DISSERTAÇÃO CORRIGIDA
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THAS MEDEIROS DA SILVA
COMPARAO EX VIVO DA PRECISO DE TRS LOCALIZADORES APICAIS NA DETECO DO
FORAME APICAL
2012
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THAS MEDEIROS DA SILVA
COMPARAO EX VIVO DA PRECISO DE TRS LOCALIZADORES APICAIS NA DETECO DO FORAME APICAL
Dissertao apresentada Faculdade de Odontologia da Universidade Estcio de S, visando a obteno do grau de Mestre em Odontologia (Endodontia).
Orientador:
Prof. Dr. Flvio Rodrigues Ferreira Alves
UNIVERSIDADE ESTCIO DE SRIO DE JANEIRO
2012
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DEDICATRIA_______________________________________________________________
minha me, Marilda Medeiros da Silva,
Me, obrigada por me apoiar em todos os momentos da minha vida e
compartilhar as alegrias e tristezas. Voc sempre foi muito dedicada famlia e
preocupada com nossa felicidade. Quantas vezes me viu chegar em casa
exausta por ter passado o dia inteiro na faculdade e, com todo carinho, estava
ali para me acolher. Obrigada por fazer parte da minha caminhada. Amo voc.
Ao meu pai, Srgio Antnio Alves da Silva,
Pai muito obrigada, pois graas aos seus esforos, seu trabalho e sua
dedicao, eu pude buscar a realizao dos meus sonhos. Amo voc.
minha av (in memorian), Hilda Medeiros Moreira, que me ensinou a ler e
escrever, e principalmente, me fez entender que o conhecimento uma das
maiores riquezas que eu posso ter. Infelizmente ela no viveu o suficiente para
me ver chegar at aqui, mas com certeza est me acompanhando onde quer
que esteja.
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AGRADECIMENTOS_______________________________________________________________
Ao meu orientador, Flvio Rodrigues Ferreira Alves,
Professor, foi uma honra t-lo como orientador. Admiro sua simplicidade e
humildade. Aprecio a igualdade com que trata todas as pessoas e sua
preocupao com o aprendizado do aluno. Sempre que precisei de ajuda, voc
estava disponvel. Seus conhecimentos e suas experincias me serviram como
lies de vida. Muito obrigada por ter me ajudado a chegar at aqui!
Aos professores, Jos F. Siqueira Jr., Hlio P. Lopes, Isabela N. Ras
Siqueira, Julio Cezar M. Oliveira, Mnica Aparecida Schultz, Luciana Armada
Dias, Lcio de Souza Gonalves, Jos Cludio Provenzano e Milton de Uzeda
pelo apoio na realizao desse trabalho e pela constante disposio para
ajudar e esclarecer minha dvidas.
toda a minha famlia, sempre muito unida.
s minhas colegas de Mestrado, Cnthia Bueno, Juliana Zfoli, Renata
Soares, Luis Renan de Brito e Joo Paulo Grillo, que compartilharam comigo
conhecimentos, experincias, alegrias, tristezas e desesperos nas pocas de
provas. E tambm aos demais integrantes do Mestrado e do Doutorado.
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Ao meu amigo Janderson Rodrigues, companheiro das horas boas e
ruins, que me ajudou muito durante a fase laboratorial desse trabalho. Pessoa
generosa, sempre de bem com a vida e aluno exemplar.
Anglica Pedrosa, que sempre me tratou com muito carinho.
Aos meus companheiros de trabalho do Hospital de Fora Area do
Galeo, principalmente chefia da Odontologia, na pessoa do Cel Messeder e
do Cel Thompson e chefia da Endodontia, na pessoa do Cap Rolla, que
confiaram em mim e possibilitaram a realizao desse sonho.
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NDICE_______________________________________________________________
Pg.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS........................................ vii
LISTA DE FIGURAS..................................................................... viii
RESUMO...................................................................................... ix
ABSTRACT................................................................................... x
1. INTRODUO......................................................................... 1
2. REVISO DE LITERATURA.................................................... 4
3. HIPTESE............................................................................... 24
4. OBJETIVOS............................................................................. 25
5. MATERIAIS E MTODOS........................................................ 26
6. RESULTADOS......................................................................... 33
7. DISCUSSO............................................................................ 39
8. CONCLUSO.......................................................................... 48
9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS......................................... 49
10. ANEXOS................................................................................. 61
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS_______________________________________________________________
ADSP Apex DSP
CA constrio apical
CX clorexidina
DP ZX Dentaport ZX
ED Elements Diagnostic Unit and Apex Locator
EDTA cido etilenodiamino tetra-actico
FA forame apical
JCD juno cementodentinria
K Kerr
K quiloohm
LAE localizador apical eletrnico
LAEs localizadores apicais eletrnicos
MA Mini Apex Locator
NA Novapex
NaCl cloreto de sdio
NaOCl hipoclorito de sdio
PP ProPex
PP II ProPex II
RA A-15 RomiApex A-15
RA D-30 RomiApex D-30
TA ZX TriAuto ZX
ZX Root ZX
ZX II Root ZX II
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LISTA DE FIGURAS_______________________________________________________________
Pg.
Figura 1 - Distncia entre a CA e o FA de acordo com a faixa etria.............................................................................................. 5
Figura 2 - Tipos de CA de acordo com a anatomia da regio....... 7
Figura 3 - Estruturas morfolgicas que compem o tero apical da raiz............................................................................................ 9
Figura 4 - Preparo das coroas dentrias....................................... 27
Figura 5 - Ponta do instrumento endodntico posicionada no FA................................................................................................... 28
Figura 6 - Verificao da medida com um paqumetro digital........ 29
Figura 7 - Medio eletrnica de um canal radicular..................... 31
Figura 8 - Grfico boxplot com as diferenas mdias entre a medio eletrnica e o comprimento real - todos os grupos............................................................................................ 34
Figura 9 - Grfico boxplot com as diferenas mdias entre a medio eletrnica e o comprimento real - comparando os LAEs.............................................................................................. 35
Figura 10 - Grfico com as mdias das distncias entre a ponta do instrumento e o FA obtidas com cada LAE............................... 36
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RESUMO
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Objetivo: O presente estudo comparou a preciso dos localizadores apicais
eletrnicos ZX II, ZX Mini e RA A-15 na localizao do FA.
Mtodos: Para atingir o objetivo, 32 dentes humanos permanentes
unirradiculares, tiveram seu comprimento real determinado pela insero de um
instrumento endodntico #10, at que sua ponta fosse visualizada na borda
mais coronal do forame apical, com auxlio de um microscpio estereoscpico
(magnificao de 16x). Os dentes randomizados foram imersos em alginato e
as medies eletrnicas foram feitas em duplicata com cada LAE. As mdias
das mensuraes foram calculadas e comparadas com o comprimento real
dos dentes.
Resultados: A diferena mdia entre esses valores foi de 0,50 mm para o ZX
II, 0,45 mm para o ZX Mini e 0,50 mm para o RA A-15. Com uma tolerncia de
0,5 mm, os valores de preciso dos LAEs foram de 62,5%, 56,2% e 50%,
respectivamente. Para uma tolerncia de 1,0 mm, os valores foram de 87,5%,
96,87% e 87,5%, respectivamente.
Concluso: Os LAEs testados no diferem quanto a preciso em detectar o
FA, os trs aparelhos apontam em mdia, 0,49 mm aqum deste ponto.
Palavras-chave: Localizadores apicais eletrnicos; Root ZX II; Root ZX Mini;
RomiApex A-15.
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ABSTRACT_______________________________________________________________
Purpose: This study compared the accuracy of the electronic apex locators ZX
II, ZX Mini e RA A-15 in location of the apical foramen.
Methods: For this, 32 permanent single-rooted human teeth had their actual
length determined by inserting a #10 endodontic instrument until its tip was
visualized in the coronal edge of the apical foramen, with the aid of a
stereoscopic microscope (magnification of 16x). The teeth randomized were
immersed in alginate and electronic measurements were performed in duplicate
with each electronic apex locator. The mean distances were calculated and
compared with the actual length of the teeth.
Results: The average difference between these values was 0,50 mm for the ZX
II, 045 mm for ZX Mini and 0,50 mm for RA A-15. With a tolerance of 0.5 mm,
the accuracy of the electronic apex locators values were 62.5%, 56.2% and
50%, respectively. For a tolerance of 1.0 mm, the values were 87.5%, 96.87%
and 87.5%, respectively.
Conclusions: The electronic apex locators compared did not differ in accuracy
in detecting the apical foramen, the three devices show an average 0.49 mm
below this point.
Keywords: Electronic apex locators; Root ZX; Root ZX Mini; RomiApex A-15.
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1. INTRODUO_______________________________________________________________
Uma das etapas mais importantes durante a terapia endodntica a
determinao do limite apical de instrumentao e obturao, ou seja, o ponto
mais apical que os instrumentos e o material obturador devem atingir durante o
tratamento. A resposta dos tecidos perirradiculares est relacionada com a
extenso apical dos procedimentos intracanais, e embora seja uma discusso
baseada em milmetros, ela assume grande importncia, visto que influencia
diretamente no sucesso da terapia endodntica (LOPES & SIQUEIRA, 2010).
