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FACULDADE DEAGRONOMIA
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5UNIVERSIDADE FEDERALDO RIO GRANDE DO SUL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULFACULDADE DE AGRONOMIA
AGR99003 - ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
AGRREL2006-065
Luciana Zwetsch2187/01-800113065
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ab(jengenharia e meio ambiente
Porto Alegre, novembro de 2006.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003 - ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Luciana Zwetsch
2187/01 - 8
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
Orientador: Eng.o Agr.o Alexandre Bugin
Período: 20/07/06 a 30/11/06 - 360 horas
Tutor: Prot. Dr. Paulo Vitor Dutra de Souza
Aprovada pela COMISSÃO DE ESTÁGIOS
Maria Jane Cruz de Mello Sereno (coordenadora),
Andréa Machado L. Ribeiro
Gilmar Arduino Bettil Marodim
Elemar Antonino Cassol
Josué Sant Ana
Lucia Brandão Franke
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Porto Alegre, novembro de 2006.
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.... "A CIÊNCIA SEM CONSCIÊNCIA
É A RUINA DA ALMA."(FRANÇOIS RABELAIS)
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Com carinho dedico este relatório,
a meus pais Cláudio e Mariza
e a minha irmã Adriana,
pela compreensão e
participação irrestrita,
pois acreditaram num ideal.
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AGRADECIMENTOS."
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Os professores de Agronomia que muito contribuíram na minha formação.
Ao meu tutor de estágio professor Dr. Paulo Vitor Dutra de Souza, pela
confiança depositada ao aceitar orientar esse relatório.
Ao professor Sergio Francisco Schwarz, do departamento de Horticultura e
Silvicultura, pela oportunidade de bolsa de extensão em Plantas Hortículas e
Florestais. Em especial, ao colega de laboratório Cezar Gróis Prestes.
Ao meu orientador de estágio o engenheiro agrônomo Alexandre Bugin, da
ABG Engenharia e Meio Ambiente.
Ao colega Fábio Antônio Martins Rodrigues, pela indicação no estágio e a
toda equipe de funcionários da ABG, pelo companheirismo que me dedicaram.
Ao meu amigo engenheiro agrônomo Dr. Régis S. S. dos Santos, que me
encorajou a ingressar no curso.
Ao biólogo especialista em biologia molecular Daniel Motta da Silva pela
formatação e pela parte gráfica do trabalho.
Aos meus amigos, agradeço pela convivência, apoio e pelos bons
momentos que passamos durante o curso.
A minha tia Marília Maria dos Santos Severo e minha prima Maria Alice,
que nestes anos me acolheram em sua casa e corações.
A minha irmã Adriana, que participa intensamente da minha vida, com
carinho e dedicação.
Aos meus pais que com muito amor acreditaram no meu sonho e fizeram
dele, o seu também;
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íNDICE
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1. INTRODUÇÃO ........••••••...•.••.•••.•.••••••••••••••..••••••..••••••••....•••..•...•...•..•.•.•.•.•.......•...•••.......•.••••••••••••••••••..•..•7
2. DESCRIÇÃO DA REGIÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO •........................•...•..••••••.•••••••••••..•••..• 8
3. DESCRIÇÃO DA EMPRESA DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO .••..•...••.•.•...••.••••••••••••••••••••••••••....•10
4. OBJETIVOS ........•.......••.••••....••••••••••••.•••.••••••.•....••.....••.••••...•.•..•..••••.••••••••••••••••••••••..•..••...•.••..•......•...•..12
4.1. OBJETIVOGERAL: 124.2. OBJETIVOESPECíFICO: , 12
5. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES· REALIZADAS NO ESTÁGIO ..••••.•••.•••.•..•••••.•...•••..•..•............... 13
5.1. PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DA MINERADORA VERA CRUZ UNIDADE SANTATECLA RELATÓRIO DE VISTORIA 13
5.I.a. INTRODUÇÃO 135.I.b. MATERIALEMÉTODO 135.I.c. RESULTADOSEDISCUSSÕES 145.l.d CONSIDERÇÕES FINAIS 155.I.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO 16
5.2. LAUDO TÉCNICO DE COBERTURA VEGETAL MORRO SÃO CAETANO 175.2.a. INTODUÇÃO 175.2.c. MATERIAL EMÉTODO 185.2.dRESULTADOS EDISCUSSÕES 195.2.d· CONSIDERAÇÕES FINAIS 225.2.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO 22
5.3. PROJETO DE MONITORAMENTO DAS ENCOSTAS DO RIO DAS ANTAS RESERVATÓRIODA CERAN (COMPLEXO ENERGÉTICO RIO DAS ANTAS) 23
5.3.a. IN1RODU~"'ÃO 235.3.h. MATERIAL EMÉTODO 245.3.c. RESULTADOS E DISCUSSÕES 255.3.d CONSIDERAÇÕES FINAIS 265.3.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO 27
5.4. AUDITORIA TÉCNICA PARA0 LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA EMPRESABOLOGNESI ENGENHARlA LIDA, LOCALIDADE DE CRUZ DAS ALMAS MUNICÍPIO DEELDORADO DO SUL 27
5.4.a. INTRODUÇÃO 275.4.b. MATERIALEMÉTODO 285.4.c. RESULTflDOS E DISCUSSÕES 295.4.d CONSIDERAÇÕES FINAIS 345.4.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO 35
5.5. AUDITORIA AMBIENTAL, FISCALIZAÇÃO E MONITORAMENTO DE TRANSPLANTE DEESPÉCIES DE VEGETAIS NA PEDREIRA ERGO S\A UNIDADE MORRO ALTO MAQUINÉ; 36
5.5.a. INTRODUÇÃO 365.5.b. MATERIAL EMÉTODO 365.5;c. RESULTADOS E DISCUSSÕES. 385.5.d CONSIDERAÇÕES FINAIS 395.5.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO 39
5.6. PROJETO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL E FISCALIZAÇÃO DE EXTRAÇÃO DEAREIA E ARGILA DA MAC ENGENHARIA LIDA, NO MUNICÍPIO DE TERRA DE AREIA,IMPLANTAÇÃO DE DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 40
5.6.a. INTRODUÇÃO 405.6.b. MATERIAL EMÉTODO 425.6.c. RESULTADOS E DISCUSSÕES 435.6.c. CONSIDERAÇÕES FINAIS 465.6.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO 47
5.7. MONITORAMENTO AMBIENTAL, RELATÓRIO DE VISTORIA E ACOMPANHAMENTO DEATIVIDADES DA JAZIDA 03 OBRAS DE DUPLICAÇÃO DA BR 101 LOTE 04 RS MUNICÍPIO DEOSÓRIO , , 48
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5. 7.a. INTRODUÇÃO 485. 7.b. MA TERIAL E MÉTODO 485. 7.c. RESULTADOSE DISCUSSÕES 495.7.d CONSIDERAÇÕES FINAIS 505. 7.e. RRIATÓRIO FOTOGRÁFICO' 5O
5.8. ELABORAÇÃO DE UM HERBÁRIo 515.8.a. INTRODUÇÃO 515.8.b.MATERIALE MÉTODO 525.8.c. RESULTADOS E DISCUSSÕES 52
6. CONCLUSÃO •••••••••••••••..••••••••••••••••••••••••••....••••••••••••••••••••••••••.••••..••••••••.••••••••••••••••••.•••••.••••••••••••••••••••••55
7. ANÁLISE CRÍTICA DO ESTÁGIO ••••••••••••••.••.•.••••....••••••.••••••••.••.•••••.••••••••••••••.••••••••••..••••••••••••••••••••57
REFERÊNCIAS BmLIOGRÁFICAS •••••.•.•••..••.••••••••••••••••••••••.•••...•....••.•.••••••••••••••••.•..••..••••••••••••••••••••••.58
ANEXOS .••.••.•..•••••••••••••......••••••.•••••••••••••••.•.•••...•.•...••••••••••••.•.••.••.••.•.••••••••••••••••.••...•....•...••••••••••••••••.••......61..
RELAÇÃO DE TABELAS:TABELA 1:LISTA DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS NA ÁREA DO EMPREENDIMENTO MORRO SÃOCAETANO 20TABELA 2: ESPÉCIES OCCORENTES NA REGIÃO DO EMPREENDIMENT ELDORADO DOSUL 31TABELA 3: ESPÉCIES HERBÁ.CEAS PARA REVEGETAÇÃO DO SOLO DO EMPREENDIMENTOELDORADO DO SUL 33TABELA 4: ESPÉCIES ARBUSllVAS E ARBÓREAS INDICADAS PARA A REVEGETAÇÃO DOEMPREENDIMENTO ELDORADO DO S[]L 34TABELA 5: CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO TERRA DE AREIA .44TABELA 6: ESPÉCIES HEBÁ.CEAS INDICADAS PARA REVEGETAÇÃO DO EMPREENDIMENTOTERRA DE AREIA 45TABELA 7: ESPÉCIESARBUSllVAS E ARBÓREAS INDICADAS PARA REVEGETAÇÃO NOEMPREENDIMENTO TERRA DE AREIA 46TABELA 8: LISTA DE ESPÉCIES DO HERBÁ.RlO' 52
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1. INTRODUÇÃO
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o estágio obrigatório supervisionado realizou-se na ABG Engenharia e
Meio Ambiente Ltda, situada na rua João Abbott, número 503 sala 301 do bairro
Petrópolis em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A empresa é atuante na área de
consultoria ambiental. Totalizou-se trezentas horas de atividades, estas sob
orientação, do engenheiro agrônomo Alexandre Bugin.Período de 20 de julho a 30
de novembro de 2006.
Os motivos para a escolha desta empresa foram as excelentes
recomendações obtidas e a receptividade por parte do proprietário e dos
funcionários. Com isto,foi desenvolvido e aprimorado os conhecimentos
acadêmicos da estagiária, através do vasto campo de atividades que a empresa
atua e me proporcionou atuartambém.
Durante o período de estágio, foi oportunizado atividades de campo para
distintas atuações técnicas, sendo estas: Auditorias, Licenciamentos, Vistorias,
Fiscalizações Ambientais, Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas,
Projetos de Proteção de Fauna e Flora de Áreas Legalmente Protegidas, onde
aprendi in locus os padrões que são adotados para realização de cada uma e as
normas legais que se seguem para liberar um empreendimento.
As auditorias ambientais para licenciamento ou para vistorias de obras, são
feitas por uma equipe multidisciplinar da empresa com apoio dos estagiários.
Executa-se vístonas em pedreiras, loteamentos, hidrelétricas, encostas de rios,
entre outras áreas, com intuito de levantar dados para elaboração de projetos que
possam identificar, prevenir e compensar alterações que poderão surgir com a
implantação da obra. Todas as informações coletadas em campo são analisadas
e descritas no parecer técnico e disponibilizadas em um banco de dados para
estudos posteriores onde se discute a viabilidade ou não do empreendimento .
Durante o estágio foram aprendido muito sobre técnicas e normativas a
serem obedecidas para implantação de uma obra, pela estagiária. Além disso,
contei com a oportunidade de por em prática meus conhecimentos acadêmicos,
na recuperação de solos degradados, na implementação correta da vegetação
para sua recuperação e no transplante de espécies vegetais.
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o estágio foi realizado em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. O
• estado está localizado no extremo sul do país e faz fronteira com a Argentina e o
Uruguai. A capital porto-alegrense apresenta uma área total de 476,30 Km2,
destes 431,85 km2 são de continente 44,45 Km2 de ilhas. É circundada por morros
e planícies, limitada pela orla fluvial do lago Guaíba. São dezesseis ilhas sob sua
-~ jurisdição num total de 4.500 hectares pertencentes ao bairro Arquipélago,..fazendo parte do Parque Delta Jacuí. A única ilha considerada zona urbana é a
Ilhada Pintada com426,20 hectares.(http://www2.portoalegre.rs.gov.br.linfocidadel
disponível 2006).
A região fitográfica a que está inserida Porto Alegre é a da Depressão
Central (PMPA). Seus limites são: ao norte as cidades de Triunfo, Nova Santa
Rita, Canoas, Cachoeirinha ao Sul, Viamão e o lago Guaíba (Barra do Ribeiro), a
leste Alvorada e Viamão e a oeste Lago Guaíba (Eldorado do Sul, Guaíba, Barra
do Ribeiro). Os morros representam 24% da área do município sendo 10% de
mata nativa. Quatro deles ocupam 1000 hectares (morro: Santana, São Pedro,
Teresópolis e o da Polícia), enquanto os demais possuem entre 100 e 700
hectares e altitude média de 147 metros. Possui 18 arroios com diversos
afluentes, sendo que o maior da cidade é o Dilúvio e o menor o arroio
Osso.(SMAM ,Gestão Ambiental,2006).
O clima é· subtropical úmido, com as quatro estações bem definidas.
Segundo a classificação adotada por W. Koeppen, Porto Alegre possui um clima
Cfa 1 subtropical úmido, média de temperatura anual de 19,4°C, média anual de
umidade relativa do ar é de 76% e a precipitação anual média é de 1,324 mm com.' chuvas bem distribuídas ao longo do ano, o período mais seco se dá de
novembro até março (httpllwww2.portoalegre.rs.gov.brlinfocidadel disponível.: 2006).
A cidade de Porto Alegre possui vários tipos de solo: Argissolo Vermelho-
amarelo distrófico típico, (Unidade Camaquã;) Argissolo Vermelho distrófico
latossólico,( Unidade Gravataí;) Neossolo Fluvico,( Unidade Guaíba;) Neossolo
Litófico distrófico típico, (Unidade Pinheiro Machado) e Planossolo Hidromórfico
eutrófico arênico,( Unidade Vacacaí).(http://www2.portoalegre.rs.gov.brlinfocidade
Idisponível 2006).
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2. DESCRiÇÃO DA REGIÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
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o porto-alegrense vive numa cidade que está entre as mais arborizadas do
. país. São 517 praças totalizando 375,10 hectares e 11 parques totalizando"
1.514,14 hectares, entres eles destacam-se: Parque Farroupilha (Redenção)
, 37,52 hectares, Parque Moinhos de Ventos (Parcão) 11,5 hectares, Parque
Marinha do Brasil com 70,7 hectares e Parque Mauricio Sirotsky Sobrinho
(Harmonia) com 41 hectares.(SMAM , Gestão Ambiental,2006).
