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EDILSON DAMASIO

O PROFISSIONAL DA INFORMAO NA INDSTRIA: HABILIDADES E COMPETNCIAS

Dissertao apresentada como requisito parcial obteno do grau de Mestre em Biblioteconomia e Cincia da Informao, Programa de PsGraduao em Biblioteconomia e Cincia da Informao da Pontifcia Universidade Catlica de Campinas, Mestrado Interinstitucional, PUCCAMP/UFPR em Planejamento e Administrao de Sistemas de Informao. Orientadora: Prof. Dr. Rose Mary Juliano Longo.

CAMPINAS 2001

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DEDICATRIA

s minhas filhas Barbara e Rebeca, pela compreenso e pacincia, nos momentos em que estive ausente nesses anos de extrema dedicao na realizao deste estudo.

Aos meus pais Antonio Damasio e Yolanda dos Santos Damasio que sempre mostraram-me o caminho da perseverana.

Ao meu irmo Evair Antonio Damasio que no pode ver a concluso deste estudo, mas que com certeza ficaria muito feliz e orgulhoso deste estudo.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por estar sempre presente em minha vida. minha cunhada Eliana Reis Magalhes que sempre mostrou-se disposta a ajudar nos momentos difceis. Ao meu cunhado Vicente Magalhes Filho que hospedou-me em sua residncia todas as vezes que foram necessrias. Aos sobrinhos Eduardo, Raquel e Carolina que, s vezes, deixaram de ter um final de semana interessante para que seus pais me ajudassem. minha orientadora Rose Mary Juliano Longo, pela dedicao e pacincia. Obrigado pela grande ajuda. minha sobrinha (filha) Fernanda Guedes pela sua pacincia com minhas filhas durante a minha ausncia. minha esposa amada Josi que suportou com muito sofrimento minha ausncia. A todas as pessoas que incentivaram para a realizao desta pesquisa, com palavras amigas e de muita sabedoria. Ao amigo Joo Fbio, pois, sempre que solicitado, levava-me estao Rodoviria.

Aos meus sogros Divino e Olinda pelo incentivo demonstrado com atitudes de carinho. Universidade Estadual de Maring, em especial Pr-Reitoria de Ensino e PrReitoria de Ps-Graduao. Aos colegas deste curso, pelo companheirismo e sincretismo de idias.

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Aos professores e funcionrios da Pontifcia Universidade Catlica de Campinas, Ps-Graduao em Biblioteconomia. coordenao da Ps-Graduao em Biblioteconomia da PUC-Campinas. coordenao do Departamento de Cincia e Gesto da Informao da Universidade Federal do Paran. CAPES pela concesso da bolsa de estudo, sem o qual no poderia realizar esta pesquisa. Direo da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maring, que acreditou em meu desempenho profissional. minha querida e amiga chefe Ivani Baptista que incentivou-me e demonstrou-se feliz com meu futuro ttulo de mestre. Aos professores Raimundo Nonato Macedo dos Santos e Leilah Santiago Bufrem por acreditarem neste trabalho e serem os representantes para concluso do mesmo. Aos amigos professores que emprestaram suas competncias nos momentos de dvida para a construo informal deste trabalho: Takao, Irineu, Vera, Boldori, Clio, Elias, Clo, Oswaldo, A todas as Bibliotecas, bibliotecrios e auxiliares que me receberam, fornecendo a informaes necessrias para a realizao deste estudo. Aos empresrios que foram receptivos e cautelosos ao responderem o questionrio. s indstrias que aceitaram participar desta pesquisa.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - INDSTRIAS DE TRANSFORMAO NO MUNICPIO DE MARING.......................................................................................56 TABELA 2 - REA DE FORMAO PROFISSIONAL.......................................66 TABELA 3 REA DE GRADUAO...............................................................67 TABELA 4 REA DE FORMAO EM PS-GRADUAO..........................69 TABELA 5 CARGO QUE OCUPA NA INDSTRIA.........................................70 TABELA 6 NVEL NO ORGANOGRAMA DA EMPRESA...............................72 TABELA 7 TEMPO DE EXPERINCIA NO CARGO.......................................73 TABELA 8 UTILIZAO DE INFORMAO ESPECIALIZADA SOBRE MERCADO.....................................................................................75 TABELA 9 UTILIZAO DE INFORMAO ESTATSTICA.........................76 TABELA 10 UTILIZAO DE INFORMAO SOBRE PRODUTOS.............77 TABELA 11 UTILIZAO DE INFORMAO FINANCEIRA.........................78 TABELA 12 UTILIZAO DE INFORMAO SOBRE COMPANHIAS.........79 TABELA 13 HABILIDADES E COMPETNCIAS..........................................81

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ESQUEMA DAS RELAES ENTRE TERMOS...........................14 FIGURA 2 APLICAO DA TECNOLOGIA....................................................16 FIGURA 3 MODELO DE PORTER: FORAS COMPETITIVAS......................36 FIGURA 4 TAREFAS DO PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE INFORMAES.............................................................................37 FIGURA 5 FORAS QUE CONDICIONAM O DESEMPENHO DO PROFISSIONAL DA INFORMAO.............................................44

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LISTA DE GRFICOS

GRFICO 1 REAS DE PRODUO DAS INDSTRIAS.............................74

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 DIAGRAMA DO CONTEXTO DA INFORMAO NAS ORGANIZAES: CLASSIFICAO, DIMENSES, OBJETIVOS E FONTES...............................................................27

QUADRO 2 ORGANIZAO ICT NO BRASIL................................................32 QUADRO 3 - OBJETIVOS, VARIVEIS E QUESTES.....................................63

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

BCI BIBLIOTECONOMIA E CINCIA DA INFORMAO CNI CONFEDERAO NACIONAL DAS INDSTRIAS CNPQ - CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTFICO E TECNOLGICO FGV FUNDAO GETLIO VARGAS GRI GERENCIAMENTO DE RECURSOS DE INFORMAO IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA IBICT INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAO EM CINCIA E TECNOLOGIA INPI INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL INT INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA P&D PESQUISA E DESENVOLVIMENTO PACTI PROGRAMA DE APOIO CAPACITAO TECNOLGICA DA INDSTRIA PADCT - PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO CIENTFICO E TECNOLGICO PBQP PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE PND PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SEBRAE SERVIO BRASILEIRO DE APOIO S EMPRESAS TIB - TECNOLOGIA INDUSTRIAL BSICA

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 QUESTIONRIO ...........................................................................100 ANEXO 2 LISTAGEM DE INDSTRIAS SELECIONADAS...........................106 ANEXO 3 - CARTA ENCAMINHADA S INDSTRIAS ..................................109

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SUMRIO

AGRADECIMENTOS................................................................................................iii LISTA DE TABELAS................................................................................................v LISTA DE FIGURAS.................................................................................................vi LISTA DE GRFICOS..............................................................................................vii LISTA DE QUADROS...............................................................................................viii LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS...................................................................ix LISTA DE ANEXOS..................................................................................................x RESUMO...................................................................................................................xiii ABSTRACT...............................................................................................................xiv

APRESENTAO

.................................................................................................................................................. 1

1. INTRODUO................................................................................................................................................... 3 1.1 CARACTERIZAO DO PROBLEMA.......................................................................................................................... 5 1.2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................................................................... 5 1.3 OBJETIVOS.........................................................................................................................................................9

1.3.1 Objetivo Geral.............................................................................................. 9 1.3.2 Objetivos Especficos.................................................................................. 92 REFERENCIAL TERICO............................................................................................................................10 2.1 O BRASIL FRENTE GLOBALIZAO E A INFORMAO...........................................................................................10 2.2 INFORMAO, CINCIA, TECNOLOGIA E NEGCIOS................................................................................................. 13

2.3 INFORMAO TECNOLGICA E INFORMAO PARA NEGCIOS.................................................................................. 18 2.4 INFORMAO: TIPOS E FONTES........................................................................................................................... 24

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2.5 A GERAO, ORGANIZAO E DEFINIO DA INFORMAO NAS INDSTRIAS............................................................29 2.6 O PROFISSIONAL BIBLIOTECRIO EM INDSTRIAS................................................................................................... 33 2.7 HABILIDADES E COMPETNCIAS........................................................................................................................... 38

2.7.1 Habilidades e Competncias do Profissional da Informao......................38 2.7.2 Habilidades e Competncias do Bibliotecrio............................................ 452.8 FORMAO PROFISSIONAL DOS BIBLIOTECRIOS.................................................................................................... 50 3 MTODO...........................................................................................................................................................54 3.1 AMBIENTE DA PESQUISA.................................................................................................................................... 54 3.2 TIPO DE PESQUISA............................................................................................................................................ 57 3.3 SUJEITOS......................................................................................................................................................... 57 3.4 PROCEDIMENTOS................................................................................................................................................ 58

3.4.1 3.4.2 3.4.3 3.4.4

Contato com as indstrias......................................................................... 59 Instrumento de Coleta de Dados............................................................... 61 Realizao do pr-teste............................................................................. 64 Limitaes da Pesquisa............................................................................. 64

3.5 PLANO DE ANLISE DOS DADOS......................................................................................................................... 65 4 RESULTADOS E DISCUSSES.................................................................................................................... 67 4.1 CARACTERIZAO DOS PROFISSIONAIS DA INFORMAO NO SETOR INDUSTRIAL.......................................................... 67

4.1.1 rea de formao....................................................................................... 67 4.1.2 Formao profissional............................................................................... 67 4.1.3 Formao em ps-graduao.................................................................... 70 4.1.4 Cargo na indstria..................................................................................... 71 4.1.5 Nvel no organograma da empresa........................................................... 72 4.1.6 Tempo de experincia no cargo................................................................ 74 4.1.7 rea de produo das indstrias............................................................... 74

4.2 INFORMAES UTILIZADAS NO SETOR INDUSTRIAL.................................................................................................76

4.2.1 4.2.2 4.2.3 4.2.4 4.2.5

Utilizao de informao especializada sobre mercado............................ 76 Utilizao de informao especializada estatstica................................... 77 Utilizao de informao especializada sobre produtos............................ 78 Utilizao de informao financeira........................................................... 79 Utilizao de informao sobre companhias............................................. 80

4.3 COMPETNCIAS E HABILIDADES DO PROFISSIONAL DA INFORMAO NA INDSTRIA......................................................81

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5 CONCLUSES E CONSIDERAES FINAIS........................................................................................... 87 5.1 CONCLUSES.....................................................................................................................................................87 5.2 SUGESTES....................................................................................................................................................... 91 5.3 RECOMENDAES...............................................................................................................................................92 6 REFERNCIAS:...............................................................................................................................................93 ANEXO 1 (QUESTIONRIO).......................................................................................................................... 101

ANEXO 2 (LISTAGEM DE INDSTRIAS SELECIONADAS)................................................................... 107 ANEXO 3 (CARTA ENCAMINHADA S INDSTRIAS)........................................................................... 110

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DAMASIO, Edilson. O profissional da informao na indstria: habilidades e competncias. Campinas, 2001. xiv, 110f. Dissertao (Mestrado em Biblioteconomia e Cincia da Informao) Programa de Ps-Graduao em Biblioteconomia e Cincia da Informao, Pontifcia Universidade Catlica de Campinas PUC-Campinas / Universidade Federal do Paran UFPR. Mestrado Interinstitucional em Planejamento e Administrao de Sistemas de Informao.

