Dissertação Rodrigo
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JLIO DE MESQUITA FILHO
Faculdade de Filosofia e Cincias Campus de Marlia
RODRIGO FLORENCIO DE ATAYDE
AS TICs NO PROCESSO DE FORMAO DE PROFESSORES DE LNGUA
ESTRANGEIRA: CRENAS DE UMA PROFESSORA E DE SEUS ALUNOS
DE GRADUAO
MARLIA
2010
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JLIO DE MESQUITA FILHO
Faculdade de Filosofia e Cincias Campus de Marlia
RODRIGO FLORENCIO DE ATAYDE
AS TICs NO PROCESSO DE FORMAO DE PROFESSORES DE LNGUA
ESTRANGEIRA: CRENAS DE UMA PROFESSORA E DE SEUS ALUNOS
DE GRADUAO
Exame geral de defesa apresentada Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho, como parte dos requisitos para obteno de ttulo de Mestre em Educao. rea de Concentrao 1: Ensino na Educao Brasileira. Linha 03 - Abordagens Pedaggicas do Ensino de Linguagens
Orientadora: Prof. Dr. Mariangela
Braga Norte.
Marlia
2010
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Ficha Catalogrfica
Servio de Biblioteca e Documentao UNESP - Campus de Marlia
Atayde, Rodrigo Florncio de.
A862t As TICs no processo de formao de
professores de lngua estrangeira : crenas de
uma professora e de seus alunos de graduao /
Rodrigo Florncio de Atayde. Marlia, 2010. 144 f. ; 30 cm.
Dissertao (Mestrado em Educao) Faculdade de Filosofia e Cincias, Universidade Estadual Paulista, 2010.
Bibliografia: f. 114-119.
Orientador: Profa. Dra. Maringela Braga Norte.
1. Tecnologia da informao e comunicao Usos e crenas. 2. Lngua estrangeira Formao de professores. 3. Ensino superior Inovaes tecnolgicas. I. Autor. II. Ttulo.
CDD 420.7
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RODRIGO FLORENCIO DE ATAYDE
AS TICs NO PROCESSO DE FORMAO DE PROFESSORES DE LNGUA
ESTRANGEIRA: CRENAS DE UMA PROFESSORA E DE SEUS ALUNOS
DE GRADUAO
Exame geral de defesa apresentada Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho, como parte dos requisitos para obteno de ttulo de Mestre em Educao. rea de Concentrao 1: Ensino na Educao Brasileira. Linha 03 - Abordagens Pedaggicas do Ensino de Linguagens Orientadora: Prof. Dr. Mariangela Braga Norte.
Dissertao para obteno do ttulo de Mestre em Educao
Data de Aprovao: 28/ 07 / 2010 BANCA EXMINADORA Presidente e Orientador: ________________________________________
Prof. Dr. Mariangela Braga Norte Prof. Dr. do Departamento de Cincia da Informao da Faculdade de Filosofia e Cincias Unesp Marlia-SP.
Membro Titular: _______________________________________ Prof. Dr. Cleide Antonia Rapucci Prof. Dr. do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Cincias e Letras Unesp Assis-SP
Membro Titular: ________________________________________
Prof. Dr. Dagoberto Buim Arena Prof. Dr. do Departamento de Didtica da Faculdade de Filosofia e Cincias Unesp Marlia-SP
Local: Universidade Estadual Paulista Faculdade de Filosofia e Cincias UNESP MARLIA-SP.
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Agradecimentos
Maria, Maria
um dom, uma certa magia
Uma fora que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta
Maria, Maria
o som, a cor, o suor
a dose mais forte e lenta
De uma gente que r
Quando deve chorar
E no vive, apenas aguenta
Mas preciso ter fora
preciso ter raa
preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas preciso ter manha
preciso ter graa
preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter f na vida.... (Milton Nascimento e Fernando Brant)
Encontrei em Milton Nascimento minhas sensaes para explicar o tom que
me deram as Marias da minha vida. As Marias Terezas, as Tutas, as Inezes,
as Lenas, as Angelas e tantas outras que marcaram os caminhos que percorri
ao som da mquina de costurar, por dar cor de um esprito transparente que
o corpo traz na essncia de sua alma, pelos tantos pes, bolos e belisces
que me ensinaram como exemplo de um trabalho digno e pela dose mais
forte de carinho, amor e de respeito que demostraram a mim.
Trago um inexplicavel sentimento de gratido, de amor e de carinho pelos
meus pais pela grande oportunidade de viver os prazeres de uma vida
simples tocada pela toada de uma viola sertaneja.
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Ao meu irmo e esposa agradeo a energia recproca que trocamos durante
a realizao de nossos cursos. Ao meu sobrinho que em sua pureza de
criana aprendeu logo cedo que o papai e o titio esto estudando.
Agradeo a Prof. Dr. Mariangela Braga pela pessoa humana que , pela
enorme generosidade e simplicidade com que me recebeu para esta
orientao, ainda pela responsabilidade e confiana que depositou e,
sobretudo pela liberdade de criao que me concedeu.
Agradeo ao professor Eduardo Manzini, pelas contribuies nas questes
metodolgicas, aos professores Dr. Dagoberto Buim Arena, Prof. Dr. Cleide
Antonia Rapucci e Prof. Dr. Stela Miller que gentilmente aceitaram
contribuir para construo deste trabalho.
Mi muchas gracias aos alunos que participaram desta pesquisa, ficaro
lembranas de bons momentos.
professora e amiga Mrcia por me acolher em suas aulas e mostrar-se
transparente, sem medo do desafio de trabalhar com as TICs.
Aos meus amigos Karina, Reinaldo, Milena, Fausto, Breila, Enzo e Adriana
que contriburam doando muitas voltas de alegria e felicidade e a todos que
mesmo de longe compartilharam comigo muitas emoes.
Ao meu grande amigo e companheiro Rmulo que compartilhou grandes
momentos deste trabalho, que este lhe sirva como estmulo em sua
profisso.
No posso esquecer a minha fiel companheira Juanita que me acompanha por
muitos anos dormindo sobre meus ps enquanto estudava e latindo para me
acordar.
A CAPES pelo apoio financeiro que tanto auxiliou na realizao deste
trabalho.
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ABRAZO
Un simple abrazo nos enternece el corazn;
nos da la bienvenida y nos hace ms llevadera la vida.
Un abrazo es una forma de compartir alegras
as como tambin los momentos tristes que se nos presentan.
Es tan solo una manera de decir a nuestros amigos
que los queremos y que nos preocupamos uno por el otro
porque los abrazos fueron hechos para darlos a quienes queremos.
El abrazo es algo grandioso.
Es la manera perfecta para demostrar el amor que sentimos
cuando no conseguimos la palabra justa.
Es maravilloso porque tan slo un abrazo dado con mucho cario,
hace sentir bien a quien se lo damos, sin importar el lugar ni el idioma
porque siempre es entendido.
Por estas razones y por muchas ms...
hoy te envo mi ms clido abrazo.
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RESUMO
ATAYDE, Rodrigo Florncio. As TICs no processo de formao de professores
de lngua estrangeira: crenas de uma professora e de seus alunos de
graduao. 2010. 144 f. Dissertao - (Mestrado em Educao) Faculdade de
Filosofia e Cincias, Universidade Estadual Paulista, Marlia, 2010.
A presente pesquisa, de natureza qualitativa, teve por objetivo observar nas
relaes que graduandos e professores estabelecem com as Tecnologias de
Informao e Comunicao (TICs), suas crenas em relao ao uso das TICs
durante o processo de formao de professores de lngua estrangeira. Para
tanto, buscamos no curso de Letras a disciplina Laboratrio de Lnguas como
ambiente para levantamento das crenas dos graduandos e da professora em
relao ao discurso e ao uso das TICs. Buscou-se, tambm, propiciar
professora e aos alunos participantes atividades prticas com propsito de
observar possveis mudanas das crenas dos envolvidos em relao ao
discurso e ao uso das TICs. Assim, adotamos uma abordagem contextual
(Barcelos, 2001) para o estudo das crenas e, para tal, o contexto histrico,
poltico, ideolgico, cultural e social dos envolvidos. A coleta de dados ocorreu
durante a disciplina Laboratrio de Lnguas ministradas no curso de Letras
durante dois semestres de trinta e seis horas aulas cada. Os participantes
desta pesquisa foram 16 alunos da disciplina e a professora que ministrou as
aulas. Como instrumento para coleta de dados recorrermos aplicao de
questionrios, autobiografias, entrevistas semi-estruturadas realizada com os
alunos e com a professora todas gravadas em udio, observao de aulas,
sesso de visionamento, dirio do pesquisador, gravao de aulas em vdeo e
udio. Os dados revelam que os graduandos e a professora possuem crenas
em comum relao disciplina Laboratrio de Lnguas, pois ora reconhecem a
importncia das TICs numa sociedade altamente tecnolgica, ora apresentam
contradies entre discurso e prtica em relao e ao uso das TICs. No
entanto, possvel notar mudanas positivas nos discurso que apontam
mudanas nas relaes dos graduandos e da professora frente s TICs.
Palavras chaves: Tecnologia da Informao e Comunicao, Lngua
Estrangeira, Crenas.
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Abstract
ATAYDE, Rodrigo Florncio. The ICT in the graduation process as foreign
language teacher: professor and pupils graduation beliefs. 2010. 144 f.
Dissertao - (Mestrado em Educao) Faculdade de Filosofia e Cincias,
Universidade Estadual Paulista, Marlia, 2010.