Fundada por uma leva de casais Açorianos vindo de Portugal,era
.~ conhecida como Porto dos Casais. Atualmente possui um forte contingente de..imigrantes vindo do interior do estado, muitos deles descendentes de italianos,
alemães, também sírios, libaneses, japoneses, poloneses, suecos entre outros,
somando mais de 25 etnias. A população é de 1360.590 habitantes (senso
IBGE\2000), sendo 635.820 homens e 724.770 mulheres. A expectativa média de
vida é de 71,4 anos, sendo: 66,2 para os homens e 76,2 para as mulheres. O
crescimento populacional é de 1,35 ao ano (1996\2000). A densidade é de 29
habitantes por hectare e o índice de mortalidade infantil é de 13,93 óbitos por
cada 1000 nascidos vivos.(IBGE.,wwwibge. gov br.2001).
Reconhecida como a metrópole da qualidade de vida do Brasil, pela
Organização das Nações Unidas (ONU). Os indicadores de qualidade de vida são
favoráveis nos principais índices de desenvolvimento humano: saúde,
saneamento básico, educação, meio ambiente e economia.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM) de Porto Alegre foi a
primeira do país, êria~ em 1976. Seja em áreas construídas ou naturais, ela é o
órgão executivo- responsável pelo controle da qualidade ambiental e pela proteção
do sistema natural no município. O Conselho Municipal do Meio Ambiente
(COMAM) atua em caráter consultivo e deliberativo, é o órgão de participação
direta da sociedade civil, para propor e formular políticas municipais de meio
ambiente.(SMAM ,Gestão Ambiental,2006).
Para educação da população conta com inúmeras escolas estaduais,
municipais e particulares de ensino fundamental e médio. Além do ensino superior
que conta com universidades particulares e federais e entre elas, a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).(SMAM, Gestão Ambiental,2006).
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3. DESCRiÇÃO DA EMPRESA DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
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A empresa ABG Engenharia e Meio Ambiente Ltda, foi fundada em 1990,
• pelo engenheiro agrônomo Alexandre Bugin, sendo prestadora de serviços em
áreas que envolvam o Meio Ambiente. Conta com um perfil técnico diferenciado
dotado de profissionais especializados nas mais distintas áreas, atuando
integradamente.
Dentro do campo operacional da empresa citam-se atividades como:
licenciamento ambiental para atividades de mineração, linhas de transmissão, e
outros diferentes empreendimentos; monitoramento e plano de manejo da fauna e
flora; projetos de recuperação ambiental, de áreas degradas; estudo ambiental
para projetos de pavimentação e terraplenagem de estradas, projeto de
recuperação de aterros de resíduos sólidos urbanos e industriais; auditoria
ambiental, fiscalização de obras; projetos de obras de drenagem e contenção de
erosão da encostas; ElA/RIMA para implantação de aterros sanitários e industriais
e educação ambiental entre outros.
Dos trabalhos executados para distintas empresas do estado, salientam-se;
o assessoramento permanente à Copelmi Mineradora, nos projetos de mineração;
a elaboração do plano diretor de recuperação das áreas degradadas pelo canteiro
de obras da Usina Hidrelétrica de Machadinho e a elaboração de estudo de
Impacto Ambiental ElA/RIMA da Siderúrgica Gerdau Riograndense S\A; além de
mais de cinqüenta retatórios técnicos de vistoria ambiental sobre estradas
estaduais e federais para empresas como: Ecoplan Engenharia, Imcorp
Bourscheid Engenharia, Setep Etel, Mac Engenharia e o Daer. Há também a
execução de planos de recuperação de áreas degradadas de pedreiras em
Gravataí, Santa Cruz do Sul e São Francisco de Paula.
Entre as atribuições empresariais, está a elaboração, e participação de
doze estudos de Impacto Ambiental ElA/RIMA de indústrias, do aeroporto, de
estradas e usinas hidrelétricas no Rio Grande do Sul e em outros estados.
A empresa possui ótima infra-estrutura, com excelente planejamento
operacional. Preocupa-se com a saúde e o bem estar emocional de seus
funcionários, mantendo uma fisioterapeuta, que realiza seções procurando aliviar
as tensões e o estresse do trabalho. Oportuniza-se o crescimento intelectual dos
funcionários, através de cursos de atualização, seminários, congressos,
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financiados pela mesma e estes benefícios também são estendidos aos
estagiários.
Durante o desenrolar do estágio houve a participação da estagiária nas
seguintes atividades: Plano de Controle Ambiental Vistoria na Mineradora Vera
Cruz; Laudo Técnico de Cobertura Vegetal Loteamento, no Morro São Caetano;
Monitoramento das Encostas do Rio das Antas; Licenciamento Ambiental
Retomada de Atividades; Monitoramento de Transplante de Espécies Vegetal na
Pedreira, Unidade Morro Alto Maquiné; Vistoria e Monitoramento de Espécies
Transplantadas na Localidade de Morro Alto Maquiné; Monitoramento Ambiental e
Fiscalização da Extração de Areias em Osório. Além das atividades de campo
houve a participação no Seminário Técnico - Grandes Empreendimentos em
Áreas Urbanas e Licenciamento Ambiental; realizado na FEEVALE entre os dias
10 e 11 de agosto de 2006.Houve Também participação em trabalhos
administrativos da empresa. A estagiária atuou na estruturação e elaboração do
herbário e na revisão do PRADE (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
para Mac Engenharia Ltda de Quarai); como também no preenchimento do termo
de referência para Elaboração de Plano de Controle Ambiental (PCA) para
encaminhamento a FEPAM, referente à pedreira de Eldorado do Sul e a
formulação de texto de Projeto Turístico para Companhia Energética Rio das
Antas.
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4. OBJETIVOS
4.1. Objetivo Geral:
. ,
O presente relatório tem como objetivo de relatar as atividades realizadas
durante o cumprimento de estágio curricular obrigatório supervisionado da
Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS).
4.2. Objetivo Específico:
Indicar o desenvolvimento das atividades executadas durante o estágio
curricular obrigatório da Faculdade de Agronomia no período de julho a
outubro,de 2006 que totalizou trezentas horas, sob orientação do Engenheiro
Agrônomo Alexandre Bugin e tutela do professor Or. Engenheiro Agrônomo Paulo
Vitor Dutra de Souza.
Realizar atividades na área de preservação e legislação ambiental,
voltadas a conservação e recuperação de áreas degradadas, visando consolidar e
aprimorar conhecimentos acadêmicos na área adquiridos durante a realização do
curso de Agronomia .
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5. DESCRiÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO
"5.1. PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DA MINERADORA VERA CRUZ
UNIDADE SANTA TECLA RELATÓRIO DE VISTORIA
5.1.a. INTRODUÇÃO
.. Um relatório ou laudo de vistoria de meio ambiente segue os conceitos
jurídicos do licenciamento ambiental, de acordo com a FEPAM. O documento
traduz a situação, sendo para tal utilizado a saída de campo. Normalmente
acompanha dados fotográficos e ou outros materiais, que os técnicos consideram
relevantes para complementar seus pareceres.
A avaliação ambiental da área da pedreira Santa Tecla é feita
semanalmente e em turno integral e gera um relatório técnico mensal das
atividades de controle ambiental.
5.1.b. MATERIAL E MÉTODO
A vistoria na Mineradora Vera Cruz, Unidade Santa Tecla, no município de
Gravataí Rio Grande do Sul, realizou-se no dia 25 de julho do ano corrente, pela
equipe técnica da ABG Engenharia e Meio Ambiente e contou com o acadêmico
de agronomia Fabio Antônio Martins Rodrigues e a estagiária de agronomia
Luciana Zwetsch, em cumprimento ao contrato de prestação de serviços de.' consultoria ambiental e teve como foco de ação a fiscalização e a orientação para
a recuperação das áreas degradadas pelo empreendimento em suas atividades,
;" extração de lavra de basalto a céu aberto, em uma área de 49,29 hectares.
A metodologia usada na vistoria segue normas pré-estabelecidas:
observações através da caminhadas em toda área em processo de recuperação,
e o monitoramento das áreas, para verificar a correta separação de solo e sua
reutilização em outras áreas. É feita a comparação entre a vegetação, que está
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sendo utilizada no replantio das áreas degradadas, com as originais existentes,
analisando o grau de interferência entre elas.
5.1.c. RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Foi possível verificar a revegetação das áreas em processo de
recuperação, com plantio de espécies herbáceas de inverno. O responsável vem
utilizando braquiárias, pois as sementes são mais baratas, tem boa ressemeadura
e cobertura de solo. Não tinha sido recomendada, devido a problemas de
competição com outras espécies por liberação de substâncias alelopáicas e pelo
alto crescimento, neste caso ocasionaram a morte de algumas espécies nativas
plantadas na área, sendo necessário o replantio. Apesar disso foi utilizada a
planta no local.
Em todas as áreas com plantio de espécies arbóreas serão mantidos os
tratos culturais como: roçada, adubação, tutoramento visando sempre a
manutenção. A roçada é feita para implantar outra cobertura, no caso, a de verão
permitindo o crescimento da vegetação nativa. No momento da vistoria,em 25 de
julho do corrente ano ,ainda não havia sido realizada totalmente a roçada da área.
Foram também observadas espécies nativas de hábito rasteiro que nasceram
através da ressemeadura manual como o Cipó São João (Pyrostegia venusta)
plantado no topo da área do antigo bota-fora (área onde são depositados os
materiais não usados pela mineradora).
Em relação ao solo da pedreira, deve-se prosseguir a separação e o
depósito em local adequado e principalmente o do horizonte A, para remediação
da área degradada. A remoção e a reutilização do solo devem ser feitas
primeiramente a dos matacões maiores (rejeito das extrações de rochas) e após
os menores, em seguida, o solo com presença de rochas e na superfície o solo deperfilA.
À medida que ocorre a retirada de lavra deve ser feita a remoção correta
do solo e sua reutilização nas áreas à recuperar. Os locais onde são colocados os
materiais não utilizados pela mineradora,denominados bota-fora, deverão ser
revegetados posteriormente. O horizonte A do solo também poderá ser utilizado
·.
15
..
nas áreas onde há presença de processos erosivos em fase inicial, logo após,
sendo implantada vegetação de coberturas rasteiras, deve-se efetuar
conjuntamente a manutenção dos drenos naturais para evitar a reabertura das
voçorocas e possivelmente o aumento de sua extensão. A retirada e o depósito
do solo, não estavam sendo realizadas corretamente, pela pedreira. Verificou-se
que está ocorrendo uma mistura dos horizontes do solo, ficando o horizonte A (o
mais fértil) abaixo das demais camadas menos férteis, com presença de rejeitos.
Para reconfiguração dos taludes nos acessos das estradas e para conter
os processos erosivos provocados pela ação da chuva são utilizadas paliçadas.
Na área de abastecimentos das máquinas é possível verificar tanques de
contenção ao redor dos de combustível, impedindo a contaminação do solo e da
água.
5.1.d. CONSIDERÇOES FINAIS
Ao se percorrer toda área pode - se fazer as seguintes observações: não
foram finalizadas as roçadas nas áreas de plantio arbóreo, com isso as demais
atividades previstas no cronograma só poderão ser iniciadas tão logo sejam
finalizadas as roçadas.
Um aspecto d~ suma importância é a implementação, por parte da
Mineradora vera Cruz;' na Unidade Santa Tecla, de uma cortina vegetal para o
enclausuramento das áreas de operação industrial. Além, da correta retirada e
depósito do solo, bem como o replantio das espécies nativas mortas pela
competição com as braquiárias.
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5.1.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
.,
Figura 5: Processo erosivo no antigo bota-fora.
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Figura 7: Reconfiguração do talude.
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Figura 4: Reconfiguração dos taludes aolongo das estradas.
Figura 6: Reconfiguração do antigo bota-fora .
. ~~Figura 8: Cipó-São-João no antigo bota-
fora.
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Figura 9: Roçada das Braquiárias e plantiode arbóreas nativas .
Figura 10: Extração de brita da unidadeSanta Tecta.
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5.2. LAUDO TÉCNICO DE COBERTURA VEGETAL MORRO SÃO CAETANO
5.2.a. INTRODUÇÃO
O laudo elaborado tem como objetivo a descrição da cobertura vegetal
existente na área prevista para construção do condomínio horizontal fechado, de
propriedade da Costamar Arquitetura e Construções ltda localizado na rua Dep.
Astérío de Mello, número 605 do Morro São Caetano em Porto Alegre. para a
obtenção da Autorização Especial de Remoção Vegetal (AERV), junto a
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre (SMAM), conforme o LI
(Licença de Instalação) número 05/05.
A vegeta.ção da área do empreendimento é classificada como mata
mesófila e mata subxerófila. A mata mesófila é constituída de comunidade
florestal que ocupa a porção média, ou baixa dos morros. Já a mata subxerófila,
são as matas baixas ou capães, encontrados nos topos ou nas encostas
superiores dos morros, segundo, BRACK et ai. (1998). O diagnóstico Ambiental
~ de cobertura vegetal na área do loteamento foi realizado em saída de campo.
o laudo vem sendo elaborado pela equipe técnica da ABG, sendo eles:
Yuric Neff acadêmico de agronomia; Janice Fornari acadêmica de biologia,
Luciana Zwetsch estagiária de agronomia, Mariana Kappel acadêmica de biologia,
Vanessa Liechtnderg-Belau acadêmica de biologia e o engenheiro agrônomo
Régis Lisboa Batista. O trabalho de campo foi realizado nos dias 27 e 28 de
julh02006.
O laudo técnico segue as normas da SMAM, assim, cada lote foi
diagnosticado individualmente, verificando-se o tipo de vegetação e
posteriormente a sua classificação taxonômica. Dentro dos critérios de inclusão,
foram amostrados, etiquetados e tabelados os dados dendrométricos averiguados
para as espécies.
Para o procedimento cadastral dos lotes, utilizou-se a mesma numeração
existente na planta baixa fornecida pelo empreendimento. Assim foi realizado o
levantamento da vegetação dos lotes de numeração 1 a 20 além, da área de
condomínio situada ao lado do lote de número 20.
Dos vegetais acima de dois metros de altura, foram levantados dados
dendrométricos referentes à altura DAP (Diâmetro do Peito), DPC (Diâmetro de
Projeção de Copa) ~ a classificação taxonômica, estado fitossanitário e todos
foram numerados seqüencialmente (1-N) e etiquetados com seus respectivos
números de lote.
Foram feitas coletas de amostras de espécies não identificadas em campo,•• para fins exclusivamente de classificação científica. O material catalogado foi
incluído num banco de dados da empresa. Nos lotes onde há predominância de
•.• capoeiras, foram estimados os números de cada indivíduo por espécie, as
dimensõesde comprimento, largura, altura e a média em cada lote.
