que o atendimento está tomando, permitindo que haja, em

casos necessários, uma nova estratégia e tomadas de decisões.

Citando um exemplo de sucesso em que os relatórios estatísticos foram

utilizados, podemos relatar as ações tomadas pela equipe de assistentes de

Empréstimos PF, em que após intensa análise, reuniões e discussões com a

equipe de supervisores e coordenadores CAIXA, ficou estabelecido que

46

atender o produto FIES em uma célula separada melhoraria os indicadores

elevados de ouvidoria da célula, reduziria a quantidade de pós-atendimentos e

facilitaria a identificação de ocorrências para os respectivos produtos

atendidos. Como resultado dessa segregação, houve considerável diminuição

no número de ouvidorias para ambas as células e um aumento de satisfação

dos usuários.

O assistente sênior da CEATI não precisa necessariamente deter

conhecimento profundo sobre os produtos ou serviços de uma determinada

célula, porém ele deve conhecer intimamente o processo da centralizadora,

sobre como atuar em parceria com sua chefia imediata, utilizando todas as

ferramentas operacionais que a central lhe dispõe. Deve saber onde encontrar

relatórios que lhe forneçam uma visão correta das células em que atua. Ele

precisa conhecer as características dos produtos, as peculiaridades de sua

equipe de colaboradores, organizando cronogramas de treinamento e

reciclagem junto aos gestores, sem a obrigação de se tornar um especialista

técnico nos produtos, já que tais especialistas encontram-se no âmbito dos

gestores da matriz. Caberia aos assistentes sênior e pleno tornarem-se as

pontes de informação e conhecimento entre os gestores da matriz e os

colaboradores da CEATI, assim como nutrir o assistente júnior de

conhecimento operacional.

As análises de ouvidoria, em que é indispensável um parecer técnico,

deveriam ficar a cargo do assistente sênior, que caso conclua que a

reclamação se deu por conta de processos incorretos, normas pouco claras,

respostas incompletas ou mesmo devido a falta de cortesia do atendente com

o usuário, poderá tomar as devidas providências no sentido de melhorar as

respostas do banco de soluções, propor alterações nas normas ou mesmo

aplicar de maneira eficiente um feedback ao atendente, caso necessário. Para

tais funções, que estariam desoneradas de tratar ocorrências e chamados,

sobraria mais tempo de se fazer um trabalho global e mais completo de

qualidade, inclusive com alterações significativas de categorização, no intuito

de evitar transferências indevidas entre as células, que tanto oneram os

serviços da centralizadora.

47

Ainda com relação ao assistente sênior, devido ao seu domínio sobre

processo, este poderia atuar em até duas células completamente distintas na

centralizadora, desempenhando o mesmo papel de qualidade.

Vindo em direção às novas mudanças de leiaute da centralizadora, há

muitos ganhos na junção dos segmentos Suporte ao Crédito e Suporte aos

Serviços Bancários, já que tais equipes trariam em seu quadro um número

maior de funcionários atuando em 15 células (contando com o SIACI PF, PJ E

MCMV em uma única célula). No segmento de Parceiros e Autoatendimento,

que tem suas devidas particularidades, está atualmente bem distribuída e

alinhada com relação à organização de seus assistentes, sendo que na célula

de Abastecimento conta-se com dois assistentes plenos, que têm a missão de

elaborar os relatórios e mais cinco assistentes júnior, responsáveis pelas suas

respectivas regiões. Já com relação aos dois novos segmentos: “Controle da

Produção, Qualidade e Serviços” e “Governança: Planejamento, Absorções,

Pessoas e Inovação”, devido às especificidades que lhes cabem, seriam

compostos por funcionários já experientes no processo CEATI, sendo inviável

alocação de novos funcionários, mesmo que esses sejam assistentes sênior.

A redefinição dos assistentes das células e a nova adequação desses

nos segmentos é um trabalho de extrema relevância e deve ser realizado com

cautela, pois em uma mesma célula não deveria haver dois assistentes pleno

ou dois assistentes sênior, evitando, se possível, que uma mesma célula

possuísse dois assistentes júnior, a não ser que sua estrutura permitisse tal

adequação, como no caso de células que contenham 4 assistentes (desde que

ali atuem um assistente pleno e um sênior).

Seguindo esse mesmo raciocínio, o horário de trabalho dos assistentes

júnior seria definido de acordo com o horário de pico das ocorrências de suas

respectivas células. Por exemplo, o assistente júnior das células de

Empréstimos PF e PJ deveriam preferencialmente atuar no horário de 09h às

15h, que é quando a maioria das ocorrências são detectadas. Já o horário dos

assistentes pleno e sênior poderia ser mais flexível. Lembrando que tais

definições não seriam rigidamente seguidas, podendo ser flexíveis nos casos

em que o coordenador achar melhor realizar outros ajustes.