A anatomia da regio apical crtica para o tratamento endodntico
e a complexidade do sistema de canais radiculares dificulta as manobras
teraputicas, prejudicando a limpeza, modelagem, desinfeco e selamento
apical. Por essas razes, o estudo da morfologia e microbiota dessa regio em
particular pode trazer importantes consideraes teraputicas, principalmente
ao que tange ao limite apical de trabalho, varivel que influencia diretamente o
sucesso da terapia endodntica (ALVES et al., 2005).
O mtodo radiogrfico tem sido o mais utilizado para determinao
do comprimento de trabalho desde sua introduo na Odontologia. Porm,
um mtodo com inmeras limitaes como distores nas imagens,
superposio de estruturas anatmicas e a impossibilidade de determinar a
exata localizao da juno cemento dentinria. De acordo com GONALVES
REAL et al. (2011), o arco zigomtico interfere na qualidade da imagem
radiogrfica em 20% dos primeiros molares superiores e 42% dos segundos
molares. Ainda segundo esses autores, a deposio fisiolgica de dentina
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secundria e cemento causa mudanas na localizao da CA em relao ao
pice radiogrfico, levando a mensuraes inadequadas do comprimento de
trabalho e consequentemente, problemas na instrumentao do sistema de
canais radiculares.
Assim, buscando maior confiabilidade e preciso na determinao
da localizao do FA surgiram as tcnicas eletrnicas, alvos constantes de
estudos e avanos na Endodontia. A ideia inicial de utilizar corrente eltrica
para estabelecer o comprimento de trabalho surgiu em 1918 (CLUSTER), o
desenvolvimento dos LAEs s foi possvel pois a resistncia eltrica entre o
ligamento periodontal e a mucosa oral constante (6,5 K). As duas
primeiras geraes de LAEs eram sensveis ao contedo do canal
radicular e aos irrigantes utilizados durante o tratamento, visando corrigir
esse problema, em 1989 surgiram os aparelhos de terceira gerao.
Baseados no mtodo da diferena entre impedncias, estes LAEs no
eram afetados pelos eletrlitos e seus resultados clnicos eram
aceitveis. Em 1991, KOBAYASHI et al. criaram o ratio method,
aumentando a preciso das medies feitas com os LAEs, surgem assim
os aparelhos de quarta gerao, utilizados atualmente.
Desde ento, o emprego dos LAEs se difundiu na prtica
clnica, tanto de especialistas quanto de clnicos gerais. A cada dia, um
aparelho novo surge no mercado, porm a literatura cientfica no
acompanha a velocidade de tais lanamentos. A principal dificuldade
enfrentada pelos clnicos e pelos pesquisadores a falta de uma
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informao clara da parte dos fabricantes, em relao a quais estruturas
anatmicas seus aparelhos so capazes de localizar (CA ou FA).
Atualmente, carecemos de estudos que comprovem a segurana e
preciso desses novos aparelhos.
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2. REVISO DE LITERATURA_______________________________________________________________
Em seu trabalho clssico publicado em 1955, KUTTLER analisou a
anatomia dos pices radiculares, avaliando sua forma, direo e dimetro,
localizao do FA, seu tamanho e a espessura de cemento apical utilizando a
microscopia tica. A amostra foi composta por 268 dentes, sendo 95%
extrados de cadveres. Alguns dentes possuam cries superficiais, mas
nenhum possua leso perirradicular. Foram utilizados apenas dentes cuja
idade do cadver no momento da sua morte era conhecida. Baseado na idade,
o autor dividiu a amostra em dois grupos: Grupo I - dentes de indivduos entre
18 e 25 anos; grupo II - dentes de indivduos com mais de 55 anos. O autor
encontrou no grupo I uma distncia mdia entre o centro do FA e a parte mais
estreita do canal radicular de 524 m, e no grupo II, 659 m. Alm disso, a
distncia entre o vrtice radicular e o centro do FA era de 495 m nos jovens e
de 607 m nos idosos (Figura 1).
O estudo anteriormente citado tambm demonstrou que o ponto de
juno entre o canal dentinrio e o canal cementrio nem sempre est
detectvel. Em 57% da amostra do grupo I e em 74% do grupo II esse ponto de
unio era preciso e visivelmente distinguvel num aumento de 21 vezes. Em
31% da amostra do grupo I e 56% do grupo II, um aumento de 56 vezes foi
necessrio para a visualizao da JCD. Em 6% dos cortes histolgicos feitos
no grupo I e em 4% do grupo II, o ponto de unio entre o canal dentinrio e o
cementrio existia, mas sua localizao era confusa, no sendo possvel sua
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determinao. A JCD no foi passvel de deteco em 6% da amostra do grupo
I e em 4% do grupo II (KUTTLER, 1955).
Em 1956, GREEN realizou um estudo dos pices radiculares de 400
dentes anteriores, tanto maxilares quanto mandibulares. O autor utilizou o
microscpio estereomicroscpico objetivando a visualizao de variaes na
morfologia da regio. Entre outras variaes anatmicas, o autor analisou a
distncia entre o FA e o pice dentrio. A distncia encontrada nos incisivos
mandibulares foi de 0,20 mm e nos outros dentes a medida foi de 0,30 mm.
CHAPMAN (1969) realizou um estudo microscpico sobre a regio
apical de dentes anteriores humanos extrados. No houve registro sobre a
idade dos pacientes e a amostra foi dividida em dentes maxilares e
mandibulares. Nos dentes maxilares, a distncia mdia entre o pice radicular
e o FA foi de 0,36 mm e de 0,34 mm nos dentes mandibulares. O autor notou
que a maioria das CA (92,5%) estavam localizadas entre 0,50 e 1,00 mm do
pice radicular.
Em 1972, BURCH & HULEN analisaram a relao entre o FA e o
pice anatmico de razes dentrias. Os autores concluram que em 92,4% da
amostra, a distncia mdia entre essas estruturas anatmicas foi de 0,59 mm.
No ano de 1984, DUMMER et al., mensuraram as distncias entre o
pice e o FA e entre o pice e a CA. A amostra foi constituda de 270 dentes
permanentes humanos extrados, todos apresentando pice completamente
formado. A idade dos indivduos no foi registrada. Como resultado, aps a
anlise microscpica, os autores encontraram uma distncia mdia de 0,38 mm
entre o pice dentrio e o FA. Entre a CA e o FA a distncia mdia foi de 0,51
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mm. Logo, a distncia mdia entre a CA e o pice dentrio foi de 0,89 mm.
Alm das mensuraes realizadas pelos autores, foram encontrados quatro
tipos distintos de CA nesse estudo, que foram classificadas como: tipo A: a
tradicional constrio; tipo B: constrio afunilada com a poro mais estreita
do canal muito prxima do pice radicular; tipo C: com mais de uma constrio
e tipo D: quando a constrio seguida por uma poro estreita e paralela do
canal (Figura 2). A forma predominante foi a do tipo A, seguida pelos tipos B, C
e D. Segundo os autores, impossvel estabelecer a posio da CA durante o
tratamento endodntico, mas o uso de mtodos combinados como a
radiografia periapical e o LAE, pode aumentar a taxa de sucesso na etapa da
medio do comprimento de trabalho.
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Figura 2 - Tipos de CA de acordo com a anatomia da regio
Fonte: Revista Brasileira de Odontologia, vol. 62, pg. 174, 2005.
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STEIN & CORCORAN (1990) analisaram atravs de imagens
digitalizadas, a anatomia da regio apical e suas mudanas histolgicas com a
idade. Eles utilizaram 87 dentes com polpas vitais e 24 com polpas
necrosadas, perfazendo um total de 111 dentes. Os autores avaliaram a
distncia entre a JCD e a abertura foraminal e encontraram uma mdia de 0,72
mm em pacientes de todas as idades e 0,82 mm em pacientes com mais de 55
anos.
MIZUTANI et al. (1992) estudaram a anatomia da poro apical de
dentes anteriores da maxila, utilizando cortes histolgicos horizontais. A
amostra total foi composta por 90 dentes, sendo 30 incisivos centrais, 30
incisivos laterais e 30 caninos. As distncias mdias encontradas entre o pice
radicular e a CA foram de 0,86 mm nos incisivos centrais, 0,82 mm nos laterais
e 1,01 mm nos caninos.
Em 1995, GUTIERREZ & AGUAYO analisaram, por meio da
microscopia eletrnica, pices radiculares com o objetivo de avaliar o nmero
de foraminas presentes. A amostra utilizada foi de 140 dentes, 70 maxilares e
70 mandibulares. Os autores encontraram uma variao de 1 a 16 aberturas
foraminais por espcie, dependendo do tipo de dente. O distanciamento
dessas aberturas ao pice ou vrtice radicular variou de 0,2 mm a 3,8 mm. Eles
afirmam, assim como DUMMER et al. (1984) e WU et al. (1992) , que no h
como estabelecer clinicamente a posio da CA durante a terapia endodntica,
uma vez que a abertura foraminal est localizada antes do pice radicular mas
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em distncias variadas. Sua posio seria apenas estimada e a ocorrncia de
sobreinstrumentao um acontecimento comum.
Em 2009, MARTOS et al. realizaram um estudo laboratorial e
encontraram a CA localizada de 0,5 a 0,75 mm coronariamente a abertura
foraminal, e a uma distncia mdia de 0,69 mm do pice anatmico. O mesmo
estudo encontrou maiores distncias nos dentes posteriores (0,82 mm),
enquanto dentes anteriores apresentaram menores distncias (0,39 mm).
