do Viruá (Roraima). · Junho, 2012 Programa de Pós-Graduação em Botânica ... Angela Martins,...
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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA
KATIA GIGLIOLA CANGANI
Manaus, Amazonas
Junho, 2012
A família “Melastomataceae s.s” Juss. no Parque Nacional
do Viruá (Roraima).
2
KATIA GIGLIOLA CANGANI
Orientador: Dr. Charles E. Zartman.
Co-orientador: Dr. Michael John Gilbert Hopkins
Manaus, Amazonas
Junho, 2012
Dissertação apresentado à Coordenação do
Programa de Pós-Graduação em Botânica
do INPA, como parte dos requisitos para obtenção
do título de Mestre em Ciências Biológicas,
área de concentração em Botânica.
A família “Melastomataceae s.s” Juss. no Parque Nacional
do Viruá (Roraima).
3
FICHA CATALOGRÁFICA
Sinopse: Este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento taxonômico
das espécies de Melastomataceae Juss. s.s. do no Parque nacional do
Viruá em Roraima, para Ampliar o conhecimento sobre a família.
Palavras-chaves: Melastomataceae, taxonomia, Parque Nacional do Viruá, Roraima.
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Dedico este trabalho a minha mãe Maria de Fatima Claro, ao meu irmão Elton
Ranieri Cangani, ao meu marido Ezequias da Silva e Silva e a minha irmã e amiga
Marta Pereira, por sempre estarem ao meu lado, me dando muito amor, carinho e
segurança.
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AGRADECIMENTOS
Ao programa de pós-graduação em botânica, pela infrestrutura, pelos discentes e pelos
professores.
Ao projeto PNADB da Capes, pelo financiamento das excursões de campo.
A capes pelos dois anos de bolsa de mestrado, pois sem esta bolsa e o financiamento
do projeto não seria possível à conclusão deste trabalho.
Ao ICMBIO, aos analistas e aos chefes do Parque Nacional do Viruá Antonio Lisboa e
Beatriz Lisboa, pela ajuda e logística para realização deste trabalho.
Ao meu querido orientador Charles Zartman e em especial ao meu co-orientador
Michael J.G. Hopkins, pela oportunidade de conhecer os especialistas da família
Melastomataceae como Andreia Flores, Angela Martins, Mayara Cadda, Julia Meirelles,
Fabian Michangelli, Renato Goldenberg e entre outros, por ser sempre compreensvio,
atencioso e pela paciência para me ensinar a usar o banco de dados Bharms.
Agradeço a minha super amiga Suzana Maria Costa, companheira de várias excursões
para o Viruá e pelo o olho clínico para plantinhas pequenas e pelas ajudas taxonômicas
do dia a dia. Agradeço a minha família e a minha irmã de coração Martinha Pereira, por
sempre estarem ao meu lado, pela compreensão e carinho e a toda a família da
botânica que sempre me acolheu de braços abertos.
6
A família “Melastomataceae s.s” Juss. no Parque Nacional
do Viruá (Roraima).
Katia Gigliola CANGANI1; Michael John Gilbert HOPKINS2 & Charles Eugene
ZARTMAN3.
1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA- Manaus - Amazonas. [email protected] 2Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA- Manaus – Amazonas. [email protected] 3Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. – INPA – Manaus - Amazonas. [email protected]
Resumo: O trabalho foi realizado no Parque Nacional do Viruá (PNV), situado dentro na região Amazônica, no Estado de Roraima. O parque é citado por concentrar alta biodiversidade, formada pelos mosaicos de vegetações. As coletas foram realizadas durante o ano de 2010 e 2011. Todos os exemplares foram incorporados ao herbário do INPA. Foram registradas 45 espécies no total, pertencentes a 15 gêneros. Dentro das tribos: Microlicia; Rhynchanthera DC. (uma espécie), Siphanthera Pohl. (uma espécie); Melastomeae,foram coletadas espécies de Acisanthera P. Br. (duas espécie), Aciotis D. Don, (três espécies); Comolia DC. (duas espécies), Macairea DC. (duas espécies) e Tibouchina Aubl. (uma espécie), Merianieae foram coletadas Meriania Sw.(uma espécie) e Pachyloma DC. (duas espécies), Miconieae foram registrados os seguintes gêneros: Bellucia Raf. (duas espécies), Clidemia D. Don., (cinco espécies), Henriettea DC. (quatro espécies), Henriettella Naudin, (uma espécie), Maieta Aubl.,(uma espécie), Miconia Ruiz & Pavon., (14 espécies) e Tococa Aubl. (quatro espécies). Foram registrados dez novos registros para o Estado de Roraima e um novo registro para o Brasil. As espécies foram encontradas em todas as formações vegetacionais do PNV, especialmente nas áreas de campina e terra firme. Montamos chave de identificação, descrições taxonômicas, glossário para termos técnicos, ilustrações fotográficas, distribuição das espécies dentro do parque, favorecendo assim para o melhor conhecimento das espécies que ocorrem no PNV. Palavras-chaves: Melastomataceae, taxonomia, Parque Nacional do Viruá, Roraima.
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Abstract: This work was conducted in the Virua national park located in the Amazon region in the state of Roraima. The Park is recognized as having a high concentration of alpha-diversity as the resulto f a mosaico f different vegetation types. Collections were made during the 2010-2011 year. All specimens are deposited in the INPA Herbarium. A total of 45 species were recorded belonging to 15 genera within the tribes Microlicia; Rhynchanthera DC. (one species), Siphanthera Pohl. (one species); Melastomeae,foram coletadas espécies de Acisanthera P. Br. (two species), Aciotis D. Don, (three species); Comolia DC. (two species), Macairea DC. (two species) e Tibouchina Aubl. (one species), Merianieae was coleted Meriania Sw.(one species) and Pachyloma DC. (two species), Miconieae registered the following genera: Bellucia Raf. (two species), Clidemia D. Don., (five species), Henriettea DC. (four species), Henriettella Naudin, (one species), Miconia Ruiz & Pavon., (14 species) e Tococa Aubl. (four species). Ten new state records for Roraima and one new country record for Brazi are reported in this work. The species were reported from all of the vegetation types typical of Virua National Park particualrly in the campina and terra-firme forests types. We produced an identification key, taxonomic descriptions, glssary for technical terms, photographs, and species distribution maps within the Park in order to better understnad this family within the conservation unit. Key words: Melastomataceae, Taxonomy, Viruá National Park, Roraima.
8
SUMÁRIO
Introdução geral........................................................................................................09
Objetivo geral.............................................................................................................10
Objetivos específicos.................................................................................................10
Capítulo 1 - A família Melastomataceae Juss. no Parque Nacional do Viruá...........11
Introdução........................................................................................................12
Material e métodos..........................................................................................13
Resultados e discussão .................................................................................. 17
Levantamento ................................................................................................. 19
Tratamento Taxonômico ...................................................................... 20
Chave para identificação dos gêneros de Melastomataceae ............... 20
Aciotis D. Don,......................................................................................21
Acisanthera P. Br.,................................................................................25
Bellucia Raf.,.........................................................................................29
Clidemia D.Don. ................................................................................... 33
Comolia DC., ........................................................................................ 41
Henriettea DC., .................................................................................... 44
Henriettella Naudin, .............................................................................. 51
Macairea DC. ....................................................................................... 52
Meriania Sw., ....................................................................................... 56
Miconia Ruiz & Pavon .......................................................................... 58
Pachyloma DC., ................................................................................... 79
Rhynchanthera DC., ............................................................................. 82
Siphanthera Pohl ex DC., ..................................................................... 84
Tibouchina Aubl., ................................................................................. 86
Tococa Aubl. ........................................................................................ 88
Conclusões finais ............................................................................................ 95
Glossário ........................................................................................................ 96
Referências bibliográficas ............................................................................... 97
9
NTRODUÇÃO GERAL
Estudos taxonômicos e levantamentos florísticos são de grande importância para o
conhecimento do mundo biológico e para determinar locais que necessitam de maior
atenção e cuidados para preservação. Isto só é possível quando se tem um
conhecimento prévio sobre determina área ou determinação taxonômica para a flora, a
classificação de plantas é importante não apenas para determinar o potencial
econômico de certa espécie (para obtenção de alimento, fibras, vestimenta,
medicamentos), mas também para estudos ecológicos, conservacionistas, para
naturalistas amadores, para definição de prioridades de conservação, manejo de
recursos florestais e uso sustentável da biota.
Estudos florísticos servem como base para planos de manejo, educação ambiental,
etnobotânica, identificação e organização de áreas de preservação, e até mesmo
recuperação de áreas degradadas. Quanto maior o número de levantamentos
florísticos realizados, mais dados científicos poderão ser utilizados para conscientizar e
até mesmo pressionar as autoridades competentes e a população, alertando sobre a
riqueza que poderá ser perdida, sobre os danos para todo o meio ambiente se este for
degradado ou mal utilizado, e sobre as conseqüências diretas ou indiretas que a
população poderá sofrer. (Drummond 2005).
Em florestas tropicais como a região amazônica, possui poucos estudos florísticos e
taxonomicos, devido à difícil logística e à grande diversidade de organismos. Nesta
região, existe uma lacuna de coletas devido a pouca amostragem e poucos
taxonomistas, o que impede um mapa de distribuição de plantas e identificação de
áreas de endemismo (Hopkins 2007).
Na região amazônica falta especialista para a família Melastomataceae, como isto as
coleções são mal identificadas ou não possui determinações. A dimensão dessa lacuna
pode ser também entendida pelas diferenças significativas entre os dados
apresentados para a região nas últimas monografias para a família, de 28 a 35 gêneros
e 184 a 221 espécies (Cogniaux, 1883-1888, 1891) e os recentemente levantados para
o Brasil, onde são assinalados 46 gêneros e cerca de 480 espécies (Baumgratz et al.,
2010). Estes valores correspondem a 70% dos gêneros e cerca de 40% das espécies
10
encontradas no país. É notória a inexistência de trabalhos de floras e flórulas sobre a
família na região, que incluam chaves de identificação, descrições, dados de
distribuição ou estado de conservação das espécies. Dados mais atuais publicados
referem-se apenas ao guia de identificação para a Reserva Ducke (Ribeiro et al., 1999)
e a lista de espécies para o estado do Acre (Michelangeli & Goldenberg, 2008). Além
disso, tem-se acesso à base de dados de herbários regionais, como INPA e UFACPZ,
e de outros com expressivas coleções amazônicas, como NY e RB
(>www.splink.org.br<, sítio eletrônico continuamente atualizado), que se constituem
importantes referências para o conhecimento da flora dessa região. Desse modo, para
as identificações das plantas amazônicas brasileiras são utilizadas, geralmente,
publicações de floras de países vizinhos, como as da Venezuela (Wurdack, 1973),
Equador (Wurdack, 1980) e Guianas (Wurdack et al., 1993), além das revisões de
gêneros assinaladas anteriormente. Uma análise dos estudos até então publicados
sobre a família no Brasil permite evidenciar duas grandes lacunas a serem preenchidas
para os dias atuais: o conhecimento da real diversidade do grupo na flora amazônica e
a necessidade da formação de especialistas em gêneros mais amazônicos.
(Goldenberg, no prelo)
OBJETIVOS
Objetivo geral
Ampliar o conhecimento sobre a família Melastomataceae s.s. Juss. no PNV.
Objetivos específicos
- Realizar o levantamento e identificação das espécies;
- elaborar chaves de identificação tradicional e interativa;
- confeccionar descrições e ilustrações para as espécies coletadas;
- glossário para termos técnicos sobre a família.
11
Capítulo 1
________________________________________________________________
Cangani, K. G.; Hopkins, M. J. G. & Zartman, C. E. 2012. A família
Melastomataceae Juss. no Parque Nacional do Viruá (Roraima).
Rodriguesia
12
INTRODUÇÃO
A família Melastomataceae é uma das mais abundantes no Brasil, e amplamente
representada na vegetação do Parque Nacional do Viruá (PNV) (Candido, 2005, Gribel
et al 2009).
O Estado de Roraima, localizado no extremo setentrional da Amazonia brasileira,
abriga uma grande variedade de tipologias de vegetação, em função da diversidade de
climas, solos e relevos presentes em seus 225 mil km2. (Schaefer e Vale Junior, 1997,
Relatorio vegeta). O PARNA Viruá representa uma das mais extensas unidades de
conservação com Campinaranas no Brasil, revelando, ainda, uma extensa faixa de
transição com ecossistemas florestados em seu limite nordeste, o que assegura uma
importância crucial para a proteção efetiva de um grande mosaico de formações
florestadas e abertas em ambiente submetido à inundação periódica, de vastidão
arenosa (Relatorio Geo).
O PNV foi indicado por apresentar uma alta biodiversidad pouco estuda, principalmente
na área taxonômica, existindo assim uma grande lacuna do conhecimento. No parque
vêm sendo realizados vários estudos ecológicos e taxonômicos. Hopkins (2007), mas
nenhum trabalho não tinha sido realizado com Melastomatacea.
A família é a sexta maior dentro das Angiospermas, constituída por 166 gêneros e
aproximadamente 4.500 espécies, concentradas no Novo Mundo, onde são conhecidas
cerca de 2.950 espécies (Renner, 1993). No Brasil ocorrem aproximadamente 68
gêneros e mais de 1.500 espécies, que se distribuem desde a Amazônia até o Rio
Grande do Sul, estando presente em praticamente todas as formações vegetacionais
com um número variável de espécies (Romero & Martins 2002). As tribos ocorrentes no
Brasil são: Sonerileae Triana, Merianieae Triana, Melastomeae DC, Miconieae DC,
Blakeeae Hook e Microlicieae Naudin (Renner, 1993).
A última revisão mais abrangente para os gêneros brasileiros de Melastomataceae foi
feita por Cogniaux (1883-85, 1886-88, 1891), que continua sendo a referência mais
utilizada nos estudos para a família. (Koschnitzke,1997).
13
A família pertence à ordem Myrtales um grupo monofilético, apoiado morfologicamente
pela venação acródroma das folhas. A família parece ser o maior clado de
angiospermas caracterizado por esse tipo de venação (Clausing & Renner, 2001). Além
dessa, as principais características da família são as flores hermafroditas, geralmente
actinomorfas, perigíneas ou epigíneas, com um hipanto em forma de taça, em cujo
ápice se insere as lacínias do cálice, pétalas, androceu diplostêmone, estames com
anteras falciformes, ovário com dois ou mais carpelos, numerosos óvulos e frutos
baciformes ou capsulas (Marchiori & Sobral 1997)
As espécies de Melastomataceae podem apresentar alta diversidade de hábitos, desde
herbáceo até arbustivo, ocorrendo muito comumente espécies arbóreas, e mais
raramente trepadeiras e epífitas, que permitem a ocupação de ambientes distintos e
diversificados (Romero & Martins 2002).
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
O Parque Nacional do Viruá, localiza-se no município de Caracaraí, no centro-sul do
Estado de Roraima (1° 46’ 34” N, 61° 02’ 06” W) e apresenta uma área de 227.011
hectares. A área apresenta uma precipitação média anual de 1.794 mm e temperatura
média anual de 26°C, (Schaefer et al. 2009).
14
Figura 1. Localização do Parque Nacional do Viruá. Fonte: www.raisg.socioambiental.org. Amazônia 2009 - Áreas Protegidas e Territórios Indígenas, Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada, 2009.
Figura 2 – Mapa de limites do PNV. Fonte: ICMBio. Figura 3 – Fisionomias de vegetação do PNV. Fonte: ICMBio.
15
No PARNA do Viruá também são encontradas outras fitofisionomias florestais típicas
da Bacia Amazônica e do Planalto das Guianas. De acordo com a classificação de
Veloso et al. (1991) também ocorrem na área do Parque Florestas Ombrófilas Densas
e Abertas das Terras Baixas, Florestas Ombrófilas Densas Aluviais ao longo dos rios e
pequenas áreas de Florestas Ombrófilas Densas e Abertas Sub-montanas, nas serras
baixas e inselbergs. Ocorrem ainda em grande extensão áreas de formações pioneiras
(ou sistema edáficos de primeira ocupação) representadas pelos campos inundáveis
graminosos e buritizais que colonizam as áreas encharcadas. (Schaefer et al. 2009).
COLETA DE DADOS Levantamento Bibliográfico Para identificação dos táxons foram utilizadas as seguintes bibliografias sobre a
taxonomia da família: Freire-Fierro (2009); Michelangeli, (2005), Renner,(1989), Seco,
(2006), Almeda & Robinson (2011), Berry et al. (2001), Cogniaux (1883-1885; 1891),
Guimarães & Oliveira (Flora de São Paulo, 2010). Os sites do International Plant
Names Index (IPNI), Missouri Botanical Garden (MOBOT), New York Botanical Garden
(NYBG).
Consulta em Herbários
As identificações foram confirmadas através de consultas:
- dos tipos de New York Botanical Garden (NYBG);
- exsicatas depositadas no herbário do INPA;
- aos especialistas da família (Fabian Michangeli; Renato Goldenberg; Angela Martins e
Frank Almeda).
Coletas de Campo
As coletas foram realizadas de Julho 2010 a Outubro de 2011, com permanência entre
15 a 20 dias no local. Foram coletadas todas as espécies que se encontrasse em
estado reprodutivo, flores e frutos foram armazenados em tubos com álcool 70%. Os
indivíduos coletados depois de identificados foram depositados no Herbário do INPA, e
as duplicatas serão doadas aos herbários, da Universidade Estadual de Campinas
16
(UNICAMP), Universidade Federal de Roraima, Universidade Federal de Pernambuco
e para Herbário de New York Botanical Garden (NYBG).
PROCEDIMENTOS EM LABORATÓRIO
As análises foram realizadas no Laboratório de Taxonomia Vegetal, do Departamento
de Botânica, localizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
As partes estéreis (pecíolo, folha) e reprodutivas (hipanto, anteras, conectivo da antera,
apêndices do conectivo), foram mensuradas com auxílio de um paquímetro digital.
Com relação à morfologia, o número de nervuras laterais das folhas foi complementado
com um sinal de mais e o número dois quando se constatou a ocorrência de um par
submarginal tênue adicional (p.ex. 3+2, com 1 nervura principal, 2 laterais e mais o par
tênue).(Camargo, 2008)
A proporção de quanto o ovário encontra-se aderido ao hipanto foi obtida através da
relação entre os valores de comprimento total do ovário e de sua porção soldada.
(Chiavegatto, 2005)
Foram utilizados os materiais (flores e frutos) já amarzenados em tubos com álcool
70%, os materiais secos foram reidratados em água fervente para dissecação. As
estruturas dos espécimes foram analisadas utilizando Microscópio Estereoscópio, e
suas características lançada no banco de dados do programa Brahms, que serviu para
gerar as descrições. As análises e descrições das estruturas florais, indumentos foram
baseadas em Mendoza & Ramirez, (2006); Lawrence (1951); Lorenzi (2007), buscando
o consenso entre as terminologias.
Para a contagem das sementes foi padronizado o seguinte de:
-1 a 10 sementes = menos de 10;
-10 a 20 sementes = moderamente;
- mais que 20 = numerosas.
As referencias para obtição dos sinônimos das espécies foi utilizado o site
http://www.theplantlist.org/ e Wurdack, 1993
Para obter a distribuição geográfica das espécies para os países foram utilizados os
sites do International Plant Names Index (IPNI), Missouri Botanical Garden (MOBOT),
17
New York Botanical Garden (NYBG) e para o Brasil fui utilizado da Lista do Brasi
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/.
Para a confecção da chave interativa foi utilizado o programa LUCID 3, o levantamento
dos caracteres foi realizado a partir do material coletado em campo e através de
referências bibliográficas específicas para gêneros e espécie de Melastomataceae.
O glossário foi confeccionado com base nas seguintes referencias Ferri (1969), Harris,
J.G & Harris, M.W (2001), Gonçalves, E.G & Lorenzi, H, (2007), Mendoza & Ramirez,
(2006).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Levantamento
No PNV, “Melastomataceae s.s.” está representada por 15 gêneros e 45 espécies.
Dentro das tribos: Microlicia; Rhynchanthera DC. (uma espécie), Siphanthera Pohl.