RESUMO

A atuao do profissional da informao na indstria requer habilidades e competncias necessrias para um melhor aproveitamento do contedo informacional circulante. Os objetivos deste trabalho foram: avaliar se o profissional bibliotecrio possui as habilidades e competncias necessrias para atuar no mercado de informao especializada nas indstrias; identificar e caracterizar os profissionais da informao no setor das indstrias; caracterizar os tipos de informao mais usados no setor das indstrias; identificar as habilidades e competncias necessrias e exigidas dos profissionais da informao e bibliotecrios na prestao de servios nas indstrias. Os sujeitos deste estudo foram 16 indstrias de grande porte da cidade de Maring, Estado do Paran. Aplicou-se um questionrio composto de questes objetivas a respeito da rea de formao profissional, reas de produo da indstria, tipos de informao especializada utilizada nas indstrias e grau de importncia de competncias e habilidades para a atuao do profissional da informao nestas indstrias. Verificou-se que a rea de formao principal do profissional da informao e psgraduao das Cincias Sociais Aplicadas, e que quase metade dos profissionais caracterizados no possuem ps-graduao. No encontrou-se bibliotecrios atuando nesta populao, mas evidenciando-se a diversidade de cargos e tempo de experincia destes profissionais. Constatou-se que a utilizao de tipos e fontes de informao industrial visa principalmente responder a questes sobre empresas concorrentes, e que as indstrias procuram utilizar informaes que respondam as situaes imediatistas, subsidiando a competitividade, deixando informaes para uso futuro em segundo plano. Concluiu-se que do rol de habilidades e competncias do bibliotecrio e profissional da informao, a maioria foi considerada como Muito Importante. Considerou-se que profissionais com estas habilidades e competncias so necessrios e importantes no mercado de informao das indstrias.

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ABSTRACT

The performance of the information professional in the industry requires abilities and competences that are necessary for a better use of the circulating informational content. The objectives of this work were: to evaluate if the professional librarians possess the abilities and the necessary competences to act at the market of specialized information for the industries; to identify and to characterize the information professionals in the industries; to characterize what types of information are more used in the different sections of industries; to identify the necessary abilities demanded from the information professional and from librarians in the services rendered to the industries. The subjects of this study were 16 big industries of the city of Maring, State of Paran. A questionnaire was used for collecting the necessary data. Results showed that the main academic background of the information professionals is the social sciences. Almost half of the professionals do not have post graduated studies. No librarians were found in the sample studied. It was evident the variety of posts and the length of experience of these professionals. It was verified that the use of types and sources of industrial information sought are mainly to answer questions on other competitive enterprises. The industries try to use information that answer to immediate situations subsidizing the competitiveness, leaving information for future use on a second plan. It was concluded that the abilities and the competences of librarians and information professionals were costly considered Very important. Professionals with these abilities and competences are necessary in the market of industrial information.

APRESENTAO

O ambiente industrial brasileiro est atualmente em processo de expanso de mercados por vrios motivos como: a globalizao da economia, a necessidade de melhoria contnua de seus produtos e a busca de novas tecnologias para o seu desenvolvimento. Para responder estas exigncias de mercado, necessita-se de informaes especializadas que respondam s demandas surgindas de qualquer um dos setores internos ou externos das indstrias. Neste sentido, torna-se claro a presena de profissionais que gerenciem informao, e para gerenci-las, o profissional deve ter vrias competncias e habilidades das quais pouco se sabe, se conhece ou se tem como metas a serem alcanadas e/ou desenvolvidas. A multidisciplinaridade que norteia o ambiente das indstrias torna necessrio um estudo mais aprofundado sobre quem o profissional da informao, com o que, onde e como ele trabalha; e, ainda quais so suas habilidades e competncias para aplicao no mercado de informaes especializadas na indstria. neste vrtice que se insere o presente trabalho, refletindo uma preocupao com o momento atual onde vive-se a revoluo da informao; o desenvolvimento da tecnologia e defronta-se com essa parcela da sociedade que poderia refletir, detectar e at desenvolver as habilidades e competncias necessrias para o ideal ajuste entre o profissional da informao e um melhor desempenho na indstria ou seja, ser gestor da informao. Em suma, o enfoque ser restrito ao bibliotecrio e profissional da informao dentro da indstria, avaliando a importncia de suas habilidades e competncias. A estrutura do trabalho est assim organizado: Introduo caracteriza-se o problema com uma breve justificativa. Objetivos apresenta-se os objetivos previstos. Fundamentao Terica aborda-se o ambiente do Brasil frente globalizao e a informao e examina-se as mudanas na poltica de informao brasileira e sua importncia; faz-se consideraes sobre os conceitos de informao,

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cincia, tecnologia e negcios, buscando conceituar informao como tecnologia e negcios como insumo de competitividade; estuda-se a informao tecnolgica e informao para negcios, caracterizando a informao industrial e tecnolgica e a gerencial, visando facilitar o entendimento desta rea; apresenta-se a informao em seus tipos e fontes; apresenta-se como gerada, organizada e definida a informao nas indstrias, traando a importncia destes processos para a tomada de decises; estuda-se a atuao do bibliotecrio em indstrias, atravs do esclarecimento de sua importncia no ambiente organizacional como intermedirio na organizao da informao em todos os processos visando a competitividade; apresenta-se as habilidades e competncias do profissional da informao e do bibliotecrio encontradas na literatura, estas utilizadas como questes no instrumento de coleta de dados. Mtodo apresenta-se os objetivos a serem alcanados,

caracterizando o ambiente da pesquisa, o tipo de pesquisa, os sujeitos, o instrumento de coleta de dados, os procedimentos adotados para a realizao da pesquisa e o plano de anlise de dados. Resultados e Discusso apresentou-se os dados em tabelas e grficos, visando responder todos os objetivos especficos da pesquisa, demonstrando as anlises, interpretaes e contextualizaes. Concluses e Consideraes Finais apresenta-se os resultados e algumas recomendaes e consideraes finais.

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1. INTRODUO Quando trabalhamos com habilidades e competncias em uma definida camada de profissionais, acreditamos que estes devem t-las como uma espcie de parmetro a seguir, sendo assim essencial para o desenvolver de sua profisso. Os profissionais da informao e os bibliotecrios na gerncia da informao necessitam ter vrias habilidades e competncias especficas sua atuao. Estas habilidades podem ser utilizadas na gerncia da informao, nos vrios segmentos empresariais. Eles tem habilidades em gerenciar informao utilizando principalmente suas habilidades em gesto da informao e gerenciamento de recursos de informao. Esses servios so demandados por vrias organizaes diferenciadas e dentre elas as indstrias, que utilizam informaes manipuladas em vrios segmentos internos, como: administrao, produo, mercados. Para isto necessitam de profissionais que tm a funo principal de gerenciar informaes em setores e atividades diferenciadas. Os profissionais da informao que atuam nesses setores devem estar aptos a administrar a informao gerada em seu ambiente de atuao, devido ao seu grande fluxo, tpico de qualquer organizao. Esses profissionais so contratados pelas empresas, independente de sua formao profissional. Podem ser: engenheiros, administradores, bibliotecrios e outros. So escolhidos pela importncia de suas habilidades e competncias em gerenciar informao, para o bom funcionamento da indstria. Nas indstrias temos uma grande quantidade de informaes a serem gerenciadas que necessitam de profissionais especficos. So utilizados vrios tipos de informao, que segundo Montalli (1994) so consideradas na literatura em Cincia da Informao como Informao para Indstria e Negcios, sendo as seguintes: sobre mercados, estatsticas, sobre produtos, financeiras e sobre companhias. As Informaes esto em fontes distintas e essenciais para o desenvolvimento de vrias atividades nas indstrias, visando principalmente subsidiar o desenvolvimento de seu planejamento estratgico e de todos os setores e profissionais que necessitam de informao para tomada de deciso. Atuar na gesto da informao sem dvida a principal atividade atribuda ao profissional bibliotecrio. As escolas de Biblioteconomia e Cincia da

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Informao formam profissionais aptos nessa principal habilidade,

visando a

atuao em qualquer ambiente empresarial e institucional de todos os nveis e segmentos. Supostamente esses profissionais esto aptos a agir como diretores de informao, gerentes de informao, agentes de informao, gestores e outros. O presente estudo tem a finalidade de explorar a rea de atuao profissional do bibliotecrio no setor industrial. Visa avaliar se o bibliotecrio possui as competncias e habilidades necessrias para sua atuao no mercado de informao especializada, pois, o referencial terico expe vrias formas de atuao exigidas ao bibliotecrio, necessrias para a conquista do mercado de informao empresarial, mas desconsidera os motivos para a sua baixa atuao em indstrias. Inicialmente, caracterizou-se quais profissionais da informao atuam no ambiente industrial, identificando sua rea de formao e ps-graduao, cargos que ocupam, nvel no organograma da empresa, tempo de experincia no cargo e rea de produo das indstrias. Apresentou-se uma relao dos tipos de informao para indstria e negcios levantados na literatura juntamente com suas principais fontes, visando verificar seu grau de utilizao no setor industrial. Essa listagem de tipos e fontes serviu como um exemplo da quantidade de informaes que esses profissionais tm que administrar, sendo um aspecto importante para a sua atuao na empresa. A importncia da informao na empresa, pode ser especificada no pensamento de Toffler (1993, p. 92), que condiz que a moeda da era da informao a prpria informao, sendo considerada a base do conhecimento empresarial. Outro passo deste estudo foi abordar as principais habilidades e competncias atribudas aos profissionais da informao e bibliotecrios para atuarem em indstrias, verificando o grau de importncia dessas habilidades e competncias, que foram levantadas na literatura em Cincia da Informao. Isso importante porque elas so exigidas dos bibliotecrios e dos profissionais da informao que pretendem atuar nessas organizaes. Neste estudo avaliou-se tambm os usurios de informao do setor industrial, sendo aqueles que utilizam a informao j customizada e agregada de valor, vindas dos vrios setores das indstrias em que atuam. Com os resultados, espera-se viabilizar um rol de habilidades e competncias que podero ser transferidas aos bibliotecrios que pretendem ocupar o mercado da informao industrial, que utiliza informao gerenciada e agregada de valor, para o desenvolvimento de suas atividades.