A anatomia a base da cincia e a arte da cura. O canal radicular
formado pelo canal dentinrio e pelo canal cementrio. Ambos tm o perfil de
cone, unidos pelos vrtices truncados. O canal dentinrio apresenta maiores
dimenses do que o cementrio. O canal dentinrio cnico com conicidade
pouco acentuada, tendo o menor dimetro voltado para o pice radicular,
sendo formado pelas paredes dentinrias que se estendem da embocadura
at a JCD. O canal cementrio acentuadamente cnico e curto, estendendo-
se da JCD at o FA. Do ponto de vista clnico, o comprimento do canal
cementrio corresponde distncia existente entre a CA e o FA (KUTTLER,
1955) (Figura 3).
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Do ponto de vista biolgico, necessrio que o preparo qumico e
mecnico atinja toda a extenso do canal radicular, visto que bactrias podem
estar localizadas prximas ou mesmo no FA. Do ponto de vista mecnico, dada
a anatomia da regio apical da raiz, necessria a confeco de um batente
apical que proporcione o travamento do material obturador, impedindo seu
extravasamento para os tecidos perirradiculares (ALVES et al., 2005).
Tradicionalmente na cincia endodntica, a CA tem sido considerada
o ponto ideal para o trmino do preparo qumico e mecnico e obturao dos
canais radiculares, por ser uma regio de estreitamento natural do canal
radicular, alm de a provvel localizao da JCD (GROVE, 1931; SCHILDER,
1967; PINEDA & KUTTLER, 1972; RICUCCI & LANGELAND, 1998; WU et al.,
1992). Porm, a localizao dessa juno varivel e nem sempre ela pode
ser detectada clinicamente. Em determinados casos, essa juno nem sempre
representa o dimetro mais constrito do canal e alm disso, a CA nem sempre
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Figura 3 - Estruturas morfolgicas que compem o tero apical da raiz
Fonte: Revista Brasileira de Odontologia, Vol. 62, pg 172, 2005.
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est presente (BAUGH & WALLACE, 2005). Outra constatao de grande
importncia teraputica que a distncia entre a JCD e o FA varia, em geral,
de 0,5 a 1mm em indivduos de diferentes idades. A localizao do FA no
coincide, em mais de 60% dos casos, com o pice radicular, sendo que a
distncia entre essas estruturas varia de 0 a 3 mm (KUTTLER, 1955; DUMMER
et al., 1984; WU et al., 1992). Diante do exposto, verificamos que
praticamente impossvel estabelecer com preciso a localizao do FA,
baseando-se no pice radiogrfico.
Uma vez que a CA nem sempre est presente, um outro ponto de
referncia que o endodontista poderia utilizar para a determinao do
comprimento de trabalho seria o FA (WU et al., 1992). Entretanto, localiz-lo
clinicamente ou atravs de radiografias periapicais um desafio, j que sua
posio varivel e na maioria das vezes no coincide com a pice radicular.
DUMMER et al. (1984) encontraram uma distncia de 0,36 mm entre o FA e o
pice radicular analisando dentes anteriores. Ainda de acordo com KUTTLER
(1955), a distncia entre o pice radicular e o FA aumenta conforme o indivduo
envelhece, devido a deposio fisiolgica de cemento na regio apical. Em
indivduos entre 18 e 55 anos, essa distncia em mdia 0,48 mm e em
indivduos com mais de 55 anos, essa distncia mdia sobe para 0,60 mm.
Na prtica, difcil localizar tanto a CA quanto o FA. Para SIQUEIRA
(2011), praticamente impossvel identificar o FA em radiografias quando
existe um desvio dessa estrutura anatmica na direo vestibular ou lingual.
Ainda nos dias atuais, o pice radiogrfico utilizado como ponto de
referncia para a determinao do comprimento de trabalho, porquanto essa
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uma estrutura anatmica usualmente visvel nas radiografias. Durante a
odontometria, o trmino do pice radiogrfico identificado e o comprimento
de trabalho determinado numa distncia entre 0,5 e 1mm aqum desse ponto
de referncia. No entanto, o que temos apenas uma estimativa da possvel
localizao da JCD (KUTTLER, 1955; DUMMER et al., 1984; WU et al., 1992).
importante ressaltar que, quando utilizamos exclusivamente radiografias para
a determinao do comprimento de trabalho, a possibilidade de ocorrncia de
sobreinstrumentao ou subinstrumentao deve ser considerada. No primeiro
caso, o instrumento endodntico pode estar alm do FA e aqum do pice
radiogrfico, uma vez que o desvio do FA em relao ao pice radicular
comum (KUTTLER, 1955). Essa situao pode no ser identificada
radiograficamente e comprometer o sucesso da terapia endodntica. A
subinstrumentao pode ocorrer, uma vez que apenas determinamos um ponto
aqum do pice radiogrfico, sem precisar a localizao do FA. O canal
principal do sistema pode no estar sendo instrumentado completamente, e
caso a infeco esteja ausente, o sucesso pode ser alcanado. Porm, se
estivermos diante de um canal infectado, ele deve ser idealmente
instrumentado em sua totalidade, uma vez que micro-organismos podem estar
bem prximos ou at mesmo no prprio FA, sendo sua persistncia, a principal
causa do insucesso dos tratamentos (SIQUEIRA, 2011).
A anlise radiogrfica tem sido utilizada amplamente para obteno do
comprimento de trabalho durante a terapia endodntica, porm esse mtodo
possui limitaes (GUISE et al., 2010). Dentre elas, temos como as mais
importantes, o fornecimento de imagens bidimensionais a partir de objetos
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tridimensionais e a sobreposio de estruturas anatmicas como o arco
zigomtico . Outros mtodos tem sido propostos, como sensibilidade ttil e a
tcnica do cone de papel absorvente, mas eles so imprecisos, empricos e
portanto, desaconselhados (TAMSE et al., 1980).
Para GONALVES REAL et al. (2011), devido as variaes na anatomia
do tero apical das razes dentrias, a interpretao radiogrfica
exclusivamente no confivel para estabelecer o comprimento de trabalho e
a determinao eletrnica necessria. Inmeras publicaes tem apoiado
essa ideia, demonstrando que dispositivos atuais de quarta gerao podem
determinar com preciso a localizao do FA, independente do status pulpar e
presena de umidade (GORDON & CHANDLER, 2004; NEKOOFAR et al.,
2006; SIQUEIRA, 2011).
Em 1918, CLUSTER idealizou o uso de corrente eltrica para medir
o comprimento do canal radicular. O autor utilizou um miliampermetro
acoplado a uma fonte de corrente contnua e dois eletrodos, sendo um
acoplado prximo ao dente alvo da medio e outro inserido no canal radicular,
que deveria estar totalmente seco. Em 1942, SUZUKI descobriu que em ces,
a resistncia eltrica entre o ligamento periodontal e a mucosa oral registrava
um valor constante de aproximadamente 6,5 K. Aps esse relato, SUNADA
(1962) desenvolveu uma srie de experimentos em humanos e descobriu que
a resistncia eltrica entre a membrana mucosa e o ligamento periodontal
tambm era constante, independente da idade do paciente ou do dente
avaliado. SUNADA (1962) utilizou uma placa de metal conectada ao plo
negativo de um resistmetro e um instrumento endodntico conectado ao plo
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positivo e quando esse instrumento atingia o ligamento periodontal, o aparelho
registrava o valor constante de 6,5 K. HUANG em 1987, afirmou que esse
princpio no biolgico, e sim fsico. Ele demonstrou que tubos de vidro
proporcionam leituras equivalentes as obtidas em dentes com canais de
mesmo calibre.
Os primeiros aparelhos que surgiram utilizavam corrente eltrica
contnua de frequncia nica, e com isso, mediam a resistncia eltrica entre o
ligamento periodontal e a mucosa oral. Quando o aparelho registrava uma
resistncia no valor de 6,5 K, ele acusava que a ponta do instrumento
endodntico estava em contato com o ligamento periodontal. Nos anos
seguintes, alguns estudos mostraram que a preciso das medies feitas por
esses aparelhos na presena de fluidos como o NaOCl, exsudato inflamatrio e
sangue era muito baixa e esses aparelhos tambm precisavam ser calibrados.
Se a calibrao fosse realizada de maneira incorreta diminua ainda mais a
preciso. Alm disso, os pacientes relatavam dor durante a medio,
provavelmente pela necrose celular causada pela passagem de corrente
eltrica de alta voltagem (ONEIL, 1974; USHIYAMA, 1983).
Em 1965 surgiu uma nova gerao de aparelhos, objetivando corrigir
os problemas da primeira gerao. Esses aparelhos passaram a utilizar
corrente alternada de frequncia nica e consequentemente, passaram a
mensurar a impedncia entre o ligamento periodontal e a mucosa oral (KIM &
LEE, 2004). Esses localizadores identificam a CA como o ponto com o menor
valor de impedncia (HASEGAWA et al., 1986; KIM & LEE, 2004). Mesmo com
a mudana no princpio de funcionamento, os LAEs de segunda gerao
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continuaram com medies imprecisas em presena de fluidos, necessidade
de calibragem e, dificuldade de operao devido a necessidade de utilizar uma
fita isolante no eletrodo que conectava a lima (ONEIL, 1974; USHIYAMA,
1983).
Os LAEs de terceira gerao, introduzidos por volta do ano de 1989,
passaram a utilizar corrente alternada a partir de duas ou mais frequncias.