18
" 5.2.c. MATERIAL E MÉTODO
• <
r·\----------------l19
II
I.<, 5.2.d. RESULTADOS E DISCUSSÓES
A área do empreendimento é de formação granítica, como a maioria dos
morros existentes em Porto Alegre. A fisionomia de sua vegetação é classificada
como mata mesófila e mata subxerófila (BRACK el. aI 1998). O monitoramento
.• segue as normas da SMAM onde cada lote do empreendimento imobiliário foi
• < vistoriado individualmente e feito o levantamento da vegetação para posterior
, classificação. Para autorização de remoção de vegetais, foi levado em conta à
vitalidade da espécie em questão, onde sua viabilidade de replantio e crescimento
futuro são sempre dados complexos, que acabam envolvendo múltiplos aspectos
como: a sanidade da árvore (quando se faz análise dos dados existentes no
vegetal, se ele é saudável; se tem baixa intensidade de dano, se tem média
intensidade de dano ou se alta intensidade de dano, o que é inviável); a liberação
de copa (grau de exposição ao sol) e sua posição sociológica (posição vertical em
relação às vizinhas).
As unidades amostrais, possuem formato retangular com dimensões de
10mx20m. As árvores nativas com DAP acima de 28cm são identificadas com
etiquetas e numeradas. Foi feita classificação taxonômica no local, quando as
espécies foram passíveis de identificação no campo, as demais foram amostradas
para posterior classitlcaçâo. Contabilizou-se os dados dendrométricos referentes
à altura e DAP (.ondese toma como base, a medida 1,30m acima da superfície de
solo, utilizando fita métrica metálica); além da estimativa visual do DPC(Diâmetro
de Projeção da Copa).
No monitoramento constatou-se que em nove dos lotes, os de numeração
(2, 3, 4, 5, 6, 13, 14, 15, 16) a vegetação predominante apresenta-se em estágio
." inicial de sucessão secundária, classificada como capoeira e com predominância
de espécies arbustivas e pequenas arvoretas (5.2.e. Relatório Fotográfico). Nos
demais lotes há presença de vegetação arbórea estabelecida, foram identificadas
55 espécies, distribuídas em 47 gêneros e 33 famílias. O número maior é de
Myrlaceae sp.; Rubiaceae sp. (quatro espécies) além de três exóticas; Euclyptus
sp. (eucalipto); Tipuana tipu e o Pinus sp. (pinheiro) (Tabela 1). Do total de 1301
indivíduos amostrados nos lotes com vegetação arbórea, os encontrados em
t.
20
maior quantidade foram: Sebastiania serrata (branquilho), Guapira opposita
(Maria-mole), Myrlacea sp. (capororca) e Casearia sy/vestris (chá de bugre). A"
altura média da vegetação encontrada na área do empreendimento é de sete
• metros. Estão relacionados como resultados os vegetais identificados, de acordo
com a Tabela 1.
Tabela 1. Lista das espécies encontradas na área do empreendimento ...N° Espécie Nome-Popular Família,..1 Lthraea brasiliensis aroeira-brava ANACARDIACEAE
2 Dendropanax cuneatus pau-de-tamanco ARALlACEAE
3 IIex dumosa Caúna AOUIFOLlACEAE
4 Syagrus romanzoffiana Gerivá ARECACEAE
5 Baccharis dracunculifolia Vassoura ASTERACEAE
6 Baccharis sp. Vassoura ASTERACEAE
7 Gochnatia po/ymorpha Cambará ASTERACEAE
8 Cereus hildmannianus Tuna CACTACEAE
9 Cecropia sp. Embaúba CECROPIACEAE
10 Dispyros inconstans maria-preta EBENACEAE
11 Agarista euca/yptoides Criúva ERICACEAE
12 Erythroxy/um argentinum Cocão ERYTHROXYLACEAE
13 Gymnanthes concotor Laranjeira-do-mato EUPHORBIACEAE
14 Sapium g/andu/atf:Jm pau-leiteiro EUPHORBIACEAE
15 Sebastiania setrete Branquilho EUPHORBIACEAE
16 Mimosa bimucronata Marica FABACEAE
17 Tipuana tipu * Tipa FABACEAE••
18 Banara parvifolia farinha-seca FLACOURTIACEAE
19 Casearia decandra Guaçatunga FLACOURTIACEAE.• 20 Casearia sy/vestris chá-de-bugre FLACOURTIACEAE.
21 Ocotea pu/chella Canela-Iajeana LAURACEAE
22 Persea venosa Canela-andrade LAURACEAE
23 Strychnos brasiliensis anzol-de-Iontra LOGANIACEAE
24 Miconia sp. Ouaresmeira MELASTOMATACEAE
25 Cabra/ea canjerana Cangerana MELlACEAE
§
22
5.2.d. CONSIDERAÇÕES FINAIS
-.As classificações das especes nativas dos lotes referentes ao
empreendimento se deram devido a necessidade do desmatamento, para futura
construção do condomínio. Como seqüência haverá o replantio dessas espécies e
quantidades nas áreas à serem demarcadas.
Foram encontrados grande número de epífidas das famílias Orchidaceas,
Bromeliaceas, Cataceae e Píperaceae, nos matacões e em vegetação arbóreas.• <
Recomendou-se, a translocação das mesmas para áreas de preservação
permanentes do próprio empreendimento.
Salienta-se atenção especial para indivíduos como a figueira (Ficus sp), o
jenva (Syagrus romanzoffiana) existente na área e passível de transplante. O
transplante deverá ser feito tanto para os espécimes em fase adulta como das
plântulas encontradas.
5.2.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
Figura 1: Entrada do empreendimento. Figura 2: Aspecto geral do acesso aos lotesresidenciais .
...
Figura 3: Aspecto geral da capoeira, compredominância da vassoura-vermelha {DodOfl8B
Figura 4: Epífitas encontradas emabundância na área.
23
"
Figura 5: Aspecto geral da vegetação arbórea. Figura 6: Espécime amostrado com aplaqueta de identificação ..,
5.3. PROJETO DE MONITORAMENTO DAS ENCOSTAS DO RIO DAS ANTAS
RESERVATÓRIO DA CERAN (COMPLEXO ENERGÉTICO RIO DAS ANTAS)
5.3.a. INTRODUÇÃO
..•
A CERAN é uma empresa produtora de energia elétrica detentora do
contrato de Concessão de Geração número 008\2001. Da mesma fazem parte as
usinas hidrelétricas de Castro Alves, Monte Claro e 14 de Julho, situadas no
médio curso do Rio das Antas, região nordeste do Rio Grande do Sul.
No total são sete municípios envolvidos diretamente com a obra energética:
Antônio Prado, Flores. da Cunha, Nova Pádula, Nova Roma do Sul, Bento
Gonçalves, veranooolís e Cotiporã. Obras essas, iniciadas em 2002, com o
término previsto para 2007, quando a última unidade a de 14 de Julho entrará em
operação.
O presente projeto é parte integrada do Plano Básico Ambiental (PBA), já
em andamento, implantado pela ABG Engenharia e Meio Ambiente para o
Complexo Energético Rio das Antas (CERAN). O objetivo básico deste projeto é
de realizar o monitoramento da flora nas encostas do Rio das Antas, onde
existemas obras das hidrelétricas.
O monitoramento da vegetação das encostas pretende minimizar os
impactossobre a flora da região e conter os processos de erosão.
•24
Foram instaladas unidades amostrais para diagnosticar as espécies
florestais, arbóreas. E também avaliar o ingresso de novas espécies, a<,
mortalidade, o crescimento e as mudanças de parâmetros fitossociológicos.
Estabelecer procedimentos para transplante, manejo e replantio também são
metas, além de ditar normas que evitem a degradação do solo nas encostas do
rio.
. .5.3.b. MATERIAL E MÉTODO
Foi realizada pela equipe de biólogos da ABG Marcos Vinícios Dariy e
Mariane Ellis Barreta e a estagiária de agronomia Luciana Zwetsch, a saída de
campo para implementação e monitoramento da encosta do Rio das Antas, no
município de Nova Roma do Sul, no dia 01 de agosto,de 2006 em tempo integral.
A ação foi desenvolvida para atender a legislação vigente, definida pelos órgãos
licenciadores no que tange a preservação vegetal e a proteção das encostas de
rios.
No diagnóstico das encostas do Rio das Antas, estabeleceram-se unidades
amostrais (parcelas) de monitoramento da vegetação. As unidades têm o formato
retangular de 10mx5m. Todas as árvores com DAP superior a 10 centímetros
foram etiquetadas e numeradas. As etiquetas fixadas nas árvores com fio de
nylon. Tiradas as coordenadas com o GPS para identificação local da parcela. A.identificação da vegetação feita in loco, com exceção de alguns exemplares os
quais não foi possível identificação a campo,por tanto, coletou-se amostras para
I. posterior classificação. Anotou-se tudo em planilha: nome vulgar, DAP (variável
medida a 1,30m do solo), posição sociológica (posição vertical em relação às
vizinhas), sanidade (avaliação de danos existentes), liberação de copa (exposição...ao sol) e viabilidade (projeção do crescimento futuro).
Baseando-se nas informações coletadas em campo, e nos dados
catalogados no banco de dados da empresa realiza-se uma análise por parcela,
para avaliar futuras ações a serem sugeridas no projeto em questão.
'1.\ ,
••
25
'. 5.3.c. RESULTADOS E DISCUSSÓES
. ,
O registro e monitoramento das espécies de vegetação e do solo que
sofreu influência do empreendimento têm como intuito acompanhar as
modificações que possam surgir na estrutura das encostas do Rio das Antas.
Prevenir a ocorrência de mortalidade de indivíduos da flora, avaliar da eficácia
dos mecanismos de transposição de espécies (caso necessário), estabelecer
métodos e procedimentos de manejo e replantio são metas além de preservar as
espécies raras, endêmicas ou ameaçadas.
Para estabelecer as unidades amostrais, foram feitas caminhadas, nas
encostas do rio e escolhida assim, uma parcela representativa da vegetação da
margem do rio.Marcados 10 metros acompanhando o leito do rio e 5 metros em
direção ao rio (para baixo) e 5 metros em direção a estrada (para cima). Com esta
marcação efetuada retiram-se as coordenadas das parcelas com o GPS para
localização posterior.
Nas parcelas coloca-se etiquetas numeradas, em todas as árvores com
DAP acima de 10 centímetros e identificadas às espécies mais comuns, indicando
em planilha também o nome comum, sendo sempre feita coleta de amostras das
espécies não identificadas no campo.
Anotou-se sua posição sociológica, que se refere à posição ereta da árvore
com relação as .vizinhas, classificada em: superior, média, inferior
A sanidade foi também monitorada classificando-se em quatro situações:
saudável, baixa intensidade de dano, média intensidade de dano e alta
intensidade de dano. A alta intensidade indica um sério comprometimento do
indivíduo, demonstrando poucos sinais de vitalidade, a baixa, nos indica que
menos de 30% da árvore esta comprometida e a média informa que o
comprometimento é de aproximadamente 50%.
A liberação da copa informa o grau de exposição ao sol codificada com,
mais de 75% da copa exposta à luz solar, entre 50% e 75% da copa exposta à luz
solar ou menos de 25% de exposição.
Todas as informações anotadas em campo são registradas e devidamente
catalogadas em bancos de dados na empresa, onde é feita uma análise dos
...
26
dados para decisão de ações futuras a serem sugeridas no projeto, com intuito de
prevenir e controlar os impactos sobre a vegetação e o solo das áreas das
encostas do Rio das Antas na área de abrangência do empreendimento da Ceran,
• sendo emitido relatórios mensais com os dados das parcelas monitoradas e as
ações sugeridas.
"
.. 5.3.d. CONSIDERAÇOES FINAIS
A partir do mapeamento feito pela equipe, na vegetação das encostas
florestais do Rio das Antas (área de influência direta da CERAN), instalou-se
unidades amostrais (parcelas) e criou-se pontos permanentes de monitoramento
e vistorias, após a implantação do projeto.
O projeto apresenta as metas a serem seguidas, para salvaguardar
espécies nativas, raras e ameaçadas. A preservação da diversidade da flora e a
manutenção da variabilidade genética através de resgates são necessários para a
conservação in situ e ex situo Existe interesse na coleta do maior número de
(mudas) plântulas, sementes e substratos, visando à reprodução e replantio em
outras áreas, devido o aumento do canteiro de obras da usina hidrelétrica.
É feita a observação constante do solo das encostas, visando evitar o
desmatamento, que conseqüentemente provocaria a degradação de toda encosta.e com isso, o assoreamento do leito do rio. A meta fundamental do projeto, após
diagnóstico levantado, será a conservação plena da vegetação e solo das
encostas do Rio das Antas .••
..•
27
.~ 5.3.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
~Fígura 1: Monítoramento das encostas do Río Fígura 2: ea das encostas do Río das Antas.
das Antas.
5.4. AUDITORIA TÉCNICA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARAEMPRESA BOLOGNESI ENGENHARIA Ltda, LOCALIDADE DE CRUZ DAS
ALMAS MUNICíPIO DE ELDORADO 00 SUL
5.4.a. INTRODUÇÃO
.•..
Licenciar um empreendimento significa avaliar os processos tecnológicos
em conjunto com parâmetros ambientais fixando medidas de controle ambiental,
segundo FEPAM (Conceitos Jurídicos vol.t 2006 a).
São três as modalidades de licenciamento ambiental expedidos pela
FEPAM: a LP que se trata da licença prévia na fase preliminar de planejamento
do empreendimento, a LI que autoriza a instalação do empreendimento, conforme
as especificações constantes nos planos, programas e projetos aprovados,
incluindo medidas de controle ambiental e por último a LO que autoriza a
operação das atividades, após verificação do efetivo cumprimento do que consta
nas licençasanteriores (FEPAM 2006 a, Conceitos Jurídicos voI.1).
Na realidade são normas, regras pré-estabelecidas levando em conta a
defesado meio ambienter que deverão ser respeitadaspelo empreendedor,sob
•..
••
28
. " pena do não cumprimento ter sua licença não autorizada e ou punições dentro da
lei ambiental.
Para a solicitação da retomada das atividades de extração de granito,
• operada pela empresa BOLOGNESI ENGENHARIA Ltda, que se encontra
desativada desde 1995, existiu a atuação da ABG.
A pedreira está situada ao longo da estrada que liga a BR 386, à localidade
de Cruz das Almas, no município de Eldorado do SullRS, em uma área de 50 ha,
" sendo 2,5 ha destinado à lavra propriamente dita e o restante da área para as..estruturas de apoio.
O objetivo do empreendimento é produzir agregados para a recuperação e
melhoria na pavimentação da rodovia BR 290. A operação se justifica pela
qualidade da rocha local, sendo compatível com as exigências tecnológicas
requeridas nas obras envolvidas, bem como pela proximidade das duas rodovia
citadas.O empreendimento, portanto fica no centro geográfico da concessão.
