Dizimo a5 Final
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DZIMO:
Um mandamento da Lei ou um preceito de Cristo?
Uma anlise bblica e histrica aprofundada sobre o dzimo.
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Paulo Petersen Saraiva
Paulo Petersen
DZIMO:
Um mandamento da Lei ou um preceito de Cristo?
Uma anlise bblica e histrica aprofundada sobre o dzimo.
2014
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Reviso e Diagramao
As Criaes Editoriais
Impresso e Acabamento
Clube de Autores
DZIMO: Um mandamento da Lei ou um preceito de Cristo?
Petersen, Paulo.
1 Edio
Fevereiro de 2014
2014 por Paulo Petersen
Todos os direitos reservados.
proibida a reproduo deste livro com fins comerciais sem prvia
autorizao do autor.
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Dedicatria
Dedico este livro a minha amada esposa Paulane, que sempre me
incentivou ir adiante em meu ministrio e me suportou em minha vida, ao meu
pastor Daniel Miranda, que acreditou no meu chamado e com um exemplo de
vida me ensina at hoje, querer sempre ser um cristo melhor e a Deus, que
com sua misericrdia e graa, me sustentou e me orientou nos momentos de
dificuldade, que sucederam ao incio deste projeto.
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Sumrio
Prefcio 9
Captulo I Definies do conceito de dzimo e Dispensaes Divinas 13
Captulo II Atributos e finalidades do dzimo segundo a Bblia 23
Captulo III Dzimo anterior a Lei 33
Captulo IV Dzimo no perodo da Lei (ou Velha Aliana) 41
Captulo V Dzimo no perodo Graa (ou Nova Aliana) 92
Captulo VI A Nova Aliana 95
Captulo VII Contribuies na Nova Aliana 109
Captulo VIII O dzimo no decorrer da Histria 124
Captulo IX Concluso e mensagem final 136
Referncias Bibliograficas 144
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Prefcio
O dzimo ainda um mandamento do Senhor para os dias
atuais?
Esta foi a pergunta feita por um irmo na f, durante um estudo
bblico em que eu ministrava e surpreendentemente no havia uma
nica pessoa que conseguia responder com convico esta
pergunta baseado to somente na anlise das Escrituras sagradas.
Logo em seguida, a reunio foi tomada por um debate intenso,
sobre diversos assuntos relacionados s leis judaicas e tudo aquilo
que aprendemos nas igrejas evanglicas atuais sobre Deus, Jesus,
Esprito Santo e os mandamentos que ns cristos devemos
seguir para agradar o corao de Deus, ou que ns devemos seguir
para alcanar a salvao.
Tendo prometido a Deus que, independente do ganho ou
perda pessoal, sempre irei professar sua Palavra com verdade, me
senti na obrigao de esclarecer o assunto a fundo, levando em
considerao tanto dados bblicos, quanto histricos e culturais,
sob a direo do Esprito Santo, a fim de responder de forma clara
a esta pergunta tabu, para que o conhecimento da Graa de
Deus seja difundido ao seu povo e com isto, ajudar a Igreja de
Cristo a alcanar a liberdade conquistada na cruz por nosso Senhor
Jesus Cristo e no mais viver sob o jugo da Lei.
A controvrsia do assunto se deriva de uma causa simples
e recorrente. Ao invs de termos uma justificativa slida de
consenso e embasamento teolgico entre estudiosos e pastores
-
locais, o dzimo normalmente tratado como algo cultural que
sempre existiu e utiliza-se como base de ensino versculos bblicos
desconexos o famoso texto fora de contexto, causando um
paradoxo entre aquilo que lemos isoladamente em alguns
versculos bblicos versus aquilo que entendemos quando
estudamos toda a Bblia e seus contextos histricos.
Com isto em mente peo a voc, caro leitor, que se
desvincule de explicaes anteriores baseadas meramente em
versculos bblicos fora de contexto, a fim de que com a ajuda
deste livro para lhe esclarecer os contextos histricos e sagrados da
Palavra de Deus sobre o assunto dzimo, voc possa chegar a
concluso da verdade por si mesmo e a partir da, de forma
convicta e sincera, pregar o Evangelho de Jesus como ele ,
levando luz queles que, mesmo estando dentro de igrejas
evanglicas, ainda permanecem na escurido do medo e da
opresso, por no conhecerem a verdadeira mensagem da Cruz.
Abaixo segue a lista de todos os lugares onde aparece o
contexto do dzimo na Bblia. Usaremos estes textos como base
para discusso do assunto, e alguns dados histricos quando for
pertinente para auxlio no entendimento do contexto.
Gnesis 14:17-20
Gnesis 28:20-22
Levtico 27:30-34
Nmeros 18:19-28
Deuteronmio 12:1-19
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Deuteronmio 14:22-29
Deuteronmio 26:12-13
2 Crnicas 31:1-12
Neemias 10:37-38
Neemias 13:5-12
Ams 4:2-6
Malaquias 3:7-10
Mateus 23:23
Lucas 11:42
Lucas 18:9-14
Hebreus 7:1-19
Iremos rever cada uma destas aparies bblicas sobre o
dzimo e quando pertinente, tambm oferecer dados histricos
sobre vrios aspectos (religioso, cultural, econmico, social) para
melhor embasar as explicaes aqui fornecidas, mas acima de
todos os dados histricos, iremos usar a Palavra de Deus em sua
totalidade como nossa fonte primria de estudo.
Que o Esprito Santo com sua infinita graa e sabedoria o
guie em sua leitura.
Paulo Petersen
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13
Captulo I
Definies do conceito de Dzimo e
Dispensaes Divinas
O que o dzimo?
Antes de irmos propriamente a questo do dzimo ser algo
vlido aos dias atuais, ou algo que foi vlido durante um perodo
de tempo e no possui legalidade hoje, ou mesmo algo meramente
histrico sem fundamento bblico, precisamos primeiramente
definir a palavra dzimo.
Hoje em dia no h uma concordncia entre igrejas,
pastores e telogos sobre o que o dzimo ou mesmo como e o
que a pessoa deve dizimar. Um exemplo disto a clssica
discusso sobre o dzimo ser 10% do salrio bruto ou lquido, ou
com que frequncia e circunstncia uma pessoa deve d-lo. Estas
perguntas normalmente so acarretadas em funo das igrejas no
explicarem s pessoas o que de fato o dzimo e quase sempre, o
instituem como um mandamento ou princpio divino baseando-se
em versculos bblicos isolados, sem uma preocupao com a
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14
interpretao completa do assunto, de forma que haja
concordncia com a Bblia.
Tendo isto em mente, gostaria de iniciar este livro expondo
as definies mais aceitas para a palavra dzimo e somente ento,
poderemos nos aprofundar na legalidade do dzimo bblico para os
dias atuais.
A primeira definio de dzimo o Pr-Mosaico ou
Dzimo Mesopotmico.
No Oriente Antigo1, a expresso dzimo era usada para definir
10% de tudo aquilo que uma pessoa possua, sendo o dzimo
cobrado em forma de taxa aos cidados, sobre todas as coisas
oriundas da terra ou comrcio a um governante e/ou templos de
deuses pagos como Shamash e Nusku deuses da Babilnia e
Assria a quem eram ofertados dzimos muito antes do povo
hebreu sequer existir.
O dicionrio The Assyrian Dictionary2 define o dzimo
como:
2. Dzimo a) Pagvel a deuses ou templos: quatro minas de prata... o
dzimo de Bel, Nabu, Nergal... ele pagou, em adio ao dzimo para
Ninurta, sendo o dzimo de Nergal. Ele teve que ser entregue a Shamash.
Porque voc no pagou o dzimo da senhora de Uruk? ... Pagamento de
dzimo ao templo: um talento de algodo...
1 Tambm conhecido como bero da humanidade. Cerca de 3300 a.C. 2 Esretu e Esr, p. 382-383.
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15
Segundo o dicionrio bblico Westminster Dictionary of
the Bible 3:
A dcima parte da receita de uma pessoa, consagrada a Deus. A separao
de uma certa proporo de produtos de uma indstria ou do esplio de uma
guerra como tributo aos seus deuses era praticada por vrias naes da
antiguidade. Os Lidianos ofereciam o dzimo dos seus esplios (Herod. 1.89).
Os Fencios e os Cartaginses enviavam um dzimo anual ao Tyrian
Hercules... Abrao, retornando com os esplios de sua vitria sobre os reis
confederados, deu a Melquizedeque, sacerdote-rei de Salem, a dcima parte de
tudo.
Este dzimo tem origem pag e existiu em um perodo
histrico, vrios sculos antes de Moiss e a Lei, sendo criado na
regio da Mesopotmia pelos povos semticos. O Dr.D. Henry
Lansdell em seu livro The Sacred Tenth4, descreve o dzimo dos
povos egpcios, que tambm so anteriores aos hebreus com a
frase:
...o lado que foi vitorioso compartilhava com o Rei em seu triunfo, e recebia o
dzimo do esplio como preo pela sua ajuda.
Este dzimo sobre os esplios de guerra est descrito na
Bblia nos textos de Gn 14:20 e Nm 31:25-47.
3 Tithe, p. 746-747 4 p.7
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16
Vemos em Gn 41.34, Jos aconselhando o Fara a cobrar o
dzimo dobrado 20% ou um quinto, em funo dos 7 anos de
fome que o Egito iria enfrentar, confirmando a existncia da taxa
de 10% no Egito em pocas anteriores a grande fome. Lembrando
que, o Egito neste momento histrico, no sofre influncia direta
do povo Hebreu. Iremos chamar este dzimo de Pr-Mosaico, por
ele ser anterior a Lei de Moiss. Em resumo, o dzimo aqui dado
sobre tudo que fsico, desde terrenos, frutos e animais, at
dinheiro, nas mos de uma outra pessoa que normalmente o
soberano Rei, Fara, Imperador de um povo, ou como oferta
sacrificial a um deus pago.
A segunda definio de dzimo o Dzimo Voluntrio.
Este o dzimo cobrado em muitas igrejas evanglicas atuais que
so mais renovadas ou liberais, onde no h um valor pr-
estabelecido. Aqui as igrejas encorajam os fiis a doarem de acordo
com sua vontade e possibilidade, no havendo uma porcentagem
fixa para doao ou mesmo definio do que vai ser doado. Este
mecanismo de doao bem prximo do preceito bblico de
justia e caridade, descrito na Lei como Tzedakah5, ou
mandamento da caridade, descrito em nossas Bblias crists (Dt
15:11). O Tzedakah segundo o judasmo, uma expresso de
justia divina. Uma contribuio para caridade de 2% a 20% da
receita do ofertante, podendo ser entregue a sinagoga ou a
qualquer um, desde que seja para caridade. Normalmente, estas
5Justia em hebraico.
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17
igrejas aceitam a no-contribuio por pessoas carentes e
encorajam maior contribuio daqueles com mais renda. Portanto,
uma vez sendo uma oferta voluntria e sem valor fixo, no
podemos chamar isto de dzimo e sim de contribuio ou oferta
voluntria.
A terceira definio de dzimo o Dzimo Judeu-
Cristo.