Eles possuam microprocessadores que calculavam a diferena entre as
impedncias fornecidas por cada corrente alternada e traduziam esse valor
como posio do instrumento endodntico no canal radicular (GORDON &
CHANDLER, 2004). Com essa mudana, a nica deficincia apresentada por
esses aparelhos era a necessidade de calibragem (TSELNIK et al., 2005).
Em 1991, KOBAYASHI et al., criaram o chamado ratio method, ou
seja, os valores de impedncia obtidos de cada frequncia passaram a ser
divididos e no mais subtrados como na gerao anterior. A partir desse ano
surgem os LAEs de quarta gerao, os quais realizam medies confiveis em
presena de eletrlitos, tecido pulpar e no necessitam de calibrao
(ELAYOUTI et al., 2009). De acordo com SUNADA (1962) a leitura da diferena
de potencial eltrico dos tecidos propicia a execuo das medies eletrnicas.
A parede dentinria do canal radicular exibe uma baixa condutividade eltrica,
e a medida que se aproxima do tero apical, a camada de tecido dentinrio
torna-se menos espessa, diminuindo sua capacidade de isolamento eltrico,
diminuindo consequentemente sua impedncia (USHIYAMA, 1983). LAEs que
utilizam o mtodo da frequncia, baseiam-se na diminuio da espessura
14
-
dentinria que ocorre no tero final do canal radicular. As paredes do canal
radicular possuem uma impedncia maior que o FA.
De acordo com RAMOS & BRAMANTE (2005), o quociente ou a
diferena calculados a partir de valores de frequncias variadas mantm-se
constantes, quando a ponta do instrumento est distante do FA, aumentando
consideravelmente quando se aproxima da CA. Segundo KOBAYASHI &
SUDA (1994) ao indicar a posio do FA (alm da CA) o aparelho estar
obtendo valores acima dos valores encontrados anteriormente a esse ponto.
Com o objetivo de avaliar a preciso dos LAEs de quarta gerao,
vrios estudos in vivo e ex vivo foram realizados. Em 2005, TSELNIK et al.
realizaram um estudo in vivo comparando a preciso dos LAEs ZX (J Morita,
Califrnia, Estados Unidos da Amrica) e ED (Sybron Endo, Califrnia, Estados
Unidos da Amrica). A amostra foi constituda por 36 dentes com vitalidade
pulpar indicados para exodontia por motivos ortodnticos. A preciso dos
localizadores em determinar a posio da CA foi de 75% para os dois
aparelhos avaliados, com tolerncia de 0,50 mm. GOLDBERG et al. (2005)
avaliaram ex vivo a preciso de trs LAEs em determinar o comprimento do
canal radicular em casos de retratamento. Os autores utilizaram o PP
(Dentsply-Maillefer, Ballaiguess, Sua), NA (Forum Technologies, Rishon Le-
Zion, Israel) e ZX (J Morita, Califrnia, Estados Unidos da Amrica). Eles
encontraram como resultado 80%, 85% e 95% de preciso, respectivamente,
com tolerncia de 0,5 mm. Entretanto, no houve diferena significante entre
os aparelhos.
15
-
BALDI (2005) avaliou a influncia do dimetro do FA e do
instrumento endodntico nas medies dos LAEs ZX e NA, utilizando como
ponto de referncia a distncia de 0,5 mm indicada no display dos aparelhos.
Foram utilizados 40 incisivos inferiores, divididos em 4 grupos de acordo com o
dimetro do forame apical (100, 200, 300 e 400 m). Os resultados mostraram
uma maior preciso nas medies feitas pelo ZX. Dentes com FA de menor
dimetro apresentaram uma medio mais precisa e o emprego de
instrumentos de D0= 0,10 mm nos dentes com FA de maior dimetro
possibilitou uma maior preciso quando comparado ao uso de instrumentos
com dimetros coincidentes ao do FA, no caso do ZX. Para o NA, essa
correlao s foi observada a partir de um instrumento de D0=0,40 mm.
No ano de 2006, FAN et al. avaliaram a preciso dos LAEs ZX, PP e
NEZ (Amadent, Nova Jersey, Estados Unidos da Amrica) em tubos de vidro
simulando canais radiculares. Foram utilizados 48 tubos divididos em: tubos
secos, preenchidos com NaCl 0,9%, gua oxigenada 3%, NaCl 2,5% e EDTA
17%. Para avaliar a acurcia foram utilizadas tolerncias de 0,5 mm e 1,0 mm.
Nos tubos secos, a preciso do ZX variou de 75 a 91,7%, considerando 0,5
mm de tolerncia, e 100% considerando tolerncia de 1,0 mm. Para os outros
LAEs, todas as medies ficaram dentro da variao de 0,5 mm. Os autores
concluram que tanto o PP quanto o NEZ foram mais precisos do que o ZX sob
as condies em que o estudo foi realizado.
No ano de 2006, CUNHA DASSUNO et al. realizaram uma
pesquisa, ex vivo, sobre a preciso dos LAEs ZX e NA em localizar o FA.
Foram utilizados 40 dentes humanos extrados e os resultados mostraram uma
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preciso de 89,7% para o ZX e 82,1% para o NA (tolerncia de 0,5 mm), sem
diferena significativa entre os aparelhos. Os autores concluram que os dois
LAEs podem ser utilizados com segurana na localizao do FA.
Em 2006, PLOTINO et al. compararam a preciso dos LAEs ZX, ED
e PP. Utilizaram 40 dentes humanos unirradiculares extrados. Os resultados
apontaram uma porcentagem de acerto de 97,37% para o ZX, 95,28% para o
ED e 100% para o PP, considerando uma tolerncia de 0,5 mm. Os autores
concluram que os trs aparelhos so capazes de determinar o comprimento do
canal radicular com preciso.
CUNHA DASSUNO et al. (2007), compararam ex vivo a preciso
dos LAEs MA (Sybron Endo, Califrnia, Estados Unidos da Amrica) e ZX II (J
Morita, Califrnia, Estados Unidos da Amrica). A amostra foi composta por 39
dentes humanos extrados e o resultado mostrou uma preciso de 97,44% do
ZX II e de 100% para o MA. Os autores no mencionam a anlise estatstica no
trabalho.
BALDI et al. (2007), compararam diferentes meios utilizados para
imerso dos dentes e obteno das medidas com os LAEs. Os autores
obtiveram inicialmente o comprimento real dos dentes, introduzindo um
instrumento tipo K de D0= 0,15 mm at a visualizao da ponta no FA. Em
seguida, os dentes foram colocados em tubos de plstico, preenchidos com os
diferentes meios (gar 1%, gelatina, alginato, soluo salina e esponja para
arranjos florais embebidas em soluo salina) e as medies foram realizadas
com o LAE ZX. O meio que apresentou os melhores resultados foi o alginato e
17
-
os piores resultados foram obtidos com a esponja de arranjos florais embebida
em soluo salina.
No ano de 2007, BERNARDES et al., utilizaram 40 dentes humanos
unirradiculares extrados para avaliar a preciso dos LAEs ZX, ED e RA D-30
(Romidam, Kiryat Ono, Israel). Para obteno do comprimento real os autores
visualizaram a ponta de um instrumento tipo K de D0= 0,10 mm no FA,
auxiliados por um microscpio com aumento de 8x. Os dentes foram colocados
em tubos plsticos contendo alginato e as medies foram realizadas com os
aparelhos calibrados em 1,0 mm aqum do FA. Os resultados mostraram que o
ZX teve uma preciso de 97,5%, o ED 95% e o RA D-30 foi preciso em 92,5%
dos casos.
EBRAHIM et al. (2007), analisaram os efeitos de solues
irrigadoras na preciso do LAE DP ZX (J Morita, Califrnia, Estados Unidos da
Amrica). As substncias utilizadas foram o NaOCl 0,5% e 2,5%, EDTA 15%,
CX 0,8% e RC Prep. Os autores concluram que o DP ZX foi utilizando o
NaOCl 0,5% ou 2,5% como irrigante. J na presena de CX 0,8% e RC Prep,
as medies s foram precisas quando os intrumentos endodnticos utilizados
eram de grande calibre.
Em 2008, KIM et al. realizaram um estudo in vivo comparando a
preciso do uso exclusivo do ZX para determinar a localizao da constrio
apical, e a combinao desse LAE com o mtodo radiogrfico. A amostra foi
composta por 25 pr-molares e o comprimento de trabalho inicial foi obtido
utilizando o LAE. Em seguida, os instrumentos endodnticos foram fixados na
posio referida e foram realizadas tomadas radiogrficas. As radiografias
18
-
foram interpretadas e quando houve necessidade, a medida inicial foi ajustada.
Os dentes foram extrados e a posio da ponta do instrumento em relao a
CA foi analisada. Os resultados apontaram que o ZX detectou a CA em 84%
com tolerncia de 0,5 mm, enquanto a combinao dos mtodos resultou numa
preciso de 96%.
BRISEO-MARROQUN et al., em 2008, analisaram a influncia do
calibre do instrumento endodntico utilizado durante a medio eletrnica dos
aparelhos EA (SybronEndo, Califrnia, Estados Unidos da Amrica), JoyPex II
(Hager & Werke, Duisburg, Alemanha), RayPex 5 (VDW, Munique, Alemanha) e
PP II (Dentsply Maillefer, Baillagues, Switzerland). Os calibres dos instrumentos
testados foram 0,08, 0,10 e 0,15 mm, e os resultados indicaram no haver
diferena significativa entre esses utilizados na localizao do FA.