A vistoria teve o intuito de verificar as condições da área da pedreira para
extração, presença de lavra (granito), as condições e estado do solo, topografia
(meio físico) e a flora e fauna presente (meio biótico). Os dados são apresentados
um Relatório de Controle Ambiental (RCA) e no Plano de Controle Ambiental
(PCA). Os dados obtidos neste monitoramento permitem indicar as áreas mais
sensíveis, passíveis de medidas mitigadoras e compensatórias para recuperação
e conservação ambiental. Elaborou-se um plano de controle e monitoramento
ambiental, além, ae u~ cronograma de atividades.
5.4.b. MATERIAL E MÉTODO
..•
Para a formulação do laudo, com o intuído receber a liberação para
retomada das atividades na pedreira, realizou-se uma saída de campo no dia 02
de agosto de 2006 em tempo integral.Foi feita uma auditoria ambiental na área,
pela equipe técnica da ABG Engenharia e Meio Ambiente, formada pela bióloga
Daisy Bessa, a acadêmica de biologia Janice Fornari e a estagiária de agronomia
LucianaZwetsch.
A vistoria foi realizada para identificação da vegetação presente na área,
avaliar os impactos ambientais existentes e indicar a possibilidade de extração de
granito.
'1~
t.
.•.
29
...Foram determinadas as coordenadas com o GPS e fotos da área da
pedreira, percorrendo-a em toda sua extensão. A partir dos dados foi elaborado
um plano de recuperação, como medida compensatória, de acordo com o avanço
da lavra. As medidas de recuperação englobam o planejamento da conformação
da topografia final, a revegetação e manutenção da área, o controle dos
processos erosivos, que por ventura venha a ocorrer, além, da reestruturação do
solo, e a correção da sua fertilidade.
A auditoria para diagnóstico ambiental foi realizada em saída de campo, na
área do empreendimento da pedreira BOLOGNESI ENGENHARIA Ltda, que
realiza a extração de minerais de classe \I extração de granito para brita, em uma
área de avanço de lavra de 50.000 m2•
A vistoria realizou-se com intuito de verificar as condições da área,
identificar os impactos ambientais significativos existentes, para vida útil do
empreendimento.
A área da mineradora está inserida na bacia hidrográfica do Delta do Jacuí.
O clima da região do empreendimento pode ser caracterizado como subtropical
úmido, (cfa) conforme Koeppen.
Os solos encontrados na reglao são argissolo, que geralmente são
profundos a muito profundos e bem drenados. Os argissolo ocorrem em relevo
suave ondulados, até fortemente ondulados(Strack et aI 2002) Na área do
empreendimento em questão ocorre o Argissolo-Vermelho-amarelo distrófico
típico (Unidade Camaquã). Segundo as práticas conservacionistas são solos com
limitação moderada quanto à suscetibilidade à erosão e necessitam, para sua
conservação, de medidas mais intensivas, incluindo prática de engenharia de solo
e água (sistema de drenagem, terraço de base larga e base estreita, terraços com
canais largos e diques).
..
5.4.c. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Devido a alterações ambientais decorrentes do intenso uso do solo para
fins de extração mineral, comprometeu-se tanto a flora como a fauna, uma vez
que a retirada da vegetação causou interferência direta no ecossistema da área.
A metodologia de inventário utilizada foi à observação direta a campo. Os
registros foram realizados em caminhadas aleatórias na área de influência do
30
..
empreendimento. Observou-se no momento da visita que a fauna é muito pobre,
de baixa intensidade e densidade. Avistou-se quero-queros (Vanellus chilensis)
da família Charadriidae e o anú (Crotophagaanis) da família Cucudae.
A flora da área de influência direta do empreendimento possui elementos
típicos da estepe estacionai, como vassoura-vermelha (Dodonea viscosa),
vassoura-branca (Piptocarpha angustifolia), capororoca (Mirsine coriacea),
embaúba (Cecropia catarinenis); maricá (Mimosa bimucronata), chá-de-bugre
(Casearia sy/vestris), jerivá (Syagrus romanzoffiana), pitangueira (Eugenia
uniflora), branquilho (Sebastiania commersoniana),manacá (Brunfe/sia uniflora),
aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius) e chal-chal (Allophy/us edulis).
A presença de vassouras na área comprava que o solo do local é pobre,
pois essas plantas se desenvolvem facilmente em solos degradados e de baixafertilidade.
A vegetação herbácea foi substituída por cultura agrícola em muitos locais
ou muito alterada pela pecuária, predominam espécies rizomatozas como grama-
forquilha (Paspa/un notatum), capim-caninha (Andropogon /ateralis), capim-
barba-de-bode (Aristidapallens).
As vegetações arbóreas, constituídas basicamente por floresta galeria e
capões também se encontram alterada (Tabela2).
..
....
q
31
" Tabela 2. Espécies ocorrentes na região do empreendimento.
• <
Família Nome Cientifico Nome Comum
ANACARDIACEA Schinus terebinthifolius Aroeira-vermelha
MIRSINACEA Mirsine coriacea Capororoca
EUPHORBIACEA Sebastiana klotzchiana Branquilho
MIRTACEA Myrciaria cuspidata Camboim
SAPINDACEA Allophylus edulis Chal-chal
FLOCOURTIACEA Casearia sylvestris Chá-de-bugre
CECROPIACEA Cecropia catarinenis Embaúba
ARECACEA Syagrus romanzoffiana Jerivá
MORACEA Ficus organensis Figueira
SOLANACEA Brunfelsia unijlora Manacá
MYRTACEAE Eugenia unijlora Pitangueira
VERBENACEA Vitex megapotamica Tarumã
ASTERACEA Piptocarpha angustifolia "assoura-branca
SAPINDACEA Dodonea viscosa vassoura-vermelha
Verificou-se na área da pedreira a presença de um pequeno riacho com
vegetação entorno que deve ser preservado; além da grande quantidade de
rejeitos espalhados e.a formação de um lago artificial na cava da pedreira. Nos
taludes da pedreira há presença de muitas pedras soltas, além de lavra paraextração.
Os impactos ambientais encontrados, no empreendimento são típicos de••
mineração a céu aberto. Estas alterações ocorrem geralmente devido a
exploração de grandes volumes de material minerado, bem como, a geração de
•.• rejeitos estéril. A estocagem de material, além da remoção de cobertura vegetal
tornando a área suscetível a processos erosivos, como a perda em fertilidade e
acaba por comprometer a qualidade das características físicas e biológicas deste.
Para realização do projeto será feita à correlação entre impacto, causa e
efeito.
Recomenda-se que nas áreas degradas a atividade de recuperação
ambientaldevam ser conduzidas em conjunto com atividade de lavra.
J\ •••
32
to
No empreendimento em questão, este processo, abrangerá a área da
lavra, as áreas de estruturas de apoio, áreas de estrutura de britagem e as áreas"
de estrutura da usina de asfalto.
No que se refere à área de lavra deve ser dada especial atenção ao sul do
terreno caracterizada atualmente por faixa de mata em estágio médio de
regeneração, que poderá ser expandida no sentido leste, incrementando e
ampliando a cortina vegetal já estabelecida, evitando o impacto visual para,.transeuntes do acesso ao empreendimento .
No caso de abertura de novas áreas de exploração de granito, haverá a
formação de patamares. Os cortes destes patamares deverão ser efetuados de
modo que a declividade e a extensão dos taludes resultantes além de atender aos
requisitos de estabilidade facilitem os serviços posteriores de reafeiçoamento por
ocasião da recomposição da paisagística da área.
As atividades de recuperação ambiental a serem implantadas na área
deste relatório, de forma geral, são apresentadas a seguir.
Na abertura de novas áreas; pelas características do perfil litológico
encontrado na região, deverão ser tomadas as seguintes providências: remoção e
armazenamento (para posterior aproveitamento) da camada de solo orgânico;
remoção e armazenamento da camada de solo argiloso; remoção e
armazenamento de material de descarte, que não será utilizado na britagem.
As diferentes camadas de solo removidas deverão ser armazenadas
separadamente, para que possam ser utilizadas na conformação e na cobertura
das bancadas, servindo de base e substrato para revegetação.
O material de descarte deverá ser utilizado no processo de construção das
bancadas, dispondo-se os matacões (de diferente tamanhos) próximo aos taludes
dos patamares, dando-lhes a configuração inicial.
O material retirado da camada de solo argiloso deverá se utilizado na
configuraçãodas bancadas e na recuperação da estrutura do solo nas áreas onde
houver decapagem.
A camada de solo orgânico deverá ser utilizada na configuração final das
bancadas e das áreas decapadas. Este material orgânico quando distribuído nas
áreas em fase de recuperação irá auxiliar no incremento das características
físicas, químicas e estruturais do solo e por conseqüência, no desenvolvimento da
vegetaçãoa ser implantada.
. .
.•.
III
I
9
33
"As especres vegetais indicadas para revegetação da área do
empreendimento devem apresentar as seguintes características: capacidade de
estabelecer uma rápida cobertura do solo e talude, promovendo o estancamento
• de processos erosivos; e capacidade de promover a restruturação do solo, fixação
de nitrogênio atmosférico e o acréscimo de matéria orgânica.
As espécies herbáceas de cobertura do solo (gramíneas e leguminosas)
indicadas para o empreendimento são relacionadas na Tabela 3...,.. Tabela 3. Espécies herbáceas para revegetação do solo.
..
Epoca SementesPerídodo Espécie Ciclo
De Semeadura (Kg/ha)
Azevém março/maio 20-25 anual
o Aveia março/julho 60-90 anualECI) Ervilhaca março/maio 40-50 anual>c- Comichão Março/maio 08-10 Perene
Sorgo out./jan. 20-25 anual
Milheto set./jan. 20-25 anual
Pensacola ago.lnov. 25-30 perene
Capim Ramirez set./dez 15-18 perene
Pangola set./dez 12 mudas/m2 pereneott! Brachiaria set./nov. 8-10 pereneCI)> Decumbens.
Capim bermuda set./mar. 20-25 perene
Feijão de porco set./dez 6-8 anual
Soja perene set./dez 6-8 anual
Lablab set./dez 25-30 anual
.•.Dentre essas espécies deve-se ressaltar a importância do uso do milheto
como incremento de nutrientes ao solo pela adubação verde, bem como ao uso
da pangola.
Além das espécies indicadas na tabela 2 recomenda-se que, dentro do
possível, sejam coletadas mudasl sementes de espécies herbáceas nativas
(campo nativo) na área de entorno das áreas degradadas, utilizando-as nas áreas
a serem revegetadas. Dentre essas espécies nativas destacam-se o Paspalum
t.
4
34
..,
sp., O capim pluma (Erianthus sp.), o Andropogon laterallis e o pega-pega
(Desmodium incanum).
De acordo com a disponibilidade e a qualidade das mudas de espécies
arbóreas e arbustivas nativas na região, a composição vegetal pode ser alterada,
mas observando-se a proporção de grupo de espécies 50% de espécies pioneiras
40% de espécies oportunistas e 10% de clímax, e prioridade às espécies
pioneiras, frutíferas e melíferas.
Na tabela 4 as espécies arbustivas e arbóreas recomendadas para o
plantio...
Tabela 4. Espécies arbustivas e arbóreas indicadas para a revegetação.
Nome científico Nome comum Classificação
Fícus organensis Figueira-da-folha-miuda F-P-C
Cupania vemalis Camboatá-vermelho F-M-P-C
Eugenia uniflora Pitangueira F-P-C
Psidium cattleyanum Araçá F-N-P
Rapanea umbellata Capororoca F-P
Vitex megapotamica Tarumã F-P-C
Tabebuia chrysotricha Ipê-amarelo P
Myrcia rostrata Cambuí F-P
Nectandra lanceolata Canela-amarela F-P-C
Peltophorun dubium Canafístula P-C. .Legenda: F- Frutífera; M- Melífera; P - Pioneira; C- Clirnácica: N -
Nectarífera
5.4.d. CONSIDERAÇOES FINAIS...
As condições ambientais da área de influência direta do empreendimento
sofreram alterações tanto na vegetação como no solo, devido ao mau uso de
operaçãoe o abandono por tantos anos.
No entanto os impactos não podem ser considerados de grande
magnitude, pelo fato de serem reversíveis, além de se localizar em uma área que
já estava anteriormente alterada pela agricultura. Com a implantação de um
35
projeto de recuperação ambiental, para recuperar as áreas já degradadas da
.; pedreira, e da exploração futura da lavra existente no local o ambiente no geral
terá estabilidade.
Foi verificada a possível exploração da lavra, se realizando conjuntamente
os projetos de recuperação necessários.
Nesta auditoria técnica para o licenciamento, participei desde o início das
atividades, pois foi um projeto iniciado quando já era estagiária na empresa ABG...\..
5.4.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
Figura 1: cava da pedreira com formação de um Figura 2: Área de preservação - mata nativa.lago.
Figura 3: Material da extração. Figura 4: Vegetação predominante na área dapedreira .
...
L I(
.~.,.
lI
•t,II,
I•II
..
36
<, 5.5. AUDITORIA AMBIENTAL, FISCALIZAÇÃO E MONITORAMENTO DE
; TRANSPLANTE DE ESPÉCIES DE VEGETAIS NA PEDREIRA ERGO S\A
UNIDADEMORROALTO MAQUINÉ;
.• 5.5.a. INTRODUÇÃO
..O município de Maquiné é situado na região litoral norte do Rio Grande do
Sul. Faz limite ao leste com os municípios de Três Cachoeiras, Arroio do Sal e
Oceano Atlântico, ao sul com Capão da Canoa e Terra de Areia, a oeste com Itati
e a norte com Três Forquilhas, Itati; Três Cachoeiras.
A área em questão é a da pedreira Morro Alto, uma unidade de
propriedade da empresa Ergo S\A, situada na rodovia BR 101, quilômetro 75 na
localidade de Morro Ato e com a área útil de 12 hectares.
O objetivo era de verificar o pós-manejo de um jerivá (Syagrus
romanzoffiana) transplantado da área de avanço de lavra, para a área de
bordadura da mata nativa entorno da pedreira, que é preservada, além, do plantio
de 240 mudas de espécies arbóreas nativas da região, em área de 8.000 m2,
próximo à base do talude norte, após a deposição do solo.
5.5.b. MATERIAL E MÉTODO
.•.Foram realizadas vistorias nos dias 04 de julho e 24 de agosto de 2006 em
tempo integral. A equipe técnica da ABG destacada para a atividade em questão
foi: Fábio Antônio Rodrigues acadêmico de agronomia, Janice Fornari acadêmica
de biologia, Luciana Zwetsch estagiária de agronomia e Mariana Kappel
acadêmicade biologia.