The present research by qualitative nature had the aim to observe the relations
of the pupils and professors establish with the Information and Communication
Technologies (ICT), their beliefs regarding to the use of ICTs during the
graduation process as a Foreign Language Teachers. Therefore, we searched
in the Language Degree course the Language Laboratory discipline as
environment to raising the pupils and professor beliefs in relation to the speech
and use of ICTs. We searched as well, provide to the professor and pupils
practice activities with the purpose to observe possible changes in the students
beliefs regarding to the speech and use of ICTs. Thus, we adopted a contextual
approach (Barcelos, 2001) to the study of beliefs and the historical, political,
ideological, cultural and social context of the students. The data were collected
during the Language Laboratory disciplines taught in the Language Degree
course during two semesters of thirty six hours each. The participants of this
research were sixteen students of this discipline and the teacher that taught
them. The data were collected through questionnaires, autobiography, semi-
structured interviews realized with the pupils and professor all recorded in
audio, observation in class, viewing sessions, researcher diary, and audiovisual
classes recordings. Data reveals that the pupils and professor have their own
beliefs in common relation to the Language Laboratory discipline; therefore they
know the importance of ICTs in a highly technological society, and however
they present contradictions between speech and practice in relation and use of
ICTs. Nevertheless, it is possible to notice positive changes in the speech that
points to changes in the student and professors relation front ICTs.
Key-Words: Information and Communication Technologies (ICT), Foreign
Language and Beliefs.
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LISTA DE ABREVIAES
PALAVRA SIGLA
Aluno identificado (A primeira letra do nome) (aluno X)
Lngua estrangeira LE
Laboratrio de Lnguas LL
Professora Observada PO
Tecnologias de Informao e Comunicao TICs
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: ......................................................................................................... 34
Quadro 2: ......................................................................................................... 35
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11
SUMRIO
1 Introduo.................................................................................................... 14
1.1 Problematizao e justificativa da pesquisa............................................... 16
1.2 Objetivos..................................................................................................... 17
1.3 Perguntas de pesquisa............................................................................... 18
1.4 Natureza e metodologia da pesquisa......................................................... 18
1.5 Organizaes da dissertao..................................................................... 19
2 Metodologias da Pesquisa.........................................................................20
2.1 Natureza da pesquisa .................................................................................20
2.2 Descrio do Ambiente................................................................................23
2.3 Disciplina Laboratrio de Lnguas............................................................... 25
2.4 Participantes da Pesquisa ......................................................................... 26
2.4.1 Alunos...................................................................................................... 26
2.4.2 professores.............................................................................................. 27
2.5 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados ................................... 28
2.5.1Questionrio ............................................................................................. 29
2.4.2 Entrevista .................................................................................................30
2.5.3 Autobiografias ..........................................................................................32
2.5.4 Sesso de Visionamento .........................................................................32
2.5.5 Observao de aulas ...............................................................................33
2.5.6 Atividades propostas ................................................................................36
2.5.6.1 Mini-curso Informtica da Comunidade ............................................. 36
2.5.6.2 Uma experincia On_line.......................................................................37
2.5.6.2 Elaborao de um Plano de aula..........................................................39
2. 6 Procedimentos de anlise de dados ..........................................................40
3 Fundamentao Terica.............................................................................. 42
3.1 Histrico do curso de Letras .......................................................................42
3.1.2 Viso histrica da informtica na educao............................................ 45
3.1.3 Informtica na educao: tipos de abordagem.........................................47
3.1.3.1 Vises da tecnologia .............................................................................49
3.1.3.2 Abordagem Instrucionista e Construcionista.........................................50
3.1.3.3 Abordagem por ciclos ou espiral............................................................53
3.2 Formao de professores...........................................................................55
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3.2.1 Conceito de Mtodo..................................................................................56
3.2.2 Alguns tipos de Mtodos...........................................................................59
3.2.3 Abordagem Comunicativa.........................................................................61
3.2.4 Abordagem reflexiva e a formao de professores................................. 63
3.2.5 Mdia, Educao e formao de professores.......................................... 68
3.3 Conceito de crenas .................................................................................. 72
3.3.1 Crenas na formao inicial..................................................................... 75
4 Anlise e Discusso dos Dados .................................................................78
4.1 Questionrio ............................................................................................... 78
4.1.1 Questionrio aplicado aos alunos ........................................................... 79
4.1.2 Questionrio aplicado a professora ........................................................ 80
4.2 Entrevistas.................................................................................................. 80
4.2.1 Motivos a cerca da escolha do curso e pela lngua estrangeira.............. 82
4.2.2 Crenas em relao carga horria de LE para formao do
professor........................................................................................................... 89
4.2.3 Crenas sobre a disciplina Laboratrio de Lnguas na formao do
professor de LE................................................................................................. 91
4.2.4 Crenas em relao as TICs para formao em lngua
estrangeira.........................................................................................................94
4.2.5 Mudana de crenas em relao carga horria.....................................95
4.2.6 Contribuies da disciplina laboratrio de lnguas na formao do
professor em LE................................................................................................ 97
4.2.7 Contribuies das TICs na formao do professor em lngua
estrangeira.......................................................................................................102
4.3 Entrevista com a professora da disciplina Laboratrio de Lnguas...........103
4.4 Sesso de Visionamento ......................................................................... 107
4.5 Autobiografias............................................................................................109
5 Consideraes Finais................................................................................ 111
REFERNCIAS ..............................................................................................114
ANEXO A ........................................................................................................120
APNDICE A...................................................................................................122
APNDICE B ..................................................................................................123
APNDICE C ..................................................................................................126
APNDICE D ..................................................................................................127
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13
APNDICE E ..................................................................................................128
APNDICE F ..................................................................................................137
APNDICE G ..................................................................................................138
APNDICE H ..................................................................................................144
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14
1 Introduo
A histria do homem na Terra pautada por seu desenvolvimento social,
intelectual e tecnolgico. De Johannes Gutenberg a Bill Gates, pessoas que
revolucionaram os meios de informao e comunicao no mundo
contemporneo, a humanidade tem evoludo por meio de suas relaes com
seus inventos tecnolgicos, transformando continuamente a prpria histria.
Concordamos com Litto (1999, p. 89) quando diz estamos vivendo uma
transformao que mudar a poltica e a economia do futuro. As tecnologias de
informao e comunicao (TICs) so responsveis por impulsionar uma
verdadeira mudana social, digital. Tal transformao expandiu-se alm mar,
modificando seu conceito, sobretudo seu uso, inundando as salas de aulas
com equipamentos de ltima gerao, mas com remadores pouco preparados
para navegar por esses mares.
Sendo assim, temos a sensao de que os corredores escolares esto
cheios de mquinas de ensinar de Skinner, fileiras de computadores
afundando-se no processo ensino e aprendizagem, muitas vezes esquecidos
num mundo impregnado de informaes advindas de diferentes fontes, onde
somos "educados" por estas novas tecnologias de informao e comunicao a
todo instante (TOSCHI, 2005).
O uso das TICs no sistema educacional como recurso que contribui para
construo do conhecimento individual e coletivo tem sido aligeirado pelas
polticas para o uso das TICs na educao. Moraes (2006) afirma que desde as
suas origens a poltica de informtica e a informtica na educao brasileira
so contraditrias dependentes e subordinadas aos padres internacionais,
no se ocupando em atender aos direitos e necessidades da maioria excluda
da populao, em atender as demandas educacionais, sobretudo as demandas
em relao formao, seja geral ou de capacitao tecnolgica. (MORAES,
2006, p. 16)
Neste contexto, h quem evite ou reduz o uso das TICs na suposio de
que prejudica o processo de ensino e aprendizagem, devido falta de infra-
estrutura tecnolgica nos ambientes educacionais e a falta de polticas, mas
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15
tambm devido formao inicial de professores e suas crenas em relao ao
uso das tecnologias na construo do conhecimento.
Muitos estudos sobre formao de professores de lnguas estrangeiras
(LE) tem sido alvo de pesquisas tanto em contexto nacional encontramos Moita
Lopes (1996); Almeida Filho (1999); Leffa (2001), quanto ao contexto
internacional Richards e Lockhart (1994); Zeichner e Liston (1996); Richards
(1998).
J os estudos acerca de crenas comeam a ser alvo de pesquisas no
exterior por volta da dcada de oitenta e no Brasil em meados de noventa
(BARCELOS, 2004). Barcelos (2001) atenta para os diversos termos para o
conceito de crenas em outras reas do conhecimento como a Psicologia,
Filosofia, Educao e na Lingustica Aplicada.
Para Silva (2007) crescente os estudos sobre o tema, sobretudo na
lingustica aplicada onde o termo pode ser compreendido como conhecimento
metacognitivo (WENDEN, 1986), crenas (WENDEN, 1986), crenas
culturais (GARDNER, 1988), teorias folclrico-lingustica de aprendizagem
(MILLER e GINSBERG, 1995 apud BARCELOS, 2004), cultura de aprender
(ALMEIDA FILHO, 1998) e cultura de aprender lnguas (BARCELOS, 1995),
dentre outros termos empregados para se referir s crenas sobre
aprendizagem de lnguas (SILVA, 2007 p. 242).
De acordo com Barcelos (1995) o desenvolvimento do mtodo de
investigao que de maneira geral, baseia-se na anlise da fala/escrita e das
aes dos participantes, classificado em abordagem normativa,
metacognitiva e contextual. A autora (2000) advoga ainda sobre a necessidade
de estudos contextuais, atentando para a construo de um referencial de
formao inicial de professor que leve em conta a identidade dos contextos
sociais brasileiros.
Embora muitos desses problemas sejam alvos de pesquisas,
pretendemos discutir a incluso das TICs no processo de formao inicial de
professores de lnguas estrangeiras observando as relaes que os
graduandos estabelecem com as TICs e quais os motivos que os levam a
estabelecerem tais relaes. Neste sentido, buscamos compreender nas
relaes que os sujeitos estabelecem com o objeto e como suas crenas
-
16
podem interferir no processo de formao profissional. Desta forma,
consideramos os problemas histricos referente ao processo de formao de
professores, bem como, os motivos abordados pelos graduandos como foras
reguladoras em relao ao uso das TICs na apropriao do conhecimento.
