DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · para que eu alcançasse mais essa meta. 5 ......
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CLOWNS: A IMPORTÂNCIA DA ARTE DO RISO NO AMBIENTE HOSPITALAR
Por: Ester de Lima Seixlack
Orientador: Profª. Mariana Moreira
Co-orientadora: Profª. Narcisa Castilho Melo
CASCAVEL - PR
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CLOWNS: A IMPORTÂNCIA DA ARTE DO RISO NO AMBIENTE HOSPITALAR
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Arte em Educação e Saúde
Por: Ester de Lima Seixlack
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus por ter me dado a
oportunidade de ter realizado esse curso e concluí-lo com grande
aproveitamento.
Também aos meus pais, Claudio e Anália, por me conduzir e me apoiar, desde
cedo aos estudos e a meu marido Enio pelo apoio.
Assim como, às minhas filhas Maria Anália e Ana Paula pelo incentivo e força ,
quando eu me sentia cansada.
Por fim, gostaria de agradecer à IAVM, em especial aos tutores e mentores, por
todo o conhecimento que me foi dado através desse curso.
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DEDICATÓRIA
Dedico essa monografia à minha querida filha Ana Paula, cujo estímulo me
empurrou para a direção certa, e cujo incentivo foi absolutamente primordial
para que eu alcançasse mais essa meta.
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EPÍGRAFE
“ É saudável rir das coisas mais sinistras da vida, inclusive da morte. O riso é um tônico, um alívio, uma pausa que permite atenuar a dor .” (Charles Chaplin).
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RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido para analisar as repercussões da inserção de palhaços no ambiente hospitalar e sua risoterapia aplicadas à humanização, que dá inicio tão logo a criança chega e perdura até a sua saída e dentro desse processo os clowns utilizam a arte o riso e o humor como preciosas ferramentas para ajudar na recuperação da criança hospitalizada. Atualmente, sabe-se que o aspecto emocional interfere bastante na saúde física. Tanto a medicina em geral como a psiquiatria estudam a importância do bom humor na qualidade de vida e na saúde global da pessoa, sobretudo, na prevenção de doenças e como fator de melhor recuperação de doenças graves. Baseado nisso, observa-se a gradativa inserção do palhaço no ambiente hospitalar como recurso para descontrair as tensões dos pacientes acamados, melhorando o estado emocional e auxiliando na recuperação da saúde, tornando o ambiente hospitalar mais informal e descontraído e, através das risadas, favorecendo a melhoria emocional, a diminuição do estresse e o favorecimento do restabelecimento da saúde. No caso das crianças, proporcionando maior colaboração ao tratamento, menos choro e, até mesmo, estimulo ao desenvolvimento, através dos sons, cores e brincadeiras, proporcionando ao paciente um bem estar tanto físico quanto mental, facilitando o processo de relaxamento, minimizando o sofrimento e contribuindo para um aumento da capacidade de sentir e amar.
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METODOLOGIA
O trabalho foi proveniente da pesquisa bibliográfica de obras que
discutem acerca da importância da terapia do riso e de como essa técnica pode
repercutir na saúde das pessoas, suas vantagens e desvantagens.
Também foram buscados artigos científicos sobre o tema nos principais
bancos de dados e nas revistas científicas, principalmente sobre saúde
coletiva, psicologia e enfermagem e medicina.
Dentre os principais autores pesquisados, destacam se Masetti e
Lambert que foram mais usados na conceituação e objetivação da risoterapia
nas instituições hospitalares. Já Deslandes e Godói têm seus focos na
humanização baseada na situação hierárquica medico - paciente, suas
implicações e como isso pode ser resolvido e também destaca-se o famoso
autor Patch Adams com quem tudo começou e que merece um destaque
especial.
Além dessas, foram fontes, outras bibliografias, tais como apostilas,
livros técnicos, resumos, teses e dissertações e documentos resultantes de
conferências e congressos com o intuito de proporcionar maior fundamentação
teórica a um assunto relacionado com saúde e bem-estar do individuo
hospitalizado.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
CAPÍTULO I ..................................................................................................... 11
VIVA O PALHAÇO .......................................................................................... 11
1.1 A Origem ............................................................................................... 11
1. 2 Os clowns como elementos modificadores do ambiente .............. 15
CAPÍTULO II .................................................................................................... 19
EFEITOS DO RISO SOBRE O ORGANISMO ................................................. 19
2.1 Breve histórico sobre o riso ................................................................ 19
2.2 Efeitos fisiológicos do riso .................................................................. 21
2.3 Estudos sobre as implicações do riso ............................................... 23
CAPÍTULO III ................................................................................................... 27
A HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO .................................................................. 27
3.1 O Hospital e a saúde ............................................................................ 27
3.2 Atendimento à criança internada ....................................................... 31
3.3 A Terapia do Riso no processo de humanização .............................. 33
3.4- O processo de trabalho ....................................................................... 37
CONCLUSÃO .................................................................................................. 39
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 41
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INTRODUÇÃO
A ciência nos dias de hoje comprova a grandiosidade e importância do
uso da arte como instrumento de apoio nos tratamentos clássicos. Isso porque
sendo a arte a representação da vida e também uma fonte terapêutica que une
as pessoas e as fazem ver a vida de um ângulo mais positivo, por que não usá-
la em favor de quem está vivendo o momento por assim se dizer mais
“negativo” de sua vida?
Em vista dessa busca pela melhora significativa, foram desenvolvidos
vários projetos e programas que unem arte e terapia permitindo uma
acessibilidade maior e mais humana entre pais e filhos, médicos e pacientes,
visitantes e equipe, entre outras possíveis combinações, criando nos hospitais
uma atmosfera mais leve, animada, ajudando no enfrentamento e combate de
doenças graves, então pode-se perguntar, quais seriam as repercussões da
inserção de palhaços no ambiente hospitalar?
Atualmente, sabe-se que o aspecto emocional interfere bastante na
saúde física. Tanto a medicina em geral como a psiquiatria estudam a
importância do bom humor na qualidade de vida e na saúde global da pessoa,
sobretudo, na prevenção de doenças e como fator de melhor recuperação de
doenças graves. Baseado nisso, observa-se a gradativa inserção do palhaço
no ambiente hospitalar como recurso para descontrair as tensões dos
pacientes acamados, melhorar o estado emocional e auxiliar na recuperação
da saúde.
A presença do palhaço pode tornar o ambiente hospitalar mais informal e
descontraído e, através das risadas, pode favorecer a melhoria emocional, a
diminuição do estresse e o favorecimento do restabelecimento da saúde.
No caso das crianças, pode haver maior colaboração ao tratamento,
menos choro e, até mesmo, estimulo ao desenvolvimento, através dos sons,
cores e brincadeiras.
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De acordo com Mitre e Gomes (2004) o ato de brincar não é por si
só uma mera brincadeira, mas é fundamental na vida da criança,
estabelecendo um equilíbrio harmônico entre o seu crescimento e
desenvolvimento. Quando inserida em um ambiente hospitalar, onde toda a
rotina é modificada em prol do tratamento e pela própria doença, o ato de
brincar se torna uma possibilidade de organização dessas atividades em prol
da compreensão do momento pelo qual tudo se modificou, tornando então o
ato de brincar um instrumento com o qual a criança poderá aproveitar todo o
recurso disponível para elaborar e processar toda uma nova situação.
A arte do riso associada aos tratamentos clássicos visa conservar a
pureza e a inocência da criança, auxiliando a mesma em seu período enfermo
e garantindo sua estabilidade emocional. Porém embora a criança seja um alvo
mais certeiro em se tratando de um trabalho desenvolvido por Clowns, veremos
no decorrer desse trabalho que ela não é a única que se beneficia do projeto,
pois cada vez mais adultos e idosos têm sido também incorporados nessa
prática
Com esse estudo pretende-se analisar as repercussões da inserção
de palhaços no ambiente hospitalar, contribuindo para a construção de
conhecimentos acerca do assunto para que se elucidem os benefícios da arte
do riso na saúde, suas repercussões no Brasil, bem como explorar o assunto
acerca da sua origem e outros aspectos.
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CAPÍTULO I
VIVA O PALHAÇO
1.1 A Origem
Todos sabem hoje o que é um palhaço, mas nesse capítulo vamos voltar
no tempo e entender sua origem e trajetória há mais de quatro mil anos, sua
dedicação à arte de fazer rir, até chegar aos clowns de hoje e seu projeto
desenvolvido nos hospitais, que é o foco desse trabalho.