No dia 04 de julho de 2006 determinaram-se as coordenadas com GPS de
toda a área e foi realizado o transplante de uma unidade de jerivá (Syagrus
romanzoffiana), situado no setor de áreas de avanço da lavra, para a bordadura
••
37
..
da mata nativa, que é preservada e existiu a orientação quanto ao seguimento
das atividades.
O transplante foi realizado nas seguintes etapas: executou-se poda de
limpeza dos galhos secos, mal localizados e fracos (a atividade de poda foi
executada observando-se as técnicas básicas, com uso de ferramentas
apropriadas e por pessoal treinado); escavação do solo em forma de trincheira em
toda a volta da árvore (seguindo-se as seguintes medidas mínimas: diâmetro de
torrão = 8 x DAP, profundidade = 4 x DAP); colocou-se no fundo da cova uma
quantidade de terra suficiente para que uma vez colocado o torrão na cova a
superfície do mesmo fique no nível do terreno em volta; o jerivá retirado foi
acondicionado e transplantado por caminhão até a área de bordadura da mata
nativa, que será preservada; na sustentação foram utilizadas estacas.
Os funcionários da pedreira estão encarregados de monitorar o jenva
transplantado semanalmente, e fazer a irrigação que é necessária nos primeiros
60 dias diariamente, sendo em dias alternados até completar 120 dias e ainda
duas vezes por semana até os 180 dias; todas estas indicações foram
transmitidas no momento da atividade de transplante.
Na mesma vistoria foi indicado o plantio de mudas de nativas e herbáceas
de cobertura em locais pré-determinados, cuja execução ficou por conta dos
funcionários da ERGO. O plantio indicado foi de 240 mudas de nativas arbóreas à
serem plantadas numa área de 800m2, próximo a base do talude norte, após a
deposição do soro e.~ plantio das espécies arbóreas nativas: cedro, cerejeira,
pitanga, ipê, araçá e arroeira - vermelha, seguindo as recomendações técnicas do
plano de recuperação do talude remanescente da cava.
Na vistoria do dia 24 de agosto 2006, foi verificado o estado fitossanitário
do jerivá transplantado anteriormente, para descrição do relatório a FEPAM e feito
também o registro fotográfico, bem como, as vistorias do estado das mudas de
espécies nativas e herbáceas de cobertura que deveriam ser plantadas em locais
pré-determinados, além de e monitorar o andamento do trabalho ambiental.
Constado que o jerivá apresentava uma injúria no tronco, foi indicada a aplicação
de calda bordaleza no local.
CALDA BORDALEZA
Colocar 100 gramas de sulfato de cobre em um saco de pano e pequeno,
mergulhar o saco contendo o sulfato de cobre em cinco litros de água quente,
...
I .{ '1
38
. "•.... deixando de molho por 24 horas, dissolver 100 gramas de cal virgem de boa
: qualidade em cinco litros de água, que devem ser despejadas sobre o produto;-,despejar a solução de sulfato de cobre sobre a solução de cal, misturando bem
• com um bastão; coar a mistura e despejar no pulverizador para aplicação.
,. 5.5.c. RESULTADOS E DISCUSSÕES.,..
f.
Foram obedecidas as normas ambientais, para realização de remoção
manejo e transplante de árvores nativas bem como o plantio de espécies nativas
em áreas degradadas. O jerivá foi retirado da área de avanço da lavra e levado
para a área de bordadura da mata nativa preservada com sucesso.
Na vistoria realizada no dia 24 de agosto 2006 foi constado que o jerivá
apresentava uma injúria no tronco, devido à presença de formigas no interior da
casca. Apesar da injúria o jerivá está com bom desenvolvimento. A
recomendação, a fim de evitar maiores danos é a aplicação de calda bordaleza no
local injuriado. Sobre o plantio das 240 mudas arbóreas nativas indicadas, foi
verificado que se encontravam em solo pobre, no meio a grande quantidade de
rejeitos da pedreira (granito), não sendo utilizado o solo do horizonte A, que é o
material de melhor qualidade em relação a matéria orgânica. O solo se
encontrava desparelho e sem cobertura e o estado de desenvolvimento das.mudas não era, bom. Além disso, não se verificou o plantio de herbáceas nas
encostas dos taludes para cobertura e proteção do solo. A nativa mais plantada
foi o cedro, havendo também algumas mudas de ipê, araçá, ingá, pitanga e
aroeira - vermelha. O plantio foi realizado em três áreas distintas no entorno da
pedreira:a primeira área localizada próximo ao escritório, a segunda área próxima
à bacia de drenagem (lago) e a última área de plantio na base do talude norte....
39
<o 5.5.d. CONSIDERAÇÓES FINAIS
São cuidados que se dever ter após o transplante do jerivá: nunca deixar
de irrigar, obedecendo às normas estabelecidas, tratar a injúria aplicando calda
bordaleza e monitorar o desenvolvimento da árvore. Além de manter os tutores
~. firmes aos vegetais, com revisão semanal ou sempre que houver algum evento
., que justifique maior atenção; realizar controle de pragas por iscas atrativas,
, repelentes ou catação no caso de ataques menores; evitar o acesso de animais e
a passagem de veículos. Como também fazer uma cobertura do solo e dos
taludes com espécies herbáceas rasteiras, de maneira correta. Recomenda-se
retirar os rejeitos e colocados em áreas apropriadas e colocar uma nova camada
de solo de melhor qualidade no local onde foram plantadas as árvores nativas e
cuidar da irrigação; pois o solo além de pobre tem alta permeabilidade não
retendo água, devido grande quantidade de rejeitos, o que prejudicial em períodos
de estiagem.
5.5.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO.
.-.
-...---------------------------------.,
Figura 3: Jerivá transplantado .
.,
40
Figura 5: Plantio de arbóreas para recuperação Figura 6: Muda de arbóreas entre grandedo talude. quantidade de rejeitos.
Figura 7: Plantio de arbóreas no talude superior. Figura 8: Ausência de herbáceas paracobertura das encostas dos taludes.
5.6. PROJETO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL E FISCALIZAÇÃO DEEXTRAÇÃO DE AREIA E ARGILA DA MAC ENGENHARIA Ltda, NOMUNICiplO DE TERRA DE AREIA, IMPLANTAÇÃO DE DIAGNÓSTICO
.: AMBIENTAL
5.6.a. INTRODUÇÃO
A implantação deste diagnóstico ambiental tem como objetivo viabilizar a
solicitaçãode Licença Prévia (L. P.), para extração de areia e argila, no município
I:í~\'--------------------
, f.
...
41
de Terra de Areia, cujo empreendedor é Mac Engenharia Ltda. A jazida em
estudo está localiza-se a 500 metros a oeste deste município, no sentido da
localidade do Espigão. A área em que será instalada a jazida corresponde a 5,48
hectares.
. .
o objetivo principal da empresa é a extração de areia e argila, que serão
utilizadas na construção da Estrada Rota do Sol, no trecho entre Terra de Areia e
Curumim.
Ao nordeste da área está o Morro do Espigão que serve de divisor de
águas, entre os afluentes que escoam suas águas para Lagoa dos Quadros e os
do sul que escoam para Lagoa de Itapeva. As águas que escoam da borda norte
do Morro do Espigão se dirigem pela drenagem natural até o Arroio Bonito, daí
para o Rio Três Forquilhas, que lança suas águas na Lagoa Itapeva. As águas
que escoam da borda sul do Morro do Espigão originam as nascentes do Arroio
Sanga Funda, que deságua na porção norte da Lagoa dos Quadros.
Na área do empreendimento existe um banhado natural, com
aproximadamente 273 m2. Ocorrem duas unidades de mapeamento distintas, na
área do empreendimento, originados sedimentos diferentes e materiais rochosos.
O primeiro solo de ocorrência é um Neossolo, pertencente à Unidade de Osório.
São considerados solos novos e pouco desenvolvidos, constituídos de uma
textura arenosa e originada de sedimentos inconsolidados, que fazem parte da
Planície Costeira e.eão os que ocorrem na maior parte da propriedade. O.segundo solo de ocorrência é um Chernossolo, pertencente à Unidade Ciríaco,
originados da alteração do basalto proveniente da Serra do Mar, que são
depositados nas encostas dos morros. São solos escuros com alta fertilidade
química,( Stracck et ai 2002).
A área situa-se no sopé da escarpa do planalto da Serra Geral, com
altitude máxima de 63 metros. Possui clima temperado, com as quatro estações
do ano bem definidas.
A vegetação original da área em que será instalado o empreendimento é
caracterizada pela presença de elementos pertencentes à floresta ombrófila
densa, também conhecida como floresta da pluvial da encosta atlântica.
,.\, •
42
A reqiao da floresta ombrófila densa estende-se ao longo da costa
atlântica, ocupando as planícies cenozóicas e as áreas de relevo bem dissecado<,
das encostas e escarpas da Serra Geral (RADAM, 1986).
A área em estudo é caracterizada predominantemente pela presença de
vegetação invasora, mas ainda tem exemplares nativos.
Este relatório apresenta as medidas que serão adotadas para recuperação
ambiental das áreas em que será instalado o empreendimento .
. .
5.6.b. MATERIAL E MÉTODO
A equipe da ABG Engenharia que realizou este monitoramento ambiental
foi formada pela bióloga Daisy Bessa, o acadêmico de geografia Daniel Wiegand,
a acadêmica de biólogia Janice Fornari e a estagiária de agronomia Luciana
Zwetsch.
O monitoramento ambiental, com objetivo de obter Licença Prévia (LP)
para extração de areia e argila, que será utilizada na construção da Estrada Rota
do Sol, pela empresa Mac Engenharia Ltda, contou com a avaliação da equipe
técnica da ABG num levantamento de todos os dados do empreendimento, da
área em questão. e em seguida avaliou-se o impacto, com o intuito de realizar o
cronograma de recuperação das áreas degradadas e o projeto de reposição
florestal.
Foi feita a vistoria no empreendimento para levantar dados como:
f. caracterização do meio físico, recursos hídricos, clima, aptidão agrícola etc, além
do reconhecimento de áreas já degradadas. Depois de todos estes dados
coletados foi feito o diagnóstico ambiental e um planejamento, com base nos.•.procedimentos de recuperação de áreas degradada como: regularização da
topografia; reestruturação do solo, correção de sua fertilidade; implantação de
espécies vegetais herbáceas e espécies arbustivas e arbóreas para controle dos
processos erosivos, como também a semeadura e plantio para a proteção das
áreas.
43rtf É feito um cronograma de atividades de recuperação ambiental e será~ ..~ mantido um monitoramento periódico para acompanhar a implantação das
<,
medidas.
5.6.c. RESULlADOS E DISCUSSÕES
• < A área da jazida da empresa Mac Engenharia Ltda corresponde a 5,48
hectares para extração de areia e argila, que serão utilizadas num trecho da
Estrada Rota do Sol.
O banhado natural, com tamanho de 273 m2 está dividido em duas partes,
por taipas, implantadas pelo proprietário. Uma é a Área de Proteção Permanente
(APP) do empreendimento, a nordeste encontra-se um recurso hídrico superficial
com cota de mais ou menos 4 metros em relação à área da jazida, com
aproximadamente dois metros de largura, apresentando exemplares de mata
nativa em estágio avançado de regeneração, a área de preservação deverá ter
em torno de 50 metros.
Existem duas unidades distintas de solo na propriedade, a maior parte é a
de Neosso Quartzarênico ortico, osegundo solo é denominado de Chernossolo
Argilúvico férrico típico.(Streck et aI, (2002).
Quanto à. aptidão agrícola dos solos, pode-se dizer que o Neossolo.Ouartzarêruco ortíco' típico, constituem ambientes muito frágeis, altamente
suscetíveis à erosão eólica e hídrica e deve ser manejado com cautela. É
importante evitar pisoteio excessivo no caso de pastagem. Apresenta boa aptidão
para reflorestamento, podendo também ser usado para fruticultura. Já o
Chernossolo Argiluvio férrico típico exige práticas agrícolas conservacionistas
intensivas, por se encontrar em relevo ondulado a fortemente ondulado, o que
dificulta a mecanização. Apresentam aptidão para culturas anuais fruticultura,
pastageme reflorestamento.
A vegetação original da área caracteriza-se pela presença de elementos
pertencentes à floresta ombrófila densa, que se estende ao longo da costa
atlântica e está associada ao clima tropical úmido, sem período seco sistemático
e com temperatura médias anuais não inferiores (RADAM, 1986). Entretanto a
..••
Jt~\-,-------------------- •..,44
área em estudo é caracterizada predominantemente pela presença de vegetação
invasora como vassoura-branca e vermelha, em estágio médio de regeneração,
seguido de outros exemplares nativos, conforme tabela 5. As gramíneas
• predominam porção nordeste da área, vassouras e goiabeiras na porção nordeste
e na leste, os maricás e vassouras são as mais abundantes na porção norte.
Tabela 5 - Caracterização
• <
Família Nome científico Nome popular
Annonaceae Annona cacans Araticum
Araucariaceae Araucaria angustifo/ia Araucária
Lauraceae Canela
Myrsinaceae Myrsine coriacea Capororoca
Myrsinaceae Myrsine umbellata Capororoquinha
Cecropiaceae Cecropia obtusa Embaúba
Meliaceae Cedrella fissilis Cedro
Flacourticaeae Casearia sy/vestris Chá-de-bugre
Eritroxilaceae Erytroxy/um cuneifolium Cocão
lo
De acordo com a tabela serão suprimidos 125 espécimes, das quais 50
representam à vegetação em estágio inicial e 75 representam a vegetação em
estágio médio de regeneração (DAP\= 08cm).
Para o cálculo ?a reposição florestal, considerou-se o volume do estágio
inicial, onde há. a exigência do replantio de 10 novas mudas para cada metro
estéreo suprimido com replantio mínimo de 100 mudas e 15 novas mudas para
cada espécimes em estágio médio, totalizando assim 1289 mudas para
reposição.
A recuperação da área deste empreendimento como em todas que
envolvem mineração, a céu aberto, requerem uma forma específica para esse tipo
de atividade envolvendo uma série de itens a serem observados. Isto se deve ao
fato de que, nas áreas de mineração o impacto ambiental é muito significativo
causandodanos tanto ao solo, como a flora e fauna da região.
Em todas as áreas onde a topografia foi alterada serão realizadas
atividades de regularização desta, considerando-se as características do entorno
e do uso futuro da área.
..••
-"
•45
I'Os taludes formados deverão ter altura máxima de 5 metros, sendo
,; construídos e estabilizados, mantendo a proporção de 3 (horizontal) 1 (vertical)
onde a extensão (linear) utilizada em sua base deverá ter no mínimo o triplo da
• altura do talude.
