Divulga Ciência - Julho/2013

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Foto: Daiani Kochhann Pesquisa do Inpa avalia os impactos de um derramamento de óleo em espécies de peixes no rio Negro A pesquisa constatou alta toxicidade do óleo para as espécies de peixes analisadas, mesmo após três meses do ocorrido, quando uma balsa da empresa Chehuan Navegações tombou provocando o derramamento de 60 mil litros da composição asfáltica primária CAP 20 Foto: Josiane Santos Foto: Daiani Kochhann Foto:Eduardo Gomes Ações ambientais, coleções científicas e pesquisas com frutos da Amazônia são des- taques do Inpa na SBPC Pesquisa revela que abelhas- sem-ferrão amazônicas defendem meliponários contra saques de outras abelhas Copa 2014: Inpa apresenta produtos e frutas da Amazônia com potencial de mercado du- rante evento em Manaus “Grande parte das pessoas que visitaram a ExpoT&C visitaram o estande do Inpa”, disse o coorde- nador de Extensão Carlos Bueno Estudo descobre que abelhas nati- vas sem ferrão da Amazônia detec- tam a presença de abelhas ladras e defendendo suas colônias O encontro foi promovido com o objetivo de preparar o mercado local de alimentos para atender a deman- da da Copa Pág.05 Pág.03 Pág.06 Pág.07 Divulga Jornal do Inpa Ciência 59 anos Manaus, Julho 2013 - Ano V - Ed.34 - ISSN 2175-0866 www.inpa.gov.br “Aves do Pantanal” Fotos ilustra- tivas das aves do pantanal, descrições de ta- manho e mais Boa Leitura Publicação do Inpa reúne informações sobre espécies de Fabaceae Inpa estabelecerá parceria com insti- tuições portuguesas Inpa apresenta planetário durante evento ambiental em Itapiranga no AM SBPC: Ministro de C,T&I propõe Plano de Desenvolvimento para Amazônia Pág.02 Pág.02 Pág.02 Pág.02 Pág.04

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Jornal do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), órgão vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

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Foto: Daiani Kochhann

Pesquisa do Inpa avalia os impactos de um derramamento de óleo em espécies de peixes no rio NegroA pesquisa constatou alta toxicidade do óleo para as espécies de peixes analisadas, mesmo após três meses do ocorrido, quando uma balsa da empresa Chehuan Navegações tombou provocando o derramamento de 60 mil litros da composição asfáltica primária CAP 20

Foto: Josiane Santos Foto: Daiani Kochhann Foto:Eduardo Gomes

Ações ambientais, coleções científicas e pesquisas com frutos da Amazônia são des-taques do Inpa na SBPC

Pesquisa revela que abelhas-sem-ferrão amazônicas defendem meliponários contra saques de outras abelhas

Copa 2014: Inpa apresenta produtos e frutas da Amazônia com potencial de mercado du-rante evento em Manaus

“Grande parte das pessoas que visitaram a ExpoT&C visitaram o estande do Inpa”, disse o coorde-nador de Extensão Carlos Bueno

Estudo descobre que abelhas nati-vas sem ferrão da Amazônia detec-tam a presença de abelhas ladras e defendendo suas colônias

O encontro foi promovido com o objetivo de preparar o mercado local de alimentos para atender a deman-da da Copa

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Divulga Jornal do Inpa

Ciência59anos

Manaus, Julho 2013 - Ano V - Ed.34 - ISSN 2175-0866www.inpa.gov.br

“Aves do Pantanal”Fotos ilustra-tivas das aves do pantanal, descrições de ta-manho e mais

Boa Leitura Publicação do Inpa reúne informações sobre espécies de Fabaceae

Inpa estabelecerá parceria com insti-tuições portuguesas

Inpa apresenta planetário durante evento ambiental em Itapiranga no AM

SBPC: Ministro de C,T&I propõe Plano de Desenvolvimento para Amazônia

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Assessor de Comunicação: Daniel Jordano (SRTE - 518/AM) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Daniel Jordano, Clarissa Bacellar, Josiane Santos e Raiza Lucena Editoração Eletrônica: Denys Serrão - Revisão: Clarissa Bacellar - Fotos: Eduardo Gomes, Daniel Jordano e acervo pesquisadores Tiragem: 1000 - Edição 34 - Julho - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