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1.1 Caracterizao do Problema As indstrias conhecem e utilizam informao especializada, mas poucas utilizam o profissional da informao bibliotecrio que pode especificamente exercer essa funo. Esse profissional preparado para recuperar e sistematizar qualquer tipo de informao especializada, podendo atuar em qualquer organizao. No ambiente industrial so necessrios profissionais que trabalhem com a administrao da informao, principalmente as especializadas, que devem gerenci-las atuando no armazenamento e recuperao, nas diversas fontes geradoras de informao para indstria, no ambiente interno e externo organizao. Tambm devem ter a formao profissional com fundamento, treinamento e experincia em gerenciamento, planejamento e administrao de sistemas de informao em mbito corporativo. Uma das principais atuaes dos profissionais da informao e bibliotecrios na indstria a interligao das operaes dos sistemas de informao com as estratgias da organizao. Que profissional da informao pode suprir as organizaes industriais possuindo as vrias habilidades exigidas para gerenciar informao? O profissional bibliotecrio est no mercado apto a gerenciar informao em qualquer organizao. Sendo assim, por que o bibliotecrio no est atuando significativamente no mercado da informao, como profissional no ambiente industrial?

1.2 Justificativa Atuar em organizaes industriais no parece ser a preferncia da grande parte dos profissionais bibliotecrios, provavelmente devido a fatores como: formao voltada para trabalhar em ambientes de bibliotecas e centros de documentao. Para suprir essa tendncia as escolas de biblioteconomia e cursos de ps-graduao esto h vrios anos alterando os currculos e programas, visando formar profissionais aptos a trabalhar nos vrios tipos de organizaes, inclusive nas indstrias. Para conquistar novos postos de trabalho, todos os bibliotecrios devem utilizar e procurar novas perspectivas para sua atuao profissional. Muitos se deixam dirigir por tendncias e exigncias de mercado. Esse modelo de atuao

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ocorre em todas as profisses, pois ter o diferencial para se destacar e se colocar em um mercado de trabalho diversificado, ainda habilidade de poucos, independente da profisso. Parece importante que o profissional bibliotecrio busque novos mercados para atuar, concorrendo com outros profissionais, tendo que provar-se apto a essas funes e cargos diferentes do tradicional. Tarapanoff (1999, p.32, apud Thielen, 1995, p.60, apud Tarapanoff, 1996, p.136) destaca o seguinte.[...] novos papis num novo mercado no esto ainda totalmente definidos, nem totalmente conhecidos. H necessidade de se construir a identidade profissional com uma viso de mundo que leve em conta as infinitas possibilidades de combinaes entre as variveis presentes numa situao de trabalho, e tambm, naturalmente, dentro do novo paradigma scio-tcnico-econmico. O que sublinha a busca do conhecimento o interesse do indivduo. O prprio profissional deve traar e buscar o caminho a ser trilhado, que no est pronto nem definido, mas se gesta a partir da anlise da situao e do contexto e dos interesses que motivam os profissionais.

Nesse sentido, cabe tambm aos pesquisadores investigar novas reas de atuao para o profissional bibliotecrio, principalmente quando lhe atribudo a definio de profissional da informao e atravs dos resultados destes estudos, suprir com informaes para preparar o bibliotecrio a enfrentar novos desafios profissionais. Os bibliotecrios destacam-se na organizao industrial, pois, segundo McGee e Prusak (1994, p.110),[...] so considerados funcionalmente gerentes de informao as equipes da biblioteca da empresa e profissionais da rea de informtica. As bibliotecas da empresa, unidades de pesquisa e Centro de Recursos de Informao (IRC Information Resource Center) tm um grande interesse na promoo do papel de informaes externas dentro da organizao, e so geralmente treinadas para identificao, aquisio, organizao e armazenamento de materiais gerados externamente, isso , jornais, livros, relatrios adquiridos, etc.

Vale

a

pena

ressaltar

a

importncia

do

bibliotecrio

nas

organizaes industriais. A falta desse profissional pode levar a provvel perda ou impossibilidade de recuperao de informaes gerenciais, j que esse tipo de profissional detm habilidades especficas para a organizao e disseminao da informao. Barbosa (1998) destaca as mudanas e transformaes necessrias nas profisses que utilizam a informao.

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O ritmo com que novas profisses esto surgindo e as profisses tradicionais tm se transformado muito veloz. Dentre os diversos campos profissionais contemporneos que mais tm sido afetados pelos avanos nas tecnologias da computao e telecomunicaes, destacam-se aqueles cuja nfase recai sobre a criao, processamento e disseminao da informao.

Ser que somente a formao de bibliotecrios com novas habilidades poder ser a sada para a atuao no mercado, ou seria mais provvel levantar as habilidades necessrias a esses para atuar no setor industrial, atravs da avaliao das competncias e habilidades dos bibliotecrios e profissionais da informao levantados na literatura. Um mtodo prtico de avaliar e delimitar essas habilidades, e no futuro divulg-las, ir ajudar a suprir as demandas das indstrias com profissionais com este perfil. E aos bibliotecrios como pontos essenciais a seguir, para ocupar o seu espao tambm no setor industrial. Nas habilidades levantados, os bibliotecrios utilizam-nas necessariamente em suas atividades profissionais, mas esto trabalhando, em sua grande maioria, em mercados e organizaes no industriais. Tarapanoff (1997, p. 43) expe que um nmero mnimo dos bibliotecrios atuam em organizaes industriais. Conforme seu estudo sobre o perfil do profissional da informao no Brasil, foi diagnosticado que 82,54% deles so de bibliotecrios e que somente 1,88% dos respondentes da pesquisa pertencem a ambientes industriais, justificando uma mnima parcela de bibliotecrios em indstrias, durante o levantamento do perfil do profissional da informao no Brasil. Tarapanoff (1997, p. 49) conceituou os profissionais da informao no seguinte pensamento.Aceita-se nos crculos acadmicos a denominao de profissional da informao tambm para o Arquivologista, o Documentalista, o Muselogo, profissionais envolvidos com bases de dados, redes e automao de unidades informacionais em geral, e outros, que de uma forma ou de outra estejam desempenhando atividades relacionadas ao ciclo-documentrio ou informacional.

Barbosa (1998, p.53) apud Porat (1977, p.3), caracterizou a no definio do que constitui um profissional da informao, principalmente sua formao, sendo utilizados profissionais remunerados para criar conhecimento, comunicar idias e processar informao, ou seja, profissionais que simplesmente trabalham com informao em vez de objetos.

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Nesse sentido as empresas condicionam-se a utilizar outros profissionais no bibliotecrios, necessitando investir em treinamento e aprimoramento para a organizao e recuperao de informao especializada, quando o bibliotecrio j tem formao profissional com essas habilidades e est disponvel no mercado de trabalho. Levantar as habilidades e competncias importantes, exigidas e necessrias ao profissional bibliotecrio para sua atuao no mercado de informao especializada no ambiente industrial, de grande relevncia na abertura de novos postos de trabalho aos bibliotecrios, pois, ocupariam um mercado com suas habilidades profissionais, para as quais as escolas de biblioteconomia os esto preparando. Atuar como gerente de informao em uma organizao industrial constituir-se- uma das principais conquistas de todos os egressos dos cursos de graduao e ps-graduao em Biblioteconomia e Cincia da Informao. Tambm nesse sentido, o bibliotecrio deveria utilizar suas habilidades e competncias para gerenciar informao em qualquer organizao.

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1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral Avaliar se o profissional bibliotecrio possui as habilidades e competncias necessrias para atuar no mercado de informao especializada nas indstrias.

1.3.2 Objetivos Especficos Identificar e caracterizar os profissionais da informao no setor industrial; Caracterizar os tipos de informao mais utilizados no setor industrial. Identificar as habilidades e competncias necessrias aos profissionais da informao na prestao de servios de informao especializada na indstria; Comparar as habilidades e competncias dos profissionais da informao no setor industrial com as habilidades e competncias dos bibliotecrios.