Este possivelmente o dzimo mais aceito dentre as igrejas
no Brasil. So englobadas aqui, todas as igrejas que instituem o
dzimo como 10% da receita bruta do dizimista. Desta forma,
sendo pobre ou rico, paga-se 10% do que ganha. Normalmenten o
argumento usado por estas igrejas o dzimo ser um princpio
moral bblico, eterno e portanto inaltervel, que precede a Moiss,
sendo algo institudo por Deus e no abolido pela Lei ou Cristo.
cobrado 10% da receita bruta do fiel como um mandamento de
Deus e qualquer valor acima de 10%, considerado como oferta
voluntria, independente da condio econmica do fiel. Neste
modelo, todo o dzimo deve ser dado a igreja e o fiel no pode
administrar seu dzimo, doando a caridade ou a qualquer outro
lugar que no seja a igreja. Chamaremos de dzimo Judeu-Cristo,
por este dzimo ser derivado de uma adaptao do dzimo judaico
a cultura crist.
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18
A quarta definio de dzimo o Dzimo Mosaico.
Esta definio diz que o dzimo foi institudo por Deus, como
ordenana a nao de Israel, durante o perodo da Lei de Moiss.
O dzimo aqui um mandamento a nao de Israel (Lv 27:34),
para que fosse dado como herana a tribo de Levi o dzimo da
nao, pelos servios prestados a Deus (Nm 18:21) pelos levitas.
Eles no receberam heranas fsicas terras, dinheiro, plantaes,
gados na diviso do reino entre as 12 tribos de Israel, tendo
como herana, o dzimo das outras 11 tribos de Israel e dentre o
dzimo recebido, os Levitas separariam 10% dzimo dos dzimos
e dariam aos sacerdotes, que eram responsveis pelo altar do
Senhor. Vale ressaltar que este dzimo no tem relao financeira,
ele nunca consistiu em dinheiro. H ainda um segundo dzimo (Dt
14:22-29, 26:12-13) para fornecer comida as festas judaicas e
tambm para doao aos pobres, estrangeiros, rfos e vivas.
Esta a definio de dzimo que iremos adotar como bblica para
o resto do livro, pois a que de fato est descrita nas Escrituras.
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Em resumo sobre as caractersticas e utilizao do dzimo
segundo cada definio apresentada, temos:
Dzimo Pr-Mosaico ou Mesopotmico
Origem: Mesopotmia, 6000+ a.C.
Por quem foi utilizado: Povos pagos e mais tarde hebreus.
A quem era entregue: Reis e Sacerdotes.
Com que finalidade: Impostos ou sacrifcios.
Dzimo Voluntrio
Origem: Israel, 1500 a.C.
Por quem foi utilizado: Judeus.
A quem era entregue: Qualquer necessitado.
Com que finalidade: Ajuda aos necessitados.
Dzimo Judeu-Cristo
Origem: Cidade de Tours, Europa, 585.
Por quem foi utilizado: Catlicos e posteriormente, tambm os
evanglicos.
A quem era entregue: As igrejas.
Com que finalidade: Sustento das igrejas e clero.
Dzimo Mosaico
Origem: Israel, 1500 a.C.
Por quem foi utilizado: Judeus.
A quem era entregue: Aos levitas.
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20
Com que finalidade: Sustento dos levitas e ajuda aos necessitados.
Dispensaes Divinas
Outra definio de extrema importncia para o assunto
dzimo, a definio de Dispensao Divina. Para poder entender
a validade do dzimo e qualquer outro mandamento, precisamos
entender a forma como Deus apresenta seus mandamentos e at
quando seriam vlidos cada mandamento. Possivelmente muitos j
ouviram falar de Velha Aliana e Nova Aliana, que nada mais so
do que 2 das 7 dispensaes de Deus apresentadas na Bblia.
Como nosso objetivo somente apresentar o conceito da
dispensao divina de forma simples e no um estudo
aprofundado sobre o assunto, iremos somente apresentar o
conceito de forma superficial e mostrar quais so as dispensaes
que a Bblia descreve, para podermos ento entrar no assunto
dzimo, que como iremos ver, foi um mandamento para uma das
sete dispensaes.
Primeiramente, precisamos entender o que uma
dispensao. Podemos simplificar o entendimento do termo
dispensao divina como um regimento estabelecido por Deus,
para o homem seguir, a fim de ter uma comunho saudvel com
Ele, por um perodo de tempo determinado. Ou seja, uma
dispensao nada mais do que Deus falando o que o homem
deve ou no deve fazer, para agradar o corao de Dele, e por
consequncia, conseguir a salvao. O ponto que precisamos ter
bem claro em nossas mentes que Deus define estes conjuntos de
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21
regras por um perodo de tempo e de tempos em tempos, Deus
muda estes conjuntos de regras.
A tabela abaixo mostra de forma resumida as 7
dispensaes divinas descritas na Bblia, os eventos que deram
incio e fim a elas, e atravs do que se dava a salvao dos homens.
Dispensao Incio Fim Como
homens eram salvos
Inocncia Deus Cria o homem. (Gn 1:26)
Homem Expulso do den (Gn 3:17-24)
Atravs de obedincia.
No comer o fruto.
Conscincia Cain assassina Abel (Gn 4:2-15)
O Grande Dilvio (Gn 7:11-33)
Atravs de sacrifcios
Governo Humano
Deus faz aliana com No (Gn 8:20-
22)
Confuso das lnguas (Gn 11:5-9)
Atravs de sacrifcios
Promessa Deus faz aliana com Abrao (Gn
12:1-7)
Escravido no Egito (Ex 1:7-14)
Atravs de sacrifcios
Lei Israel promete seguir a Lei (Ex 19:1-8)
Incapacidade do homem de cumprir a Lei e a ausncia da Graa de Deus (Rm
3:19-24)
Pelo cumprimento
da Lei e sacrifcios
Graa Cristo sobe aos Cus e envia o Esprito Santo (At 1:1-9)
A vinda do Cordeiro (1Ts 4:16)
Pela Graa, atravs da f
Tribulao e Novo Reino
O pecado do homem revelado
(1Ts 5:1-3)
Deus decreta o destino de todas as
coisas (Ap 20:10-15)
Pela Graa, atravs da f
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22
Deus define o caminho que o homem precisa seguir para
obter sua salvao. No den, o homem precisava somente
obedecer a ordem de Deus de no comer o fruto da rvore do
conhecimento. Depois, durante as dispensaes da Conscincia,
Governo Humano e Promessa, o homem precisava oferecer
sacrifcios a Deus pela redeno dos pecados. No perodo da Lei,
Deus estipula uma srie 613 no total de leis que os homens
devessem seguir a partir deste momento iremos chamar este
conjunto de leis como Lei6, com L maisculo, ou a Lei de
Moiss e dentro da Lei tambm havia a oferenda de sacrifcios.
J na dispensao da Graa, Cristo o prprio sacrifcio, portanto
Ele aboliu toda a Lei (Ef 2:14-16; Gl 3:19-24) e a salvao vem
mediante a f em Cristo. De forma semelhante acontecer nas
duas ltimas dispensaes, quando o fator salvao se dar
tambm mediante a f em Cristo.
Como o assunto central do livro a validade do dzimo,
iremos desconsiderar vrias dispensaes que no tm
relacionamento com o assunto dzimo ou contribuio. Portanto
consideraremos somente 3 das 7 dispensaes, sendo elas:
Promessa (ou Anterior a Lei)
Lei
Graa (ou posterior a Lei)
6 O conjunto das 613 leis judicas, que incluem entre outras coisas, os 10 mandamentos. Quando usarmos lei com l minsculo, estaremos nos referindo a uma lei em particular, e no ao conjunto de todas as leis.
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23
Captulo II
Atributos e finalidades do dzimo
segundo a Bblia
Uma vez estabelecidas as diferentes vises de quando e
como dar o dzimo, precisaremos agora analisar o teor do dzimo,
ou do que consistia o dzimo. Para isto, vamos analisar todos os
versculos bblicos que descrevem o que era dizimado.
Levtico 27:30-32 "Todos os dzimos da terra, seja dos cereais, seja das
frutas das rvores, pertencem ao Senhor; so consagrados ao Senhor. Se um
homem desejar resgatar parte do seu dzimo, ter que acrescentar um quinto ao
seu valor. O dzimo dos seus rebanhos, um de cada dez animais que passem
debaixo da vara do pastor, ser consagrado ao Senhor.
Nmeros 18:27-28 "Essa contribuio ser do trigo tirado da videira e
do vinho do tanque de prensar uvas. Assim, vocs apresentaro uma
contribuio ao Senhor de todos os dzimos que receberam dos israelitas.
Desses dzimos vocs daro a contribuio do Senhor ao sacerdote Aro.
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24
Deuteronmio 12:17 "Vocs no podero comer em suas prprias
cidades o dzimo do cereal, do vinho novo e do azeite, nem a primeira cria dos
rebanhos, nem o que, em voto, tiverem prometido, nem as suas ofertas
voluntrias ou ddivas especiais.
Deuteronmio 14:22-23 "Separem o dzimo de tudo o que a terra
produzir anualmente. Comam o dzimo do cereal, do vinho novo e do azeite, e
a primeira cria de todos os seus rebanhos na presena do Senhor, o seu Deus,
no local que Ele escolher como habitao do seu Nome, para que aprendam a
temer sempre o Senhor, o seu Deus.
Deuteronmio 26:12 "Quando tiverem separado o dzimo de tudo
quanto produziram no terceiro ano, o ano do dzimo, entreguem-no ao levita,
ao estrangeiro, ao rfo e viva, para que possam comer at saciar-se nas
cidades de vocs.
2 Crnicas 31:5-6 "Assim que se divulgou essa ordem, os israelitas deram
com generosidade o melhor do trigo, do vinho, do leo, do mel e de tudo o que os
campos produziam. Trouxeram o dzimo de tudo. Era uma grande
quantidade. Os habitantes de Israel e de Jud que viviam nas cidades de Jud
tambm levaram o dzimo de todos os seus rebanhos e das coisas sagradas
dedicadas ao Senhor, o seu Deus, ajuntando-os em muitas pilhas.
Neemias 10:37 "Alm do mais, traremos para os depsitos do templo de
nosso Deus, para os sacerdotes, a nossa primeira massa de cereal modo, e as
nossas primeiras ofertas de cereal, do fruto de todas as nossas rvores e de nosso
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25
vinho e azeite. E traremos o dzimo das nossas colheitas para os levitas, pois
so eles que recolhem os dzimos em todas as cidades onde trabalhamos.
Neemias 13:5 "e lhe havia cedido uma grande sala, anteriormente
utilizada para guardar as ofertas de cereal, o incenso, os utenslios do templo, e
tambm os dzimos do trigo, do vinho novo e do azeite prescritos para os
levitas, para os cantores e para os porteiros, e as ofertas para os sacerdotes.
Malaquias 3:10 "Tragam o dzimo todo ao depsito do templo7, para que
haja alimento em minha casa. Ponham-me prova", diz o Senhor dos
Exrcitos, "e vejam se no vou abrir as comportas dos cus e derramar sobre
vocs tantas bnos que nem tero onde guard-las.
