DISSERTAÇÃO FINAL - HM 2.docx

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UNIRIO) CENTRO DE LETRAS E ARTE - INSTITUTO VILLA-LOBOS CURSO: LICENCIATURA EM MÚSICA DISCIPLINA: História da Música II: Música Brasileira PROFESSOR: Avelino Romero ALUNO: Henrique Castro DATA: 26/05/2014 Dissertação: influência e adaptação com toque brasileiro. Dado o seguinte período histórico (séc. XVIII e XIX), no qual a música arranjou pensamentos, influenciou gerações e desvelou grandes gênios artistas nacionais, faremos uma breve viagem, afim de entender os fenômenos que influenciaram socialmente o Brasil, no que diz repeito à música estrangeira vinda da Europa e outros países americanos. Aos quatro séculos de construção da música brasileira podemos atribuir, especificamente ao longo do século XVII, uma grande importação de costumes musicais europeus à nossa cultura. No caso de Minas Gerais, os documentos que analisam os acontecimentos musicais após a chegada da Corte portuguesa ao Brasil, apontam para um crescimento de centro urbanos, devido as práticas extrativistas, e com eles as instituições religiosas (paróquias e as primeiras dioceses). Tal estrutura musical contava com a gerência dos "mestres-de-capela", que seriam os responsáveis pela vida musical nessas regiões, ou seja, eles que faziam os arranjos, organizavam os músicos (corporações musicais), e regiam durante as apresentações, cujas, tinham cunho religioso. Com o passar dos anos e com o aumento da demanda desse tipo de serviço, muitas corporações musicais são criadas e músicos, não tão comprometidos com o religioso, integram tais organizações. Aos negros forros e mulatos (folhos de mãe escrava com pai branco) eram dadas a oportunidade de estudar algum ofício voltado às artes. Isso explica o grande número de músicos naturais daquelas regiões. O padre José Maurício era um bom exemplo dessa classe de músicos. Grandes compositores, embalados pelas influências europeias, não economizam e escrevem diversas obras para

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UNIRIO)CENTRO DE LETRAS E ARTE - INSTITUTO VILLA-LOBOS

CURSO: LICENCIATURA EM MSICADISCIPLINA: Histria da Msica II: Msica BrasileiraPROFESSOR: Avelino RomeroALUNO: Henrique CastroDATA: 26/05/2014

Dissertao: influncia e adaptao com toque brasileiro.

Dado o seguinte perodo histrico (sc. XVIII e XIX), no qual a msica arranjou pensamentos, influenciou geraes e desvelou grandes gnios artistas nacionais, faremos uma breve viagem, afim de entender os fenmenos que influenciaram socialmente o Brasil, no que diz repeito msica estrangeira vinda da Europa e outros pases americanos.Aos quatro sculos de construo da msica brasileira podemos atribuir, especificamente ao longo do sculo XVII, uma grande importao de costumes musicais europeus nossa cultura. No caso de Minas Gerais, os documentos que analisam os acontecimentos musicais aps a chegada da Corte portuguesa ao Brasil, apontam para um crescimento de centro urbanos, devido as prticas extrativistas, e com eles as instituies religiosas (parquias e as primeiras dioceses). Tal estrutura musical contava com a gerncia dos "mestres-de-capela", que seriam os responsveis pela vida musical nessas regies, ou seja, eles que faziam os arranjos, organizavam os msicos (corporaes musicais), e regiam durante as apresentaes, cujas, tinham cunho religioso. Com o passar dos anos e com o aumento da demanda desse tipo de servio, muitas corporaes musicais so criadas e msicos, no to comprometidos com o religioso, integram tais organizaes. Aos negros forros e mulatos (folhos de me escrava com pai branco) eram dadas a oportunidade de estudar algum ofcio voltado s artes. Isso explica o grande nmero de msicos naturais daquelas regies. O padre Jos Maurcio era um bom exemplo dessa classe de msicos. Grandes compositores, embalados pelas influncias europeias, no economizam e escrevem diversas obras para os eventos daquela poca. Acrescentam suas caractersticas e, por consequncia, do a tais obras seu toque brasileiro, caracterizando, assim, as obras como barroca brasileira. Em outro caso, o da msica moderna - que viria a ser desenvolvida a partir da segunda metade do sculo XIX - nota-se um grande volume de correntes inspiradoras para explicar os resultados musicais apresentados por grandes nomes de nossa msica, como exemplo, Braslio Itiber - introduz o tema popular dentro de uma estrutura clssico-romntico -; Carlos Gomes - mergulha nos padres opersticos italianos -; Ernesto Nazareth - em suas pesquisas, isola elementos afro-espanhis e d origem a clula rtmica do Maxixe. Da j podemos apontar para os precursores de uma "mudana de gentica" da msica brasileira, at ento totalmente europeia e com pouqussimos acrscimos criativos.Surgem, ento, os pioneiros desse estilo (o Moderno) nas Amrica: Charles Ives nos, Estados Unidos e Heitor Villa-Lobos, no Brasil. Podem ser denominados, no somente como compositores/arranjadores, mas como inventores da msica. Inclusive, as obras desses dois artistas se assemelham pelo teor de criatividade e utilizao de elementos, at ento, entendidos como rudos. Ambos valorizavam o nacional, inverso daqueles do sculo anterior. Tal estilo, no Brasil, foi combustvel para que outros artistas mais modernos temporalmente falando, continuassem a fomentao do novo.Hoje, Rogrio Duprat - primeiro compositor a impor uma retomada da linha evolutiva da linguagem moderna ocidental -, serve de inspirao a diversos outros criadores musicais do sculo presente, que no tm muitos obstculos aos desenvolver seus projetos musicais, diferente de Villa-Lobos. Diante de um cenrio to propcio a inovaes musicais, com tantos gnios, o que esperar mais? No h limites para a criao e temos de admitir, a "pitada brasileira" nessas criaes fazem com que o nosso produto artstico esteja no mais alto nvel internacional, no nos caracterizando, mais, como colnia musical e sim, como exportador de culturas artsticas.