Tome Ciëncia

Tome Ciëncia

Tome Ciência

Boa Leitura

Obra reúne pesquisa sobre a família Fabaceae pesquisadas no Alto Rio Negro Como resultado do Projeto Fron-teira, desenvolvido por pesqui-sadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) na região do Alto Rio Negro (AM), o ‘Guia da Biodiversidade de Fabaceae do Alto Rio Negro’ reúne dados descritivos de 125 espécies de plantas da família Fabaceae com informações e ilustrações das plan-tas que poderão auxiliar estudantes e pesquisadores na realização de pesquisas aplicadas. Os trabalhos foram desenvolvidos em diferentes ambientes ecológicos dos mu-nicípios de São Gabriel da Cachoe-ira e Santa Isabel do Rio Negro. O guia é uma documentação da pesquisa de campo no Alto Rio Ne-gro, e trata-se de uma descrição das plantas nas áreas em que a ativi-dade de bioprospecção foi realizada.

A coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação (CETI) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Rosângela Bentes, visitou durante vinte e oito dias instituições em Portugal com o objetivo de conhecer e articular par-cerias estratégicas internacionais em empreendedorismo e inovação. Ao final, foram pré-estabelecidas parcerias com o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Por-to (Uptec/UPorto), com a TecMinho da Universidade do Minho e a Ino-visa, diretamente ligada ao Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. “O objetivo era, primeiro, conhecer e saber o funciona-mento destas universidades que são referências na Europa e con-tam com importantes tecnolo-gias”, expllicou a coordenadora.

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) apresen-tou no dia 12 o planetário itinerante durante o Show das Águas, promovi-do pela Fundação Rede Amazônica. A ação é feita em parceria com a Universidade Federal do Amazo-nas (Ufam) e tem o objetivo de levar ao público curiosidades e estudos científicos sobre estrelas e plane-tas. Ao entrar no planetário o públi-co tem a sensação de “viajar” pelo o universo. O estudante de física da Ufam e instrutor no planetário, Antônio Oliveira, afirmou que a nova estrutura ajudará a divulgar estudos ligados a astronomia. “O Planetário faz com que os alunos e o públi-co em geral conheçam os plane-tas, identifiquem as constelações e tenham um pouco de conheci-mento de astronomia”, ressaltou.

Inpa estabelecerá parceria com instituições portuguesas

Inpa apresenta planetário durante evento ambiental em Itapiranga no AM

Geralmente quando vemos um pássaro vêm logo várias perguntas na cabeça. “Qual é essa espécie?, Onde tem?, O que ela come? Como se reproduz? Foi pensando em responder de maneira simples e clara essas perguntas que o pesquisador do Inpa, Renato Cintra, produziu a obra “Aves do Pantanal”, que atraem milhares de visitantes por ano. O guia traz fotos ilustrativas das aves do pantanal, descrições de tamanho e cores e plumagem, além de anotações sobre comportamento, status, habitat dieta dos pás-saros, se tornando uma ótima oportunidade para quem gosta de aprender a identificar pássaros. O livro não é apenas destinado a estudantes de ecologia e pesquisadores, mas a todos que se interessam por essas fascinantes criaturas que habitam os céus. Quem estiver interessado no guia “Aves do Pantanal”, entre em contato com a Editora Inpa, no contato (92) 3643-3223 ou pelo e-mail: [email protected]

Julho 2013 - Página 02Fale com a Redação

+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] ascom_inpa

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI

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Foto: Eduardo Gomes Foto: Acervo pesquisador Foto: Daniel Jordano

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Tome Ciëncia

Tome Ciëncia

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Pesquisa do Inpa avalia os impactos de um derramamento de óleo em espécies de peixes no rio NegroA pesquisa constatou alta toxicidade do óleo para as espécies de peixes analisadas, mesmo após três meses do ocorrido, quando uma balsa da empresa Chehuan Navegações tombou provocando o derramamento de 60 mil litros da composição asfáltica primária CAP 20