(uma espécie); Melastomeae,foram coletadas espécies de Acisanthera P. Br. (duas
espécie), Aciotis D. Don, (três espécies); Comolia DC. (duas espécies), Macairea DC.
(duas espécies) e Tibouchina Aubl. (uma espécie), Merianieae foram coletadas
Meriania Sw.(uma espécie) e Pachyloma DC. (duas espécies), Miconieae foram
registrados os seguintes gêneros: Bellucia Raf. (duas espécies), Clidemia D. Don.,
(cinco espécies), Henriettea DC. (quatro espécies), Henriettella Naudin, (uma espécie),
Maieta Aubl., (uma espécie), Miconia Ruiz & Pavon., (14 espécies) e Tococa Aubl.
(quatro espécies).
Tabela 1 - Lista de espécies de “Melastomataceae s.s.” no PNV.
Espécies Ambientes
* Aciotis acuminifolia Triana Buritizal
* Aciotis annua Triana Buritizal
Aciotis purpurascens Triana Buritizal
* Acisanthera crassipes (Naudin) Wurdack Campina
* Acisanthera tetraptera (Cogn.) Gleason Campina
18
Bellucia grossularioides Triana Terra firme
Bellucia mespiloides (Miq.) J.F.Macbr. Terra firme
Clidemia hirta D.Don Buritizal
Clidemia involucrata DC. Buritizal
* Clidemia novemnervia Triana Buritizal
Clidemia octona (Bonpl.) L.O.Williams Terra firme
Clidemia rubra Mart. Campina
Comolia microphylla Benth. Campina
Comolia villosa Triana Campina
* Henriettea granulata Berg ex Triana Campinarana
Henriettea horridula Pilg. Campinarana
Henriettea martiusii Igapó
Henriettea spruceana Cogn. Igapó
Henriettella ovata Cogn. Campinarana e campina
Macairea lasiophylla (Benth.) Wurdack Campina
Macairea thyrsiflora DC. Campina
Meriania urceolata Triana Campinarana
Miconia alata DC. Capoeira
Miconia aplostachya DC. Campinarana
Miconia argyrophylla DC. Terra firme
Miconia chrysophylla Urb. Terra firme
Miconia ciliata DC. Campina, Campinaranas
* Miconia dichrophylla J.F.Macbr. Terra firme
Miconia holosericea DC. Terra firme
Miconia ibaguensis Triana Terra firme
19
Miconia lepidota Steud. ex Naudin Terra firme
* Miconia minutiflora DC. Campina
Miconia prasina DC. Terra firme
* Miconia ruficalyx Gleason Terra firme
Miconia stenostachya DC. Campina
Miconia tomentosa D.Don Terra firme
Pachyloma coriaceum DC. Campina
Pachyloma huberioides Triana Campina
Rhynchanthera grandiflora DC. Campina
** Siphanthera cowanii Wurdack Campina
* Tibouchina aspera Aubl. Campina
Tococa coronata Benth. Buritizal
Tococa guianensis Aubl. Buritizal, terra firme e campinarana.
* Tococa macrosperma Mart. Buritizal, terra firme e campinarana.
* Tococa nitens Triana Canpina e campinarana.
* novos registros para o Estado de Roraima
** novo registro para o Brasil
Os novos registros encontrados para o Estado de Roraima são: Aciotis acuminifolia, A.
annua, Acisanthera crassipes, A. tetraptera, Clidemia novemnervia, Henriettea
granulata, Miconia dichrophylla, M. minutiflora, M. ruficalyx, Tibouchina aspera, Tococa
macrosperma, T. nitens
O novo registro para o Brasil é Siphanthera cowanii, anteriormente conhecida somente
na Venezuela.
O ambiente que ocorre maior número de indivíduos é a campina com 17 espécies, isto
pode estar ocorrendo pelo fato do PNV apresentar a maior área de campina da
Amazônia; seguido pelo ambiente terra firme com 14 espécies, esta segunda
20
colocação deve a presença em grande maioria do gênero Miconia, que ocorre em geral
em matas de terra firme. Seguidos pelos ambientes, Buritizal e Campinarana com
nove espécies cada, dois igapó e um capoeira.
Tratamento Taxonômico
Melastomataceae Jussieu compreende cerca de 4.570 espécies distribuídas em 166
gêneros (Clausing; Renner, 2001), em sua maioria tropical, com cerca de dois terços
dos mesmos restritos ao Novo Mundo (Wurdack, 1962). É uma das famílias mais
importantes da flora brasileira com a ocorrência de 68 gêneros e 1.312 espécies no
país (Baumgratz et al. 2010). As espécies apresentam hábito herbáceo, arbustivo,
arbóreo ou mais raramente epifítico e lianescente. A maioria é reconhecida pelas folhas
decussadas com nervação acródroma, estames freqüentemente falciformes, conectivo
desprovido de glândula dorsal e anteras poricidas (Romero & Martins 2002; Renner
1993).
Chave para os gêneros de “Melastomataceae sensu stricto” do PNV
1. Ovário súpero; fruto cápsula.(falsa cápsula Aciotis).....................................................2
1’.Ovário ínfero; fruto baga...............................................................................................8
2. Árvore; domácia presente; face abaxial da folha moderamente revestida por tricomas
dendríticos............................................................................................................Meriania
2`. Ervas ou arbusto; domácia ausente; face abaxial da folha revestida por outros tipos
de tricomas......................................................................................................................3
3. Estaminódio presente; um único estame maior que todos...................Rhynchanthera
3`.Estaminódio ausente; todos estames iguais em tamanho ou se diferente não sendo
um maior que os outros...................................................................................................3
4. Ramos revestidos densamente por tricomas escariosos; lacínias
escamosas........................................................................................................Tibouchina
4`. Ramos revestidos por outro tipo de tricomas; lacínias não escamosas.....................4
5. Ovário com tricomas no ápice; folhas e ramos com glândulas sésseis, com tricomas
simples ou glandulares........................................................................................Macairea
21
5`. Ovário totalmente glabro; folhas e ramos sem glândulas sésseis; com ou sem
tricomas simples ou glandulares......................................................................................5
6. Folhas lineares; margem inteira com pequenos dentes esparsos; presença de
tricomas nodais.............................................................................................Siphanthera
6`. Folhas com outro tipo de forma e margem; presença ou não de tricomas
nodais...............................................................................................................................6
7. Face adaxial das folhas revestida ou não por glândulas translúcidas; anteras com
apêndices dorsais caudais; ventrais bifídos.....................................................Pachyloma
7`. Face adaxial das folhas sem glândulas translúcidas; anteras sem apêndices
caudais ou bifídos.............................................................................................................7
8. Erva submersa ou não; subarbusto; ramos cilíndricos a quadrangulares; flores em
cimeiras ou flores solitárias.............................................................................Acisanthera
8`. Subarbusto ou arbusto; ramos quadrangulares; flores solitárias.....................Comolia
9. Folhas com ou sem domácias (Tococa nitens); folhas com margem ciliada ou
inteira......................................................................................................................Tococa
9`.Folhas sem domácias; margem de forma diferente.....................................................9
10. Ramos quadrangulares; margem da folha serrilhada a ciliada; sementes numerosas
e cocleadas..............................................................................................................Aciotis
10`. Ramos e margem com formas diferentes; sementes não cocleadas......................10
11. Inflorescência lateral; cálice duplo; pétalas com ápice arredondado............Clidemia
11`. Inflorescência terminal; pseudo-lateral; cálice simples...........................................11
12. Pétalas com ápice arredondado a emarginado...............................................Miconia
12`. Inflorescências não terminais.................................................................................12
13. Caulifloria presente; flores grandes; 5-7 meras; pétalas obovadas;
oblongabovadas; sem apêndices..........................................................................Bellucia
13`. Caulifloria presente; flores menores; 4-5 meras; pétalas obovadas; oblanceoladas;
ungüiculadas; com apêndices...........................................Henriettea (Henriettella)
1. Aciotis D. Don, Mem. Wern. Nat. Hist. Soc. 4: 283. 1823. Ervas, anuais ou perenes, até 1 m, estoloníferas ou não. Ramos quadrangulares,
geralmente alados, glabros ou com tricomas. Folhas pecioladas a subsésseis, lâmina
22
membranácea a papirácea, oval, obovada, lanceolada, 3-7 nervuras acródromas
basais. Inflorescências terminais paniculadas, tirsóides, cimeiras uníparas ou bíparas,
terminais, multifloras. Brácteas semelhantes às folhas, mas menores em tamanho;
bractéolas diminutas. Flores 4-meras, hipanto urceolado, estriado. Cálice com lacínias
ovais, ápice agudo. Pétalas obovais, oblongas, lanceoladas, ápice obtuso a agudo,
glabras. Estames 8, isomórfos. Anteras orbiculares ou oblongas, brancas ou
purpúreas, uniporosas; conectivo curtamente ou não prolongado abaixo das tecas,
base articulada inapendiculado. Ovário semi-infero, 2 (3)-locular, glabro. Fruto
capsular ou bacáceo, neste caso com pericarpo caduco, glabro ou com tricomas no
ápice. Sementes numerosas, cocleadas.
Sul do Mexico, America Central, Colombia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana
Francesa, Equador, Peru, Brasil, Bolivia. Possuem 13 espécies. (Freire-Fierro, A. 2002)
Chave para as espécies de Aciotis do PNV
1.Folhas e hipanto glabros; Inflorescência tirsóide..........................Aciotis purpurascens
1’. Folhas e hipanto pubescentes; Inflorescência cimeira,..............................................2
2. Erva; folhas com ambas as faces glabras a revestidas esparsamente por tricomas
simples; pétalas obovadas...................................................................Aciotis acuminifolia
2’. Subarbusto; folhas com ambas faces revestidas esparsamente a moderamente por
tricomas simples; pétalas lanceoladas.........................................................Aciotis annua
1.1 Aciotis acuminifolia Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 51.
Erva, 7-30 cm. Ramos quadrangulares, glabros a esparsamente revestidos por
tricomas glandulares. Folhas pecioladas, pecíolo 0,1-1,5 cm compr, lâmina 0,9-5,6 x
0,3-2,5 cm, elíptica-obovada, base atenuada-obtusa, margem serrilhada-ciliada,
ápice agudo a arredondo, ambas as faces glabras a revestidas esparsamente por
tricomas simples, 3-nervuras basais. Cimeiras terminais, 4,1-7,3 cm compr, terminais.
Flores 4-meras. Hipanto 1,8 mm compr, hemisférico, revestido esparsamente por
tricomas glandulares. Cálice simples, persistentes, Lacínias triangulares. Corola
rosada, pétalas com ápices arredondados. Estames 8, isomórfos, anteras 0,9-1 mm
23
compr, achatadamente ovóide, ápice truncado, poricidas. Ovário ínfero, glabros.
Estilete filiforme, glabro. Fruto cápsula carnosa. Sementes numerosas e cocleadas.
Comentários: Encontrada em floração no mês de setembro e frutificando nos meses
de setembro e maio. Diferencia-se das demais espécies por apresentar pubescência
sem glândulas no caule, as folhas são membranáceas glabras e ovadas com 3-
venações. A. paludosa nunca possui ápice da folha acuminado, o pericarpo e
placentação são caducos; A. ornata possui o ápice da folha obtuso, os frutos maduros
não são translúcidos quando secos. As espécies glabras, A. purpurascens, possue
folhas atenuadas e esverdeadas os são frutos translúcidos, esta espécie pode ser
confundido com A. acuminifolia, no entanto, A. purpurascens, é mais alta (pelo menos
50 cm), e as inflorescências são tirsos e os frutos caducos. (A. Freire-Fierro, 2002). As
plantas do PVN possuem folhas membranáceas, parte abaxial roxa e adaxial verde.
Cálice verde, ápice das pétalas com um tricoma glândular. Estames com filete rosa e
antera amarela. Estigma rosa.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Equador, Guiana Francesa,
Guiana, Peru, Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre no AP, PA, AM, AC, RO, MA,
MT. No PNV, ocorre em área de Buritizal. Nova ocorrência para o Estado de Roraima.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Grade
PPbio, N3-500 na parte alagada, 15. IX. 2010, Cangani, K.G. 52 (INPA); F.R.C. Costa,
1033 (INPA)
Material adicional: BRASIL. Acre: Cruzeiro do Sul, 26. X. 1966, Prance, G.T. 2876
(INPA). Amazonas: Rio Javari, 28. VII. 1973, Lleras, E. P 16895 (INPA). Rondônia:
Rio Madeira, 20. XI. 1968, Prance, G.T. 8684 (INPA).
1.2 Aciotis annua Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 52.
Sub-arbusto, 20 cm-1 m. Ramos quadrangulares, revestidos esparsamente
moderamente a densamente por tricomas glandulares, simples. Folhas pecioladas;
pecíolo 0,2- 4,5 cm compr, lâmina 0,8-12,5 x 0,4-6,5 cm, elíptica-ovada,
base levemente sub-cordada a obtusa, margem serrilhada-ciliada, ápice acuminado,
ambas as faces revestidas esparsamente-moderamente por tricomas simples, 3+2-5
nervuras basais. Cimeiras, terminais 2,5-10 cm compr. Flores 4-meras. Hipanto 1,2-
24
2,3 mm compr, hemisférico, moderamente revestido por tricomas glandulares.
Cálice simples, persistentes, Lacínias triangulares. Corola alva, pétalas com
ápices agudos. Estames 8, isomórficos. Conectivos 0,3-0,6 mm compr. calcarado,
apêndices basais ou dorsais. Anteras 0,7-1,7 mm compr, eretas, ápice truncados,
poricidas. Ovário ínfero, com tricomas glandulares. Estilete filiforme, glabro.
Fruto carnoso. Sementes numerosas e cocleadas.
Comentários: Encontrada em estado de floração nos meses de Janeiro, Maio,
Setembro e Novembro; e em frutificação nos meses de Janeiro, Maio e Novembro.
Reconhecida principalmente por suas inflorescências densas, com brácteas
conspícuas e pela cor esbranquiçada na superfície abaxial das folhas, brácteas e dos
frutos. Disntingue-se de A. polystachya, com a qual é frequentemente confundida, pela
inflorescência mais ampla, as brácteas são menores e partes vegetativas cobertas com
tricomas glandulares na mesma (A. Freire-Fierro, 2002).As plantas do PNV,
apresentam botões florais alvos. Pétalas com tricomas glandulares. Estames com
filetes alvos e anteras rosadas. Estigma alvos. Frutos verdes.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Guiana Francesa, Caribe, Colombia, Costa Rica,
Equador, Guiana, Panamá, Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre no PA, AM, AC,
MA, PI, BA, GO. No PNV, ocorre em área de Buritizal. Nova ocorrência para o Estado
de Roraima.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Grade
PPbio, desvio da N2 área alagada, 13 .IX. 2010, Cangani, K.G. 44 (INPA). Grade
PPbio, N2-1300, 1º28'29'' N, 61º00'42'' W, 23 .I. 2011, Cangani, K.G. 125 (INPA),
Grade PPbio, N2 entre L2. Solo encharcado; 1°48'67''S, 61°01'57''W; F.R.C. Costa,
1039 (INPA); Floresta ombrófila densa (Baixio), F.A. Carvalho, 795 (INPA); Solo
encharcado. Trilha L1 (900-1400) Ppbio; 1°48'67''S, 61°01'57''W. F.R.C. Costa. 1209
(INPA) N3-1200, Grade Ppbio, N. Davilla, 5775 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rio Xié, afluente do rio Negro, 8 .V. 1973,
Silva, M.F. da 1356 (INPA). Humaitá, Campo I, 500m ao Norte da BR-230, Km 2, 7º31'
N, 63º10' W, 3 .III. 1980, Janssen, A.S. 242 (INPA).
1.3 Aciotis purpurascens Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 52, t. 3, f. 36.
25
Arbusto, 50 cm-1m. Ramos quadrangulares, glabros. Folhas pecioladas, pecíolo 1-
3,2 cm compr, lâmina 1,6-12,8 x 0,3-4,9 cm, lanceolada-elíptica, base truncada-
atenuada, margem ciliada, ápice acuminado, ambas as faces glabras, 3+2 nervuras
basais. Tirsos terminais, 6,5-16,9 cm compr. Flores 4-meras. Hipanto 1,7-2,1 mm
compr, hemisférico, glabro. Cálice simples, persistentes, Lacínias triangulares. Corola
alva, pétalas com ápice arredondado. Estames 8, isomórficos, conectivos 0,6-0,9 mm
compr. Anteras 0,9-1,5 mm compr, eretas, ápice truncados, poricidas. Ovário ínfero,
glabros. Estilete filiforme, glabro. Fruto carnoso. Sementes numerosas e cocleadas.
Comentários: Encontrada em estado de floração e frutificação em julho. Reconhecida
pela inflorescência tirsóide-panícula e pelo fruto bacáceo. Ocasionalmente, pode
apresentar hábito epífito, talvez em resultado da dispersão por pássaros.
A.purpurascens pode ser confundida com A. rubricaulis, por apresentar caule, folhas e
hipanto densamente revestidos por tricomas glandulares ou simples. (A. Freire-Fierre,
2002). As plantas do PNV apresentam botões florais, estigmas e estames alvos.
Frutos imaturos verdes e quando maduro roxos apreteados com tricomas.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Costa Rica, Equador, Guiana Francesa,
Guiana, Panamá, Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AP, PA, AM, AC, RO, MA, CE,
MT. NO PNV, ocorre em área de Buritizal.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Campina
da L3-500 da grade do PPBIO, 22. VII. 2010, Cangani, K.G. 36 (INPA), R. Morokawa,
282 (INPA)
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rio Javari, 5º 08' S, 72º48' W, 2 .VIII. 1973,
Lleras, E. P 17029 (INPA). Manaus, Igarapé de Santo Antônio, Igarapé de Santo
Antônio, 23. XI. 1960, Rodrigues, W.A. 1951 (INPA). Roraima: Base da Serra
Tepequem, 11.II. 1967, Prance, G.T. 4322 (INPA).
2. Acisanthera P. Br., Civ. Nat. Hist. Jamaic. 217. 1756.
Ervas anuais ou subarbustos perenes. Ramos quadrangulares, glabros, pilosos ou
glandulares. Folhas sésseis ou curtamente pecioladas, cordadas, ovais, obovais ou
oblongas, base arredondada a cordada, ápice agudo a obtuso, margem inteira,
serrilhada ou serreada. Inflorescências terminais ou axilares, ou isoladas tirsos ou
26
panículas curtas; Flores 4-5-meras. Hipanto campanulado, oblongo ou ovóide, glabro
ou piloso. Cálice com lacínias lineares ou triangulares, persistentes. Corola violácea,
roxa ou rosa; pétalas obovais ou suborbiculares. Estames 8 ou 10, heteromorfos,
filetes glabros. Anteras oblongas, lineares, subuladas ou curvadas, uniporosas,
antepétalos: conectivo pouco prolongado abaixo das tecas, apêndice bilobado ou
bituberculado ventralmente; antesépalos: conectivo longamente prolongado abaixo das
tecas, ventralmente bilobado, bífido ou calcarado, dorsalmente tuberculado ou não.
Ovário súpero, 2-4-locular,glabro; estilete filiforme, reto ou sigmóide; estigma
punctiforme. Fruto capsular, 2-4-valvar. Sementes numerosas, ovais, oblongas ou
subcocleadas, cocleadas.
Chave para as espécies de Acisanthera do PNV
1.Erva submersa; ramos glabros a esparsamente revestidos por tricomas glandulares;
base nas folhas obtusa; nervura.....................................................Acisanthera crassipes
1`.Erva não submersa a subarbusto; ramos revestidos esparsamente por tricomas
glandulares; base aguda-cordada; nervuras 1+2, (3-5).................Acisanthera tetraptera
2.1 Acisanthera crassipes (Naudin) Wurdack, Fieldiana, Bot. xxix. 539 (1963)
Erva submersa, 8-20 cm. Ramos cilíndricos a quadrangulares, glabros a
esparsamente revestidos por tricomas glandulares. Folhas sésseis, lâmina 0,1- 0,5 x
0,1 - 0,3 mm, ovada, base obtusa, margem serrilhada, ápice agudo a arredondo,
ambas as faces revestidas esparsamente por tricomas glandulares, 1-nervura. Flores
solitárias, axilares-terminais. Flores 5-meras. Hipanto 1,4 mm compr, globoso,
revestido por tricomas glandulares. Cálice simples com tricomas glandulares,
persistentes, Lacínias triangulares. Corola rosa, alva, pétalas com
ápices arredondados. Estames 10, heteromórfos, conectivos ca 0,5 mm compr.
bilobados, apêndices ventrais-basais, anteras 0,3-0,6 mm compr, ovadas,
ápice truncado, biporicidas. Ovário súpero, glabro. Estilete filiforme com ápice
levemente sigmóide, glabro. Fruto seco. Sementes moderamente, cocleadas.