Mateus 23:23 "Ai de vocs, mestres da lei e fariseus, hipcritas! Vocs do
o dzimo da hortel, do endro e do cominho, mas tm negligenciado os preceitos
mais importantes da lei: a justia, a misericrdia e a fidelidade. Vocs devem
praticar estas coisas, sem omitir aquelas.
Vamos agora enumerar os itens que fazem parte do dzimo
segundo a Bblia, conforme ordem de apario descrita nos
versculos j mencionados:
Tudo o que os campos produziam
o Cereais.
o Frutas.
o Trigo.
7 Algumas verses utilizam a expresso casa do tesouro.
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26
o Uva vinho.
o Azeitona azeite, leo.
o Mel.
o Hortel.
o Endro.
o Cominho.
Rebanho (se tiver 10 ou mais animais).
Dzimo em dinheiro
A primeira coisa notria nesta lista fato de todos os itens
que compem o dzimo, serem itens relacionados a alimentao,
seja de origem animal, ou vegetal e que por sua vez, obriga os
ento dizimistas a serem proprietrios de plantaes ou rebanhos,
excluindo assim grande parte da populao israelita, que trabalhava
em ofcios remunerados, sendo seu slario algo no oriundo da
terra ou rebanhos.
Conforme escrito pelo Ph.D. Russel Early Kelly8 a
sociedade bblica inclui as seguintes profisses: padeiros, veleiros, carpinteiros,
costureiros, fazendeiros assalariados, pastores de rebanho assalariados, criados,
arteso de joias, pedreiros, arteso de metais, msicos, pintores, criadores de
perfumes, mdicos, escultores, soldados, curtidores, professores e criadores de
tendas.
Desta forma, podemos concluir que o dzimo foi algo
direcionado aos israelitas que possuam terras e no fora institudo
a todas as pessoas de Israel, uma vez que no h uma nica citao
8 p. 8.
-
27
na Bblia a respeito de cobrana de dzimo sobre o salrio das
pessoas.
notrio tambm que o dzimo em nenhum momento da
histria bblica foi cobrado de forma monetria. A nica exceo
desta regra documentada em Dt 14:24-26, onde a Bblia diz que,
se a distncia entre o dizimista e o local onde Deus escolher para
comer os dzimos for distante demais, o dizimista poderia vender
seu dzimo e traz-lo em forma monetria, para comprar a comida
no local escolhido por Deus e ento dizimar, comendo a comida
recm comprada.
Um argumento costumeiramente utilizado por quem
suporta a validade do dzimo financeiro aos cristos, a afirmao
de antes ser cobrado comida e no dinheiro por no ter moeda na
poca, ou a moeda ser pouco difundida. Esta teoria no pode ser
verdade, visto que somente em Gnesis, aparecem em pelo menos
24 contextos a utilizao de dinheiro ou derivados como prata,
ouro, siclo em atividades cotidianas, mostrando que mesmo
antes de Moiss, j havia dinheiro no contexto socioeconmico
hebreu. Este nmero sobe para 44 vezes at chegar em Levtico
27, quando a Bblia menciona o dzimo como lei instituda por
Deus ao povo de Israel. Segundo a Bblia, o dinheiro era comum e
usado em diversos lugares com diversos propsitos (Gn 17:12,
23:9; Ex 21:2, 22:1-3, 30:16; Lv 27:3-7; Nu 3:48, Dt 14:26, 22:29).
-
28
Vale ressaltar que, o dinheiro era utilizado para as coisas do
dia-a-dia e o escambo9, era utilizado somente aps o dinheiro no
estar disponvel, conforme descrito em Gn 47:15-17.
Aplicabilidade do dzimo
Um outro ponto interessante sobre o dzimo bblico, sua
finalidade. Fica claro lendo as escrituras, que o dzimo possui
algumas finalidades bem especficas e por sua vez, estas finalidades
concordam com o contedo dos dzimos alimentos j
explanados acima. Vemos como finalidades do dzimo:
Herana do Senhor a casa de Levi.
Comer o dzimo na presena do Senhor, como forma de
temor a Deus.
Dar de comer a quem precisa:
o Levitas.
o Estrangeiros.
o rfos.
o Vivas.
Sendo a constituio do dzimo alimentos e sua finalidade
alimentar aquele que no tem condio de pagar seu prprio
alimento, vemos ainda que, uma vez que esta condio se atinja, o
alimento seria estocado para ser consumido futuramente e no
vendido para gerar fundos financeiros. Este fato est documentado
no livro de 2 Crnicas 31. Neste captulo contada uma histria
referente ao rei Ezequias quando ele ordena ao povo que morava
9 Transao comercial a base de troca de bens.
-
29
em Jerusalm, para darem o dzimo aos levitas, como mandava a
Lei e assim foi feito pelo povo, de forma que em um certo
momento (v.10), sobrou mais comida do que eles conseguiram
comer. O rei Ezequias ento ordenou que fosse criado depsitos
para armazenar a comida abundante. Podemos constatar que a
aplicabilidade do dzimo sempre foi alimentar os necessitados, a
tribo de Levi e no construir templos, ou sustentar
financeiramente sacerdotes.
Dzimo como um Princpio Moral Eterno e Bblico
De forma semelhante podemos concluir tambm que o
dzimo no e nunca foi um princpio moral eterno, uma vez que
vrias culturas pags anteriores a Moiss e Abrao, dizimavam para
seus deuses pagos e/ou governantes. O dzimo bblico, como j
vimos, possua uma finalidade especfica herana de Levi e
alimentar necessitados, ordenada a um povo especfico israelitas
no levticos proprietrios de terra ou gado. E o dzimo pago,
existia em diversas culturas como forma de sacrifcio a deuses
pagos, ou como forma de imposto a governantes.
Segundo o renomado dicionrio teolgico Dicionrio
Internacional de Teologia do Antigo Testamento, temos a
seguinte explicao sobre o dzimo anterior a Lei:
No AT o conceito de dzimo de considervel importncia para a
teologia do prprio AT. Como nos casos de circunciso (embora a circunciso
das criancinhas no seja documentada fora de Israel, sacrifcios, restries
alimentares e coisas do gnero, dar o dzimo no era algo restrito a Israel no
-
30
antigo Oriente Mdio. Isso ocorria entre os egpcios e tambm entre os
mesopotmios (vejam-se, e.g., citaes da literatura acadiana acerca de dzimos
pagos a deuses ou a templos, em CAD, v. 4, p.369)10
Podemos sim afirmar que o dzimo uma prtica muito
antiga, talvez to antiga quanto a escrita humana, porm o fato de
algo ser antigo, no o torna institudo por Deus como sendo
eterno e vlido a toda humanidade, em todos momentos da
histria. O dzimo bblico foi institudo pela Lei, para o perodo
que durar a dispensao da Lei, nem para antes e nem para depois.
Vale ressaltar que, os pobres no dizimavam e ao contrrio disto,
recebiam do dzimo.
Se dzimo fosse um princpio moral eterno, Deus teria
institudo isto desde o den, assim como instituiu o casamento e
no somente milhares de anos depois, durante a Lei.
Adicionalmente, se o dzimo fosse um princpio eterno institudo
pelo Criador, ficaria bem estranho o fato dos povos pagos
utilizarem o dzimo antes do povo de Deus.
Dzimo e Primcias so a mesma coisa?
No. Apesar de ser bem comum ouvirmos pregaes
dizendo que, devido as primcias nossas serem de Deus, devemos
separar o dzimo e entregar a Igreja antes de qualquer pagamento
de contas, ou qualquer outro fim, podemos afirmar que dzimo
no tem qualquer relao com primcias. Vamos ento ver os
textos na Bblia que falam sobre primcias.
10 Dzimo. p. 1824
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31
Deuteronmio 26:2-4 Ento tomars das primcias de todos os frutos
do solo, que recolheres da terra, que te d o Senhor teu Deus, e as pors num
cesto, e irs ao lugar que escolher o Senhor teu Deus, para ali fazer habitar o
seu nome... E o sacerdote tomar o cesto da tua mo, e o por diante do altar
do Senhor teu Deus.
Levtico 23:17 "Onde quer que morarem, tragam de casa dois pes feitos
com dois jarros da melhor farinha, cozidos com fermento, como oferta movida
dos primeiros frutos ao Senhor.
Nmeros 18:12-13 Todo o melhor do azeite, e todo o melhor do mosto e
do gro, as suas primcias que derem ao Senhor, as tenho dado a ti. Os
primeiros frutos de tudo que houver na terra, que trouxerem ao Senhor, sero
teus; tudo o que estiver limpo na tua casa os comer.
2 Crnicas 31:5 E, depois que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel
trouxeram muitas primcias de trigo, mosto, azeite, mel, e de todo o produto do
campo; tambm os dzimos de tudo trouxeram em abundncia.
Neemias 10:37 E que as primcias da nossa massa, as nossas ofertas
aladas, o fruto de toda a rvore, o mosto e o azeite, traramos aos sacerdotes,
s cmaras da casa do nosso Deus; e os dzimos da nossa terra aos levitas; e
que os levitas receberiam os dzimos em todas as cidades, da nossa lavoura.
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32
xodo 23:19 e 34.26 As primcias dos primeiros frutos da tua terra
trars casa do Senhor teu Deus...
Deuteronmio 18:4 "Dar-lhe-s as primcias do teu gro, do teu mosto e
do teu azeite, e as primcias da tosquia das tuas ovelhas.
Vemos que as primcias so de fato do Senhor, porm, que
as primcias so usadas nica e exclusivamente pelos sacerdotes de
Deus para ofert-las ao Senhor seja para expiao de pecados ou
simplesmente adorao ou para alimentao dos sacerdotes
dentro do templo, no tendo absolutamente qualquer
relacionamento com o dzimo, que deveria ser entregue aos levitas.
Ainda segundo o Dicionrio Internacional de Teologia
do Antigo Testamento:
Ademais, o dzimo no deve ser confundido com a oferta das primcias (Ex
22:29-30 [28-29]; veja-se EICHRODT, Theology of the Old Testament, v.
1, p. 153)
O dzimo era entregue no templo?
No. O dzimo era entregue aos levitas, que por sua vez,
retiravam 10% do dzimo recebido, para somente ento entregar
aos sacerdotes do templo, a fim de prover alimentos para os
sacerdotes. As primcias sim, que como j explicado no so
dzimos, eram entregues diretamente aos sacerdotes, por qualquer
pessoa, para que fossem feitos rituais de oferta ou expiao de
pecados com elas.
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33
Captulo III
Dzimo anterior a Lei
A partir de agora, iremos ento aprofundar nosso estudo,
detalhando e explicando versculo a versculo da Bblia onde
aparece o contexto do dzimo, comeando pelo dzimo Pr-
Mosaico, ou seja, o dzimo que aparece na Bblia antes do
nascimento de Moiss e a Lei.
Gnesis 14 Abrao e Melquizedeque
Certamente, um dos textos mais complexos sobre o
dzimo, o descrito no livro de Gnesis captulo 14, quando a
Bblia diz que Abrao deu-lhe o dzimo de tudo (Gn 14:20). Este
texto requer uma anlise um pouco mais aprofundada para
entendimento do que aconteceu, o que foi dado de dzimo e por
que foi dizimado.
