DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente...

14
1 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO PANTANAL, CÁCERES, MT SUELY TOCANTINS 1 , RENATO CINTRA 2 e FERNANDO ANTÔNIO FRIEIRO- COSTA 3 RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivo determinar a distribuição espacial da brucelose no gado bovino, em 22 fazendas no baixo Pantanal, do município de Cáceres, Mato Grosso. Foram coletadas amostras de sangue de 1.366 bovinos entre os meses de agosto e dezembro de 1999. Testes sorológicos com antígeno acidificado tamponado (Rosa Bengala) e antígeno de capa lisa foram efetuados para identificar os animais sororreagentes. Essa identificação foi baseada nos parâmetros da Portaria do Ministério da Agricultura N.º 23/1976. Foram encontrados 148 sororreagentes, considerados positivos, distribuídos em dezoito fazendas. A presente pesquisa é o primeiro trabalho que descreve a distribuição espacial da brucelose na região do baixo Pantanal do município de Cáceres, Mato Grosso. Os resultados obtidos vão fornecer subsídios para uma efetiva implantação do plano de erradicação da doença nessa área. A brucelose em bovinos encontra-se distribuída por quase toda a região estudada. Palavras chaves: Brucelose, B. abortus, gado bovino, Pantanal. 1 Médica-Veterinária Profa. M.Sc.. -Universidade do Estado de Mato Grosso - Departamentoto de Ciências Biológicas, 78200-000 Cáceres, MT. Correio eletrônico: [email protected] 2 Biólogo Pesquisador Dr. - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Departamento de Ecologia Caixa Postal 478, 69011-970 Manaus, AM. Correio eletrônico: [email protected] 3 Biólogo Prof. Dr. - Universidade do Estado de Mato Grosso - Departamento de Ciências Biológicas, 78200-000 Cáceres, MT. Correio eletrônico: [email protected]

Transcript of DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente...

Page 1: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

1

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO

PANTANAL, CÁCERES, MT

SUELY TOCANTINS1, RENATO CINTRA2 e FERNANDO ANTÔNIO FRIEIRO-

COSTA3

RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivo determinar a distribuição espacial da

brucelose no gado bovino, em 22 fazendas no baixo Pantanal, do município de

Cáceres, Mato Grosso. Foram coletadas amostras de sangue de 1.366 bovinos entre

os meses de agosto e dezembro de 1999. Testes sorológicos com antígeno

acidificado tamponado (Rosa Bengala) e antígeno de capa lisa foram efetuados para

identificar os animais sororreagentes. Essa identificação foi baseada nos parâmetros

da Portaria do Ministério da Agricultura N.º 23/1976. Foram encontrados 148

sororreagentes, considerados positivos, distribuídos em dezoito fazendas. A presente

pesquisa é o primeiro trabalho que descreve a distribuição espacial da brucelose na

região do baixo Pantanal do município de Cáceres, Mato Grosso. Os resultados

obtidos vão fornecer subsídios para uma efetiva implantação do plano de

erradicação da doença nessa área. A brucelose em bovinos encontra-se distribuída

por quase toda a região estudada.

Palavras chaves: Brucelose, B. abortus, gado bovino, Pantanal.

1 Médica-Veterinária Profa. M.Sc.. -Universidade do Estado de Mato Grosso - Departamentoto deCiências Biológicas, 78200-000 Cáceres, MT. Correio eletrônico: [email protected] Biólogo Pesquisador Dr. - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Departamento de EcologiaCaixa Postal 478, 69011-970 Manaus, AM. Correio eletrônico: [email protected] Biólogo Prof. Dr. - Universidade do Estado de Mato Grosso - Departamento de Ciências Biológicas,78200-000 Cáceres, MT. Correio eletrônico: [email protected]

III Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-econômicos do Pantanal Os Desafios do Novo Milênio De 27 a 30 de Novembro de 2000 - Corumbá-MS
Page 2: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

2

SPATIAL DISTRIBUTION OF BRUCELLOSIS IN BOVINE CATTLE OF THE

PANTANAL, CÁCERES, MT

ABSTRACT: This research had as objective to determine the space distribution of

brucellosis in the bovine cattle, of 22 farms in the low Pantanal region of the city of

Cáceres, Mato Grosso. Between the months of August and December of 1999 1,366

blood bovine samples were collected. Serological tests with acidified antigen (Rose

Bengal) and antigen of flat layer were done to identify the reactive serum animals. This

identification was based on the parameters of the Decree of the Ministry of the

Agriculture Nr. 23/1976. It was found that 148 reactive serum animals, which are

considered positive, distributed in 18 farms. Currently, this research is the first work

that describes the space distribution of brucellosis in the region of the low Pantanal

region of the city of Cáceres - Mato Grosso. The obtained results give to subsidies to

effective conduct an erradication plan for of the illness in this area. Brucellosis in

bovines is distributed in almost all the studied area.