Comentários: Encontrada em estado de floração e frutificação em Março. O caule é
avermelhado quase translucido; Estames com filetes com a base branca e ápice roxo
27
avermelhado, apêndices amarelados, como um grão de pólen, anteras roxas
avermelhadas. Estigma branco esverdeado.
Distribuição: Ocorre no Caribe, Guiana Francesa, Guiana, Honduras, Nicarágua,
Venezuela. No Brasil, ocorre no AP, PA, AM. No PNV, ocorre em campinas alagadas.
Nova ocorrência para o Estado de RR.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Estrada
perdida entre a segunda e a terceira boeira, 1º23'17'' N, 60º59'03'' W, 30 .III. 2011,
Barbosa, T.D.M. 1468 (INPA). Área alagada depois da primeira bueira, 25 .I. 2011,
Cangani, K.G. 130 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Humaitá, 7º31' N, 63º10' W, 21 .II. 1980,
Janssen, A.S. 191 (INPA). Pará: Santarém, 2º29' S, 54º57' W, 5 .VII. 1989, Sanaiotti,
T.M. 66 (INPA). VENEZUELA. Atures: 23 .IX. 1980, Huber, O. 5702 (INPA).
2.2 Acisanthera tetraptera (Cogn.) Gleason, Recueil Trav. Bot. Néerl. 32: 206. 1935
Erva-sub-arbusto, 10-50 cm. Ramos quadrangulares a cilíndricos, revestidos
esparsamente por tricomas glandulares. Folhas sésseis a pecioladas. Pecíolo ca 1,1
mm cm, lâmina 0,4-20,5 mm x 0,2-10,1 mm, ovada, elíptica e lanceolada,
base aguda-cordada, margem ciliada, serrilhada, inteira, serrilhada, ápice agudo a
acuminado, ambas as faces revestidas densamente a esparsamente por tricomas
glandulares, 1+2, (3-5) nervuras basais-supra-basais. Cimeiras-flores solitárias,
axilares-terminais 1,7-2,9 cm compr. Flores 4-(6)-meras. Hipanto 2,3-3,6 mm compr,
globoso-campanulado, revestido moderadamente por tricomas glandulares.
Cálice simples-duplos, persistentes, Lacínias triangulares-conadas. Corola rosa,
pétalas com ápices agudos a arredondos. Estames 6-8-12, heteromórfos, conectivos1-
1,4 mm compr, apêndices ventrais-dorsais, ventrais bifídos, dorsais calcarados,
anteras 0,8-4,3mm compr, subuladas-eretas, ápice truncados e rostrados, poricidas.
Ovário súpero, revestido por tricomas glandulares e pilosos. Estilete filiforme,
revestido por tricomas glandulares na base. Fruto seco. Sementes numerosas
cocleadas.
Distribuição: Ocorre no Suriname. No Brasil, ocorre no AP, AM, AC. No PNV, ocorre
nas campinas. Nova ocorrência para o Estado de RR.
28
Comentários: Encontrada em estado de floração e frutificação em Julho, Setembro e
Dezembro. O caule e as folhas são avermelhados. Sépalas verdes avermelhadas.
Estames e Estigmas roxos. Flores com cheiro adocicado.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1º24'09''
N, 60º59'11'' W, 25 .VII. 2010, Barbosa, T.D.M. 1334 (INPA). Grade PPbio, L3-500,
área alagada, 22 .VII. 2010, Cangani, K.G. 31 (INPA). Depois da terceira bueira ao
longo da estrada no meio das pedras, 19 .IX. 2010, Cangani, K.G. 65 (INPA). Estrada
Perdida. Campina aberta denominada localmente por "Duninhas", 1 .XII. 2006,
Carvalho, F.A. de 1052 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rio Urubu, 5 .IV. 1967, Prance, G.T. 4782
(INPA). Pará: Oriximinã, 8 .VI. 1980, Martinelli, G. 6891 (INPA).
29
3. Bellucia Raf., Sylva Tellur. 92. 1838, nom. cons.
Arbusto ou árvore de 3 a 25 m; Ramos glabros. Lâminas obovado-elípticas, ovado-
elípticas, elípticas; ápice agudo a acuminado; base aguda, atenuada a arredondada;
margem inteira a denteada. Flores 5-8(-9)-meras. Hipanto cilíndrico, subgloboso.
Cálice com deiscência irregular. Pétalas obovate. Estames em dobro ao número de
pétalas, isomorfos,conectivo nãoprolongado,mas carnoso. Estigma capitado. Ovário ín
fero com 14(-15) lóculos, completamente fundido a parede do ovário, glabro.
Fruto baga. Sementes numerosas, ovoídes.
30
Chave para as espécies de Bellucia do PNV
1.Folhas com margem serrilhada; ambas as faces revestidas por tricomas simples e
hipanto revestido densamente por tricomas sim.............................. Bellucia mespiloides
1`.Folhas com a margem inteira; folhas e hipanto glabros..........Bellucia grossularioides
3.1 Bellucia grossularioides Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 141.
Árvore, 2-35 m. Ramos cilíndricos, glabros. Folhas pecioladas; pecíolo 0,8-4 cm
compr, lâmina 5,5-20,5 x 2,3-15,1 cm, ovada-elíptica, base aguda, margem inteira,
ápice agudo a acuminado, ambas as faces glabras, 3+2-3 nervuras supra-basais.
Flores solitárias-cimeiras axilares; 2,9-5,5 cm compr. Flores 7-meras. Hipanto 5,4-
6,7 mm compr, globoso, glabro. Cálice simples, Lacínias irregulares. Corola alva,
pétalas com ápices obtusos. Estames 12-16, filetes glabros. Anteras 4,9-7,1 mm
compr, globosas, ápice truncados, Ovário ínfero, glabros. Estilete sinanteria, glabro.
Fruto carnoso. Sementes numerosas e ovóides.
Comentários: Encontrada em estado de floração nos meses de Setembro e Novembro
e em frutificação nos meses de Janeiro, Julho, Setembro e Novembro. Bellucia
grossularioides, geralmente ocorrem em florestas primarias e secundárias na América
Central e do Sul. Ela cresce em solo não-inundado, mas também nas margens dos rios
e em lugares pantanosos ao do nível do mar até 850 m.(S. Renner, 1989). As plantas
do PNV podem apresentar ritidoma verde-acinzentado com muitas fissuras, sem
desprendimento de placas. Casca viva creme amarronzado. Alburno marron-claro. Eixo
de inflorescência verde. Cálice verde-amarelado, corola carnosa, filetes alvos com
anteras amareladas e estigma amarelo. Fruto verde.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica, Equador, Guiana
Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru,
Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AP, PA, AM, AC, RO, MA, BA, MT. No
PNV, ocorre em áreas de terra firme e capoeiras.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Planta
coletada ao lado da sede do Viruá, 24 .VII. 2010, Cangani, K.G. 38 (INPA). Estrada
perdida, ao lado da guarita dos guardas do PNV, 25 .I. 2011, Cangani, K.G. 133
31
(INPA). Estrada Perdida, 27 .XI. 2006, Carvalho, F.A. de 910 (INPA). Caracaraí, Trilha
de acesso a sede do Parque, 11 .IX. 2010, Gomes-Costa, G.A. 101 (INPA). Trilha de
acesso à grade PPBio, 14 .IX. 2010, Silva-Luz, C.L. da 99 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Manaus-Caracaraí, Km 45, 5 .VII. 1984,
Renner, S.S. 971 (INPA). Tefé, 11 .XI. 1986, Daly, D.C. 4333
(INPA). Mato Grosso: Vila Bela da SantíssimaTrindade, 16 .XI. 1996, Hatschbach, G.
65620 (INPA).
3.2 Bellucia mespiloides (Miq.) J.F.Macbr., Publ. Field Columbian Mus., Bot. Ser.
xiii. IV. 498 (1941)
Árvore, 2,5-4 m. Ramos cilíndricos, glabros a revestidos densamente por tricomas
simples. Folhas pediceladas, pecíolo 1,3- 7,1 cm compr, lâmina 6,6-18,1 x 2,5-12,5
cm, elíptica, base aguda, margem serrilhada, ápice acuminado, ambas as faces
revestidas moderamente a densamente por tricomas simples, 3+2 nervuras supra-
basais. Flores solitárias, axilares. Flores 5-meras. Hipanto ca de 0,4 cm compr,
urceolado, revestido densamente por tricomas simples. Cálice simples, persistentes,
Lacínias triangulares. Corola alva, pétalas com ápices irregulares. Estames 10,
isomorfos. Anteras 0,5-0,6 cm compr, oblongas, ápice truncados, poricidas.
Ovário ínfero, glabros. Estilete filiforme (columnar), glabro. Fruto carnoso.
Sementes numerosas e ovoídes.
Comentários: Encontra-se em estado de frutificação em Julho. Disntingue-se por
apresentar 5-lóculos, em L. spruceana apresenta 10-lóculos e vegetativamente
apresenta maior pubescência, em particular na face abaxial da folha. (S. Renner,
1989). As plantas do PVN, possuem frutos verdes amarelados revestido densamente
por tricomas simples.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Planta
coletada ao lado da sede do Viruá, 19 .VII. 2010, Cangani, K.G. 10 (INPA).
Material adicional: T.W. Henkel, 2432 (INPA); J.A. Silva, 437 (INPA); K.M. Redden,
1860 (INPA)
32
Distribuição: Ocorre na Colombia, Costa Rica, Equador, Guiana Francesa, Guiana,
Nicarágua, Panamá, Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AP, PA, AM. No
PNV, ocorre em área de terra firme.
33
4. Clidemia D. Don, Mem. Wern. Nat. Hist. Soc. 4(2): 306. 1823.
Arbustos ramificados. Ramos geralmente pilosos. Folhas sésseis ou pecioladas;
lâmina elíptica, oval, oblonga ou lanceolada, com ambas as faces pilosas.
Inflorescência panículas axilares ou pseudo-laterais; Flores 4-8-meras, hipanto
campanulado, oblongo ou urceolado, geralmente revestido com tricomas. Cálice com
lacínias geralmente triangulares, pilosas ou furfuráceas, persistentes. Corola branca,
rosa, roxa, pétalas obovais ou oblongas, ápice arredondado. Estames 8-10, isomorfos
ou heteromorfos, glabros. Anteras lineares ou subuladas, uniporosas, conectivo não
prolongado, ou às vezes, curtamente prolongado, geralmente sem apêndice ou
calcarado dorsalmente. Ovário (2-)3-5(-10)-locular, ínfero ou semi-ínfero; estilete
geralmente glabro, filiforme; estigma punctiforme, truncado ou levemente expandido.
Fruto baga. Sementes numerosas, ovoídes a triangulares.
Chave para as espécies de Clidemia do PNV
1 Sub-arbusto a arbusto; ramos revestidos densamente por tricomas simples; folhas
sésseis...................................................................................................Clidemia rubra
1` Arbusto ou árvores; ramos não revestidos densamente por tricomas simples; folhas
pecioladas........................................................................................................2
2. Ramos cilíndricos a sub-cilíndricos-quadrangulares; revestidos moderamente por
tricomas glandulares-simples.............................................................Clidemia hirta
2`.Ramos não cilíndricos a sub-cilíndricos-quadrangulares; revestidos moderamente
por tricomas glandulares-simples.......................................................................3
3. Inflorescência um tirso; flores de 6-5 meras e hipanto revestido moderamente por
tricomas glandulares....................................................................Clidemia novemnervia
3`.Inflorescência uma cimeira; sem flores de 6-5 meras e hipanto revestido
moderamente por tricomas glandulares.................................................................4
4. Hipanto revestido moderamente por tricomas glandulares-estrelados; flores 8-
meras...............................................................................................Clidemia octona
4`.Hipanto revestido moderamente por tricomas simples; flores 5-
meras...............................................................................................Clidemia involucrata
34
4.1 Clidemia rubra Mart., Nov. Gen. Sp. Pl. (Martius) iii. 152. t. 281
Sub-arbusto a Arbusto, 20 cm-3 m. Ramos cilíndricos, revestido densamente por
tricomas simples. Folhas sésseis, pecíolo ca 1,6 cm compr, lâmina 2,2-15,1 x 1,1-9,5
cm, elíptica, base cuneada e engrossada, margem serrilhada, ápice acuminado, face
abaxial revestida densamente por tricomas simples e face adaxial revestida
esparsamente a densamente por tricomas simples, 3+2 nervuras basais.
Glomérulos,axilares, 0,5-1,5 cm compr. Flores 4-meras. Hipanto 2,1-4,4 mm compr,
tubular a urceolado, revestido densamente por tricomas simples. Cálice simples,
persistentes, Lacínias triangulares. Corola rosa, alva. Estames 8, isomorfos,
anteras 1,2x4,8 mm compr, eretas, ápice truncados, poricidas. Ovário ínfero, piloso.
Estilete filiforme, glabro. Fruto carnoso. Sementes numerosas e ovoídes.
Comentários: Encontra-se em estado de floração e frutificação nos meses de Julho e
Setembro. Estames e estigmas alvos. Frutos roxos escuros, revestidos por tricomas.
Distribuição: Ocorre Bolívia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana,
Honduras, México, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre RR, AP, PA,
AM, AC, MT. NO PNV, ocorre nas campinas arbustivas (estrada perdida).
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Estrada
perdida, primeira bueira na beira da estrada, 12 .IX. 2010, Cangani, K.G. 42 (INPA,
1º25'14'' S, 60º59'10'' W, 19 .VII. 2010, Martins, M.V. 128 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Pará: Oriximinã, 7 .IX. 1980, Ferreira, C.A.C. 2229
(INPA). Roraima: Serra da Lua, 15 .I. 1969, Prance, G.T. 9292 (INPA).
4.2 Clidemia hirta D.Don, Mem. Wern. Soc. iv. (1823) 309
Arbusto, 30 cm-2 m. Ramos cilíndricos a sub-cilíndricos, quadrangulares, revestidos
moderamente por tricomas glandulares, simples. Folhas pecioladas, pecíolo 0,2-3,3
cm, lâmina 3,1 - 16,5 x 1,5 - 8,8 cm, ovada, base sub-cordada a cordada,
margem crenada, ápice acuminado, ambas as faces revestidas moderamente por
tricomas simples, 5 nervuras supra-basais. Cimeiras, pseudo-terminais-laterais 2,5-
3,5 cm compr. Flores 5-meras. Hipanto 3-3,7 cm compr, urceolado, revestido
moderamente por tricomas glandulares-simples. Cálice duplo, persistentes,
35
Lacínias triangulares. Corola alva, pétalas com ápices arredondados. Estames 10,
isomorfos, apêndices dorsais, bilobados, anteras 4,7-6,4 mm compr, oblonga-linear,
ápice rostrados, poricidas. Ovário ínfero, glabros. Estilete filiforme, glabro.
Fruto carnoso. Sementes numerosas e ovoídes.
Comentários: : Encontra-se em estado de floração em Setembro e frutificação nos
meses de Julho e Setembro. Presença de tórus pubescente. Estames e estigma alvos.
Frutos imaturos verdes claros e quando maduros roxos apreteados com tricomas
curtos.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica, Equador, El Salvador,
Fiji, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, Madagascar, Malásia, México,
Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Estados Unidos, Venezuela. No Brasil,
ocorre em RR, AP, PA, AM, AC, RO, MA, CE, PB, PE, BA, AL, SE, MT, GO, Distrito
Federal, MS, MG, ES, SP, RJ, PR, SC, RS. No PNV, ocorre em área de Buritizais.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Na trilha
da fazenda do Sr. Neri, 19 .I. 2011, Cabral, F.N. 352 (INPA). Grade PPbio, L3-500 na
parte alagada, 22 .VII. 2010, Cangani, K.G. 37 (INPA). Grade PPbio, L3-900 parte
alagada, , 13 .IX. 2010, Cangani, K.G. 45 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rio Ituxi, 11 .VII. 1971, Prance, G.T. 14118
(INPA). 2º53' S, 59º58' W, 31 .XII. 1996, Sothers, C.A. 972 (INPA). Maués, São João,
22 .IV. 1974, Campbell, D.G. P 22088 (INPA). Rondônia: Guajara-Mirim, 13 .I. 1977,
Kirkbride Jr.; J.H.; JH 2734 (INPA).
4.3 Clidemia involucrata DC., Prodr. (DC.) 3: 179. 1828
Arbusto-árvoreta, 1-2 m. Ramos cilíndricos, glabros a revestidos moderamente por
tricomas glandulares, simples. Folhas pecioladas, pecíolo 0,1-2,4 cm, lâmina 1,3-10,8
x 0,8-5,6 cm, elíptica, base aguda, margem serrilhada, ápice acuminado, ambas as
faces revestidas moderamente por tricomas simples, 3+2 nervuras basais. Cimeiras
laterais 1,5-3,3 cm. Flores 5-meras. Hipanto ca de 4,2 mm compr, urceolado, revestido
moderamente por tricomas simples. Corola com base branca e ápice verde. Cálice
persistente, Ovário ínfero, revestido por tricomas glandulares. Fruto carnoso.
Sementes numerosas e ovoídes-triangulares.
36
Comentários: Encontra-se em estado de floração e frutificação em Novembro. Cálice
avermelhados com tricomas. Estames e estigma alvos. Frutos imaturos vináceos e
quando maduro azul claro.
Distribuição: Ocorre no Caribe, Costa Rica, Guiana Francesa, Guiana, Honduras,
Nicarágua, Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, PA, AM. No PNV, ocorre
em áreas de Buritizais.
Material examinado: Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Grade PPbio, N2-
3500 área alagada, 9 .XI. 2010, Cangani, K.G. 87 (INPA), F.A.Carvalho, 781(INPA)
Material adicional: BRASIL. Roraima: Serra Tepequem, 18 .II. 1967, Prance, G.T.
4525 (INPA). GUYANA. 6º37' N, 58º36' W, 23 .VIII. 1993, Henkel, T.W. 2738 (INPA).
U. Takutu, 1º17' N, 58º39' W, 2 .III. 1994, Henkel, T.W. 4895 (INPA).
4.4 Clidemia novemnervia Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 136.
Arbusto,1-1,5 m. Ramos cilíndricos, revestidos moderamente por tricomas
glandulares, estrelados. Folhas pediceladas, pecíolo 0,4-4 cm, lâmina 2,1-14,1 x 0,6-
7,6 cm, elíptica, base obtusa a sub-cordata, dilatada, margem ciliada, ápice acuminado,
face abaxial revestida moderamente por tricomas glandulares, estrelados, face
adaxial revestida moderamente por tricomas escabrosos glandulares, simples, 5+2-7
nervuras basais. Tirsos laterais, 1,5-12 cm. Flores 6-5-meras. Hipanto 2,5-3,3mm,
campanulado, revestido moderamente por tricomas glandulares. Cálice duplo,
persistentes, Lacínias triangulares. Corola alva, pétalas com ápices arredondados a
agudo. Estames 8-12, isomorfos, conectivos 0,7-1,2 mm compr, apêndices ventrais,
globosos, anteras 3,1-4 mm compr, eretas curvas, ápice truncados, poricidas.
Ovário ínfero, revestido por tricomas glandulares. Estilete filiforme, glabro.
Fruto carnoso. Sementes numerosas e ovóides.
Comentários: Encontra-se em estado de floração e frutificação em Março. Presença
de tricomas glandulares no tórus. As pétalas são quase hialinas e anteras rosadas.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Colombia, Equador, Guiana, Honduras, Nicarágua,
Panamá, Peru, Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre no AP, PA, AM, RO, MT. No
Parque ocorre em áreas de Buritizais. Esta é uma nova ocorrência para o Estado de
Roraima.