1.1 Problematizao e justificativa da pesquisa
Na literatura sobre formao de professores observa-se que cada vez
maior a quantidade de trabalhos que propem investigar a formao docente,
principalmente na rea do ensino de lnguas estrangeiras. Segundo Celani
(1997), as pesquisas com foco na formao docente despontam por volta da
dcada de oitenta. Nesse momento toda a ateno volta-se para a
aprendizagem, ou seja, para o desenvolvimento formal e consciente da lngua
com embasamento terico obtido atravs da explicitao de regras (BOHN e
VANDRESSEN, 1988).
Durante muitos anos, acreditou-se que o mtodo AGT conhecido como
abordagem da gramtica e traduo era suficiente para que o aluno
compreendesse uma lngua estrangeira e seu uso comunicativo (BOHN e
VANDRESSEN, 1988). Muitas pessoas aprenderam lnguas assim e dessa
forma, foram criando e fixando suas concepes sobre o ensino e
aprendizagem de lngua estrangeira.
O ensino norteado apenas pela gramtica-traduo, no mais o
desejvel nem para os professores, nem para os alunos, alm de descumprir
as orientaes dos PCNs que garantem que aprendizagem de lngua
estrangeira deve contribuir para o processo educacional como todo, muito alm
da aquisio de um conjunto de habilidades lingsticas (BRASIL, PCNs, 1998,
p.37). Por sua vez, a Lei de Diretrizes e Bases para o ensino Fundamental
(LDB - 9394/96) tem por objetivo a formao bsica do cidado mediante a
compreenso do ambiente natural e social, compreenso do sistema poltico,
da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade.
-
17
Ainda de acordo com esses documentos, o uso das TICs deve ocorrer
em todos os nveis de formao. Assim, as TICs assumem papel importante na
formao de professor de LE, segundo (MASSETO, 2003) a tecnologia
apresenta-se como meio, como instrumento para colaborar no desenvolvimento
do processo de aprendizagem.
Dessa forma, compreendemos as TICs como elemento importante na
formao inicial do professor de LE e a sala de aula como ambiente para
observao de interao com base na abordagem contextual em relao ao
uso e apropriao destes elementos como objeto de interao cultural e social.
A opo pela investigao no curso de Letras, mais especificamente a
disciplina de laboratrio de lnguas oferecida no sexto e stimo semestres do
curso, baseia-se principalmente em virtude a proximidade de ingresso no
mercado de trabalho e na importncia privilegiar essa fase, pois segundo
Vieira-Abraho (1999), a formao inicial de professores ainda carece de
contribuies na formao destes profissionais (VIEIRA-ABRAHO, 1999).
Sendo assim, esta pesquisa se justifica pelo fato de poder contribuir para
a formao e reflexo dos graduandos e tambm da professora responsvel
pela disciplina. Nesse sentido, analisar suas crenas facilita compreender como
podem interferir no processo ensino e aprendizagem de lngua estrangeira em
relao ao uso das TICs, alm de contribuir para futuras pesquisas na rea de
ensino de lnguas estrangeiras e tecnologias.
1.2 Objetivo
O objetivo geral desta pesquisa est focado nas crenas dos graduandos e
de uma professora em relao ao uso das tecnologias de informao e
comunicao (TICs), busca-se tambm, fazer um levantamento dessas crenas
com base nos discurso e nas aes dos envolvidos junto as TICs. Pretende-se
contribuir com atividades prticas com intuito de analisar possveis mudanas
no discurso e nas aes pedaggicas da professora e dos graduandos.
-
18
Portanto, para compreender estas relaes e promover modificaes,
necessrio investigar as crenas inferidas do discurso e das aes dos
participantes (BARCELOS, 2001).
1.3 Perguntas de pesquisa:
Com base nos objetivos as perguntas de pesquisa que nortearam a
discusso so:
Quais as crenas dos graduandos e da professora em relao ao uso
das tecnologias de informao e comunicao no processo de formao do
professores de lngua estrangeira?
Quais as possveis modificaes podem ser apontadas no discurso e
nas aes dos participantes em relao ao uso das TICs a partir das atividades
propostas?
1.4 Natureza e metodologia de pesquisa
Adotamos neste trabalho os procedimentos metodolgicos da pesquisa-
ao de cunho qualitativo por julgar mais adequado neste contexto de
pesquisa. De acordo com Bogdan e Biklen (1994), uma pesquisa qualitativa
envolve a obteno de dados descritivos uma vez que o contato entre
pesquisador e pesquisados d-se de forma direta e cuja nfase no processo
e no no produto.
Nessa perspectiva, foi preciso priorizar o trabalho durante as atividades
de reflexo junto aos graduandos partindo de sua atuao sobre o meio.
-
19
Portanto, prope-se uma metodologia para apropriao e construo de novos
conhecimentos. Alm disso, segundo Ldke e Andr (1986), este tipo de
investigao viabiliza ao pesquisador o contato direto e prolongado com o
ambiente e a situao a ser analisada, envolve a obteno de dados
descritivos por meio da interao.
Nesse sentido, foram utilizados nessa pesquisa os seguintes
instrumentos: questionrios fechados aplicados juntos aos alunos e professora,
entrevistas semi estruturadas, observao de aulas, gravaes em udio e
vdeo de algumas aulas que julgamos necessrias, sesso de visionamento,
registros em dirios do pesquisador e autobiografia dos alunos.
1.5 Organizao da dissertao
Esta exposio est organizada em quatro partes subsequentes a esta
introduo, na qual composta pela problematizao, justificativa, objetivos,
perguntas de pesquisa, bem como sua natureza.
A segunda parte dedicada metodologia adotada, ao contexto da
pesquisa, aos participantes envolvidos, os instrumentos e aos procedimentos
para coleta e anlise dos dados.
Na terceira parte, so apresentados os fundamentos tericos que
embasaram esta pesquisa, subdivididos em trs sees. Na primeira, um breve
histrico sobre o curso de Letras no Brasil. Em seguida uma discusso sobre
Informtica na Educao e na formao pr-servio de professores. Por fim,
alguns conceitos sobre crenas e diferentes abordagens de estudo pertinentes
formao de professores buscando compreender sua relao com as TICs.
A anlise dos dados compe a quarta parte, nesta so discutidas as
crenas dos participantes em contexto apresentado, bem como possveis
modificaes das crenas em relao ao uso das TIC que podem ter sido
influncias pelas atividades propostas durante a disciplina.
-
20
Na quinta e ltima parte, so apresentadas as consideraes finais em
relao a todo o processo, suas contribuies sobre a compreenso das
crenas em relao TICs na busca de possveis mudanas.
Por fim, segue as referncias bibliogrficas que fundamentaram esta
pesquisa, os apndices, os modelos de questionrio, modelos de entrevistas e
entrevistas, autobiografias e outras informaes relevantes.
-
21
2. Metodologia de Pesquisa
A metodologia de pesquisa utilizada apresentada em seis sees, a
primeira trata da natureza da pesquisa, a segunda apresenta descrio do
contexto, a terceira apresenta a disciplina Laboratrio de Lnguas, na quarta
esto os participantes da pesquisa, a quinta seo traz os instrumentos para
coleta de dados e por fim, os procedimentos utilizados para anlise dos dados.
2.1 Natureza da Pesquisa
Procuramos neste momento descrever nossa metodologia que deu
suporte para o desenvolvimento da pesquisa. Assim, adotamos os
procedimentos metodolgicos que orientam uma abordagem de pesquisa-ao
de cunho qualitativo por julgar mais adequado neste contexto de pesquisa.
De acordo com Andr (1998), a abordagem qualitativa surge no final do
sculo XIX e tem suas bases na pesquisa social uma vez que os mtodos de
investigao das cincias fsicas e naturais, no so suficientes para
compreender os fenmenos humanos e sociais. Para Bogdan e Biklen (1994)
as pesquisas qualitativas pertenciam a
[...] um campo que era anteriormente dominado pelas questes da mensurao, definies operacionais, variveis, testes de hipteses e estatstica alargou-se para contemplar uma metodologia de investigao que enfatiza a descrio, a induo, a teoria fundamentada e o estudo das percepes pessoais. Designamos esta abordagem por Investigao Qualitativa. (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p. 11)
De acordo com Bogdan e Biklen (1994), uma pesquisa qualitativa
envolve a obteno de dados descritivos uma vez que o contato entre
pesquisador e pesquisados d-se de forma direta e cuja nfase est no
processo e no no produto.
Esta abordagem, tambm chamada de naturalstica ou naturalista por
alguns pesquisadores, busca em sua essncia o estudo de fenmenos em seu
-
22
acontecer natural, pois no envolve manipulao de variveis e tambm no
tem carter experimental (ANDR, 1998, p. 17). Segundo a autora a pesquisa
qualitativa busca: a) interpreta o comportamento humano da perspectiva dos
participantes (professor, alunos e pesquisador); b) explora o ambiente
naturalstico ou natural sem controlar variveis; c) garante validade atravs de
fontes de informao mltiplas (dirios da pesquisadora, notas de campo,
gravaes em udio e vdeo, questionrios e entrevistas); d) no procura
generalizaes alm do contexto da pesquisa; e) tem o foco no processo e tem
flexibilidade, ou seja, no apresenta ciclos lineares, mas fases flexveis.
Segundo Andr (1998, p. 27), na abordagem qualitativa pode-se
encontrar vrios tipos de pesquisas como a etnogrfica, de estudo de caso,
pesquisa participante e pesquisa-ao. Dentre estas, destacamos a pesquisa-
ao e a pesquisa etnogrfica, por considerar grande parte das caractersticas
deste trabalho.