A Bblia nos conta que, um rei chamado Quedorlaomer,
subjugava vrios reinos na regio (Gn 14:1-4) e que alguns
reinados se revoltaram contra Quedorlaomer (v.4). Porm,
Quedorlaomer juntamente com outros 3 reis aliados (v.1),
derrotou vrios reinados que estavam em revolta contra ele (v.5-7).
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34
Ento outros 5 reis se aliaram, para guerrear contra Quedorlaomer
(v.8-9). Novamente Quedorlaomer vitorioso e aps sua vitria
sobre as cidades de Sodoma e Gomorra, ele saqueia ambas as
cidades (v.10-11). Acontece que L, sobrinho de Abrao, morava
na cidade de Sodoma e foi capturado por Quedorlaomer, quando
sucede que, um fugitivo desta guerra, foi at Abrao para inform-
lo a respeito da captura de L (v.12-13). Abrao ento junta 317
homens, persegue e derrota Quedorlaomer, trazendo de volta
todos os bens de Sodoma, mulheres e seu sobrinho L consigo
(v.14-16).
Agora entramos na parte comumente usada para justificar
o dzimo Pr-Mosaico, quando o rei de Sodoma e Melquizedeque
vo ao encontro de Abrao (v.17-18), trazendo po e vinho.
Melquizedeque abenoa Abrao (v.19) e em seguida Abrao lhe d
o dzimo dos esplios o que fora saqueado de Sodoma por
Quedorlaomer da guerra (v.20). Ento, o rei de Sodoma pede
que Abrao fique com todos os bens e que lhe entregue somente
as pessoas, que haviam sido capturadas por Quedorlaomer (v.21),
porm, Abrao diz ao rei de Sodoma que no levaria nada oriundo
dos esplios da guerra. Abrao diz que pegaria somente alimentos
para os que estavam com ele e que fosse pago os esplios de
guerra aos seus 3 aliados, para ningum poder dizer que Abrao
enriqueceu as custas de Sodoma (v.22-24).
Abrao no d a Melquizedeque o dzimo sobre seus
pertences. Vemos que somente mencionado o nome de
Melquizedeque no ps guerra, quando Abrao voltava com os
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esplios da guerra e entrega 10% dos esplios a Melquizedeque,
como forma de agradecimento e bondade, pela receptividade de
Melquizedeque demonstrada no verso 19. Observe que o rei de
Sodoma diz para Abrao ficar com todo o esplio, o que era uma
tradio de guerra rabe quem vencer uma guerra ficar com os
esplios dela. A comprovao de Abrao dar o dzimo a
Melquizedeque, somente dos esplios de guerra e no sobre seus
pertences, est descrito no novo testamento:
Hebreus 7:4 Considerem a grandeza desse homem (Melquisedeque):
at mesmo o patriarca Abrao lhe deu o dzimo dos despojos!
Outro fator importante Abrao ser um sacerdote e mais
do que isto, a pessoa cuja Deus fez uma alianam, que
perpetuaria para sempre. Abrao sempre teve acesso a Deus e
sendo ele o sacerdote do povo, o prprio Abrao fazia os
sacrifcios a Deus, portanto, mesmo que Melquizedeque fosse um
sacerdote de Deus, Abrao no precisaria dar nada Melquizedeque,
visto que o prprio Abrao poderia sacrificar a Deus qualquer
tributo sem o auxlio de Melquizedeque.
Para quem quiser ir mais fundo no assunto...
Um fator polmico o termo Deus Altssimo cujo
Melquizedeque era sacerdote e o Deus Altssimo de Abrao.
Melquizedeque habitava em Salm, uma cidade canaanita e por
consequncia vinha de um povo amaldioado (Gn 9:25) por Deus.
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Quando Melquizedeque abenoa Abrao, ele o faz em nome de
El Elyon Deus Altssimo em hebraico, o que para o povo
cananeu era o nome dado ao deus cananeu Baal, sendo que o
Deus hebreu de Abrao chamado sempre de Yahweh ou
Jeohvah. Se observarmos a fala de Abrao no versculo 22,
Abrao antes de dizer El Elyon, ele diz ...Levanto minha mo
ao Yahweh, El Elyon ... em contraste com Melquizedeque que
no chama Deus de Yahweh, sugerindo que efetivamente
Melquizedeque estivesse se referindo a Baal, e no a Yahweh. Em
nossas Bblias, todas as vezes em que o original hebraico for
Yahweh, a palavra SENHOR estar com todas as letras em
maisculo. Em todas as referncias a Deus durante o livro de
Gnesis at o captulo 14, Deus se apresentava ao povo como
Yahweh ou Elohim, portanto fica fora de contexto a
invocao de Deus por outro nome at ento no utilizado pela
linhagem escolhida por Deus descendencia de No.
Mas este ponto somente uma referncia, para quem
quiser estudar o assunto mais a fundo, visto que independente de
quem foi Melquizedeque, ou se ele era efetivamente um sacerdote
de Yahweh, estas informaes so indiferentes para analisarmos o
dzimo sob a tica dele ser um princpio moral eterno institudo
antes da Lei. Para tal estudo, seria necessrio vrios livros, que
infelizmente no esto disponibilizados na lngua portuguesa.
Lembro que esta discusso extrapola o mbito bblico e
primariamente feita sobre fatos histricos, visto que no h dados
bblicos suficientes sobre Melquizedeque para definir sua pessoa,
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portanto, como nosso foco a Bblia e usamos dados histricos
somente para complementar o que a Bblia j diz, optei por
somente mencionar o assunto para os interessados procurarem por
conta prpria e reitero que, se no podemos nem comprovar ou
desmentir qualquer coisa sobre Melquizedeque, tendo somente a
Bblia como base, prefiro me abster de qualquer opinio pessoal e
somente instruir as pessoas a respeito da existncia de mais de uma
nica possibilidade para a pergunta Quem foi Melquizedeque?,
defendida por telogos que analisam as Escrituras e os fatos
histricos de forma consolidada.
Deixo como comentrio somente a afirmao de que
segundo a Bblia, Melquizedeque no era a encarnao de Cristo,
ou seja, algum com poderes especiais como Cristo. No Novo
Testamento temos uma meno de Melquizedeque como sendo
algum parecido com Cristo no sentido de no ter linhagem
documentada e no como sendo o Filho de Deus.
Gnesis 28 Jac barganhando com Deus
Ainda anterior a Lei de Moiss, h uma meno da palavra
dzimo, no livro de Gnesis, quando Jac tenta barganhar a beno
de Deus.
Gnesis 28:20-22 Ento Jac fez um voto, dizendo: Se Deus estiver
comigo, cuidar de mim nesta viagem que estou fazendo, prover-me de comida e
roupa, e levar-me de volta em segurana casa de meu pai, ento o Senhor
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ser o meu Deus. E esta pedra que hoje coloquei como coluna servir de
santurio de Deus; e de tudo o que me deres certamente te darei o dzimo.
A Bblia relata que Jac havia acabado de ter um sonho
(Gn 28:12), aonde Deus o abenoaria na sua jornada em busca de
uma esposa (Gn 28:2-5). Jac faz ento um voto a Deus. Se Deus
o guardar, ele daria o dzimo a Deus. Em nenhum momento Deus
pediu o dzimo a Jac, ou deu qualquer ordenana neste sentido,
mas Jac em uma tentativa de barganhar a beno de Deus, faz um
voto ou propsito como chamaramos nos dias atuais para
que Deus o abenoasse. Explicitamente, Jac diz que, s daria o
dzimo se uma condio fosse atingida, a condio de Deus
abeno-lo em seu caminho. Percebemos que, apesar da expresso
dzimo ter sido utilizada, este dzimo no pode estar vinculado
ao dzimo levtico, que ser institudo futuramente pela Lei, visto
que, Jac por vontade prpria, tenta negociar com Deus sua
beno e em nenhum momento Deus requereu dele um
pagamento para abeno-lo.
de conhecimento geral para quem estuda a Bblia, que
Jac no era conhecido por sua humildade ou bondade e sim por
sua esperteza. Ento, apesar de Jac ter sido uma pessoa escolhida
por Deus, no podemos nos espelhar em alguns comportamentos
de Jac que Deus no gostava e possivelmente esta tentativa de
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Jac de subornar Deus, foi um comportamento desaprovado por
Deus.
Ams 6:8 O SENHOR Soberano jurou por si mesmo! Assim declara o
SENHOR, o Deus dos Exrcitos: "Eu detesto o orgulho de Jac e odeio os
seus palcios; entregarei a cidade e tudo que nela existe".
Outro fator que intriga a pergunta Como Jac entregaria
o dzimo a Deus?. Uma vez que no temos o sacerdcio levtico
institudo e at ento o lder de cada casa era o sacerdote do povo,
para quem Jac efetivamente entregaria o dzimo?
Ou ainda, o que foi o dzimo de Jac? Porque lemos no verso 20,
que a nica coisa que ele pede a Deus neste momento foi comida e
roupa, logo, a expectativa de Jac, seria de seus bens serem comida
e roupa, portanto, seu dzimo no poderia ser diferente disto.
Podemos mudar a pergunta, Para quem Jac daria comida e
roupa, como forma de dzimo a Deus?. Certamente estas
perguntas no possuem resposta e assim sendo, elas removem
esta passagem bblica de qualquer hiptese favorvel ao dzimo ser
um princpio moral eterno anterior a Lei. Observando tambm que
Jac, por vontade prpria, oferece este dzimo sem Deus nunca
o ter institudo ou cobrado. Tambm no podemos considerar que
esta tentativa de barganha com Deus o dzimo de Jac seja
relacionado a cultura rabe de esplio de guerra, como fora o caso
de Abrao e Melquizedeque.
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40
Assim como seu pai Isaque, Jac pertencia a linhagem de
Abrao, escolhida por Deus para ser seu povo e portanto ele
mesmo era um sacerdote de Yahweh, podendo fazer sacrifcios ou
levantar altares a Deus (Gn 35:1-3). Portanto, mesmo que Jac
efetivamente fosse dar o dzimo a Deus, ou ele queimaria o dzimo
no altar, ou ele doaria aos necessitados como forma de honrar a
Deus, fazendo justia com o prximo.
Logo, podemos considerar que esta passagem no tem
qualquer relao com o dzimo como conhecemos, o dzimo da
Lei, ou mesmo com a pressuposio errada do dzimo como um
princpio moral eterno.
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Captulo IV
Dzimo no perodo da Lei (ou Velha
Aliana)
Levtico 27:30-34
Este o trecho da Bblia em que aparece o contexto do
dzimo no sentido de ordenana pela primeira vez. importante
sabermos o momento histrico onde este captulo se encontra, e
para isto, vamos ao comeo do livro de Levtico, no captulo 2.
Levtico 2:1-2 "Quando algum trouxer uma oferta de cereal ao Senhor,
ter que ser da melhor farinha. Sobre ela derramar leo, colocar incenso e a
levar aos descendentes de Aro, os sacerdotes. Um deles apanhar um
punhado da melhor farinha com leo, juntamente com todo o incenso, e o
queimar no altar como poro memorial. oferta preparada no fogo, de
aroma agradvel ao Senhor.