Key words: Brucellosis, B. abortus, bovine cattle, Pantanal.

Page 3: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

3

INTRODUÇÃO

O gado bovino foi introduzido em Mato Grosso na segunda metade do século

XVIII, primeiramente como pecuária de subsistência e, no final do mesmo século, com

a criação das sesmarias, surgiram as primeiras fazendas de gado na região e, desde

então, espalhou-se por todo o Pantanal, como criação extensiva, tornando-se a principal

atividade econômica da região (Embrapa, 1996). Com a introdução do bovino, certas

doenças infectocontagiosas, como a brucelose, também foram introduzidas.

A brucelose está entre as várias enfermidades dos animais (chamadas zoonoses)

que podem ser transmitidas para o homem, afetando diretamente a saúde pública.

Também é uma das denominadas doenças ocupacionais, por atingir, médicos-

veterinários, inseminadores e trabalhadores de fazendas que lidam diretamente com o

rebanho bovino. Afeta também espécies da fauna silvestre, difundindo-se no ambiente

(Acha e Szyfres, 1989). Boeer et al.(1980) mencionaram que a presença de B. abortus

em veados deve-se ao compartilhamento do mesmo pasto pelas duas espécies. Tal fato é

uma ocorrência comum no Pantanal (Mourão, 1996).

Brucella é uma parvobactéria gran-negativa e desprovida de cápsula (Spink,

1956). Reconhecem-se seis espécies: B. melitensis, B. abortus, B. suis, B. neotomae, B.

canis e B. ovis. Nos bovinos, onde também é conhecida como enfermidade de Bang

(Nicoleti, 1980; Corbel, 1985; Acha e Szyfres, 1989), a doença é causada pela B.

abortus (Carter et al., 1988).

O principal sintoma da brucelose bovina em seu estádio agudo é o aborto,

podendo deixar seqüelas, como retenção de placenta, levando a metrites e infertilidade

temporária ou definitiva e, no gado leiteiro, uma queda significativa da produção de

leite (Blood et al., 1979).

O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela

via oral.

Os animais contaminam-se por meio do pasto e água onde está presente a

bactéria, leite contaminado com secreções uterinas, pela urina, fezes de um animal

portador da brucelose, pela pele íntegra ou lesionada, durante a cópula pelo sêmen de

Page 4: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

4

touros contaminados ou por inseminação artificial com sêmen infectado (Blood et al.,

1979; Carter et al., 1988).

O homem pode contaminar-se pela ingestão de leite oriundo de vacas

brucélicas, de não tratado (pasteurizado ou fervido), ou de seus subprodutos, pelo

contato com fetos abortados e seus envoltórios ou secreções vaginais de fêmeas

portadoras da brucelose.

O período de incubação é, usualmente, de 30 a 60 dias. Na vaca prenhe causa

placentite levando ao aborto. O feto produz o eritritol que é capaz de estimular o

crescimento da bactéria, ocorrendo em grande concentração na placenta e no líquido

amniótico (Blood et al., 1979). Na fêmea não prenhe, usualmente a bactéria instala-se

no úbere e nódulos linfáticos adjacentes, sendo eliminada pelo leite. Pode também

localizar-se no fígado, pulmões, baço e medula óssea (Bolívar et al.,1984; Carter et al.,

1988).

No macho, B. abortus pode causar orquite, epididimite, ou se instalar na vesícula

seminal. Abscessos são seqüelas comuns, assim como bursites e artrites (Teixeira et

al.,1998).

Os bovinos raramente desenvolvem a doença na puberdade, podendo

permanecer como portadores até a idade adulta (Teixeira et al., 1998).

No humano, o período de incubação dura de uma a três semanas ou até vários

meses. Os sintomas mais comuns são febre intermitente, suor intenso, astenia, anorexia,

impotência sexual, cefaléia , artralgias e dores generalizadas (Perna et al., 1996).