Nas áreas dos patamares será feita a regularização do terreno evitando a
formação de poças, de modo que a vegetação a ser implantada possa apresentar
um bom desenvolvimento .
Na reestruturação do solo deve se ter o maior cuidado na aplicação de
material orgânico nos taludes, pois nestas áreas é mais difícil de ocorrer fixação
da vegetação, quando o solo não está devidamente reestruturado.
Nas áreas do entorno da lavra e em alguns pontos dos patamares o
processo de revegetação, será em duas fases: a primeira é implantação de
espécies herbáceas rasteiras; a segunda a implantação de espécies arbustivas e
arbóreas.
.,"..
, ,
A tabela 06 apresenta as espécies herbáceas que servem de base para os
consórcios indicados, com as respectivas quantidades por hectar.
Tabela 06 - Espécies Herbáceas Indicadas para Revegetação:
I·
Gramíneas de plantio de verão Quantidades de sementes ou mudas/ha
Milheto (Pennisetum americanum) 12 kg de sementes
Capim de Rhodes (Chloris gayanus) 6 kg de sementes
Pensacola (Paspalum squrae) 15 kg de sementes
Leguminosas de verão
Feijão Miúdo (Vigna urguiculate) 45 kg de sementes
Gramíneas de plantio de inverno
Aveia (Avena sp) 45 kg sementes
Azevém ( Lolium multiflorum) 10 kg de sementes
Pangola (Digitaria decumbens) 66.000 mudas...
Na implantação de espécies arbustivas e arbóreas, recomendam-se as
frutíferas e nativas. Estas espécies serão implantadas nas áreas do entorno da
lavra, com a função de acortinamento vegetal, bem como em núcleos a serem
formados no patamar da configuração final da lavra.
rI·\46
Na tabela 07 identificam-se, as espécies arbustivas e arbóreas
" recomendadas para o plantio.
Tabela 07 - Espécies Arbustivas e Arbóreas Indicadas para Revegetação
..
Nome cientifico Nome comum Classificação
Erytrhoxy/um pelleterianum Cocão Pioneira
Pisdium Guajava Goiabeira do mato Pioneira
Sutiã capitata Butiazeiro Pioneira
Eugenia invo/ucrata Cerejeira Pioneira
Eugenia uniflora Pitangueira Pioneira
Psidium cattleyanum Araçá Pioneira
Dodonea viscosa Vassoura-vermelha Pioneira
Rapanea umbellata Caporaroca Pioneira
Sebastiania k/otzchiana Branquilho Pioneira
Schinus terebinthifolius Aroiera-vermelha Pioneira
Tibauchina ramboi Quaresmeira Oportunista
Patagonu/a americana Guajuvira Oportunista
Cedre/a fissilis Cedro Oportunista IClímax
Peltophorun dubium Canafístula Oportunista IClímax
5.6.c. CONSIDERAÇé)ES FINAIS
t.
É necessário um acompanhamento do desenvolvimento,das espécies
utilizadas na revegetação, com o intuito de observar a necessidade de algumas
medidas a serem executadas, para obtenção de melhores resultados.
Em caso de má germinação ou mortandade de mudas, deve-se refazer a
semeadura ou o plantio. A vegetação implantada deve ser monitorada para
avaliar-se a ocorrência de sintomas de deficiência nutricional. Porém
independente disso, deve ser feita à adubação de cobertura. É relevante ainda
diagnosticar e realizar o controle de pragas (formigas) e doenças que venham
ocorrer.
Como todas as áreas de mineração a céu aberto, na maioria são similares
no que se refere aos impactos ambientais que causam, a empresa ABG possui
..•.
47
.,
diagnosticar e realizar o controle de pragas (formigas) e doenças que venham
ocorrer.
Como todas as áreas de mineração a céu aberto, na maioria são similares
no que se refere aos impactos ambientais que causam, a empresa ABG possui
um projeto onde são encontradas as normas padrão de recuperação. São itens
indispensáveis e comuns a todas estas áreas de mineração, que sem dúvida
serão alteradas conforme as auditorias ambientais realizadas em cada
empreendimento.
O monitoramento será realizado pela equipe da ABG periodicamente para
acompanhar a implantação das medidas relacionadas acima. As vistorias são
mensais na área. O objetivo é a verificação das condições ambientais da área
como um todo e a verificação das espécies implantadas, e identificação de
problemas que possam surgir, para sua imediata correção.
5.6.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
Figura 1: Corpo d'água com vegetação nativa noentorno - área preservada.
Figura 2: Vista geral da área com presença degrande quantidade de vassouras .
...
Figura 3: Vista geral. Figura 4: Vista da vegetação entorno do corpod'água com presença de jerivás área que deve
ser preservada.
r:'{I!
, .ft,
4
48
~ -' 5.7. MONITORAMENTO AMBIENTAL, RELATÓRIO DE VISTORIA E~ ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES DA JAZIDA 03 OBRAS DE
<o
DUPLICAÇÃODA BR 101 LOTE 04 RS MUNiCíPIO DE OSÓRIO
.>
5.7.a. INTRODUÇÃO
.. A vistoria tem como finalidade o acompanhamento das atividades de lava e
recuperação ambiental, na jazida de areia 03, explorada pela empresa Bolognesi
Engenharia, para utilização nas obras de duplicação da BR 101, Lote 04 Capão
da Canoa a Osório, atendendo ao T.C.A. (Termo de Compromisso Ambiental)
emitido pela FEPAM e assinado pela empresa empreendedora em 5 de maio
2005.
A Jazida localiza-se no município de Osório a 1,8 quilômetros da margem
direita, Km 93,283 da BR 101 sentido Osório Capão da Canoa.
5.7.b. MATERIAL E MÉTODO
Na vistoria compareceram os seguintes técnicos, da ABG Engenharia e
Meio Ambiente .Ltda: Karen Weber de Freitas engenheira agrônoma, Daniel.Wiegand aca~êmico tie Geografia, Fábio Antônio Martins Rodrigues acadêmico
de agronomia, Janice Fornari acadêmica de biologia, Luciana Zwetsch estagiária
de agronomia e Mariana Kappel acadêmica de biologia. A equipe contou ainda
com a participação do técnico responsável pela empresa Bolognesi Othelo
Laurent Junior engenheiro de minas.
A saída a campo foi realizada no município de Osório, em turno integral,
onde se executou vistoria nas áreas de extração de areia, atendendo
monitoramento das atividades de recuperação ambiental nas áreas cuja
concessão é da empresa Bolognesi.
As atividades de lavra realizadas pelo empreendimento em questão, a
partir de março até setembro, épocas da vistoria, resultaram em um valor
ri
49
aproximado de exploração mensal de 600 m3, o volume este aplicado a partir do
trecho da duplicação da BR101 no km 83+80 metros."
O material foi utilizado para a construção do aterro da pista e das bernas
• de equilíbrio executadas com pá, carregadeiras e caminhões.
Foram vistoriadas pela equipe todas as áreas que estão em recuperação
ambiental, conforme o projeto já em andamento e foi verificado também
recuperação da topografia.,.,..
5.7.c. RESULTADOS E DISCUSSÕES.
I·
Até o momento da vistoria, haviam sido executadas as atividades de:
decapagem e armazenamento da camada vegetal (banco de sementes e solo
vegetal); construção da topografia do talude, localizada na porção sudeste da
área de cava, onde já foi realizada a exploração de areia.
Na área central o material utilizado na reconfiguração topográfica foi o
material de bota-fora de primeira e segunda categoria.
Foi executada a hidrossemeadura após a correção da fertilidade, adubação
no talude, na porção nordeste de cava. Foram transplantados 15 butiazeiros
(Butia capita) e um jerivá (Suagrus romanzoffiana) de áreas já exploradas (no
setor noroeste da-jazida).
Durante a vistoria observou-se que nos taludes sudeste e noroeste onde a
hidrossemeadura foi executada apresentou alguns pontos que ficaram falhados.
Deverá ser feito novo plantio utilizando a semeadura a lanço. Também foram
construídos nos mesmos canais de irrigação e de drenagem evitando assim
riscos de erosão.
Verificou-se que os indivíduos transplantados estão localizados no setor
sudeste da jazida onde um butiazeiro apresenta junto uma muda de branquilho
(Sebastiana comersonianna), Cataceae (Oputia sp) e Orquidaceae (Epidendrum
fulgens). Todos os indivíduos apresentam um bom aspecto fitossanitário.
....
50
<, 5.7.d. CONSIDERAÇÓES FINAIS
Como se trata de um empreendimento sujeito a grande impacto ambiental
principalmente por se tratar de extração de areia, isso torna as áreas sujeitas a
erosão, devido ao tipo de solo, com isso será mantido um monitoramento
" constante, com vistoria nas áreas em recuperação, visando a correta implantação
• < do projeto de recuperação ambiental realizado para o mesmo.
Recomenda-se a vigilância constante, nas espécies transplantadas para
evitar possíveis injúrias e morte, como já foi verificado em alguns exemplares na
vistoria.
5. 7.e. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
Figura 1: Hidrossemeadura do talude da cava. Figura 2: Morte do jerivá e Butiazeira pós____ ....;t.....;;ra.;.;...;n~s.plante.
...
Figura 4: Hidrossemeadura nos acessosinternos da jazida - plantio de azevém
51
Figura 6: Área já conformada, onde eraantes a extração de areia.
Figura 5: Extração de areia.
.,
5.8. ELABORAÇÃO DE UM HERBÁRIO
5.8.a. INTRODUÇÃO
A coleta, o transporte e o estudo de espécies só serão permitidos com fins
exclusivamente científicos e didáticos, visando o seu conhecimento e
conseqüente proteção. As amostras e exemplares das espécies coletadas
deverão se depositados em coleções científicas, segundo o Código Estadual do
Meio Ambiente.
Durante as saídas de campo, realizadas pelas equipes técnicas da ABG
Engenharia e Meio Ambiente em auditorias ambientais para licenciamento em que
ocorrem plano ge manejo de flora ou o transplante de vegetais, muitas vezes são
feitas coletas de amostras de espécies vegetais, no intuito científico de classificar
taxonômicamente e usá-Ias em consultas. Desta forma, foi criado na empresa um
herbário para salvaguardar as coletas realizadas pelos técnicos, que servirão para
consultas taxonômicas e comparações de espécies em diferentes áreas.
.•.
~J ,
L52
5.8.b. MATERIAL E MÉTODO
Foram coletadas as amostras de especies vegetais em diferentes
atividades de campo, nas áreas onde a equipe técnica realiza auditoria ambiental
para licenciamento de empreendimento.
Método de coleta: retiram-se pequenas amostras de galhos com folhas no
campo; são colocadas entre folhas de jornal e posteriormente acondicionadas na
prensa, onde ficam até secagem total. São anotados os dados do local (campo) e
a data, para identificação posterior; após são identificadas com uma etiqueta,
colocando: nome popular, científico, família, espécie e dados de campo, ficando
disponível para consulta local.
5.8.c. RESULTADOS E DISCUSSOES
Para todas as espécies de vegetais coletados em saída de campo durante
as auditorias o destino é o acondicionamento em folhas de jornal, processa-se a
secagem em prensa. Após secagem são catalogadas, é feita a taxonomia, com
auxilio de bibltoçraüas especializadas.
As espécies éatalogadas na tabela 8,foram coletadas no Morro São.Caetano em Porto Alegre no local onde irá ser construído um condomínio
horizontal fechado.
t.
Tabela 8. Lista das espécies do herbário.
N° Espécie Nome-Popular.•.Uhraea brasiliensis1 aroeira-brava
2 Dendropanax cuneatus pau-de-tamanco
3 lIex dumosa Caúna
4 Syagrus romanzoffiana Gerivá
5 Baccharis dracunculifolia Vassoura
6 Baccharis sp. Vassoura
Família
ANACARDIACEAE
ARALlACEAE
AQUIFOLlACEAE
ARECACEAE
ASTERACEAE
ASTERACEAE
~\/ 53
L 7 Gochnatia po/ymorpha Cambará ASTERACEAE
8 Cereus hildmannianus Tuna CACTACEAE"
9 Cecropia sp. embaúba CECROPIACEAE
10 Dispyros inconstans maria-preta EBENACEAE
11 Agarista euca/yptoides criúva ERICACEAE
12 Erythroxy/um argentinum cocão ERYTH ROXYLAC EAE
13 Gymnanthes concotor Laranjeira-do-mato EUPHORBIACEAE.. 14 Sapium g/andu/atum pau-leiteiro EUPHORBIACEAE,• <
Sebastiania serrata15 branquilho EUPHORBIACEAE
16 Mimosa bimucronata marica FABACEAE
17 Tipuana tipu* Tipa FABACEAE
18 Banara parvifolia farinha-seca FLACOURTIACEAE
19 Casearia decandra guaçatunga FLACOURTIACEAE
20 Casearia sy/vestris chá-de-bugre FLACOURTIACEAE
21 Ocotea pu/chella canela-Iajeana LAURACEAE
22 Persea venosa canela-andrade LAURACEAE
23 Strychnos brasiliensis anzol-de-Iontra LOGANIACEAE
24 Miconia sp. quaresmeira MELASTOMATACEAE
25 Cabra/ea canjerana cangerana MELlACEAE
26 Fícus sp. figueira-mata-pau MORACEAE
27 Myrsine sp. capororoca MYRSINACEAE
28 Euca/yptus 'se,«. eucalipto MYRTACEAE
29 Eugenia rostrifolia batinga MYRTACEAE
30 Eugenia uruguayensis Guamirim MYRTACEAE
31 Myrcia g/abra guamirim MYRTACEAEI.
32 Myrcia pa/ustris guamirim MYRTACEAE
33 Myrciaria cuspidata camboim MYRTACEAE.. 34 Myrtaceae 2 MYRTACEAE.
35 Psidium cattleyanum araçá MYRTACEAE
36 Guapira opposita maria-mole NYCTAGINACEAE
37 Pinus sp. * pinheiro PINACEAE
38 Roupa/a brasiliensis carvalho-brasileiro PROTEACEAE
39 Prunus myrtifolia pesegueiro-bravo ROSACEAE
;'\ ,I
54" .rr~J
40 Chiococca a/ba cainca RUBIACEAE
r 41 Guetfarda uruguensis veludinho RUBIACEAEI <,
42 Psicotrya /eiocarpa juruvarana RUBIACEAE
43 Psycotria carlaginensis juruvarana RUBIACEAE
44 Zanthoxy/um sp. mamica-de-cadela RUTACEAE
45 AI/ophy/us edulis Chal-chal SAPINDACEAE
".. ,
t·
.•.
~\I~ .~ .'