48

Concluindo a proposta de mapeamento de atividades entre os

assistentes, teríamos o assistente júnior atuando mais no ambiente de

produção, lidando com a análise e tratamento de demandas em segundo nível,

acompanhamento do atendimento realizado pela equipe terceirizada,

monitoramento, análise, registro e comunicação de ocorrências e identificação

de incidentes aos gestores. O assistente pleno atuaria mais focado na

qualidade da célula, na realização de auditorias, tratamento do pós-

atendimento e escutas telefônicas, assim como manutenção do banco de

soluções e propostas de melhoria de categorização. Finalmente, com relação

ao assistente sênior, o mesmo teria sua carga de trabalho voltada à qualidade

global das células, envolvido com atividades de treinamento e capacitação da

equipe, avaliações de processos seletivos para a equipe terceirizada, relatórios

com o objetivo de propostas de melhoria, indicação de glosas por erros no

atendimento, apoio na análise de absorções, análise de Roteiro Padrão e

verificação de reclamações, como ouvidorias ou caixa mail.

Não é necessário abdicar das definições de cargos existentes na

centralizadora, apenas melhorá-las, inová-las, reescrevê-las e mantê-las

atualizadas com as tendências atuais do mercado. Assim, com as três funções

alinhadas e com o objetivo único de evolução e melhoria de atendimento da

unidade, consegue-se uma ampla gama de atividades que podem ser

flexibilizadas ou alteradas de acordo com estratégias preestabelecidas

A principal função da referida diferenciação está focada para que os

objetivos sejam alcançados motivando os funcionários para o desempenho de

funções mantendo a qualidade de vida no trabalho. O problema de pesquisa

deste estudo foi “Qual a importância do trabalho do setor de gestão de

pessoas no processo de Recrutamento e seleção de funcionários na

organização?” O objetivo geral da pesquisa é analisar a importância do setor

de gestão de pessoas no processo de recrutamento e seleção de funcionários.

Como objetivos específicos: Conhecer a importância do setor de gestão de

pessoas no processo de recrutamento e seleção na organização; Identificar as

ações de atuação do setor de gestão de pessoas na organização;

Compreender as propostas desenvolvidas pela empresa no processo de

49

recrutamento e seleção de funcionários. O processo de investigação consta

de pesquisa bibliográfica e, como ilustração, de uma entrevista. A opção pela

pesquisa bibliográfica foi uma forma de atender as necessidades acerca deste

tema, que ainda necessita de estudos aprofundados para que se amplie seu

campo de discussão e mesmo de conhecimento na compreensão de sua

realidade.

50

REFERÊNCIAS

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CARVALHO, Antonio V. de; SERAFIM, Ozila C. G. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira, 1995.

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_____. Introdução à teoria geral da Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

_____. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal: como agregar talentos à empresa. 7 ed. Ver. Atual.Barueri, São Paulo:Manole, 2009.

_____. Recursos humanos edição compacta. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

EDVINSSON, Leif.MALONE, L.S. Capital intelectual. Trad. Roberto Galmon. São Paulo: Makron Books, 1998

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed.- São Paulo: Atlas, 1999.

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HINDLE, Tim. Como fazer entrevistas. 4. ed. São Paulo: Publifolha, 1999.

MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 6.ed. São Paulo: Futura, 2002.

51

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MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996.

MOTTA, Fernando C. P.; VASCONCELOS, Isabella F. G. Teoria geral da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

RIBEIRO, Antonio de Lima. Gestão de pessoas. São Paulo: Saraiva, 2006.

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STEWART, Thomas. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. 8 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1988.

52

ANEXO

INSTRUMENTO DE ENTREVISTA ILUSTRATIVA

1. Função: _________________________________

2. Formação: ____________________________________

3. Tem conhecimento de todos os processos de recrutamento e seleção da

empresa? Justifique sua resposta.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4. Existe uma cultura na organização em relação aos processos de

recrutamento e seleção? Qual?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Considera-se inovador como gestor, em relação à cultura organizacional na

empresa? Por quê? _____________________________________________

_______________________________________________________________

6. Concorda que o setor de gestão de pessoas é uma das partes mais

importantes no processo de recrutamento e seleção da empresa? Por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7. Quais as técnicas de seleção e recrutamento de pessoal que a empresa

utiliza?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8. Quais os requisitos que a empresa possui na avaliação no processo de

recrutamento e seleção?

_______________________________________________________________