Por este texto, constatamos que estamos falando da poca
onde Deus j havia institudo Aro e sua descendncia como
sacerdotes do povo, portanto, ele foi escrito posteriormente ao
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42
captulo 18 do livro de Nmeros, onde Deus d a ordenana do
dzimo a nao de Israel.
Conforme j falamos sobre o que era o dzimo em
captulos anteriores, Deus define como sendo o dzimo, os frutos
da terra (v.30) ou parte de rebanho (v32). O dzimo, era santo ao
Senhor, visto que Deus instituiu o dzimo para que os Levitas
fossem alimentados e pudessem alimentar os pobres, vivas e
rfos, conforme Nmeros 18; captulo que iremos estudar em
seguida. Ainda neste mesmo texto, a Bblia diz que estes so os
mandamentos que Deus ordenou a Moiss no monte Sinai para os
israelitas. (V.34) deixando extremamente claro que o dzimo foi
um mandamento da Lei.
John Wesley Telogo do sculo 18 graduado em
Oxford tambm afirmou11 que o dzimo descrito em Levtico 27
faz parte dos mandamentos e ordenanas de Deus para a Nao de
Israel:
Isto a referncia para todo livro. Muitos destes mandamentos so morais,
outros cerimoniais e peculiares a economia judaica, a qual ainda so instrutivos
para ns, que temos a chave para os mistrios contidos neles. Sobre tudo, ns
temos que louvar Deus, porque ns no vamos ao Monte Sinai, porque no
estamos sob a escura sombra da Lei, mas regozijamos na clara luz do
evangelho. A doutrina de nossa reconciliao com Deus por um Mediador, no
esborrecida pela fumaa dos sacrifcios, mas pelo conhecimento claro de Cristo,
e Ele crucificado.
11 p. 1333, comentrio de Lv 27:34
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43
Analisando os versculos anteriores 28 e 29, vemos ainda
que, se o homem consagrar algo ao Senhor, isto virar algo
Santssimo. Portanto quando algum defende a idia de dizimar
nos dias atuais, pelo dzimo ter sido algo santo ao Senhor, este
algum ignora que houveram coisas Santssimas ao Senhor, que
assim como o dzimo, foram pregadas na cruz do calvrio. Fica
conveniente uma defesa onde se diz que o dzimo era parte da Lei
e vlido at hoje, porm outras partes da Lei foram abolidas com a
crucificao de Cristo. O dzimo, assim como todas as outras
ordenanas da Lei, eram santas a Deus e foram abolidas por Cristo
na cruz.
Hebreus 7:18-22 A ordenana anterior revogada, por que era fraca e
intil (pois a Lei no havia aperfeioado coisa alguma), sendo introduzida
uma esperana superior, pela qual nos aproximamos de Deus. E isso no
aconteceu sem juramento! Outros se tornaram sacerdotes sem qualquer
juramento, mas ele se tornou sacerdote com juramento, quando Deus lhe disse:
"O Senhor jurou e no se arrepender: Tu s sacerdote para sempre ". Jesus
tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliana superior.
Nmeros 18 A ordenana dzimo levtico
aqui no captulo de 18 do livro de Nmeros onde Deus
d a Israel a ordenana do dzimo para os levitas e o dzimo dos
dzimos para descendncia de Aro uma famlia pertencente a
tribo de Levi. Os Levitas haviam sido separados do restante de
Israel para poderem cuidar do Tabernculo, conforme ordenana
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do Senhor a Moiss (Nm 1:47-53). Pela histria bblica, Aro era
um sacerdote de Deus (Ex 28:1) e quando Deus ajuda Moiss a
organizar e legislar Israel, Deus d a Aro as pessoas da tribo de
Levi, para que elas pudessem ajud-lo na organizao e
manuteno do tabernculo (Nm 3:6-9). Deus altera um estatuto
at ento seguido, de todo primognito ser consagrado a Ele (Ex
13:1-2). A partir deste momento, todo Levita seria consagrado a
Deus, ao invs de somente os primognitos de todas as tribos de
Israel. Porm, somente da descendncia de Aro, seriam os
sacerdotes do povo (Nm 3:10, 8:15-16) e no todo o povo Levita.
Deus instrui Moiss a respeito da forma pela qual os
Levitas seriam divididos, para que cada parte da tribo dos Levitas
pudesse trabalhar no templo, cada um com sua funo especfica.
E descendncia de Aro, foi dada a liderana sacerdotal do
templo (Nm 3:11-37). Em resumo, Deus separa os Levitas dentre
as tribos de Israel para serem consagrados a Ele e dentre os
Levitas, separa a descendncia de Aro para serem consagrados
sacerdotes. Os Levitas comuns, que no eram sacerdotes,
ajudavam nas tarefas rotineiras de manuteno, organizao e nas
atividades administrativas do tabernculo templo e do povo de
Israel, porm, no podiam entrar no Santssimo Lugar12.
12 O tabernculo era dividido em 3 partes: trio externo, Santo Lugar e Santo dos Santos. No trio externo, eram realizados os sacrifcios, todos os levitas poderiam entrar e os no-levitas seriam mortos se aproximassem (Nm 18:7). No Santo Lugar, era queimado azeite e incenso, e somente os sacerdotes poderiam entrar. E no Santo dos Santos, somente o sumo-
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Uma vez esclarecido a funo e a diferena entre levitas e
sacerdotes levitas descendentes de Aro, podemos agora
continuar o estudo do captulo 18 do livro de Nmeros com
calma, pois ele a base fundamental do mandamento do dzimo,
institudo por Deus a Israel. A Bblia descreve nos versos de 1 a 20
a herana de Aro. Ressalto que, estamos falando somente de Aro
e sua descendncia, e no dos Levitas como um todo. Podemos ler
nestes versos que Deus separa as primcias para Aro, ou seja, tudo
aquilo que h de melhor, tudo aquilo que for consagrado a Deus,
para que Aro e sua descendncia possam comer do melhor no
lugar santo que o Senhor designar (v. 10, 11, 13). E o Senhor
termina a descrio da herana de Aro dizendo que Ele a sua
herana (v.20).
Aps a herana de Aro, Deus ento d como herana aos
Levitas o dzimo das tribos de Israel (v.21), em funo do servio
prestado por eles ao tabernculo. Alm dos dzimos de Israel,
Deus ainda coloca sobre os Levitas o fardo de se
responsabilizarem pelos pecados daqueles que se aproximarem
indevidamente do tabernculo e que se um no-levita se
aproximasse do tabernculo, este devesse ser morto (v.22).
Novamente Deus diz aos Levitas que eles no tero heranas alm
do dzimo (v.24), ao contrrio das outras tribos de Israel que
receberam heranas terrenas. Aps receberem os dzimos das
tribos de Israel, os Levitas deveriam ainda retirar o dzimo destes
sacerdote poderia entrar, 1 vez ao ano, para realizar o sacrifcio de expiao de pecados do povo (Lv 16:32-34).
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dzimos 10% de 10%, ou seja 1% (v.26) e entregar a Aro para
que ele tivesse sempre a melhor parte.
Conforme estes versos que acabamos de ler, podemos
listar a herana de Aro como:
v.11: Ofertas de rituais.
v.12: Azeite, vinho e trigo.
v.13: Primeiros frutos.
v.14: Tudo que for consagrado ao Senhor.
v.15: Primognito consagrado ao Senhor.
v.16: Direito de comprar os de animais impuros.
v.17-18: Animais de sacrifcio.
v.19: Toda oferta alada das coisas sagradas ao Senhor.
v.26-28: 1% dos dzimos de Israel.
No possuir nenhuma terra como herana.
E como herana dos Levitas:
v.21-28: 90% dos dzimos de Israel visto que 10% do
dzimo eles dariam a Aro.
No possuir nenhuma terra como herana.
Um fator importante a se destacar, o dever dos
sacerdotes de comer os dzimos exclusivamente no templo (v.10),
enquanto os levitas, poderiam comer dos dzimos em qualquer
lugar (v.31). Nota-se que em funo do Levita cuidar do
tabernculo, ele no poderia possuir terras, portanto, tendo o
dzimo como herana, ao invs de plantar seu alimento, o dzimo
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provia o sustento alimentar para a tribo de Levi, a partir de
alimentos originados das terras pertencentes a outras tribos de
Israel. Os levitas viviam em 13 cidades Js 19:1-19, sem possuir a
terra em que viviam.
Conforme escrito na Bblia, o dzimo foi uma ordenana
especfica a nao de Israel, para que a nao alimentasse aqueles
levitas que eram responsveis pela manuteno do templo e
aqueles sacerdotes que eram responsveis por fazer a
intermediao entre o homem e Deus. importante ressaltar, que
somente os levitas poderiam chegar perto do tabernculo.
Qualquer outro que tentasse se aproximar do tabernculo seria
morto (v.22) e somente o sumo-sacerdote poderia ter contato com
Deus. Mesmo uma pessoa sendo levita, ela no poderia se
aproximar de determinados lugares no tabernculo, sob pena de
morte (v.3).
comum pessoas defenderem a legalidade do dzimo para
os dias atuais, com a teoria do o dzimo ser dado para sustentar o
templo, mas podemos ver que o dzimo era dado para sustentar
quem cuidava do templo e no o templo propriamente. Ainda
assim, este sustento proveniente do dzimo, se refere
exclusivamente a alimentos. Se a mesma regra de antes, fosse
aplicada hoje, estaramos todos mortos assim que ns nos
aproximssemos dos templos, visto que somente os sacerdotes (ou
alguns levitas com tarefas especficas) poderiam estar no templo e
como ns no somos descendentes da tribo de Levi, no teramos
este direito.
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Outro fator interessante o dzimo que era entregue aos
levitas poder ser comidos em qualquer lugar. J o dzimo entregue
aos sacerdotes e templos, que equivalem somente a 1% do dzimo
total, era utilizado para que os sacerdotes comessem
exclusivamente dentro dos templos.
Deuteronmio 12, 14 e 26
Novamente, no livro de Deuteronmio, a Bblia nos instrui
sobre o dzimo como um alimento a ser consumido na presena de
Deus.
Deuteronmio 12:11-12 Ento, para o lugar que o Senhor, o seu
Deus, escolher como habitao do seu Nome, vocs levaro tudo o que eu lhes
ordenar: holocaustos e sacrifcios, dzimos e ddivas especiais e tudo o que
tiverem prometido em voto ao Senhor. E regozijem-se ali perante o Senhor, o
seu Deus, vocs, os seus filhos e filhas, os seus servos e servas e os levitas que
vivem nas cidades de vocs, por no terem recebido terras nem propriedades.
Deuteronmio 12:17-18 Vocs no podero comer em suas prprias
cidades o dzimo do cereal, do vinho novo e do azeite, nem a primeira cria dos
rebanhos, nem o que, em voto, tiverem prometido, nem as suas ofertas
voluntrias ou ddivas especiais. Ao invs disso, vocs os comero na presena
do Senhor, do seu Deus, no local que o Senhor, o seu Deus, escolher; vocs, os
seus filhos e filhas, os seus servos e servas, e os levitas das suas cidades.