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2 REFERENCIAL TERICO

2.1 O Brasil Frente Globalizao e a Informao

No atual ambiente competitivo, no Brasil, considerado um pas em fase de desenvolvimento, organiza-se e prope mudanas ao mercado interno, almejando um lugar significativo na economia mundial. Segundo Barbosa (1995), tivemos grandes dificuldades nos anos 80, devido a vrios fatores como a inflao e recesso econmica, que favoreceram, a adoo deste novo modelo de desenvolvimento econmico. A grande abertura de mercado iniciada no governo do presidente Fernando Collor de Melo, caracterizada por vrias alteraes, principalmente no cmbio, fez com que as empresas nacionais sentissem necessidade de buscar condies de competitividade nos mercados externo e interno, onde foram obrigadas a realizar vrios tipos de ajustes, para adequar-se a uma nova realidade. Em decorrncia da variedade de situaes que o Brasil passou nas ltimas dcadas, em todos os aspectos econmicos, as indstrias tiveram que posicionar-se com uma nova poltica, preocupada em conseguir competitividade no mercado. Para tanto este segmento teve que se preocupar com a qualidade dos produtos e servios produzidos. A competitividade brasileira entendida como a insero da indstria brasileira no mercado nacional e internacional. Neste cenrio, temos o conhecimento empresarial. As empresas verificaram que necessitavam de informaes que subsidiassem o processo de tomada de deciso, de sua disponibilizao; como organiz-las; como utiliz-las e de que forma. Estes foram os fatores determinantes para o posicionamento do setor industrial no mercado atravs da transformao da informao em matria prima para a competitividade nos negcios. Preocupado com a criao de um sistema de informao cientfica e tecnolgica, o Governo Federal implantou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico, PADCT, inserido na Poltica Nacional de Cincia e Tecnologia. Segundo Pacheco (1991, p.23), o PADCT foi criado com a misso de reforar as aes para incrementar o apoio ao desenvolvimento dos setores de

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cincia e tecnologia, que esto sob a administrao do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico CNPQ, cuja estrutura comporta vrios outros sub-programas, onde temos o que trata da Tecnologia Industrial Bsica TIB. Por sua vez o TIB, coordena vrios projetos, dentre os quais, o Servio de Informao em Tecnologia Industrial, que de acordo com Pacheco (1991, p.23) foi criado com a finalidade de aprimorar a infra-estrutura para as atividades de informao tecnolgica e incrementar o nvel de prestao de servios ao setor industrial, atravs da implantao de uma rede de Ncleos de Informao Tecnolgica. Apesar de uma crescente conscientizao a respeito do assunto, no existe um grande intercmbio de informaes, devido ao distanciamento entre os servios de informao e o usurio industrial, ocasionado provavelmente pelo motivo dos conselhos e agncias de informao disponibilizarem os mesmos padres de produtos e servios elaborados para profissionais da rea cientfica, sendo comum tambm aos empresrios, que, porventura podem ter dificuldades em utiliz-los. Neste ponto, Aguiar (1992 p.92) adverte que, o conhecimento das necessidades efetivas de informao dos usurios antes um pressuposto do que resultado de estudos com adequado embasamento cientfico; os servios oferecidos pecam freqentemente por falta de objetividade, a oferta mal conhecida; a contribuio efetiva dos tcnicos especialistas na elaborao de produtos e servios acanhada, etc. Segundo Reis (1994), no Brasil as informaes produzidas e tambm disponibilizadas, importantes para o desenvolvimento econmico e industrial, no so utilizadas pela maior parte das micros, pequenas e mdias empresas. Jannuzzi e Montalli (1999) apud Travesso Neto (1994) afirmam que as grandes empresas devido a sua grande estrutura so as que sempre conseguem acessar as informaes, justificando que o pequeno empresrio, alm de desconhecer o que necessita, no sabe nem mesmo onde procurar as informaes que subsidiem o direcionamento de suas atividades. Tendncia esta diferenciada pelo fato das empresas de grande porte j terem em seu quadro de funcionamento, equipes para a coleta de informaes como: consumidores, novas organizados. tendncias e preferncias dos alternativas tecnolgicas para a produo, marketing

planejado e aplicado aos seus produtos e logicamente todos devidamente

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Quando discute-se a atual economia globalizada, relacionada com a informao, v-se que h um enorme volume de informaes a serem processadas. A organizao de um sistema abrangente e continuamente atualizado de informaes um requisito indispensvel para uma atuao mais eficiente e eficaz em qualquer setor da economia. Na dinmica da globalizao da economia, organizar e disponibilizar o grande fluxo de informaes a respeito de mercado, produtos, estatsticas, financeiras, sobre empresas, polticas, barreiras tcnicas, legais e as tecnolgicas torna-se cada vez mais necessrio, em carter de urgncia, visando subsidiar a tomada de decises e conseguem assim, a to almejada competitividade. Montalli (1994, p.165) afirma que qualquer segmento do setor produtivo alcana os nveis de qualidade requeridos pelo processo de competitividade j estabelecidos no Brasil, se fundamentado em informaes confiveis, precisas e com valor agregado. As empresas brasileiras tm tido grande preocupao em organizar e disponibilizar informaes, exigindo a inserso dos profissionais da informao, agindo juntamente com o governo e empresas, tendo o mesmo rumo a seguir. Montalli ainda props a criao de Ncleos de Informao Tecnolgica, com a participao do IBICT, SEBRAE e CNI com a finalidade de posicionar as empresas brasileiras competitivamente no contexto da economia globalizada. Segundo Aguiar (1991), a importncia da informao pode ser percebida atravs das necessidades, decorrentes do desenvolvimento tecnolgico, que necessita utiliz-la para a indicao de possveis solues cujos resultados so representados por mudanas em novos produtos e servios pelo motivo da informao tornar-se um insumo no processo de criao e desenvolvimento. A informao tambm tem a funo de insumo para a tomada de decises, garantindo a sobrevivncia das empresas no mercado, pois, atravs delas as empresas podem monitorar possveis riscos, concorrncias e oportunidades, principalmente no mercado externo. No Brasil, a informao sempre produzida, organizada e estocada sempre pelos seus prprios produtores, visando utiliz-las futuramente. A disponibilizao destes grandes estoques de forma democrtica, poderia ser o insumo de novos veculos de comunicao, difuso , pois, poderiam ser acessadas

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por todas as parcelas da populao e no somente por aquelas que possuem tecnologia para recuper-las. No setor produtivo, o acesso informao no acontece de forma eficaz, simplesmente pelo fato de grande parcela de tcnicos e pesquisadores desconhecem as fontes e produtos informacionais disponveis no mercado, pelo motivo de uma indstria de informao ainda no consolidada no pas e necessitando de polticas para o seu funcionamento.

2.2 Informao, Cincia, Tecnologia e Negcios Conceituar informao tem se apresentado como uma rdua tarefa para os estudiosos em geral. Vrios autores tm inmeros conceitos que tm sido propostos na tentativa de distinguir a informao de outros conceitos similares como dados, inteligncia, mensagens, entendimentos, signos e conhecimento. Conforme Fernndes-Molina (1994), tais tentativas tm sido pouco satisfatrias pelo motivo da grande dificuldade em caracteriz-la, principalmente porque a informao envolve tanto o processo de comunicao oral, por gestos e escrita. Fernndez-Molina (1994, p.321) classifica as propostas de caracterizar informao em dois grandes grupos fundamentais: "as que consideram a informao como algo externo, objetivo, tangvel, e as que a contemplam como algo subjetivo, cognitivo, situacional." Pode-se verificar que vrias formas de informao esto presentes, que podem vir de meios e cincias diferenciadas, e que cada indivduo tem uma definio de informao em seus glossrios terminolgicos. No pensamento de transmisso de conhecimento, a informao, indiscutivelmente, representa o seu elo da transmisso. Fernndez-Molina (1994) define o papel da informao afirmando que[...] possvel se estabelecer uma clara distino entre dados, informao e conhecimento: os dados so informao potencial, que somente so percebidos por um receptor se forem convertidos em informao e esta passa a converter-se em conhecimento no momento em que produz uma modificao na estrutura de conhecimento do receptor. (FERNNDEZMOLINA, 1994, p.328)

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Seguindo este pensamento, a informao se apresenta como o estmulo de alterao do conhecimento de um receptor. Quando se requer que este estmulo se concretize necessrio, entre outros fatores, que haja a comunicao de qualquer forma, ou seja, sem a comunicao a informao no acontece e passa a existir somente no seu estado embrionrio, denominado dado. Januzzi (1999, p.27) apud Hayes (1993, p.3) considera que a informao no resulta apenas da forma de dados, que seriam representaes de fatos extrados do real, mas que "algo mais do que simplesmente dado est envolvido, de modo que em algum nvel de processamento, de organizao, de interpretao, de distribuio produzida alguma coisa a mais, que denominamos de informao." importante visualizar a proposta apresentada pelo autor, que esquematizou as relaes no processo comunicacional, exemplificado na Figura 01. Figura. 01 - Esquema das relaes entre termos Fato - Dado - Informao - Entendimento - Conhecimento - Deciso \ / \ / Processo \ / \ / Integrao \ Uso / Representao Comunicao

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EXTERNO AO RECEPTOR Fonte: Hayes, R.M. (1993, p.2)

INTERNO AO RECEPTOR

Neste contexto, o termo informao tem sido usado de forma associada a outros termos. Um dos exemplos citados o de informao cientfica e tecnolgica, cuja associao aos conceitos de cincia e tecnolgia explicita o teor dos dados que envolve esta informao. Jannuzzi (1999, p.28) apud Hayes (1993) afirmou que outro exemplo apontado a expresso sistema de informao, que focaliza os mecanismos de processamento, produo e distribuio da informao. Exemplificando o termo cincia da informao com variaes semnticas que apresenta-se com vrias interpretaes, incluindo cincia da informao e biblioteconomia, cincia da informao e computao e informao da cincia. A autora comprovou que no contexto de associaes que tecnologia e negcios se apresentam junto com informao, e uma discusso, sobre cada um

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destes termos torna-se necessria para uma melhor compreenso conceitual de informao tecnolgica e informao para negcios.