O palhaço existe desde a Idade Média, (395 - 1453), surgindo logo após
as Cruzadas, embora nem sempre tenha sido chamado assim. Vestia roupas
engraçadas e bufantes, geralmente vermelhas e azuis e três sininhos na
cabeça, às vezes possuíam algum tipo de corcunda ou deformidade, embora
não fosse essa uma característica padrão. Acompanhava o rei nas cortes
medievais e distraía a ele e aos seus convidados fazendo brincadeiras,
declamando, tocando algum instrumento, fazendo imitações, paródias, mímicas
e muitas críticas ao reinado, tudo muito camuflado pelas suas palhaçadas
(LECOQ, BRADBURY, 2006).
Ainda não era denominado “palhaço”, mas sim Bobo da Corte, embora
houvesse algumas variantes como Bufão, Curinga, Pierrô, ou simplesmente
Bobo. No entanto, de Bobo a personagem não tinha nada. Era muito inteligente
e sagaz, logo, era o único que sabia criticar ao rei, sem medo de ser mandado
ao calabouço (LECOQ, BRADBURY, 2006).
Como em todas as categorias, sempre houve alguém que se destacou
mais, no caso dos Bobos da Corte, os mais célebres foram Don Bibas (século
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XI) da corte de Dom Henrique, Miton e Thévenin de Saint-leger (da corte de
Carlos V), Tribouet,(corte de Luis XII e Francisco I), Mattelo da corte de Isabella
D’Este, Kunz von der Rosen, o bobo de Maximiliano I, e também o fictício John
Falsaff criado por William Shakespeare em 1413 (sendo o Bobo uma
personagem sempre presente na obra do escritor) (BERGER, 1997).
Na música o Bobo ganhou destaque com a famosa ópera Rigoletto, de
Verdi, e na pintura a figura do Bobo foi imortalizada pelos retratos de
Velázquez (BERGER, 1997).
Segundo Berger (1997), durante o século XVIII a profissão de Bobo da
Corte entrou em decadência na Europa, embora em lugares como a Rússia e
outras partes do leste europeu a profissão ainda se popularizava. Enquanto o
“Bobo” se extinguia, o “palhaço” ganhava outra forma, agora na Itália, na
comédia Dell’arte, se chamando “Arlequim”. A comédia Dell’arte foi construída
sobre bases teatrais, utilizava-se máscaras, e alcançou grande repercussão
popular. Acabou servindo como a primeira grande oficina de atores da Europa.
O Arlequim era um personagem atrapalhado, engraçado, e responsável
pela desordem da trama, geralmente oriundo das camadas mais pobres da
sociedade. Assim como o Bobo, que se colocássemos numa escala hierárquica
de reis, nobres e outros cargos, ficaria na escala mais baixa em termos de
importância (RUDLIN, 1994)
O Arlequim, assim como muitos outros personagens da comédia Dell’arte,
estudava e melhorava sua técnica durante anos, sempre no mesmo
personagem-tipo. Como a face estava sempre inativa, por conta das máscaras,
era necessário que o ator compensasse esse fator se utilizando de grandes
performances corporais, e sendo Arlequim, o “palhaço” animador da peça, lhe
cabia um grande poder performático para entusiasmar e fazer rir a platéia por
trás de sua máscara. (CARVALHO, 1989.)
Vale ressaltar que o Arlequim é uma personagem que veio da categoria
Zanni, na comédia Dell’arte. O Zanni era uma classe de populares, que
abrangia os esfomeados, mendigos e excluídos. Segundo Carvalho (1989)
Zanni, abreviatura do nome Giovanni, comum na Ítalia, faz uma alusão à
simplicidade de seus representantes, da mesma forma que no Brasil o nome
José, vira Zé, o famoso Zé–ninguém em referência a alguém que não sabemos
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o nome e nem nos interessamos em descobrir. Dos Zannis, saíram diversos
personagens bufões, entre eles o Arlequim.
De acordo com Toschi (1976), o Arlequim muito além de uma das
principais personagens da comédia Dell’arte feita para rir, também possui um
fator místico, pois sua máscara sempre negra com uma expressão diabólica, e
cara azeda, às vezes até deformada, possui um misto de diabólico e
animalesco em sua fisionomia. Não obstante, ele faz acrobacias, se equilibra
no ar, dança, faz discursos bobos, assobia, faz barulhos engraçados, gestos
obscenos, nas palavras do autor, “faz do cu a trombeta” fazendo parecer que
muitas vezes está possuído.
Essa associação do “palhaço” com elementos demoníacos causador de
medo, ainda existe nos palhaços de hoje, tanto que já foi inúmeras vezes
personagem de histórias de terror, como o clássico palhaço Pennywise de IT- A
Coisa (1986) do mestre do terror Stephen King. Existe ainda uma fobia
denominada coulrofobia para pessoas que tem medo de palhaços.
Continuando sua saga, depois da Comédia Dell’arte a personagem
Arlequim foi mudando e ficando cada vez mais parecida com o “palhaço” que
conhecemos hoje em dia. Sua cara continuou tampada, mas agora ao invés da
máscara, o palhaço usava pintura, escondendo seu rosto verdadeiro e
alimentando o mistério acerca de sua pessoa (RUDLIN, 1994)
Sua nova casa agora era o circo de lona. O circo é nômade, sempre
mudando sua locação assim como seu público, tornando cada apresentação
única. Segundo Pantano (2007) a origem da palavra “circo” vem de Circe, a
feiticeira de Odisséia de Homero, que transformou os companheiros do
protagonista Ulisses em Porcos. Essa ilusão de magia e transformar uma coisa
em outra, a falta de distinção entre o real e o irreal, foi se desenvolvendo, e
acrescentando outras atrações até se tornar o circo de lona que conhecemos
hoje.
Os circos, especialmente os mambembes, possuem desde sempre um
caráter simplório, por isso são fáceis de serem desmontados para seguir em
frente. O palhaço, assim como o Bobo e o Arlequim, continuou mantendo sua
postura humilde, rico apenas em alegria e magia. Magia essa que tanto
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encanta as pessoas, principalmente as crianças, e faz com que ele continue
existindo ano após ano (RUDLIN, 1994)
Nos anos oitenta e início dos anos noventa o palhaço virou uma “febre” no
Brasil, e foi se popularizando com a ajuda das mídias especializadas. Filmes
como o dos Trapalhões que abordavam a temática do circo (e uma vez que
seus protagonistas eram oriundos de famílias circenses e conheciam muitas
técnicas) ajudavam a difundir esses ideais.
Palhaços como Carequinha, a dupla Atchim e Espirro, e Bozo (fundado
originalmente nos Estados Unidos por Larry Harmon (1925 – 2008) no fim dos
anos cinqüenta) gravam LP’s, ganham programas de televisão onde
apresentam atrações musicais, desenhos e realizam brincadeiras de
competições entre crianças, comercializam seus próprios bonecos e outros
produtos, e fazem shows pelo país conquistando verdadeiras multidões de fãs.
No entanto o palhaço em si continuava cativando a população pela sua
atuação, suas graças e pela simplicidade e humildade que sempre mantinha
por trás de sua cara pintada, peruca, sapatões e roupas extravagantes.
Na década de 1970 um estudante de medicina chamado Hunter Patch
Adams inventou uma metodologia de estímulo aos pacientes. Ele se vestia de
palhaço e inventava situações e brincadeiras para diverti-los ou apenas
cantava e conversava com eles. Procurava saber não apenas seus nomes,
mas também sonhos, planos e melhoras (ADAMS, 1999).
Apesar de parecer coerente e humana, sua técnica a princípio fora muito
criticada e até mesmo proibida. Hoje, no entanto, com a difusão da mentalidade
de que não é mais necessário estar 100% saudável para rir, não é preciso ir
atrás do palhaço, pois o palhaço pode vir até você, e hospital não é lugar de
apenas silêncio, vários discípulos de Patch Adams vêm ao longo dos anos,
estudando a arte de ser um palhaço e desenvolvendo um trabalho digno nos
hospitais (ADAMS, 1999).
Segundo o coordenador geral e fundador do projeto Doutores da Alegria,
Nogueira e Masetti (2000) o primeiro passo aconteceu com as visitas
espontâneas, mas depois de visadas as melhoras, uma grande demanda de
visitas foi solicitada pelos hospitais do mundo e o projeto se tornando popular e
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não só nos hospitais como também fora dele em palestras, teatros para a
comunidade, etc.