37
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Estrada
perdida entre a segunda e a terceira boeira, 1º23'36'' N, 60º59'13'' W, 30 .III. 2011,
Barbosa, T.D.M. 1465 (INPA), T. Batista, 96 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Km 620 Manaus-Humaitá, 18 .IX. 1980,
Lowrie, S.R. 88 (INPA). Humaitá, Estrada Humaitá-Lábrea, km 77, 11 .VI. 1982,
Teixeira, L.O.A. 1087 (INPA). Manaus, Campina, nos fundos do Conjunto dos
Jornalistas, 5 .VI. 1984, Miranda, MC de C 825 (INPA).
4.5 Clidemia octona (Bonpl.) L.O.Williams, Fieldiana, Bot. 29: 558. 1963
Arbusto-árvoreta, 50 cm-3 m. Ramos cilíndricos, revestidos moderamente por
tricomas glandulares e estrelados. Folhas pecioladas, pecíolo com 0,4-12,2 cm,
lâmina 3,1-20,5 x 1,7-12,3 cm, ovada, base cordada, margem crenada,
ápice acuminado, face abaxial com as nervuras centrais revestidas por tricomas
glandulares, lâmina revestida moderamente por tricomas estrelados, face
adaxial revestida moderamente por tricomas glandulares, estrelados, simples, 5+2
nervuras supra-basais. Cimeiras laterais-terminais, 7-8 cm. Flores 8-meras.
Hipanto 3,1-4 mm compr, campanulado, revestido moderamente por tricomas
glandulares-estrelados. Cálice duplo, persistentes, Lacínias triangulares. Corola alva,
pétalas com ápices arredondados. Estames 13-16, isomorfos, apêndices dorsais,
calcarados, anteras 3,4-4,9 mm, subuladas, ápice rostrados, poricidas. Ovário ínfero,
glabros. Estilete filiforme, glabro. Fruto carnoso. Sementes numerosas e ovoídes.
Comentários: Encontra-se em estado de floração e frutificação em Setembro. Os
botões florais com tricomas glandulares. Tórus pilosos. Estames e estigma alvos.
Frutos imaturos verdes e quando maduros roxos.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica, Equador,
Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, México,
Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre em
RR, PA, AC, RO, MT, GO, Distrito Federal, MG. No PNV, ocorre nas
bordas de terra firme.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Coletado
ao lado da sede do Parque, 19 .VII. 2010, Cangani, K.G. 13 (INPA). Estrada ao lado da
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sede, 13 .IX. 2010, Cangani, K.G. 46 (INPA). Trilha de acesso para a sede do Viruá,
1º25'20'' N, 60º50'44'' W, 27 .I. 2011, Cangani, K.G. 140 (INPA). Trilha principal de
acesso a sede do Parque, 11 .IX. 2010, Gomes-Costa, G.A. 103 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Pico Rondon, 1º32' N, 62º48' W, 6 .II. 1984,
Pipoly, J.J. 6690 (INPA). Rondônia: Mineração Mibrasa, Setor Alto Candeias, 10º35' S,
63º35' W, 18 .V. 1982, Teixeira, L.O.A. 584 (INPA). Presidente Medici, BR364,
Rod.Cuiabá-Porto Velho, km 300. 11º12' S, 61º62' W, 25 .VI. 1984, Ferreira, C.A.C.
4781 (INPA).
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5. Comolia DC., Prodr. 3: 123. 1828.
Arbustos ou subarbustos. Ramos cilíndricos, glabros, pilosos ou piloso-glandulares.
Folhas sésseis ou subsésseis, planas ou fortemente revolutas, de formato variado,
inteiras ou serreadas nas margens. Flores solitárias ou raramente panículas,
axilares ou terminais, Flores 4-meras; hipanto campanulado ou oblongo. Cálice com
lacínias subuladas ou triangulares, persistentes, glabras ou pilosas. Corola rosa, roxa
ou branca, pétalas obovais a oblongas, margem glabra ou ciliado-glandular. Estames
8, heteromorfos, glabros, anteras subuladas ou linear-subuladas, uniporosas;
conectivos prolongados com apêndice na face ventral, bilobado ou auriculado, às vezes
prolongado na face dorsal em calcar obtuso. Ovário 2-4-locular, súpero, geralmente
glabro; estilete filiforme; estigma punctiforme. Fruto capsular, 2-4-valvar. Sementes
numerosas e cocleadas.
Chave para as espécies de Comolia do PNV
1.Tricomas nodais presentes; ambas as faces glabras a revestidas esparsamente por
tricomas simples; hipanto glabro; presença de apêndices ventrais
bilobados....................................................................................................Comolia villosa
1`.Tricomas nodais ausentes; ambas as faces revestidas moderamente por tricomas
glandulares; presença de apêndices ventrais bilobados – bifídos; dorsais
calcarados......................................................................................... Comolia microphylla
5.1 Comolia villosa Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 37.
Sub-arbusto, 20 cm-1 m. Ramos quadrangulares, glabros a esparsamente
revestidos por tricomas simples e tricomas nodais glandulares Folhas sésseis a sub-
sésseis, pecíolo ca 1 cm, lâmina 0,3-3,5 x 0,1-1,2 cm, elíptica-ovada, base aguda,
margem serrilhada-ciliada, ápice acuminado, ambas as faces glabras a revestidas
esparsamente por tricomas simples, 3 nervuras basais. Flores solitárias axilares-
terminais, 1-2,3 cm compr. Flores 4-(5) meras. Hipanto 1,8-2,8 mm, oblongo, glabro.
Cálice duplo, persistentes, Lacínias triangulares. Corola rosa, pétalas com
ápices apiculados-agudos. Estames 8, isomorfos, filetes glabros, conectivos 0,3-1,3
mm, apêndices ventrais, bilobados, anteras 0,2-0,5 cm, subuladas, ápice rostrados,
42
poricidas. Ovário súpero, glabros. Estilete filete filiforme e com ápice sigmóide, glabro.
Fruto seco. Sementes numerosas e cocleadas.
Comentários: Encontra-se em estado de floração em Março; Setembro; Novembro
e frutificação em Novembro. Esta espécie se assemelha a Comolia microphylla, por
possuir flores lilás com a base branca e caule triangular. C. villosa apresentar tricomas
glandulares nodais, caule glabro a esparsamente com tricomas glandulares. Hipanto
glabro. Estames com apêndices ventrais bilobados, ápice da pétala apiculado a agudo.
C. microphylla, possue caule revestido densamente a moderamente por tricomas
glandulares, hipanto com tricomas glandulares moderamente. Estames com
apêndices ventrais-dorsais, ventrais bilobados-bifídos, dorsais calcarados, ápice das
pétalas agudo.
Distribuição: Ocorrem na Guiana Francesa, Guiana, Suriname e Venezuela. No Brasil,
ocorre em RR, AP, PA, AM, MA, PI, BA, SE. No PNV, ocorre nas campinas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1º26'04''
N, 60º58'51'' W, 19 .VII. 2010, Barbosa, T.D.M. 1182 (INPA). Caracaraí, Parque
Nacional Viruá, 30 .V. 2010, Cabral, F.N. 254 (INPA). Grade PPbio L3-500, campina
alagada, 22 .VII. 2010, Cangani, K.G. 33 (INPA). Grade PPbio N3-500, , 15 .IX. 2010,
Cangani, K.G. 47 (INPA). Fazendo do Sr Gabriel, 13 .XI. 2010, Cangani, K.G. 117
(INPA). Grade do PPBio, 22 .I. 2011, Costa, S.M. 844 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rio Aracá, 0º 25' S, 63º 23' W, 25 .VII. 1985,
Prance, G.T. 29797 (INPA). Pará: Oriximinã, 2 .VII. 1980, Ferreira, C.A.C. 1237 (INPA).
Tucuruí, margem direita do Rio Tocantins, 7 .II. 1979, Silva, N.T. da 5040 (INPA).
5.2 Comolia microphylla Benth., J. Bot. (Hooker) 2: 295. 1840
Sub-arbusto-arbusto, 50-70 cm. Ramos quadrangulares, os ramos mais velhos são
glabros e ramos novos são revestidos densamente por tricomas glandulares. Folha
subséssil a séssil, lâmina 0,3 - 2,5 x 0,1 - 1,3 cm compr, elíptica-ovada, base aguda,
margem serrilhada-ciliada, ápice acuminado a agudo, ambas as faces revestidas
moderamente por tricomas glandulares, 3 nervuras basais. Flores solitárias, axilares-
terminais. Flores 4-meras. Hipanto 2,2-3,3 mm compr, oblongo, revestido
moderamente por tricomas glandulares. Cálice duplo, persistentes,
43
Lacínias triangulares. Pétalas rosadas, ápices agudos-apiculados. Estames 8,
heteromórficos, filetes glabros, conectivos 0,3-0,9 mm compr, apêndices ventrais-
dorsais, ventrais bilobados-bifídos, dorsais calcarados, anteras 0,2-0,4 cm compr,
subuladas, ápice rostrados, poricidas. Ovário súpero, glabros. Estilete filete filiforme
com ápice sigmóide, glabro. Fruto seco. Sementes numerosas e cocleadas.
Comentários: Encontra-se em estado de floração em fevereiro; setembro e novembro
em frutificação nos meses de fevereiro; julho; setembro e novembro.
Distribuição: Ocorre na Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela. No Brasil,
ocorre em RR, PA. No PNV, ocorre nas campinas.
Material examinado BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1º16'05'' N,
60º58'10'' W, 28 .II. 2010, Barbosa, T.D.M. 1042 (INPA). 1º25'15'' N, 60º59'06'' W, 16
.VII. 2010, Barbosa, T.D.M. 1111 (INPA). Estrada perdida, coletada no final da terceira
bueira em área alagada, 19 .IX. 2010, Cangani, K.G. 58 (INPA). Estrada Perdida.
Campina aberta, 29 .XI. 2006, Carvalho, F.A. de 1008A (INPA). Estrada Perdida. Após
a primeira bueira. Campinarana alagada, , 22 .VII. 2010, Melo, A. 400 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rio Aracá, 0º13' S, 63º08' W, 26 .VII. 1985,
Prance, G.T. 29845 (INPA). Barcelos, Serra de Aracá, 0º49' N, 63º19' W, 4 .III. 1984,
Amaral, I.L. do 1690 (INPA). VENEZUELA. Atabapo: 4º36' N, 65º31' W, 2 .III. 1979,
Huber, O. 3593 (INPA).
44
6. Henriettea DC., Prodr. 3: 178. 1828.
Árvores e arbustos; ramos geralmente pubescentes. Folhas pecioladas; lâmina
cartácea a subcoriácea, margem inteira, ciliada ou não. Inflorescência em fascículos
exclusivamente dispostos na região afila dos ramos. Flores 5-meras, pedicelada;
hipanto internamente glabro ou pubescente. Cálice duplo, lacínias internas truncadas
ou regularmente lobadas, persistentes, externas formadas por dentículos reduzidos.
Corola branca ou rosa, pétalas ungüiculadas, obovais, obtusas a agudas e usualmente
com múcron subapical externo, externamente pubérulas. Estames 10, isomorfos,
45
glabros, anteras uniporosas, tecas linear-oblongas, ápice subulado-rostrado, conectivo
usualmente não prolongado, inapendiculado ou bilobado na base. Ovário geralmente
ínfero, 5-locular, glabro. Fruto baga. Sementes numerosas, ovoídes.
Chave para as espécies de Henriettea do PNV
1.Ramos glabros; folhas lanceoladas; ápice agudo............................Henriettea martiusii
1.’ Ramos pubescentes; folhas não lanceoladas e ápice não agudo..............................2
2. Face abaxial da folha revestida densamente por tricomas pustulado-estrigosos e
face adaxial da folha revestida densamente por tricomas bulados-
setulosos...........................................................................................Henriettea granulata
2.’ Face abaxial e adaxial da folha revestida por outro tipo de indumento......................3
3. Face adaxial da folha revestida esparsamente por tricomas hirsuto adpresso; cálice
simples; estames com apêndice dorsal bilobado (inchado)............... Henriettea horridula
3.’ Face abaxial da folha glabra; cálice duplo em forma de dente; estames sem
apêndices....................................................................................... Henriettea spruceana
6.1 Henriettea granulata Berg ex Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 144.
Arbusto-árvore, 1- 6 m. Ramos cilíndricos, glabros a revestidos densamente por
tricomas estriguloso-adpresso. Folhas pecioladas, pecíolo 0,8-2,1 cm, lâmina 6,2-17,1
x 2,9-7,7 cm compr, elíptica-ovada, base obtusa, margem inteira-levemente revoluta,
ápice acuminado, face abaxial revestida densamente por tricomas pustulado
estrigosos, face adaxial revestida densamente por tricomas bulados-setulosos,3
nervuras basais-supra-basais. Glomérulos-flores solitárias, axilares. Flores 5-
meras. Hipanto 3,3-5,2 mm, campanulado-urceolado, revestido densamente por
tricomas hirsutos. Cálice simples, Cálice duplo, Lacínias obtusas. Corola alva, pétalas
ápices arredondados com apículo. Estames 6-10, isomorfos, apêndices basais,
bilobados, anteras 2,9-6,5 mm, oblongas, ápice rostrados, poricidas. Ovário ínfero,
pilosos. Estilete filiforme com ápice sigmóide, glabro. Fruto carnoso.
Sementes moderamente e ovóides.
Comentários: Encontra-se em estado de floração em Setembro, Henriettea granulata
difere H. horridula, por apresentar a base do tricoma bulada e na outra é a base inteira.
46
Distribuição: Ocorre na Guiana e Venezuela. No Brasil, ocorre no PA, AM, RO. No
PNV, ocorre nas campinaranas. Esta é nova ocorrência para o Estado de Roraima.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1º27'00''
N, 61º01'24'' W, 2 .XII. 2009, Cabral, F.N. 84 (INPA). Grade PPbio, N2-3800, 9 .XI.
2010, Cangani, K.G. 85 (INPA). Beira da Estrada Perdida. Campina aberta, 28 .XI.
2006, Carvalho, F.A. de 936 (INPA), M. Hophkins 2127 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rio Uneiuxi, 21 .X. 1971, Prance, G.T. 15497
(INPA). Pará: Oriximinã, 4 .XII. 1987, Martinelli, G. 12281 (INPA).
6.2 Henriettea horridula Pilg, Verh. Bot. Vereins Prov. Brandenburg 47: 182. 1905
Arbusto-árvore, 3-4 m. Ramos cilíndricos, revestidos moderamente a densamente
por tricomas estrigoso adpresso. Folhas pecioladas, pecíolo 0,1-4,1 cm, lâmina 9,5-
26,1 x 4,4-11,7 cm, elíptica, base aguda, margem inteira, ápice acuminado, face
abaxial revestida densamente por tricomas pustulado-simples, face adaxial revestida
esparsamente por tricomas hirsuto adpresso, 5-3-3+2 nervuras basais, supra-basais.
Flores solitárias, axilares. Flores 5-meras. Hipanto 4-6,2 mm compr, campanulado-
globoso, revestido densamente por tricomas estrigosos adpressos. Cálice simples,
Lacínias triangulares. Corola alva, pétalas com ápices arredondados com ápiculos.
Estames 10, isomorfos, apêndices basais, bilobados (inchados), anteras 2,6-7,7 mm
compr, subuladas, ápice levemente rostrados, poricidas. Ovário ínfero, pilosos.
Estilete filiforme, glabro. Fruto carnoso. Sementes numerosas e ovoídes.
Comentários: Encontra-se em estado de floração em Janeiro e Novembro e
frutificação em Maio. Esta espécie possue caulifloria. Casca viva com cheiro de fezes.
Flores com cheiro adocicado. Estames com o filete alvos e anteras com a base branca
e ápice roxo. Estigma branco.
Distribuição: Ocorre na Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, PA, AM. No PNV, ocorre
nas campinaranas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Grade do
PPBIO, L3-1950 na parte de charco, 11 .XI. 2010, Cangani, K.G. 97 (INPA). Grade
PPbio, N2-1300 em área encharcada, 1º28'43'' N, 61º00'41'' W, 23 .I. 2011, Cangani,
K.G. 123 (INPA). Trilha de acesso para a campina do Rio Baruana, 1º25'20'' N,
47
60º50'44'' W, 27 .I. 2011, Cangani, K.G. 134 (INPA), F.R.C. Costa, 1165 (INPA); F.R.C.
Costa, 1138 (INPA)
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Barcelos, 0º49' N, 63º19' W, 28 .II. 1984,
Amaral, I.L. do 1673 (INPA). Manaus, Parque 10, 10 .III. 1970, Rodrigues, W.A. 8735
(INPA).
6.3 Henriettea spruceana Cogn., Fl. Bras. (Martius) 14(4): 530. 1888
Árvore, 2-10 m. Ramos cilíndricos, glabros a revestidos densamente por tricomas
estrigoso adpresso. Folhas pecioladas, pecíolo 0,7-2,3 cm, lâmina 7,7-19 x 3,1-7,8
cm, elíptica, base aguda, margem inteira, ápice acuminado, face abaxial revestida
densamente por tricomas lepidotos-hirsutos, face adaxial glabra, 5 nervuras supra-
basais. Flores solitárias, axilares. Flores 5-meras. Hipanto 5,3-7,7 mm compr,
campanulado, revestido densamente por tricomas estrigosos adpressos. Cálice duplo,
em forma de dente, persistentes, Lacínias triangulares. Pétalas com
ápices apiculados. Estames, isomorfos, anteras ca 8 mm compr, subuladas,
ápice rostrados, poricidas. Ovário ínfero, Estilete filiforme, Fruto carnoso.
Sementes numerosas e ovoídes.
Comentários: Encontra-se em estado de frutificação em Setembro. Frutos imaturos
verdes vináceos.
Distribuição: Ocorre no Peru e Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AM, GO, MS. No
PNV, ocorre nas áreas alagadas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Beira do
lago Aliança, acesso para Rio Branco, 17 .IX. 2010, Fonseca, L.H.M. 152 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Alto Rio Negro, abaixo da Boca do Waupés,
17 .II. 1959, Rodrigues, W.A. 904 (INPA). Barcelos, Serra de Aracá, 0º48' N, 63º21' W,
8 .VII. 1985, Cordeiro, I. 169 (INPA). VENEZUELA. San Carlos de Rio Negro, 1º56' N,
67º03' W, 21 .IV. 1981, Clark, H.L. 7909 (INPA).
48
6.4 Henriettea martiusii (DC.) Naudin, Ann. Sci. Nat. Bot. sér. 3,18: 105.1852
Árvore-arbusto, 2 - 7 m. Ramos cilíndricos, glabros. Folhas pediceladas, pecíolo 0,4-
1,7 cm, lâmina 5,1 x 18-1,7 x 4,5 cm, lanceolada; base obtusa; margem inteira; ápice
agudo; face adaxial revestida moderamente por tricomas simples com a base dilatada;
face abaxial revestida densamente por tricomas simples com a base estrelada, 3
nervuras supra-basais. Flores solitárias, axilares. Flores 6-meras. Hipanto 6,9 -
7,8mm compr, campanulado, revestido densamente por tricomas simples. Cálice
duplo, persistente. Lacínias retangular com o ápice truncado. Corola alva; pétalas
ungüiculadas, ápices arredondos com um tricoma no ápice. Estames 12, isomorfos,
apêndices dorsais, pequenos calcarados, anteras 0,5 x 9,5 cm; oblongas subuladas;
ápices rostrados; deiscência poricida. Ovário ínfero; piloso. Estilete filiforme, glabro.
Fruto carnoso. Sementes moderadas, ovóides.