Alegrem-se perante o Senhor, o seu Deus, em tudo o que fizerem.
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Deuteronmio 14:22-29 Separem o dzimo de tudo o que a terra
produzir anualmente. Comam o dzimo do cereal, do vinho novo e do azeite, e
a primeira cria de todos os seus rebanhos na presena do Senhor, o seu Deus,
no local que ele escolher como habitao do seu Nome, para que aprendam a
temer sempre o Senhor, o seu Deus. Mas, se o local for longe demais e vocs
tiverem sido abenoados pelo Senhor, pelo seu Deus, e no puderem carregar o
dzimo, pois o local escolhido pelo Senhor para ali pr o seu Nome longe
demais, troquem o dzimo por prata, e levem a prata ao local que o Senhor, o
seu Deus, tiver escolhido. Com prata comprem o que quiserem: bois, ovelhas,
vinho ou outra bebida fermentada, ou qualquer outra coisa que desejarem.
Ento juntamente com suas famlias comam e alegrem-se ali, na presena do
Senhor, do seu Deus. E nunca se esqueam dos levitas que vivem em suas
cidades, pois eles no possuem propriedade nem herana prprias. Ao final de
cada trs anos, tragam todos os dzimos da colheita do terceiro ano e armazene-
os em sua prpria cidade, para que os levitas, que no possuem propriedade
nem herana, e os estrangeiros, os rfos e as vivas que vivem na sua cidade
venham comer e saciar-se, e para que o Senhor, o seu Deus, o abenoe em todo
o trabalho das suas mos.
Deuteronmio 26:12-13 Quando tiverem separado o dzimo de tudo
quanto produziram no terceiro ano, o ano do dzimo, entreguem-no ao levita,
ao estrangeiro, ao rfo e viva, para que possam comer at saciar-se nas
cidades de vocs. Depois digam ao Senhor, ao seu Deus: "Retirei da minha
casa a poro sagrada e dei ao levita, ao estrangeiro, ao rfo e viva, de
acordo com tudo o que ordenaste. No me afastei dos teus mandamentos nem
esqueci nenhum deles.
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50
Nesta hora provavelmente voc est se perguntando:
Como assim um dzimo a cada 3 anos?. Outro fator intrigante
sobre o dzimo, a existncia de mais de um dzimo descrito na
Bblia Sagrada. Temos de fato, 3 dzimos distintos descritos na
Bblia conforme abaixo:
1. Dzimo Levtico (Nm 18): 10% de alguns itens da terra
e gado entregue anualmente aos levitas.
2. Dzimo das festividades (Dt 14:22-27): 10% de alguns
itens da terra e gado, entregue em Jerusalm para
grandes festividades.
3. Dzimo para os pobres (Dt 14:28-29): 10% de alguns
itens da terra e gado, armazenados na cidade do
dizimista uma vez a cada 3 anos, para alimentar os
levitas, estrangeiros, rfos e vivas.
Desta forma para quem era dizimista, efetivamente no
lhes era pedido 10%, mas sim aproximadamente 23% 10% +
10% + 1/3 de 10% = 23,33% ao ano, dos frutos da terra e do
gado.
Precisamos ter em mente que estamos nos referindo a um
governo teocrata13, que usava mecanismos religiosos para sustentar
13 Segundo dicionrio Michaelis: te.o.cra.Ci.a sf (teo+cracia) 1 Regime poltico em que o poder, considerado como emanao da Divindade, , muitas vezes, exercido pelos seus ministros. 2 Polt Sistema poltico caracterizado pela dominao da casta sacerdotal. 3 Escola, seita ou sistema em que buscam o predomnio aqueles que o vulgo considera consagrados ou inviolveis.
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a nao. Segundo John MacArthur14 ... Eles estavam financiando as
pessoas que administravam o governo, os Levitas, eles estavam suprindo as
festas nacionais e assim por diante com o dzimo das festividades. E o terceiro
dzimo era o programa de bem-estar para os pobres. Isto o povo financiando
a entidade nacional. Todos estes 3 so taxas, e no ofertas voluntrias a Deus.
Dzimo sempre foi taxa. De forma que os programas de governo pudessem
acontecer. O programa sacerdotal, o programa religioso nacional e o programa
de bem-estar.
Se fossemos trazer para os dias atuais, entregaramos 10%
da produo agrcola e pecuria aos Levitas se soubssemos
quem seriam eles atualmente, depois outros 10% da produo
agrcola e pecuria, ns usaramos em grandes celebraes a Deus
comendo este dzimo durante estas celebraes e a cada 3 anos,
daramos mais 10% da produo agrcola e pecuria para
alimentarmos os pobres. Novamente, a Bblia no cita dinheiro,
mas sim alimentos como sendo o dzimo e os prprios dizimistas
comeriam os dzimos nas festas, ou o dzimo seria usado para
alimentar os pobres, ou os levitas que administravam a nao.
Um fator curioso sobre o dzimo que ele vlido
somente sobre a terra de Cana. O dzimo santo porque a terra
de que provem o dzimo santa.
Deuteronmio 21:22-23 Se um homem culpado de um crime que
merea a morte for morto e pendurado em uma madeira, no deixem o corpo
14 God's Plan For Giving.
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no madeiro durante a noite. Enterrem-no naquele mesmo dia, porque qualquer
que for pendurado em uma madeira est debaixo da maldio de Deus. No
contaminem a terra que o Senhor, o seu Deus, lhes d por herana.
Deuteronmio 26:15 Olha dos cus, da tua santa habitao, e abenoa
Israel, o teu povo, e a terra que nos deste, conforme prometeste sob juramento
aos nossos antepassados, terra onde manam leite e mel".
Desta forma, quando em Lv 27:30 diz que os dzimos da
terra so santos ao Senhor, ele de fato diz que a terra que
produz o dzimo santa, visto que em Dt 12:19 a Bblia relata que
o dizimista no deve esquecer do Levita enquanto viver em sua
terra, na terra prometida e proveniente da beno de Deus. Isto
tambm sustentado pelo fato do povo de Israel no ter dizimado
durante os 40 anos no deserto e ter somente dizimado uma vez
que chegaram a Cana a terra prometida providenciada por
Deus, quando na diviso da herana desta terra, Deus institui o
sacerdcio de Aro e a administrao dos Levitas.
O dzimo tambm no era dado no stimo e
quinquagsimo anos. Deus instrui o povo a no plantar nada no
stimo ano e no ano de Jubileu a cada 50 anos, para que a terra
descanse e os pobres pudessem comer do que surgir da terra nos
stimos anos. E diz ainda Deus que no sexto ano, Ele daria
abundancia tal a terra, que ela produziria suficiente alimento para 3
anos Ex 23:9-11; Lv 25.
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Ams 4:4-6
Embora o livro de Ams esteja depois do livro de 2
Crnicas na Bblia, sua histria se passa alguns anos antes de 2
Crnicas, portanto, iremos abordar o contexto histrico de Ams
antes de seguir em diante com 2 Crnicas.
No deixaremos de explicar este livro, em funo dele
fazer uma breve meno ao dzimo, sob o contexto de uma
repreenso de Deus aos Israelitas, por diversos motivos. Como
no um texto que agrega a explicao dos dzimos propriamente,
iremos somente fazer um comentrio breve e introdutrio ao livro
de 2 Crnicas.
O profeta Ams viveu durante o reinado de Uzias e
Jeroboo II por volta de 790 a.C. O povo de Israel havia se
esquecido de Deus, deixando de cumprir a Lei e at chegando ao
ponto de criar dolos de outros deuses. Alguns ainda cumpriam
parte da Lei por mera obrigao social, o que no agradava a
Deus da mesma forma aos que transgrediam toda a Lei.
O que provavelmente era pior, os prprios sacerdotes e
lderes governamentais cobravam ofertas dos pobres, aceitavam
suborno dos ricos e no ajudavam os necessitados, causando a ira
de Deus.
Ams 4:4-6 Vo a Betel e ponham-se a pecar; vo a Gilgal e pequem
ainda mais. Ofeream os seus sacrifcios cada manh, os seus dzimos no
terceiro dia. Queimem po fermentado como oferta de gratido e fiquem
proclamando por a suas ofertas voluntrias; anunciem-nas, israelitas, pois
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isso o que gostam de fazer, declara o SENHOR Soberano. Fui eu mesmo
quem deu a vocs estmagos vazios em cada cidade e falta de alimentos em todo
lugar, e ainda assim vocs no se voltaram para mim, declara o SENHOR.
Ams 5:11-12 "Vocs pisam no pobre e o foram a dar-lhes o trigo. Por
isso, embora vocs tenham construdo manses de pedra, nelas no moraro;
embora tenham plantado vinhas verdejantes, no bebero do seu vinho. Pois sei
quantas so as suas transgresses e quo grandes so os seus pecados. Vocs
oprimem o justo, recebem suborno e impedem que se faa justia ao pobre nos
tribunais.
Este o contexto que precede o prximo livro que vamos
estudar, quando o dzimo retorna ao cenrio bblico. Um povo
distante de Deus, sacerdotes corrompidos pelo dinheiro e a ira de
Deus caindo sobre a nao de Israel.
2 Crnicas 31:2-6
Antes de entrarmos propriamente no versculo que fala de
dzimo no livro de 2 Crnicas, precisamos fazer um breve
comentrio sobre a histria de Israel at este momento.
At antes de Ams 4, estvamos estudando textos
referentes a poca de Moiss, que ocorreram aproximadamente em
1440 a.C. Naquela poca, Deus deu a Moiss os mandamentos,
ordenanas e estatutos os quais o povo deveria seguir para
agradarem a Deus e Ele os abenoar. Como vimos, o dzimo era
parte destas ordenanas de Deus. S agora em 2 Crnicas, na
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poca do rei Ezequias, que a Bblia volta a mencionar o dzimo e
iremos notar algumas mudanas, que apesar de pequenas, causam
um grande impacto negativo na interpretao do dzimo nos dias
atuais. Para termos uma referncia de tempo, o rei Ezequias reinou
entre os anos de 728 a.C a 699 a.C. Portanto, por mais de 700 anos
contando a partir do xodo, passando pela poca dos Juzes,
Saul, Davi, Salomo e Reino dividido, que o assunto dzimo
volta a surgir, sob um contexto um pouco diferente daquele que
havia sido apresentado por Deus a Moiss.
possvel de que o povo tenha deixado de dizimar durante
o perodo dos Juzes entre 1350 a.C at 1078 a.C
aproximadamente, porque uma vez que no houveram reis, muitos
faziam conforme o que achavam certo. Ou talvez durante o
perodo de diviso do reino 931 a.C a 728 a.C com a morte de
Salomo e a subsequente vinda de reis no tementes a Deus.
Juzes 17:6 e 21:25 "Naquela poca no havia rei em Israel; cada
um fazia o que lhe parecia certo.
Com a vinda de Ezequias ao trono como rei de Israel, ele
retoma a Lei e dentre as vrias aes tomadas para devolver o
povo a adorao do Deus de Israel, ele ordena que o povo volte a
dizimar, para que os Levitas possam se dedicar ao Templo do
Senhor.