Palhaços não são simplesmente palhaços. Segundo Nogueira e Masetti
(2000) para se juntar ao grupo Doutores da Alegria, os aspirantes fazem cursos
como movimento, corpo cômico, clowns de Shakespeare, musicalização,
técnicas circenses, improviso, jogo cênico, mascaras teatrais entre outros.
Veremos a seguir algumas conquistas constatadas pela terapia do riso.
1. 2 Os clowns como elementos modificadores do ambiente
A palavra “clown” no português foi traduzida para palhaço, muito embora
tenha origens bastante diferentes. Segundo Ruiz (1987) a palavra clown vem
do termo campesino, “clod”, ao passo que palhaço vem do termo italiano
“paglia” (palha) usada nos colchões e como as primitivas vestimentas dos
palhaços eram feitas do mesmo “pano de colchão” listrado, daí veio a
associação. Outra origem do palhaço se originaria da língua celta, designando
um campesino, um fazendeiro, visto sempre pelas pessoas como uma pessoa
engraçada e desajeitada (MASETTI ,1998).
Ainda de acordo com Masetti (2001), o trabalho do clown no hospital
tem que remeter a realidade que ele se encontra, portanto diferente da atuação
no circo, realizada para uma grande platéia, no ambiente hospitalar, a relação
que se desenvolve é muitas vezes para uma pessoa, em uma condição
desfavorável e em um ambiente amedrontador.
Como preconizava Garcia (2004) a família é acometida por um imenso
estresse, quando um dos seus membros precisa ser hospitalizado, por
qualquer motivo seja para uma cirurgia ou outro tipo de tratamento de longa
duração, como ocorre na hemodiálise, na quimioterapia, na radioterapia,
gerando assim grande angustia e ansiedade, sendo então esta hospitalização
vista como geradora de desequilíbrio, e capaz de afetar a organização da
família, assim como sua capacidade de adaptação, refletindo–se pois no
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próprio paciente, se tornando assim desfavorável durante os tratamentos ou
durante as internações.
De acordo com Alves (2003) o ato de brincar torna-se alvo de estudos e
pesquisas para a comprovação de sua importância, tão grande quanto uma
boa alimentação, um sono tranqüilo, moradia adequada, segurança, carinho e
respeito, sendo essenciais no desenvolvimento da criança. Assim elas são
vistas sob o ponto de vista não só como mantenedoras do lazer e divertimento,
mas também como fornecedoras de algo imprescindível na infância. E sua
aplicação no âmbito hospitalar potencializa o processo de adaptação da
criança nas transformações que ocorrerão desde o momento no qual houve o
internamento, já que o ato de brincar supre as necessidades emocionais e
cognitivas da criança.
Médico da Universidades de Tel Aviv e da Flórida testaram se palhaços
treinados para atuar em hospitais podem auxiliar na redução da ansiedade pré-
operatória. O estudo foi feito com crianças entre três e oito anos com cirurgias
eletivas ambulatoriais marcadas previamente e que necessitariam de anestesia
geral. Cada criança recebeu um tratamento definido aleatoriamente: ou um
medicamento ansiolítico, ou a presença dos palhaços, ou nenhum dos dois, e o
efeito de cada tratamento foi avaliado em filmagens dos procedimentos - a
espera, a entrada na sala de cirurgia, e a aplicação da máscara que induz a
anestesia (GOLAN et al, 2009).
Os resultados são animadores: a não ser quando da aplicação da
máscara, as crianças que tiveram o acompanhamento dos palhaços
apresentaram os menores índices de ansiedade. Talvez com alguns
aperfeiçoamentos a técnica consiga maior sucesso também na sala de
cirurgia. Além de oferecer mais conforto às crianças, a intervenção de palhaços
ainda tem os benefícios de requerer menos recursos do que o uso de alguns
fármacos, evitar que a ansiedade dos pais no período pré-operatório afete os
filhos caso os acompanhassem - e não apresentar efeitos colaterais (GOLAN et
al, 2009).
Segundo Mitre (2000), até o momento, estão sendo criadas várias
propostas para tornar a enfermagem pediátrica menos distante da criança e
menos normativa também, tornando isso um verdadeiro desafio, visto que para
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os profissionais da saúde transformar um ato de brincar num ato voltado as
necessidades da criança, devendo, pois, rever toda uma realidade em que se
encontra o ambiente hospitalar, e ainda, nesta perspectiva, seria deslocar-se
da doença para a saúde.
Portanto, os profissionais da saúde, segundo Oria, Morais e Vitor (2004)
devem visar um cuidado holístico, humanizado, encontrando sempre uma
maneira mais fácil de enfrentamento do processo de hospitalização e muita
motivação para isso.
De acordo com Trovo, Silva e Leão (2003) esta visão holística esta muito
ligada ás técnicas de terapias alternativas e complementares, cujos objetivos
são o tratamento e a cura do individuo, porem o considerando sempre como
um todo, dotado de mente, corpo e espírito, e não um conjunto de órgãos,
diferindo então do tratamento alopático, e dentre essas diversas técnicas inclui-
se a Risoterapia, que utiliza o ato de rir para mudar o humor, a auto-estima, o
amor-próprio dos pacientes.
Notou-se uma maior predisposição para o restabelecimento de uma
enfermidade, quando o paciente está feliz, levando então os profissionais da
saúde e familiares dos internados a optar pela experiência de ter alegria
simples e pura provocadas pelos clowns para o ambiente do hospital.
(NOGUEIRA; MASETTI, 2000)
De acordo com Valle (1997) o ato de brincar aparece para as crianças
hospitalizadas, como uma válvula importante, para que a criança possa
extravasar toda a angustia, sentimentos e inquietação que é inerente ao
internamento e tratamento, sendo assim a solidariedade com os coleguinhas
portadores da mesma doença, funciona como um elo de apoio entre elas.
Assim o palhaço proporciona ao entrar nesse espaço de boas vinda,
acolhimento, brincadeiras estimulantes, distração, palavras de estimulo,
segurança, frente ao enfrentamento da dor, a possibilidade de se fazer e formar
novas relações (VALLE, 1997).
Segundo Masetti (2005), tem se notado um grande aumento no número
de voluntários em hospitais com trabalhos direcionados, já se computando em
2001, acerca de 180 grupos já cadastrados pelo Centro de Estudos Doutores
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da Alegria. Um documentário foi produzido também pelo grupo, abordando
esse tipo de trabalho tendo ganhado vários prêmios pela relevância do tema.
O clown nasce da representação das fraquezas e limitações humanas,
tornando o ridículo uma forma de conhecer e perceber o outro, e de descobrir a
forma de chegar ate ele, sem trauma, criando vínculos, trazendo alegria,
puxando o medo e ao mesmo tempo, travando um combate com ele (RESK,
2008).
A arte da improvisação é muito rica e reúne todos os elementos da arte de
atuar, onde se misturam o risco da atuação e ao mesmo tempo a descoberta
de uma forma mais apropriada e indicada de expressão (RESK, 2008).
O tipo de atuação teatral encenado dentro de um hospital não é o
mesmo que os atores utilizam no circo ou no palco, porque eles fazem uma
adaptação para isso. e a razão pela qual tantas adaptações foram feitas ,
quando em um hospital se deve às características diferentes para os dois tipos
de atuação.no picadeiro do circo, ou mesmo em um palco , o clown está a uma
determinada distancia dos seus espectadores, do seu publico, enquanto que no
hospital, ele esta muito próximo e se apresenta somente para uma pessoa, ou
poucas pessoas por vez.outra diferença se dá quanto a remuneração em que
as pessoas pagam ingressos para assistir ao espetáculo, enquanto os clowns
de hospital, nada ganham e somente o fazem por voluntarismo, ou são
patrocinados por outras instituições engajadas nesse processo (SIMONDS,
2001).
Percebendo as angústias, as incertezas frente ao desconhecido e
transformar esses sentimentos ruins em brincadeira e descontração
(SIMONDS, 2001)
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CAPÍTULO II
EFEITOS DO RISO SOBRE O ORGANISMO
2.1 Breve histórico sobre o riso
Segundo Machline (1997) o riso, de acordo com antropólogos, teria
surgido do hábito de arreganhar os dentes e ao mesmo tempo emitir gritos
altos como meio de intimidação e ameaça, a um conhecido indesejável.
Assim, através desta forma de advertência bastante primitiva, o riso veio
a se tornar uma resposta meio estereotipada a certos estímulos, sendo os mais
simples as cócegas, e os mais complexos, pode-se destacar os estímulos
humorísticos (MACHLINE, 1997).
