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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A CONTRIBUIÇÃO DA NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA E DA EDUCAÇÃO MUSICAL PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM Por: Selma Regina de Souza Diniz Silva Orientador Profª. Marta Relvas Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A CONTRIBUIÇÃO DA NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA E DA

EDUCAÇÃO MUSICAL PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM

Por: Selma Regina de Souza Diniz Silva

Orientador Profª. Marta Relvas

Rio de Janeiro 2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A CONTRIBUIÇÃO DA NEUROCIÊNCIA PEDAGÓGICA E DA

EDUCAÇÃO MUSICAL PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Neurociência Pedagógica.

Por: Selma Regina de Souza Diniz Silva

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AGRADECIMENTOS

.

Agradeço a Deus por mais essa vitória em

minha vida, ao meu amado esposo pela

paciência e encorajamento dado, a minha

orientadora professora Marta Relvas e a

todos que direta ou indiretamente

contribuíram para que pudesse chegar ao

final esta etapa em minha caminhada.

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu esposo Fidelis de Oliveira Silva

Filho ao qual eu amo e tenho aprendido e

compreendido que para se alcançar um

objetivo há necessidade de darmos o primeiro

passo.

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RESUMO

Este trabalho monográfico tem por objetivo apresentar a importância da

contribuição do Ensino Musical e da Neurociência Pedagógica na construção do

aprendizado, procurando refletir sobre a contribuição de cada uma e identificando

em ambas as alternativas de auxílio ao aprendizado.

Depara-se com alunos oriundos de diversas realidades, necessitando de

estímulos para que possam compreender a conviver com as emoções e aprenderem

a interagir, para despertarem sentimentos, construtivos e indispensáveis a

concretização da aprendizagem.

Ao pensar no cérebro escolar de cada dia, no seu comportamento como todo

e as carências individuais de todos, refletir-se-á a possibilidade de melhoria na

prática pedagógica em prol do suprimento das necessidades existentes em nosso

cotidiano escolar.

Palavras-Chave: Neurociência, ensino-aprendizagem, educação musical.

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METODOLOGIA

O presente trabalho se baseia no estudo teórico, através de consultas e

pesquisas bibliográficas referentes ao assunto. Para tanto, destacar-se-á

pesquisadores como Marta Relvas, Violeta Gainza, Antonio Damásio e outros que

concedem aporte teórico para a realização do mesmo, levando a identificação da

relevância da educação musical em conjunto com a neurociência pedagógica na

construção do aprendizado.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Neurociência – Uma Breve história 09

CAPÍTULO II - A Educação e Aprendizagem no Campo da Neurociência 19

CAPÍTULO III – Contribuição da Neurociência e Música para o

Desenvolvimento cognitivo 29

CONCLUSÃO 39

A NEXOS 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45

BIBLIOGRAFIA CITADA 46

ÍNDICE 48

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INTRODUÇÃO

A música é a mais abstrata das manifestações do ser humano e exprime o

que há de mais profundo no espírito de todos os seres animados..

Nas sociedades primitivas, música e dança podiam ser expressões de

alegria, tristeza, guerra e sepultamento. Percebe-se, portanto que a música está

presente na vida do ser humano desde o seu nascimento até a sua morte, sendo

uma das manifestações culturais da sociedade. Ela faz parte do cotidiano escolar.

O educar através da música engloba vários aspectos do desenvolvimento

humano como a manifestação artística, expressiva, a ética, a consciência social e

coletiva, a aptidão inventiva e criadora, o equilíbrio emocional e o reconhecimento

dos valores afetivos.

A presença da música na educação auxilia a percepção, estimula a memória

e a inteligência relacionando-se ainda com habilidades linguísticas.

Atualmente, os estudos no campo da neurociência contribuem de forma

significativa no conhecimento do cérebro humano e sua relação com o aprendizado,

disponibilizando ao mediador conhecimentos que desvendam os mistérios que

envolvem o cérebro na aprendizagem, permitindo a compreensão sobre como se

processam a linguagem, a memória, a atenção, as nuanças, do desenvolvimento

cerebral e os processos envolvidos na aprendizagem escolar.

O presente trabalho tem em seu objetivo mostrar a contribuição da

neurociência pedagógica e música em prol do ensino e aprendizagem.

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CAPÍTULO I

NEUROCIÊNCIA – UMA BREVE HISTÓRIA

A curiosidade humana é muito despertada sobre o que se vê e ouve. E

algumas questões surgem como: por que algumas coisas dão prazer e outras não?

Como ocorrem os movimentos? Como se dá o pensamento e o aprendizado? Como

surgem as lembranças? Por que há o esquecimento? Por que sente-se tantas

sensações como a alegria, ódio, tristeza e/ou revolta? Todas estas perguntas e

muitas mais a cada dia estão sendo reveladas através do estudo da Neurociência

em toda a sua amplitude.

Herculano (2007) nos diz que Neurociência é o estudo científico do sistema

nervoso em sua estrutura, desenvolvimento, funcionamento, evolução, relação com

o comportamento e a mente bem como as suas alterações. Apesar de ser

tradicionalmente vista como um ramo da biologia, atualmente ela é uma ciência

interdisciplinar, colaborando com outras áreas como a educação, química, ciência da

computação, engenharia, antropologia, linguística, matemática, medicina, filosofia,

física e psicologia.

A associação neurocientista foi fundada em 1970. Porém, o homem deu

início ao estudo do encéfalo na antiguidade, como também, a própria ciência.

“Através da História, vários pesquisadores se perguntavam

como o homem aprendia e como o cérebro funcionava para

aprender. Os egípcios guardavam em vasos as vísceras e

jogavam o cérebro fora, pois não tinha serventia. Os assírios

acreditavam que o centro do pensamento estava no fígado.

Para Aristóteles, o cérebro só servia para resfriar o sangue e

definia o homem como um ‘animal social’.

Então, Hipócrates surge com a demonstração de que o cérebro

se dividia em dois hemisférios e que neles estavam todas as

funções biológicas e da mente.” (RELVAS, 2010, p. 20)

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As perguntas feitas sobre o funcionamento do cérebro, considerado o órgão

mais completo do corpo humano, atravessou séculos, e, continua, pois existem

espaços ainda não desvendados neste órgão que fascina desde a antiguidade até

os dias atuais.

O grande impulso da Neurociência deu-se, quando os cientistas tiveram a

percepção que a melhor forma de entendimento da função do encéfalo, ocorria

através da interdisciplinaridade, onde poderiam formar uma nova síntese e uma

nova perspectiva para a investigação científica. As pessoas hoje, envolvidas nesta

investigação, do sistema nervoso central, são consideradas neurocientistas. Sabe-se

que é muito amplo o campo a ser percorrido, pois a compreensão do funcionamento

do encéfalo requer conhecimento sobre muitos assuntos, que vão “desde a estrutura

da molécula da água até as propriedades elétricas e químicas do encéfalo e por que

o cão de Pavlov salivava quando uma campainha tocava”. (PARADISO &

CONNORS & BEAR, 2002, p. 3)

Estudos realizados relatam que os nossos ancestrais pré-históricos tinham o

encéfalo para a vida. Tais registros fornecem vários exemplos de crânios

hominídeos, com data de milhões de anos atrás, e nestes havia sinais de lesões

cranianas letais.

Através de um breve histórico da Neurociência, pretende-se clarear um

pouco a mente e o cérebro para o entendimento acerca de como se realizou toda a

caminhada do estudo cerebral e o seu funcionamento até os dias de hoje. Para isso,

dividir-se-á os períodos da História em etapas.