A disseminação da brucelose entre rebanhos ocorre, geralmente, por causa da

transferência de animais infectados para rebanhos sadios, porém suscetíveis (Blood et

al., 1979).

A bactéria causadora da brucelose é bastante resistente a temperaturas baixas,

salga ou salmoura (Teixeira et al., 1998); na urina, pode sobreviver até 48 dias; nas

fezes, até 75 dias e, na poeira, por 28 dias (Lyra, 1984). Tem baixa resistência a

temperaturas acima de 75°C, à dessecação lenta, à incidência direta do sol (4 horas a 5

horas) (Lyra, 1984).

Embora já tenha sido erradicada em alguns países e eliminada da maior parte do

território de outros (Acha e Szyfres, 1989), a brucelose bovina está distribuída em quase

Page 5: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

5

todo o mundo. Naqueles em que ainda está presente apresenta taxas variáveis, sejam

entre as diversas regiões de um mesmo país, sejam entre diversos países.

Na América Latina, a maioria deles não tem programa de controle da brucelose.

Garcia (1982) publicou informações gerais sobre a prevalência da brucelose nas

Américas. No Brasil, as taxas ficaram entre 2% e 12%.

Estudos sorológicos da brucelose no Brasil revelaram animais reagentes nos

Estados da BA, SP, MG, RJ, RS e em outros Estados (Moura Sobrinho et al., 1998). No

Pantanal de Cáceres, Mato Grosso, não existem estudos a respeito de distribuição

espacial de zoonoses.

A presente pesquisa é o primeiro trabalho que descreve a distribuição espacial da

brucelose na região do baixo Pantanal do município de Cáceres, Mato Grosso. Os

resultados obtidos vão fornecer subsídios para uma efetiva implantação do plano de

erradicação nessa área.

MATERIAL E MÉTODOS

A área de estudo está localizada no município de Cáceres, Mato Grosso (59° W

e 57° W, 16o S e 18o S). Possui uma área aproximada de 33.000 Km² e 40% dessa área

corresponde à região do Pantanal (FIG. 1).

Page 6: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

6

FIG. 1. Mapa da localização da área de estudo.

Está localizada no Pantanal de Cáceres, segundo os tipos de Planícies do

Pantanal (Brasil, 1997). É constituída, essencialmente, por sedimentos arenosos

inconsolidados e semiconsolidados da Formação Pantanal e sedimentos aluviais de

idade holocênica. Este Pantanal passa por um período de inundação moderada ao redor

de seis meses ao ano (Brasil, 1997). As fitofisionomias predominantes são savana

arborizada, savana gramíneo-lenhosa + arborizada e floresta estacional semidecidual

aluvial (Brasil, 1997).

O clima é caracterizado por duas estações distintas: a estação chuvosa (verão),

com temperatura média de 32°C, e estação seca (inverno), com média de 21°C,

ocorrendo geadas ocasionalmente nos meses de julho e agosto (Brasil, 1997).

No baixo Pantanal existiam 26 propriedades com rebanho bovino e onze sem

animais na época da realização desta pesquisa. A localização das fazendas está entre as

coordenadas 58°30'13'' e 57°29'45'' longitude W e 16°22'58'' e 17°32'54'' latitude S.

O período de visita às fazendas, para a localização das sedes por GPS, aplicação

de um questionário para obtenção de dados como área total, área de pasto, número de

Page 7: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

7

invernadas, número de invernadas com gado e rebanho de cada invernada na época da

pesquisa, foi de agosto a dezembro de 1999.

As amostras de sangue de 3% do rebanho de cada invernada utilizada foram

coletadas em 22 fazendas. Tais amostras sofreram centrifugação para a separação do

soro. Os soros foram testados no Laboratório de Saúde Animal de propriedade do

Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA/MT), com duas

provas de reação de soroaglutinação de placa rápida. Primeiro, utilizou-se o teste com

antígeno acidificado tamponado (Rosa Bengala), para triagem dos bovinos

sororreagentes e, em seguida, aplicado o teste com antígeno de capa lisa, para verificar

em quais diluições ocorreriam respostas de formação de grumos, isto é, animais

sororreagentes (Alton et al., 1976). Para considerar os bovinos como positivos para

brucelose, foram utilizados os parâmetros da Portaria Ministerial N.º 23/1976 do

Ministério da Agricultura (Brasil, 1976).