Cincia, tecnologia e negcios

Jannuzzi (1999) explicou que no mundo atual, o trip da competitividade global formado por: Cincia, tecnologia e negcios. A compreenso do contedo representado por cada um dos termos primordialmente importante para o entendimento das relaes entre si, da relao com outros termos e com o meio ao qual se aplicam. Em relao ao conceito de cincia, Roche (1980, p.225), considera duas formas de entendimento: uma concreta, que denota a comunicao de pesquisadores cientficos"; e outra por sua vez abstrata, que designa o conjunto das idias que resultam da investigao". Neste sentido, Japiassu (1979, p. 15) conceitua o termo cincia como "o conjunto de aquisies intelectuais, de um lado, das matemticas, do outro, das disciplinas de investigao do dado natural e emprico, fazendo ou no uso das matemticas, mas tendendo mais ou menos matematizao". Observa-se, neste sentido, que palavras como intelecto, investigao, resultados e idias esto normalmente explcitas ou implcitas no conceito de cincia. Um exemplo de diversidade conceitual apresentada pela palavra tecnologia, devido ao uso indiscriminado do termo, confundindo-o com o conceito de cincia. Jannuzzi (1999, p. 29) apud Rosenblueth (1980) afirmou que havia uma desconcertante variedade de modos de entender tecnologia:O homem da rua confunde muitas vezes o receptor de televiso com a tecnologia que levou sua produo. Mais de um estudioso, especialmente nos pases de lngua inglesa, inclui o artesanato na tecnologia. Por exemplo, o especialista na pr-histria fala s vezes da tecnologia da pedra polida. Em portugus e em outros idiomas, porem, dispomos de duas palavras, tcnica e tecnologia, e sabemos distinguir bem os conceitos que designam. Habitualmente, entende-se por tecnologia a tcnica que emprega conhecimento cientfico. Por exemplo, distingue-se a tcnica da costureira da tecnologia da indstria da confeco. (ROSENBLUETH, 1980, p.186)

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Esta posio reforada por Barreto (1992, p.13) ao afirmar que a tecnologia no significa mquina ou processo de produo, representado por manuais, instrues e especificaes, sendo, na verdade, simbolizador dos conhecimentos que foram utilizados para gerar "a mquina, o processo, a planta industrial e que permitem sua absoro, adaptao, transferncia e difuso." Maximiniano (1995, p.33) quando se refere a facilidade de se ver a tecnologia nas empresas industriais, incorporadas atravs de seus produtos, matrias primas, equipamentos e processos utilizados no processo de produo. O produto em si incorpora os conhecimentos relacionados ao projeto e a tecnologia utilizada no processo de manufatura. (Figura 2) Nas empresas de servio, tambm existe tecnologia, executada principalmente em processos de venda do produto. Exemplifica tal afirmao comparando a venda pessoal de algumas lojas com um supermercado. No primeiro, o destaque est no atendimento pessoal, enquanto, no segundo exemplo, o contedo tecnolgico, embutido nos equipamentos, permite acelerar a velocidade de atendimento pessoal como tambm em outros servios, como o auto-servio e autoatendimento.

Figura 2 - Aplicaes da tecnologia

Processos e Instrumentos de Produo

Conhecimento

Tecnologia

Projeto do produto

Fabricao

Produto

Materiais

Fonte: Maximiniano, A. C. A. (1995, p.33)

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A compra e venda de tecnologias, isto , a comercializao, segundo Jannuzzi e Montalli (1999) tem recebido o inadequado termo de transferncia de tecnologia. Esta transao tornou-se uma prtica comum na busca da competitividade entre os pases considerados em desenvolvimento (compra), e os pases, geralmente, considerados desenvolvidos (venda). Este procedimento comercial com a tecnologia se caracterizou, pela compra e venda de projetos acabados e de instrues de uso das tecnologias para o comprador. Na viso de Coutinho e Ferraz (1995, p.50), este perfil vem se modificando, atualmente, pois, todos os padres mundiais de produo, difuso e comercializao de tecnologias, primordiais competitividade industrial, tm sofrido mudanas significativas nos processos e produtos, numa escala de tempo cada vez mais reduzida. Estes autores consideram que as atuais mudanas se caracterizam por terem "(i) diminudo o tempo entre grandes descontinuidades tecnolgicas, (ii) reduzido o ciclo de vida de novos produtos, e (iii) ampliado a diversidade de pequenas diferenciaes de produtos." Ainda na viso dos autores, como aspecto positivo, tais mudanas tm sido, ao mesmo tempo, direcionadas para a diminuio de custos ambientais por unidade de produto industrial. Para que se possa criar e preservar vantagens de um negcio, imprescindvel, segundo Coutinho e Ferraz (1995), ter uma viso prospectiva do contexto em que ele est inserido. Coutinho e Ferraz (1995, p.11) afirmam que necessrio que se tenha um sistema atualizado de informaes que "instiguem indagaes e inovaes, embasem estudos e possibilitem comparaes dos nossos resultados com os dos nossos competidores". Menou (1995), afirma que a ligao entre informao e seus benefcios fcil de ser traada, quando consideramos que esto disponveis e acessveis, mas que necessitam de organizao. De que forma organiz-las ento? neste cenrio que Jannuzzi (1999, p.34) apud Kaye (1995) afirma que a percepo da informao acontece de acordo com o objetivo ao qual se prope e tem sido definida em termos de dados, fatos, conhecimento e opinio para as quais se destina. Portanto, neste contexto que se busca conceitualmente a informao com referncias em tecnologia e negcios como insumo da competitividade.

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2.3 Informao Tecnolgica e Informao Para Negcios Ao analisar a terminologia adotada na rea de informao referente indstria/empresa possvel observar a falta de harmonizao conceitual, apesar da similaridade entre alguns temos. Aguiar (1991), afirma que isto ocorre, porque na rea de informao no se dispe de definies universalmente aceitas. Usa-se termos como: Informao em Cincia e Tecnologia, Informao Cientfica e Tecnolgica, Informao Industrial e Tecnolgica, Informao Industrial, Informao para Indstria, Informao Tecnolgica e Informao para Negcios. Existe ainda a aluso de que determinado termo parte de outro, causando, muitas vezes, a negligncia no uso de alguns deles. Borges e Campello (1997) afirmam que, embora consolidado em outros pases, tem sido pouco utilizado no Brasil. Situao provavelmente decorrente do fato de que durante algum tempo, no pas, o conceito aplicado informao para negcios parecia implcito no termo informao tecnolgica. Com o objetivo de apresentar um quadro geral dos termos e conceitos recuperados na literatura, decidiu-se mostr-los separadamente, de modo que os conceitos tecnologia, indstria e negcios foram apresentadas e comentadas, conforme a seguir. Klintoe apud Aguiar (1991, p.8), prope como conceito de informao para industria e informao industrial. Informao para a indstria todo esforo intelectual para estimular os administradores e tcnicos de uma dada empresa, pblica ou privada, no sentido de aperfeioar suas operaes e inovar mtodos, processos, produtos e servios, atravs da converso em resultados prticos, de toda a forma de conhecimentos obtidos por qualquer meio. Por sua vez, to referenciada como o primeiro termo na literatura e no menos importante, a informao industrial entendida pelo autor como o esforo de coletar, avaliar e tornar disponveis informaes sobre o setor industrial e suas operaes produtivas, gerando dados tcnico-econmicos, informaes sobre tecnologias utilizadas, a estrutura industrial, a produtividade setorial, estudo de viabilidade, dados de investimento e retorno, implantao de indstrias, transferncia de tecnologia, dentre outros. O autor tem a preocupao de relacionar os conceitos com a produtividade industrial; um no ambiente interno da indstria, e outro, no contexto no

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qual a indstria est inserida. No primeiro conceito, destaca-se a referncia sobre o esforo intelectual na busca do aperfeioamento e inovao das atividades industriais. Tal afirmao pode ser entendida como: a busca por fontes de informao que possam acrescentar maior valor a estas atividades. Aguiar (1991) pondera que o conceito proposto por Klintoe informao para indstria - apresenta-se abrangente, dificultando sua aplicao s unidades de informao, mesmo s mais especializadas. O conceito de informao industrial, por sua vez, complementa o primeiro, deslocando seu ponto de observao das informaes referentes empresa para o contexto global ao qual est inserida. A transformao dos dados em informaes passveis de gerar conhecimento o foco principal deste entendimento. Matourt (1983, p.33) diz que a pesquisa como toda informao que diz respeito pesquisa e desenvolvimento, pesquisa cientfica e desenvolvimento tecnolgico, pesquisa cientfica na forma de leis naturais e absoluta, enquanto no revogadas e desenvolvimento tecnolgico de instrumentais, incluindo tecnologias industriais de relativo valor s necessidades humanas sob qualquer circunstncia por ele vivenciadas. Em relao a esta afirmao, duas questes podem ser levantadas em relao ao seu entendimento sobre desenvolvimento tecnolgico de instrumentais. Aguiar (1991, p.8) interpreta a proposta do autor como "todo tipo de informao que serve de matria-prima ou insumo para a gerao de conhecimentos cientficos e de tecnologias." Por sua vez, informao industrial e tecnolgica entendida como a informao que definitivamente, relaciona-se com o desenvolvimento industrial no mais largo sentido, no qual os resultados do trabalho de desenvolvimento tecnolgico, na forma de inovao tecnolgica industrial, constituem-se como insumo, associado a outros, cobiado nos pases desenvolvidos, com centros de desenvolvimento de tecnologia nacional cada vez mais aptos em oferecer alternativas legtimas para tecnologias importadas. Como possvel observar, o autor, neste conceito, procura nomear os resultados derivados do desenvolvimento tecnolgico, sem atrel-los pesquisa cientfica. Possivelmente esse tipo de informao refere-se ao aspecto da tecnologia

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comentada por Rosenblueth (1980), quando considera aquelas que apenas partilham seu mtodo com a cincia como a pesquisa operacional. Em seu texto, Jannuzzi (1999, p.34) apud Matourt (1983) conceitua informao industrial como aquela que[...] fornece insumos para o planejamento industrial, avaliao na seleo e aquisio de tecnologia, estudos de viabilidade, etc. como para o gerenciamento industrial de engenharia e mercadolgico. Seu alvo qualquer pessoa em uma indstria, com funes na rea de planejamento, gerenciamento ou operacional, na qualidade de consultor ou na capacidade de aconselhamento, como na tomada de deciso.