Comentários: Encontra-se em estado de floração em Março. Cálice ferrugíneo e
anteras lilás. Tronco, odor ao corte adocicado
Distribuição: Ocorre na Venezuela. No Brasil, ocorre RR, AM. No PNV, no Igapó do
Rio Viruá.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí. Parque Nacional Viruá, Igapó,
Lat. 1.30478 Long. -60.9741 Alt. 60 m, 02.III.2010, N. Davilla 6097 (INPA)
Material adicional: L.Howard, 7969 (INPA); F. Michelangeli, 412 (INPA); P.J.M. Maas,
6620 (INPA); J.M.Poole, 1782 (INPA)
49
50
51
7. Henriettella Naudin, Ann. Sci. Nat. Bot. sér. 3, 18: 107. 1852.
Árvores e arbustos glabros, escabros ou pubescentes. Ramos subcilíndricos a
quadrangulares. Folhas pecioladas; lâmina cartácea a subcoriácea, oval-oblonga,
oblonga a elíptica ou lanceolada, ápice em geral acuminado, margem inteira ou
inconspicuamente serrulada, nervação acródroma basal a suprabasal. Inflorescência
em fascículos exclusivamente dispostos na região afila dos ramos. Flores 4-5-meras,
pediceladas ou subsésseis. Hipanto internamente glabro, externamente estriguloso ou
furfuráceo, raro glabro. Cálice duplo, lacínias internas truncadas, externas curtamente
lobadas, tuberculadas, incospícuas. Corola branca ou levemente rosada, pétalas ovais
a lanceoladas, abruptamente acuminadas e usualmente com múcron apical externo,
glabras ou externamente pubérulas. Estames 8-10, isomorfos, glabros, anteras 1 (2)-
porosas, tecas linear-oblongas, conectivo usualmente não prolongado. Ovário
ínfero,(3)4-5-locular, glabro. Fruto baga. Sementes numerosas, oblongas.
7.1 Henriettella ovata Cogn., Fl. Bras. (Martius) 14(4): 540. 1888
Arbusto-Arvoreta, 2-4 m. Ramos cilíndricos, revestidos densamente por tricomas
estrigosos. Folhas pediceladas, pecíolo 0,6-1,9 cm, lâmina 5-14,3 x 2,4-7,8 cm,
oblonga-ovada-elíptica, base arrendondada-aguda-sub-cordada, margem inteira-
levemente crenada-ciliada, ápice agudo, nervuras centrais da face abaxial revestidas
densamente por tricomas estrigosos, lâmina glabra a revestida moderamente por
tricomas simples, nervuras centrais da face adaxial revestidas densamente com
tricomas estrigoso, lâmina revestidas esparsamente por tricomas simples-estrelados
setosos, 3 nervuras basais. Flores solitárias, caulifloria. Flores 4-meras. Hipanto 1,9-
2,1 mm, campanulado-globoso, revestido densamente por tricomas bulados setulosos.
Cálice simples, persistentes, Lacínias triangulares. Corola alva, pétalas
ápices agudos. Estames 8, filetes glabros, anteras 1,7-2 mm, oblongas,
ápice truncados, poricidas. Ovário ínfero, glabros. Estilete sigmóide, glabro.
Fruto carnoso. Sementes moderamente e oblongas.
Comentário: Encontra-se em estado de floração e frutificação em Outubro.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Guiana, Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AP, PA,
AM, RO, MA, MT, GO, MS. No PNV, ocorre entre as campinaranas e as campinas.
52
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Rio
Baruana, transição entre floresta e campina; R. Goldenberg, 1597 (INPA); Floresta em
terreno alagado, R, Goldenberg, 1615 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Pará: Rio Coroá, Rodovia, Cuiabá-Santarém, Município
de Itaituba, 28-VII-76, M. Macedo, 502 (INPA); Mato Grosso, Município Sinope, km 24
BR 163. 20-IX-85, W. Thomas, 3927 (INPA); Roraima, Ilha de Maracá, 17-VI-86, M.J.G.
Hopkins, 799 (INPA),
8. Macairea DC., Prodr. 3: 109. 1828.
Arbustos ramificados ou arvoretas. Ramos quadrangulares, pilosos ou glandulares.
Folhas subsésseis ou pecioladas; cartáceas ou coriáceas, ovais, elípticas, obovais ou
oblongas, cartáceas ou coriáceas, margem inteiras. Panículas terminais, ou raramente
em cimeiras axilares, Flores 4-meras, hipanto campanulado, oval ou globoso, piloso ou
glabro; cálice com lacínias subuladas, persistentes; pétalas brancas, róseas ou roxas,
obovais ou raramente oblongas. Estames 8, dimorfos ou subisomorfos, filete
geralmente glandular, anteras linear-subuladas, uniporosas; conectivos prolongados e
53
expandidos dorso-basalmente, face dorsal com apêndice bilobado ou calcarado.
Ovário 3-4-locular, súpero, ovóide, ápice geralmente pubescente; estilete filiforme,
glabro ou piloso; estigma punctiforme. Fruto capsular. Sementes numerosas, cocleadas
a sub-cocleadas.
Chave para as espécies de Macairea do PNV
1.Erva; ramos revestidos esparsamente por tricomas glandulares; folhas sésseis
ambas as faces revestidas densamente; moderadamente por tricomas
glandulares.................................................................................Macairea lasiophylla
1`.Arbusto; ramos revestidos densamente com tricomas simples e com glândulas
sésseis; folhas pecioladas...........................................................Macairea thyrsiflora
8.1 Macairea lasiophylla (Benth.) Wurdack, Phytologia xiii. 65 (1966)
Erva, 25-50 cm. Ramos sub-cilíndricos, revestidos esparsamente por tricomas
glandulares. Folhas sésseis, lâmina 0,3-0,7 x 0,1-0,3 cm, elíptica, base arredondada-
truncada, margem inteira, ápice acuminado, ambas as faces revestidas moderamente a
densamente por tricomas glandulares, 3 nervuras basais. Panículas terminais, 4-24 cm
compr. Flores 4-meras. Hipanto 2,1-2,7 mm compr, hemisférico, revestido
moderamente a densamente por tricomas glandulares. Cálice simples, persistentes,
Lacínias triangulares. Corola alva, pétalas com ápices arredondados com um tricoma
glandular no ápice. Estames 8, isomorfos, conectivos 0,3-0,6 mm compr
apêndices ventrais, bilobados, anteras 0,9-1,7 mm compr, subuladas, ápice truncados,
poricidas. Ovário súpero, revestido densamente por tricomas glandulares.
Estilete sigmóide, glabro. Fruto seco. Sementes numerosas e cocleadas.
Comentários: Encontra-se em estado de floração e frutificação em Setembro. Esta
espécie apresenta apêndices roxos bilobados ventrais, único dentro do gênero e
tricomas glandulares por toda a planta. Outros dois gêneros que possuem apêndices
ventrais são Acisanthera e Ernestia, mas difere pelo indumento no ovário, forma das
sépalas e pela a cor do apêndice. (S. Renner, 1989).
Distribuição: Ocorre na Guiana e Venezuela. No Brasil, ocorre somente em RR. No
PNV, ocorre nas campinas.
54
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Estrada
Perdida, depois da terceira bueira em área encharcada, 19 .IX. 2010, Cangani, K.G. 64
(INPA), Estrada perdida, campina, na frente da fazenda do Sr. Neri. Área alagada,
K.G.Cangani, 160 (INPA); K.G.Cangani, 161 (INPA); K.G. Cangani, 162 (INPA)
8.2 Macairea thyrsiflora DC., Prodr. (DC.) 3: 109. 1828 [mid Mar 1828]
Sub-arbusto a arbusto, 40-80 cm. Ramos sub-cilíndricos, revestidos densamente
com tricomas simples e com glândulas sésseis. Folhas pecioladas, pecíolo 0,2-4,9 cm
compr, lâmina 1,1-4,7 x 0,4-2,3 cm, ovada, base obtusa, margem inteira,
ápice arredondado, face abaxial revestida densamente por tricomas simples e por
glândulas sésseis, face adaxial revestida densamente por tricomas escabros, 3
nervuras basais. Panículas terminais, 4,8-6,6 cm compr. Flores 4-meras. Hipanto 2,8-
3,9 mm compr, campanulado, revestido por tricomas simples. Cálice simples,
persistentes, Lacínias triangulares. Corola com base alva e ápice roxo, pétalas com
ápice arredondado. Estames 8, heteromorfos, filetes revestido por tricomas
glandulares, conectivos 0,2-3,2 mm compr, apêndices dorsais-ventrais, dorsais
calcarados, ventrais bilobados, anteras 2,3-4,3 mm compr, linear subuladas,
ápice levemente rostrados, poricidas. Ovário súpero, revestido por glândulas sésseis.
Estilete linear, revestido por glândulas sésseis. Fruto seco. Sementes menos de 10 e
sub-cocleadas.
Comentários: Encontrada em estado de floração e frutificação em Julho e Setembro.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Colombia, Guiana, Peru, Venezuela. No Brasil, ocorre
em RR, PA, AM, AC, RO, MT, GO. No PNV, ocorre nas campinas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Estrada
perdida, campina, solo arenoso. K.G.Cangani, 22 (INPA), K.G.Cangani 25 (INPA),
K.G.Cangani, 71 (INPA)
Material adicional: W. A. Rodrigues, 10531 (INPA); C.D.A. Mota 60664 (INPA)
55
56
9. Meriania Sw., Fl. Ind. Occid. 2: 823. 1798, nom. cons.
Arbustos ou árvores glabros. Folhas peciolada, margem inteira a profundamente
serreada, nervação acródroma basal ou suprabasal. Inflorescências cimosas ou
paniculadas curtas, terminais. Flores 5-meras, pediceladas; hipanto hemisférico.
Cálice persistente, simples; Corola alva; Estames 10, heteromorfos, filetes achatados
ou forma de bastão e, neste caso, com ápice arredondado, capitado ou bilobado,
eventualmente com outro apêndice dorsal descendente, agudo. Ovário semi-ínfero, 5-
locular, ápice papiloso, placentação axilar, estilete glabro, filiforme, estigma
punctiforme. Fruto cápsular hemisférica. Sementes numerosas, triangulares.
9.1 Meriania urceolata Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 67.
Árvore, 2,5-6 m. Ramos sub-cilíndricos, glabros a revestido densamente por
tricomas dendríticos. Domácias presente, na base das lâminas, Folhas pecioladas,
pecíolo 0,7- 3,8 cm compr, lâmina 3,8-12,2 x 0,9-6,7 cm, ovada, base obtusa,
margem inteira, ápice acuminado, face abaxial revestida moderamente por tricomas
dendríticos, face adaxial glabra, 3+2 nervuras basais. Panículas terminais, 3-8,5 cm
compr. Flores 5-meras. Hipanto 0,7-1 cm compr, urceolado, glabro. Cálice duplo
inconspícuos, persistentes, Lacínias truncadas. Corola roxa azulada, pétalas com
ápice truncado. Estames 10, levemente heteromorfos, conectivos menores 4,8-5,8
mm, maiores 3,3-4,2 mm compr. apêndices dorsais, estames menores com apêndices
lobados, estames maiores com apêndices lineares, anteras menores 1,1-13,4 mm e
maiores 8,6-11,2 mm compr, subuladas, ápice rostrados, poricidas. Ovário súpero,
glabros. Estilete linear, glabro. Fruto seco. Sementes numerosas e triangulares.
Comentários: Encontrada em estado de floração e frutificação no mês de novembro. O
epíteto urceolata” é um alusão à forma urceolada do hipanto, uma característica
diagnóstica desta espécie.As espécies da Amazônia (M. urceolata, M. aracaensis, M.
neblinensis e) e M. calophylla,ocorrente na Bahia e no Espírito Santo, possuem
características que as aproximam, como o indumento tomentoso, ferrugíneo a
castanho-ferrugíneo, constituído de tricomas dendríticos e estrelados, folhas coriáceas,
discolores, com a face adaxial verde e a abaxial ferrugínea a castanho-ferrugínea, zona
do disco pilosa, pétalas crasso-coriáceas e verrucosas. O ovário 3- locular também
57
pode ser destacado, pois é exclusivo das espécies restritas à amazônia. M. urceolata
possui diversas características que a integram no grupo "amazônico". Diferencia-se das
demais espécies desse grupo pelas brácteas não foliáceas, oblongas, hipanto
urceolado, ovário parcialmente adnato ao hipanto e pelas sementes estreito-clavadas
(Campos, 2009).
Distribuição: Ocorre na Guiana, Peru, Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, PA, AM,
AC, RO, MT. No PNV, ocorre entre as campinaranas e as campinas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Grade do
PPBio, 1º28'06'' N, 61º00'29'' W, 27 .XI. 2009, Cabral, F.N. 31 (INPA). Grade PPbio,
N3-600, 15 .I. 2011, Cabral, F.N. 333 (INPA). Grade PPbio N4-3300, 11 .XI. 2010,
Cangani, K.G. 99 (INPA). Campina dentro da fazenda do Sr Neri, 13 .XI. 2010,
Cangani, K.G. 118 (INPA). Campina da N3 do gride do PPbio, , 24 .I. 2011, Cangani,
K.G. 128 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Rondônia: 12º05' S, 63º35' W, 25 .III. 1987, Ferreira,
C.A.C. 8670 (INPA). Roraima: Caracaraí, 16 .III. 1984, Santos, J.L. dos 730 (INPA).
GUIANAS. , Cuyuni-Mazaruni. 5º42' S, 60º18' W, 16 .V. 1992, Hoffman, B. 1602
(INPA).
58
10. Miconia Ruiz & Pavon, Fl. Peruv. Prodr.: 60. 1794, nom. cons.
Árvores ou arbustos. Ramos cilíndricos, quadrangulares ou tetragonais, geralmente
pilosos ou glabrescentes. Folhas geralmente pecioladas, glabras ou pilosas, formato
variado, margens diversas. Flores 4-10-meras. Inflorescência panículas simples,
glomérulos, terminais ou axilares; hipanto oblongo, campanulado ou globoso, glabro,
tomentoso ou raramente setoso. Cálice truncado ou lobado, com lacínias persistentes
ou caducas; Corola alva, rosa ou amarelada, pétalas obovais ou oblongas, ápice
arredondado ou retuso. Estames 8-20, isomorfos ou subisomorfos, filetes geralmente
glabros; anteras de várias formas, com 1, 2 ou 4 poros terminais ou rimosas;
conectivos não prolongados, geralmente espessado e apendiculado. Ovário 2-5-
locular, ínfero ou semi-ínfero, ápice geralmente glabro; estilete geralmente glabro;
estigma punctiforme, truncado, captado ou peltado. Fruto baga. Sementes variadas,
triangulares a ovóides.
Chave para as espécies de Miconia do PNV
1. Caule com alas..........................................................................................Miconia alata
1`.Caule sem alas.............................................................................................................2
2.Ramos glabro a revestidos densamente por tricomas lepidotos; e face abaxial
revestida densamente por tricomas lepidotos e estrelados.....................Miconia lepidota
2`.Ramos revestidos por outro tipo de pubecescência....................................................3
3.Folhas subsésseis; com a base atenuada.......................................Miconia tomentosa
3`.Folhas pecioladas; sem base atenuada......................................................................4
4.Folhas com a base decorrente e hipanto tubuloso…............................Miconia prasina
4`.Folhas com base aguda; obtusa; arredondada e sem hipanto tubuloso………........5
5.Folhas com margem ciliada e com ambas as faces glabras a revestidas
esparsamente por tricomas simples...........................................................Miconia ciliata
5`.Folhas com margem inteira ou crenada sem o tipo de revestimento citado
anteriormente..................................................................................................................6
6.Folhas com ápice caudato e face abaxial revestida densamente por tricomas
aracnóides........................................................................................Miconia argyrophylla
59
6`.Folhas com ápice acuminado ou agudo; com outro tipo de revestimento na face
abaxial…...........................................................................................................................7
7.Folhas com ambas as faces glabras.................................................Miconia minutiflora
7`.Folhas com pubescência em algumas as faces...........................................................8
8.Face abaxial revestida esparsamente por tricomas estrelados............Miconia ruficalyx
8`.Face abaxial não revestida esparsamente por tricomas estrelados …........................9
9.Folhas com nervuras de 5-3; ápices das pétalas arredondados e com tricomas
glandulares.......................................................................................Miconia stenostachya
9`.Folhas sem nervuras de 5-3; ápices das pétalas sem tricomas glandulares.............10
10. Inflorescências espigas; com cálice duplo e pétalas de cor bege
...........................................................................................................Miconia aplostachya
10`.Inflorescências panículas; com cálice simples e pétalas de cor diferentes.............11
11.Hipanto revestido densamente por tricomas estrelados-simples e folhas com a face
abaxial revestida densamente por tricomas simples...........................Miconia ibaguensis
11`.Hipanto não revestido densamente por tricomas estrelados-simples......................12
12.Estames com deiscência falsamente rimosa; folhas com a face abaxiais douradas
quando secas....................................................................................Miconia chrysophylla
12`.Estames com deiscência poricida ou bi; folhas sem este tipo de coloração…....….13
13.Flores 6-meras; com ovário com o ápice piloso. Ramos revestidos levemente por
tricomas estrelados.............................................................................Miconia holosericea
13` Flores 5-meras; com ovário com o ápice revestido por tricomas estrelados. Ramos
glabros a revestidos moderamente por tricomas lepidotos................Miconia dichrophylla
10.1 Miconia alata DC., Prodr. (DC.) 3: 184. 1828
Arbusto, 1-2,5 m. Ramos quadrangulares alados, revestidos densamente por
tricomas simples-estrelados. Folhas sésseis, lâmina 3,5-22,1 x 2,9-9 cm, elíptica,
base aguda, margem inteira, ápice agudo, ambas as faces revestidas moderamente
por tricomas simples-estrelados, 5-(3+2) nervuras supra-basais. Panículas terminais,
11-19,5 cm compr. Flores 5-meras. Hipanto 2-2,7 mm compr, campanulado, revestido
densamente por tricomas estrelados. Cálice simples, persistentes,
Lacínias triangulares. Corola alva, pétalas com ápices arredondados. Estames 10,
60
isomorfos, filetes glabros, apêndices ventrais, bilobados, anteras 1,4-3,3 mm compr,
subuladas, ápice truncados, bi-poricidas. Ovário ínfero, glabros. Estilete filiforme,
glabro. Fruto carnoso. Sementes numerosas e triangulares.
Comentários: Encontrada em floração no mês de novembro. Essa espécie é
facilmente reconhecida em campo por apresentar um caule alado e se encontra em
área aberta.
Distribuição: Ocorrem na Guiana Francesa, Guiana, Suriname e Venezuela. No Brasil,
ocorre em RR, AP, PA, AM, MA, CE, MT. No PNV, ocorre nas capoeiras.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Planta
coletada na estrada de acesso para a sede do Viruá, 12 .XI. 2010, Cangani, K.G. 105
(INPA). Fazendo do Sr Gabriel área com solo arenoso, 12 .XI. 2010, Cangani, K.G. 108
(INPA). Estrada Perdida, 27 .XI. 2006, Carvalho, F.A. de 912 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Reserva da CEPLAC, Estrada Manaus-
Itacoatiara, Km 29, X. 1975, Coêlho, D.F. 700 (INPA). Manaus, Igarapé da cachoeira
alta do Tarumã, 6 .VI. 1961, Rodrigues, W.A. 2744 (INPA).
10.2 Miconia aplostachya DC., Prodr. (DC.) 3: 183. 1828
Arbusto, 1-2 m. Ramos cilíndricos, revestidos densamente por tricomas estrelados.
Folhas pecioladas, pecíolo 0,5-1 cm compr, lâmina 7,9-15 x 1,2-3,9 cm compr,
elíptica, base obtusa, margem inteira, ápice acuminado, face abaxial revestida
densamente por tricomas estrelados, face adaxial glabra, 3 nervuras basais, supra-
basais. Espigas pseudo-laterais, 7-15 cm. Flores 5-meras. Hipanto 1,6-2,8 mm
compr, campanulado, revestido moderamente por tricomas estrelados. Cálice duplo,
persistentes, Lacínias triangulares. Corola bege, pétalas com ápices arredondados.
Estames 10, isomorfos, conectivos ca de 0,3 mm compr, apêndices ventrais,
bilobados-lobados, anteras 1,9-2,9 mm compr, subuladas, ápice levemente rostrados,
bi-poricidas. Ovário ínfero, glabros. Estilete linear, glabro. Fruto carnoso.
Sementes moderamente e ovoídes.