• Período Neolítico

O homem torna-se sedentário, aprende a cultivar a terra. Também

aperfeiçoa as suas técnicas, começa a desenvolver preocupações religiosas e

culturais. Neste tempo, iniciam-se as trepanações – do grego, Trupanom,

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perfuração, abrir um buraco - cranianas (não em toda a parte) para expulsar os

demônios do corpo. Provavelmente este processo era realizado na tentativa de curar

as pessoas de algumas enfermidades, pois os crânios encontrados mostram sinais

de cura após a operação e isto é um indicativo que este procedimento era realizado

em pessoas vivas.

• Grécia Antiga

Em vários escritos recuperados de médicos do Egito antigo, mostram

que eles estavam cientes de muitos sintomas que teriam causado o dano cerebral.

Porém, para eles o coração era sede dos espíritos e o repositório de memórias e

não o encéfalo, tanto que este era removido e jogado fora, quando o indivíduo

morria. Este pensamento permaneceu até a época de Hipócrates.

• Hipócrates (460 – 379 a.C.)

Frequentemente, considerado “pai da medicina”, estabeleceu a crença

de que o cérebro não apenas estaria envolvido com as sensações, mas, também,

seria o local da inteligência. Foi considerado cefalocentrista.

• Aristóteles

Afirmava que a mente tinha a sua sede no coração e não no cérebro.

Desta forma, não aceitando o conceito dado por Hipócrates, pois para Aristóteles

uma pessoa com forte emoção conduz o coração a uma aceleração, alterando o

mesmo durante as vivências emocionais. Devido a esta observação, ele deduziu que

a origem da mente só podia ter a sua localização no coração (cardiocentrista). Para

Aristóteles, o cérebro era como um radiador para resfriar o sangue aquecido pelo

coração. O temperamento racional era explicado pela capacidade de resfriamento

do cérebro.

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• Galeno (177 a. C.)

Abraça a visão de Hipócrates sobre o funcionamento do cérebro. A sua

opinião sobre o cérebro foi influenciada através das dissecações de animais. As

duas partes mais evidentes seriam o cérebro e o cerebelo. Ao perceber que o

cérebro era macio e o cerebelo mais duro, Galeno sugeriu que o primeiro fosse o

recipiente das sensações e o segundo comandaria os músculos. Ele também abriu o

cérebro e descobriu que este possuía cavidades, chamadas ventrículos. Com esta

descoberta, Galeno viu que se encaixava com a teoria de que o corpo funcionava de

acordo com um balanço dos nossos fluidos vitais, ou humores. Sensações eram

registradas e movimentos iniciados pelos movimentos dos humores para ou a partir

dos ventrículos do cérebro, através dos nervos, que se acreditava serem tubos,

como as veias sanguíneas.

• Idade Média

O conceito de Galeno é expandido através da correlação entre as formas

e as funções cerebrais em que três ventrículos foram considerados. O primeiro –

responsável pelo recebimento de informações do ambiente e correspondia às

sensações. O segundo responsável pelo processamento de informações em

imaginação e pensamento. O terceiro – armazenamento em memória.

Santo Agostinho (354 – 437 d. C.) propalou que a mente teria três partes:

razão, memória e vontade.

Posidonius de Rodhes (135 – 151 d.C.) defende que o cérebro teria três

divisões, sendo que cada uma possuía uma função: imaginação – frontal;

entendimento e raciocínio – médio e memória.

Constantinus Africanus foi o fundador da Escola Médica de Salerno no

século XII na qual adota as teorias médicas de Hipócrates e de Galeno e segue a

filosofia de Aristóteles.

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São Tomás de Aquino influenciado por Aristóteles separa mente e corpo,

combinando-os de acordo com os dogmas cristãos. Ele preconiza que as doenças

sérias seriam resultado de sobrecarga emocional, intoxicação, ou demais fatores

externos que atuariam sobre a mente.

• Renascença

Ocorre o desenvolvimento da anatomia. No começo do século XVII,

Versálius, através de dissecação em seres humanos, focando o cérebro e fazendo a

comparação deste com os animais, conclui que a sede da mente não está nos

ventrículos cerebrais, pois tanto o homem como os animais possuem ventrículos

muito iguais.

• René Descartes (1596 – 1650)

Publica o Discurso do método e cria um dualismo na natureza humana,

onde uma parte estava relacionada com a mente e outra com o corpo, ligando-se

estas estruturas através da glândula pineal. Descartes conclui que a maioria das

atividades do corpo, como sensação, movimento, digestão, respiração e sono, é

explicada pelos princípios mecânicos, onde o corpo físico e o cérebro funcionam.

• Iluminismo

Luigi Galvani (anatomista), inicia o estudo experimental do sistema

nervoso, descobrindo que o seu funcionamento se dá à partir de relações elétricas

que possuem áreas específicas para determinadas funções e que ainda existem

células específicas no cérebro (neurônios) responsáveis pela comunicação de

informações. Foi um dos primeiros a investigar experimentalmente o fenômeno

chamado bioeletricidade. Essa descoberta acaba com a ideia de que os nervos

comunicavam-se com o cérebro através do movimento de fluidos.

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• Frenologia

Phrenos é o termo grego para mente. Franz Joseph Gall (1758-1822) ,

médico neuratomista, ilustra com precisão as circunvoluções corticais e em 1790,

seu estudo de localização cerebral é denominado de cranioscopia. Gall propôs três

ideias: a primeira, que todo o comportamento emanava do cérebro. A segunda, que

determinadas regiões do córtex cerebral controlavam funções específicas, sendo

que este não agia como órgão único, porém era dividido em 27 órgãos. A terceira

(sem comprovação científica) dizia que o centro de cada função crescia com o uso.

• Luigi Rolando (1809)

Responsável pela primeira estimulação de um nervo no tecido cerebelar.

• Pierre Brocar (1860 – 1870)

Realizou correlações anatômicas das afazias e descobriu uma área no

cérebro, relacionada com a expressão da fala (área de Broca). Em 1861, publica um

artigo sobre a afazia de emissão, mostrando que existe estreita relação entre uma

localização cerebral e uma função psicológica.

• Carl Wernicke (1874)

Estudou uma área do cérebro relacionada a um tipo de afazia, a

compreensão da linguagem (área de wernicke).

• Friedisch Gortz (1890)

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Realizava lesões no cérebro dos cães, mantendo-os vivos por extenso

período. Através destes experimentos queria provar a separação das funções e

manutenção da vida das funções superiores.

• David Ferrier (1870)

Realizou estimulação precisa no córtex de macacos.

• Gustav Fritsch e Edward Hitzig

Fazem estimulação elétrica do córtex de cães acordados.

• Cajal (1890)

Neuroanatomista, estabeleceu que cada célula nervosa é única, distinta e

individual.

• Sherrington

Este cientista ao estudar as reações, relata que as células nervosas

(neurônios) respondem a estímulos e são conectadas por sinapses.

• Raio X

O físico Röntgen descobre essa tecnologia que serve para exames como

a Angiografia Cerebral.

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• Tomografia Computadorizada

Em 1972 é criada a primeira máquina de tomografia que realiza a

captação de imagens, produzindo com clareza o encéfalo e a medula espinhal em

vida, fornecendo informações fisiológicas e patológicas, como a TCA (Tomografia

Computadorizada Axial), PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) e a RM

(Ressonância Magnética).

Devido ao surpreendente desenvolvimento da neurologia que ocorreu

na década de 1990, esta ficou conhecida como “a década do cérebro”. Através das

conquistas desta ciência e dentre elas as descobertas feitas com relação à memória,

a questão do aprendizado passa a estar conectada com a neurologia.

O conceito de localização cerebral foi estabelecido nas neurociências

no final do século XIX. Os estudos percorridos ao longo dos anos, concederam à

atualidade a informação de que determinadas funções cerebrais são

desempenhadas por estruturas diferenciadas.

A história atual das neurociências, ainda está sendo escrita. Os estudos

a seguir sobre o encéfalo são muito importantes para a sociedade, estudos estes

que não podem parar, ou seja, a sua continuidade resultará em grandes benefícios

para a humanidade.