Para a confecção dos mapas das fazendas (FIG. 2) e dos de ocorrências da

brucelose (FIG. 3), foi utilizada a base cartográfica digital da Diretoria de Serviço

Geográfico do Exército (DSG) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na

escala de 1:100.000. Os polígonos representativos das fazendas e invernadas foram

ligados a um banco de dados, possibilitando o cruzamento de informações entre várias

tabelas geradas e sua posterior representação na forma de mapas temáticos, com o

auxílio do software ARCVIEW- GIS versão 3.1. (1998).

Page 8: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

8

FIG. 2. Mapa das fazendas estudadas, no Pantanal de Cáceres, MT.

FIG. 3. Mapa de ocorrências da brucelose nas fazendas estudadas, no Pantanal de

Cáceres, MT.

Page 9: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

9

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A área total das fazendas foi de 318.484 hectares, tendo 172 invernadas

utilizáveis, ocupando 316.450 hectares (99,3%) da área total das fazendas (Tabela 1). O

rebanho bovino foi estimado em 41.728 cabeças (Tabela 2) distribuído em 114

invernadas, ocupando 192.511 ha (60,8%) da área de pasto disponível. Amostras de

sangue de 1.366 bovinos foram coletadas e testadas.

Entre os bovinos testados foram considerados positivos para brucelose 148

cabeças (10,8%) do rebanho coletado (Tabela 2), distribuídos em dezoito (82,0%) das

fazendas em 46 invernadas (26,7%) ocupadas na época das coletas.

A brucelose no rebanho bovino do baixo Pantanal de Cáceres, MT está

distribuída na maioria das fazendas amostradas. Os indivíduos contaminados estão

eliminando a bactéria para o ambiente, com uma possível disseminação no rebanho e

espécies silvestres, apesar de os animais terem uma grande área disponível e ficarem

dispersos, diminuindo a probabilidade de um contato direto com restos de aborto ou

secreções eliminadas por bovinos portadores da doença.

Page 10: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

10

TABELA 1. Características das 22 fazendas amostradas, no Pantanal de Cáceres,

MT.

___________________________________________________________________

Nome N.º Área total Área de pasto Invernadas

(ha) (ha) (nº)

_________________________________________________________________________

Campo Belo 1 7.489 5.962 2

Retiro Novo 2 20.492 20.278 8

Santa Lúcia 3 9.664 6.432 5

Lagoa 4 8.666 6.912 6

São Sebastião 5 43.004 42.931 17

São Francisco 6 3.982 3.782 1

Santa Maria 7 10.093 10.093 1

Tetéia II 8 13.935 6.968 1

Aguacerito 9 61.708 59.039 5

Baía de Pedra 10 2.668 1.940 7

Apoio 11 1.227 115 3

Pirizal 12 5.744 4.348 16

Batuque 13 5.116 2.423 12

Nossa Senhora da Guia 14 3.191 3.178 8

Caranday 15 1.138 727 6

Matão 16 1.410 935 11

Floresta 17 14.087 12.940 12

São Carlos 18 22.888 22.879 18

Santa Terezinha 19 21.318 16.332 12

Santo Antônio 20 21.259 16.758 4

Recreio 21 16.524 13.129 8

Santa Cruz 22 22.931 22.735 9________________________________________________________________________________

Page 11: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

11

TABELA 2. Característica do rebanho das 22 fazendas amostradas, no Pantanal de

Cáceres, MT.

___________________________________________________________________

Nome N.º Rebanho Rebanho Rebanho

total coletado positivo

(n.º cab.) (n.º cab.) (nºcab.)

_________________________________________________________________________

Campo Belo 1 815 26 10

Retiro Novo 2 409 22 0

Santa Lúcia 3 804 25 0

Lagoa 4 1.640 55 5

São Sebastião 5 9.878 309 58

São Francisco 6 330 11 2

Santa Maria 7 1.091 34 4

Tetéia II 8 300 13 2

Aguacerito 9 3.614 106 8

Baía de Pedra 10 773 25 0

Apoio 11 328 13 0

Pirizal 12 1.663 55 1

Batuque 13 1.643 54 8

Nossa Senhora da Guia 14 413 23 3

Caranday 15 340 20 4

Matão 16 578 19 1

Floresta 17 2.720 83 12

São Carlos 18 3.505 121 7

Santa Terezinha 19 3.537 106 5

Santo Antonio 20 1.410 57 2

Recreio 21 1.103 35 1

Santa Cruz 22 4.834 154 15

_________________________________________________________________________

Page 12: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

12

CONCLUSÕES

A brucelose (B. abortus) está presente no rebanho bovino em cerca de 82% das

fazendas estudadas no Pantanal de Cáceres. Foram encontrados em torno de 10% de

bovinos positivos para brucelose na amostra coletada.