Assim, selecionada como parte do largo contexto da informao industrial, a informao tecnolgica entendida por Matourt (1983, p.34)1 como qualquer coisa que proporcione acesso ao conhecimento, muito do qual no flui normalmente em banco de dados e sistemas e se acontece em alguma extenso, no atinge seu usurio final em um formato amigvel. Aguiar (1991) apresenta o conceito de informao cientfica e informao tcnica cientfica, referindo-se ao termo informao em cincia e tecnologia, como sendo:A Informao em Cincia e Tecnologia (ICT) constituda de elementos simblicos, utilizada para comunicar co conhecimento cientfico e tcnico, independente do seu carter numrico, textual cnico, etc., dos suportes materiais, da forma de apresentao. Refere-se tanto substncia ou contedo dos documentos quanto sua existncia material. Tambm se emprega esse termo ICT para designar tanto a mensagem (contedo e forma) quanto sua comunicao (ao). Quando necessrio, distingue-se entre informao bruta (fatos, conceitos, representaes) e os documentos em que se acha registrada. (AGUIAR, 1991, p.8).

Ainda segundo o autor, o conceito refere-se a toda e qualquer forma de comunicao de conhecimento cientfico e tcnico e por ser muito abrangente torna-se de pouca utilidade quando aplicado ao planejamento de sistemas em ICT . Aguiar (1991, p.12) entende que informao em cincia e tecnologia um termo[...] empregado para englobar as informaes que, alm de cumprirem as funes relacionadas como especficas da informao cientfica ou da informao tecnolgica, servem ainda para cumprir e apoiar a atividade de planejamento e gesto em cincia e tecnologia: avaliar o resultado do esforo aplicado em atividades cientficas e tecnolgicas e subsidiar a1

is anything that gives access to such knowledge most of which does not flow through formalised data banks and systems, and if it does to some extent, it does not reach the end user in a palatable format.

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formulao de polticas, diretrizes, planos e programas desenvolvimento cientfico e tecnolgico. (AGUIAR, 1991, p.12)

de

Portanto, a informao em cincia e tecnologia considerada pelo autor como aquela que cumpre no somente as funes relacionadas com a informao cientfica ou tecnolgica, mas tambm apia as atividades de planejamento e gesto em cincia e tecnologia. Tais informaes implicam em caracterizar a oferta e a demanda na rea e no estabelecimento de indicadores de desenvolvimento cientfico e tecnolgico e estudos especiais. O autor considera que a informao cientfica todo conhecimento relacionado ou resultante de uma pesquisa cientfica, constituindo um acrscimo ao entendimento universal. Baseado nos termos propostos por Klintoe, informao para a indstria e a informao industrial, Aguiar adota os dois termos propostos para conceituar as informaes cuja referncia est relacionada diretamente com a indstria. Assim, define informao para indstria comoO conjunto de conhecimentos de que a empresa deve dispor a fim de: facilitar a execuo de operaes correntes de natureza administrativa, de produo e de controle; possibilitar o acompanhamento da dinmica de mercado, para a deteco de oportunidades e ameaas; permitir a implementao de estratgias emergenciais para enfrentar problemas conjunturais; subsidiar as atividades de planejamento estratgico, contribuir para o desenvolvimento tecnolgico. (AGUIAR,1991, p.12)

O autor considera tanto as informaes de origem interna (manuais de servios, regulamentos, polticas funcionais da organizao, estratgias, planejamento operacional e estratgico etc.) como as de origem externa (legislao trabalhista, fiscal e comercial), como as que suprem as atividades da empresa. Quando necessita de acompanhamento da dinmica de mercado, a empresa deve acessar informaes como oportunidades comerciais, tendncias quantitativas e qualitativas, situaes conjunturais, preos, empresas concorrentes, fornecedores alternativos, produtos e seus fabricantes, plos tecnolgicos de alguma regio, entre outras. Na tomada de decises, as informaes possibilitam aos dirigentes industriais subsidiar um planejamento estratgico, e, prever, na medida do possvel, crises que eventualmente possam surgir, minimizando, dessa forma, seus efeitos.

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Aguiar tambm destaca, como de grande relevncia para o planejamento estratgico, a informao relacionada com polticas governamentais, pois, devido mutabilidade de tais polticas, necessrio conhecer as informaes contidas em diretrizes, planos, polticas e programas provenientes de rgos governamentais para apoiar processos decisrios nas empresas. Neste contexto, a informao industrial assimilada por Aguiar (1991), que se utiliza de algumas palavras de Klintoe, comoO conjunto de conhecimentos que servem para fornecer parmetros para a comparao do desempenho industrial em nvel nacional e internacional, subsidiando, assim, a formulao de polticas e a alocao de investimentos pblicos e privados, sendo usada para analisar as operaes industriais segundo as metas definidas para a evoluo scioeconmica. Esta comparao pode ser feita exclusivamente entre setores industriais entre si ou entre um parque industrial regional/nacional com outro de abrangncia equivalente. Para possibilitar anlises comparativas de tamanha complexidade e estabelecer polticas, estratgias e diretrizes de carter global para o desenvolvimento de setores industriais, faz-se necessrio dispor de informaes que podem ser reunidas em categorias cujas funes especficas so: analisar o estgio de desenvolvimento tecnolgico de setores industriais, individualmente ou em conjunto; analisar a estrutura, disperso e caractersticas dos setores industriais; acompanhar o desempenho industrial; identificar o perfil dos problemas caractersticos dos setores industriais. (AGUIAR ,1991, p.13)

O autor ainda exemplifica alguns tipos de informao industrial que subsidiam formulao de polticas e investimentos, como: seu capital; faixa de faturamento; nmero de funcionrios; desempenho industrial; a identificao do perfil de problemas tpicos do setor industrial, como a aquisio de matrias-primas e comercializao. Dentro deste enfoque, a informao industrial caracteriza-se por trabalhar com dados que subsidiem o desempenho da empresa, enquanto que a informao para indstria refere-se a dados que trabalham a insero da empresa no mercado. Aguiar (1991, p.11) refere-se informao tecnolgica como todo tipo de conhecimento relacionado com o modo de fazer um produto ou prestar um servio, para coloc-lo no mercado. Ressalta Aguiar (1991, p.14) que toda esta categorizao visa contribuir para a uniformizao e padronizao de terminologias conceituais. Necessita-se que cada unidade de informao faa uma segmentao de mercado e defina claramente quais as necessidades de seus usurios-alvo.

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Tem-se tambm que definir informao tecnolgica. Neste segmento Alvarez-Osorio (1984) apud Aguiar (1991, p.8) refere-se informao tecnolgica como todo conhecimento de natureza tcnica, econmica, mercadolgica, gerencial, social, etc. que, por sua aplicao, favorea o progresso na forma de aperfeioamento e inovao. Ao conceituar, o autor esclarece que colabora para o desenvolvimento industrial. Alvares (1997, p.170), conceitua informao tecnolgica como todo tipo de conhecimento sobre tecnologias de fabricao, de projeto e de gesto que favorea a melhoria contnua da qualidade e inovao no setor produtivo. Baseiase em dois referenciais que so tidos como balizadores de seu conceito: os aspectos relativos informao para a inovao e os que tratam a informao para as tecnologias industriais bsicas. Montalli (1996) tendo que situar, mais objetivamente, os dados utilizados na rea de informao para indstria e empresa, apresenta o termo informao tecnolgica e introduz o termo informao para negcios. Usando o termo "business information2" adotado na Inglaterra e por outros pases, compreendida por Campello (1997, p.321), para significar a informao que subsidia o processo decisrio do gerenciamento das empresas industriais, tanto na prestao de servios e comerciais nos seguintes aspectos: companhias, produtos, finanas, estatsticas, legislao e mercado. Aguiar (1991) refere-se ao termo informao gerencial como o relacionado a dados financeiros ou operacionais, requeridos por gerentes para tomada de deciso. A inteno em adotar a categorizao de termos adotados por vrios autores sobre os vrios tipos de informao utilizadas para indstrai/empresas, visou facilitar o entendimento e consolidao desta rea. Aguiar (1991) ainda caracteriza que devemos buscar uma definio de padronizao, que contribuir para definir a misso de cada unidade de informao.

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Business information : Segundo Jannuzzi (1999) apud Stacey (1995) originou-se na Inglaterra e posteriormente adotado por outros pases, sendo caracterizada como informao que normalmente solicitada por industrias/empresas para auxiliar na conduo de seus negcios .

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2.4 Informao: Tipos e Fontes

Ao se conceituar tipos e fontes de informao, tem-se a considerar a diversidade de termos encontrados, principalmente dada a multiplicidade de sentidos relacionados aos diferentes tipos de informao que pode ser definido como um problema na rea de Biblioteconomia e Cincia da Informao. Do mesmo modo, a literatura sobre a terminologia empregada pelas indstrias e empresas escassa e de difcil acesso. Peter F. Drucker define de um modo objetivo informao como dados dotados de relevncia e propsito (apud Davenport, 1998, p. 19). Barreto (1994) afirma que a informao como o dado que gera conhecimento quando a ele se agrega algum valor e que quando adequadamente assimilada, modifica e traz benefcios ao desenvolvimento dos indivduos e da sociedade. Tambm deve-se verificar o que diz respeito informao e sua dimenso comunicacional. Rodrigues (1994) afirma que as regras que regem a informao assemelham-se portanto s leis da natureza: no dependem do controle da razo humana nem fazem intervir a nossa liberdade de escolha, falando do valor informativo de um acontecimento como no constante e nem varivel, depende dos conhecimentos disponveis no seio de cada sociedade, na medida que uma mensagem vai integrando o mundo das mensagens socialmente aceitas como provveis e indiscutveis. A informao tem um valor econmico, que tambm apontado por Targino e Carvalho (1998), ao se referirem informao cientfica e tecnolgica, como o instrumento de desenvolvimento das naes a partir do momento em que o conhecimento tcnico, foi o advento da Revoluo Industrial, e passou a fazer parte do modo de produo capitalista. Neste conceito, a informao se caracteriza como um bem de consumo, produtora de divisas e matria prima e interveniente nos processos de produo e comercializao. O setor produtivo necessita de informaes alm daquelas tradicionalmente fornecidas pelos sistemas de bibliotecas com fins educativos, e outros como o de lazer. Ele necessita daquelas que possuem valor comercial e que possibilitam maximizar os processos de produo ou viabilizar o seu desenvolvimento, cujas informaes, de natureza variada, so caracterizadas em

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diferentes tipos: cientfica, tecnolgica, estratgica e de negcios, conforme tratadas e discutidas no captulo anterior. No presente estudo trabalha-se com um tipo utilizado pelas empresas considerado informao para negcios, que segundo (Montalli e Campello, 1997, p.321), aquela que subsidia o processo decisrio do gerenciamento das empresas industriais, de prestao de servio e comerciais, nos seguintes aspectos: companhias, produtos, finanas, estatsticas, legislao e mercado. Tanto as informaes cientfica, tecnolgica, estratgica para negcios, comercial, econmico-financeira, regulamentar e jurdica, ambiental e de segurana, formam a base de conhecimento utilizada para a tomada de deciso nas empresas (Battaglia, 1999). Quando organizados os diferentes tipos de informao mencionados, apresentam-se em diversas dimenses dependendo da forma de veiculao, sendo no formato formal ou informal, conforme seu contedo e meios utilizados, apresentando diferentes veculos de comunicao e diferentes formatos especficos para facilitar principalmente sua utilizao e divulgao. Ainda neste contexto, as empresas tambm necessitam e dependem de fornecedores, distribuidores, rgos governamentais, no governamentais e clientes. Garcia (1980) indica diferenas na preferncia quanto aos canais de comunicao, estas entre pesquisadores, administradores e docentes:os tcnicos e o administradores utilizam mais os canais informais [...] A atuao eficaz dos canais informais na gerao de novas idias pressupe, porm, uma competncia cientifica ou tcnica adquirida, em grande parte atravs do contato com canais formais durante seu treinamento e formao [...] o desenvolvimento de uma nova idia at a produo de resultados ir depender de um bom acesso aos canais formais. (GARCIA, 1980, p.42).

