Do Marx de 43-44 Ao Marx Das Obras Históricas

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SAES, D. “Do Marx de 1843-1844 ao Marx das obras históricas: Duas concepções distintas de Estado”. In: Estado e democracia: Ensaios teóricos. Pg: 51-70.

- Marx tem uma teoria de Estado dividida em dois momentos: 1) 43-44, chamada de fase do “jovem Marx”. 2) 48-52, nas “obras-históricas”.

- Hegel tem grandes contribuições à teoria do Estado burguês. Como ele defende que o Estado é a razão máxima, defende, por exemplo, que seus funcionários são contratos pela sua aptidão. E a “autonomia relativa” dele frente à classe dominante. Mas ele não rompeu com a visão da política na relação poder político-individuo. E as classes ele considera na mesma visão burguesa moderna (econômica). Assim a sociedade civil está sobre o domínio [da burocracia] do Estado. Seguro numa visão formalista, Hegel justifica sua burocracia como ela sendo real: ele ignora que exista diferenças entre os homens (idéia que Hegel retira Rousseau) que o Estado seria então a forma de interesse geral, que ele não vê que a sociedade civil é dividida em classes, e estas com diferentes interesses.- Marx, por sua vez, (“jovem Marx”) contesta a idéia da dominação da burocracia seja emanada da razão, mas a destruição do Estado burguês, por uma verdadeira democracia.- O que Marx critica não é a descrição de Hegel sobre o Estado, [pois ele acredita que está correta] mas a defesa de perpetuação de tal.- Marx concorda na separação entre Estado e sociedade civil onde no Estado se busca o “interesse geral”, e na sociedade [as classes] buscam os individuais. Mas, se apoiando em Feuerbach, critica a situação como “alienação política”, então o Estado traria para fora do próprio homem a sua essência, assim deve-se destruir o Estado para fazer o homem em sua essência, suprimindo também a burocracia, ainda como classe dominante.- Para Marx qualquer classe detentora do poder estatal faria [ilusoriamente, na burocracia estatal] o interesse geral.- O jovem Marx não rompe a dicotomia poder político-individuo, pois ainda não tem como base as classes; então resolve isso como “vontade real”, contraposta à “vontade geral”. Ele coloca junto elementos espirituais e materiais (como pressupostos do Estado) e separa ambos. - Os homens ao quererem superar as diferenciações caem na solução ilusória de se resolver com o Estado (guardião do interesse geral) -> É o que primeiramente alimenta a existência do Estado.- Como tais elementos se realimentam, é preciso algo “externo” à sociedade para realimentá-la.- A visão de Marx de que o proletariado seria a força motriz dessa transformação, supressão da propriedade privada, pela “emancipação humana” (supressão do Estado moderno). Deixa dúvida se ao suprimir a propriedade privada se suprime o Estado. A sociedade civil proteger a propriedade. O Estado é (“jovem Marx) estrutura sem função.- No Marx (48-52) não se encara mais o Estado como simples separação da sociedade; mas que ele serve aos interesses das classes exploradoras; manutenção da ordem, mesmo que se precise atacar os interesses dessas classes, pela ordem.- A relação Estado-classes dominantes: Era contrastes poder executivo-poder legislativo; no jovem Marx era burocracia sobre a sociedade, e encenação simbólica da “vontade geral”. Nas obras históricas era exercício direto (executivo) e indireto (legislativo) das classes dominantes.