Distribuição: Ocorre na Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela. No Brasil,
ocorre em RR, PA, AM, PI, MT. No PNV, ocorre nas bordas das campinaranas.
61
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Rio Iruá,
1º03'00'' N, 61º14'59'' W, 23 .III. 2011, Costa, S.M. 942 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rio Negro, 2 .XI. 1971, Prance, G.T. 16008
(INPA). Rio Negro, Cucuí, 5 .V. 1973, Silva, M.F. da 1253 (INPA). Roraima: Boa Vista,
BR 401,Bonfim, 2º50' N, 60º40' W, 31 .VII. 1986, Silva, J.A. da 515 (INPA).
10.3 Miconia argyrophylla DC., Prodr. (DC.) 3: 181. 1828
Árvore-arbusto, 3-4 m. Ramos quadrangulares, revestidos moderamente por
tricomas aracnóides. Folhas pediceladas, pecíolo 0,6-3,5 cm compr, lâmina 6,5-25 x
2,2-9,5 cm, elíptica-ovada, base aguda-obtusa, margem inteira, ápice caudato, face
abaxial revestida densamente por tricomas aracnóides, face adaxial glabra, 3 nervuras
basais. Panículas pseudo-laterais-terminais, 6,3-15 cm compr. Flores 5 meras.
Hipanto 1,6-1,8 mm compr, hemisférico, revestido por tricomas aracnóides.
Cálice simples, persistentes, Lacínias irregulares. Corola alva, pétalas
ápices arredondados. Estames com filetes glabros, apêndices dorsais, calcarados,
anteras 2-2,9 mm compr, subuladas, ápice truncados, bi-poricida. Ovário ínfero,
glabros. Estilete filiforme, glabro. Fruto carnoso. Sementes numerosas e triangulares.
Comentários: Encontrada em floração no mês de outubro e frutificando nos meses de
janeiro e outubro. Tronco acanalado, com casca viva amarelada. Margem das pétalas
com tricomas glandulares.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Panamá, Peru, Venezuela,
Suriname. No Brasil, ocorre em RR, AP, PA, AM, AC, RO, MT. No PVN, ocorre em
áreas de terra firme.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Grade
PPbio N2-550, em terra firme, 9 .XI. 2010, Cangani, K.G. 79 (INPA). Grade PPbio, L3-
1500, mata de terra firme, 11 .XI. 2010, Cangani, K.G. 95 (INPA). Grade do PPbio no
desvio da N2, 23 .I. 2011, Cangani, K.G. 122 (INPA). Trilha de acesso para a campina
do Rio Baruana, 1º25'15'' N, 60º51'01'' W, 27 .I. 2011, Cangani, K.G. 135 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Manaus, Fazenda Dimona, 2º19' S, 60º50'
W, 23 .X. 1988, Boom, B.M. 8504 (INPA).
62
10.4 Miconia chrysophylla Urb., Symb. Antill. (Urban). 4(3): 459. 1910
Árvore, 3,5-9 m. Ramos cilíndricos a sub-cilíndricos, glabros a revestidos
moderamente por tricomas lepidotos. Folhas pecioladas, pecíolo 0,3-1,5 cm compr,
lâmina 5,3-18 x 1,3-5 cm, elíptica, base aguda, margem inteira-levemente crenada,
ápice acuminado, face abaxial revestida densamente por tricomas lepidotos, face
adaxial glabra, 3 nervuras basais. Panículas pseudo-laterais, 5-10,5 cm compr.
Flores 5-meras. Hipanto 0,7-0,8 mm compr, hemisférico, revestido densamente por
tricomas lepidotos. Cálice simples, persistentes, Lacínias truncadas. Corola alva,
pétalas com ápices arredondados. Estames 10, isomorfos, anteras 0,8-1,4 mm compr,
oblongas lineares, ápice truncados, falsamente rimosas. Ovário ínfero,
Estilete filiforme, Fruto carnoso. Sementes Menos 10 sementes ovoídes.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica, Equador, Guiana
Francesa, Guatemala,Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname,
Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AP, PA, AM, TO, AC, RO, MT, GO. No PNV,
ocorre em áreas de terra firme.
Comentários: Encontrada em floração no mês de novembro. Miconia chrysophylla
difere das demais espécies pertencentes ao seu grupo pelos tricomas lepidoto-
estrelados e inflorescências com ramos escorpióides. Esta espécie difere de M.
punctata e M. eleagnoides, por apresentar anteras com poros apicais e conectivos
geralmente com apêndices ventrais e dorsais, mas suas características vegetativas são
quase indistinguíveis daquelas dos materiais de M. chrysophylla que apresentam folhas
opostas. M. punctata e M. eleagnoides possuem folhas opostas, tendendo a ovais, com
margem inteira, enquanto que M. chrysophylla geralmente possui folhas verticiladas,
oblanceoladas a obovadas, com margem desde repanda até denteada. (Goldenberg ,
2000)
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Grade do
PPBio, desvio que liga N2 com L2, 26 .X. 2010, Cabral, F.N. 319 (INPA). Grade PPbio
L3-1150, mata de terra firme 11.XI. 2010, Cangani, K.G. 94 (INPA). Grade PPbio, N2-
700 , 23 .I. 2011, Cangani, K.G. 120 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Pará: Cuantã do Anajá, 0º57' S, 49º48' W, 5 .XI. 1987,
Beck, H.T. 307 (INPA). Almeirim, , Monte Dourado. Reserva Genética do Jari, 18 .VIII.
63
1986, Pires, J.M. 1354 (INPA). Almeirim, Beiradão, 23 .XI. 1978, Santos, M.R. dos 388
(INPA). Juruti, Estrada do Mutum, 9711898º00' N, 588175º00' E, 9 .XI. 2007, Ramos,
M.B. 477 (INPA).
10.5 Miconia ciliata DC., Prodr. (DC.) 3: 179. 1828
Arbusto, 50 cm-1 m. Ramos cilíndricos, glabros. Folhas pecioladas, pecíolo 0,2- 2,6
cm compr, lâmina 3,1-15,6 x 1,1-5,3 cm, elíptica-oblonga, base aguda,
margem ciliada, ápice aguda a obtusa, ambas as faces glabras a revestidas
esparsamente por tricomas simples, 3 nervuras basais. Panículas, 3,3-9,5 cm compr,
terminais. Flores 5-meras. Hipanto 1-1,5 mm compr, hemisférico, glabro.
Cálice simples, persistentes, Lacínias obtusa-levemente triangulares. Corala rosa-
roxa, pétalas com ápice arredondado a levemente retuso. Estames 10, isomorfos,
filetes glabros, anteras 0,7-1,7 mm compr, subuladas, ápice truncados, poricidas.
Ovário ínfero, glabros. Estilete levemente arqueado no ápice, glabro. Fruto carnoso.
Sementes numerosas e ovoídes.
Comentários: Encontrada em floração e frutificação nos mês de Julho e Setembro.
Esta espécie é facilmente reconhecida em campo pela presença de cílios na margem
da lâmina, folha coriácea. O pedúnculo roxo esbranquiçado, flores são pequenas de
cor rosa a roxo, as pétalas são bem coriáceas, os estames são roxos escuros, fundidos
na base das pétalas. Frutos imaturos são verdes, quando maduros atro-púrpuros. Ela
ocorre com muita freqüência no parque. Esta espécie se assemelha a Tococa nitens,
pelo formato das flores e frutos, mas ela se difere pelas flores e frutos que são maiores
e na margem da lâmina não há presença de cílios.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica, Guiana Francesa,
Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname,
Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AP, PA, AM, TO, AC, RO, MA, PI, CE, PB, PE,
BA, AL, SE, MT, GO ES. No PNV, ocorre nas campinas e campinaranas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1º26'04''
N, 60º58'51'' W, 19 .VII. 2010, Barbosa, T.D.M. 1180 (INPA). Campina, solo arenoso,
21 .VII. 2010, Cangani, K.G. 20 (INPA). Grade PPbio-N3-500, 15 .IX. 2010, Cangani,
K.G. 51 (INPA). Grade PPbbio, L1-1800 área alagada, 10 .XI. 2010, Cangani, K.G. 92
64
(INPA). Beira da Estrada Perdida, 27 .XI. 2006, Carvalho, F.A. de 914 (INPA). Grade
PPbio, 22 .I. 2011, Costa, S.M. 845 (INPA). 1º25'14'' S, 60º59'10'' W, 19 .VII. 2010,
Martins, M.V. 126 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rodovia Porto Velho-Humaitá, Km 75, 31 .X.
1973, Lleras, E. 19453 (INPA). Manaus, Ponta Negra, 11 .II. 1977, Silva, M.F. da 2065
(INPA). Roraima: Serra Tapequém, 3º45' S, 61º50' W, 6 .VI. 1986, Silva, E.S.S. da
522 (INPA).
10.6 Miconia dichrophylla J.F.Macbr., Publ. Field Mus. Nat. Hist., Bot. Ser. 4: 189.
1929
Árvore, 20 m. Ramos cilíndricos, revestidos moderamente por tricomas lepidotos.
Folhas pediceladas, pecíolo 1-2,5 cm compr, lâmina 7-13 x 1- 4,3 cm, elíptica,
base aguda, margem inteira, ápice acuminado, face abaxial revestida densamente por
tricomas lepidotos, face adaxial glabra, 3 nervuras basais. Panículas pseudo-laterais,
9,5-17 cm compr. Flores 5-meras. Hipanto 1,1-1,2 mm compr, urceolado, revestido
densamente por tricomas lepidotos. Cálice simples, persistentes, Lacínias truncadas.
Corola alva, pétalas com ápice arredondado. Estames 10, isomorfos,
apêndices basais, bilobados, anteras 1-1,6 mm compr, eretas, ápice truncados, bi-
poricidas. Ovário ínfero, revestido por tricomas estrelados. Estilete filiforme, glabro.
Fruto carnoso. Sementes menos de 10 sementes triangulares-ovóides.
Distribuição: Ocorre no Peru. No Brasil, ocorrem no AM, AC, RO e MT. No PNV,
ocorre em áreas de terra firme. Este é um novo registro para o Estado de RR.
Comentários: Encontrada em frutificando setembro. Caule com pequenas sapopemas,
casca com ritidoma apresentando desprendimento de placas longitudinais de 2-10 cm,
casca morta 2mm,cinza-claro, casca viva 1mm, marron a vermelhado com exudato
vermelho. Folhas discolores, face abaxial ferrugínea. Frutos imaturos verde-claro.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Trilha de
acesso à grade PPBio, 11 .IX. 2010, Fonseca, L.H.M. 136 (INPA), Capa 06.
Material adicional: BRASIL. Amazonas: 2º53' S, 59º58' W, 25 .IV. 1995, Sothers,
C.A. 415 (INPA). Presidente Figueiredo, Rebio Uatumã., grade do PPBio, 1º00' S,
59º00' W, , Zartman, C.E. 7121 (INPA).
65
10.7 Miconia holosericea DC., Prodr. (DC.) 3: 181. 1828
Árvore, 2,5-6 m. Ramos quadrangulares, revestidos levemente por tricomas
estrelados. Folhas pediceladas, pecíolo 0,5-3,6 cm compr, lâmina 6-27,1 x 3,5-13,1
cm, ovada, base obtusa, margem inteira, ápice agudo, face abaxial revestida
densamente por tricomas estrelados, face adaxial glabra, 5 nervuras supra basais.
Panículas terminais, 4-13,3 cm compr. Flores 6-meras. Hipanto 4,1-4,7 mm compr,
urceolado, revestido densamente por tricomas estrelados. Cálice simples, persistentes,
caducos. Lacínias triangulares. Corola alva, pétalas com ápice arredondado.
Estames 12, isomorfos, apêndices dorsais-ventrais, dorsais calcarados, ventrais
bilobados, anteras 3,6-7,8 mm compr, subuladas, ápice rostrados, poricidas.
Ovário ínfero, pilosos. Estilete filiforme, revestido esparsamente por tricomas
glandulares. Fruto carnoso. Sementes numerosas e ovóides.
Comentários: Encontrada em frutificação nos meses de setembro e dezembro.Tronco
com a base reta, com ritidoma reticulado esbranquiçada, casca viva bege e alburno
amarelo. Fruto imaturo verde com indumentos ferrugentos e quando maduro preto.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica, Guiana Francesa,
Guatemala, Guiana, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela. No
Brasil, ocorre em RR, AP, PA, AM, TO, AC, RO, MA, PI, PE, BA, AL, SE, MT, GO,
Distrito Federal, MS, MG, ES, SP, RJ. No PNV, ocorre em áreas de terra firme.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Parque
Nacional do Viruá. Trilha de acesso a L1, Grade do PPBio, 20 .VII. 2010, Cangani, K.G.
17 (INPA). Grade PPbio, N2-1850, 9 .XI. 2010, Cangani, K.G. 84 (INPA). Estrada de
acesso a sede do PNV, 12 .XI. 2010, Cangani, K.G. 104 (INPA). Estrada perdida,
segunda bueira, 1º23'44'' N, 60º59'05'' W, 13 .IX. 2010, Lourenço, A.R. 356 (INPA).
Trilha de acesso a grade do PPBio, 1º48'99'' S, 61º00'80'' W, 20 .VII. 2010, Martins,
M.V. 133 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Distrito Federal: Córrego Manuel Dias , 22 .XI. 1982,
Proença, C. 270 (INPA).
66
10.8 Miconia ibaguensis Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 110.
Arbusto, 1-4 m. Ramos cilíndricos, glabros a revestidos densamente por tricomas
simples. Folhas pediceladas, pecíolo 0,2-1,1 cm compr, lâmina 4,5- 15,5 x 2,1-5 cm,
lanceolada, base arredonda-aguda, margem inteira-levemente crenada,
ápice acuminado, face abaxial revestida densamente por tricomas simples, face
adaxial glabra, 5 nervuras supra-basais. Panículas terminais, 5-9,7 cm compr.
Flores 5-meras. Hipanto 1,2-1,9 mm compr, hemisférico, revestido densamente por
tricomas estrelados-simples. Cálice simples, persistentes, Lacínias triangulares.
Corola alva, pétalas com ápice arredondado. Estames 10, isomorfo,
apêndices ventrais, bilobados, anteras 2,2-3,1 mm compr, subuladas, ápice truncados,
poricidas. Ovário ínfero, revestido por tricomas glandulares. Estilete filiforme, glabro.
Fruto carnoso. Sementes moderamente ovóides.
Comentários: Encontrada em floração e frutificação no mês de novembro. Esta
espécie planta lembra o gênero Leandra por apresentar muitos tricomas simples e
inflorescência terminal, mas difere por que possue o ápice da pétala arredondado.
Vegetativamente Miconia ibaguensis é bastante semelhante a M. trianaei Cogn., M.
híspida Cogn., e M. regnellii Cogn., diferindo contudo, principalmente por estas
apresentarem anteras com aberturas alongada e ventral, enquanto que em M.
ibaguensis a abertura é apical. (R. Romero, 2000)
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica, Equador, El Salvador,
Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru,
Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, PA, AM, AC, MA, CE, PE, BA, SE, MT,
GO, Distrito Federal, MS, MG, ES, SP, RJ, PR. No PNV, ocorre em áreas de terra
firme.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Br 174,
Petrolina área alagada, 10 .XI. 2010, Cangani, K.G. 90 (INPA). Estrada de acesso para
a sede do PNV, 12 .XI. 2010, Cangani, K.G. 103 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Brasília - Distrito Federal: Na beira de DF 18, 16º02' S,
47º21' W, 13 .IX. 1982, Kirkbride Jr.; J.H.; JH 4876 (INPA). Pará: Pau D'Árco,
Marajoara, , 24 .IX. 1997, Grogan, J. 271 (INPA). Rondônia: Porto Velho,BR-202, 22
.V. 1995, Miranda, I.S. 678 (INPA).
67
10.9 Miconia lepidota Steud. ex Naudin, Ann. Sci. Nat., Bot. sér. 3, 16: 162. 1851
Árvore-árvoreta, 6-15 m. Ramos cilíndricos, glabros a revestidos densamente por
tricomas lepidotos. Folhas pecioladas, pecíolo 0,6-3,3 cm compr, lâmina 8-20,2 x 3,7-
9,9 cm, elíptica-ovada, base aguda, margem inteira, ápice acuminado, face
abaxial revestida densamente por tricomas lepidotos e estrelados, face adaxial glabra,
3+2 nervuras basais. Panículas terminais, 9,9- 23 cm compr. Flores 5-meras.
Hipanto 0,8-1,3 mm compr, urceolado, revestido densamente por tricomas lepidotos.
Cálice simples, persistentes, Lacínias truncadas. Corola alva, pétlas com
ápice arredondado. Estames 10, isomorfos, apêndices ventrais, bifídos, anteras 1,1-2,6
mm compr, subuladas, ápice levemente rostrados, bi-poricidas. Ovário ínfero, glabros.
Estilete filiforme, glabro. Fruto carnoso. Sementes numerosas e triangulares-ovoídes.
Comentários: Encontrada em frutificação no de setembro.Ritidoma verde-acinzentado
com muitas fissuras, sem desprendimento de placas, casca morta 1 mm, marron-
acinzentado; casca viva ca. 2mm, avermelhada. Alburno creme. Folhas discolores, face
abaxial ferrugínea. Eixo da inflorescência e pedúnculo ferrugíneos. Frutos verdes com
ápice amarronzado.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname,
Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AP, PA, AM, AC, RO, MA, PE, BA, MT, MG, ES,
SP, RJ. No PNV, ocorre em áreas de terra firme.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá,
Acampamento depois da terceiro bueira, 19 .IX. 2010, Cangani, K.G. 73 (INPA).
Estrada Perdida, 27 .XI. 2006, Carvalho, F.A. de 918 (INPA). Estrada perdida, segunda
bueira, 1º23'44'' N, 60º59'05'' W, 13 .IX. 2010, Lourenço, A.R. 352 (INPA). Grade PPbio
(N2), 1º29'12'' N, 61º00'38'' W, 16 .IX. 2010, Pessoa, E. 399 (INPA). Grade PPBio, L2-
150, 1º28'38'' N, 61º00'47'' W, 14 .IX. 2010, Silva-Luz, C.L. da 100 (INPA).
Material adicional: GUYANA. Kanuku Mts. 2, 3º20' N, 59º34' W, 12 .XI. 1987, Jansen-
Jacobs, M.J. 900 (INPA).
10.10 Miconia minutiflora DC., Prodr. (DC.) 3: 181. 1828
Árvore, 2 m. Ramos cilíndricos, glabros. Folhas com pecíolo 0,1 x 1 cm compr,
lâmina 1,6-11 x 0,7-4,8 cm compr, elíptica, base aguda-obtusa, margem inteira,
68
ápice acuminado, ambas as faces glabras, nervuras 3+2, basais. Panículas, 7-9,5 cm
compr, terminais. Flores 5-meras. Hipanto 0,4-0,7 mm compr, hemisférico, glabro.
Cálice persistentes. Lacínias triangulares. Pétalas alvas, ápices arredondados.
Estames 10, isomórficos, filetes glabros, apêndices dorsais, bilobados, anteras 1-1,3
mm compr, eretas, ápice truncados, bi-poricidas. Ovário ínfero, Estilete filiforme,
glabro. Fruto carnoso. Sementes moderamente e ovóides.
Comentários: Encontrada em frutificação nos meses de julho e setembro.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica,
Equador, Guiana Francesa, Guiana, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua,
Panamá, Peru, Suriname, Venezuela. No Brasil,ocorre no MT. No PNV, ocorre em
campinas arbustivas. Este é um novo registro para o Estado de Roraima.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1º25'14''
S, 60º59'10'' W, 19 .VII. 2010, Martins, M.V. 127 (INPA), K.G.Cangani, 158 (INPA); M.
Hopkins, 2118 (INPA)
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Manaus, CEPLAC, 5 .IV. 2000, Kinupp, V.F.
1190 (INPA). Manaus, Reserva Florestal Ducke, 2º53' S, 59º58' W, 23 .I. 1996, Souza,
M.A.D. de 202 (INPA).