No ano de 2009, ELAYOUTI et al. avaliaram in vivo a consistncia
dos LAEs ZX e RayPex 5. Uma medio consistente foi definida pelos autores
como a permanncia estvel da escala de barras do visor dos aparelhos por 5
segundos. Na mdia, os LAEs realizaram medies consistentes em 85% dos
casos, sendo que o ZX mostrou ser superior ao RayPex 5. Os autores
observaram que a inconsistncia das medies estavam associadas a
obliterao parcial ou total do canal radicular.
PASCON et al. (2009), compararam ex vivo a preciso dos LAEs
DP ZX, RayPex 5 e ED. Razes dentrias foram inseridas em alginato e todas
as medies feitas com instrumento endodntico K de D0= 0,15 mm aps
irrigao com NaOCl 1%. Utilizando uma tolerncia de 0,5 mm, a preciso foi
de 39% para o DP ZX, 31% para o RayPex 5 e 37% para o ED. Quando a
19
-
tolerncia foi de 1,0mm, os valores aumentaram para 90%, 82% e 73%,
respectivamente. O ED mostrou-se menos preciso do que os outros dois
aparelhos.
CAMARGO et al. (2009), analisaram a influncia do alargamento
cervical na preciso dos LAEs ZX, ED, MA e ADSP (Septodont, Cedex,Frana).
Antes de realizar o alargamento cervical, as medies consideradas precisas
foram de 50% para o ZX, 47,5% para o ED, 50% para o MA e 45% para o
ADSP. Aps o preparo cervical, as medies precisas foram de 75%, 55%, 75%
e 60%, respectivamente. O ZX e o MA tiveram o ndice de preciso aumentado
significativamente aps a realizao do alargamento cervical.
VERSIANI et al. (2009), compararam ex vivo a preciso do ZX II em
detectar a CA usando as marcaes 0.5 e 1.0 no visor do aparelho. A
amostra total foi de 70 dentes humanos unirradiculares, que foram imersos em
alginato e irrigados com soluo de NaOCl a 1%. Aps obteno da medio
eletrnica, os instrumentos endodnticos foram fixados em posio e as razes
analisadas em microscpio estereoscpico. Os resultados indicaram que a
preciso do ZX II foi de 90,5% para a marcao 0.5 e 83,78% para a
marcao 1.0.
Em 2009, SIU et al. compararam in vivo a preciso dos LAEs ZX II,
Apex NGR XRF (Medic NRG, Tel Aviv, Israel) e o MA em identificarem a CA,
utilizando instrumentos rotatrios de nquel-titnio. A amostra foi composta por
28 dentes, e os instumentos utilizados foram ProFile taper 0,04 mm de D0=
0,40 mm ao D0= 0,20 mm, na tcnica crown-down. Houve um grupo controle
formado por 4 dentes, no qual as medies foram realizadas com instrumentos
20
-
manuais. O instrumento que alcanou o comprimento de trabalho foi fixado
com cimento de ionmero de vidro, e em seguida o dente foi extrado. Houve
um desgaste lateral dos 4 mm apicais, expondo o instrumento. Foram feitas
fotografias com aumentos de 15 e 30 vezes, projetadas com aumentos de 360
e 720 para avaliao. Os valores de preciso com tolerncia de 0,5 mm foram
de 50% para o ZX II, 46,43% para o Apex NGR XRF e 39,29% para o MA.
No ano de 2009, DUH realizou um estudo, ex vivo, sobre a preciso
dos LAEs ZX, S ZX, TA ZX e DP ZX, todos fabricados pela empresa J Morita,
utilizando uma amostra de 45 dentes humanos extrados. Os resultados
mostraram que a ponta da lima estava localizada, em mdia, de 0,10 a 0,19
mm apicalmente indicao fornecida pela srie de LAEs ZX. A preciso
destes LAEs em determinar a localizao da CA variou entre 90,48% e 97,62%
e no houve diferena significante entre os aparelhos avaliados. Os autores
concluram que a srie ZX de LAEs pode determinar com preciso a
localizao da CA.
GUISE et al., no ano de 2010 realizaram um estudo ex vivo
comparando a preciso, em localizar o FA, dos LAEs ZX II, ED e PAL
(Brasseler USA, Savannah, Estados Unidos da Amrica). A amostra analisada
foi de 40 dentes humanos extrados, imersos em gelatina. O estudo encontrou
uma preciso de 95% para o ZX II, 95% para o PAL e 90% para o ED,
utilizando uma tolerncia de 0,5mm. No houve diferena significante entre os
aparelhos.
Ainda em 2010, CUNHA D`ASSUNO et al. compararam ex vivo a
preciso dos localizadores apicais ZX II, MA e NA em localizar a CA. A amostra
21
-
foi de 31 dentes unirradiculares, colocados em um modelo experimental
composto por um anel ajustvel para fixao do dente e um micrmetro digital
(instrumento de medida linear, utilizado quanto a medio requer uma preciso
acima da possibilitada com um paqumetro , sua resoluo est entre 0,01 mm
e 0,001mm) conectado ao instrumento endodntico. Em 13 das 31 medies
feitas pelo ZX II a ponta do instrumento estava na CA, e em nenhum caso dos
outros dois LAEs a ponta do instrumento estava na CA. Os autores concluram
que o ZX II foi significativamente mais preciso na localizao da CA.
DING et al. (2010) realizaram um estudo ex vivo comparando os
LAEs ZX, RP 5 e ED na preciso em determinar a localizao do forame menor
(CA), e de que maneira a morfologia tanto da CA quanto do FA poderiam
influenciar nos resultados. Foram utilizados 365 dentes humanos permanentes
extrados, com raiz nica e canais retos. Aps as anlises, os autores
concluram que quando a marcao da CA atingida, o instrumento
endodntico conectado ao ZX est mais prximo do FA do que nos outros dois
aparelhos. Alm disso, a morfologia da CA e a localizao do FA influenciam na
preciso dos LAEs testados.
Em 2011, JUNG et al. compararam a confiabilidade das marcaes
0.5 e APEX nas medies para a localizao do FA, feitas pelos LAEs ZX e
i-Root (S-Dent, Seoul, Coria). Foram utilizados 104 pr-molares humanos
unirradiculares, extrados e embebidos em um modelo experimental de
alginato. Os autores concluram que no h diferena significante entre a
confiabilidade das marcaes 0.5 e APEX para localizao do FA nos dois
LAEs testados. Para os autores, mais importante saber onde o instrumento
22
-
endodntico est localizado em cada marcao do que qual marcao escolher
para obteno do comprimento de trabalho.
23
-
3. HIPTESE_______________________________________________________________
Existe diferena significante entre os LAEs ZX II, ZX Mini e RA A-15 na
localizao do FA.
24
-
25
-
4. OBJETIVOS_______________________________________________________________
O presente estudo tem por finalidade comparar a preciso de trs LAEs,
de quarta gerao, na localizao do FA: ZX II, ZX Mini e RA A-15.
26
-
5. MATERIAIS E MTODOS_______________________________________________________________
A amostra inicial foi composta por 40 dentes humanos unirradiculares
obtidos no Banco de Dentes da Faculdade de Odontologia da Universidade
Estcio de S (Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580, cobertura, Recreio dos
Bandeirantes, Rio de Janeiro-RJ, Brasil). Os dentes foram armazenados em
soluo de formol a 10% at a sua utilizao.
Aps serem retirados do formol e lavados em gua corrente, os dentes
foram radiografados nos sentidos vestbulo-lingual e msio-distal para
descartar a presena de mais de um canal radicular. Nessa etapa, 1 dente foi
excludo. As razes dos 39 dentes restantes foram analisadas em microscpio
estereoscpico Leica DFC 295 (Hessen, Wetzlar, Alemanha), em diferentes
aumentos, visando descartar a presena de fraturas, mais de um FA, sinais de
reabsoro externa e pices incompletamente formados. Nessa etapa, 2
dentes foram excludos pois apresentavam mais de um FA.
Para acesso aos canais radiculares, as coroas dos 37 dentes restantes
foram seccionadas com discos diamantados acoplados em pea reta e motor
eltrico. Primeiramente foi feita uma seco horizontal na metade da altura
coronria com o objetivo aplainar e fornecer um ponto de referncia estvel
para todas as medies, em seguida, foi feita uma seco frontal do plat
coronrio at a juno amelocementria. Uma terceira seco foi realizada
horizontalmente, ao nvel da juno amelocementria at o encontro da
segunda seco, expondo o orifcio de entrada do canal radicular (Figura 4).
27
-
Os canais radiculares foram alargados no tero cervical com o uso de
brocas de Gates-Glidden #4, #3, #2 no comprimento passivo sequencialmente,
e a irrigao foi realizada com 1 ml de soluo de NaOCl a 2,5% para remoo
de debris, antes do uso de cada instrumento. A patncia do FA foi verificada
com o auxlio de um instrumento endodntico C+ (Dentsply Maillefer,
Ballaigues, Switzerland), de ao inoxidvel, com 25 mm de comprimento e de
dimetro D0 = 0,10 mm. Nessa etapa, 5 dentes foram excludos pois seus
forames apicais no estavam patentes.
Na sequncia, os dentes foram imersos em soluo de NaOCl a 2,5%
por 2 horas, objetivando dissolver a polpa radicular remanescente. Em seguida,
eles foram numerados aleatoriamente.