Prover de informaes micro, pequenas e mdias empresas no Brasil, tem sido realizado, em sua maioria, sob responsabilidade governamental. Todavia, existem diferentes fontes disposio dos empresrios. Em 1997 o Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia IBICT/CNPq efetuou levantamento exaustivo sobre as fontes de

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informao, encontrando inmeras bases sistematizadas, utilizadas como reas prioritrias de atuao das unidades de informao. As fontes de informao levantadas, apresentam-se em diversos suportes, do meio impresso ao digitalizado. Cada vez mais, as informaes cientficas, tecnolgicas, estratgicas e para negcios passam a integrar-se s inovaes dos meios de comunicao, processos de organizao e anlise e, principalmente, de sistemas de recuperao e difuso. Uma sntese deste contexto da informao nas organizaes relatado acima apresentada no Quadro 1, idealizado por Dias (2001), favorecendo uma melhor compreenso sobre o processo de interao entre a informao e a competitividade das organizaes face ao mercado produtivo.

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Quadro

1

DIAGRAMA

DO

CONTEXTO

DA

INFORMAO

NAS

ORGANIZAES: CLASSIFICAO, DIMENSES, OBJETIVOS E FONTES

INFORMAO NAS ORGANIZAES

CLASSIFICAO

DIMENSES

OBJETIVOS

FONTES

QUANTO NATUREZA

FORMATO . oral x documentado . textual x udiovisual/multimdia . base papel x eletrnica

Informao cientfica . resultante da investigao cientfica

LOCAL Informao tecnolgica . interna x externa . relacionada aos produtos/servios e seus mercados NVEL QUANTO FUNO . informao bruta Informao estratgica . informao organizada . relacionada aos macro . informao tratada e micro ambientes . informao avanada organizacionais STATUS Informao para negcios . pessoal x impessoal . subsidia o . formal x informal gerenciamento das . publicao aberta x no organizaes publicada/confidencial/secreta

. bases e bancos de dados . bases de patentes e normas tcnicas . monitoramento de mercado e . literatura cientfica; conhecimento das descobertas, relatrios tcnicos; teses e invenes e inovaes pesquisas . anlise de tendncias de mercado . documentos internos . tomada de . manuais tcnicos deciso/gerenciamento/resoluo . literatura comercial de problemas . leis, regulamentos e . avaliao do estado da arte cdigos . P&D de processos e produtos . estatsticas e indicadores econmicos e empresariais . cadastros de especialistas, instituies e MELHORIA empresas . catlogos de produtos e CONTNUA servios . publicaes . definio de objetivos, metas, governamentais mercado . organizaes cientficas, . memria tcnica institutos de pesquisa, . instruo e treinamento associaes profissionais e . processo operacional comerciais . procedimentos para abertura, . unidades de informao, registro e fechamento de empresas bibliotecas; . cursos, feiras e eventos . sistemas especialistas PESQUISA

Fonte: DIAS, Maria Matilde Kronka. O gerenciamento de unidades de informao tecnolgica sob enfoque da gesto da qualidade: estudo das percepes e reaes dos clientes ao desenho de novas condutas. So Paulo 2001. Tese (Doutorado) Escola de Comunicao e Artes, Universidade de So Paulo. So Paulo, 2001.

Neste estudo que favorece as informaes para indstria e negcios o quadro exemplifica que as informaes so consideradas em suas dimenses: pessoal x impessoal; formal x informal; publicao aberta x no publicada/confidencial/secreta e subsidia o gerenciamento das organizaes. Neste sentido, qualquer empresa com conceito de competitividade no mercado nacional e principalmente no internacional depende exclusivamente de informaes organizadas, confiveis e gerenciadas visando responder as exigncias dos planos e negcios da organizao. Montalli (1994) confere a informao para negcios como aquelas disponveis em fontes que informam sobre mercado, sobre estatsticas, sobre finanas, sobre produtos e sobre companhias, nacionais e internacionais.

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A utilizao da informao especializada em indstrias visa principalmente favorecer o desenvolvimento e comercializao de produtos, mas necessariamente utilizam as 5 reas com especficas fontes necessrias. Utilizam em grande parte das informaes sobre companhias e produtos, ficando cada segmento empresarial a requerer e procurar informaes de acordo com suas necessidades. No Brasil as fontes de informao para negcios so organizadas por vrias entidades como: associaes comerciais, ncleos de informaes tecnolgicas, institutos de pesquisas, entidades governamentais, empresas de consultoria e Universidades, e esto disponibilizadas para acesso em vrios formatos, como: bases de dados, cd-rom, on-line, internet, bibliogrficas. Nas 5 reas de informao para negcios, segundo estudo de Montalli (1994), destacam-se os seguintes tipos e suas fontes especficas: Informaes sobre MERCADO: informaes sobre empresas; informaes sobre produtos e seus fabricantes; informaes sobre plos tecnolgicos em alguma regio; informaes sobre staff de empresas; informaes de quando produzido onde e por quem?; quem utiliza e qual a demanda futura de produtos. Informaes ESTATSTICAS: informaes estatsticas publicadas e coletadas em associaes comerciais; informaes coletadas em agncia de consultores; informaes fornecidas por agncias financeiras. Informaes sobre PRODUTOS: informaes sobre descrio de produto; informaes sobre propriedades de um produto; informaes sobre detalhes de um produto; informaes sobre desempenho de um produto; informaes sobre aplicao de um produto; normas tcnicas; relatrios de testes sobre componentes e materiais; manuais tcnicos; livros e peridicos. Informaes FINANCEIRAS: informaes publicadas em bolsa de valores; informaes publicadas em jornais; informaes de bases de dados econmicas; informaes em organizaes internacionais como: relatrios anuais; balanos financeiros; relatrios anuais publicados por empresas; balanos financeiros anuais; dados financeiros publicados por bancos e agncias financeiras. Informaes sobre COMPANHIAS: informaes publicadas em diretrios (listagens) de empresas nacionais e internacionais; informaes publicadas pelas reas de atuao das companhias de empresas nacionais e internacionais; informaes sobre oportunidades de negcios; informaes sobre oportunidades de parcerias; anurios de indstrias.

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Outras fontes tambm so utilizadas, dependendo nica e logicamente das necessidades da empresa. Muitas utilizam empresas de consultoria quando necessitam de informaes para a tomada de deciso, ou buscam fontes de informao dentro da prpria empresa, que seria a sua biblioteca, ou institutos que fornecem informao, como no Brasil o IBGE, a FGV, e outras instituies. As empresas que querem ser competitivas no mercado internacional tem que utilizar informaes organizadas por empresas e institutos internacionais, sendo o custo de acesso a estas muitas vezes com preos do mercado internacional, Montalli (1994, p.165) justifica queA histria conduz os profissionais da rea de informao a refletirem sobre a organizao das fontes de informao, sobre mercado, produto, companhias, finanas e estatsticas. Como competir, exportar ou importar sem essas informaes? A resposta mais evidente parece ser: pagando preos exorbitantes para obter informaes nem sempre adequadas, de agncias localizadas no pas ou no exterior, que prestam servios de consultoria, mas que no tm compromisso maior com a informao.

Informao para indstria no Brasil tem sido um assunto muito discutido e que precisa de definies com relao a sua utilizao especificamente pelos profissionais da informao, com a utilizao de suas habilidades em gerncia de informao para melhor manipul-las. No cabe somente a empresas de consultoria e ncleos de informao disponibilizarem s empresas informaes, necessrio provar a importncia do profissional da informao atuando como intermedirios dentro da organizao.