Compreender o funcionamento do encéfalo é um grande desafio. Para

tanto, estabelece-se uma apresentação de cada nível:

• Neurociências Moleculares → Consiste em que a matéria encefálica

possui variedades de moléculas, das quais muitas são exclusivas do

sistema nervoso, e têm diferentes papéis para o funcionamento

cerebral.

• Neurociências celulares → É o estudo de como as moléculas

trabalham juntas para conceder ao neurônio as suas propriedades

especiais.

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• Neurociências de Sistemas → Inúmeros neurônios formam circuitos

complexos que realizam uma determinada função comum; Tem-se

como exemplo, a visão (sistema visual) e o movimento voluntário

(sistema motor) e cada um com os seus próprios circuitos dentro do

encéfalo.

• Neurociências Comportamentais → Nela estuda-se várias questões

do comportamento humano e como os sistemas neurais trabalham

juntos para poderem produzir comportamentos integrados. Qual

sistema neural é responsável pelos comportamentos específicos de

cada gênero? De onde vêm os sonhos?

• Neurociências Cognitivas → Um dos grandes desafios foi a

compreensão dos mecanismos neurais que são responsáveis pelas

atividades mentais superiores do homem. São elas: consciência,

imaginação e linguagem.

“A meta das neurociências é compreender como o sistema

nervoso funciona. Muitas percepções importantes foram

adquiridas a partir de ‘um ponto de vista’ externo ao cérebro e à

própria cabeça, pois como a atividade cerebral reflete-se no

comportamento, medidas comportamentais cuidadosas

informam acerca das capacidades e limitações da função

cerebral. Modelos de computador que reproduzem as

propriedades computacionais do encéfalo podem nos ajudar a

compreender como tais propriedades se desenvolveram.”

(PARADISO & CONNORS & BEAR, 2002, p. 20)

Ao trazer o foco para o aprendizado, observa-se todo o caminho

percorrido pela Neurociência no procedimento cerebral, na área da compreensão e

cognição. Este traz ampla possibilidade de capacitação do mediador no que diz

respeito a compreensão e entendimento sobre os aspectos do desenvolvimento

cognitivo e aprendizagem no âmbito escolar.

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O aprender é uma mistura bastante complexa, onde envolve-se vários

elementos como: pedagógicos, emocionais, culturais e biológicos. Tais elementos

necessitam ser analisados, continuamente nos alunos, pois ao sofrer este processo

de análise, o mediador saberá quais são as ferramentas a serem usadas com cada

um, tendo desta forma, melhores condições na construção do aprendizado. O

cérebro é parte integrante do homem, logo é preciso ter o conhecimento do mesmo

e empregá-lo ao pedagógico para melhor conduzir o aluno a alcançar todas as

etapas do aprendizado.

A compreensão do sistema nervoso como agente participativo do

desenvolvimento comportamental e cognitivo do ser humano, concede ao educador

o auxílio no entendimento do processo de ensino-aprendizagem, onde ele através

do reconhecimento de problemas cognitivos, poderá intervir de forma

pedagogicamente correta, facilitando o aprendizado. Quando ocorre a união entre o

sistema nervoso e o processo cognitivo na aprendizagem temos a atuação da

neurociência pedagógica.

Conclui-se nos dias atuais que “Homem e cérebro estariam dissociados e,

agora não mais: integram-se dinamicamente, constituindo o sistema funcional do ser

humano em ação para aprender, interagir e se relacionar com o meio que o cerca.”

(RELVAS, 2010, p. 20)

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CAPÍTULO II

A EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM NOS CAMPOS DA

NEUROCIÊNCIA E MÚSICA

A educação tem em seu objetivo a modificação do homem e o

desenvolvimento das possibilidades do ser, visando a sua melhor integração

individual e social.

Através da educação e aprendizagem na sala de aula, é possível, portanto

permitir que o aluno se transforme não somente no âmbito pedagógico, mas,

também, como indivíduo.

“Ensinar não é transmitir conhecimento mas criar as

possibilidades para a sua produção ou a sua construção.

(FREIRE, 1996, p. 21)

Em estudos apresentados através da neurociência, quando se fala em

educação e aprendizagem, reporta-se aos processos neurais, redes que se

estabelecem, neurônios que se ligam e realizam novas sinapses (ligações entre os

neurônios por onde passam os estímulos).

A Neurociência apresenta-se de forma interdisciplinar, procurando tanto o

desenvolvimento do saber, quanto a junção destes, direcionando-os para resolver

problemas do dia a dia da sala de aula. O educador é o mediador constante e para

isto necessita ter o conhecimento do funcionamento do sistema nervoso central em

suas dimensões biológicas, psicológicas, emocionais e sociais. Ao deter tal

conhecimento ele poderá ensinar com qualidade através dos recursos pedagógicos

que levem estímulos corretos e no momento exato, para que este possa integrar,

associar e entender os conteúdos abordados em sala de aula. Ao obter o

conhecimento do cérebro, o educador compreenderá melhor como alcançar o aluno

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que apresenta certa dificuldade no aprendizado, pois através do conhecimento já

obtido, terá a oportunidade de aplicar o ensino de outra maneira, alcançando o

entendimento e a compreensão do aluno. Desta forma, muitas dificuldades de

aprendizagens poderão ser solucionadas ou amenizadas.

“Os educadores atualmente precisam conhecer este incrível

mundo chamado cérebro humano para elaborar, definir e

organizar melhor conceitos sobre aprendizagem, identificando,

por meio do sistema nervoso central, seus processos e como

produzem modificações mais ou menos permanentes, que se

traduzem por uma modificação funcional ou comportamental,

permitindo a melhor adaptação do indivíduo ao seu meio como

resposta a uma solicitação interna ou externa do organismo.”

(RELVAS, 2012, p. 20)

Do ponto de vista neurocientífico, o aprendizado se dá quando ao receber

um estímulo já conhecido do sistema nervoso central, ocorre a lembrança. Quando

recebe um estímulo novo passa a ocorrer uma mudança.

2.1 – Educação - Conceito

O significado exato da palavra educação no dicionário Aurélio é: “Ato ou

efeito de educar (-se). Processo de desenvolvimento da capacidade física,

intelectual ou moral da criança e do ser humano em geral”.

Através da educação ocorre a ampliação do universo do ser humano, em

que este é levado a refletir no que lhe é ensinado e, através desta reflexão, ele

poderá avaliar o seu grau de entendimento e conhecimento do assunto, do qual

poderá extrair questões para o melhor desenvolvimento, e este vem a ser o

constante movimento do ser humano.

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“No processo educativo em estabelecimentos de ensino, os

conhecimentos e habilidades são transferidos para as crianças,

jovens e adultos sempre com o objetivo de desenvolver o

raciocínio dos alunos, ensinar a pensar sobre diferentes

problemas, auxiliar no crescimento intelectual e na formação de

cidadãos capazes de gerar transformações positivas na

sociedade.” (Significado de Educação, 2011)

O educador deve ter em mente a compreensão do crescimento e

desenvolvimento evolutivo do educando. Quando isto acontece é possível ao

docente dar o devido valor a influências formativas do passado; permitindo-lhe,

ainda, adaptar situações de aprendizagens aos vários estágios do desenvolvimento

e às experiências adquiridas anteriormente dos alunos.

Para que o ensino seja proveitoso é essencial que o professor compreenda

os diferentes sentimentos e atitudes dos seus alunos provenientes de camadas

sociais com lastros culturais diversos.

2.2 – Aprendizagem - Conceito

O conceito de aprendizagem diz que esta compreende as atividades que

realizam os seres humanos para conseguir o objetivo que se pretende.