De acordo ainda com a autora, em alguns textos do antigo testamento,
pode ser observado um pouco de cautela no que se refere ao riso, como no
caso do Eclesiastes (7,3) onde se diz “mais vale um desgosto do que o riso”, o
que é prontamente negado nos Provérbios que diz: (17, 22) “Coração alegre,
corpo contente; / espírito abatido, ossos secos.”
Hipócrates no século IV a.C, já utilizava animações e brincadeiras na
recuperação dos pacientes. No Livro 2 de seu De oratore, Cícero (106-43 a. C.)
afirma que “convém a um orador provocar o riso, e isso por vários motivos”.
Dentre outros, menciona que um dito divertido naturalmente angaria
benevolência para seu autor.
Darwin, pioneiro no estudo dos movimentos expressivos,classificou em
seu livro “A expressão das Emoções no homem e nos animais” em 1872, o
sorriso e o riso entre os movimentos expressivos inatos e universais.
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Freud em seu trabalho, A Graça e suas Relações com o Inconsciente,
escrito em 1916, já afirmava que uma cena cômica e o riso decorrente dela,
melhorava a saúde física e mental (LAMBERT, 2000).
Apesar de ter surgido na Índia, a Risoterapia tornou-se popular no Ocidente
a partir dos anos 1960. O principal responsável pela divulgação do método foi o
médico norte-americano Hunter “Patch” Adams já mencionado no capítulo
anterior. Após uma grave crise depressiva, originada por uma vida marcada
por sucessivas perdas: seu pai morreu quando ele tinha 16 anos, sua
namorada o deixou e poucos anos depois seu melhor amigo foi assassinado.
Patch Adams internou-se em uma clínica psiquiátrica. Graduado pela
Universidade Médica da Virgínia, Patch Adams decidiu ser médico quando
percebeu que cuidar dos outros era a melhor maneira de ajudar a si próprio.
Não se conhecia e nem era empregada nos hospitais a risoterapia,
sofrendo Adams muitas criticas por parte de outros médicos, quando se
dispunha a atender os seus pacientes com nariz e peruca de palhaço,
precisando então combater tantos preconceitos e resistências dentro do próprio
hospital onde trabalhava. Fundou depois, em 1972 seu próprio instituto
propagando sua filosofia com base no amor e em 1980 tornou-se ativista e
passou a viajar com um grupo de palhaços, levando assistência – e alegria – a
regiões críticas do mundo, áreas de conflito ou com populações miseráveis.
Adams (1999) relata que as tensões têm efeito na fisiologia, e que
elementos como humor, amor, surpresa, curiosidade, paixão, perdão, alegria,
entusiasmo, estimulam o sistema imunológico contra infecções, fortalecem as
células que combatem o câncer e afetam a forma de como cuidamos de nós
mesmos e dos outros.
Atendendo também de graça em sua clínica montada em sua fazenda,
os que não podiam pagar. Seu trabalho foi de tal relevância que inspirou o filme
““Patch Adams: O amor é contagioso”, com Robin Williams no papel principal.
Em 2007, o medico visitou o Brasil, e em entrevistas concedidas aqui, nesse
período, ele reafirmou sua convicção na cura por meio do humor e na
humanização da relação medico - paciente.
Em 1987, Frans Alexander, do instituto de psicanálise de Chicago,
concluiu que o riso tinha um caráter libertador, que era extravasar as tensões,
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evitando assim as doenças psicossomáticas, enquanto na Alemanha uma
pesquisa feita em Dusseldorf, concluiu que rir teria o mesmo efeito benéfico
para o organismo, quanto a pratica de esportes. Isso se provou também,
através de Jeanne Louise Calment, na Franca, que morreu aos 122 anos de
idade, afirmando que o segredo da longevidade era sorrir sempre. E também
na índia, com o guru Madham katarla que o utiliza contra o estresse ate o
presente momento (LAMBERT,2000).
2.2 Efeitos fisiológicos do riso
O riso está associado, não somente com o alívio de tensão induzido pelo
perigo e sinalização não agressiva, mas também com a expressão de emoções
positivas. Pesquisas sérias têm mostrado que esta noção é verdadeira. Riso e
humor diminuem estresse e ansiedade, reforça a imunidade, relaxa a tensão
muscular e diminui a dor. A medicina moderna está começando a levar
vantagens destes efeitos positivos: crianças hospitalizadas que vêm palhaços
brincando permanecem menos tempo nos hospitais que aquelas que não vêm
(CARDOSO, 2002)
O riso, segundo Holden (2005) é um tipo benéfico de estresse e
pressão, que ao contrário destas, provoca um relaxamento e ajuda a prolongar
a vida. O ato de rir libera adrenalina, noradrenalina, e catecolaminas. Com isso
há um estimulo no coração, assim como a elevação a tensão arterial, relaxando
alguns músculos e contraindo outros. Todo esse processo, desencadeia uma
melhoria do fluxo sanguíneo, uma redução das inflamações, acelerando o
processo de cicatrização, melhorando assim toda a condição geral do
organismo. Esses são os benefícios do riso para o corpo, sendo então
considerado um excelente auxiliar terapêutico.
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O ato de rir inicia uma cadeia de reações fisiológicas. Primeiro, ele ativa
o sistema cardiovascular, então a freqüência cardíaca e pressão arterial
aumentam. As artérias então se dilatam, levando, portanto, a uma queda da
pressão. Contrações fortes e repetidas dos músculos da parede torácica,
abdômen e diafragma aumentam o fluxo sanguíneo nos órgãos. A respiração
forçada eleva o fluxo de oxigênio no sangue. Pessoas que sofrem de raiva
crônica têm alta incidência de pressão sanguínea elevada, níveis mais altos de
colesterol e ataques cardíacos. Enquanto a raiva, a depressão e frustração
perturbam a função de muitos sistemas fisiológicos, incluindo o sistema imune,
o riso ajuda estes sistemas a funcionarem melhor. Por exemplo, o riso ajuda o
sistema a aumentar o número de células que auxiliam contra a infecção, as
células T, no sangue (CARDOSO, 2002).
O ato de rir também pode promover mudanças hormonais benéficas.
Cientistas especulam que o riso libera transmissores neuroquímicos chamados
endorfinas, os quais reduzem a sensibilidade à dor e promovem sensações
prazerosas e de bem estar (CARDOSO, 2002).
De acordo com Lambert (2000), o ato de sorrir é agradável e faz muito
bem, porque com ele, há um relaxamento do corpo e da mente, fortalecendo
nossas defesas, nosso estado de saúde geral e produzindo nossas endorfinas,
levando a uma saudável sensação de bem-estar.
Segundo o autor, a expressão de alegria e bom humor adquire um
caráter terapêutico, sendo benéfico para quem dá e para quem recebe, pois é
de graça e indicada para todos , sem exceção de idade ou sexo, agindo como
uma injeção de animo, de otimismo e saúde. Há uma elevação da auto-
estima, então se o nosso sistema imunológico pode se afetado diretamente
pelo Sistema Nervoso Central e sua função emocional, tem que ser possível o
restabelecimento e melhoria desse sistema imunológico, simplesmente
transformando nossas emoções negativas em positivas. Para isso, a
risoterapia procura minimizar a dor, o medo ou a ansiedade, característica a
alguns pacientes, injetando-lhes pensamentos alegres e humorísticos, os quais
23
produzem verdadeiras maravilhas no organismo, com a regulação dos níveis
hormonais assim como melhoria da produção de endorfinas (BALLONE, 2003).
O sorriso e o riso terapêutico são um aceno de paz, amor e alegria,
indicados tanto para nos mesmos, quanto para pessoas de qualquer idade,
sexo ou profissão, prestando-se para alegrar tanto pessoas tristes, feridas,
ansiosas, amedrontadas, deprimidas, impacientes, irritadas, preocupadas,
magoadas, mal-humoradas, chateadas, transtornadas, enfermas, quanto as
pessoas alegres para que fiquem ainda mais felizes (BALLONE, 2003).
O riso e sua onda vibratória transmite uma química que se espalha por
todo o corpo transmitindo energia , provocando o relaxamento muscular de
todos os órgãos , mesmo o simples esboçar de um sorriso ou uma gargalhada,
estimulam o cérebro a produzir endorfinas, substâncias químicas com poder
analgésico, que proporcionam uma enorme sensação de bem-estar
(LAMBERT, 2000).
O mau-humor e a infelicidade nos tornam tristes e até deprimidos.
Pensamentos prejudiciais, sentimentos inferiores e emoções negativas geram
um campo energético nocivo, que pode ser absorvido pelo organismo,
provocando doenças que afetam até o estado físico. A alegria e o otimismo
geram simpatia e esta energia positiva contagiante ajuda a prolongar a vida,.