Desde o reinado de Saul incio em 1046 a.C, era cobrado
sobre o povo uma taxa de 10% que substituiu o dzimo levtico
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(1Samuel 8:14-17). O dzimo se transformou em uma taxa civil
nesta poca, sendo o rei responsvel por repassar aos levitas ou a
terceiros, a quantia que achasse pertinente para manuteno do
governo e templos.
Ezequiel, tendo no incio do seu reinado esta taxa ainda
ativa, abole ela, retorna a Lei e instrui o pagamento dos dzimos
aos Levitas. O prprio rei Ezequiel dando exemplo, tira de seus
prprios bens a melhor parte e entrega aos Levitas. Porm, um
fato curioso acontece nesta ordem do rei Ezequias.
2 Crnicas 31:4 Ele ordenou ao povo de Jerusalm que desse aos
sacerdotes e aos levitas a poro que lhes era devida a fim de que pudessem
dedicar-se Lei do Senhor.
Histricamente, os levitas no habitavam em Jerusalm (Js
21:9-19) e sim nas cidades prximas. Uma vez que at este
momento, o dzimo era entregue nas cidades levticas e somente as
primcias eram enviadas aos sacerdotes de Jerusalm, h duas
possibilidades plausveis para o rei ter pedido que os dzimos
fossem entregues em Jerusalm:
1. O rei Ezequiel errou ao pedir que fossem entregues os
dzimos a uma cidade no levtica.
2. Os Levitas em algum momento da histria passaram a
habitar tambm em Jerusalm e no mais somente nas
cidades levticas.
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O mais provvel que esta lei o dzimo foi inutilizada
durante tanto tempo, entre o perodo de Moiss a Ezequiel, que
fez com que o povo e o rei simplesmente se esquecessem de
como ela foi concebida. Mas como apesar de provvel, isto uma
teoria e devemos trabalhar com as duas hipteses possveis, a de
que o povo se esqueceu e efetivamente esto fazendo algo
diferente da Lei, ou a de que os levitas passaram a habitar em
Jerusalm, contrariando a Lei feita no passado pelos lderes levitas
instrudos pelo Senhor.
Neemias 10:29 "agora se unem aos seus irmos, os nobres, e se obrigam
sob maldio e sob juramento a seguir a Lei de Deus dada por meio do servo
de Deus Moiss e a obedecer fielmente a todos os mandamentos, ordenanas e
decretos do Senhor, o nosso Senhor.
O fato que pela primeira vez, o dzimo que at ento
nunca foi entregue no templo, passou a ser, pelo menos para a
cidade de Jerusalm. A respeito da entrega do dzimo no resto das
cidades israelitas, a Bblia no faz meno neste momento
histrico, porm, nada leva a crer que os judeus destas outras
cidades se dariam o trabalho de levar seus dzimos at Jerusalm,
ao invs de entregarem aos levitas locais e os levitas, por sua vez,
levariam as primcias e o dzimo dos dzimos aos sacerdotes.
Neemias 10:37-39 Alm do mais, traremos para os depsitos do templo
de nosso Deus, para os sacerdotes, a nossa primeira massa de cereal modo, e
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as nossas primeiras ofertas de cereal, do fruto de todas as nossas rvores e de
nosso vinho e azeite. E traremos o dzimo das nossas colheitas para os levitas,
pois so eles que recolhem os dzimos em todas as cidades onde trabalhamos.
Um sacerdote descendente de Aro dever acompanhar os levitas quando
receberem os dzimos, e os levitas tero que trazer um dcimo dos dzimos ao
templo de nosso Deus, aos depsitos do templo. O povo de Israel, inclusive os
levitas, devero trazer ofertas de cereal, de vinho novo e de azeite aos depsitos
onde se guardam os utenslios para o santurio. ali que os sacerdotes
ministram e que os porteiros e os cantores ficam. No negligenciaremos o
templo de nosso Deus.
E o que sucede com esta ordenana do rei Ezequias, o
templo no comportar tanta comida, porque efetivamente, ele no
havia sido construdo com este propsito. Vemos nos versos de 9
a 11, que no houve espao para tanta comida e o rei ordena ento
que fossem construdos armazns no templo.
2 Crnicas 31:9-11 "Ezequias perguntou aos sacerdotes e aos levitas
sobre essas ofertas; o sumo sacerdote Azarias, da famlia de Zadoque,
respondeu: "Desde que o povo comeou a trazer suas contribuies ao templo do
Senhor, temos tido o suficiente para comer e ainda tem sobrado muito, pois o
Senhor tem abenoado o seu povo, e esta a grande quantidade que sobra".
Ezequias ordenou que preparassem despensas no templo do Senhor, e assim foi
feito.
Cabe alguns questionamentos para este fato:
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Estamos falando do mesmo templo construdo por
Salomo?
Isto j aconteceu antes?
O que Salomo fez com os animais e toda comida
entregue ao templo, se o templo at ento no possua
armazns?
A resposta sim para a pergunta sobre ser o mesmo
templo de Salomo, e no, isto nunca aconteceu anteriormente
segundo a Bblia. As respostas a estas perguntas nos remetem a
concluso de at a poca em que Salomo era rei, a Lei
provavelmente ainda prevalecia inalterada, conforme Moiss a
recebeu de Deus, portanto, os dzimos eram entregues aos levitas,
nas cidades levticas, caso contrrio, no haveria espao para
armazenar os animais e comidas dos dzimos no templo de
Salomo em Jerusalm, uma vez que o templo no possua
armazns para estocar tamanha quantidade de comida.
Este acontecimento a ordem do rei Ezequias para os
habitantes de Jerusalm entregarem dzimos em Jerusalm, o
primeiro relato bblico sobre a entrega dos dzimos diretamente no
templo, contrariando a ordenana de entregar os dzimos nas
cidades levticas.
Portanto, a frase da igreja ser a casa do tesouro instituda
por Deus uma afirmao errnea, visto que, desde a concepo
da Lei, at este momento, todos os profetas, juzes e reis,
entregaram seus dzimos nas cidades levticas, conforme ordenana
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do prprio Deus a Moiss, descrita no pentateuco (Gn, Ex, Lv,
Nm, Dt). possvel imaginar vrios motivos plausveis para o rei
Ezequias ter pedido para os habitantes de Jerusalm dizimarem ao
Templo, porm, o fato que esta ordem do rei Ezequias, no est
de acordo com o mandamento de Deus escrito por Moiss no
pentateuco.
Mas apesar da ordem do rei Ezequias inicialmente
centralizar os dzimos no Templo, ele de certa forma redistribuiu
os dzimos de Jerusalm para outras cidades e possivelmente a
parte majoritria do dzimo era enviada as cidades levticas, para
seu propsito inicial de alimentar os levitas, rfos, vivas e
estrangeiros. Esta distribuio dos dzimos, mesmo tendo um
incio errado o recebimento deles em Jerusalm, continuava a
cargo dos levitas.
2 Crnicas 31:14-18 Cor, filho do levita Imna, guarda da porta leste,
foi encarregado das ofertas voluntrias feitas a Deus, distribuindo as
contribuies dedicadas ao Senhor e as ofertas consagradas. Sob o comando dele
estavam den, Miniamim, Jesua, Semaas, Amarias e Secanias, que, nas
cidades dos sacerdotes, com toda a fidelidade distribuam ofertas aos seus
colegas sacerdotes de acordo com seus turnos, tanto aos idosos quanto aos
jovens. Eles as distriburam aos homens e aos meninos de trs anos para cima,
cujos nomes estavam nos registros genealgicos, tambm a todos os que
entravam no templo do Senhor para realizar suas vrias tarefas dirias, de
acordo com suas responsabilidades e seus turnos. Os registros genealgicos dos
sacerdotes eram feitos segundo suas famlias, o dos levitas de vinte anos para
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cima, de acordo com suas responsabilidades e seus turnos. O registro inclua
todos os filhos pequenos, as mulheres, e os filhos e filhas de todo o grupo, pois
os sacerdotes e os levitas haviam sido fiis em se consagrarem.
Neemias 10:37-38 e 13:1-13
Este livro especialmente importante pois est diretamente
relacionado ao contexto histrico de Malaquias. Os profetas
Neemias e Malaquias viveram durante o mesmo perodo histrico
e em funo disto, os relatos de ambos os livros sobre os dzimos,
so bem similares e mais do que isto, eles se complementam.
Ambos os livros se passam aproximadamente entre os
anos de 500 a.C. a 400 a.C. O povo de Israel j havia sado do
cativeiro de 70 anos na Babilnia, o templo de Salomo j havia
sido reconstrudo em 519 a.C. por ordem de Zorobabel e Ageu, e
as muralhas de Jerusalm tambm j haviam sido reconstrudas por
volta de 445 a.C. por ordem do profeta Neemias. Em apenas
algumas dcadas do exlio, temos um povo que j havia se
esquecido de Deus, tendo este povo adorado outros deuses (Ne
9:32-38; Ml 2, 3).
Agora sim, com este contexto em mente, podemos ler as
escrituras, onde o profeta Neemias volta a chamar a ateno do
povo para que eles retornassem a Lei.
Neemias 9:35-39 Tambm assumimos a responsabilidade de trazer
anualmente ao templo do Senhor os primeiros frutos de nossas colheitas e de
toda rvore frutfera. Conforme tambm est escrito na Lei, traremos o
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primeiro de nossos filhos e a primeira cria de nossos rebanhos, tanto de ovelhas
como de bois, para o templo de nosso Deus, para os sacerdotes, que ali
estiverem ministrando. Alm do mais, traremos para os depsitos do templo de
nosso Deus, para os sacerdotes, a nossa primeira massa de cereal modo, e as
nossas primeiras ofertas de cereal, do fruto de todas as nossas rvores e de nosso
vinho e azeite. E traremos o dzimo das nossas colheitas para os levitas, pois
so eles que recolhem os dzimos em todas as cidades onde trabalhamos. Um
sacerdote descendente de Aro dever acompanhar os levitas quando receberem
os dzimos, e os levitas tero que trazer um dcimo dos dzimos ao templo de
nosso Deus, aos depsitos do templo. O povo de Israel, inclusive os levitas,
devero trazer ofertas de cereal, de vinho novo e de azeite aos depsitos onde se
guardam os utenslios para o santurio. ali que os sacerdotes ministram e
que os porteiros e os cantores ficam. No negligenciaremos o templo de nosso
Deus.
A primeira coisa a se observar neste texto de Neemias
que Neemias est 100% de acordo com a ordenana do dzimo
descrita em Nm 18. Vemos aqui que Neemias instrui o povo a
trazer as primcias para o templo, a fim de que fossem utilizadas de
comida pelos sacerdotes ou ofertadas a Deus. E no mesmo texto,
ele instrui o povo a entregar entregar os dzimos aos Levitas e
ressalta um fator importante: pois so eles que recolhem os
dzimos em todas as cidades onde trabalhamos.