Segundo Thiollent (2001), pesquisa-ao possibilita ao pesquisador
desempenhar um papel ativo diante dos problemas encontrados durante o
acompanhamento das aulas. Portanto, prope-se uma metodologia de ensino e
aprendizagem para apropriao e construo de novos conhecimentos para o
professor. Alm disso, de acordo com Ldke e Andr (1986), este tipo de
investigao viabiliza ao pesquisador o contato direto e prolongado com o
ambiente e a situao a ser analisada, envolve a obteno de dados
descritivos por meio da interao. Thiollent (2001) conclui:
A pesquisa-ao um tipo de pesquisa social com base emprica que concebida e realizada em estreita associao com uma ao ou com a resoluo de um problema coletivo e no qual pesquisador e participantes representativos da situao ou do problema esto envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Desta forma, o pesquisador precisa trabalhar de modo cooperativo e
participativo em sua investigao. Para Andr (1995), o professor enquanto
sujeito de sua prpria ao produtor de conhecimento e deve refletir como se
(re)apropriar do conhecimento para reconstruir sua prtica docente. Andr
(1995) comenta Martins (1989) em relao ao confronto entre formao
acadmica do professor e prtica de sala de aula que gera uma didtica
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23
prtica que envolve pressupostos que precisam ser analisados em
profundidade.
Desta forma, buscamos enfoque no processo dos trabalhos
desenvolvidos durante as aulas, pois no visvamos apenas resultados, mas a
compreenso do comportamento dos envolvidos no processo em relao ao
contexto o qual ocorrem (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 16).
Os referidos autores destacam cinco caractersticas da investigao
qualitativa: (1) a fonte direta de dados o ambiente natural e o investigador o
instrumento principal para coleta de dados; (2) os dados coletados so
descritivos; (3) o interesse do investigador centra-se, sobretudo nos processos;
(4) a anlise dos dados feita pelo investigador de uma forma indutiva; (5) o
investigador interessa-se por compreender o significado que os participantes
atribuem s suas experincias. Nessa perspectiva, preciso priorizar o
trabalho durante as atividades junto aos graduandos e a professora.
Considerando que este trabalho envolve uma variedade de elementos a
serem investigados, encontramos na pesquisa etnogrfica bases
metodolgicas no sentido de analisar um conjunto de crenas e suas possveis
mudanas. Segundo Manzini (2003), para cumprir certos requisitos especficos
da etnografia, preciso longa permanncia do pesquisador em campo, alm do
uso de categorias sociais na anlise de dados. Contudo, com a inteno de
investigar na formao do professor suas crenas em relao ao uso das TICs,
a partir dos trabalhos realizados em sala de aula.
Por esse conceito os participantes da pesquisa representam uma
funo dentro de um domnio cultural mais abrangente, a escola, que por sua
vez se constitui de outras unidades menores, como: eventos de sala de aula,
atividades prticas, reunio de professores, reunio de diretores etc. Assim,
quando discorremos sobre o sentido de domnio cultural, buscamos dialogar
com as ideias de Almeida Filho (1998) e Barcelos (1995) sobre a cultura de
aprender lngua estrangeira.
Nesse sentido, buscamos em Barcelos (2001) uma abordagem para
investigao de crenas sobre aprendizagem de lnguas. A autora apresenta
trs abordagens, uma abordagem normativa que infere as crenas atravs de
um conjunto pr-determinado de afirmaes. A segunda abordagem,
metacognitiva, utiliza auto-relatos e entrevistas para inferir as crenas sobre
-
24
aprendizagem de lnguas. A terceira abordagem, contextual usa ferramentas
etnogrficas e entrevistas para investigar as crenas atravs de afirmaes e
aes (BARCELOS, 2001, p. 75).
Desta forma, buscamos formular as questes de investigao com base
nesta terceira abordagem a qual orienta para a compreenso dos fenmenos
em toda a sua complexidade em seu acontecer histrico. Isto , a situao
pesquisada no precisa ser criada artificialmente, pois esta abordagem
considera o prprio acontecer como desenvolvimento de seu processo de
criao.
Segundo Andr (1998) as tcnicas de observao participante,
entrevista e anlise de documentos para coleta e anlise de dados tambm so
caractersticas da pesquisa etnogrfica. Segundo a autora, a tcnica de
observao participante supe que o pesquisador possui um grau de interao
com a situao estudada, afetando-a e sendo por ela afetado. J na entrevista,
o pesquisador busca aprofundar as questes e esclarecer os problemas
observados e os documentos so utilizados para contextualizar o fenmeno e
completar as informaes coletadas. (ANDR, 1998, p. 28).
Assim, tomamos como base uma metodologia de pesquisa-ao de
cunho qualitativo com bases etnogrficas para coleta de dados e a fim de obter
informaes dos participantes envolvidos nesta pesquisa acerca de suas
ideias, sentimentos, planos, crenas, bem como origem social, educacional e
financeira (FINK; KOSECOFF, 1985, apud GUNTHER, 1999, p. 231).
2.2 Descrio do Ambiente
Descrever o ambiente bem como os procedimentos de coleta de dados,
naturalmente, no uma tarefa fcil, pois envolve muitos fatores que interferem
na descrio. O ambiente deve ser compreendido como espao onde a
interao entre os participantes e pesquisador torna-se um momento nico.
Desta forma, limitamos a apresentar alguns desses fatores que caracterizam
este ambiente.
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25
Com base nos autores e teorias que apontamos nas sesses anteriores,
pretendo posicionar o pesquisador deste trabalho no ambiente de coleta de
dados. Buscamos nos princpios ticos a base principal para realizao desta
investigao. Portanto, antes de percorrer os corredores da instituio e
descrever um local fsico, situaes descontextualizadas e a interao desses
elementos, apresentamos o projeto de pesquisa e o termo de consentimento
(Apndice A), pedimos autorizao ao responsvel pela instituio onde
ocorreu esta pesquisa e tambm aos graduandos e professor envolvido.
Salientamos ainda que esse trabalho esta de acordo com as normas do comit
de tica da Faculdade de Filosofia e Cincias Unesp campus de Marlia.
A coleta de dados ocorreu em uma fundao municipal de ensino
superior, Faculdade de Tecnologia de Birigui (Fateb), localizada no municpio
de Birigui, a noroeste do Estado de So Paulo.
Esta instituio foi criada atravs da Lei Municipal n 2255 de 07 de maio
de 1985, com o objetivo de implantar cursos superiores relacionados rea de
produo caladista e tambm de suporte tecnolgico aos demais setores,
visando formao de mo-de-obra qualificada e desenvolvimento de
tecnologias. Assim, foram criadas condies para o desenvolvimento dos dois
primeiros cursos superiores da cidade sendo Administrao de Empresas e
Bacharel em Informtica.
Em Setembro de 2000, foram protocolados projetos de dois novos
cursos: Licenciatura em Cincias Biolgicas e Licenciatura em Letras
Portugus/Ingls e Literaturas e Portugus / Espanhol e Literaturas. O curso de
Letras foi aprovado por parecer CEE 123/03, publicado em D.O.E de
11/04/2003, homologado pela Secretaria da Educao em 23/04/2003, e
instalado em 02/02/2004, sendo que este ano de 2009 forma-se a segunda
turma do curso de Letras. O curso de Cincias Biolgicas foi aprovado em
primeira fase, mas no foi instalado at o presente momento por deciso da
Mantenedora.
Atualmente a instituio possui seis cursos de formao superior sendo:
trs cursos em licenciatura: Matemtica, Pedagogia, Letras e trs cursos em
Bacharel: Sistema de Informao, Administrao de Empresas e Desenho
Industrial respectivamente. Cabe lembrar que existem algumas turmas
concluindo o curso de Bacharel em Informtica.
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26
O espao geogrfico desta instituio contabiliza dois campi, o primeiro
e mais antigo, composto por quatro pavilhes. No primeiro h seis salas de
aulas dedicadas ao curso de Letras, o segundo com mais seis salas de aulas
dedicadas aos cursos de Matemtica e Bacharel em Informtica, o terceiro
dedicado aos cursos de Sistema de Informao e Desenho Industrial, o qual
possui uma marcenaria e o ltimo aos cursos de Pedagogia e Administrao de
Empresas. H tambm uma biblioteca que ocupa uma rea total de 228 m2,
composta por duas salas de estudo e o restante do espao destinado ao
acervo de livros e publicaes peridicas, rea de estudo, rea administrativa e
rea com computadores. Consta com um acervo de aproximadamente 12.300
obras (livros, dicionrios, enciclopdias, catlogos, manuais, monografias,
dissertaes, teses, e materiais audiovisuais) e 7.000 fascculos de publicaes
peridicas.
Existe ainda um polo de informtica o qual composto por trs
Laboratrios de Informtica composto por aproximadamente 30 computadores
Windows XP 2003, projetor multimdia, fones de ouvidos, caixas de som
individuais e uma coletiva, microfones alm de alguns CD-ROM em cada
laboratrio. H tambm um laboratrio de fotografia, udio e vdeo para uso
comum.
O segundo campus formado por mais trs laboratrios de Informtica,
especifico para os cursos de Desenho Industrial, Sistema de Informao e
administrao de Empresa.
2.3 Disciplina Laboratrio de Lnguas
A coleta de dados para esta pesquisa ocorreu em dois semestres letivos
do curso de Letras. A grade curricular do curso de Letras da referida faculdade
composta pela disciplina Laboratrio de Lnguas, tal disciplina ministrada
para os graduandos das habilitaes em lnguas estrangeiras: Espanhol e
Ingls. A disciplina oferecida durante o sexto e stimo semestre do curso e
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27
ministrada para as duas habilitaes juntas. Segue em anexo ementa da
disciplina (Anexo A).
A coleta ocorreu junto professora da disciplina e aos graduandos que
iniciavam o sexto semestre do curso de Letras e os acompanhou at o final do
stimo semestre. Cronologicamente o primeiro semestre da disciplina teve seu
inicio em 07 de agosto de 2008 e seu trmino em 04 de dezembro de 2008, j
o segundo semestre iniciou em 10 de fevereiro de 2009 e trmino em 24 de
junho de 2009.
Cada semestre da disciplina compe 36 horas aulas sendo ministrada
uma vez por semana, com duas horas aulas de durao, totalizando 72 horas
no decorrer dos dois semestres.
As aulas podem ser ministradas na sala de aula ou no laboratrio de
informtica descrito anteriormente de acordo com o interesse do professor.
Esta disciplina baseada nas orientaes do Ministrio da Educao e Cultura
(MEC) que traz esta disciplina citada no currculo mnimo obrigatrio para os
cursos de Letras.