28
Figura 4 - Preparo das coroas dentrias
-
Para obteno dos comprimentos reais, utilizamos o microscpio
estereoscpico Leica DFC 295, nas seguintes condies: magnificao de 16x,
iluminao direta I e magnificao de zoom 1. Em cada dente, um instrumento
endodntico C+ de ao inoxidvel com 25 mm de comprimento e dimetro em
D0 = 0,10 mm, avanou no interior do canal radicular at que sua ponta fosse
visualizada na borda mais coronal do FA (Figura 5).
Nesse momento, dois stops de silicone foram ajustados no plat
coronrio e o instrumento endodntico foi removido. Um paqumetro digital
(Digimess, So Paulo, Brasil) foi utilizado para medir a distncia entre os stops
de silicone e a ponta do instrumento (Figura 6). Essa distncia foi a registrada
29
Figura 5 - Ponta do instrumento endodntico posicionada no FA
-
como o comprimento real do dente. Um mesmo operador realizou todas as
mensuraes e para cada dente utilizamos um novo instrumento endodntico.
Em outro momento, cada 4 razes dentrias foram inseridas em
recipientes de vidro com 7,0 mm de dimetro e 5,0 mm de altura, preenchidos
com alginato fresco Avagel (Dentsply, Petrpolis-RJ, Brasil), previamente
manipulado de acordo com as instrues do fabricante. O alginato serve como
meio condutor de corrente eltrica, simulando o ligamento periodontal. Alm
das razes, o clip labial do LAE tambm foi imerso no alginato. Cada conjunto
de dentes foi testado com cada LAE, o que ocorreu dentro de um intervalo de 2
horas, perodo que o alginato permanece suficientemente mido. Antes das
30
Figura 6 - Verificao da medida com um paqumetro digital
-
mensuraes eletrnicas, os canais radiculares foram irrigados com 1 ml de
soluo de NaOCl 2,5% e uma cnula metlica (Nevoni, So Paulo, Brasil),
acoplada a uma bomba de suco a vcuo porttil foi utilizada para a
aspirao, removendo o excesso de soluo irrigadora, mantendo soluo
apenas no canal radicular.
As medies com os LAEs testados, foram feitas por um nico operador,
especialista em Endodontia, com experincia clnica prvia com os trs
aparelhos testados. Nessa fase, foram utilizados instrumentos endodnticos do
mesmo tipo citado anteriormente, acoplados ao LAE atravs do clip designado
para o instrumento. Utilizamos um instrumento novo para cada dente, todos
com duplo stop de silicone. Os LAEs foram utilizados conforme as instrues
dos fabricantes para detectar o FA. Para o ZX II e ZX Mini, o ponto de trmino
utilizado foi a expresso APEX piscando simultaneamente a primeira barra
vermelha no visor do aparelho (Figura 7), juntamente com a produo de um
som slido contnuo. Para o RA A-15, o ponto de trmino foi a marca 0.0 no
visor do aparelho, juntamente com a produo de um som slido contnuo. A
medida s foi considerada vlida aps ficar estvel no ponto referido por, no
mnimo, 5 segundos. Os stops de silicone foram ento ajustados no ponto de
referncia, com auxlio de uma pina clnica, o instrumento removido e a
distncia entre a ponta da lima e os stops de silicone medida com o paqumetro
digital. Aps o ajuste dos stops de silicone no plat coronrio, o instrumento era
removido e novamente inserido, acoplado ao respectivo clip, para verificar a
manuteno da medida. Nos casos de alteraes, todo o procedimento era
repetido, quantas vezes fosse necessrio. Para cada dente, as medies foram
31
-
feitas em duplicata com cada LAE, a mdia das duas mensuraes foi
calculada e todos os valores foram registrados em tabelas de Excel (software)
(anexo V).
Para verificar a discrepncia entre as medies dos LAEs, as diferenas
entre o comprimento real e a mdia das medies eletrnicas obtidas de cada
dente, para cada LAE, foram submetidas ao teste de varincia ANOVA. A
preciso dos LAEs testados foi comparada em dois nveis de tolerncia (0,5
mm e 1,0 mm), utilizando as diferenas entre o comprimento real e a mdia das
medies eletrnicas obtidas de cada dente. Os resultados foram submetidos
ao Qui-quadrado com correo de Yates, com nvel de significncia
estabelecido em 5%, utilizando o software SPSS (IBM World Trade
Corporation).
32
Figura 7 - Medio eletrnica de um canal radicular
-
6. RESULTADOS_______________________________________________________________
Na anlise global dos dados, considerando as 96 medidas, pode-se
verificar que a ponta do instrumento endodntico estava em mdia, 0,49 mm
aqum do FA. Os valores da mediana, mnimo, mximo e desvio padro foram
de -0,44 mm, -1,43 mm,0,57 mm e 0,36 mm, respectivamente. O grfico tipo
boxplot (Figura 8) representa a distribuio do nosso conjunto de dados, a
caixa propriamente dita, contm 50% dos dados analisados, o limite superior
da caixa representa o percentual de 75% dos dados e o limite inferior
representa o percentual de 25%. A distncia entre esses dois quartis
conhecida como distncia inter-quartil e a linha na caixa representa a mediana
dos dados. Podemos verificar que a distncia entre a linha mediana no
equidistante dos extremos, mostrando que nossos dados so assimtricos. Os
extremos do grfico representariam os valores mnimo e mximo, porm
verificamos a presena de outliers (pontos fora do grfico que representam
medies que se destacaram da mdia). Valores negativos indicam uma
posio do instrumento endodntico aqum do FA, enquanto valores positivos
indicam uma posio alm desta estrutura.
Analisando cada LAE separadamente temos os seguintes dados: para o
ZX II, os valores de mdia, desvio padro, mediana, mnimo e mximo foram
de -0,51 mm, 0,33 mm, -0,44 mm, -1,15 mm e 0,25 mm, respectivamente.
Analisando o ZX Mini obtivemos os valores -0,45 mm, 0,34 mm, -0,40 mm,
-1,19 mm e 0,12 mm, respectivamente. Para as medies realizadas com o RA
33
-
A-15 os valores foram de -0,51 mm, 0,41 mm, -0,49 mm, -1,43 mm e 0,57 mm,
respectivamente.
Para as medies realizadas com o RA A-15 os valores foram de -0,51
mm, 0,41 mm, -0,49 mm, -1,43 mm e 0,57 mm, respectivamente. O grfico
boxplot abaixo (Figura 9), representa a distribuio do nosso conjunto de
dados, ilustrando a discrepncia entre os LAEs, representando a frequncia
acumulada da distncia (em milmetros) entre o FA e os valores obtidos com
cada LAE (n=32). Os pontos fora do grfico representam os outliers, que
ocorreram apenas com as medies do LAE RA A-15.
34
Figura 8 - Grfico boxplot da anlise global
-
A anlise estatstica das diferenas entre os comprimentos reais e as
mdias das medies eletrnicas obtidas com cada LAE no evidenciou
diferena significante entre os aparelhos (p= 0,772) (Tabela 1).
35
Figura 9 - Grfico boxplot comparando os LAEs
-
Adotando-se uma tolerncia de 0,5 mm, a preciso do ZX II, ZX Mini e
RA A-15 em localizar o FA foi de 62,5%, 56,2% e 50%, respectivamente (Tabela
Figura 10 - Grfico com as mdias das distncias entre a ponta do instrumento e o FA obtidas com cada LAE
36
LAE Mdia (mm) Desvio padro (mm)
ZX II -0,51 0,33
ZX Mini -0,46 0,34
RA -0,51 0,41
Total -0,48 0,36
Tabela 1 - Mdias das diferenas entre as medies eletrnicas e as medidas reais
-1,00
-0,89
-0,78
-0,67
-0,56
-0,44
-0,33
-0,22
-0,11
0
ZX II ZX Mini RA A-15
-0,51-0,45
-0,51
Dis
tnc
ia a
o fo
ram
e ap
ical
(mm
)
-
2). O teste qui-quadrado mostrou no haver diferena significante entre os
LAEs, neste nvel de tolerncia (p= 0,60).
LAE Acerto Erro
ZX II 62,5% 37,5%
ZX Mini 56,2% 43,8%
RA 50,0% 50,0%
Considerando uma tolerncia de 1,0 mm, a preciso foi de 87,5%,
96,87% e 87,5%, respectivamente (Tabela 3). O teste qui-quadrado, com
correo de Yates, neste caso, tambm mostrou no haver diferena
significante entre os LAEs (p= 0,60).
LAE Acerto Erro
ZX II 87,5% 12,5%
ZX Mini 96,9% 3,1%
RA 87,5% 12,5%
Comparando a mdia dos valores, com a medida em milmetros,
utilizando duas casas decimais, no houve qualquer coincidncia entre o
37
Tabela 2 - Percentual de casos de acerto e erro de mensurao, considerando a mdia das trs medies e uma tolerncia de 0,5 mm
Tabela 3 - Percentual de casos de acerto e erro de mensurao, considerando a mdia das trs medies e uma tolerncia de 1,0 mm
-
comprimento real e as mdias das medies dos LAEs. Porm, considerando a
mdia em milmetros com apenas uma casa decimal, ocorreram duas
coincidncias, uma com o ZX II e uma com o ZX Mini. Comparando cada
medio eletrnica separadamente com os comprimentos reais, utilizando duas
casas decimais, ocorreu apenas uma coincidncia com o ZX Mini. Utilizando
somente uma casa decimal, ocorreram cinco coincidncias com o ZX II, duas
para o ZX Mini e quatro para o RA A-15.