55
6. CONCLUSÃO
Muitos dados, várias informações, novas ações e atribuições foram obtidas
no decorrer do estágio contemplando plenamente todos os objetivos propostos no
plano apresentado à COMGRAD, pela estagiária.
Participação de auditorias para o licenciamento ambiental de diversos
empreendimentos; diagnósticos e avaliações de impacto ambiental também foram
parte integrante das atividades e se soma a isso, os projetos e vistorias para
áreas com solo degradado. Em qualquer que fossem as áreas a serem
vistoriadas, sempre fora permitido opinar, podendo assim contribuir ativamente na
atividade e com isso ampliando o aprendizado.
Nesta diversidade de atividades exercidas, para se obter um licenciamento
ambiental elou diagnósticos e avaliações de impacto ambiental e também nos
projetos de recuperação, monitoramento e vistorias soma-se a experiência a
realidade de normas legais, que devem ser cumpridas, por exigência dos órgãos
competentes.
A participação no Seminário Técnico sobre Empreendimentos em Áreas
Urbanas e Licenciamento Ambiental, realizado no mês de agosto, disponibilizado
pela empresa contribuiu de forma decisiva para apontar as normas e etapas que
devem seguidas para a solicitação de um Licenciamento Ambiental, junto a
FEPAM.
.•.
Discutiu-se que nas vistorias dos empreendimentos, os técnicos devem se
valer de métodos condizentes ao perfil, para que se permitam realizar uma
análise criteriosa dos dados coletados, a partir de observações a campo, pois eles
indicam quais os locais que em um determinado empreendimento são mais
propícios a degradação do que outros.
Um ponto importante, que se pode destacar, é a necessidade de um
monitoramento contínuo e detalhado assegurando a qualidade do serviço
prestado e para que se obtenha um perfil acurado da situação que se encontram
as áreas. Principalmente válido para as vistorias dos projetos de recuperações
ambientais, pois avalia-se as mudanças que podem surgir no empreendimento ao
longodo tempo, requerendo assim ao projeto inicial adaptações.
No que se refere as áreas de mineradoras, por exemplo, onde o impacto
ambiental é de grande proporção, considerando-se a diversidade de atividades
56
que podem ser exercidas por uma mineração a céu aberto, junto com a somatória
das condições ambientais existentes nas diversas regiões, onde ocorrem estes
tipos de empreendimento há a necessidade da correta aplicação das medidas
• mitigadoras e compensatórias evitando-se que a área se torne improdutiva aofinal a extração mineral.
Assim, a Empresa ABG Engenharia e Meio Ambiente criou um projeto
modelo, com critérios a serem adotados, além de proposições de Medidas
., Mitigadoras e Compensatórias, estes são parâmetros essenciais, mas sempre• <
sujeitos as adaptações, conforme o tipo de mineração, a região e o solo
encontrados (Anexo).
Esta tática adotada pela empresa ABG busca o sucesso dos projetos como
um todo, nos prova na prática, que constatação correta e antecipada de
problemas é de real importância para que os programas de recuperação sejam
efetivos.
Percebeu-se ao longo do estágio, que as saídas de campo tornam-se muito
produtiva quando se pode participar de grupo multidisciplinar, pois ocorrem
situações que exigem conhecimentos amplos e variados, forma esta que tornou
estágio com profissionais de áreas diferentes, sem dúvida enriquecedor
contribuindo para aumentar rneusconheclmentoeecadêrncos.
t·
....
t·
57
7. ANÁLISE CRíTICA DO ESTÁGIO
São produtivas e proveitosas as atividades de estágio curricular fora da
Universidade, pois dá a oportunidade do aluno sair dos bancos acadêmicos e
entrar na prática na realidade profissional, onde se tomam decisões com agilidade
e objetividade e se aprende a lidar com imprevistos, dificuldades de todas as
ordens e variedades, além das variantes ocupacionais.
Auditorias para o licenciamento ambiental, as avaliações de impactos
ambientais, em fim toda esta gama de atividades permitiram o conhecimento de
leis, conceitos e procedimentos para ações dos órgãos ambientais. A área
escolhida mostra a importância do profissional engenheiro agrônomo, para ações
impactantes como a extração desregrada de minerais, sem a preocupação em
recuperar o solo, que ocorrem tanto no meio urbano como no meio rural.
As oportunidades de interações com profissionais de outras áreas
estimularam a nossa capacidade de por em prática os conhecimentos através da
troca de dados técnicos.
O destaque fica para as atividades de campo onde a estagiária contribuiu
com objetividade nos procedimentos que requerem cuidados e conservação de
solo em áreas degradadas, nas etapas de plantio e replantio das espécies de
vegetais e ressalto que sempre houve uma convivência positiva entre os
profissionais.
O único fator aolamentar é que por colisão de horário, que aconteceu entre
as disciplinas da faculdade e as práticas de campo do estágio, a estagiária esteve
ausente em algumas atividades.Como a continuação das vistorias na CERAN(
Complexo Energético do Rio da Antas) e na Jazida 03 obras de duplicação da BR
101 no município de Osório.
....
58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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~-\I
L
..
I,
61
ANEXOS
PROPOSiÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS: PARA
ÁREAS DEGRADAS DE MINERADORAS:
• <
1. MEDIDAS MITIGADORAS GERAIS
1.1MEIO FíSICO
Estas são as medidas que dizem respeito, principalmente aqueles
decorrentes da fase de operação do empreendimento. Para esta fase foram
apontados como impactos significativos;
Emissão de poeiras produzidas pelo tráfego de veículos.
Emissão de gases, provenientes dos veículos e máquinas.
Estabilidade de taludes
Alteração nos recursos hídricos.
Para emissão de poeiras na área do empreendimento recomenda-se o
seguinte procedimento:
Aspersão nas vias de acesso de máquinas e caminhões, através de carros-
pipa.
....
Monitoramento constante do funcionamento do sistema de aspersão das
estruturas de britagem.
Para emissão de.gases recomenda-se a regulagem periódica de veículos e
máquinas e a operação de rotina na manutenção dos mesmos
Para controlar a instabilidade dos taludes recomenda-se:
Efetuar a lavra de acordo com plano estabelecido .
Efetuar o plantio de espécies rasteiras, quando possível, após a finalização
dos trabalhos de lavra e também no solo armazenado.
Armazenar o solo resultante do decapeamento em local adequado, com
altura e inclinação de taludes de acordo com o tipo de solo. Para controlar
possíveisalterações dos recursos hídricos recomenda-se:
Efetuar a cobertura vegetal do solo armazenado com a colocação de restos
vegetaisou implantação de gramíneas.
Efetuar a recuperação ambiental, na medida do possível, logo após a
finalização dos trabalhos de exploração.
I·
162
Cuidar com regulagem e o abastecimento de veículos e máquinas.
Devendo ser realizado o abastecimento e a lavagem em locais adequados,
equipados com sistema de recolhimento e tratamento de fluentes (separador de
água e óleo, por exemplo).
..
1.1.2. MEIO BIÓTICO.
Além das medidas mitigadoras acima, também são recomendadas para o
meio biótico, as seguintes:
Proteção das espécies arbóreas existentes na área do empreendimento,
impedindo a sua destruição ou dano.
Orientação do quadro funcional no sentido de evitar a caça e a queimada
durante o período de exploração.
Implantação de áreas de revegetação arbustivas e arbóreas com espécies
nativas.
1.1.3.MEIO ANTRÓPICO
...
Para o meio antrópico, recomenda-se:
Efetuar a lavra de acordo com plano estabelecido, a fim de minimizar a
geração de poeiras e a ocorrência de acidentes.
Realizar um trabalho de conscientização permanente aos motoristas
visando à redução da velocidade de tráfego e o correto cumprimento às leis de
trânsito.
Manter em bom estado de conservação as cercas que delimitam a
propriedade.
Impedir o acesso de pessoas estranhas ao empreendimento.
Manter constante fiscalização, das atividades minerarias, por técnicos
habilitados.
Manter constante a atualização dos operadores de máquinas e
equipamentos.
1.2.PLANODE RECUPERAÇÃO E MONITORAMENTO AMBIENTAL
63
Recomendam-se como medidas compensatórias, a recuperação da área
através da implantação de atividade de recuperação de acordo com o avanço da
lavra.
As atividades de lavras devem ser conduzidas em conjunto com atividades
de recuperação ambiental, de forma que ao final dos trabalhos de extração, a
área esteja em fase final de recuperação, exigindo apenas ajustes em algumas
áreas.
A recuperação de uma área é definida como retorno da mesma a um
estágio biológico apropriado.
As medidas de recuperação englobam o planejamento da conformação
topográfica final, a revegetação e o controle dos processos erosivos, que por
ventura venham a ocorrer.
A implantação das medidas para revegetação exigirá o acompanhamento e
o monitoramento ambiental, a ser realizado por profissional qualificado,
objetivando a avaliação permanente das medidas a serem implantadas no
empreendimento, até que seja obtida uma condição de equilíbrio ambiental auto-sustentável.
1.2.1. MEDIDAS DE CURTO PRAZO:
Estas medidas deverão ser colocadas em funcionamento, no máximo 03
(três) meses depois .de iniciados os preparativos para exploração de área, e
algumas delas. deverão ser implantadas desde o início dos trabalhos, sendo
representadas pelas seguintes ações:
Proteção das espécies arbóreas existentes na área do empreendimento e,-
áreas de mata do entorno, impedindo a sua destruição ou dano e na medida do
possível realizar o cercamento da área onde se encontram essas espécies.
:' Orientação do quadro funcional no sentido de evitar a caça e a queimada
durante o período de exploração.
Conservação de cercas.
Adequação da conformação dos taludes.
Implantação do sistema de drenagem superficial.
Retirada e deposição do solo superficial oriundo das atividades de
decapagem.
64
Controle de emissão da poeira na área de lavra.
Implantação da revegetação nas áreas onde não haverá intervenção, bem
como o acompanhamento de seu desenvolvimento.
. ,
1.2.2. MEDIDAS DE MÉDIO PRAZO:
Nesta etapa de implantação das correções, as medidas de recuperação
devem ser iniciadas logo após a etapa anterior. Deverão englobar as seguintes
medidas:
Construção das bermas.
Remodelagem e suavização dos taludes internos das cavas e das bermas.
Início da revegetação nas bermas liberadas para recuperação ambiental.
1.2.3. MEDIDAS DE LONGO PRAZO:
A adoção das medidas de longo prazo deverá iniciar-se com as medidas de
curto prazo,pois estas se constituirão na complementação final das ações
anteriores.
Como medidas de longo prazo, recomenda-se a recuperação total da área
minerada, conforme as diretrizes expostas a seguir:
1.2.4. MEDIDAS GERAIS DE RECUPERAÇÃO:
a) REGULARIZACÃO Ç)ATOPOGRAFIA:
Na execução das atividades de extração acaba-se por alterar a topografia
original do terreno. A área da cava tem sua cota alterada, formando-se diferentes
patamares e, posteriormente, na base das bancadas..'Nos pontos de cota mais baixa das áreas de decapagem, poder ser
efetuado o aterro ou o isolamento dos mesmos, preparando-os para implantação
: da vegetação ou para formação de lagos.
b) REESTRUTURAÇÃO DO SOLO:
A operação de reestruturamento do solo tem por objetivo promover a
recomposição das características químicas, físicas e biológicas do solo nos locais
degradados pelo empreendimento, sendo esta mais complexa quanto maior for a
degradação ou ausência de solo nas áreas a serem recuperadas. Esta
65
"
reestruturação deverá ser efetuada, distribuindo-se, uma camada de material
orgânico nas áreas onde a camada de solo superficial seja ausente; como nas
áreas de decapagem ou bancadas. Além do solo orgânico poderão ser utilizados
neste processo outros materiais tais como serrapilheira ou rejeitos da mineração,
com o objetivo de incrementar as características do solo.
'.,c) CORREÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO:
Após a regularização do terreno e a reestruturação do solo através da
camada superficial com a incorporação de material orgânico, deverá ser realizada
a correção da acidez e da fertilidade do solo. Para tanto, é recomendável que se
proceda a análise físico-química do solo (pH; macronutrientes, micronutrientes e
matéria orgânica), para cada área a ser recuperada, de modo que a
recomendação das dosagens de corretivos seja indicada de acordo com as
espécies implantadas.
O pH do solo deverá ser corrigido até o nível recomendado pelas análises,
e assim atenuar ou mesmo eliminar os efeitos deletérios da acidez e do alumínio
sobre as plantas. Sua correção poderá ser feita através da aplicação de calcário
dolomítico ou magnesiano agrícola, cuja dosagem dependerá da qualidade
(PRNT) do calcário que se dispor e da necessidade de cada área. O PRNT
(Poder Relativo de Neutralização Total) do calcário deve ter no mínimo de 80%.
A adubação poderá ser feita mediante aplicação de adubo mineral ou
orgânico, sendo que este último é uma importante alternativa a se considerada,
por apresentar,' em termos de conservação do solo um importante papel, umavez
que melhora a microbiota, atua na estruturação e adicionam matéria orgânica,
macro e micronutrientes ao mesmo. Além da adubação inicial de correção da
fertilidade, deve-se fazer a adubação de manutenção, conforme as necessidadesde cada espécie vegetal.
Após as operações de distribuição de adubo e calcário é necessário que se
proceda à incorporação destes ao solo
..
....
1.2.5. REVEGETAÇÃO:
A revegetaçaõ é uma etapa de processo de reabilitação da área em que
são adotadas medidas necessárias ao restabelecimento de uma cobertura
vegetal, visando à contenção de processos erosivos e a valorização estático-
~\~
L1
66
ecológica. A escolha adequada das especies que devem ser utilizadas é
fundamental para obtenção de um novo nível de equilíbrio no ecossistema."
A revegetação é uma etapa do processo de recuperação ambiental que
consiste na adoção de práticas agronômicas destinadas a implantação da
cobertura vegetal, visando não somente a recuperação paisagística da área, mas
também, o controle dos processos erosivos e a recuperação das propriedades
químicas, físicas e biológicas do solo.
. ( ESCOLHA DAS ESPÉCIES HERSÁREAS:
Estas espécies serão implantadas naqueles locais onde o solo se mostrar
desnudo e altamente degradado, ou seja, nas áreas de decapagem e nas
bancadas. Nestes locais deverá ser utilizado o plantio de espécies que promovam
a rápida cobertura dos solos. Para tanto, implantar-se- à espécies herbáceas,
com consórcio de gramíneas e leguminosas, que propiciarão a reestruturação do
solo e o desenvolvimento de um sistema radicular abundante (rizomas e
estolões).
Para o rápido estabelecimento de uma cobertura vegetal e controle de
processos erosivos são indicados espécies herbáceas de rápido crescimento e
adaptadas às condições adafo-c1imáticasda área em processo de reabilitação.