Ao contrrio do que se imaginam, as velhas cabines dos laboratrios de
lnguas estrangeiras foram substitudas por computadores de ltima gerao,
mas suas prticas continuam sendo conduzidas de maneira dogmtica. Esta
disciplina busca romper com as barreiras impostas pelo ensino pautado na
gramtica, busca na interao com o outro e com as tecnologias suporte para
formao profissional e aprendizagem da lngua alvo.
2.4 Participantes da pesquisa
Os participantes envolvidos nesta pesquisa so 16 graduandos do curso
superior em Letras e a professora que ministrou as aulas de laboratrio de
lnguas. A seguir apresentamos os participantes separadamente.
2.4.1 Alunos
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28
Os graduandos participantes desta pesquisa so treze mulheres sendo
duas alunas reprovadas na disciplina, conta ainda com a participao de trs
homens. Dos dezesseis graduandos quatorze optaram pela habilitao em
Lngua Espanhola e apenas dois em Lngua Inglesa.
Os graduandos que participaram da pesquisa possuem idades variadas
entre vinte e dois anos a quarenta anos de idade, possuem diferentes domnios
culturais, sociais e econmicos. Alguns participantes terminaram o ensino
mdio e imediatamente ingressaram no curso superior, outros estava h mais
de 15 anos sem estudar. Contudo, no podemos deixar de lembrar que so
pais de famlias, so mes, filhos, trabalhadores, so estudantes brasileiros em
busca de sua formao ou talvez em busca do simples desejo, o sonho de ser
professor.
Cabe esclarecer que na grade curricular do curso de Letras a no
primeiro semestre do curso a disciplina Introduo a Informtica com durao
de 36 horas aula. Embora, esta disciplina faa parte da grade curricular alguns
graduandos tm dificuldade em manusear o computador. Podemos comprovar
este fato tanto nas respostas das entrevistas, quanto dos questionrios. Por
isso, elaboramos e oferecemos aos graduandos um mini-curso Informtica da
Comunidade, alm de atividades a pedido da professora, as quais
apresentaro no item 2.5.6.
2.4.2 Professor
Com o intuito de contextualizar os participantes desta pesquisa,
buscamos conhecer a professora da disciplina laboratrio de lnguas. Para
tanto, aplicamos um questionrio inicial para levantamento de dados
preliminares, durante os semestres realizamos uma entrevista, aplicamos uma
autobiografia alm da observao das aulas, a fim de levantar as crenas no
discurso da professora.
Com estes instrumentos foi possvel levantar a formao da professora
observada, a mesma cursou ensino fundamental e mdio em uma escola
-
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pblica localizada no interior do Estado de So Paulo, cidade esta em que
mora e trabalha atualmente (2010). Em 2002 concluiu curso de Letras
licenciatura plena em Portugus/Espanhol pela Universidade Estadual Paulista
Julio de Mesquita Filho (UNESP) cmpus de Assis. No ano seguinte iniciou
um curso de especializao na mesma instituio em que se graduou, a
mesma realizou ainda alguns cursos de aperfeioamento em lngua espanhola
no Uruguai e Argentina. No primeiro semestre de 2009 iniciou seu curso de
mestrado em literatura comparada em lngua espanhola pela Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) cmpus de Trs Lagoas.
A referida professora leciona acerca de oito anos ministrando as
disciplina de lngua portuguesa em uma escola pblica e lngua espanhola em
um colgio particular e escolas de idiomas. Alm disso, leciona a quatro anos
na Faculdade de Tecnologia de Birigui (FATEB) instituio onde foi realizado
este trabalho de pesquisa, ministrando as disciplina de lngua espanhola,
lingstica aplicada ao ensino de lnguas estrangeiras e a disciplina de
laboratrio de lnguas.
2.5 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
Pesquisas qualitativas exigem um tratamento diferenciado em relao
aos instrumentos e procedimentos para coleta de dados. De acordo com
Romanelli (1998), Silverman (2000) entre outros, necessrio manter longa
permanncia do pesquisador no ambiente pesquisado. Sendo assim, a coleta
de dados ocorreu em dois semestres letivos o qual teve inicio em agosto de
2008 e trmino em julho de 2009.
A coleta de dados ocorreu durante os dois semestres da disciplina
laboratrio de lnguas, primeiro buscamos levantar as crenas dos graduandos
e da professora a partir do discurso e das aes dos participantes em relao
s tecnologias de informao e comunicao no processo de formao de
professor de LE, mais especificamente com o computador e seus recursos
como Internet. Tambm, buscamos observar possveis mudanas das crenas
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30
no decorrer dos dois semestres, sobretudo aps algumas atividades propostas
em conjunto com a professora do grupo.
Durante os dois semestres em que a disciplina foi ministrada foram
aplicados nos participantes da pesquisa os seguintes instrumentos e
procedimentos para coleta de dados: questionrios com perguntas fechadas e
abertas, entrevistas semi estruturadas, autobiografias e uma sesso de
visionamento. As notas de campo, observao de aulas, gravaes de aulas
em udio e vdeo buscam obter dados da prtica dos envolvidos em sala de
aula.
Elaboramos tambm, a pedido da professora, algumas atividades
prticas e desenvolvidas junto aos graduandos e so apresentadas aqui como
instrumentos de coletas de dados, pois foi possvel observar mudanas no
discurso e nas aes dos participantes. Outros instrumentos tambm foram
utilizados para acompanhamento das atividades realizadas tanto em sala de
aula quanto no laboratrio de informtica.
2.5.1 Questionrio
Segundo Vieira-Abraho (2006) um questionrio pode conter perguntas
fechadas e abertas. Para Gnther (1999), o questionrio utilizado como
instrumento na coleta de dados, pode ser definido como um conjunto de
perguntas sobre um determinado tpico que no testa a habilidade do
respondente, mas busca sua opinio, seus interesses, aspectos de
personalidade e informaes bibliogrficas (GNTHER, 1999, p. 232).
Neste trabalho, utilizamos tambm como mtodo para levantamento de
dados um survey, termo em ingls para questionrio com perguntas fechadas,
pois este permite coletar informao de pessoas acerca de suas ideias, planos,
bem como origem social, educacionais e financeiros (FINK; KOSECOFF, 1985,
apud Gunther, 1999).
O questionrio foi elaborado com a ferramenta Google docs publicado
pelo site da Google em 21 de agosto de 2008 no seguinte endereo
eletrnicohttp://spreadsheets.google.com/embeddedform?key=phLuGjHnEbVN
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31
nbv4yBWemag (ltimo acesso dia 14/05/2010) (Apndice B). Com esse,
buscando levar alguns dados preliminares que julgamos necessrios. Dos
dezesseis graduandos que participaram da pesquisa apenas um aluno no
respondeu o questionrio.
2.5.2 Entrevistas
O uso de entrevistas destaca-se na coleta de dados, pois permite aos
respondentes expressarem livremente, bem como decidirem o que dizer e
como faz-lo (Manzini, 2003, p. 23). Desta forma, foi organizado um roteiro de
entrevista semi-estruturada, composto por questes abertas como ferramentas
para coleta de dados e organizadas em categorias temticas (Manzini, 2003).
Nesta pesquisa foram realizadas duas entrevistas com a proposta de
coletar dados. A primeira entrevista ocorreu na segunda quinzena de junho de
2008, antes de iniciar o primeiro semestre da disciplina Laboratrio de Lnguas,
pois buscvamos levantar as crenas dos participantes em relao s TICs,
sobretudo em relao ao computador, suas ferramentas e aplicativos. Uma
segunda entrevista foi aplicada em julho e agosto de 2009 aps o trmino do
segundo semestre da disciplina. Esta buscou verificar o desenvolvimento dos
alunos e possveis mudanas das crenas em relao formao dos
graduandos frente s TICs.
A escolha pela entrevista semi-estruturada se deu pela necessidade de
buscar maiores informaes que possibilitam ao graduando relatar sobre suas
expectativas em relao ao curso, sua formao profissional e sua relao com
as TICs, mas, sobretudo, possibilita ao pesquisador observar nesses dados
fatores que esto intrinsecamente relacionados sua formao sociocultural.
Rea & Parker (2000), alertam que o pesquisador deve estar familiarizado
com a populao a ser pesquisada em termos de escolha de palavras,
expresses coloquiais e do jargo a ser usado nas perguntas. Nesse sentido,
os participantes da pesquisa representam uma funo dentro de um domnio
cultural mais abrangente, a escola, que por sua vez se constitui de outras
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32
unidades menores, como: eventos de sala de aula, reunies de pais, reunio
de professores, reunio de diretores etc.
Considerando que este trabalho envolve uma variedade de elementos a
serem investigados, optou-se por entrevistas a fim de verificar as crenas e
analisar suas possveis mudanas em relao ao uso das TICs durante a
disciplina de Laboratrio de Lnguas, onde os dados coletados foram utilizados
como instrumentos para anlise, pois segundo Romanelli (1998) no
decorrer da entrevista, no apenas o pesquisador que penetra na existncia do outro; tambm este avalia o interlocutor e constri uma imagem dele, atribuindo-lhe uma identidade. (ROMANELLI, 1998, p. 126).
Assim, foi elaborado um roteiro piloto de entrevista semi-estruturada
(Apndice C) com o intudo de testar o roteiro, submetemos o mesmo anlise
de trs juzes a fim de verificar falhas ou lacunas no instrumento que
possibilitariam dar dupla interpretao dos assuntos abordados nas questes,
conseqentemente, deturparia as respostas (Manzini, 1990/1991). Aps a
anlise e verificao do roteiro pelos juzes, aplicamos a entrevista teste em
dois alunos do quinto semestre do curso de Letras sendo um graduando em
lngua inglesa e outro em lngua espanhola.
Desta forma, para chegar ao roteiro definitivo da entrevista (Apndice D),
foi necessrio ter claro a proposta do tema do projeto e somente aps da
aplicao da entrevista piloto e definida as questes e aplicamos a entrevista
nos outros alunos. Cabe esclarecer que dos dezesseis graduando apenas um
no deu entrevista.