Conforme j estudamos, os levitas nunca habitaram em
Jerusalm e somente iam a Jerusalm uma vez por semana, a cada
24 semanas (1 Cr 24:1-19), em turnos, para que cuidassem de
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tarefas dirias do Templo. Sendo assim, a parte majoritria dos
Levitas permaneciam nas cidades ao derredor de Jerusalm e
somente 1/24 dos levitas permaneciam em Jerusalm, trabalhando
nos afazeres relacionados ao templo, sejam eles sacerdotais ou
cvicos.
Neemias 11:3 Alguns israelitas, sacerdotes, levitas, servos do templo e
descendentes dos servos de Salomo viviam nas cidades de Jud, cada um, em
sua propriedade. Estes so os lderes da provncia que passaram a morar em
Jerusalm.
Neemias 11:20-21 Os demais israelitas, incluindo os sacerdotes e os
levitas, estavam em todas as cidades de Jud, cada um na propriedade de sua
herana. Os que prestavam servio no templo moravam na colina de Ofel, e
Zia e Gispa estavam encarregados deles.
Logo, o profeta Neemias instrui o povo a entregar os
dzimos para os Levitas em suas cidades e no no Templo, de
acordo como a Lei ordenava. Lemos ainda que assim como
descrito em Nm 18, Neemias instrui os Levitas a darem 10% do
dzimo para os sacerdotes, a fim de que haja comida no templo.
Fica claro que os sacerdotes receberiam somente 1% dos dzimos
10% dos 10% da colheita e gado e ainda assim, estes 1%,
seriam entregues pelos levitas aos sacerdotes e no pelo povo aos
sacerdotes.
Tambm fica bem evidente nestes textos que os Levitas,
mesmo os que eram sacerdotes, no trabalhavam constantemente
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no templo. Eles viviam suas vidas em suas cidades e somente iam
para o templo uma semana, a cada 24 semanas, para cumprir com
seus afazeres no templo. Isto est de acordo com a Lei, quando
fala que os dzimos eram a herana do povo de Levi, sendo os
dzimos para uso do povo de Levi com a finalidade que j vimos
alimentar levitas, vivas, estrangeiros e rfos e no para uso do
templo. Para o templo, eram designados as primcias e no o
dzimo. No faria sentido ser diferente, pois se o dzimo fosse
entregue em Jerusalm e a maioria do povo vivesse fora de
Jerusalm seria insensatez recolher o dzimo em Jerusalm.
Lembramo-nos que era um mandamento de Deus que os levitas
habitassem nas cidades levticas ao derredor de Jerusalm e tendo
como herana o dzimo, este seria entregue aos levitas em suas
prprias cidades.
importante mencionar tambm que somente os levitas
acima de 20 anos poderiam trabalhar no templo e somente aqueles
acima de 30 anos poderiam ser sacerdotes, de forma que todas
crianas, adolescentes, jovens at 19 anos e mulheres levticas, no
trabalhavam para o templo, portanto, estas pessoas ou receberiam
o alimento do dzimo ou trabalhariam em ofcios seculares para se
sustentarem.
Agora iremos entrar no real contexto do livro de
Malaquias, que iremos estudar no prximo captulo. Neste trecho
do livro de Neemias, vemos que ele descreve um acontecimento
onde o sacerdote Eliasibe, esvaziou os armazns do templo.
Armazns estes que eram usados para estocar as primcias e a
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poro do dzimo dos levitas 1% do dzimo total. A Bblia relata
que Eliasibe esvaziou os armazns do templo para que eles fossem
dados a Tobias, um inimigo de Neemias que havia tentado arruinar
a reconstruo do templo do Senhor (Ne 6:12) e isto tudo, durante
a ausncia de Neemias.
Neemias 13:4-13 Antes disso o sacerdote Eliasibe tinha sido
encarregado dos depsitos do templo de nosso Deus. Ele era parente prximo
de Tobias, e lhe havia cedido uma grande sala, anteriormente utilizada para
guardar as ofertas de cereal, o incenso, os utenslios do templo, e tambm os
dzimos do trigo, do vinho novo e do azeite prescritos para os levitas, para os
cantores e para os porteiros, e as ofertas para os sacerdotes. Mas, enquanto
tudo isso estava acontecendo, eu no estava em Jerusalm, pois no trigsimo
segundo ano do reinado de Artaxerxes, rei da Babilnia, voltei ao rei. Algum
tempo depois pedi sua permisso e voltei para Jerusalm. Aqui soube do mal
que Eliasibe fez ceder uma sala para Tobias nos ptios do templo de Deus.
Fiquei muito aborrecido e joguei todos os mveis de Tobias fora da sala.
Mandei purificar as salas, e coloquei de volta nelas os utenslios do templo de
Deus, com as ofertas de cereal e o incenso. Tambm fiquei sabendo que os
levitas no tinham recebido a parte que lhes era devida, e que todos os levitas e
cantores responsveis pelo culto haviam voltado para suas prprias terras. Por
isso repreendi os oficiais e lhes perguntei: "Por que essa negligncia com o
templo de Deus? " Ento eu convoquei os levitas e cantores e os coloquei em
seus postos. E todo o povo de Jud trouxe os dzimos do trigo, do vinho novo e
do azeite aos depsitos. Coloquei o sacerdote Selemias, o escriba Zadoque e um
levita chamado Pedaas como encarregados dos depsitos e fiz de Han, filho
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de Zacur, neto de Matanias, assistente deles, porque esses homens eram de
confiana, e ficaram responsveis pela distribuio de suprimentos aos seus
colegas
Qual foi a reao de Neemias ao ver o mau uso do templo
do Senhor? Ele expulsou Tobias e o sacerdote Eliasibe do templo
e em seguida trouxe de volta ao templo os utenslios e as primcias,
colocou um levita para receber os dzimos e dividir estes dzimos
entre os levitas.
Est escrito que os sacerdotes foram aqueles que roubaram
os dzimos e as primcias! No toda nao, mas sim os sacerdotes,
que ao invs de usar o dzimo para alimentar os necessitados,
esvaziaram os armazns do templo para benefcio prprio!
Neemias nota que os levitas que deveriam estar no templo,
no receberam sua poro do dzimo e por falta de alimento,
tiveram que voltar para suas cidades. Logo podemos afirmar que
quando ele se refere ao dzimo no templo, ele est falando da
poro levtica do dzimo que era enviado ao templo, ou seja, nos
armazns do templo haviam as primcias que o povo enviava ao
templo e o 1% do dzimo do povo 10% do dzimo dos levitas.
Malaquias 3:7-10
Malaquias sem dvida a pedra angular para aqueles
pregadores que defendem a validade do dzimo aos cristos.
Inmeras vezes, crentes em Cristo, por desconhecimento da
palavra, so oprimidos a acreditarem que se no derem o dzimo
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algo ruim ira acontecer, ou Deus no ira mais abeno-los, porm,
esta suposio meramente tirar o texto do seu contexto.
J apresentamos o contexto histrico de Israel nos
captulos anteriores e antes de entrarmos no texto de Ml 3:7-10,
iremos comear de onde todos os pastores que pregam o dzimo
deveriam comear... do comeo do livro de Malaquias e no do
meio.
Segundo o Ph.D. Russel Earl Kelly15, para um melhor
estudo, ... o livro de Malaquias deveria ser dividido em 3 sesses: A
primeira sesso, 1:1 a 1:5 a introduo. Deus quer que toda Israel, toda
Jac, ouvisse essa mensagem porque todos estavam envolvidos seja direta ou
indiretamente com a causa e consequncias desta mensagem. A segunda sesso,
1:6 a 1:14, a reclamao principal de Deus contra a arrogncia e a
desonestidade dos sacerdotes. Esta sesso crucial para o entendimento do
restante do livro porque ele prove o terreno bsico para todos os outros
problemas no livro. A terceira sesso. 2:1 a 4:6, Deus especificadamente
dirigindo-se direto aos sacerdotes. Apesar do resto de Israel ser indiretamente
afetados pelas aes dos sacerdotes, Deus no muda seu endereamento Deus
fala aos sacerdotes depois que ele comea em 2:1.
Portanto, vamos as escrituras, lendo todo o livro de
Malaquias e comentando os versculos de acordo com os grupos
propostos pelo Ph.D. Russel Earl Kelly.
Malaquias 1:1-5 Uma advertncia: a palavra do Senhor contra Israel,
por meio de Malaquias. "Eu sempre os amei", diz o Senhor. "Mas vocs
15 p. 90.
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perguntam: De que maneira nos amaste? "No era Esa irmo de Jac? ",
declara o Senhor. "Todavia eu amei Jac, mas rejeitei Esa. Transformei suas
montanhas em terra devastada e as terras de sua herana em morada de
chacais do deserto. "Embora Edom afirme: "Fomos esmagados, mas
reconstruiremos as runas", assim diz o Senhor dos Exrcitos: "Podem
construir, mas eu demolirei. Eles sero chamados Terra Perversa, povo contra
quem o Senhor est irado para sempre. Vocs vero isso com os prprios olhos
e exclamaro: Grande o Senhor, at mesmo alm das fronteiras de Israel!
Temos aqui a introduo do livro de Malaquias, onde Deus
se enderea a toda nao de Israel, como uma advertncia em
funo do povo ter se desviado dos caminhos do Senhor
conforme j vimos nos captulos anteriores, que fornecem o
contexto histrico e religioso da poca. notrio que, at ento,
Deus est triste com Israel, porm, no irado como iremos ver
mais adiante, no momento em que Deus comea a exortar os
sacerdotes. Agora entraremos na parte crucial para entendimento
do resto do texto, a parte onde Deus especifica contra quem est
irado e contra quem Ele lanar a maldio!
Malaquias 1:6 O filho honra seu pai, e o servo o seu senhor. Se eu sou
pai, onde est a honra que me devida? Se eu sou senhor, onde est o temor
que me devem? ", pergunta o Senhor dos Exrcitos a vocs, sacerdotes. "So
vocs que desprezam o meu nome! " "Mas vocs perguntam: De que maneira
temos desprezado o teu nome?
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Est evidente que Deus comea a se direcionar aos
sacerdotes e no mais ao povo como um todo. E vemos tambm
que o tom de Deus no est mais em tristeza, comeando Ele a
entrar em ira. Deus est irado porque os sacerdotes desprezaram
Seu nome, com coisas profanas descritas nos prximos versculos.
Malaquias 1:7-14 Trazendo comida impura ao meu altar! "E mesmo
assim ainda perguntam: De que maneira te desonramos? "Ao dizerem que a
mesa do Senhor desprezvel. "Na hora de trazerem animais cegos para
sacrificar, vocs no veem mal algum. Na hora de trazerem animais aleijados e
doentes como oferta, tambm no veem mal algum. Tentem oferec-los de
presente ao governador! Ser que ele se agradar de vocs? Ser que os
atender? ", pergunta o Senhor dos Exrcitos. "E agora, sacerdotes, tentem
apaziguar a Deus para que tenha compaixo de ns! Ser que com esse tipo
de oferta ele os atender? ", pergunta o Senhor dos Exrcitos. "Ah, se um de
vocs fechasse as portas do templo. Assim ao menos no acenderiam o fogo do
meu altar inutilmente. No tenho prazer em vocs", di