38
-
7. DISCUSSO_______________________________________________________________
Os LAEs de quarta gerao escolhidos para nosso estudo foram o ZX II,
ZX mini e RA A-15 (Romidam, Kiryat Ono, Israel), pois alm se serem
relativamente novos no mercado, a literatura cientfica carece de comparaes
entre esses aparelhos. Vale ressaltar que, de acordo com o fabricante, o LAE
ZX II funciona com o mesmo mtodo da razo que o original ZX. Teoricamente,
resultados encontrados com o uso do ZX podem ser comparados com os
resultados encontrados com o ZX II.
Nossa amostra inicial foi composta por 40 dentes humanos
permanentes, unirradiculares e com polpas vitais, aproximadamente a mesma
amostra utilizada por ELAYOUTI et al. (2009), TSELNIK et al. (2005),
CAMARGO et al. (2009) e DUH (2009). A escolha de dentes vitais importante
pois eles apresentam a morfologia apical preservada. Os dentes foram
armazenados em soluo de formol a 10% at a utilizao, assim como fizeram
CARNEIRO et al. (2006). Aps remoo da soluo de formol a 10%, os dentes
foram lavados em gua corrente e mergulhados em soluo de NaOCl a 2,5%
para dissoluo da matria orgnica aderida s razes, conforme indicado por
vrios autores (PAGAVINO et al., 1998; CUNHA D`ASSUNO et al., 2007;
KIM et al., 2008; GONALVES REAL et al., 2011). Aps nova lavagem em
gua corrente, radiografias foram feitas nos sentidos msio-distal e vestbulo-
lingual com o objetivo de verificar a presena de mais de um canal radicular,
reabsores externas ou internas e fraturas radiculares, calcificaes, seguindo
recomendaes da literatura (TSELNIK et al., 2005; CUNHA D`ASSUNO et
39
-
al., 2007; CAMARGO et al., 2009; DUH, 2009). Esses fatores fizeram parte dos
critrios de excluso, uma vez que poderiam causar interferncias (fugas
eltricas) nas medies feitas pelos LAEs.
Houve inicialmente um aplainamento das coroas dos dentes atravs de
discos diamantados, objetivando criar um nico ponto de referncia para todas
as medies e uma maior estabilidade para o stop de silicone, assim como foi
feito em outros experimentos (WU et al., 1992; CZERW et al., 1995; JENKIS et
al., 2001; ELAYOUTI et al., 2009; BALDI et al., 2005; CAMARGO et al., 2009).
A determinao dos comprimentos reais foi feita com um instrumento
endodntico tipo C+ (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Switzerland) D0=10,
visualizando sua ponta na altura do FA com o auxlio de um microscpio, assim
como fizeram ELAYOUTI et al. (2009); THOMAS et al. (2003); BALDI (2005);
TSELNIK et al. (2005); TOSUN et al. (2008); PASCON et al. (2009);
CAMARGO et al. (2009); DING et al. (2010). O microscpio possibilitou
determinar com exatido a posio do instrumento em relao ao FA. Em todos
os instrumentos endodnticos foram utilizados dois stops de silicone, assim
como GUISE et al. (2010), objetivando diminuir as chances de movimentao
durante as medies. A distncia entre a ponta do instrumento endodntico e
os stops de silicone foi medida com o auxlio de um paqumetro digital, assim
como foi feito nos experimentos de CUNHA D`ASSUNO et al. (2006), DUH
(2009), SIU et al. (2009), JUNG et al. (2011). O uso do paqumetro digital
possibilitou maior preciso, pois forneceu as distncias em centsimos de
milmetros, o que no seria possvel com o uso de rgua milimetrada.
40
-
De acordo com IBARROLA et al. (1999), JENKINS et al. (2001), TINAZ
et al. (2002) e CAMARGO et al. (2009), neste tipo de estudo, a dilatao prvia
do tero cervical do canal radicular elimina interferncias e possibilita medies
mais acuradas dos LAEs. No nosso estudo, essa dilatao foi feita com brocas
de Gates-Glidden, assim como fizeram KIM et al. (2008), SIU et al. (2009),
GONALVES REAL et al. (2011), DING et al. (2010) e JUNG et al. (2011).
Para JENKINS et al. (2001), nenhuma soluo irrigadora causa
interferncia nas leituras dos localizadores apicais. Ainda de acordo com TINAZ
et al. (2002) e MEARES & STEIMAN (2002), o NaOCl, seja qual for a
concentrao, no interfere na preciso dos LAEs. Nesse experimento,
utilizamos soluo de NaOCl 2,5% na irrigao dos canais radiculares, assim
como fizeram outros autores (GOLDBERG et al., 2005; CUNHA D`ASSUNO
et al., 2006; CUNHA D`ASSUNO et al., 2007).
O modelo experimental utilizado nesse estudo foi semelhante ao usado
por outros autores (KOBAYASHI & SUDA, 1994; CUNHA D`ASSUNO et al.,
2007; GUISE et al., 2010). Optamos pelo uso de potes redondos de vidro com
7,0 cm de dimetro e 5,0 cm de altura preenchidos com alginato. A escolha
desse material de preenchimento deveu-se aos resultados excelentes
encontrados por estudos em que ele foi utilizado (PAGAVINO et al., 1998;
BERNARDES et al., 2007; HERRERA et al., 2007; CUNHA D`ASSUNO et
al., 2007; TOSUN et al., 2008; CAMARGO et al., 2009; VERSIANI et al., 2009;
GUISE et al., 2010; JUNG et al., 2011), com destaque para o experimento de
BALDI et al. (2007), no qual foram comparados diferentes meios utilizados para
embeber os dentes (gelatina, gar 1%, soluo salina, esponja para arranjos
41
-
florais e alginato). Limitamos em quatro o nmero de dentes colocados em
cada pote de vidro para que as medies fossem feitas em um perodo mximo
de 2 horas para cada grupo, uma vez que o alginato desidrata e isso poderia
interferir nas leituras eletrnicas (CUNHA D`ASSUNO et al., 2006; CUNHA
D`ASSUNO et al., 2007). De acordo com MEARES & STEIMAN (2002), as
vantagens do mtodo experimental escolhido seriam simplicidade, baixo custo,
facilidade de uso e possibilidade de testar uma amostra grande em um curto
espao de tempo, o que no poderia ter sido alcanado em um estudo in vivo.
Como desvantagem temos a impossibilidade de simular todas as condies in
vivo.
No presente estudo, apenas um operador com experincia no uso dos
LAEs avaliados realizou as medies eletrnicas com todos os aparelhos.
Somente foi considerada vlida a medio estvel por no mnimo, 5 segundos,
seguindo a metodologia de outos trabalhos (PLOTINO et al., 2006; CUNHA
D`ASSUNO et al., 2007). As medies eletrnicas foram realizadas em
duplicata e apenas a mdia foi utilizada na anlise estatstica.
Em relao aos LAEs utilizados, todos tm seu princpio de
funcionamento baseado na mensurao da impedncia a partir de correntes
alternadas com duas ou mais frequncias (quarta gerao). Segundo RAMOS
& BRAMANTE (2005), esses aparelhos detectam a diminuio na espessura
de dentina que ocorre no tero apical do canal radicular. Assim, o princpio de
funcionamento desses aparelhos est relacionado ao fato de que as paredes
do canal radicular possuem uma impedncia maior do que o FA. De acordo
com alguns autores, (ILZUKA et al., 1987; RAMOS & BRAMANTE, 2005) as
42
-
paredes do canal radicular apresentam baixa condutividade eltrica, que
diminui a medida que se aproxima do tero apical, pois a dentina torna-se
menos espessa.
Analisando os vrios estudos existentes comparando a preciso dos
LAEs, verificamos uma grande variao nos resultados de preciso,
provavelmente devido a grande diversidade dos protocolos utilizados
principalmente em relao ao ponto de referncia apical utilizado (JCD, CA,
FA) (MEARES & STEIMAN, 2002; NEKOOFAR et al., 2006; PASCON et al.,
2009) (Anexo VII).