No entanto, para a aplicao deste instrumento de coleta de dados, foi
necessrio que os participantes autorizassem a gravao da entrevista
concordando com os itens presentes no termo de consentimento livre e
esclarecido (Apndice A) para que pudssemos grav-las em udio. Aps a
realizao das entrevistas, as mesmas foram transcritas de acordo com os
procedimentos apontados por Marcuschi (1986) (Apndice E).
Assim, a escolha pela entrevista semi-estruturada se deu pela
necessidade de buscar maiores informaes que possibilitassem aos
graduando e a professora relatarem sobre suas expectativas em relao ao
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33
curso, sua formao profissional e sobre os aspectos lingsticos
comunicativos.
2.5.3 Autobiografias
Alm das entrevistas e da observao participante, muitos dados podem
ser obtidos de maneira menos formal, pois segundo Gil (1996), anlise
qualitativa depende de fatores tais como a natureza dos dados coletados, a
extenso da amostra, os instrumentos e os pressupostos tericos que norteiam
a investigao.
Assim, aps o perodo de observao, pedimos aos graduandos que
redigissem uma autobiografia na busca de averiguar fatos que marcaram sua
vida em relao lngua estrangeira. Este objeto de coleta foi baseado na
proposta de Johnson (1999) e aplicado em 30 de junho de 2009.
De acordo com Johnson (1999), traamos algumas orientaes para a
realizao da autobiografia (Apndice F), abordamos alguns assuntos que
versavam sobre experincias na vida escolar, aulas que julgavam boas ou
ruins, o que seria uma boa aula, buscou tambm levantar temas sobre a
relao dos participantes com as TICs, com o computador e aspectos que
acreditam que favorecem ou dificultam o uso das TICs em sala de aula. Dos
dezesseis alunos, oito redigiram a autobiografia.
2.5.4 Sesso de Visionamento
Segundo Vieria-Abraho (2006) chamado de sesso de visionamento
o momento em que o pesquisador trs para o grupo pesquisado uma gravao
em vdeo de um momento importante do grupo para que possam observar e
refletir sobre suas aes e discursos a respeito de um determinado assunto ou
situao.
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Neste trabalho foi utilizada uma sesso de visionamento, nela buscamos
mostrar aos participantes uma das aulas observadas e gravaes em vdeo
com o intuito de instigar o graduando sobre suas prprias aes e gerar
possveis reflexes acerca das mesmas (VIEIRA-ABRAHO, 2006).
A realizao desta sesso de visionamento ocorreu dia 06 de maio de
2009, nesta apresentamos uma aula gravada em vdeo no do dia 10 de maro
de 2009, nela os graduandos apresentaram uma atividade que versava sobre a
realizao de planos de aulas cujo tema era: Aula de lngua estrangeira para
turmas iniciais ou intermedirias. Esta atividade apresentada com mais
detalhes no item 2.5.6.2 Elaborao de um Plano de aula.
Para realizao desta gravao, seguimos as orientaes de Vieira-
Abraho (2006, p.227) a respeito de gravaes para sesso de visionamento
as quais compem: a) obteno de permisso para a filmagem de todos os
participantes e responsveis por menores; b) considerao de dados obtidos
por esse instrumento aps total familiarizao entre pesquisador e informantes.
Portanto, nossa gravao s ocorreu aps oito meses de trabalho junto aos
participantes, com autorizao de todos e participao da professora
responsvel pelo gripo.
Neta sesso os participantes puderam observar suas prticas em sala
de aula, pois ao apresentar seus planos os graduandos vivenciaram momentos
de prtica em sala de aula como professores. Esta sesso de visionamento
tambm foi gravada em vdeo com intuito de garantir maiores informaes
sobre este momento, sobre os comentrios da professora da disciplina e dos
prprios graduandos em relao a sua atuao como professor. Portanto,
sesses de visionamento possibilitam aos participantes momentos de reflexo
sobre seu discurso e suas prticas.
2.5.5 Observao de aulas
Segundo Vieira-Abraho (2006) existe dois tipos de observao, h a
observao participante e a no participante. Na primeira existe interferncia
direta ou indireta do pesquisador, j na segunda observao no-participante o
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35
papel do pesquisador observar e registrar suas impresses mantendo-se
distante dos participantes da pesquisa. Assim, consideramos que este trabalho
enquadra-se na primeira proposta de observao.
No decorrer do segundo semestre de 2008 foram observadas 36 aulas
com durao de cinqenta minutos cada aula. As aulas foram ministradas as
quintas-feiras das 21h00min horas at as 22h40min. J no primeiro semestre
de 2009 tambm foram observadas as 36 aulas de cinqenta minutos cada.
Entretanto, as dez primeiras aulas foram ministradas as teras-feiras das
19h00min horas s 20h50min. O restante das aulas foi ministrado s quartas-
feiras das 21h00min horas s 22h40min.
A seguir elaboramos duas tabelas uma por semestre para apresentar o
cronograma das aulas da professora observadas pelo pesquisador. O
cronograma conta tambm com as atividades elaboradas pelo pesquisador em
conjunto com a professora responsvel. As atividades foram elaboradas a
pedido da professora e tambm por alguns graduandos visto que tinham
necessidade de compreender melhor as TICs
Cronograma das aulas observadas no segundo semestre de 2008
Agosto Dia Aula/Durao Tpicos das aulas
07/08/08 1 e 2 total de 120
Aula acerca dos instrumentos oferecidos pela rede e busca de cursos grtis de lnguas. A professora justificou a presena do pesquisador em sala e o mesmo apresentou esta proposta de trabalho
14/08/08 3 e 4 total de 120
Atividade de udio para pronncia, fontica e fonologia de vocbulos e frases.
21/08/08 5 e 6 total de 120
Aplicao do questionrio pela ferramenta Google docs Busca na internet de cursos grtis em espanhol e ingls. Inicio do curso via on line. (Curso elaborada pelo pesquisador e pela professora.)
28/08/08 7 e 8 total de 120
Realizao do curso on line.
Setembro 04/09/08 9 e 10 total de 120
Realizao do curso on line.
11/09/08 11 e 12 total de 120
Realizao do curso on line e avaliao do curso.
18/09/08 13 e 14 total de 120
Pesquisa critica sobre a obra El Lazarillo de Tormes e Romeo e Julieta. Elaborao de uma apresentao em Power point e vdeos para apresentao na semana cultural.
25/09/08 15 e 16 total de 120
Elaborao da apresentao em Power point e vdeos para apresentao na semana cultural.
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Outubro 02/10/08 17 e 18 total de 120
Preparao para prova, reviso dos tempos verbais e pronncia.
09/10/08 19 e 20 total de 120
Avaliao regimental.
16/10/08 21 e 22 total de 120
Pesquisa sobre Educao a Distancia e sobre e-learning e cursos superiores que oferecem esta modalidade, avaliao destes cursos.
23/10/08 23 e 24 total de 120
Investigao e preparao de um seminrio sobre a cultura de pases de lngua espanhola e inglesa para apresentao na Semana Cultural organizada pela coordenao da faculdade.
30/10/08 25 e 26 total de 120
Prtica oral para apresentao do seminrio na Semana Cultural.
Novembro 06/11/08 27 e 28 total de 120
Semana Cultural Formao cultural do professor. Apresentao das atividades.
13/11/08 29 e 30 total de 120
Discusso sobre as TICs como apoio para compreenso auditiva como elemento de formao do professor.
20/11/08 31 e 32 total de 120
Atividade de udio e-book, interpretao de histrias literrias.
27/11/08 33 e 34 total de 120
Finalizao das atividades do e-book.
Dezembro 04/12/08 35 e 36 total de 120
Avaliao regimental final.
Quadro 1: Cronograma das aulas observadas no segundo semestre de 2008
Cronograma das aulas observadas no primeiro semestre de 2009
Fevereiro Dia Aula / Durao Tpicos das aulas
10/02/09 36 e 38 total de 120
Primeira aula: Compreenso auditiva dos textos: os alunos deveriam selecionar texto, ouvir-los e fazer um relatrio. Segunda aula: Busca de sites para elaborao de planos de aulas para nvel inicial e intermedirio. Uso de internet.
17/02/09 39 e 40 total de 120
Trabalho para resoluo de exerccios de fontica e fonologia. Seleo de temas para os planos de aulas de lngua.
Maro 03/03/09 41 e 42 total de 120
Atividades gramatical, textual e udio preparatrio para prova D.E.L.E e TOEFL, nvel Intermedirio uso de internet.
10/03/09 43 e 44 total de 120
Exposio em sala de aula dos planos de aula de espanhol para alunos iniciantes e intermedirios.
17/03/09 45 e 46 total de 120
Compreenso auditiva, exerccios variados de fontica e fonologia preparatrios para D.E.L.E. e TOEFL.
24/03/09 47 e 48 total de 120
Pesquisa gramatical realizada na internet Espanhol:www.estudarespanhol.com.br Ingls: http://www.bbc.co.uk/ worldservice/learningenglish/language/
31/03/09 49 e 50 total de 120
Continuao da atividade anterior. Professora fez avaliao das atividades com udio e escrita.
Abril
07/04/09 51 e 52 total de 120
Trabalho de compreenso auditiva por meio de CD e depois por vdeo em DVD.
14/04/09 53 e 54 total de Avaliao regimental
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120 28/04/09 55 e 56 total de
120 Exerccio oral e de escuta preparatrio para o D.E.L.E e TOEFL com uso de CD e texto escrito.
Maio 06/05/09 57 e 58 total de 120
Sesso de Visionamento com os graduando sobre os planos de aulas apresentadas no dia 10/03.
13/05/09 59 e 60 total de 120
Compreenso auditiva e de leitura de atividades na internet pr-selecionadas pela professora.
20/05/09 61 e 62 total de 120
Trabalho sobre as habilidade e competncias de compreenso auditiva e de expresso escrita.