Uma equipe do Instituto Nacion-al de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) está analisando os efeitos do derramamento do óleo em algumas espécies de peixes, ocorrido em março deste ano no rio Negro próx-imo ao Porto do São Raimundo em Manaus (AM). “O monitoramento que estamos re-alizando, avalia a resposta de enzimas e outros biomarcadores relacionados aos processos de desintoxicação dos organismos. A validação desses mar-cadores de exposição e efeito dos hidrocarbonetos do petróleo para as espécies de peixes analisadas é im-portante para o desenvolvimento de técnicas robustas para o monitora-mento da qualidade da água do rio Negro frente a contaminações por hidrocarbonetos petrogênicos”, ex-plica a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (PPG-BADPI) do Inpa, Helen Sadauskas, sob a orientação da pesquisadora do Inpa Vera Maria Fonseca de Almeida e Val. Fazem parte da equipe: os es-tudantes do BADPI Daiani Koch-hann (doutorado) e Derek Campos (mestrado), e a estudante de ciências naturais na Universidade Federal

do Amazonas (Ufam) e de iniciação científica do Inpa, Susana Bras Mota.

Resultados preliminares Segundo Sadauskas, os biomar-cadores analisados até o momen-to foram efetivos em demonstrar os efeitos negativos do derramamento do óleo para os peixes coletados,

uma vez que foram encontradas al-terações nas enzimas que proces-sam os hidrocarbonetos bem como em enzimas que indicam danos no funcionamento do fígado e alterações metabólicas, que causam prejuízos à sobrevivência dos peixes nesses ambientes. Além disso, a presença de hidrocarbonetos do petróleo (ben-zo[a]pireno, pireno e naftaleno) foi detectada na bile desses animais. Os resultados indicam que os peixes coletados ativaram vias me-

tabólicas reconhecidas pela biotrans-formação e eliminação dos hidro-carbonetos do petróleo, em função do aumento da absorção dessas substâncias tóxicas pelos animais. Além disso, acrescenta Sadaus-kas, o benzo[a]pireno encontrado na bile dos peixes é amplamente reconhecido por causar problemas reprodutivos, uma vez que esse com-posto pode atuar como desregulador endócrino a longo prazo, o que pode-ria causar, entre outros efeitos, a di-minuição do sucesso reprodutivo e a mudança de sexo dos animais, com profundo efeito sobre as populações e comunidades de peixes naquela área. Na primeira fase do monitoramento, ocorrida 12 dias após o acidente, foi coletado aproximadamente 150 in-divíduos de cinco diferentes espécies de peixes, em três diferentes pontos da área comprometida, entre as quais quatro espécies de ciclídeos (tucu-naré-paca, acará-boari, acará-bicudo e acará papa-terra) e uma espécie de caracídeo (aracu). A cada coleta serão analisados os mesmos biomar-cadores nos peixes sendo compara-das com as respostas analisadas nas fases anteriores do monitoramento.

“O monitoramento avalia a resposta de biomarcadores relacionados aos proces-sos de desintoxicação dos

organismos” Helen Sadauskas

| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência

Derramamento de óleo ocorreu em março deste ano no rio Negro.

Foto: Acervo pesquisador

Meio A

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Recife (PE) O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Raupp, apresentou no dia 22, novos proje-tos que o ministério pretende exe-cutar ainda este ano, entre eles o Plano Amazônia, que visa o desen-volvimento sustentável da região Amazônica. Raupp participou da con-ferência “Sistema Nacional de Ciên-cia, Tecnologia e Inovação: Trajetória recente e novos desafios” durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciên-cia (SBPC).“O plano vai ser lançado em setem-bro deste ano, e pretendemos propa-gar o desenvolvimento da região es-pecialmente por meio da utilização de seus recursos naturais e para isso contaremos com a participação das instituições de C&T e do governo dos estados da região na elaboração e execução do plano”, explicou. Raupp destacou ainda as ações do ministério para qualificar o campo de C,T&I, pois, segundo ele, a ciência é o eixo fundamental para melhoria da economia nacional, e para o progres-so seja contínuo, o governo criou o Plano Inova Empresa, para fortalecer as relações entre as empresas e as Instituições Científicas e Tecnológi-cas (ICTs), e entre o setor público. “Para que o Brasil continue com o

crescimento econômico precisamos de uma maior participação das em-presas privadas, pegando exemplo dos países de primeiro mundo, onde as empresas também fazem pesqui-sas, o governo criou o plano Inova Empresa, para justamente criar esse vínculo e dessa forma, elevar a pro-dutividade e a competitividade da economia brasileira, investindo em inovação”, disse. O ministro enfatizou também a im-portância da atuação dos institutos de pesquisas na interação da pesqui-sa com o mercado consumidor. “Nos institutos de pesquisas, além de fazerem descobertas científicas, e produzir recursos humanos eles também têm esse contato próximo com as empresas para implementar a inovação no mercado consumidor, o que é fundamental para o desen-volvimento econômico”, finalizou.