Para estimular a alegria ele aconselha, ainda, a fazer com freqüência uma
faxina interior, tais como limpar os porões e jogar o passado fora, pois não
existe mais, sendo o passado apenas um aprendizado, do qual o único
interesse se refere às boas lembranças e lições (LAMBERT, 2000).
2.3 Estudos sobre as implicações do riso
O médico norte-americano Hunter Adams, conhecido como “Patch”
Adams, vem utilizando com sucesso, desde a década de 70, o riso como um
24
agente de cura e um eficiente instrumento terapêutico, que favorece a
recuperação e a cura dos pacientes.
Takahashi et al (2001) afirma que um recente estudo sobre imunidade
contra tumores, mostra que a atividade das células tipo “natural Killer”, são
estimuladas quando os pacientes são submetidos a programas que incentivam
o riso e o bom humor, e assim as defesas naturais do individuo, começam a
combater a doença mais efetivamente, ao mesmo tempo em que os estados
depressivos enfraqueciam esse aspecto da defesa orgânica.
Pesquisas recentes comprovam que boas risadas, fruto da alegria e
descontração, podem ter o efeito de uma sessão de ginástica, pois provocam a
liberação de substâncias do grupo das endorfinas. Endorfina é um neuro-
hormônio produzido pelo próprio organismo na glândula hipófise. Tem uma
potente ação analgésica, mediando diversas respostas autônomas e
psicológicas à dor e ao estresse. Ao ser liberada, é responsável pela sensação
de agradável conforto, de bem-estar, de felicidade, de melhor humor e de
alegria (CAMARGO, s.d).
Também Berk et al (2001) realizaram um estudo comparativo em
relação à modulação neuroimunólogica, antes e depois de pacientes serem
submetidos a programas em que o riso e o bom humor foram usados, e
concluíram que os mesmos tiveram efeitos muito benéficos na saúde, sendo
recomendado sempre esse tipo alternativo de terapia para uma melhora geral
do quadro clínico e como coadjuvante do tratamento medico tradicional e usual.
O ato de rir aparece em forma de riso, o que nos faz ver que existe
alegria e contentamento. O sorriso faz parte da comunicação não verbal, pois
não se faz mister o uso da palavra , mas sim através de gestos e mímicas, para
a transmissão dos pensamentos ou idéias, porem quando em ambiente
hospitalar, temos que nos assegurar ser o momento e ter motivo para o riso,
especialmente o riso largo e forte, pois lá podemos nos defrontar com pessoas
para quais seria extremamente difícil sorrir e especialmente rir. Portanto em
ambiente de hospital, o riso deve obrigatoriamente ter uma ação respeitosa e
terapêutica (LAMBERT,2000).
25
Conforme Vargas (2001), várias são as linhas de pesquisa, e as
discussões de alto teor científico sobre os produtores do riso e do humor e
dentre elas as tentativas de localização no cérebro dos causadores do riso.
O coração com seu movimento peculiar é responsável por todas as
reações ou sensações no corpo, tais como o movimento do diafragma, então
pelo entrecortar e quebra da voz, dando o ruído característico do riso, assim
como a contração dos músculos faciais, o enrubescimento do rosto, as
lagrimas , os movimentos rítmicos dos ombros , braços peito e pernas, a dor na
barriga, a incontinência urinaria, e ventosidades, que são efeitos mais comuns
do riso.concluindo que uma transformação de tal nível, promoveria uma grande
maravilha ou mesmo um milagre (ALBERTI, 1999).
Para Moleiro at al.(2001) o ato de rir pode nos trazer saúde, e segundo
ele, parodiando o slogan de uma antiga revista, (rir é o melhor remédio), ele
afrima que rir é a melhor medicina. Isto se dá com ativação do sistema
cardiovascular, do sistema respiratória, com o aumento da oxigenação
sanguínea, com a melhoria do sistema imunológico, também estimulando o
cérebro na liberação de endorfinas para a diminuição do estresse, tornando
então o ato de rir tão benéfico à saúde , quanto se exercitar durante 30
minutos, por 3 vezes por semana. Foi o resultado encontrado pelos estudos
segundo o autor.
Por se tratar da forma mais explícita do bom humor, a risada tem sido
objeto de pesquisa, atualmente e segundo as pesquisas de Hassed (2001), o
riso tem um papel fundamental na redução dos hormônios relacionados ao
estresse, tais como: adrenalina, noradrenalina, cortisol etc. e ao mesmo tempo
melhorando a produção das endorfinas, portanto melhorando a intensidade e a
criatividade das respostas, melhorando a imunidade, reduzindo a pressão
sanguínea e reduzindo a dor.
No coração, acelera o ritmo cardíaco, podendo chegar a 120 batimentos
por minuto, com isso o sangue circula melhor e ocorre um aumento significativo
na oxigenação das células, tecidos e órgãos. Nos vasos sanguíneos, devido à
aceleração do ritmo cardíaco, mais sangue é bombeado e com isso os vasos
sanguíneos são dilatados, causando uma redução na pressão arterial. E
quanto aos músculos abdominais, por serem os mais usados durante uma
26
gargalhada acabam por massagear todo o sistema gastrintestinal, isso causa
uma melhora na digestão e nos órgãos excretores (HASSED, 2001).
Como apregoa Jara (2000), os efeitos salutares e benéficos do riso, são
amplamente reconhecidos por médicos e psicólogos, sendo uma gama imensa
deles, cujos principais podem ser citados, tais como: melhor oxigenação dos
pulmões, quando então , a respiração acelera e com isso tem uma maior
absorção de oxigênio pelos pulmões. Com essa maior ventilação pulmonar, se
elimina o excesso de dióxido de carbono e vapores residuais, o que promove
uma limpeza.
A continuidade da prática de rir resulta num aumento da tonicidade
pulmonar. Melhoria na circulação sanguínea, relaxamento muscular, eliminação
de toxinas produção de endorfinas, conduzindo o paciente para o
esquecimento de traumas ou experiências desagradáveis e dando-lhes uma
melhor confiança no que estar por vir (JARA, 2000).
Algumas reações a respeito do paciente coronariano foram descritas em
especialmente as concernentes ao humor e alegria. Afirmava a existência entre
os pacientes coronarianos um percentual muito grande de pessoas
compulsivas, hiperativas, viciadas em trabalho, que nunca gozavam férias e
que não sabiam delegar responsabilidades, alem se serem emocionadas ou
depressivas (MORREALL,1987)
De acordo com John Morreall (1987), a pessoa que tem senso de humor, é
mais descontraída perante situações potencialmente estressantes e as
compreende de forma mais flexível. Mesmo aquelas pessoas em cujo ambiente
não ocorram muitas coisas, a sua imaginação e criatividade vão afastá-las da
rotina mental permitindo desfrutar de si mesmas, evitar o aborrecimento e a
depressão.
27
CAPÍTULO III
A HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO
3.1 O Hospital e a saúde
Uma constante discussão sobre a humanização do cuidado vem
crescendo nos últimos tempos. O avanço das novas tecnologias, com invenção
de novos equipamentos, que cada vez mais esquadrinha profundamente o ser
humano subdividindo – o mais e mais (DESLANDES, 2009).
A humanização também requer uma mudança de postura na hierarquia
das relações entre pacientes e profissionais, dando à aqueles o poder de
escolha, que ate então se concentra nas mãos dos profissionais, sendo fator de
desumanização. Por isso a humanização considera com relevância as
complexas relações necessárias para o entendimento os aspectos da vida
cotidiana e suas implicações no processo de saúde(DESLANDES, 2009).
Também ainda de acordo com Deslandes (2009), a transformação da
doença e do doente em objeto de estudo e intervenção, assim como as
grandes diferenças na relação de poder, são fatores relevantes nessa
desumanização nos serviços de saúde, posto que humanização e cuidado
estejam relacionados com a capacidade de comunicação e do entendimento,
na relação desses atores sociais.
O medico, dentre os profissionais de saúde, tem sido como um foco de
poder, empoderando saberes, sendo que uma das maiores falhas na
comunicação com um médico é sua linguagem técnica, que segundo Masetti
(2003) seria um tipo de “mediquês”, uma linguagem tão técnica , e tão cheia
28
de termos desconhecidos ,que possivelmente um paciente não entenderia,
dificultando o estabelecimento de uma comunicação mais fácil. Usualmente é
atribuída, embora erradamente, uma valorização da competência do médico a
medida que o mesmo esconde os seus sentimentos, negando um envolvimento
com seu paciente.