10.11 Miconia prasina DC., Prodr. (DC.) 3: 181. 1828
Árvore-arbusto, 1,5-4 m. Ramos sub-cilíndricos, glabros a revestidos densamente
por tricomas estrelados;. Folhas pediceladas, pecíolo 0,5-2,2 cm compr, lâmina 3-
26,5 x 1,2-8,7 cm, elíptica, base decorrente, margem inteira-levemente crenada,
ápice acuminado, ambas as faces glabras a revestido esparsamente por tricomas
estrelados, 3 nervuras supra-basais. Panículas pseudo-laterais - terminais, 4-16,6 cm
compr. Flores 5-meras. Hipanto 1,9-2,3 mm compr, tubuloso, revestido moderamente
por tricomas estrelados. Cálice simples, persistentes, Lacínias triangulares.
Corola alva, pétalas com ápice arredondado. Estames 10, isomorfos,
apêndices ventrais, bilobados, anteras 2,1-2,5 mm compr, subuladas, ápice truncados,
poricidas. Ovário ínfero, glabros. Estilete filiforme, glabro. Fruto carnoso.
Sementes moderamente e triangulares.
69
Comentários: Encontrada em floração no mês de novembro e frutificando no mês de
Janeiro. As flores possuem cheiro adocicado; Esta espécie difere de Miconia splendens
por possuir é a base a folha decorrente e as venulhas com ca de 1–3 mm.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Colombia, Cuba, Guadeloupe, Porto Rico, Venezuela,
Grenada, Jamaica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guiana Francesa,
Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Suriname, Haiti. No Brasil,
ocorre em RR, AP, PA, AM, RO, MA, CE, PB, PE, BA, AL, SE, MT, MS, GO, MG, ES,
SP, RJ, PR. No PNV, ocorre em áreas de terra firme.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Planta
coletada na N2-1650 da grade do PPBIO, 9 .XI. 2010, Cangani, K.G. 81 (INPA). Grade
PPbio, N2-1800 , 9 .XI. 2010, Cangani, K.G. 82 (INPA). Grade PPbio, L3-1800, 11 .XI.
2010, Cangani, K.G. 96 (INPA). Estrada perdida antes da fazenda Betel, 13 .XI. 2010,
Cangani, K.G. 115 (INPA). Grade PPbio N2-1500, área que pode alagar, 23 .I. 2011,
Cangani, K.G. 126 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Barcelos, Serra de Aracá, 0º48' N, 63º18' W,
27.II. 1984, Pipoly, J.J. 6716 (INPA). Pará: Marajoara, Grogan, J. 284 (INPA).
Rondônia: Costa Marques, 12º22' S, 64º67' W, 31.III. 1987, Ferreira, C.A.C. 8741
(INPA).
10.12 Miconia ruficalyx Gleason, Bull. Torrey Bot. Club 1931, lviii. 235, in obs.; et
in Brittonia, i. 181 (1932)
Árvore, 5-18 m. Ramos cilíndricos, revestidos densamente por tricomas estrelados,
ramos novos revestidos por tricomas glandulares. Folhas pediceladas, pecíolo 0,5- 2,6
cm compr, lâmina 2,7-16,5 x 1,2-6,1 cm, elíptica, base aguda, margem inteira,
ápice acuminado, face abaxial revestida esparsamente por tricomas estrelados, face
adaxial glabra, 3 nervuras supra-basais. Panículas pseudo-laterais, 8-21 cm compr.
Flores 5-meras. Hipanto ca de 1,7 mm compr, campanulado, revestido densamente
por tricomas estrelados. Cálice simples, persistentes, Lacínias triangulares.
Pétalas alvas, ápices arredondados. Estames 10, isomórficos, conectivos ca de 0,3
mm compr, apêndices ventrais, bilobados, anteras 1,6-2,2 mm compr, subuladas,
70
ápice truncados, poricidas. Ovário ínfero, Estilete linear, Fruto carnoso.
Sementes menos de 10, ovóides.
Comentários: Encontrada em floração no mês de setembro.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Guiana, Venezuela, Suriname. No Brasil, ocorre no
AP, PA, AM, AC, RO, BA. No PNV, ocorre em áreas de terra firme. Esta é um novo
registro para o Estado de Roraima.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Ao lado
da sede do PNV, 21 .IX. 2010, Cangani, K.G. 78 (INPA). Trilha N1, 1º34'35'' N,
60º58'31'' W, 14 .IX. 2010, Santos, S.O. 212 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Acre: Brasiléia, 10º51' S, 68º48' W, 1 .VI. 1991, Daly,
D.C. 6828 (INPA). Amazonas: Jutaí, 2º51' S, 66º37' W, 26 .X. 1986, Daly, D.C. 4145
(INPA).
10.13 Miconia stenostachya DC., Prodr. (DC.) 3: 181. 1828
Arbusto-árvore, 1-4 m. Ramos quadrangulares, revestidos densamente por
tricomas aracnóides. Folhas pediceladas, pecíolo 0,5- 2,3 cm compr, lâmina 4,5-18,5
x 2,1-7 cm, elíptica-oblonga, base obtusa a levemente cordada, margem inteira,
ápice acuminado a agudo, face abaxial revestido densamente por tricomas aracnóides
e lepidotos, face adaxial glabra, 5-3 nervuras basais-supra-basais. Panículas
terminais-pseudo-laterais, 7,3-18 cm compr. Flores 5-meras. Hipanto 1,7-2,9 mm
compr, campanulado, revestido densamente por tricomas aracnóides. Cálice simples,
persistentes, Lacínias triangulares. Corola alva, pétalas com ápice arredondado e com
tricomas glandulares. Estames 10, isomorfos, apêndices dorsais-ventrais, ventrais
bilobados, dorsais calcarados, anteras 2,1-4,2 mm compr, oblongas linear,
ápice truncados, poricidas. Ovário ínfero, glabros. Estilete filiforme e curvado no ápice,
revestido esparsamente por tricomas glandulares. Fruto carnoso.
Sementes numerosas e oblongas-triangulares.
Comentários: Encontrada em floração no mês de novembro. Miconia albicans pode
crescer próximas a M. stenostachya, com a qual, muitas vezes são confundidas
vegetativamente. As duas espécies diferem entre si, por M. albicans apresentar pétalas
com margem não ciliada, estilete glabro, estigma capitado, estames sempre creme e
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frutos verde-jade a nigrecente, enquanto M. stenostachya apresenta as pétalas com a
margem ciliado-glandulosa, estilete com tricomas glandulares, estigma truncado,
estames inicialmente amarelos passando a alaranjados ou avermelhados e frutos
atropúrpureos. M. fallax é muito próxima a M. stenostachya, com a qual é
freqüentemente confundida, devido ao porte e ao indumento tomentoso e canescente,
semelhantes em ambas. Porém, são facilmente distinguidas por M. fallax apresentar as
folhas sésseis ou subsésseis, com pecíolos de até 5 mm de comprimento, ao que em
M. stenostachya as folhas apresentam pecíolos que medem de 10-30mm de compr.
(Romero, 2000).
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Estrada
perdida do lado da fazenda do Sr. Neri, 12 .XI. 2010, Cangani, K.G. 106 (INPA).
Fazenda Sr Neri, 13 .XI. 2010, Cangani, K.G. 116 (INPA). Estrada perdida, depois da
segunda bueira, , 25 .I. 2011, Cangani, K.G. 132 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Humaitá, Margem direita da estrada BR 319,
Km 20, 29 .IX. 1975, Paulino Filho, H.F. 220 (INPA). Mato Grosso: BR163 25 km,
11º40' S, 55º45' W, 25 .IX. 1985, Ferreira, C.A.C. 6230 (INPA). Roraima: Fazenda
Sacramento, , 20 .XI. 1978, Souza, J.L. de 274 (INPA). Boa Vista, 3º04'17'' N,
60º50'00'' W, 21 .V. 2003, Barbosa, R.I. 27 (INPA).
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica, Guatemala, Guiana,
Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre
em RR, AP, PA, AM, TO, RO, MA, PI, CE, PE, BA, MT, GO, Distrito Federal, MS, MG,
SP, RJ, PR. No PNV, ocorre nas campinas arbustivas.
10.14 Miconia tomentosa D.Don, Mem. Wern. Soc. iv. (1823) 316
Árvore, 3,5-4,5 m. Ramos cilíndricos, revestidos densamente por tricomas
estrelados. Folhas sub-séssis, lâmina 11-29 x 5,1-14,5 cm, ovada, base atenuada,
margem inteira, ápice acuminado, face abaxial revestida densamente por tricomas
estrelados, as nervuras centrais da face adaxial revestidas por tricomas estrelados,
lâmina glabra, 3 nervuras supra-basais. Panícula terminais-pseudo-laterais, 8-23 cm
compr. Flores 5-meras. Hipanto 3,9-5,2 mm compr, campanulado, revestido
densamente por tricomas estrelados. Cálice simples, Lacínias triangulares.
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Corola alva, pétalas com ápice arredondado. Estames 10, isomórficos,
filetes revestido por tricomas glandulares, conectivos 0,9-1,5 mm compr,
apêndices ventrais, bilobados com muitos tricomas glandulares, anteras 4,3-6,2 mm
compr, curvadas, ápice rostrados, poricidas. Ovário ínfero, revestido por tricomas
glandulares. Estilete levemente sigmóide, glabro. Fruto carnoso.
Sementes numerosas e ovóides-triangulares.
Comentários: Encontrada em floração no mês de setembro e novembro. Casca viva
com cheiro de goiaba, a lâmina foliar é largamente ou estreitamente obovada, com
reticulações menos densas, os estames menores possuem mais tricomas glandulares
e um apêndice na base do conectivo. Já em M. biglandulosa a lamina foliar é
largamente obovada e com reticulações bem densas, os estames menores não
possuem tricomas glandulares ou se tiver serão poucos, tórus se projeta formando
biquinhos.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Equador, Guiana, Guiana Francesa,
Honduras, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AP, PA, AC,
RO, MA, PE, BA,MT, GO, MG. No PNV, ocorre em áreas de terra firme.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá,
Acampamento depois da terceira bueira, 19 .IX. 2010, Cangani, K.G. 74 (INPA). Grade
PPbio, L1-1850, 10 .XI. 2010, Cangani, K.G. 91 (INPA), K.G.Cangani 94 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Acre: Brasiléia, 4 .XI. 1980, Ferreira, C.A.C. 3136 (INPA).
Bacia Rio Purus, 10º06' S, 69º12' W, 21 .X. 1993, Silveira, M. 590 (NY). Amazonas:
Igarapé do Barro Branco, 2º53' S, 59º58' W, 13 .IV. 1994, Assunção, P.A.C.L. 14
(INPA, K, MG, MO, NY).
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11. Pachyloma DC., Prodr. 3: 122. 1828.
Erva ou arbusto de 0,3 a 0,6 m de altura. Ramos cilíndricos ou subquadrangulares.
Folhas pecioladas, lâmina oblonga, ovadoblonga, ápice agudo, acuminado ou
mucronado; base arredondado a subcordada; margem inteira a denteada.
Inflorescência panícula, axilar ou terminal. Flores 4-meras, hipanto tubular ou
urceolado. Estames o dobro ao número de pétalas, conectivo prolongado na base e
levemente curvado ventralmente, com apêndice filiforme-caudato dorsal. Ovário
súpero, 4-locular, globoso, ápice glabro, setuloso ou pubescente. Fruto cápsula
alargada, com 4 valvas. Sementes cocleadas.
Chave para as espécies de Pachyloma do PNV
1. Glândulas translúcidas presente na face abaxial; cálice duplo revestido por tricomas
glandulares.................................................................................... Pachyloma coriaceum
1`. Glândulas translúcidas ausente na face abaxial; cálice
simples........................................................................................ Pachyloma huberioides
11.1 Pachyloma coriaceum DC., Prodr. (DC.) 3: 123. 1828 [mid Mar 1828]
Sub-arbusto-arbusto, 20 cm-1,5 m. Ramos sub-cilíndricos, glabros a revestidos
esparsamente por tricomas simples. Presença ou não de tricomas nodais. Folhas sub-
séssis, pecíolo com ca de 0,6 cm compr, lâmina 1,9-8 x 0,5-2,9 cm, elíptica,
base aguda-obtusa, margem levemente serrilhada, ápice agudo-arredondado, face
abaxial glabra, face adaxial revestida moderamente por glândulas translúcidas, 3
nervuras basais. Panículas terminais, 6-7,2 cm compr. Flores 4-meras. Hipanto 3,5-
5,6 mm compr, urceolado, glabro. Cálice duplo com tricomas glandulares, persistentes,
Lacínias triangulares. Corola roxa, pétalas com ápice apiculado. Estames 8,
conectivos 0,7-1 mm compr. apêndices dorsais-ventrais, dorsais caudais, ventrais
bifídos, anteras 6,1-6,2 mm compr, curvadas, ápice fortemente rostrados, poricidas.
Ovário súpero, glabros. Estilete filiforme, glabro. Fruto seco. Sementes moderamente
e cocleadas.
Comentários: Encontrada em floração e frutificação no mês de outubro.
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Distribuição: Ocorre na Guiana. No Brasil, ocorre em RR, PA, AM. No PNV, ocorre
nas campinas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, R.
Goldenberg, 1591a (INPA);
Material adicional: M. G. Silva, 7123 (INPA); O. Huber, 10783 (INPA); O. Huber,
10639 (INPA)
11.2 Pachyloma huberioides Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 64.
Sub-arbusto-arbusto, 60 cm-1,5 m. Ramos cilíndricos, glabros. Folhas sub-séssis,
pedicilo com ca 0,4 cm compr, lâmina 1,3-8 x 0,5-3 cm, elíptica-lanceolada,
base obtusa-sub-cordada, margem levemente denteada, ápice acuminado, ambas as
faces glabras, 3 nervuras basais. Panículas axilares-terminais, 3,2-18 cm compr.
Flores 4-meras. Hipanto 5,3-8,1 mm compr, urceolado, glabro. Cálice simples,
persistentes, Lacínias dentiformes. Pétalas roxas, ápices agudos-apiculados.
Estames 8, filetes glabros, conectivos 0,6-1,4 mm compr, apêndices dorsais-ventrais,
dorsais caudais e ventrais bifídos, anteras 7,3-1,2 mm compr, linear-subuladas,
ápice fortemente rostrados, poricidas. Ovário súpero, glabros a revestido por tricomas
glandulares. Estilete filiforme, glabro. Fruto seco. Sementes numerosas e cocleadas.
Comentários: Encontrada em floração nos meses de julho e novembro e frutificando
no mês de julho.
Distribuição: Ocorre na Venezuela. No Brasil, ocorre em RR e AM. No PNV, ocorre
nas campinas alagadas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1º26'04''
N, 60º58'51'' W, 19 .VII. 2010, Barbosa, T.D.M. 1179 (INPA). 1º24'51'' N, 60º59'12'' W,
20 .VII. 2010, Barbosa, T.D.M. 1205 (INPA). Estrada perdida, solo alagado, 21 .VII.
2010, Cangani, K.G. 24 (INPA), Estrada perdida depois da terceira bueira, 19 .IX.
2010, Cangani, K.G. 67 (INPA). Estrada Perdida. Campina arbustiva, 30 .XI. 2006,
Carvalho, F.A. de 1036 (INPA). Estrada perdida, 1º25'34'' N, 60º59'10'' W, 22 .VII.
2010, Cavalcanti, D. 193 (INPA). Estrada perdida, campina aberta, solo arenoso,
1º23'68'' N, 60º59'50'' W, 30 .VIII. 2002, Ferreira, C.A.C. 12383 (INPA). Estrada
81
perdida, segunda bueira, 1º23'44'' N, 60º59'05'' W, 13 .IX. 2010, Garcia, J.D. 1535
(INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rio Negro, rio Curicuriari, , 12 .VII. 1979,
Maia, L.A. 574 (INPA).
82
12.Rhynchanthera DC., Prodr. 3:106. 1828.
Arbustos ou subarbustos. Ramos subcilíndricos a 4-6-angulares, hirsuto-
glandulosos. Folhas decussadas, lineares a largamente ovadas, pecioladas,
subsésseis ou sésseis, delgadas, 1-4 pares de nervuras acródromas basais, margem
serrilhada, raramente inteira. Inflorescências em cimeiras terminais, com poucas a
muitas flores; brácteas semelhantes às folhas, diminuindo de tamanho em direção ao
ápice. Flores 5-meras; hipanto campanulado, lacínias do cálice triangulares a linear-
subuladas, persistentes; Corola com rosa intenso, púrpuras, magentas ou brancas,
pétalas obovadas. Estames 5 férteis, ante-sépalos, alternos com 5 estaminódios, os
estames férteis isomorfos ou mais freqüentemente heteromorfos, com um muito mais
longo que os outros, filetes filiformes, anteras subuladas longamente rostradas,
uniporadas, conectivo bastante prolongado abaixo das tecas da antera e com apêndice
ventral simples ou bilobado. Ovário subgloboso, 3-5-locular, livre, ápice setoso ou
glabro; estilete filiforme, cilíndrico, estigma punctiforme. Fruto cápsula. Sementes
numerosas, oblongas.
12.1 Rhynchanthera grandiflora DC., Prodr. (DC.) 3: 107. 1828
Arbusto, ca 1 m. Ramos cilíndricos a sub-cilíndricos, revestidos moderamente por
tricomas glandulares. Folhas pediceladas, pecíolo 0,1-3,7 cm compr, lâmina 0,5-7,9 x
0,2-2,3 cm, oval-lanceolada, base arredondada, margem serrilhada, ápice longo
atenuado, ambas as faces revestidas moderamente por tricomas glandulares, 5+2
nervuras basais. Flores solitárias ou cimeiras uníparas, Flores 5-meras.
Hipanto 5,1-5,8 mm compr, urceolado, revestido moderamente por tricomas
glandulares. Cálice simples, persistente, Lacínias lineares. Corola roxa, pétala com
ápice mucronado. Estames 5, heteromorfos, conectivos menores 3,0-3,9 mm, maiores
8-9,6 mm compr, apêndices ventrais, calcarados, anteras menores 7,3-9,6 mm,
maiores 10,1-12,6 mm compr, oblongas, ápice rostrados, poricidas.
Estaminódios presentes. Ovário súpero, revestido esparsamente por tricomas
glandulares. Estilete filiforme, glabro. Fruto seco. Sementes numerosas e oblongas.
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Comentários: Encontrada em floração e frutificação nos meses Setembro e
Novembro. Rhynchanthera grandiflora, é claramente distinta das demais espécies do
gênero por apresentar os estames fortemente heteromorfos, com um deles muito maior
do que os demais e a inflorescência bem típica (Renner, 1990).
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Colombia, Costa Rica, Guiana Francesa, Guatemala,
Guiana, México, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AP,
PA, AM, RO, MA, PI, CE, PE, BA, AL, MT, Distrito Federal, MG, SP, RJ. No PNV,
ocorre nas campinas arbustivas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1 .III.
2010, Barbosa, T.D.M. 1054 (INPA), Logo após 3º bueira, 16 .I. 2011, Cabral, F.N. 340
(INPA). Estrada perdida, depois da terceira bueira, 19 .IX. 2010, Cangani, K.G. 59
(INPA). Grade PPbio, N4-3200, 11 .XI. 2010, Cangani, K.G. 98 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Brasília 15º52' S, 47º53' W, 8 .VI. 1982, Kirkbride Jr.;
J.H.; JH 4804 (INPA). Roraima: Boa Vista, 20 .XI. 1978, Souza, J.L. de 283 (INPA).
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13. Siphanthera Pohl ex DC., Prodr. 3 : 114. 1828.
Subarbustos ou ervas. Ramos cilíndricos ou quadrangulares, hirsuto-glandulosos ou
pilosos. Folhas sésseis ou subsésseis, lâmina oval, lanceolada, cordada ou linear,
margem inteira, serreada ou crenulada. Inflorescência panícula, glomérulo ou flores
isoladas, terminais ou axilares, Flores 4-meras; hipanto globoso ou campanulado,
piloso ou glandular; Cálice com lacínias triangulares, acuminadas, persistentes; Corola
rosa ou roxa, pétalas obovais ou arredondadas, ápice obtuso, agudo ou arredondado.