Page 13: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACHA, P.N.; SZYFRES, B. Zoonosis y enfermedades transmisibles comunes al

hombre y a los animales. 2.ed. Washington: OMS/OPS, 1989. 890p.

ALTON, G.G.; JONES, L.M.; PIEZT, D.E. Técnicas de laboratório em brucelose. 3.

ed. Genebra: OMS, 1976. 320p.

ARCVIEW-G. Environmental Systems Research Institute. 1998.

BLOOD, D.C.; HENDERSON, J.A.; RADOSTIS, O.M. Medicina veterinária. 5. ed.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1979. 786p.

BOEER, J.W.; CRAWFORD, P.R.; HIDALGO, J.R.; ROBINSON, M.R.. Small

mammals and white-tailed deer as possible reservoir hosts of Brucella abortus.

Journal Wildlife Disiase., v.16, p. 9-24, 1980.

BOLÍVAR, M.J.A.; VÁSQUEZ, R.W.I.; URIBE ISAZA, A.L. Brucelosis en los

animales. Boletin Epidemiologico de Antioquia, v.9, n.2, p. 36-41, 1984.

BRASIL. Ministério da Agricultura. Serviço de Defesa Sanitária Animal. Portaria n.º

23/76, de janeiro de 1976. Atualiza a legislação existente sobre profilaxia de

Brucelose, 1976.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hidricos e da Amazônia Legal..

Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai. PCBAP , v. III. Análise

integrada e prognóstico da Bacia do Alto Paraguai. Brasília: MMA/PNMA, 1997.

369p.

CARTER, G.R.; CLAUS, W.G.; RIKIHISA, Y. Fundamentos de bacteriologia e

micologia veterinária. São Paulo: Roca. 1988. p.180-185.

CORBEL, M.J. Recent advances in study of brucella antigens and their serological

cross reactions. Veterinary Bulletin, v.55, p. 927-942, 1985.

Page 14: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BRUCELOSE NO GADO BOVINO DO ... · O agente etiológico é altamente infeccioso e usualmente entra no organismo pela via oral. Os animais contaminam-se

14

EMBRAPA. Pecuária de Corte do Pantanal. Disponível em:

http://www.cpap.embrapa.br/pecuaria.html. 1996.

GARCÍA, C.C. Situación de la brucelosis bovina em las Américas. 1982. p.147-192

(I.C.A Série Animal Publicación Científica, 1).

LYRA, T.M.P. Epidemiologia da brucelose. Comunicação Cientifica Faculdade

Medicina Veterinaria Zootecnia USP, v.8, n.2, p.177-86, 1984.

MOURA SOBRINHO, P.A.; MOTA, R.A.; CUNHA, E.L.P.; ELOY, A.M.X..

Aglutininas anti-Brucella abortus em caprinos do Estado de Pernambuco. Ciência

Veterinaria Trópical, v.1, n.2, p.109-110, 1998.

MOURÃO, G. Uso de levantamentos aéreos para estudo da distribuição e

abundância de grandes vertebrados no Pantanal mato-grossense. Manaus:

Universidade do Amazonas, 1996. 112p. Tese Doutorado.

NICOLETTI, P. The epidemiology of bovine brucellosis. Advance Veterinary

Science Comp. Med., v.24, p.69-98, 1980.

PERNA, E.B.; FOVI, G.; COMERCI, M.D.; CICCO, A.L.; ADORISIO, E.;

SEBASTIANI, L. Studio sieroepidemiologico dell´infezione brucellare nella

provincia di Campobasso. La Clinica Terapêutica ,v.147, p. 193-198, 1996.

SPINK, W.W. The nature of brucellosis. Mineapolis: University of Minnesota Press,

1956. 231p.

TEIXEIRA, A.C.P.; SOUZA, C.F.A.; SÁ, M.J.S.; RIBEIRO, R.M.P.; OLIVEIRA,

A.L.; SOUZA, R.M. Brucelose - zoonose controlada? Higiene Alimentar, v.12,

n.54, p. 23-25, 1998.