Amazônia na SBPC O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) esteve em Recife (PE), e realizou palestras sobre educação ambiental, tecno-logias sociais, saúde para o interior do Amazonas, geração de ciência e tecnologias na Amazônia, formação de pessoal especializado e criação de peixes em canais de igarapés na Amazônia.

SBPC: Inpa realiza lançamento de 24 livros na ExpoT&C

O Inpa tradicionalmente lança livros produzidos pela Editora Inpa e de projetos parceiros nas reuniões anuais da SBPC

Recife (PE) O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) lançou 24 livros e apresentou duas publicações da Editora Inpa, no dia 24, durante a 65ª Reunião A nual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciên-cia (SBPC), anunciados pelo diretor do Inpa, Adalberto Val. Nas últimas edições da SBPC, o Inpa realizou lançamentos de livros dentro da ExpoT&C como forma de criar oportunidades para pessoas de outros estados conhecerem os trabalhos do Instituto, além de au-mentar o conhecimento sobre ciên-cia desenvolvida na Amazônia. “Eu creio que a socialização da ciência no Brasil tem crescido de forma sig-nificativa. As instituições de pesqui-sa têm investido de forma importante nessa matéria e para nós do Inpa, isso é um momento especial porque traduzimos aquilo que fazemos du-rante o ano nessas publicações e depois são compartilhadas com a sociedade”, destacou. Dentre os livros lançados, 19 foram desenvolvidos durante a vigência do Projeto Fronteira (2007-2011), formato por equipes multidis-ciplinares do Instituto e apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O projeto teve como princi-pal objetivo estudar a biodiversidade do Alto Rio Negro no Amazonas. As demais obras lançadas foram: Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos - Tomo V.; Flora da Amazônia no Bosque da Ciência; e ainda três edições da Revista Acta Amazonica. Outras publicações apresentadas ao público foram: Aves da Região de Manaus e Cozinhando com pu-punha. Todos são de autoria de pesquisadores e técnicos do Inpa. Quem estiver interessado em ad-quirir as obras da Editora Inpa, entre em contato, pelo número (92) 3643-3223 ou pelo e-mail: [email protected].

| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência

Foto: Josiane Santos

SBPC: Ministro de C,T&I propõe Plano de Desenvolvimento para Amazônia“O plano Amazônia será lançado em setembro, e pretendemos propagar o desenvolvimento da região especialmente por meio da utilização de seus recursos naturais”, disse o ministro de C,T &I, Marco Raupp

| Fernanda FariasDa equipe do Divulga Ciência

Conferência sobre trajetória recente da ciência Nacional.

Julho 2013 - Página 04

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Educação e e Socieddade

Conferência sobre trajetória recente da ciência Nacional.

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Ações ambientais, coleções científicas e pesquisas com frutos da Amazônia são destaques do Inpa na SBPC“Grande parte das pessoas que visitaram a ExpoT&C visitaram o estande do Inpa, e interagiram com os expositores, certamente aprenderam algo sobre a potencial”, disse o coordenador de Extensão Carlos Bueno

Recife (PE) O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) participou intensamente das atividades da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), envolvendo desde palestras de pesquisadores que atuam no Instituto até degustação de alimentos feitos com frutos amazônicos. No estande do Instituto na SBPC, foi exibido um pouco das coleções científicas que mantém em Manaus (AM). Todos os anos o instituto leva para a reunião uma estrutura que expõe as mais diversas pesquisas ao que concernem as pesquisas desenvolvidas na região Amazônia. “Grande parte das pessoas que visi-taram a ExpoT&C visitaram o estande do Inpa, e interagiram bastante com os expositores, certamente apren-deram algo sobre a potencial, neces-sidade de preservação e a interação que Amazônia precisa com outras regiões”, declarou o coordenador de Extensão (COEX), do Inpa Carlos Bueno . Segundo a responsável pela Edi-tora do Inpa, Shirley Cavalcante, os visitantes sempre se interessam mui-to pelas pesquisas do instituto. “As

pessoas são curiosas, gostam de conhecer mais sobre a região, pois muitas nunca foram para lá, e com o contado direto com as obras sobre as pesquisas o interesse deles aumen-ta”, comentou.