27/05/09 63 e 64 total de 120
Atividade de escrita de compreenso de udio sobre textos em e-book.
Junho 03/06/09 65 e 66 total de 120
Exerccio na internet de compreenso auditiva e escrita dos textos em e-book.
10/06/09 67 e 68 total de 120
Algumas atividades de udio e de gramtica desenvolvidas na internet para preparao da prova.
17/06/09 69 e 70 total de 120
Avaliao regimental final
24/06/09 71 e 72 total de 120
Prova D.E.L.E Nivel intermedirio.
Quadro 2: Cronograma das aulas observadas no primeiro semestre de 2009
2.5.6 Atividades propostas
As atividades realizadas durante a disciplina foram elaboradas pela
professora responsvel pela disciplina. Entretanto, elaboramos algumas
atividades em conjunto com a professora. Outras atividades foram elaboradas
e aplicadas pelo pesquisador com autorizao da professora. A seguir
apresentaremos estas atividades com maiores detalhes.
2.5.6.1 Mini-curso Informtica da Comunidade
Logo no inicio desta investigao, notamos que as tecnologias, mais
especificamente o computador era para alguns alunos objeto que causava
pavor verdadeiro pnico mesmo (aluno V entrevista realizada em 31/07/08).
Encontramos falas semelhantes a esta em outras entrevistas, entretanto, de
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38
acordo com o questionrio (Apndice B) respondido pelos graduandos
obtivemos repostas divergentes e que podem ser comprovadas pela
observao do pesquisador nas prticas dos graduandos. Este curso foi
elaborado com o propsito de oferecer aos graduando um pouco mais de
segurana no manuseio do computador, suas ferramentas, bem como os
recursos da internet. No entanto, para realizao do mesmo, foi necessrio
autorizao da coordenao e da direo da instituio.
A durao deste mini-curso foi de 10 horas aulas ministradas durante
cinco sbados, de 13 de setembro a 11 de outubro de 2008, das 14 horas s
16 horas. Os encontros aconteciam no laboratrio de Informtica da prpria
faculdade equipado com 30 computadores. Participaram deste desta atividade
18 alunos sendo 10 alunos do curso de Letras e 08 alunos do curso de
Pedagogia.
preciso esclarecer que esta atividade foi oferecida para auxiliar os
graduandos nas dificuldades que tinham em operar a mquina. Desta forma,
sugerimos aos participantes que trabalhassem em duplas e escolhessem um
tema de interesse comum para desenvolvermos durante os encontros e
apresentado no ltimo encontro.
As duplas utilizavam ferramentas de busca na internet, ferramentas
operacionais do Windows Explore, Power Point, editor de texto entre outros.
Nosso objetivo era oferecer oportunidades de uso efetivo tanto das ferramentas
que o computador oferece quanto dos recursos disponibilizados pela internet.
De forma geral, buscamos em nossos encontros atentar para as
dificuldades que os participantes tinham em relao ao uso da mquina. Assim,
nossos encontros no eram apenas para coleta de dados, embora, conscientes
de que ocorreram interferncias nas relaes de uso com a mquina.
2.5.6.2 - Uma experincia On_line
O sonho e o desejo de ser professor talvez seja a resposta para esta
proposta de trabalho, pois ser professor em meio a uma revoluo tecnolgica
exige compreender uma nova gerao de leitores digitais e tambm de
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excludos digitais. Contudo, com a introduo das tecnologias de informao e
comunicao (TICs) no sistema educacional h quem evite ou reduz seu uso
na suposio de que prejudica o processo ensino/aprendizagem, talvez devido
falta de infra-estrutura tecnolgica que muitas escolas enfrentam, mas,
sobretudo pela falta de formao inicial e/ou continua do professor em como
lidar com as TICs.
Desta forma, o professor sente-se inseguro, indeciso na preparao de
aulas e naturalmente exclui o uso desses recursos em sala de aula,
consequentemente distancia-se de uma realidade que inevitvel. Portanto,
pelo fato de muitos professores desconhecem as possibilidades que estes
recursos podem ofertar tanto para o educador quanto para o educando, este
trabalho tem como objetivo oferecer aos graduandos oportunidade de realizar
um curso on line na formao inicial de professores de lnguas estrangeiras
(LE) frente s TICs. No entanto, almejar mudanas de crenas, significa
identificar pressupostos ou motivos que levam o graduando ao uso ou no das
TICs.
No Brasil no que diz respeito formao e crenas, destacam-se
autores como Vieira Abraho (2005), Almeida Filho (1998); Barcelos, (2001),
para estes, crenas est relacionada cultura de aprender e ensinar lnguas.
Para tanto, foi elaborado e oferecido aos graduandos do sexto semestre do
curso de Letras um curso on line.
Esta atividade foi desenvolvida junto professora da disciplina, pois a
mesma preocupada em oferecer aos graduandos a oportunidade de utilizar
esse recurso, nos pediu sugestes na elaborao da proposta. Sugerimos um
levantamento de cursos on_line oferecidos gratuitamente em sites da internet
para familiarizao da ferramenta, tivemos como base o site
http://br.geocities.com/mariangelanorte elaborado pela professora Mariangela
Braga. Aps levantamento, seleo do curso e inscrio os alunos deveriam
realizar as atividades propostas.
A realizao do curso teve durao de oito horas aulas, iniciou em 21 de
agosto de 2008 e terminou em 11 de setembro de 2008. A disciplina laboratrio
de lngua ministrada sempre em aulas duplas. Portanto, o primeiro dia
(21/08/2008) foi para levantamento e seleo do curso e os outros trs para
desenvolvimento do curso.
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Para acompanhamento das atividades realizadas durante o curso, foi
proposto aos graduandos a elaborao de um Dirio Virtual (Apendice G).
Nossa inteno inicial era que os alunos criassem um blog para publicar suas
impresses, dvidas, questionamentos em relao experincia de realizar um
curso desta modalidade. Entretanto, atendendo aos pedidos dos graduandos,
pois alegavam terem dificuldades em postar os textos no blog, sugerimos um
Dirio Virtual para que os registros das atividades fossem realizados, assim
os participantes utilizaram o programa Microsoft Office Word (2003) para
realizar seus registros.
Este trabalho buscou integrar pesquisa e ensino na formao inicial alm
de oferecer meios para o desenvolvimento lingustico e comunicativo do
professor de LE. Nessa perspectiva, foi preciso priorizar o trabalho durante as
atividades junto aos graduandos.
Os dados coletados representam que a realizao do curso corroborou
para formao inicial, bem como a interao dos graduandos em relao ao
uso das TICs. De acordo com os relatos, a experincia foi desafiadora, mas
fundamental para que pudessem aprimorar sua formao. Contudo, com todas
as dificuldades encontradas pelos alunos pode-se constatar uma mudana nas
crenas. Naturalmente, este trabalho no limita nem esgota as anlises dos
resultados.
2.5.6.2 Elaborao de um Plano de aula
Com o intuito de oferecer aos graduandos a oportunidade de por em
prtica seus conhecimentos em relao lngua estrangeira e em relao ao
uso das TICs, foi sugerido professora do grupo uma atividade cuja proposta
era a elaborao de um plano de aula sobre o tema: Aula de lngua
estrangeira para turmas iniciais ou intermedirias, nela buscvamos observar
quais recursos tecnolgicos os alunos utilizariam no plano de aula.
Esta atividade foi apresentada a professora que gentilmente aceitou, em
dezembro de 2008 para que a mesma pudesse inserir em seu planejamento
semestral. Esta atividade foi realizada em dois momentos, o primeiro ocorreu
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em 10 de fevereiro de 2009, neste a professora apresentou a proposta aos
alunos que aceitaram com muito entusiasmo, a mesma orientou os alunos em
seus planos. O segundo momento foi apresentao dos planos de aulas que
ocorreu em 10 de maro de 2009.
Aproveitamos a oportunidade para gravar em vdeo a apresentao dos
planos para realizao da sesso de visionamento. Entretanto, cabe lembrar
que a aula foi gravada com a devida autorizao dos alunos e da professora.
2.6 Procedimentos de anlise de dados
Os procedimentos para anlise de dados adotados nesta pesquisa esto
voltados para a triangulao das informaes que surgiram a partir dos
instrumentos de coleta como questionrio, entrevistas gravadas, autobiografias,
gravaes de aulas e observao feitas pelo do pesquisador, as quais foram
focadas na interao dos participantes com as TICs.
Primeiro fizemos uma reunio com a professora responsvel pela
disciplina para apresentar nossa proposta de pesquisa. Depois, aplicamos as
entrevistas que possibilitaram dois momentos para coleta de dados. A primeira
entrevista realizada em junho de 2008 que possibilitou levantar as crenas dos
participantes (alunos e professora) nos discurso em relao s TICs. O
segundo momento de entrevistas foi realizado em junho e agosto de 2009 e s
ocorreu aps a realizao dos dois semestres da disciplina laboratrio de
lnguas. Neste momento, buscamos identificar no discurso dos graduandos
possveis mudanas nas crenas em relao s TICs.
O questionrio possibilitou levantar informaes gerais sobre os
participantes (alunos e professora) (questionrio aplicado junto professora
apndice H) e sobre o uso cotidiano que fazem das TICs. Os dados levantados
nos questionrios e na primeira entrevista forneceram informaes para
elaborarmos as atividades, para a segunda entrevistas e base para observao
das aulas.
As atividades propostas ofereceram oportunidades prticas aos
graduandos para sua formao, fato que pode alterar as crenas dos
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participantes tanto no discurso quanto nas prticas. Desta forma, as
observaes das aulas possibilitaram mapear as crenas dos graduandos a
respeito da prtica pedaggica, tendo como base sua interao com as TICs e
possibilitou observar as crenas da professora durante sua prtica pedaggica.
Por fim, a sesso de visionamento e as autobiografias possibilitaram
tambm, informaes a respeito do discurso dos participantes e nelas
buscamos identificar possveis mudanas nas crenas dos participantes.