Em pormenores, verificou-se que alguns autores utilizaram o ponto de
referncia APEX ou 0.0, objetivando localizar o FA (PAGAVINO et al., 1998;
WEIGER et al., 1999; LEE et al., 2002; MEARES & STEIMAN, 2002;
GOLDBERG et al., 2005; TSELNIK et al., 2005; EBRAHIM et al., 2006; BALDI
et al., 2007), enquanto outros utilizaram os pontos de referncia 0.5 ou 1.0,
objetivando localizar a CA (VAJRABHAYA & TEPMONGKOL, 1997; PAGAVINO
et al., 1998; ELAYOUTI et al., 2009; MEARES & STEIMAN, 2002; BALDI, 2005;
BERNARDES et al., 2007). A segunda escolha parece coerente, a partir do
momento que a instrumentao e obturao do canal radicular devem se limitar
a JCD ou CA (RICUCCI & LANGELAND, 1998; ESE, 2006), localizadas de
0,5 a 1,0 mm aqum do FA. Porm, como foi dito anteriormente, a JCD e a CA
raramente coincidem e a CA est na maioria das vezes, coronal a JCD. Alm
disso, a exata localizao da JCD e da CA variam em relao ao FA e ao pice
anatmico (KUTTLER, 1955). No h como garantir que no momento em que o
display dos localizadores apicais marcam 0.5 ou 1.0, o instrumento
43
-
endodntico est localizado na CA, apenas podemos supor que a ponta do
instrumento endodntico est localizada aqum do FA (NEKOOFAR et al.,
2006). Para MAYEDA et al. (1993), os LAEs so capazes apenas de detectar o
FA. OUNSI & NAAMAN (1999), confirmaram a afirmao anterior, concluindo
que se a marcao 0.5 do ZX for utilizada como referncia, mais de 50% das
medies ficam alm da variao clinicamente aceitvel de 0,5mm. Os autores
desencorajam o uso do ponto de referncia 0.5 sugerido pelo fabricante, e
propem o uso do ponto de referncia APEX. Para JUNG et al. (2011), o
ponto de referncia APEX dos localizadores apicais ZX e i-Root representam
com fidelidade a localizao do FA, enquanto o 0,5 apenas representa um
ponto 0,26mm e 0,29mm aqum do FA, respectivamente.
Estudos que avaliaram a reprodutibilidade das medies feitas por
diferentes marcas comerciais de LAEs apontam um resultado baixo quando
utilizamos as marcaes 0.5 ou 1.0 como pontos de referncia, variaes na
anatomia apical so apontadas como a principal causa. J a utilizao da
marcao APEX ou 0.0, mostram ndice de reprodutibilidade maiores
(PONCE & VILAR FERNANDEZ, 2003; HOER & ATTIN, 2004; OLSON et al.,
2008). Para NEKOOFAR et al. (2006), absolutamente necessrio que a ponta
do instrumento endodntico alcance o ligamento periodontal para que a
medio seja precisa.
Considerando o funcionamento dos LAEs, a falta de consenso sobre
qual indicao no display a mais confivel, e o fato de que a CA um stio de
configurao varivel, escolhemos o FA (ponto de referncia APEX ou 0.0)
para realizao desse estudo.
44
-
No presente estudo no encontramos diferena significante entre os
valores de preciso dos trs LAEs, independente da tolerncia considerada
(0,5 mm ou 1,0 mm). Alm disso, sem considerar as duas tolerncias, tambm
no foi verificada diferena entre os aparelhos.
Para MILETIC et al. (2011), a medio eletrnica feita por um LAE pode
ser reproduzida por outro aparelho similar, no mesmo canal radicular e sob as
mesmas condies clnicas.
Assim como ocorreu nos experimentos de PASCON et al. (2009) e
VASCONCELOS et al. (2010), os resultados do nosso estudo, quanto
preciso dos LAEs, variaram claramente quando modificamos a margem de
tolerncia. Considerando tolerncias de 0,5 mm e 1,0 mm, a variao foi de
62,5% para 87,5% nas medies com o ZX II, de 56,2% para 96,87% com o ZX
Mini e de 50% para 87,5% com o RA, respectivamente.
As mensuraes que ultrapassaram o FA ocorreram em apenas 3,12%
das amostras com o ZX II e com o RA, j com o ZX Mini, nenhuma medio
ultrapassou o FA. Esses dados nos mostram que o uso dos LAEs em questo
previnem a ocorrncia de sobreinstrumentao, mesmo utilizando o FA como
ponto de referncia. Outros autores encontraram casos de medies
eletrnicas alm do FA variando entre 2,6% e 30% (ELAYOUTI et al., 2009;
CUNHA D`ASSUNO et al., 2006; PASCON et al., 2009; VASCONCELOS et
al. 2010).
Considerando que de acordo com os fabricantes dos LAEs em questo
(J Morita; Romidan Ltd.), mltiplos fatores podem afetar as leituras dos LAEs e
as dificuldades existentes em reproduzir laboratorialmente todas as variveis
45
-
que podem estar presentes em um estudo in vivo, nosso trabalho observou um
resultado de preciso para o ZX II um pouco abaixo da mdia encontrada em
outros estudos, considerando uma tolerncia de 0,5 mm, ou seja, 62,5%.
Todavia, GOLDBERG et al. (2005) encontraram uma preciso semelhante a do
nosso estudo, 62,7% para o ZX. SIU et al. (2009) relataram uma preciso de
50% para o ZX II. FAN et al. (2006) encontraram em canais secos, uma
preciso de 75% para o ZX. TSELNIK et al., em 2005, encontraram 75% de
preciso para o ZX. PASCON et al. (2009) encontraram uma preciso de 39%
utilizando o DP ZX, dispositivo com a mesma tecnologia do ZX II (Anexo VII).
No nosso estudo, a preciso do ZX Mini foi de 56,2% com tolerncia de
0,5 mm e de 96,87% com tolerncia de 1,0 mm. Dos trs LAEs avaliados, esse
foi o que apresentou a maior variao de preciso quando modificamos a
tolerncia.
Quanto ao LAE RA A-15, apenas um trabalho foi encontrado na literatura
(MILETIC et al., 2011). Porm, estes autores no avaliaram a preciso do
aparelho, mas compararam a reprodutibilidade entre o RA A-15, o DP ZX e o
RP 5. Os autores concluram que, considerando uma tolerncia de 1,0 mm,
todos os trs LAEs so capazes de reproduzir fiel e continuamente os
resultados obtidos desde o primeiro teste.
De acordo com os dados obtidos, no presente estudo, das diferenas
entre as medies eletrnicas e os comprimentos reais, verificamos que todos
os trs LAEs testados no apontam o FA. Todos os aparelhos se aproximaram
(mdia dos valores) de 0,5 mm desse ponto de referncia, provvel localizao
da CA, segundo KUTTLER (1955). Esse resultado pode ser explicado pelo
46
-
princpio de funcionamento dos LAEs de quarta gerao, como j foi dito
anteriormente, esses aparelhos detectam a diminuio na espessura de
dentina que ocorre no tero apical e identificam a CA como o ponto de menor
impedncia, pois nesse local que a dentina apresenta a menor espessura.
Variaes nos nossos resultados podem ter sido influenciadas pela
diferena nos princpios de trabalho e/ou nas diferenas no display dos
aparelhos. Os LAEs da srie ZX (ZX II e ZX Mini) possuem o mesmo display,
mas diferem do display apresentado pelo LAE RA A-15. Objetivando evitar
ambiguidades, aumentar a segurana e a preciso, os fabricantes precisam
definir com clareza qual ponto de referncia no seu aparelho destina-se a
localizar o FA e a CA.
Todos os LAEs geram leituras inconsistentes ou no confiveis (FRANK
& TORABINEJAD, 1993; SHABAHANG et al., 1996; GOLDBERG et al., 2005;
WRBAS et al., 2007), portanto, assim como KIM et al. (2008), recomendamos a
associao dos mtodos eletrnico e radiogrfico com o objetivo de aumentar
a preciso na determinao do comprimento de trabalho durante a terapia
endodntica.
47
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8. CONCLUSO_______________________________________________________________
Os LAEs testados no diferem quanto a preciso em detectar o FA, os
trs aparelhos apontam em mdia, 0,49 mm aqum deste ponto.
48
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10. ANEXOS_______________________________________________________________
Anexo I - Submisso do estudo ao Comit de tica em Pesquisa (CEP)
60
-
Anexo II - Foto do LAE ZX II
Fonte: www.jmorita.com
61
-
Anexo III - Foto do LAE ZX Mini
Fonte: www.jmorita.com
62
-
Anexo IV - Foto do LAE RA A-15
Fonte: www.romidan.com/htmls/home.aspx
63
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Anexo V Tabela com os comprimentos reais, medies eletrnicas e mdias
obtidas com cada LAE
64
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Anexo VII - Tabela com estudos comparando a preciso de LAEs
ESTUDO/ANO LAEs PRECISES PONTO DE REFERNCIA TOLERNCIADIFERNA
SIGNIFICANTE
Presente estudo (2012)
ZX II 62%
Forame apical 0,5 mm NoPresente estudo (2012)ZX Mini 56% Forame apical 0,5 mm NoPresente estudo (2012)
RA A-15
50%
Forame apical 0,5 mm No
Pagavino et al. (1998)
ZX 83% Forame apical 0,5 mm -
Goldberg et al. (2005)
ZX 95%
Constrio apical 0,5 mm NoGoldberg et al. (2005) NA 85% Constrio apical 0,5 mm NoGoldberg et al.
(2005)
PP 80%
Constrio apical 0,5 mm No
Tselnik et al. (2005)ZX 75%
Constrio apical 0,5 mm NoTselnik et al. (2005)ED 75%
Constrio apical 0,5 mm No
Cunha D`Assuno (2006)
ZX 90%Forame apical 0,5 mm NoCunha D`Assuno (2006) NA 82%Forame apical 0,5 mm No
Kim et al. (2008) ZX 84% Constrio apical 0,5 mm -
Duh (2009)
ZX
90% a 98% Constrio apical 0,5 mm NoDuh (2009)S ZX
90% a 98% Constrio apical 0,5 mm NoDuh (2009)TA ZX
90% a 98% Constrio apical 0,5 mm NoDuh (2009)
DP ZX
90% a 98% Constrio apical 0,5 mm No
Siu et al. (2009)
ZX II 50%
Constrio apical 0,5 mm NoSiu et al. (2009) MA