O paciente apresenta um sentimento e uma posição de inferioridade,
quando se encontra hospitalizado, por vezes não ter uma confiança com o
medico ou com o enfermeiro o leva a omitir dados importantes como presença
de dor entre outros, dificultando então uma boa e real avaliação da situação
(MASETTI, 2003).
É justamente nesses casos, em que o cliente não se sente a vontade
para revelar seu estado de saúde verdadeiro, o profissional da saúde, tem que
usar outros meios de comunicação, como por exemplo, a linguagem corporal, e
também ficar atento á todos os sinais e mensagens, transmitidos pelo cliente
(GODOI, 2004).
Também afirma o autor que a adição de atividade lúdicas, realizadas por
ocasião do internamento tornarão menos longas e estressantes a estadia do
paciente.
Quando se oferecem atividades lúdicas, como leituras, risoterapia,
oficinas artesanais, esta se oferecendo também inúmeros benefícios, não só
para esses pacientes, mas também para os seus familiares que são então
inseridos no tratamento, assim como toda a comunidade hospitalar (GODOI,
2004).
Ainda segundo o autor “a hospitalidade pode e reduz radicalmente o
sofrimento de pacientes de clientes, minimizando a dor para pacientes e
familiares em momentos de dor e fragilidade”. Pois os hospitais a despeito de
seus esforços necessitam de uma estrutura física e humana que traria menos
trauma ao paciente, podendo então a hospitalidade ser atuar como agente
fomentador de aconchego e calor humano, contrastando com a frieza usual do
ambiente hospitalar, também devido ao fato da complexidade característica dos
hospitais, o que torna difícil sua administração nos moldes ideais e desejados.
A crescente procura por terapias alternativas acaba por mostrar que
parte da sociedade está questionando e mostrando insatisfação com a
29
medicina oficial. Não se pode separar mente e corpo já que ambos formam
uma unidade indissolúvel, o individuo, que quer dizer indivisível (GODOI,
2004).
O uso do humorismo e do riso como terapia caem dentro de um conceito
mais amplo de medicina. O riso e o humor possuem não só aspectos
fisiológicos e psicológicos, mas também aspectos sociais penetrantes.
Segundo (MOODY, 1978):
O riso e o humor integram os acontecimentos e os processos fisiológicos, psicológicos e sociais que moldam as pessoas, mais do que quaisquer outros fenômenos. Este fato dá-nos uma perspectiva geral, da qual podemos vislumbrar muitas descobertas sobre o riso e sua relação com a saúde e a doença.” (Moody, 1978: 133.)
Moody prossegue afirmando que é sabido por qualquer comediante e todos os professores primários que o riso é socialmente contagioso:
Se uma criança do curso primário começa a rir na sala de aula pouco tempo depois todos os outros alunos estarão fazendo o mesmo. (...) Uma importante função social do humor é quase sempre esquecida: o humor é um meio de comunicação e tem sido denominado de ‘lubrificante social. (Moody, 1978: 28-29.)
A visita dos clowns se propõe a usar uma linguagem distinta para essa
comunicação propondo uma linguagem de palhaço, de arte, de criatividade, de
riso. Interagindo, o sorriso, com a diversão, e construindo uma linguagem
acessível que vai mediar a construção de um vinculo, tornando as intimidades
e as cumplicidades que vinculam as pessoas à serviços.
Segundo Possolo (1996), o clown é um arquétipo que faz rir, efetuando
uma representação clara daquilo que o homem e o próprio clown possuem de
bobo, de ridículo. Cada ator que interpreta um clown o faz de uma maneira
única. Por mais que a comicidade por trás do ridículo seja de natureza
universal, cada um sabe o quão ridículo é (tendo a si mesmo como parâmetro)
e consegue se representar de uma forma peculiar.
Para a criança, se ver em uma posição em que agora ela não é mais o
“bobo” submisso ao que os mais espertos (no caso os médicos), propõem pode
ser uma situação muito mais positiva do que se imagina. Nos momentos em
que passa com os clowns, e que os mesmos agem de forma infantil e
perguntam coisas bobas que a criança responde com um ar de inferioridade
30
“não é assim que se faz, vou te ensinar”, dá a ela mais energia, um novo ânimo
de agüentar a rotina hospitalar sem reclamar (MASSETTI, 1998).
Existe também a expectativa de pensar “será que os palhaços virão
amanhã também?” faz com que ela não fique tão impaciente quanto aos seus
dias longe de casa. Ela tem algo que a entretém nem que seja por apenas
alguns minutos. E novamente, se o trabalho do clown consiste em brincar com
os pacientes por alguns minutos, e ainda fazer com que riem, que mal pode
haver nisso? (MASSETTI, 1998).
É como se a criança tivesse um tio engraçado que vai ao hospital de vez
em quando visitá-la e faz algumas palhaçadas para animá-la. Esse fato nessas
circunstâncias jamais seria julgado. Agora considerando que nem todos os
pacientes são crianças, nem todos têm um tio ou qualquer outro familiar
engraçado, alguns sequer têm família, a visita de um clown seria a companhia
perfeita para suprir a carência afetiva de muitos pacientes que visivelmente
precisam disso (POSSOLO, 1996).
Deve se levar em conta que nos hospitais, os profissionais de saúde são
todos estranhos ao circulo de pessoas conhecidas da criança e não substituem
à mãe ou a família, alterando laços de afeto e socialização da mesma, com
implicações não apenas em sua recuperação física, mas saúde em geral,
podendo ser observado isso, depois de aplicado a terapia do riso, com os
clowns, quando as características psicológicas e sociais em crianças em idade
escolar foram modificadas em beneficio próprio,aumentando as manifestações
de alegria, melhorando a comunicação com os pais,sendo mais colaboradores,
quanto a aceitação do tratamento e procedimentos propostos, melhor
socialização com crianças da mesma idade,com os profissionais da saúde
envolvidos , e participação ativa nas atividades lúdicas propostas; ao contrário
de outras características, que diminuíram, tais como: incontinência urinaria,
pesadelos choro, perda de apetite, e comportamentos agressivos (CHÚA;
PONZUELOS, 1999).
De acordo com Masetti (2001) a coluna mestra do trabalho dos clowns,
é a visão lúdica do mesmo, assim como suas interações estão relacionadas ás
propostas e jogos.
31
Outra pesquisa, dessa vez brasileira, feita por psicólogos da Santa Casa
de São Paulo durante um ano, avaliou o efeito do trabalho de contadores de
histórias no tratamento de 15 crianças com câncer, no setor de pediatria do
hospital. Os resultados apontam que 66% das crianças tiveram melhora no
humor e no estado emocional. A interação com médicos, acompanhantes e
outras crianças também melhorou em 46% dos casos. Os pacientes que
estavam apáticos, passaram a caminhar pelo corredor e a brincar (60%). Outro
ponto importante foi a melhora do apetite, registrada em 60% das crianças De
acordo com o estudo, oito crianças reclamavam de dor. Depois dos contadores,
seis relataram melhora. Outras cinco não queriam ficar na cama, no quarto ou
no hospital, quatro pararam de se queixar (TATSCH , 2006).
Isso é claro e pode ser constatado se observando as expressões
estampadas nos rostos das crianças que o humor delas melhorou, se tornando
então crianças mais alegres, trocando olhares verdadeiros com os palhaços.
Brincando com eles alegremente, como se o resto do mundo não existisse
(TATSCH , 2006).
3.2 Atendimento à criança internada
O atendimento à criança internada é bastante complexo devido ao tipo
de relação desconhecida e envolvendo seus familiares no contexto. Essa
necessidade de envolvimento é benéfica, quando nas resoluções e decisões
sobre o tratamento e procedimentos.
Segundo Masetti (2003), quando se introduz a figura do palhaço, abre-se
um portal, por onde o profissional da saúde pode adentrar o desconhecido,
reavaliando seus métodos convencionais e tradicionais, favorecendo a
percepção que ele não sabe tudo, estimulando-o para aprender mais, refletindo
sobre a sua impotência de sempre resolver tudo. Através do clown, a criança
32
abre essa porta, para ajudar o profissional da saúde a se lembrar que existe
uma necessidade de superar dificuldades e desafios, saindo do lado do
habitual e do conhecido, e vai para o lado do desconhecido, do não racional,
estimulando à ele próprio a trabalhar com novas e estimulantes propostas e
estratégias.