Inpa na ExpoT&C Uma novidade que o Inpa mostrou

na SBPC foi a palestra que apre-sentou seus meios de popularizar o conhecimento. “É muito importante o instituto mostrar para sociedade que além de realizar pesquisas referente a Amazônia, ele também se preocu-pa em disseminar todo esse conhe-cimento, por meio de educação am-biental, das publicações da editora, e ainda da assessoria de comunicação do Inpa”, afirmou o coordenador do Bosque da Ciência, Jorge Lobato. Outras palestras que o Inpa apre-

sentou a comunidade foi a atividade educacional “Show das Águas” que foi realizada em Itapiranga (AM), e ainda a de tecnologia de criação de peixes em canais de igarapés na Amazônia, além da apresentação que levou o livro “Frutos amazônicos en-contrados nas feiras de Manaus”. Outra ação que o Inpa realizou foi o lançamento de livros que este ano teve 24 novas obras, das quais 19 foram desenvolvidos durante a vigên-cia do Projeto Fronteira (2007-2011), formato por equipes multidisciplinares do Instituto e apoiado pela Financia-dora de Estudos e Projetos (Finep).

SBPC A Sociedade Brasileira para o Pro-gresso da Ciência (SBPC), é uma en-tidade civil, sem fins lucrativos, volta-da para a defesa do avanço científico e tecnológico, e do desenvolvimeno educacional e cultural do Brasil. Fazem parte da SBPC cientistas, técnicos, profissionais, amigos da ciência, estudantes, pessoas dos mais diversos interesses, mas que acreditam na importância da ciência, com o desejo de contribuir de algum modo para o progresso da ciência no País.

“As pessoas são curiosas, gostam de conhecer mais sobre a região (Amazônica), pois muitas nunca foram lá”

Shirley Cavalcante

Foto:Fernanda Farias

| Fernanda Farias e Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência

Visitantes degustando produtos amazônicos no estande do Inpa.

Page 6: Divulga Ciência - Julho/2013

Pesquisa revela que abelhas-sem-ferrão amazônicas defendem meli-ponários contra saques de outras abelhasEstudo publicado em junho na revista científica Acta Amazonica, do Inpa, e financiado pela Fapesp, e pelo CNPq, apresenta descoberta de que abelhas nativas sem ferrão da Amazônia são capazes de detectar a presença de abelhas ladras na vizinhança e contra-atacar defendendo suas colônias

Um estudo realizado por pesqui-sadores formados no curso de Pós-graduação em Botânica (PPG-BOT) do Instituto Nacional de Pesqui-sas da Amazônia (Inpa/MCTI), André Rodrigo Rech e Mayá Schwade e pelo estudante do curso de Socie-dade e Cultura na Amazônia (PPGS-CA) da Universidade Federal do Ama-zonas (Ufam), Maurico Adu Schwade, revela que abelhas amazônicas sem ferrão defendem suas colônias contra roubos de outras abelhas. O objetivo do estudo foi documen-tar a resposta de abelhas da espé-cie Duckeola ghilianii quando uma colônia de outra espécie, próxima a esta, é atacada. As observações foram realizadas em outubro de 2010, e os ninhos foram monitorados poste-riormente para verificar como as abe-has se comportaram após o ataque. O local da pesquisa foi o sítio Bom Futuro no ramal do Urubuí localizado no município de Presidente Figueire-do, interior do Amazonas, onde existe um criterioso acompanhamento das colônias, registrando os saques por abelhas ladras como um dos prin-cipais fatores na perda de colmeias de Apis mellifera (abelha do mel, af-

ricanizada) e enfraquecimento das colônias de abelhas nativas, especial-mente as do gênero Scaptotrigona. Há um tempo Schwade percebia que as colônias que estavam próxi-mas às abelhas da espécie Duckeola ghilianii pareciam ser menos ataca-das por abelhas ladras (chamadas biologicamente de cleptobióticas,

pelo hábito especializado de roubar pólen e mel de outras abelhas). Com base nessa percepção os autores desenvolveram a ideia de que Ducke-ola ghilianii deveria atuar na defesa de territórios livres de roubo e que dessa forma protegiam colônias na vizin-hança contra os mesmos ataques.

