DIVIDIDO ENTRE DUAS 'SURUCUCUS'

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Colatina/ES, 11 de abril de 2011. Blog do GAZ CONTOS BARZÍSTICOS DIVIDIDO ENTRE DUAS ‘SURUCUCUS’ Surucucu é o nome popular da Lachesis muta, uma cobra grande e muito venenosa encontrada nas Américas Central e Sul. Aqui, no Brasil, Surucucu é também o apelido dado a muita gente que gosta de fazer intrigas, fofocas, tirar proveito ilícito de situações, passar o semelhante pra trás e... tomar a mulher, ou o homem, do próximo. Em Colatina, em um bairro próximo ao centro da cidade, tem uma dessas ‘cobras’, uma mulher de seus 40 e poucos anos que as vizinhas apelidaram de “Surucucu” pela volúpia da dita cuja em “dar em cima de homens casados”. Pois um companheiro de gole, que vou chamar aqui ficticiamente de João, vizinho da ‘víbora’, se viu em maus lençóis um dia desses, quando o seu celular tocou e sua mulher, antes que ele o fizesse, pegou o aparelho para atender a ligação, mas não sem antes de observar a palavra estampada no visor: “Surucucu”. -O quê?!!!!!!!! Essa piranha ligando pra você, João? -Calma, mulher, não é nada disso tentou ponderar.

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Quem é a cobra mesmo?

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Colatina/ES, 11 de abril de 2011.

Blog do GAZ

CONTOS BARZÍSTICOS

DIVIDIDO ENTRE DUAS ‘SURUCUCUS’

Surucucu é o nome popular da Lachesis muta, uma cobra grande e muito venenosa encontrada

nas Américas Central e Sul.

Aqui, no Brasil, Surucucu é também o apelido dado a muita gente que gosta de fazer intrigas,

fofocas, tirar proveito ilícito de situações, passar o semelhante pra trás e... tomar a mulher, ou

o homem, do próximo.

Em Colatina, em um bairro próximo ao centro da cidade, tem uma dessas ‘cobras’, uma mulher

de seus 40 e poucos anos que as vizinhas apelidaram de “Surucucu” pela volúpia da dita cuja

em “dar em cima de homens casados”.

Pois um companheiro de gole, que vou chamar aqui ficticiamente de João, vizinho da ‘víbora’,

se viu em maus lençóis um dia desses, quando o seu celular tocou e sua mulher, antes que ele

o fizesse, pegou o aparelho para atender a ligação, mas não sem antes de observar a palavra

estampada no visor: “Surucucu”.

-O quê?!!!!!!!! Essa piranha ligando pra você, João?

-Calma, mulher, não é nada disso – tentou ponderar.

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Colatina/ES, 11 de abril de 2011.

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-Tô vendo aqui: “SU-RU-CU-CU”, seu safado! Eu já desconfiava que você e essa vagabunda

‘tavam’ se engraçando um com o outro!

E o celular tocando...

- Atende, amor... –sugeriu João, candidamente, já imaginando que a bronca só iria mudar de

foco.

-Alô – disse a mulher no outro lado da linha.

-Olha aqui, sua puta: com meu marido, não, heim! Vou arrancar seu couro, sua vaca!!!

-O que é isso, minha filha?

-Mãe...

Não se sabe como, mas João está vivo e contando essa história por aí.