Durante muitos anos, tanto o ensinar quanto o aprender foram realizados

dentro de um único processo. Porém, hoje em dia, através dos avanços científicos

foi verificado que são processos distintos.

Na aprendizagem estabelece-se relações, re-elaborações, atribuições e

partilhamentos de significados. O conhecimento já não é mais um acúmulo, porém

ele é transformado, integrado e ampliado.

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Quando uma nova informação se relaciona a um acontecimento importante,

já existente na estrutura do conhecimento do indivíduo, se dá o processo de

aprendizagem. Ou seja, a aprendizagem vem a ser a interação de conhecimentos

antigos com os conhecimentos atuais, sendo que cada um destaca-se em sua

importância. De forma generalizada, a aprendizagem é a aquisição de qualquer

conhecimento que se percebe a partir de uma informação.

Aprendizagem é o complexo processo pelo qual o cérebro reage ao estímulo

do ambiente e ativa as sinapses, sendo que a cada estímulo novo, a cada repetição

de um comportamento que permaneça, tem-se circuitos que processam as

informações que deverão realizar a consolidação.

“Aprendizagem é a modificação do comportamento, como

resultado da experiência ou aquisição de novos conhecimentos

acerca dos meios, e a memória é a retenção deste

conhecimento por um tempo determinado.“ (RELVAS, 2010, p.

36)

2.3 – A música e o homem

A música desde a antiguidade fazia parte da vida das civilizações. Através

das pinturas e esculturas gravadas em vasos, túmulos, pirâmides, documentos com

desenhos de instrumentos e dançarinos revelaram-se as primeiras manifestações

musicais.

Os habitantes da Mesopotâmia acreditavam que os intervalos musicais era

um reflexo da harmonia do universo. Com estudos realizados supõe-se que a

música era estudada juntamente com a Astronomia e a Matemática.

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Os gregos tinham a música como uma cultura intelectual. Em geral, ela era

considerada a cultura do espírito e um dos principais ramos da educação bem como,

um dos principais atributos dos deuses gregos.

“Entre os gregos, a música era considerada elemento

integrante da vida do pensamento, para eles era um fator

fundamental da educação do espírito e da formação do caráter.

Era parte essencial do ensino da juventude.” (SILVEIRA, 1975)

No período da Idade Média, a igreja fez da educação o seu monopólio e

passou a fazer da mesma um treino para a entoação correta do cantochão.

As primeiras escolas chamadas de scholae cantorum surgiram neste período

e assim permaneceram por muitos séculos, onde também permanecia a associação

da teoria musical com a matemática e a astronomia. Esta associação prosseguiu no

período renascentista no qual as matérias eram divididas em dois grupos:

quadrivium (geometria, aritmética, música e astronomia) e o trivium (gramática,

dialética e retórica).

No período renascentista o conhecimento musical era algo indispensável a

qualquer artista ou pensador.

Durante os séculos XVIII – XIX, vários reformadores da educação basearam-

se no filósofo francês Jean-Jacques Russeau (1712-1778), que em seu livro Emile,

inclui proposta para o treino musical e sugere que o interesse pela música poderia

vir através do aprendizado de canções simples por ouvido, da mesma maneira que

aprende-se a falar, vindo depois a leitura musical, ideia que hoje em dia muitos

professores concordam.

Após Russeau, alguns pensadores também contribuíram com o valores da

música na educação como Pestalozzi, no qual sustentava que a música ajudava a

“harmonizar” o caráter. Também Froebel dizia que a música ajudava a criança a

realizar todo o seu potencial. A criança necessita ser sensibilizada para o mundo dos

sons, pois através do órgão auditivo se dá o contato com os fenômenos sonoros e

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com o som. Ao obter maior sensibilidade para o som, a criança descobrirá maiores

qualidades.

A música estimula a área do cérebro não desenvolvida por outras

linguagens, como a escrita e a oral. Ela quando bem trabalhada desenvolve o

raciocínio, criatividade e outros sons e aptidões. A expressão musical desempenha

importante papel na vida de toda a criança e ao mesmo tempo desenvolve a sua

imaginação e, também, conduz a autodisciplina e consciência rítmica e estética.

Favorece, também, a invenção ao despertar às faculdades criadoras de cada um.

Na Europa Central, o ensino musical era ligado com os movimentos

corporais, a importância do ritmo, coordenação motora e memória auditiva.

Hoje em dia, praticamente, a música é ouvida todo o tempo, pois os fones de

ouvido conectados aos celulares emitem a canção escolhida. Ela é parte integrante

da vida, ao cantar, batucar, ouvir um rádio ou televisão, e se faz presente em todas

as mídias tornando-se, assim, em uma linguagem de comunicação universal. A sua

utilização abrange várias formas seja no sensibilizar, vender, ajudar, religiosa,

protesto e outros.

A música, ao ser produzida ou reproduzida, é realizada conforme o contexto

sociocultural e econômico da localidade. Possui a capacidade estética de traduzir

sentimentos, atitudes e valores culturais de um povo ou nação. Portanto, a sua

linguagem é abrangente ao local bem como ao global.

O homem em sua conduta manifesta-se segundo os seus princípios

formadores (biológico e psicológico), a soma destes princípios e mais o meio que

vive/viveu, família, região de origem e estrutura monetária familiar, ocuparão espaço

dentro deste indivíduo, o qual, através de sua ação (movimento), manifestará toda a

complexidade existente em seu ser. Esta manifestação é chamada de conduta, e o

procedimento da mesma é que trará para a sociedade o indivíduo.

A escola é composta por alunos com condutas variadas, devido a fatores

históricos diferentes como: vivência familiar, local de habitação, vivência musical e

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contexto social em que vivem. Estes alunos, devido a tal diversidade, apresentarão

diversas formas de se expressarem musicalmente. Cada ação por eles praticada

será o reflexo do que internamente possuem. Vê-se que o docente terá certa

dificuldade com relação à aproximação para com estes alunos. Ele deverá observá-

los em suas manifestações, para obter um quadro geral dos aspectos musicais que

eles possuem, e, mediante a isto, formular a trajetória musical a ser alcançada. Este

professor atentará para a não rotulação destes alunos, pois isso prejudicaria o

processo de aproximação. O que deve ser lembrado é que o aluno, como todo o ser

humano, “possui certos aspectos que funcionam bem e outros que vivem em

conflitos, bloqueios e dificuldades. Esse dado é de fundamental importância para a

educação musical porque, a partir daí, o professor poderá organizar a sua estratégia

e elaborar o seu plano de operações.” (GAINZA, 1998, p. 52).

A música no âmbito escolar traz a oportunidade de formação a adultos mais

humanos, fraternos, sensíveis, flexíveis, sociáveis e demais qualidades.

Concluí-se, desta forma, que em geral a música está presente na vida do ser

humano desde o seu nascimento até a sua morte. Portanto, ela é a nossa eterna

companheira.

2.4- Musicalização

A musicalização é a ação de tornar a criança sensível e receptiva aos sons,

concedendo contato com o mundo musical existente dentro dela. A música trabalha

na criança a percepção de seus fundamentos como: ritmo, melodia e harmonia.

O ritmo além de levá-la ao movimento do corpo, trabalha também a

percepção sensorial motora. A melodia auxilia no desenvolvimento da fala, rapidez,

no raciocínio e concentração. Ao cantar e tocar ao mesmo tempo, a criança tende a

buscar a harmonização sonora e desta forma ocorre a contribuição para a

socialização do grupo, pois o interesse se faz comum a todos.

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A proposta da musicalização é a de despertar o interesse do aluno,

motivando-o ao aprendizado, dando maior capacidade de concentração,

organização, ordem e respeito mútuo. Ela treina o cérebro para formas mais

relevantes de raciocínio, e isto auxilia na aprendizagem. Aos poucos, a criança vai

formando a sua identidade, percebendo a sua diferença com relação aos outros e ao

mesmo tempo busca a integração com os outros. Passa a desenvolver a autoestima,

e a autorrealização, aprendendo a aceitar as suas capacidades e limitações.