Desenvolvimento da ideia Os pesquisadores localizaram uma colônia de abelha-sem-fer-

rão(Scaptotrigona sp.) que estava sendo atacada por abelhas ladras, as Lestrimelitta rufipes, conhecidas como abelha-limão, e a introduziram em um meliponário onde já existia uma colônia de Duckeola ghilianii. Segundo os autores, no experimento perceberam que as operárias de Duckeola ghilianii rapidamente respondem ao odor produzido pelas abelhas ladras e iniciam uma patrulha e ataque, retirando as ladras de dentro da colônia e impedindo que continuem a saquear. “A presença de comportamento defensivo em gêneros não proximamente relacionados sugere que ele tenha evoluído mais de uma vez”, observam. Considerando esse comportamento os pesquisadores sugerem a criação de espécies nativas resistentes em meliponários de regiões onde elas forem nativas, devido ao potencial de defesa. “O trabalho traz contribuições para entender a evolução do compor-tamento de defesa ao roubo em abel-has e faz inferências sobre manejo de abelhas-sem-ferrão na Amazônia, onde o ataque por abelhas ladras é um fator importante reduzindo a pro-dução de mel”, frisam.

“O trabalho traz con-tribuições para entender a evolução do comportamen-to de defesa ao roubo em

abelhas”Maurico Schwade

| Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência

Pesquisa

Após o fim da pesquisa o local dos estudos continua sendo monitorado.

Foto: Acervo pesquisador

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Page 7: Divulga Ciência - Julho/2013

Copa 2014: Inpa apresenta produtos e frutas da Amazônia com po-tencial de mercado durante evento em ManausO encontro foi promovido pela Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP COPA) Manaus com o objetivo de preparar o mercado local de alimentos para atender a demanda da Copa| Daniel JordanoDa equipe do Divulga Ciência Foto: Eduardo Gomes

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Bueno apresentando alguns produtos feitos pelo Inpa.

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) apresentou, no dia 19, a produtores e empresários do setor de alimentos, os produtos e frutas da Amazônia que possuem po-tencial de mercado. A apresentação ocorreu durante o encontro “Alimen-tos na Copa”, promovido pela Uni-dade Gestora do Projeto Copa (UGP Copa) na sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e tem o objetivo de preparar o setor local de alimentos para atender as de-mandas que serão geradas pela Copa do Mundo de 2014. O coordenador de extensão (COEX) do Inpa, Carlos Bueno, falou aos participantes sobre as pesquisas do Instituto que geraram produtos al-imentícios com potencial econômico para a região. De acordo com Bueno, frutas como camu-camu, cubiu, araçá-boi, pupunha e o mapati (fruta consid-erada a uva da Amazônia), possuem mercado. Ele destacou que o Inpa já tem produtos gerados a partir da pesquisa científica como a farinha de pupunha. “Possuímos 80 patentes das quais 30% são relacionadas a ali-mentos”, afirmou. Bueno apresentou ainda uma tec-nologia que consiste na criação de peixe (matrinxã) em canal de igara-pé. Já o pesquisador do Inpa Nilson Carvalho falou dos produtos feitos após pesquisas com processamento do pescado como hamburger, quibe, panquecas e filé de peixe. Para o pesquisador o evento ajuda a aproximar setor produtivo da pesqui-sa. Ele pediu maior participação do setor privado. “O setor privado precisa estar mais presente”, salientou.

Perspectivas Para o consultor Moisés Leite Mota o encontro realizado pela UGP co-labora para solução de problemas do setor de alimentos. “Antes havia uma lacuna entre a pesquisa e do setor produtivo. Esse tipo de evento colab-ora para uma maior aproximação en-tre os institutos e as empresas para que a sociedade seja beneficiada”, ressaltou.