É incontestável a resposta fisiológica de bem-estar das crianças, por meio
do olhar e da energia que transmitem aos que estão à sua volta. Há vários
anos, os pequenos pacientes são visitados por palhaços do tradicional grupo
Doutores da Alegria, em que os atores se fantasiam de médicos-palhaços e
estimulam momentos lúdicos, nos quais as risadas ecoam nos quartos e
corredores (RESK, 2008)
A visita e as brincadeiras estimulam que os pacientes saiam dos leitos das
enfermarias, seguindo os atores. Compartilham o riso e brincam, o que não é
esperado geralmente em um ambiente hospitalar. Há o resgate do bom humor
de toda a equipe hospitalar. Com a experiência do dia-a-dia, percebe-se que o
riso é coisa séria, tanto para a criança, como para o adulto. Com o riso, há a
chance de haver um equilíbrio em um lugar em que existe a dor e essa
atmosfera reflete até nos familiares, que vêem uma nova energia
proporcionada pelos pacientes, por esse estado de alegria (RESK, 2008).
O trabalho do palhaço no hospital mostra ser possível e desejável a
aproximação de dois domínios: o da arte e o da saúde. O palhaço improvisa no
hospital. Ele cria e recria o jogo o tempo todo, com seu parceiro, com a
criança, com os dois. O palhaço traz um mundo novo para dentro daquele já
conhecido, recria lugares, desestabiliza relações estruturadas de poder e
estimula a comunicação (BESTETTI, 2005).
O clown abre um canal diferenciado de comunicação que serve como
uma válvula de escape para a criança expor seus medos, incertezas e
limitações. É importante ressaltar que o trabalho do clown é fazer rir, mas com
responsabilidade. Ele em nenhum momento vai fazer uma brincadeira que
desrespeite as limitações físicas do paciente, mas ao mesmo tempo vai
encontrar uma forma de incluí-la (BESTETTI, 2005).
33
Ao unir a improvisação à figura do palhaço e ao universo hospitalar,
descobre-se uma grande contribuição na difusão e na comunicação de um
sentido para as relações entre os indivíduos, qualquer que seja a natureza da
sua condição, e abre-se caminho para associações complementares além
daquela entre o palhaço e a criança, como o riso e a transgressão, o humor e a
saúde, a arte e a transformação (MASETTI, 2005).
Nesse contexto, o palhaço faz o papel de mestre, ensinando o
profissional a promover o riso, e o faz através de brincadeiras e sem falar. A
criança e o clown conjuntamente, abrem essa porta para esse envolvimento
emocional, desses profissionais, para que no fim do trabalho eles não deixem
as emoções ocuparem os banheiros, salas medicas ou travesseiros
(MASETTI, 2003).
3.3 A Terapia do Riso no processo de humanização
Os recursos artísticos utilizados de forma terapêutica promovem uma
ampliação da consciência de si, do outro e do mundo e garante uma melhora
no estado clínico.
De acordo com Wuo (1999) o estado da arte promove a modificação na
consciência interior, dando uma nova forma ou caráter, e fazer o homem ver
as coisas de um novo ponto de vista. Assim, se um paciente.
Frida Kahlo depois de se acidentar em um bonde que se chocou com um
trem e de ter sua saúde comprometida para sempre, encontrou na pintura uma
motivação para agüentar sua longa e lenta recuperação em que estivera
acamada. Lá desenvolveu suas técnicas, compensou sua frustração de usar
tantos coletes ortopédicos, pintando os mesmos em suas telas, e se tornou
uma das pintoras mais influentes do México (KAHLO, 2008).
Marcelo Rubens Paiva depois de um acidente em uma cachoeira que o
deixara paraplégico na década de oitenta, viu a necessidade de contar sua
historia em uma auto-biografia, e não obstante, se apaixonara pelas letras e
34
literatura e passou a escrever diversos romances de ficcção. Hoje é um dos
principais autores e roteiristas do Brasil (VEJA, 2010).
Isso para ilustrar alguns dos muitos exemplos de pessoas que buscam em
alguma forma de arte um suporte para lidar com a sua frustração e limitações e
alcançar uma nova motivação para continuar vivendo.
Vemos no desenrolar da pesquisa que um dos principais recursos artísticos
é a terapia do riso que nesse contexto se torna uma arma importante para lidar
com a confusão e os conflitos e manter o equilíbrio físico e mental, fazendo um
balanço entre os dois. Um dos mais clássicos trabalhos que envolvem o riso é
desenvolvido pelos Doutores da alegria, que esse ano 2011, completa 20 anos
de atuação.
Nogueira e Masetti (2000) afirma que mesmo sendo a terapia do riso
em tratamentos de saúde, uma ciência relativamente nova, seus efeitos e
resultados têm se mostrado cada vez mais satisfatórios, uma vez que um
aspecto importante da recuperação física do paciente está relacionado com o
emocional. Toda a carga emotiva que ele lida com a doença e hospitalização
vai medir sua melhora física, e essa ansiedade e medo acerca de como a
doença se desenvolve, se há uma cura, uma esperança, precisa ser canalizada
de alguma forma, e é aí que entra essa terapia.
A recuperação física do paciente tem um aspecto importante
relacionado ao emocional, quando muita energia é gasta para lidar com a
doença e com a hospitalização, quando então, grandes ansiedades e medos
são gerados sobre os desenvolvimento dos fatos. É, pois, quando aparece o
humor como um recurso importante, que permite explorar fatos e por fim aos
problemas individuais que estão camuflados, mas que prejudicam de forma
arrebatadora o tratamento (NOGUEIRA; MASETTI, 2000).
Segundo Massetti (1998) as crianças internadas em hospitais que são
visitadas pelos Doutores da Alegria respondem melhor ao tratamento, referindo
que o que é mais revolucionário no trabalho deste grupo é a crença de que, por
mais grave que seja o estado clínico de um paciente, existe ali uma essência
saudável,que pode ser tocada.
Massetti (1998) afirma ainda que, as criança se movimentado mais, se
tornam mais cooperativas na aceitação da medicação e exames, se alimentam
35
melhor, se comunicam mais com os profissionais e pais, que por sua vez,
tornam-se mais participativos e menos ansiosos, transmitindo mais confiança
aos filhos. Isso tudo devido a risoterapia que como expressão de alegria
promove uma grande melhoria no estado geral do organismo, sendo usado
para combater também somatizações e dores crônicas. Pessoas de bem com a
vida, sabem trocar mágoa e tristeza por riso e nos piores momentos da vida,
uma boa e sonora gargalhada pode fazer toda diferença, no sentido de
esquecer momentaneamente todos os problemas.
No atual momento do sistema de saúde brasileiro, humanização é a
palavra utilizada para falar da melhoria da qualidade do atendimento aos
usuários de hospitais. Quando o palhaço vai ao hospital, abrem-se as portas
para um universo de possibilidades de troca, de riso, de jogo, que só esta
figura libertária pode proporcionar (BRIANEZ, 2011).
Em um ambiente onde todas as ações devem ser medidas com
exatidão, sem dar a menor chance para o erro, o palhaço instaura um novo
espaço onde vale cantar, dançar, falar bobagens e rir de si mesmo. Só a arte
pode fazer isso: transformar espaços e pessoas. Além da descontração dos
pacientes e acompanhantes, um bom trabalho na área de humanização precisa
dar suporte para um avanço no exercício do trabalho do profissional de saúde
(médicos, enfermeiras, auxiliares etc.), estimulando-o a facilitar sua relação
com o paciente (BRIANEZ, 2011).
O “Doutores da Alegria” não é o único grupo que desenvolve esse projeto
com os clowns em hospitais. Desde seu surgimento há vinte anos, muitos
outros grupos se inspiraram no trabalho que vinha sendo desenvolvido e no
bom feedback conquistado, e seguindo essa mesma proposta, foram surgindo
em diversas regiões do Brasil.