Assim, os instrumentos foram analisados em conjunto a fim de verificar
se a ocorrncia que surgia em um instrumento aparecia em outros tambm
para que fossem agrupados em categorias temticas (Manzini, 2003). Assim,
ao agrupar as informaes em categorias temticas foi possvel analisar e
triangular os dados de modo que pudessem responder nossas perguntas de
pesquisa.
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3 FUNDAMENTAO TERICA
Neste captulo buscamos discutir as bases tericas que fundamentam esta
pesquisa. Inicialmente ser apresentado um perfil histrico do curso de
Letras. Apresentamos um pouco da histria da Informtica na Educao. Em
seguida passo pela formao do professor de lngua estrangeira buscando
na pedagogia dos mtodos a base terica para discutir a relao entre
mdias, educao e formao de professores. Por fim, os diferentes
conceitos sobre crenas trazidas na literatura recente, suas diferentes
abordagens pertinentes formao de professores e sua relao com as
TICs.
3.1 Histrico do curso de Letras
Faz-se necessrio traar um breve perfil histrico do curso de
Licenciatura em Letras. A primeira lei que estabeleceu o currculo mnimo foi
aprovada em 19 de outubro de 1962, cujo artigo primeiro trazia:
O currculo mnimo dos cursos que habilitam licenciatura em Letras compreende 8 matrias escolhidas na forma abaixo indicada, alm das matrias pedaggicas fixadas em Resoluo Especial: (1) Lngua Portuguesa; (2) Literatura Portuguesa; (3) Literatura Brasileira; (4) Lngua Latina; (5) Lingustica; (6) Trs matrias escolhidas dentre as seguintes: a) Cultura Brasileira; b) Teoria da Literatura; c) Uma lngua estrangeira moderna; d) Literatura correspondente a lngua escolhida; e) Literatura Latina; f) Filologia Romnica; g) Lngua Grega; h) Literatura Grega (apud Paiva, 2005, p. 245)
Dessa forma, lngua estrangeira entrava no papel das lnguas optativas,
tinha um papel secundrio. Nesse momento no havia prtica pedaggica,
pensava-se numa perspectiva conteudista.
De acordo com Paiva (2005, p. 346) apenas a partir de 1969 foram
introduzidas as matrias pedaggicas, sendo obrigatria a Prtica de Ensino.
Esse currculo vigorou por aproximadamente 34 anos e influencia, ainda, at
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hoje os cursos de Letras. Durante todo esse perodo a prtica em Lngua
Estrangeira, ficava a cargo dos pedagogos.
A preocupao com a qualidade dos cursos de licenciatura comea a ser
alvo do Ministrio da Educao e Cultura (MEC) na dcada de noventa, o qual
elaborou a Lei no. 9.394 Diretrizes e Bases da Educao Nacional. Em 1996
com a aprovao da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) foi abolida a
obrigatoriedade de currculos mnimos, surgindo no lugar s diretrizes
curriculares, seguindo os seguintes princpios, objetivos e metas.
Princpios:
Liberdade na composio de carga horria e na especificao nas
unidades de estudos a serem ministradas;
Incentivar uma slida formao geral, permitindo vrios tipos de
formao e habilitaes diferenciadas em um mesmo programa;
Estimular prticas de estudo independentes, visando uma
progressiva autonomia;
Encorajar o aproveitamento do conhecimento fora do ambiente
escolar;
Articular a teoria com a prtica (valorizao da pesquisa individual
e coletiva).
Objetivos e Metas:
Autonomia na definio dos currculos (etapa de formao inicial
do professor em um processo contnuo);
Carga horria mnima (flexibilizao do tempo de acordo com a
disponibilidade do aluno);
Aperfeioar a estruturao modular (oferta de cursos
seqenciais);
Contemplar orientaes para atividades de estgio (incentivar
habilidades, competncias fora do ambiente escolar);
Contribuir para a inovao do projeto pedaggico.
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As diretrizes aprovadas em 03 de abril de 2001 afirmam que os cursos
de graduao em Letras, devero ter estruturas flexveis. O professor tem
duplo papel de ser responsvel pelos contedos e funo de orientador,
influenciando na qualidade de formao do aluno.
Paiva (2005) relata sobre os domnios mnimos que os profissionais em
Letras devem ter mltiplas competncias em relao ao uso da(s) lngua(s)
materna e estrangeira, para atuarem como professores, pesquisadores,
crticos, literrios, tradutores e intrpretes.
Os currculos eram organizados de forma tradicional, sem coerncia
entre objetivos e o perfil do egresso. Havia uma bibliografia desatualizada, a
teoria no dialogava com a prtica e a metodologia era centrada nos
professores (WIDDONSON, 1979. p.22). No entanto, a partir de fevereiro de
2004, as licenciaturas passaram para 2800 horas, sendo 400 horas para
prtica; 400 de estgio supervisionado que deve funcionar como uma instncia
de formao pr-servio e continuada; 1800 horas de contedos curriculares e
200 horas para atividades acadmico-cientfico-cultural (PAIVA, 2005. p. 352).
Um dos pontos reformulados refere-se ao item trs do artigo 43 para
educao superior que busca:
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigao cientifica, visando o desenvolvimento da cincia e da tecnologia e da criao e difuso da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive (LDB, 1996. p. 17).
Por esta legislao, compreendemos que as tecnologias so frutos do
desenvolvimento cientifico e no objeto para desenvolvimento social. J com a
reformulao dos currculos para os cursos de licenciatura, a legislao prev o
preparo do professor para utilizao de novas tecnologias de informao e
comunicao bem como a articulao com projetos na formao pr-servio e
continuada, com orientao e acompanhamento sistemticos (PAIVA, 2005
p.352).
As tecnologias para o ensino distncia tambm tema discutido na
formao do professor, de acordo com a portaria n. 2.253 do MEC de 18 de
outubro de 2001 presumem que o ensino pode ser ministrado por meio de
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mtodo no presencial com base na Lei n. 9.394, de 1996 o qual no poder
ultrapassar vinte por cento do tempo previsto do respectivo currculo.
Outro documento redigido e divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais (INEP) prev tambm a criao de salas ambientes
para prtica de ensino (licenciatura em Lngua Portuguesa e Lnguas
estrangeiras); Laboratrio de multimdia/lnguas; Laboratrio de Informtica
para todas as habilidades e Laboratrio de traduo e interpretao. Assim,
concordamos com a criao de laboratrios tecnolgicos para prtica de
lnguas, mas salientamos ainda que seja preciso atentar para formao inicial
dos professores para lidar com as novas tecnologias de informao e
comunicao (TICs).
3.1.2 Viso histrica da informtica na educao
Historicamente as Tecnologias de Informao e Comunicao (TICs)
permaneceram por muito tempo restrito ao universo militar ou aos grandes
centros universitrios. O tema informtica era assunto para poucos e a sua
massificao frente sociedade, comeou a aparecer sob a forma de
oportunidade para uma maior qualificao e conseqentemente mais
oportunidades no mercado de trabalho (MORAES, 2006).
Neste cenrio, a tendncia tecnicista adotada pelo governo brasileiro,
em sua grande parte, foi resultado de presses externas para a aquisio de
softwares educativos, produtos estes de uma ideologia mercadolgica que
exclua o carter educacional e propiciou a base de sustentao poltica
apenas dos atores diretamente ou indiretamente ligados que se beneficiam
com os bens que a informtica proporciona, afastando do processo os que dela
no so proprietrios, material e culturalmente (MORAES, 2006. P. 37).
Em meio a um cenrio catico, de confronto entre vrios setores da
sociedade, o inicio das polticas de informtica no Brasil marcado oficialmente
pela determinao do governo brasileiro de criar uma reserva de mercado para
as indstrias nacionais de aparelhos ligados informtica, mas essa luta vem
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47
do vislumbramento da Marinha na construo de um computador nacional
(OLIVEIRA, 1997).
As polticas de informtica em nosso pas estavam subordinadas ao
Conselho de Segurana Nacional e a interesses estrangeiros e econmicos, o
governo brasileiro, timidamente, ofereceu alguns programas voltados para a
integrao e disseminao da informtica no sistema educacional como o
Programa FORMAR (1986) que buscava formar professores e tcnicos para
atuar na rede de ensino, o Programa Nacional de Informtica Educativa
PRONINFE tinha como referencial pedaggico a teoria construtivista de Piaget,
j os programas GNESE e EUREKA (MORAES, 2006), buscavam uma
perspectiva histrica baseada na teoria de Vigotsky. O Projeto EDUCOM,
segundo (Oliveira, 1997), tinha como objetivo desenvolver pesquisas
multidisciplinares voltadas para o processo ensino-aprendizagem, este
culminou no PROINFO. Entretanto, Moraes (2006) discorre sobre esses
projetos como uma formao aligeirada e descontinuada em relao ao projeto
poltico pedaggico.
Mesmo com a criao dos programas de capacitao ou de formao de
agentes catalisadores da Informtica Educativa o sistema educacional no
conseguia integrar em suas prticas as orientaes estabelecidas pelos
documentos oficiais referente informtica no sistema educacional (OLIVEIRA,
1997).
Muitos dos programas vigentes atingiam uma pequena parcela dos
professores das escolas e deixava de lado a formao inicial do graduando das
reas do magistrio. Assim, nossa preocupao est focada nesse grupo de
profissionais que esto na transio entre graduandos e futuros professores.
De acordo com as Leis de Diretrizes e Bases (LDB, 1996), o formando
deve ter domnio dos contedos bsicos que so objetos dos processos
ensino/aprendizagem, dos mtodos e tcnicas pedaggicas para a
transposio dos conhecimentos, deve tambm, compreender sua formao
profissional como processo contnuo, autnomo e permanente, alm de fazer
uso de novas tecnologias (GIMENEZ, 2005).
Contudo, conclumos que os cursos superiores de magistrio ainda
esto atrelados aos grilhes de uma poltica que assumiu superficialmente as
tecnologias de informao e comunicao. Paralelo a isso, as TICs continuam
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sua expanso histrico s