Segundo o coordenador da UGP Copa Manaus, Miguel Capobiango, produtos da Amazônia podem ser inseridos nos cardápios dos restau-rantes para a copa. “Nossa ideia é apresentar e reapresentar esses pra-tos para que os empresários possam enxergar oportunidade de negócios e ver isso como inovação”, disse A Coordenação de Extensão Tec-nologia e Inovação do Inpa, visa estimular e aprimorar o estímulo à

proteção das criações, assim como facilitar o contato das empresas in-cubadas com a tecnologia desen-volvida nos laboratórios do instituto. Hoje, nove empresas fazem parte da incubadora do Inpa, e participam do processo de transferência de tec-nologia para o setor privado e assim colocar no mercado inovação. A Cia Flora e Amazônia Sócio Ambiental, foram as duas últimas empresas a integrarem a incubadora do instituto.

Divulga C

iência

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Empresas assinam contrato com Inpa durante a cerimônia de comemoração dos seus 59 anos de implantação“O Inpa não faz pesquisas para colecionar, mas sim para benefício de toda população, por isso nos preocupamos em transferir todo conhecimento dos laboratórios para o mercado consumidor”, afirmou o diretor do Inpa, Adalberto Val

Na tarde do dia 30, em comem-oração aos 59 anos de implantação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) foram as-sinados contratos de convênios com as empresas, Cia Flora e Amazônia Sócio Ambiental, que a partir da as-sinatura fazem parte das empresas incubadas pelo instituto. Na oportunidade foi lançado tam-bém o selo que as empresas ligadas à incubadora do Inpa usarão em seus produtos, como forma de identificação visual, para que a transferência de tecnologia do nstituto para o comércio seja devidamente representada. Na solenidade o diretor do Inpa, Adalberto Val, proferiu palavras de agradecimentos a todos aqueles que colaboraram com o instituto e aos que hoje contribuem nas pesquisas e na divulgação de todo trabalho. E res-saltou ainda, a articulação do instituto com o meio produtivo. “Essa transferência de tecnolo-gia que o Inpa faz com as empresas incubadas, nada mais é que uma prestação de contas com a socie-dade, pois dessa forma fazemos a integração das pesquisas desenvolvi-das nos laboratórios do instituto com toda população”, declarou o diretor.

Sobre as empresas A empresa “Cia Flora”, represen-tada por Octavio Nogueira, é uma companhia amazonense de florestas onde objetiva fomentar o manejo flo-restal sustentável de pequena escala junto a pequenos produtores rurais no Amazonas, identificação de produ-tores, realização conjunta das etapas de manejo até a exploração e paga-

mento pelo direito de exploração da madeira. Divulgar e executar a legislação ambiental, é a principal meta da em-presa “Amazônia Sócio Ambiental”, representada por Diego Brandão, além de promover o uso sustentável dos recursos da Amazônia por meio da integração de conhecimentos que atendam aos interesses socioambi-entais. Também durante a cerimônia foi

apresentado as publicações que o instituto lançou este ano: 18 publi-cações do Projeto Fronteiras, “Grupo de Estudos Estratégicos Amazôni-cos - Tomo V”; “Flora da Amazônia no Bosque da Ciência”; e ainda três edições da Revista Acta Amazonica, as últimas edições do jornal “Divulga Ciência” e a revista “Ciência para To-dos”.

Transferência de Tecnologia Em outubro do ano passado, a empresa Hightech Componentes da Amazônia, assinou acordo de trans-ferência de tecnologia do “Água Box”, produto desenvolvido pelo pesquisa-dor do Inpa, Roland Vetter. O projeto de desinfecção de água é um método para proteção contra bac-térias e outros micro-organismo. Essa tecnologia já era testada dentro das instalações do Inpa, e desde 2008, está instalado em cinco comunidades indígenas próximo ao rio Juruá, no Amazonas. A pesquisa dedicou-se a estudar método para desinfecção da água por meio de radiação ultravioleta tipo C. O sistema é capaz de torna águas su-jas de rios e lagos em água potável, livre de germes.

“Essa transferência de tec-nologia que o Inpa faz com as empresas incubadas, nada mais é que uma prestação de contas com a sociedade”

Adalberto Val

| Fernanda FariasDa equipe do Divulga Ciência

Cia Flora e Amazônia Sócio Ambiental, agora fazem parte da incubadora do Inpa.

Tecnolofgia e InovaçãoFoto: Eduardo Gomes

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