As gramíneas estoloníferas e rizomatosas, com abundante sistema
radicular, que se' renoya constantemente, acrescentando matéria orgânica e
melhorando a estrutura do solo, são indicadas, porque promovem a cobertura
inicial e contém os processos erosivos.
As leguminosas também apresentam capacidade de reestruturação do.' solo, além de promoverem a fixação simbiótica do nitrogênio atmosférico,
melhorando as condições de fertilidade. Assim as gramíneas devem ser
:- consorciadas às leguminosas no estabelecimento inicial da vegetação,
promovendo uma rápida cobertura e a proteção do solo.
A semeadura de espécies herbáceas deverá ser realizada imediatamente
após a distribuição da camada fértil do solo e lou substrato orgânico nas áreas em
reabilitação,quando tiverem sido efetuadas a calagem e a adubação corretiva, de
acordo com análise do solo.
f·
«
67
ESCOLHA DAS ESPÉCIES ARBUSTIVAS E ARBÓREAS:
. ,
A necessidade de implantação de espécies arbóreas e arbustivas nativas
decorre do fato de que em certas áreas se deseja uma maior qualidade e
velocidade na revegetação implantada.
Nestas áreas recomenda-se o uso de grande número de espécies,
concentrando-se naquelas que são pioneiras e frutíferas nativas, bem como
espécies melíferas.
Ao implantar as espeoes arbustivas e arbóreas deve ser guardada a
proporção de 50% de espécies pioneiras (estágio inicial na escala de sucessão),
40% de espécies oportunista (estágio médio na escala de sucessão), e 10% de
espécies clímax (estágio médio na escala de sucessão).
1.2.6. SEMEADURA E PLANTIO:
A semeadura deve ser realizada após o preparo adequado do solo,
conforme descrito anteriormente (regularização da topografia, reestruturação e
correção da fertilidade do solo).
Os métodos de semeadura e plantio a empregar nas diversas áreas serão
variáveis, de acordo com a situação topográfica, as espécies e a densidade
vegetal pretendida.
Como recomendações gerais, no entanto, podemos citar os seguintes
procedimentos;
a) Proteção das áreas
As áreas revegetadas deverão ser protegidas contra a invasão de animais
domésticos (bovinos, ovinos e eqüinos).
b) Controle de formigas (para todas espécies)
Cerca de 30 dias antes do plantio deve ser feito o combate às pragas,
principalmente, no que se referem às formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns)
que podem causas danos consideráveis às mudas e até altas taxas de
mortalidade.Assim o combate às formigas deve ser realizado antes do plantio, em
uma faixa de 50 a 100 metros adjacentes a esta. O monitoramento mensal da
área pode indicar a necessidade de se repetir o combate às formigas.
68
"
Dentre os principais métodos de combate as formigas os mais usados são
a isca granulada e o querosene diluído em água (5%) e, próximo aos mananciais,
ou vertentes, apenas o uso de água quente.
A isca granulada é o método mais empregado em atividade de plantio por
ser mais seguro na aplicação e menos tóxico ao ambiente. Deve-se optar
preferencialmente, por iscas acondicionadas em pequenas embalagens (10g
cada) que evitam a exposição do produto. Os produtos mais recomendados são
Fipronil e Sulfluramida, ambos na quantidade de 10 gim de solo. A aplicação deve
ser feita em épocas secas, para não danificar o produto, e também para evitar a
lavagem e o carreamento do mesmo para os cursos d água.
..\..
a) ESPÉCIES HERBÁCEAS:
Como já citado anteriormente, a declividade do terreno a ser recuperado
vai definir o método de semeadura a ser empregado Em áreas com baixa
declividade, como os patamares das áreas de decapagem, a semeadura das
espécies rasteiras poderá ser realizada pelos métodos convencionais de
semeadura a lanço (manual ou mecânica) ou em linhas nas áreas de declives,
como nas bancadas, o plantio deve ser realizado por hidrossemeadura, plantio
em mudas, estolões ou placas.
Na semeadura a lanço realizar, de preferência, após o plantio a cobertura
da semente, variando Çl espessura da camada de solo a ser colocada conforme o
tipo da mesma (tamanho, forma, quantidade de reserva, etc.), das espécies
utilizadas e da disponibilidade de solo. A semeadura deverá ser realizada
preferencialmente em épocas chuvosas..'O processo de hidrossemeadura consiste basicamente em recobrir, por via
aquapastosa, através de jateamento, uma área descoberta, com semente de
~ espécies herbáceas e outros materiais que induzam a fixação e o crescimento
das sementes. Esta mistura deverá ser aplicada com equipamento apropriado,
consistindo de uma moto-bomba e de um tanque com pás agitadoras que
promovema constante mistura do material.
b) ESPÉCIESARBUSTIVAS E ARBÓREAS:
~\,
L
..
69
Na execução do plantio de espécies arbustivas e arbóreas devem ser
executados os seguintes procedimentos:
a) COVEAMENTO: as covas a serem abertas devem ter, no mínimo, O,30m x
O,30mx 0,40 m. O solo retirado deve ser incorporado ao adubo químico
ou orgânico e depois recolocado ao redor da muda.
Em todas as áreas onde serão plantadas espécies arbustivas e
arbóreas deve-se utilizar o esquema de distribuição apresentado a
seguir na figura 1, que totaliza a distribuição de 1300 mudas por\ ha
aproximadamente.
LEGENDA:
Pioneiras Oportunistas Climax
Figura 1
b) COROAMENTO (limpeza da área ao redor da muda): de ser realizado no
entorno das covas não sendo necessário roçar toda a área destinada ao plantio.
Este deve abranger uma área de 1m de diâmetro ao redor de cada planta.
...
c) ADUBAÇÂO: Pelas condições gerais de baixa fertilidade do solo em áreas
degradadas, adubação deve ser abundante para que as mudas tenham melhores
condições de desenvolvimento, porém deve se ter o cuidado de não colocar o
adubo em contacto com as raízes da muda.
d) PANTIO: Ao efetuar o plantio propriamente dito, deverão ser observados os
seguintes itens:
Deverá ser realizado preferencialmente, nos meses de junho, julho, agosto,
aproveitando as melhores condições climáticas para esta atividade.
Deverá ser realizado nos dias nublados e chuvosos.
r .I,~.,"..
70
,.,
As mudas deverão ser colocadas nas covas sem que os torrões que
protegem suas raízes sejam destruídos
O caule de maneira nenhuma deverá ficar mais enterrado do que estava na
embalagem onde a muda foi adquirida.
Após colocar a muda na cova, deve-se completar o espaço restante com
solo, apertando-se o solo ao redor da muda, de maneira que esta fique firme.
As mudas devem ser amarradas a estacas para evitar danos pela ação do
vento.
As embalagens das mudas devem ser removidas da área.
Aos o plantio das mudas, estas devem ser irrigadas.
Deixar ao redor da muda uma bacia rasa de captação de água.
. .
1.2.7. REPLANTIO:
As mudas que por ventura, vierem a morrer deverão ser substituídas por
outras da mesma espécie. Este monitoramento deverá ser realizado 30 e 60 dias
após o plantio.
t.
a) CAPINA:
A primeira capina deverá ser realizada três meses após o plantio, ao redor
da muda (coroamento). O número de capina a serem realizadas dependerá do
tempo de fechamento do agrupamento florestal, tempo este, que varia com as
condições do locel e. das espécies plantadas. Sempre que plantas indesejáveis
estiverem competindo com as mudas plantadas, deve-se realizar a capina,
mantendo o coroamento.
Em áreas degradadas deve-se tomar o cuidado de aproveitar ao máximo
os benefícios da massa verde (criada pelas espécies implantadas) como
cobertura do solo, capinando apenas o que estiver cobrindo as mudas. Este
material vegetal cortado deve ser deixado ao redor das mudas, para que sua
decomposição possa aportar matéria orgânica ao solo, além de forrá-lo,
diminuindo a perda de água.
b) ADUBAÇÃO DE COBERTURA: no segundo ano após o plantio, deverá ser
realizada a adubação de cobertura, considerando-se a análise de solo das
diferentes áreas, e as espécies implantadas.
...
r,
,.
71
."
1.3. MANUTENÇÃO DAS ÁREAS COM VEGETAÇÃO IMPLANTADA:
Após a implantação das espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, é
necessário que o acompanhamento do desenvolvimento destas seja executado.
Este acompanhamento irá indicar algumas medidas que deverão ser executadas
para que se obtenham melhores resultados no processo de revegetação.
Transcorrido algum tempo, no caso de má germinação de sementes ou
mortandade de mudas, deve se refazer a semeadura ou o plantio.
No transcorrer de aproximadamente um ano da implantação da vegetação
deve ser observada a ocorrência de sintomas de deficiência nutricional.
Independente disso deve ser realizada a adubação por cobertura, promovendo o
aporte de nutrientes as plantas. Deve-se ainda diagnosticar e realizar o controle
de pragas e doenças, caso venham a ocorrer.
O controle das formigas deve ser periódico e o fornecimento de irrigação
deve ser feito sempre que necessário.
Deve-se evitar o pastoreio dos animais por pelo menos os dois primeiros
anos decorridos após o plantio. Mesmo após este período a área não deve ser
prejudicada pelo excesso de pisoteio e consumo das plantas pelos animais. Pela
experiência,tem-se observado que a introdução, por terceiros,de animais de
pastoreio nas áreas revegetadas é problema grave, já que é um trabalho
dispendioso pode ser destruído em pouco tempo.
..\..
...
1.3.1. MEDIDAS ESPI;CíFICAS DE RECUPERAÇÃO:
Considerando-se as medidas gerais de recuperação expostas acima, foi
definido para cada área da mineradora a ser recuperada quais são os
procedimentos a serem implantados.
Como base para a definição das áreas de recuperação, é utilizado um
mapa de configuração final de lavra.
As medidas apresentadas a seguir são de recuperação ambiental final das
áreas degradadas.
1.3.2. PRAÇA INTERNA DA LAVRA:
Na praça interna onde na recuperação final serão formadas três bancadas
internas com material de rejeito da decapagem e mineração. Tais bancadas serão
revegetadas com espécies herbáceas.
I,
72
Com o decorrer dos anos, espera-se que devido ao acúmulo de água da
chuva, formem-se nos pontos mais baixos do piso de lavra, pequenos lagos."
..\
1.3.3. TALUDES DA ÁREA DA LAVRA:
Estes taludes serão formados entre a cota natural do terreno e a praça
interna de lavra, caracterizando-se pela presença de dois patamares, dividido em
bancadas de 10 metros, com 3 metros de berna entre elas, ocupando um total de0,84 há.
Na conclusão das atividades de exploração, deverá ser ajustada a
configuração da topografia depositando-se material de rejeito da extração. Após
esta configuração deverá ser aplicada uma camada de material orgânico,
permitindo a fertilização da área e a revegetação com espécies herbáceas e
arbustivas, considerando-se as recomendações expostas no item Medidas Gerais
de Recuperação.
..
1.3.4. ÁREA DE BOTA FORA:
Esta área será formada pelo rejeito de mineração e pelo material retirado
na decapagem das áreas de lavra.
Na área do bota-fora deverá ser implantado um sistema de drenagem para
conservação do mesmo. Os taludes formados pelo bota-fora deverão obedecer a
inclinação mínima exigida para o tipo de material depositado. Nestes taludes
deverá ser implantaqa uma camada de vegetação herbácea, com objetivo de
prevenir processos de erosivos pela contenção de agregados e pela perda de
energia de escorrimento superficial da água da chuva.
Nos pontos de bota-fora definitivo, ou seja, nos locais onde o material
depositado não será revolvido ou desmobilizado, deverão ser implantadas as
atividades de fertilização e revegetação com espécies herbáceas e arbóreas.
1.3.5. ÁREA DE ESCRITÓRIO, OFICINAS, INSTALAÇOES DE BRITAGEM,
DEPÓSITO DE SOLO E INSTALAÇÓES DE USINA DE ASFALTO:
As áreas destinadas às estruturas de apóio e as instalações da britagem e
usinas de asfalto, ocuparão um total de 1,5 há. Estas áreas serão formadas pelo
deposito de material oriundo da decapagem da área de lavra. Tendo em vista esta
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característica, nestas áreas deverá ser implantado um sistema de drenagem que
permita o pleno escoamento da água da chuva, não havendo infiltrações e
conseqüentemente formação de processos erosivos.
Por ser área de maior circulação, de pessoal e maquinário, as orientações
de circulação devem estar bem definidas, implantando-se sistema de sinalização,
de modo que sejam evitados problemas de segurança interna da área do
empreendimento.
Junto a estas estruturas deverão ser implantados sistemas de tratamento
de afluentes líquidos (óleo e água destinados das lavagens, e lodo gerado pela
aspersão da britagem). O material coletado por estes sistemas de tratamento
deverá ser destinado a empresas habilitadas (no caso o óleo) e ou depositados
em áreas previamente definidas e preparadas para tanto (no caso de piscinas de
decantação para lodo originado da na aspersão das estruturas de britagem).
Além deste sistema de tratamento de afluentes, deverá ser implementado
um local de depósito para resíduos sólido, tais como embalagens de óleo e
sucatas de diversos tipos (ferro, plástico, papelão etc.) Estes resíduos deverão
ser periodicamente destinados à empresas habilitadas.
Quando da desmobilização das estruturas do empreendimento, estas ares
deverão ser limpas, eliminando-se resíduos de cimento, madeira ou outros
materiais contaminantes. Após esta limpeza as áreas serão descompactadas
(estratificadas) sendo posteriormente revegetadas com espécies herbáceas, de
acordo com as orientações do item Medidas Gerais de Recuperação.
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1.3.6. ÁREA DE ENTORNO DA LAVRA;
As áreas de entorno da lavra, que não sejam destinadas às estruturas de
apoio (escritório, laboratório, tratamento de resíduos, depósito de resíduos
sólidos, etc.), a britagem, a usina de asfalto ou acessos de bota-fora deverão ser
preservadas, sendo o campo nativo existente enriquecido com espécies arbóreas
nativas indicadas para revegetação.
1.4.MONITORAMENTO AMBIENTAL:
Recomenda-se que o acompanhamento das medidas de recuperação
executadas seja permanente e sujeito as avaliações que induzam a continuidade
ou mudanças nas diretrizes de suas implantações. Para tal, sugere-se que o
I.
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."
empreendedor siga as diretrizes presentes, neste documento, sob orientação deum responsável técnico.
1.5.CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DAS ATIVIDADES:
Juntamente com as medidas de recuperação é feito no momento da
implantação do projeto, um cronograma para que estas atividades sejamexecutada.~.
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