Entre alguns desses novos grupos que vêm surgindo, podemos destacar
o grupo “Risologistas”, formado em Cascavel - PR em 2007, que abrange os
hospitais da região do Oeste do Paraná. Seu trabalho já foi registrado no
documentário homônimo de 2009. Como vemos abaixo no comentário de um
dos clowns, Alfredo Cruz, extraído do vídeo Risologistas:
Será que o riso ajuda mesmo as pessoas? Qual é a situação em que a pessoa precisa rir? Porque é muito fácil você chegar saudável e
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bonitinho vestido de palhaço e fazer umas firulas para o paciente rir. Tem paciente que (sic) tá numa situação que qualquer coisa que você fizer vai ser bom. Mas aí vem uma questão bem mais profunda: Qual é o estudo do palhaço? Desde o olhar, quando você entra no quarto, pelo rosto do paciente você já sabe se ele quer brincar, se quer uma música, se o paciente só quer ouvir uma conversa, se quer falar com a gente... Eu acho que essa leitura do grupo é única. (...) Os hospitais, esse trabalho como clowns, nós colocamos como carro chefe da nossa vida. (COLOMBO, 2009)
Para o grupo, composto em sua maioria por atores/palhaços com DRT e
um músico profissional, o clown não é apenas um homem vestido de palhaço
que entra no quarto para contar meia dúzia de piadas e ir embora achando que
já cumpriu sua missão social. Ser um clown envolve além de boa vontade,
também muito preparo. O grupo está preparado para improvisar os acordes de
músicas as vezes doas anos quarenta que muitas vezes pacientes idosos
solicitam, ou das ultimas atualidades do mundo pop, que uma jovem sugere.
O grupo trabalha com malabarismo, improviso, e situações hilárias
montadas na hora. De acordo com o Clown Jhonatan Mazzo no documentário
de Colombo (2009), o palhaço, antes de tudo, tem que ser rápido para decidir
com o que brincar ou o que fazer a cada momento sem deixar um vácuo de
tempo no ar, e claro, ter criatividade. O clown tem que estar muito focado no
que está fazendo também. Por exemplo, ele entra no quarto e vê um copinho
do lado da cama, ele já rapidamente busca uma idéia do que fazer com esse
copinho e já entra fazendo. E assim com tudo que faz para que aja
entrosamento entre eles e o paciente, e como conseqüência, lógico, o riso.
Segundo Carpenito (1997), qualquer interferência nas necessidades
básicas que são alimentação, ar conforto, segurança pode desencadear uma
carga de ansiedade que por sua vez, se manifesta de acordo com sintomas de
cada categoria, quer fisiológicos, cognitivos e emocionais, variando também
com o grau de ansiedade.
E assim, para tornar a hospitalização mais humanizada e menos
traumática, bem como minimizar o estresse e a ansiedade causados pela
brusca mudança na rotina, considera-se necessário a utilização de ferramentas
e recursos lúdicos, para evitar possíveis futuras seqüelas emocionais. Assim se
utiliza com grande sucesso, a recreação, que estimula o individuo a liberar
37
desta maneira, os sentimentos relacionados ao medo e a angustia (SCHMITZ;
PICCOLI; VIERA, 2003).
De acordo com Alfredo Cruz no documentário Risologistas de Colombo
(2009), o médico não deveria nem clinicar se não tivesse em meio aos seus
certificados e especializações, o diploma de palhaço. Isso porque todo médico
deveria entrar na profissão já tendo certo tato para lidar com o paciente, saber
entreter, não assustar, e se possível, curá-lo.
Segundo Masetti (p. 87, 2003), “o sorriso se mostra como um forte
indicador de saúde dentro do ambiente hospitalar. O sorriso é um indício de
que a vida cabe dentro de um meio asséptico”
O sorriso é visto como um fator de recuperação, pois além de levar a
um aumento da auto-estima e confiança, ele leva também a uma conduta ativa
quanto à situação vivenciada – ou seja, tira a criança de sua passividade ,
somente como espectador e a coloca também como agente participativo
atuante efetivo na sua própria recuperação (MASETTI, 2003).
3.4- O processo de trabalho
Segundo Hennington (2008) tendo em vista que a essência do trabalho
do profissional da saúde e em geral, o sofrimento e a dor do outro, ele também
traz muita dor para o trabalhador. Assim também como, as relações
hierárquicas e disciplinares, que também contribuem para um trabalho
embrutecedor. Humanizar deve estar relacionado na produção de saúde,
potencializando todas as formas possíveis de intervenções, que o ato de cuidar
possibilita.
De acordo com Barros (2006), tem que se construir um novo
direcionamento do trabalho baseado numa nova postura focada na
integralidade, exigindo mudanças nas praticas de atenção à saúde. A
inventividade e criatividade como peças-chaves desse processo são o reflexo
dos questionamentos sobre a própria pratica cotidiana, deslocando o olhar da
38
doença em si para o enfermo com suas particularidades, historias e
necessidades.
O trabalho em equipe é fundamental para a consolidação da
integralidade. Na construção dos esquetes, onde se leva em consideração a
cultura regional, as idéias e o planejamento são todos feitos em conjunto
(BARROS, 2006).
Segundo Godói (2004), a hospitalidade pode e deve reduzir
radicalmente o sofrimento de pacientes de clientes, minimizando a dor para
pacientes e familiares em momentos de dor e fragilidade. Os hospitais, a
despeito de seus esforços, necessitam de uma estrutura física e humana que
tragam menos trauma ao paciente, podendo então a hospitalidade atuar como
agente fomentador de aconchego e calor humano, contrastando com a frieza
usual do ambiente hospitalar, também devido ao fato da complexidade
característica dos hospitais, o que torna difícil sua administração nos moldes
ideais e desejados.
Uma das mais importantes questões desse processo é a quebra de
hierarquia e da rotina para dar lugar a um acontecimento inusitado. O médico
se transformando em palhaço músico, o dentista em palhaço fotógrafo, e a
ACS vira uma palhaça dançarina, sendo vistos então pelos usuários do serviço,
não como meros meios de se buscar a saúde, mas são lembrados muitos
meses depois, pela população porque aquelas imagens tradicionais de
profissionais da saúde, foram mudadas por causa da criação de um vinculo
mais forte entre eles e a população (GODOI, 2004).
39
CONCLUSÃO
Hoje se sabe, com comprovação científica, que os pensamentos
positivos e alegres promovem verdadeiros milagres no organismo; e, aliado à
isso, o riso e a alegria ativam determinada áreas do cérebro,envolvidas com
prazer e recompensa, estimulando a produção de endorfinas, que são
indispensáveis ao organismo, sem as quais o individuo estaria propenso à
depressão e às lembranças de experiências desagradáveis da hospitalização
Ainda, percebemos que cada vez mais a terapia do riso, ganha mais
espaço nas pesquisas desenvolvidas por universidades levando em conta o
processo de humanização no ambiente hospitalar através de uma postura
acolhedora e da visão holística do individuo, indo de encontro ao ambiente
hospitalar, que é marcado pela luta constante entre a vida e a morte.
Contudo, mesmo nesse ambiente estressante, a internação não pode e
não deve interromper o desenvolvimento da criança, e que sempre no hospital
deve haver um espaço no qual poderá se desenvolver toda a sorte de
atividades lúdicas, recreativas e pedagógicas. Por isso, quando o clown não
estiver disponível todo o tempo, os profissionais da saúde podem utilizar de
outras formas de artes, tais como : narração de historias infantis, brinquedos e
eles mesmos , enquanto profissionais da saúde se vestirem de clowns , o que
promoveriam um vínculo enorme de confiança com o paciente e com o
acompanhante. Na verdade, a atuação do clown no ambiente hospitalar seria
com um quebra-gelo na frieza da relação profissionais da saúde e paciente.
Quando um hospital quer se primar pela excelência dos seus cuidados,
sua atenção tem que estar voltada para a humanização, e quando isso
acontece, ele contempla em sua estrutura física, administrativa e tecnológica, o
respeito pelo ser humano, não importando quem se encontra inserido nele, o
que conduz excelentes condições para um atendimento de qualidade, com
atenção á dignidade.
Quando existe a possibilidade do internamento hospitalar, quando isso
ocorre, ela ficara expostas a muitos riscos, especialmente em relação ao seu
40
sistema imunológico. Mas ao se sentir feliz e descontraída, sua permanência
no hospital torna-se mais fácil, e sua recuperação pode ser mais rápida e
eficaz.
A boa interação com a criança hospitalizada, através da arte do teatro
clown, pode ser ampliada com a participação dos pais ou cuidadores e da
própria equipe de saúde. Quando se coloca em cena o lado saudável não só
da criança, mas também dos seus pais ou cuidadores, está se contribuindo
para redimensionar o processo de trabalho com a composição do técnico e do
lúdico.
A risoterapia realizada pelos clowns nos hospitais tem sido utilizada
como terapia alternativa, uma espécie de complemento à medicina tradicional,
e suas vantagens de uso está justamente no seu baixo custo e fácil
implementação. E com ela ocorre no paciente, um bem estar tanto físico
quanto mental, facilitando um processo de relaxamento, minimização do
sofrimento e contribuindo para um aumento da capacidade de sentir e amar.
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