“A motivação é uma das mais importantes condições de que

depende a aprendizagem. Ela inclui todas as condições

internas e externas que produzem uma expansão de atividade

e dão direção ao comportamento. (...) Interesses e motivos são

uma parte da própria vida. São inerentes à natureza da

criança. O problema do professor é descobrir, dirigir e

capitalizar os interesses, necessidades e motivos que o

estudante tem na sua fase particular de desenvolvimento.”

(SAWREY, 1976, p. 61)

Como foi dito acima, o professor deverá observar em seus alunos os

aspectos que devem ser trabalhados e aqueles que podem ser aperfeiçoados.

Dentre estes aspectos, destacamos o prazer (sentido, afeto) e a recreação.

Sendo a música uma linguagem, ela poderá funcionar de forma estimulante,

de maneira a encorajar, animar e ativar dentro do educando a autoconfiança e o

prazer.

A utilização de variadas atividades e tipos de músicas é de grande

importância para o desenvolvimento cerebral da criança, pois a música apresenta-se

como um estímulo ao aprendizado, além de desenvolver a afetividade, socialização

e auxílio no progresso da aquisição da linguagem.

As atividades musicais fornecem um potencial enorme para auxiliar no

desenvolvimento do cérebro dos alunos. Deve-se planejar e realizar

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cuidadosamente cada atividade para que os sistemas do neurodesenvolvimento do

educando sejam alcançados de forma satisfatória. Também há a necessidade do

educador estar atento ao desenvolvimento individual do seu aluno, para ter o

parâmetro do que este alcançou e onde necessita ser desenvolvido. O educador

deve lembrar-se que além de todo o processo de desenvolvimento musical do aluno,

a musicalização deve ser realizada de forma divertida, onde o educando desenvolve

o prazer, a cultura e os diversos estilos musicais.

Paynter (1972) vê o “desafio como um estabelecimento de um progresso

onde imperam a sensibilidade e o prazer com sons e suas qualidades expressivas”,

pode-se direcionar o pensamento para a construção musical a qual, devidamente

orientada, proporcionará aos alunos a ampliação deste universo, pois possuímos

dentro de nós caminhos por vezes não explorados.

À medida que o prazer é sentido “em algo”, é porque, de alguma forma, este

algo nos afeta (no sentido positivo da palavra). Em se tratando de música, ou

melhor, da educação musical, este afetar está canalizado ao sentido de satisfação e

envolvimento do aluno com o universo musical mais ampliado, pois não deve-se

desfazer do que musicalmente este educando possui, muito pelo contrário,

aproveitando os conhecimentos já recebidos, apresentar-se-á este caminho da

oportunidade de colocar em prática todo o seu conhecimento musical, através do

fazer, do criar, e recriar.

Analisa-se da seguinte forma: qual o sentido de tudo isto na vida dos

educandos?

Quando se dispõe a exteriorizar o pensamento musical, será proporcionado

ao educador e ao educando, a oportunidade de um enriquecimento musical e

humano muito grande, pois a cada momento em que houver o intercâmbio de

criações, haverá também um aprimoramento do relacionamento humano, através do

entendimento, sensibilidade e respeito mútuo.

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Ao analisar a proposta educacional de Orff, percebe-se que o papel do

professor é o de conduzir a reflexão sobre o fazer, atentando para a qualidade da

elaboração coletiva e tornar o aluno consciente de suas realizações musicais.

E o que pensar da recreação? Gainza nos diz o seguinte:

“Educar-se na música é crescer plenamente e com alegria.

Desenvolver sem dar alegria não é suficiente. Dar alegria sem

desenvolver tampouco é educar.” (GAINZA, 1998, p. 32)

A recreação musical traz a proposta de uma realização mais descontraída

dos pontos que foram atingidos no decorrer do aprendizado musical; com a soma

deste , haverá uma avaliação do processo de trabalho no qual compreender-se-á

até onde o nosso objetivo é alcançado e, se houver a necessidade de repensá-lo,

assim será feito, pois deve-se estar alerta ao constante desenvolvimento, que,

como já foi dito anteriormente, é o constante movimento do ser humano.

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CAPÍTULO III

CONTRIBUIÇÃO DA NEUROCIÊNCIA E MÚSICA PARA O

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

O entendimento de todo o processo de aprendizado tem sido um enorme

desafio. A neurociência traz o desvendamento com relação aos estudos realizados

sobre os cérebros que encontram-se em sala de aula, contribuindo também na

caminhada da aprendizagem. Ela investiga o processo de como o cérebro aprende e

lembra desde a fase molecular e celular até as áreas corticais.

O aprendizado acontece em quatro estágios, onde, primeiramente, ocorre

uma experiência concreta, depois desenvolve-se uma observação reflexiva e uma

conexão. Cria-se hipóteses abstratas e realiza-se estas até obter uma nova

experiência concreta. Ou seja, ao receber uma informação concede a ela algum

significado e cria-se novas ideias a partir deste significado colocando-se em prática.

Para este processo ser totalmente desenvolvido são utilizadas diversas áreas

diferentes do córtex cerebral, onde cada uma apresenta uma finalidade única. Por

isso, ao passar pelos quatro estágios ocorre a ampliação ou geração de uma nova

conexão cerebral e desta forma acontece o aprendizado natural.

“A neurociência estuda o sistema nervoso central em seu

pleno desenvolvimento nos aspectos neuroquímicos, biológico

celular, anatômico, fisiológico, psicológico, emocional e social

para a compreensão do comportamento humano que considero

a ponta do ‘iceberg’, pois é o quanto o indivíduo percebe de si

mesmo e do outro nas relações.” (RELVAS, 2012, p. 16)

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Aprendizagem e educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento

do cérebro que ao receber estímulos do ambiente leva os neurônios a formar novas

sinapses.

A música também contribui na formação do educando, no desenvolvimento

da personalidade, ampliação cultural, enriquecimento da inteligência e evolução da

sensibilidade. Amplia a variedade de linguagens desencadeando a descoberta de

novos caminhos para a aprendizagem. Através da música o aluno aumenta a

capacidade de concentração, raciocínio lógico-matemático e a memória. Também

desencadeia as emoções e as relações. Portanto, os benefícios da música é

extensivo para todas as áreas da aprendizagem.

3.1 – Neurociência Cognitiva

A palavra cognição vem do latim, cognitione, ou aquisição de conhecimento,

percepção. Entende-se sobre esta aquisição de conhecimento, que há uma

necessidade, mesmo de forma simplificada, de entender as funções cognitivas e as

suas relações com o cérebro.

As funções cognitivas são um conjunto de funções cerebrais permissíveis a

recepção, processamento e resposta aos estímulos, podendo ser estes externos e

internos. Todo este conjunto representa o pensamento, que possibilita a elaboração

do raciocínio e da emoção.

Em qualquer processo de aprendizado, a criança realiza quatro etapas em

seu processo cognitivo. A primeira é a percepção – quando recebe a informação

através do sistema nervoso central, tais informações são decorrentes do meio

externo, por meio dos sentidos da visão, audição, tato, gustação e olfato; O sistema

nervoso central dá o significado ao que está sentindo, podendo categorizar a

sensação ou correlacioná-la com as outras já anteriormente vivenciadas. A segunda

etapa é a memória – quando ocorre o registro da informação mesmo que seja de

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forma temporária; Esta é chamada de memória de trabalho que dura de segundos a

minutos. Também é responsável pelo processamento em tempo real das

informações recebidas do meio e das informações resgatadas da memória

permanente para a execução do raciocínio. A terceira são as funções executivas –

processam os elementos da informação relacionando-os com materiais previamente

armazenados em sua memória. A quarta são as funções expressivas – emitem as

respostas através de alguma forma de comunicação. A consolidação de todo este

processo se dará no hipocampo.