Estames 4 férteis (ante-sépalos) e 4 estaminódios (antepétalos), ou apenas 4 férteis,
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filetes filiformes, glabros, anteras oblongo-ovais, ápice tubuloso, rostrado ou truncado,
uniporoso, conectivo curtamente prolongado, apêndice bituberculado ou bilobado na
face ventral, estames menores reduzidos. Ovário 2-4-locular, súpero, glabro; estilete
filiforme; estigma punctiforme ou truncado. Fruto capsular. Sementes ovais, oblongas.
13.1 Siphanthera cowanii Wurdack, Mem. New York Bot. Gard. x. No. I, 97 (1958)
Erva a sub-arbusto, 17-40 cm. Ramos sub-cilíndricos, glabros. Tricomas nodais
presentes. Folhas sésseis, lâmina 0,4-1,9 x 0,02- 0,2 cm, linear, base truncada,
margem inteira com pequenos dentes esparsamente, ápice agudo, ambas as faces
glabras, Flores solitárias, axilares. Flores 4-meras. Hipanto 2-3,3 mm compr,
campanulado, glabro. Cálice simples, persistentes, Lacínias triangulares.
Corola rosa, pétalas com ápices arredondados. Estames 8, heteromorfos, conectivos
menores 0,3-0,8 mm e os maiores 0,1-1,6 mm compr. apêndices dorsais e ventrais
(menores); basais (maiores), menores dorsais calcarados e ventrais bilobados; maiores
basais globosos, anteras menores 0,3-1,2 mm e maiores 0,8-1,7 mm, oblongas,
ápice truncados a levemente rostrados, poricidas. Ovário súpero, glabros.
Estilete filiforme, glabro. Fruto seco. Sementes numerosas oblongas.
Comentários: Siphanthera cowanii, possui internos glabros, folhas lineares com uma
única venação, ápice das anteras são rostrados e cápsula visivelmente extrosas. É
incomum terem oito estames férteis por flor, um estado de caráter compartilhado
apenas com S. paludosa. Todos os outros membros do gênero têm apenas quatro
estames férteis. S. foliosa difere por apresentar tricomas glandulares nos internos e
hipanto, as folhas são inteiras, as anteras não possuem os ápices rostrados, bem como
por ter sempre quatro anteras férteis e quatro estaminódios por flor (F. Almeda, O.R.
Robinson, 2011).
Distribuição: Ocorre na Venezuela. É um novo registro para o Brasil e para Roraima.
No PNV, ocorre nas campinas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, campinas
marginais a Estrada Perdida, entre a 1ª e 2ª bueiras, 1º24'48'' N, 60º59'16'' W, 21 .III.
2011, Costa, S.M. 926 (INPA).
86
14. Tibouchina Aubl., Pl. Guian. 1: 445. 1775.
Ervas, arbustos ou árvores. Ramos cilíndricos a quadrangulares, às vezes alados,
pilosos ou glabrescentes. Folhas pecioladas ou sésseis, lâmina de formato variado;
margem geralmente inteira. Inflorescência panícula terminal às vezes dicasio ou flores
isoladas; Flores 4-5-meras; hipanto oblongo ou campanulado, glabro ou com
indumento variado. Cálice com lacínias lanceoladas, oblongas, triangulares, subuladas
ou lineares, persistentes ou caducas. Corola roxa ou lilás, raramente alva ou rosa,
pétalas obovais, ápice arredondado, truncado ou emarginado, ciliadas ou não.
Estames 8-10, sempre em dobro ao número de pétalas, heteromorfos; anteras linear-
subuladas, oblongas, falcadas ou truncadas, uniporosas; conectivos prolongados,
apêndices na face ventral, bilobados. Ovário súpero (-4)5-locular, ápice pubescente;
estilete filiforme ou sigmóide, glabro, piloso ou glandular; estigma punctiforme. Fruto
capsular. Sementes cocleadas.
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14.1 Tibouchina aspera Aubl., Hist. Pl. Guiane 1: 446, t. 177. 1775
Sub-arbusto-arbusto, 50 cm-1,5 m. Ramos quadrangulares, cilíndricos a sub-
cilíndricos, revestidos densamente por tricomas escariosos. Folhas sub-sésseis,
pecíolo com ca de 0,7 cm compr, lâmina 1,1-7,8 x 0,5-3 cm, elíptica-lanceolada,
base obtusa, margem inteira-ciliada, ápice acuminado, nervuras centrais da face
abaxial são revestidas por tricomas escamosos, lâmina revestida densamente por
tricomas adpressos estrigosos, face adaxial revestida densamente por tricomas
adpresso estrigoso, 3 ou 3+2 nervuras basais. Panículas axilares, 2,1-8,5 cm compr.
Flores 5-meras. Hipanto 5,3-6,5 mm compr, estreitamente campanulado, revestido
densamente por tricomas escariosos. Cálice duplo, persistente, Lacínias triangulares e
escamosos. Corola lilás-roxa, pétalas com ápices arredondados. Cálice truncados-
irregulares. Estames 10, conectivos 1,2-2,8 mm compr, apêndices ventrais, bilobados,
anteras 3,4-7,1 mm compr, subuladas, ápice rostrados, poricidas. Ovário súpero,
pilosos (escamosos). Estilete sigmóide, glabro. Fruto seco. Sementes numerosas e
cocleadas.
Comentários: Encontrada em floração nos meses março, julho e setembro e
frutificando nos meses de março e julho.
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Colombia, Guiana Francesa, Guiana, Honduras,
Nicaraguá, Panamá, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil ocorre AP, PA, AM, AC,
RO, MA e MT. Esta é uma nova ocorrência para o Estado de Roraima.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1º25'41''
N, 60º58'58'' W, 18 .VII. 2010, Barbosa, T.D.M. 1172 (INPA). 1º28'06'' N, 61º00'25'' W,
24 .VII. 2010, Barbosa, T.D.M. 1317 (INPA). Estrada Perdida, 20 .VII. 2010, Cangani,
K.G. 15 (INPA). Grade PPbio, N3-500, área alagada, 15 .IX. 2010, Cangani, K.G. 48
(INPA). Grade PPbio, N3-500 em área alagada, 15 .IX. 2010, Cangani, K.G. 49 (INPA).
Rio Iruá, 1º03'00'' N, 61º14'59'' W, 23 .III. 2011, Costa, S.M. 944 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Estrada Manaus-Porto Velho, BR 319, Km
530, 21 .IV. 1976, Monteiro, O.P. 836 (INPA). Fortaleza, Rio Puciari, 29 .VI. 1971,
Prance, G.T. 13809 (INPA).
88
15. Tococa Aubl., Pl. Guian. 1: 437. 1775.
Arvoretas ou arbustos. Ramos cilíndricos glabros ou pilosos. Folhas pecioladas,
lâmina oval a lanceolada, margem inteira ou denteada, comumente presença de
domácia na base laminar ou no pecíolo. Flores (4-)5(-6)meras, em panículas, terminais
ou axilares; hipanto campanulado ou oblongo, costado, glabro ou piloso. Cálice
truncado ou com lacínias. Corola alva, rosa ou avermelhada, pétalas obovais ou
oblongas, ápice arredondado ou retuso, raro apiculado. Estames 10, isomorfos ou
heteromorfos, filete grosso e glabro, antera linear ou oblonga, ápice uniporoso,
conectivo não prolongado, tuberculado ou calcarado dorsalmente acima da inserção
dos filetes. Ovário 3-locular, raro 5, ínfero ou semi-ínfero, ápice piloso; estilete ereto,
glabro ou piloso; estigma espessado. Fruto baga. Sementes ovóides ou triangulares.
Chave para as espécies de Tococa do PNV
1. Flores solitárias; 6-meras; cálice formando um capuz; hipanto revestido
moderadamente por tricomas glandulares-simples.........................Tococa macrosperma
1`.Panículas; 5 meras, .....................................................................................................2
2. Domácias ausente; folhas coriáceas; glabras e brilhantes.....................Tococa nitens
2`.Domácias presentes; folhas membranáceas ou cartáceas; pubescente....................3
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3.Domácias menor que 1/4 das lâminas; face abaxial com nervuras centrais revestidas
esparsamente por tricomas estrelados estipitados................................Tococa coronata
3`.Domácias livres da base dos pecíolos; ambas as faces revestidas esparsamente por
tricomas simples e glandulares............................................................Tococa guianensis
15.1 Tococa coronata Benth., J. Bot. (Hooker) 2: 303. 1840
Arbusto, 1-2 m. Ramos cilíndricos, glabros. Folhas pediceladas, pecíolo 0,6-2,9 cm
compr, domácias presentes, menor que 1/4 que a lâmina, lâmina 4,5-22 x 1,2-5,6 cm,
elíptica, base obtusa, margem ciliada, ápice agudo, nervuras centrais da face abaxial
revestidas esparsamente por tricomas estrelados estipitados, face adaxial glabra, 3
nervuras basais. Panículas terminais, 6,3-18,2 cm compr. Flores 5-meras.
Hipanto 5,2-5,9 mm compr, campanulado, revestido esparsamente por tricomas
estrelados. Cálice duplo, Lacínias triangulares. Pétalas com ápice arredondado-
irregular. Estames 10, isomorfos, apêndices dorsais, pequenos calcarados,
anteras 5,6-8,3 mm compr, eretas, ápice truncados, poricidas. Ovário ínfero,
Estilete filiforme, revestido por tricomas simples no estilete e estigma. Fruto carnoso.
Sementes numerosas e triangulares.
Comentários: T. coronata pode ser distinguida de T. caudata, pelo o ovário
parcialmente súpero e por o hipanto e os frutos serem sempre maiores. T. coronata
difere de T. cordata por apresentar um cálice subulado e por as domácias não
apresentarem quatro lóbulos no lado abaxial (F.A. Michelangeli, 2005)
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Colombia, Equador, Guiana, Peru, Venezuela. No
Brasil, ocorre em RR, PA, AM, AC, MT. No PNV, ocorre em áreas de Buritizais.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1º25'32''
N, 60º59'16'' W, 3 .XII. 2009, Cabral, F.N. 94 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Km 124, 25 .III. 1974, Campbell, D.G. 20908
(INPA). Rio Cuieras. 2º31' S, 60º15' W, 22 .VII. 1991, Mori, S.A. 21819 (INPA).
Barcelos, Rio Jauari, 0º42' N, 63º22' W, 4 .VII. 1985, Silva, J.A. da 277 (INPA).
15.2 Tococa guianensis Aubl., Hist. Pl. Guiane 1: 438, t. 174. 1775
90
Arbusto, 1,5-5 m. Ramos cilíndricos, revestidos esparsamente, moderamente e
densamente por tricomas simples. Domácias presente, livre da base do pecíolo,
Folhas pediceladas, pecíolo 0,3-1,6 cm compr, lâmina 7,6-27 x 2,7-13,2 cm, elíptica,
base aguda, margem ciliada, ápice acuminado, ambas as faces revestidas
esparsamente por tricomas simples e glandulares, 3 nervuras basais. Panículas
pseudo-laterais, 7,3-17,5 cm compr. Flores 5-meras. Hipanto 3,6-5,4 mm compr,
campanulado, revestido moderamente por tricomas glandulares. Cálice duplo, dente
inconspícuo, persistentes, Lacínias truncadas. Corola rosada, pétalas com
ápice arredondado. Estames 10, isomorfos, apêndices dorsais, dente curto,
anteras 4,8-7 mm compr, oblongas subuladas, ápice truncados, poricidas.
Ovário ínfero, revestido por tricomas glandulares. Estilete filiforme, glabro.
Fruto carnoso. Sementes numerosas e ovóides.
Comentários: O tipo de Tococa orcheophora tem todas as características vegetativas
e florais de T. guianensis, com a ressalva de que o ápice do ovário falta à corona típica
de cerdas presentes em populações de T. guianensis. (F.A.Michelangeli,2005).
Distribuição: Ocorre na Bolívia, Caribe, Colombia, Costa Rica, Equador, Guiana
Francesa, Guiana, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru,
Suriname, Venezuela. No Brasil, ocorre em RR, AP, PA, AM, AC, RO, MA, PE, BA,
GO, Distrito Federal, MS, MG. No PNV, ocorre em áreas Buritizais, terra firme e
campinaranas.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Estrada
perdida, solo arenoso, 22 .VII. 2010, Cangani, K.G. 29 (INPA). Acampamento da
estrada perdida, 19 .IX. 2010, Cangani, K.G. 72 (INPA). Grade PPbio, N2-1300 área
alagada, 9 .XI. 2010, Cangani, K.G. 80 (INPA). Trilha L1(900-1400) PPBio, solo
encharcado, 24 .XI. 2006, Carvalho, F.A. de 810 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Acre: Brasiléia, 1 .XI. 1980, Ferreira, C.A.C. 3081 (INPA).
15.3 Tococa macrosperma Mart., Nov. Gen. Sp. Pl. (Martius) iii. 148. t. 279
Arbusto, 80 cm-4 m. Ramos cilíndricos, revestidos esparsamente por tricomas
glandulares. Domácias presente, dentro das lâminas, Folhas sub-séssis, pecíolo ca de
2,8 cm compr, lâmina 1,5-16 x 0,9-8 cm, elíptica, base obtusa-cordada,
91
margem ciliada-serrilhada, ápice acuminado, ambas as faces revestidas esparsamente
por tricomas glandulares, 5 nervuras supra-basais. Flores solitárias, terminais.
Flores 6-meras. Hipanto 2,8-3,3 mm compr, campanulado, revestido moderadamente
por tricomas glandulares-simples. Cálice duplo, Lacínias conadas. Corola com base
alva e ápice rosado avermelhado, pétalas com ápice arredondado. Estames 12,
isomorfos, apêndices dorsais, calcarados, anteras 2,2-3,9 mm compr, eretas,
ápice truncados, poricidas. Ovário ínfero, pilosos. Estilete filiforme e estigma capitado,
glabro. Fruto carnoso. Sementes numerosas e ovóides.
Comentários: Encontrada em floração nos meses fevereiro; julho; setembro e
novembro e frutificando nos meses julho e setembro. Tococa macrosperma está
intimamente relacionada a T. rotundifolia, com o qual compartilha anisofilia extrema e
domácias imersas no limbo foliar. Além disso, as flores possuem pétalas vermelhas. T.
macrosperma pode ser distinguidas pelas folhas maiores e os dentes conados do
cálice externo que formam uma saia ao redor do hipanto. T. macrosperma pode ser
confundida com várias espécies de Maieta, mesmo que estes dois táxons sejam
superficialmente similares, podem ser facilmente distinguidos por caracteres
vegetativos, eles podem ser distinguidos pela base das folhas e a forma das domácias
em T. macorsperma as folhas são cordadas e as domácias são escrotiforme. Maieta,
as folhas são atenuadas na base e as domácias são estreitamente elípticas a fusiforme
e completamente imerso na lâmina (F.A.Michelangeli, 2005).
Distribuição: Ocorre na Guiana, Colombia, Peru, Venezuela. No Brasil, ocorrem no
PA, AM, RO, MS. No PNV, ocorre nas Buritizal, campinaranas e áreas de terra firme.
Esta é nova ocorrência para o Estado de RR.
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, 1º16'17''
N, 60º58'09'' W, 28 .II. 2010, Barbosa, T.D.M. 1038 (INPA). 1º28'06'' N, 61º00'25'' W,
24 .VII. 2010, Barbosa, T.D.M. 1302 (INPA). Trilha N2 grade PPbio, solo alagado, 22
.VII. 2010, Cangani, K.G. 30 (INPA). Estrada perdida, terceira bueira, 19 .IX. 2010,
Cangani, K.G. 63 A (INPA). Trilha L4 (2300) PPbio, 26 .XI. 2006, Carvalho, F.A. de 865
(INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: 18 .X. 1971, Prance, G.T. 15379 (INPA).
Tefé, 18 .X. 1982, Ferreira, C.A.C. 3307 (INPA).
92
15.4 Tococa nitens Triana, Trans. Linn. Soc. London 28(1): 133.
Arbusto-árvore, 40 cm-4 m. Ramos cilíndricos, glabros. Folhas pediceladas,
pecíolo 0,1- 0,5 cm compr, lâmina 1,9-13 x 0,8-5 cm compr, elíptica, base aguda,
margem inteira, ápice agudo, ambas as faces glabras, 3 nervuras basais. Panículas ,
terminais, 5-7,6 cm compr. Flores 5-meras. Hipanto 4,4-4,7 mm compr, campanulado,
glabro. Cálice simples, Cálice duplo, dente bem pequeno, persistente,
Lacínias onduladas. Corola rosa, pétalas com ápice arredondo-retuso. Estames 10,
isomorfos, apêndices dorsais, calcarados inconspícuos, anteras 5,7-7,9 mm compr,
eretas, ápice truncados, biporicidas. Ovário ínfero, Estilete filiforme com o ápice
levemente arqueado, glabro. Fruto carnoso. Sementes numerosas e ovoídes.
Comentários: Encontrada em floração nos meses setembro e novembro e frutificando
no mês de setembro. Tococa nitens está intimamente relacionada com T. raggiana, T.
caryophyllea e T. cinnamomea, com o qual compartilha as folhas brilhantes e o cálice
reduzido. (F.A. Michelangeli,2005)
Material examinado: BRASIL. Roraima: Caracaraí, Parque Nacional Viruá, Estrada
perdida, depois da terceira bueira, 19 .IX. 2010, Cangani, K.G. 68 (INPA). Estrada
Perdida. Campinarana florestada, 30 .XI. 2006, Carvalho, F.A. de 1030 (INPA).
Material adicional: BRASIL. Amazonas: Rio Abacaxi, 4º12' S, 58º40' W, 7 .VII. 1983,
Todzia, C.A. 2336 (INPA). Humaitá, 21 .VI. 1982, Teixeira, L.O.A. 1281 (INPA). Pará:
Cuiabá-Santarém, 20 .II. 1977, Kirkbride Jr.; J.H.; JH 2936 (INPA).
Distribuição: Ocorre na Guiana, Venezuela. No Brasil, ocorre no PA, AM, RO, BA,
GO, MS. No PNV, ocorre nas campinaranas florestadas e na estrada perdida(campina
aurbsutiva). Está é uma nova ocorrência para o Estado de Roraima.
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CONCLUSÕES FINAIS
A família Melastomataceae no Parque Nacional do Viruá está representada por 15
gêneros, 45 espécies e quatro tribos Microlicia, Melastomeae, Merianieae e Miconieae.
A tribo que apresentou maior número de gêneros foi Miconieae com sete gêneros
seguido por Melastomeae com cinco gêneros. As espécies da família apresentaram
diversidade de hábito, sendo ervas, sub-arbustos, arbusto e árvores em geral de
pequeno porte. Em sua grande maioria das espécies ficam entre ervas a arbustos.
Dentre as 45 espécies descritas para o parque foram registradas 11 novas ocorrências
para o Estado de Roraima e uma nova ocorrência para o Brasil. As Melastomataceae
possuem grande facilidade em ocupar todos os ambientes do parque, como campina,
campinarana, buritizais, floresta de terra firme e igapó, o ambiente que ocorre maior
número de indivíduos foi às campinas com 17 espécies, isto pode estar ocorrendo, pois
o parque é a maior reserva de campina da região de Roraima.
A região Amazônica precisa de mais trabalhos taxonômicos e florísticos com a
família, servindo assim de base para outros estudos e para a formação de novos
especialistas na família em especial nos gêneros amazônicos. Este estudo foi realizado
em uma pequena parte da Amazônia brasileira, em poucos anos, porém valioso, pois
contribuiu para o conhecimento florístico de Melastomataceae no Parque Nacional do
Viruá, pois foi o primeiro trabalho taxonômico para o PNV e para o Estado de Roraima.
Muitas outras coletas e dados de outras áreas não visitadas, devido ao difícil acesso de
determinadas áreas e também as chuvas foram incomuns e mais intensas por causa
do fenômeno “La Niña” nos anos de 2010 e 2011, impedindo o acesso à partes centrais
do parque, por isto a lista de espécies apresentados neste trabalho provavelmente
serão aperfeiçoados ou até mesmo retificados. Assim, qualquer estudo taxonômico
realizado nesta formação vegetal será de extrema importância, pois esta região abriga
uma alta biodiversidade de plantas ainda pouco estudada.
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