“A consolidação é uma tarefa anatomicamente circunscrita a

uma área profunda do lobo temporal, denominada hipocampo.

É esse que tria e determina quais informações, dentre as

milhares processadas pela memória de trabalho a cada minuto

de nossas vidas serão permanentemente retidas por nosso

córtex cerebral, de forma ordenada pela área respectiva a

modalidade cognitiva da informação.” (MAIA, 2011, pág. 35)

O sistema nervoso central divide-se em sistema nervoso periférico - No qual

encontra-se raízes, plexos e nervos que colocam o sistema nervoso central em

contato com os órgão efetores, principalmente os músculos voluntários; Também

trazem informações periféricas de sensibilidades e sentidos - , Sistema nervoso

autônomo – se relaciona ao controle involuntário de funções orgânicas.

O sistema nervoso é o conjunto de órgãos responsável pela mente, relação

do indivíduo e controle de funcionamento de diversos outros órgãos. Em sua função

cognitiva que abrange o pensamento e emoção, a motricidade e equilíbrio,

sensibilidade como o tato, dor, temperatura, pressão, vibração, os sentidos como a

visão, audição, gustação e olfato, bem como o controle interno da respiração,

circulação e liberação hormonal.

O cérebro é a parte mais desenvolvida do sistema nervoso central. Está

dividido em três partes fundamentais: o hipotálamo que é um pequeno órgão com

localização na base do crânio e que controla as funções de sobrevivência (fome,

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saciedade, sede e impulso sexual); Sistema límbico que tem a função de prover as

emoções e possui a responsabilidade do equilíbrio ou desequilíbrio emocional ,

também, pela produção das sensações dos processos emotivos; e o córtex que

possui três tarefas que são o controle dos movimentos do corpo, percepção dos

sentidos e o pensamento.

Além disso, o cérebro compreende dois hemisférios (direito e esquerdo) com

quatro lóbulos cada um:

§ Lobo frontal → Controla a motricidade, planeja os atos, modula a

memória imediata, controla a atenção e a organização psicomotora, o

afeto, o raciocínio, personalidade e fala (articulação);

§ Lobo parietal → Registra e interpreta as sensações;

§ Lobo temporal → Percepção e interpretação do paladar, olfato,

estímulos auditivos verbais e não verbais. Está relacionado a

memória (episódica e emocional), emoções primitivas como a

saciedade, impulso sexual, impulso de proteção (como fuga ou luta);

§ Lobo occipital → Percepção e interpretação das sensações visuais.

A estrutura dos hemisférios cerebrais direito e esquerdo são iguais, com

áreas análogas no que se refere à especificidade sensorial, motora ou cognitiva,

sendo que cada lado realiza etapas diversificadas de um mesmo processo.

O hemisfério esquerdo normalmente é o dominante e possui as funções da

linguagem, bem como funções específicas de análise dos objetos como a

decodificação da leitura, escrita, cálculos primários, percepções visuais analíticas.

Ele também se associa com sequências de ação que são a base da maioria de

movimentos corporais.

O hemisfério direito possui maior capacidade para o processamento da

informação visório-espacial que não se descreve em palavras. Ele é conhecido

como o hemisfério “sintetizador”.

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São vários os vínculos que interligam a cognição, a afetividade, a

sensibilidade e a motricidade. Esses vínculos são de responsabilidade do neurônio,

o qual tem capacidade de produzir e conduzir impulsos elétricos criando a chamada

“rede neural’. O aprendizado é considerado quando esta rede atinge uma solução

generalizada para uma classe de problemas.

Para o processo de aprendizagem ser realizado ocorre a participação de

outras estruturas como o tronco encefálico, em relação ao ciclo maturacional da

atenção e do cerebelo que também age nos processos de mudança do foco da

atenção e da manutenção da mesma.

Piaget em sua teoria afirma que a aprendizagem e o desenvolvimento são

duas fontes diferenciadas de aquisição e conhecimento, existindo entre elas uma

relação de interdependência.

“Aprendizagem é um processo normal, harmônico e

progressivo de exploração descoberta e reorganização mental

em busca de equilibração da personalidade.” (PIAGET, 1978,

p. 15)

3.2 – A música no Desenvolvimento cognitivo

É preciso lembrar que todo o aluno possui sua fonte de conhecimento, que

é absorvida no seu dia a dia, através da experimentação de situações vividas. Desta

maneira, quanto mais rico forem os estímulos recebidos, melhor será para o seu

desenvolvimento intelectual. Ao receberem e vivenciarem as experiências rítmicas

musicais que proporcionam uma participação ativa como ver, ouvir, e tocar, ocorrerá

de forma favorável o desenvolvimento de todos os seus sentidos, pois ao trabalhar

com sons o aluno desenvolve a sua acuidade auditiva. Ao trabalhar com gestos ou

danças acompanhando a música estará desenvolvendo a coordenação motora e a

atenção. Ao cantar ou imitar os sons o aluno estará desenvolvendo as suas

capacidades e estabelecendo relações com o ambiente de sua vivência.

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“A música é um elemento de fundamental importância, pois

movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação

e o desenvolvimento. (...) a música atinge a motricidade e a

sensorialidade por meio do ritmo e do som, e por meio da

melodia atinge a afetividade.” (GAINZA, 1988, p. 25)

A aquisição do aprendizado por meio da música, acontece através de vários

mecanismos que agem juntos em uma grande estrutura (Não é apenas o trabalho de

um módulo neural). Para o entendimento deste processo é preciso ter clareza na

compreensão de todo o mecanismo neuroanatômico e neurofisiológico da área

musical.

A percepção musical envolve o sistema auditivo nas áreas primárias e

secundárias. Também os lobos temporais (que são áreas de associação auditiva). O

lado esquerdo do córtex auditivo primário faz a rápida análise de estruturas de

tempo, diferença de voz e de articulações. O lado direito faz a análise de

decomposição dos sons.

O timbre é processado na área secundária e a percepção da melodia que

envolve tempo, altura e palavras se dão na área de associação. Ao ouvir uma

música há o englobamento de diferentes padrões, associações, emoções,

expectativas e isto envolve um conjunto de operações cognitivas e perceptivas que

são representadas no sistema nervoso central. Algumas dessas operações ocorrem

de forma independente e outras de forma integrada, ligadas às experiências já antes

adquiridas e guardadas na memória, transformando em um significado.

Para Straliotto (2001), a inteligência pode ser desenvolvida por meio da

audição, já que cada código sonoro representaria um espaço ativado no cérebro,

com a finalidade de reter a informação. Os neurônios, que recebem as informações

codificadas, após serem ativados pelos códigos musicais, ficariam “abertos” para

receberem conhecimento de outros órgãos dos sentidos. A ativação dos neurônios

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seria ampliada a medida que novos conhecimentos vão se somando por meio dos

cinco órgãos do sentido.

3.2.1 – A música no Desenvolvimento psicomotor

O movimento é a primeira manifestação da vida do ser humano. Sabe-se

que desde a vida intra-uterina ocorrem os movimentos que serão importantes para

a formação estrutural e comportamental do ser humano. A criança no decorrer de

seu movimento corporal adquire o conhecimento de si mesma e promove processos

e descoberta de mundo e socialização. Com o passar do tempo, esses movimentos

se tornarão mais complexos através das experiências vividas pela criança. Eles são

fundamentais para o desenvolvimento motor, autonomia e de identidade, quando a

criança passa a realizar os seus próprios desejos tornado-a segura e confiante em

suas capacidades, pois o corpo é a primeira forma de linguagem que a criança

adquire.

O ritmo desempenha um importante papel na formação e equilíbrio do

sistema nervoso, pois toda a expressão musical ativa age na mente favorecendo

uma descarga emocional, uma reação motora e alívio de tensões. Além disso, as

atividades rítmicas musicais permitem o desenvolvimento do senso rítmico e

coordenação motora (importante também para o processo de aquisição da leitura e

escrita).

Na realização de atividades psicomotoras musicais ocorre a contribuição

para o desenvolvimento da percepção auditiva, sensorial, a linguagem oral e

corporal. Também acontecerá o aprendizado do controle dos impulsos, aprimorando

o equilíbrio do sistema nervoso. A música é muito importante para o

neurodesenvolvimento do aluno. Sabe-se que em sua prática a música faz com que

o cérebro funcione em rede, exigindo a atenção dos sentidos de forma simultânea

(visão, audição, tato) e que também potencializa a aprendizagem cognitiva em

relação ao raciocínio lógico (memória, concentração, espacialidade e o raciocínio

abstrato).

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3.2.2 – A música no Desenvolvimento sócio-afetivo

Desde o seu nascimento, o ser humano vai formando a sua identidade, e

também percebe a diferença com relação aos outros e ao mesmo tempo procura a

integração com os outros. Na realização desse processo a autoestima e

autorrealização possuem um papel muito importante. Quando há a aceitação do

próprio ser e das capacidades e limitações inerentes a este ocorre o

desenvolvimento da auto-estima.

A música, em suas atividades coletivas, favorece o desenvolvimento da

socialização, estimulando a compreensão, a participação e a cooperação,

desenvolvendo desta forma o conceito de grupo. Ao expressar-se musicalmente em

atividades prazerosas, tem-se a oportunidade de demonstrar os sentimentos,

liberando suas emoções, ocorrendo desta forma, o crescimento do sentimento de

segurança e autorrealização. Quando o professor realiza com os alunos atividades

que eles obtenham sucesso, possivelmente, vai reforçar a sua autoestima e o seu

desenvolvimento, pois ao realizar as atividades musicais que estimule a interação

social e um bom relacionamento, possibilitará ao aluno a sair de um possível

isolamento, fortalecimento do tônus muscular, coordenação psicomotora, linguagem,

audição e memória.

“A música tem como finalidade auxiliar o professor em suas

tarefas diárias. Ajuda o aluno em seu desenvolvimento

intelectual, motor e social. Também ajuda a combater a

agressividade, pois canaliza o excesso de energia; ajuda a

enfrentar o isolacionismo; desenvolve o espírito de iniciativa e

funciona como higiene mental. Portanto, a música é um grande

benefício para a formação, o desenvolvimento do equilíbrio, da

personalidade, tanto da criança como do adolescente.

(ZABOLI, 1998, p. 96)

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Sendo a música uma linguagem, ela poderá funcionar de forma estimulante,

de maneira a encorajar, animar e ativar dentro do educando a autoconfiança e o

prazer.

Paynter (1972) vê o desafio como um estabelecimento de um progresso

onde imperam a sensibilidade e o prazer com sons e suas qualidades expressivas,

direcionando o nosso pensamento para o fazer musical, o qual, devidamente

orientado, proporcionará aos alunos a ampliação do seu universo musical, pois

possuímos dentro de nós caminhos por vezes não explorados.

3.3 – A Música e a Plasticidade cerebral

A experiência musical modifica estruturalmente o cérebro. Quando a pessoa

não possui o treino musical, a melodia é preferencialmente processada no

hemisfério cerebral direito. Nos músicos, há uma transferência para o hemisfério

cerebral esquerdo. O treino musical aumenta a conectividade (pois maior número de

sinapses – contatos entre os neurônios – de várias áreas cerebrais como o corpo

caloso (que une um lado ao outro do cérebro), o cerebelo e o córtex motor (este

envolvido com a execução de instrumentos).

Ao ocorrer uma maior ativação de áreas do hemisfério cerebral esquerdo,

poderá desencadear a potencialização das funções musicais, funções lingüísticas

(que são sediadas neste mesmo lado do cérebro).

Vários circuitos neurais são ativados através da música, pois para a

realização do aprendizado da mesma, há necessidade de habilidades multimodais

envolvendo a percepção de estímulos simultâneos e integração de várias funções

cognitivas como: atenção, memória e áreas de associação sensorial e corporal,

envolvidas tanto na linguagem corporal quanto na linguagem simbólica.

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Pelo fato das crianças, em geral, expressarem emoções mais facilmente

através da música do que das palavras, esta pode ser uma das ferramentas para

ampliar o desenvolvimento cognitivo e emocional delas.

O avanço das correlações da música com a função cerebral exige cada vez

mais o trabalho multidisciplinar (músicos, neurologistas e educadores musicais),

dando acesso à multiplicidade de experiências musicais, lúdicas, criativas,

prazerosas na análise do impacto da música no neurodesenvolvimento.

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CONCLUSÃO

Desta forma constata-se que a neurociência tem por objetivo descrever,

explicar e modelizar todos os mecanismos que sustentam o ato cognitivo, perceptivo

ou motor. O seu foco está direcionado na investigação das alterações relativas ao

conhecimento do ser vivo, nas suas funções, órgãos e comportamentos que

norteiam as atividades intelectuais do ser humano.

Com base no conhecimento adquirido através de leituras e pesquisas

realizadas, a música tem sido durante esses anos uma forte aliada, concedendo ao

cérebro através dos estímulos a intensificação das sinapses (ligações entre os

neurônios por onde passam os estímulos). O cérebro é a matriz do processo de

aprendizado e nele existem várias regiões que abrigam funções diferenciadas,

porém interagindo uma com a outra, e dentre estas regiões encontra-se o hemisfério

direito do cérebro e o sistema límbico que através de suas integrações proporcionam

a imaginação, criatividade, serenidade, visão global, capacidade de síntese,

facilidade de memorizar, emoção e sensibilidade.

É importante mencionar que através da música, os educandos são

estimulados a serem “Protos” (no latim = principal, o primeiro), “Agonistes” (no latim

= lutador, competidor), alcançando assim o desenvolvimento e o avanço para a sua

autonomia e comprometimento com as diretrizes que determinam o rumo da sua

vida. Aos poucos, eles vão estabelecendo os seus projetos, procurando em meio às

suas interrogações, respostas para as dúvidas que surgem, se interessando pelos

seus sonhos bem como dando valores aos mesmos. Passam a ter o conhecimento

de si mesmos e o significado da vida para eles, conhecendo os valores que os

rodeiam e que estes determinam o respeito por si e pelos outros.

A música é também um vínculo estimulativo que traz à consciência da

necessidade e do prazer do aprendizado, pois necessitam se inteirar do

conhecimento acadêmico e que este está ao alcance de todos. O educador deve

oferecer esta oportunidade aos educandos.

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O presente trabalho teve como objetivo transmitir o olhar da neurociência

pedagógica e da música procurando perceber no âmbito escolar outras

possibilidades que auxiliem no processo ensino-aprendizagem.

“A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e

cognitivos, assim como a promoção de interação e

comunicação social, conferem caráter significativo à linguagem

musical. É uma das formas importantes de expressão humana,

o que por si só justifica sua presença no contexto da educação,

de um modo geral.” (Brasil, 1998, p.45)

.

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41

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Artigo de Internet;

Anexo 2 >> Lei de diretrizes e Bases (LDB) – nº 9.394/96, Art. 26, § 2º, §2º e § 6º.

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42

ANEXO 1

INTERNET

Ensino de música será obrigatório http://www.facebook.com/pages/Minist%C3%A9rio-da-Educa%C3%A7%C3%A3o/188209857893503

http://portal.mec.gov.br/

Assessoria de Comunicação Social

Todas as escolas públicas e particulares do Brasil terão de acrescentar, no prazo de três anos, mais uma disciplina na grade curricular obrigatória. A Lei nº 11.769, publicada no Diário Oficial da União no dia 19, altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) — nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 — e torna obrigatório o ensino de música no ensino fundamental e médio. A música é conteúdo optativo na rede de ensino, a cargo do planejamento pedagógico das secretarias estaduais e municipais de educação. No ensino geral de artes, a escola pode oferecer artes visuais, música, teatro e dança.

Com a alteração da LDB, a música passa a ser o único conteúdo obrigatório, mas não exclusivo. Ou seja, o planejamento pedagógico deve contemplar as demais áreas artísticas. Até 2011, uma nova política definirá em quais séries da educação básica a música será incluída e em que freqüência.

“A lei não torna obrigatório o ensino em todos os anos, e é isso que será articulado com os sistemas de ensino estaduais e municipais”, explica Helena de Freitas, coordenadora-geral de Programas de Apoio à Formação e Capacitação Docente de Educação Básica no Ministério da Educação. “O objetivo não é formar músicos, mas oferecer uma formação integral para as crianças e a juventude. O ideal é articular a música com as outras dimensões da formação artística e estética.”

O MEC recomenda que, além das noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de intrumentos de orquestra, os alunos aprendam cantos, ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos para, assim, conhecer a diversidade cultural do Brasil.

O desafio que surge com a nova lei é a formação de professores. Segundo os dados mais recentes do Censo da Educação Superior, de 2006, o Brasil tem 42 cursos de licenciatura em música, que oferecem 1.641 vagas. Em 2006, 327 alunos formaram-se em música no Brasil.

História — O ensino de música nas escolas brasileiras iniciou-se no século 19. A aprendizagem era baseada nos elementos técnico-musicais e realizada, por exemplo, por meio do solfejo. No fim da década de 1930, no entanto, Antônio Sá Pereira e Liddy Chiaffarelli Mignone buscaram inovações. Sá Pereira defendia a aprendizagem pela própria experiência com a música; Chiaffarelli propunha jogos musicais e corporais e o uso de instrumentos de percussão.

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Naquela época, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) ganhava destaque. Em 1927, três anos depois de conviver com o meio artístico parisiense, ele voltou ao país e apresentou, em São Paulo, um plano de educação musical. Em 1931, o maestro organizou uma concentração orfeônica chamada Exortação Cívica, com 12 mil vozes. Após dois anos, assumiu a direção da Superintendência de Educação Musical e Artística, quando a maioria de suas composições se voltou para a educação musical. Em 1932, o presidente Getúlio Vargas tornou obrigatório o ensino de canto nas escolas e criou o curso de pedagogia de música e canto.

Em 1960, projeto de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro para a Universidade de Brasília (UnB) deu novo impulso ao ensino da música, com a valorização da experimentação. A idéia era preservar “a inocência criativa das crianças.” Duas décadas depois, a criação da Associação Brasileira de Educação Musical e da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Abrace) contribuiu para a formação de professores no ensino das linguagens artísticas em várias universidades. No ensino de música, a experiência direta e a criação são enfatizadas no processo pedagógico.

Na década de 1990, o ensino de artes passou a contemplar as diferenças de raça, etnia, religião, classe social, gênero, opções sexuais e o olhar mais sistemático sobre outras culturas. O ensino passou a ter valores estéticos mais democráticos.

Atualmente, a aprendizagem musical deve fazer sentido para o aluno. O ensino deve se dar a partir do contexto musical e da região na qual a escola está situada, não a partir de estruturas isoladas. Assim, busca-se compreender o motivo da criação e do consumo das diferentes expressões musicais.

Palavras-chave: mec, notícias, jornalismo, matérias.

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ANEXO 2

ART. 26, § 2º, §2º E § 6o, DA LEI DE DIRETRIZES E BASES

– LEI 9394/96

LDBE - Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)

§ 2º O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.

§ 2o O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. (Redação dada pela Lei nº 12.287, de 2010)

§ 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.769, de 2008)

(Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BEYER, Ester e KEBACH, Patricia. Pedagogia da Música: Experiências de

Apreciação Musical. 1ª ed. Porto alegre: Mediação, 2009.

BRITTO,Teca Alencar. Música na Educação Infantil. 1ª ed. São Paulo: Peirópolis,

2003.

ENGELMANN, Ademir Antonio. Filosofia da arte. 20ª ed. Curitiba: IBPEX, 2008.

METRING, Robert Araújo. Neuropsicologia e aprendizagem: fundamentos

necessários para planejamento do ensino. 1ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011.

RELVAS, Marta Pires Fundamentos Biológicos da Educação. 4ª ed. Rio de Janeiro:

Wak, 2009.

RELVAS, Marta Pires. Neurociência e Educação. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2010.

RELVAS, Marta Pires. Neurociência na prática Pedagógica. 1ª ed. Rio de Janeiro:

Wak, 2012.

RELVAS, Marta Pires. Que Cérebro é esse que chegou à escola? 1ª ed. Rio de

Janeiro: Wak, 2012.

SCHAFER, R. Murray. Educação sonora. 1ª ed. São Paulo: Melhoramentos, 2009.

WEISS, Maria Lúcia Lemme. Vencendo as dificuldades de aprendizagem escolar. 2ª

ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011.

ZAGONEL, Bernadete. Arte na Educação Escolar. 18ª ed. Curitiba: IBPEX, 2008.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1- BRASIL. Ministério da educação e do Desporto. Secretaria de Educação fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998, vol. 3.

2- FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes Necessários à Prática

Educativa. 1ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

3- GAINZA, Violeta H. de. Estudos de Psicopedagogia Musical. 1ª ed. São Paulo:

Summus, 1988, vol. 31.

4- http://www.significados.com.br/educacao Significado de Educação. 2011.

5- MAIA, Heber & DIAS, Ana Paula Botelho Henrique (et al). Neurociências e

Desenvolvimento cognitivo. Heber Maia (org.). 1ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011.

6- PARADISO, Michael A. & CONNORS Barry W. & BEAR, Mark F. Neurociências:

desvendando o sistema nervoso. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

7- PAYNTER, J. Hear and now. 1ª ed. Londres: Universal Press, 1972.

8- PIAGET, Jean. Conversando com Jean Piaget. 1ª ed. Rio de Janeiro: Difel, 1978.

9- RELVAS, Marta Pires. Neurociência e Educação. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak,

2010.

10- RELVAS, Marta Pires. Neurociência na prática Pedagógica. 1ª ed. Rio de

Janeiro: Wak, 2012.

11- SAWREY, James M. & TELFORD, Charles W. Psicologia Educacional. 1ª ed.

Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1976.

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12- STRALIOTTO, J.. Cérebro e música: segredos desta relação. 1ª ed. Blumenau:

Odorizzi, 2001. Em: http://www.cienciaecognicao.org

13- ZABOLI, G. Práticas de ensino: subsídio para a atividade docente. 9ª ed. São Paulo: Ática, 1998.152p.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Neurociência - Uma Breve História 9

CAPÍTULO II

A Educação e Aprendizagem no Campo da Neurociência 19

2.1 – Educação – Conceito 20

2.2 – Aprendizagem – Conceito 21

2.3 – A Música e o Homem 22

2.4 – Musicalização 25

CAPÍTULO III

Contribuição da Neurociência e Música para o Desenvolvimento Cognitivo 29

3.1 – Neurociência Cognitiva 30

3.2 – A Música no Desenvolvimento Cognitivo 33

3.2.1 – A Música no Desenvolvimento Psicomotor 35

3.2.2 – A Música no Desenvolvimento Sócio-Afetivo 36

3.3 – A Música e a Plasticidade Cerebral 37

CONCLUSÃO 39

ANEXOS 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45

BIBLIOGRAFIA CITADA 46

ÍNDICE 48