2.5 A Gerao, Organizao e Definio da Informao nas Indstrias Sem dvida alguma, a valorizao da informao como elemento modificador do processo de produo proporcionou o crescimento rpido dos servios e produtos de informao, principalmente no mercado atual globalizado. O novo mercado, diversifica-se com a oferta de produtos/servios com significativo valor agregado. Como a criao, captao, organizao, distribuio, interpretao e comercializao da informao so processos essenciais, precisam ser melhor

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compreendidos no mbito da sociedade humana e pelos seus prprios profissionais gerenciadores. McGee e Prusak (1994), afirmam que a informao torna-se cada vez mais a base para a competio, portanto, os executivos devem identificar claramente o papel que a informao ir desempenhar na estratgia competitiva de sua empresa, para o aperfeioamento da capacidade de apreender as mudanas necessrias em suas prticas gerenciais. claro que numa economia de informao e globalizada, a concorrncia entre as organizaes baseia-se em sua capacidade de adquirir, interpretar, armazenar e disseminar a informao de forma eficaz e rpida. Fica evidente que a grande difuso de conhecimento gerado dar maior fluxo e uso dos canais de comunicao na sociedade. O quanto maior e melhor for o fluxo de informao, maior ser a competncia e maturidade exigida aos gerentes de informao, na disponibilizao e transferncia de tecnologia. Em ambientes de mudana, de grande importncia o conhecimento de processos envolvendo a gerao, organizao e difuso da informao para as organizaes. Os responsveis pelo atendimento comunidade cientfica e tecnolgica, so as organizaes de ICT tais como: bibliotecas de universidades, institutos de pesquisa, empresas pblicas e outros rgos ligados ao setor industrial. Tem crescido no mundo e no Brasil, a oferta de servios pelas multinacionais da informao, que produzem e disponibilizam fontes e servios em mdias eletrnicas, acessveis a qualquer interessado. Barreto (1994), ao analisar esse contexto, afirma que o constante crescimento dos estoques de informao traz como conseqncia o surgimento de infra-estruturas para acompanh-las e armazen-las, sempre menores e orientadas para o interesse e a necessidade de grupos especiais de usurios, tendo produtos especficos para indstrias/empresas, destacam-se o seguinte segmento de empresas: STN; Lexis-Nexis; Dow-Jones entre outras. Outras fontes adotadas so as informais, que utilizadas tm a vantagem e relevncia por serem consideradas como um recurso somente para a economia de tempo, quando complementadas pelas informaes contidas nos sistemas formais. As fontes informais podem ser caracterizadas como as seguintes: conferncias, congressos, simpsios, seminrios, correspondncias, contato com

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especialistas,

redes

eletrnicas,

colegas,

consultorias,

e

depoimentos

de

profissionais com experincia. Um mtodo que j muito utilizado pelas empresas o armazenamento e gerncia do conhecimento empresarial, conhecido na literatura como gesto do conhecimento, garantindo a transmisso do conhecimento e o desenvolvimento da inteligncia corporativa. Define-se somente com a adoo de polticas internas destinadas a implementar a gerncia e necessita de profissionais gestores de informao. Implementar aes deste tipo, pode permitir aos tomadores de deciso que se antecipem sobre a situao dos mercados, detectem e avaliem ameaas e oportunidades do seu ambiente, a evoluo da concorrncia, tendo em vista definir rapidamente aes ofensivas e defensivas estratgicamente, visando o desenvolvimento corporativo. Dias (2001) especifica no Quadro 2, um resumo da organizao ICT no Brasil, iniciado a partir da dcada de 50, o que permite uma melhor compreenso da trajetria de sua evoluo, contidos com o interesse de exemplificar a importncia das aes governamentais no desenvolvimento e gerao de informao, podendo ser destinadas exclusivamente ao desenvolvimento industrial. Este quadro importante para uma melhor compreenso da trajetria e de sua evoluo.

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Quadro 2 ORGANIZAO ICT NO BRASILDcadas Instrumentos Polticos Principais Aes 50 e 60 criao do Conselho estmulo da industrializao com a dinamizao do Nacional de Pesquisa importao de tecnologia processo de (CNPq) e do Instituto capacitao de recursos humanos, no desenvolviment Brasileiro de Bibliografia exterior, para produo de C&T o tecnolgico e Documentao(IBBD) instalao de laboratrios e bibliotecas no pas e criao do Instituto produo de informao em C&T delineamento Nacional de Tecnologia centrada nas universidades, institutos de de uma poltica (INT) pesquisa e empresas pblicas de de C&T pesquisa e desenvolvimento criao de sistemas nacionais e internacionais de informao especializada 70 I PND (1972-1974) estabelecimento de um programa geral implementao criao do Sistema para C&T de uma poltica Nacional de Informao implementao de uma rede nacional de C&T pelos para C&T e do Banco para a informao tecnolgica Planos Bsicos de Patentes do INPI modernizao e adequao dos de II PND (1974-1979) o institutos de pesquisa Desenvolviment IBBD passa a se criao de cursos de ps graduao e o Cientfico e denominar Instituto modernizao de laboratrios de Tecnolgico Brasileiro de Informao pesquisa (PBDCTs) em Cincia e aprimoramento da infra-estrutura fsica Tecnologia (IBICT) com a aquisio de equipamentos, livros, peridicos e bases de dados e construo civil 80 III PND (1980-1985) Fundao da Associao Brasileira das incio da institui o Sistema Instituies de Pesquisa Tecnolgica chamada Nova Nacional de Informao Industrial ABIPTI Repblica e em C&T e do Banco de Criao dos sistemas Estaduais de implantao de Patentes do INPI Informao em Cincia e Tecnologia novos Planos I PND (1986-1989) (SEICTs) de Planos e Programas de Criao de bancos de dados nacionais Desenvolviment Apoio ao Fortalecimento das bibliotecas e centros o Desenvolvimento de de documentao C&T (PADCT) pelo Criao dos Ncleos de Inovao Ministrio da Cincia e Tecnolgica em institutos e Tecnologia universidades 90 II PND (1990-1995) Reestruturao dos SEICTs modelo de criao de sistemas Produo e difuso de produtos e desenvolviment e/ou redes servios de informao; o baseado na responsveis pelo desenvolvimento de tecnologias pelo abertura do programa de IBICT mercado Disseminao da Criao do Balco SEBRAE com oferta Informao Tecnolgica incio do de bancos de dados sobre mercado, desenvolviment III PPP (1996-1999) tecnologia, crdito, legislao, meio o da Programa Brasileiro de ambiente, eventos no Brasil e no informao Qualidade e Exterior, etc. tecnolgica no Produtividade (PBQP) Instalao dos Ncleos de informao pas com a Programa de Apoio Tecnolgica do PADCT instalao de Capacitao Criao da Rede de Documentao do Ncleos de Tecnolgica da CNI/DAMPI Informao Indstria (PACTI) e o Consolidao e expanso dos centros, Tecnolgica subprograma de ncleos, servios e redes de informao Tecnologia Industrial tecnolgica Bsica (TIB) Criao da Rede ANTARES (Rede PPA (1996-1999) Nacional de Informao em C&T) Plano Pluri-Anual de Estabelecimento de projetos Metas do Ministrio de estratgicos para a capacitao em Cincia e Tecnologia C&T) Difuso de redes corporativas de informaes internacionais

Propagao de bibliotecas universitrias virtuais com a implementao de programas interativos: Web of Science of the Institute for Scientific Information, Probe, Rede SciELO, SIBInet, Athena

Fonte: DIAS, Maria Matilde Kronka. O gerenciamento de unidades de informao tecnolgica sob enfoque da gesto da qualidade: estudo das percepes e reaes dos clientes ao desenho de

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novas condutas. So Paulo 2001. Tese (Doutorado) Escola de Comunicao e Artes, Universidade de So Paulo. So Paulo, 2001.

2.6 O Profissional Bibliotecrio em Indstrias O profissional bibliotecrio pode ser o profissional essencial para a gerncia da informao, principalmente a especializada, que a utilizada e consumida no ambiente industrial. Prusak (1999) descreve a importncia de bibliotecrios em qualquer organizao, e tambm nas indstrias, e especifica que eles tm campo de envolvimento nas organizaes, pois podem entend-las, conhecer o fluxo de conhecimento, cultivando uma atitude empresarial profissional.Eles precisam buscar envolvimentos nas organizaes que vo alm de papis tradicionais de biblioteca, ter impacto nas organizaes com estratgias e operaes. Eles tm que ter um desejo para entender como a organizao trabalha, com estratgias e prioridades fundamentais a pessoas, o que so e o que eles fazem, como fluxos de conhecimento. Eles precisam cultivar uma atitude empresarial profissional e comportamento que se ajustam a organizao. importante ser bem atualizado com novos livros empresariais, tendncias de administrao, e o que est entrando na indstria ou organizao. Eles esto interessados em pessoas. Eles so bons em reunir as pessoas em um tipo de papel de intermedirio, enquanto agindo como ' os coordenadores de conhecimento '. Eles geram confiana. Eles se esforam muito, compartilham antes de adquirir. Bibliotecrios so inteligentes. Eles tm uma gama extensiva de interesses. Outra fora que eles so fortes trabalhadores em redes. Eles investem muito para manter grupos e andamento de projetos. Voc poderia os chamar de conselheiros de conhecimento. (PRUSAK, 1999,

traduo do autor) 3 A importncia do bibliotecrio na organizao industrial, reflete-se principalmente, segundo o pensamento de Schwarzwalder (1999) ao se proceder a organizao da informao, onde esclarece a organizao biblioteconmica como a administrao da informao.3

They need to seek involvements in their organizations that go beyond traditional library roles and impact the organization's core strategy and operations. They have to have a desire to understand how the organization works - strategies and priorities, who the key people are and what they do, how knowledge flows. They need to cultivate a professional business attitude and demeanor that fits the organization. It's important to be well read and up to date with top business books, management trends, and what's going on in the organization's industry. Qualities to achieve this as well as characteristics to make librarians valuable to knowledge management initiatives include their strong "affiliative" skills. "They're interested in people. They're good at putting people together in a kind of matchmaker role, acting as 'knowledge coordinators.' They engender trust. They're very willing to give, to share before they get. Librarians are smart. They're intelligent. They have a wide range of interests. Another strength is that they're strong networkers. They invest a lot to keep groups and projects going. You could call them 'knowledge concierges.'

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Para trazer ordem aos caos de dados, as organizaes precisam prover de mecanismos para organizar a informao. Informao dado sistematizado. Sistemas de informao, como catlogos de biblioteca, bancos de dados e diretrios, precisam de tratamento consistente e lgico dos dados, de forma que pessoas possam achar as coisas. Isto , onde a maioria das pessoas param. Estes esforos podem ser descritos como administrao de informao. (SCHWARZWALDER, 1999, traduo do autor) 4

Tambm esclarece a importncia do papel da biblioteca e do bibliotecrio na gesto da informao e conhecimento empresarial, como uma necessidade essencial na organizao ao caos de dados gerados.Departamentos dentro de sua corporao, universidade, ou administrao de cidades, tm freqentemente colees de informao e processos que esto com falta de administrao contnua. Identificando essas oportunidades e parcerias com esses grupos, lhe faro um profissional fundamental em administrao de conhecimento e demonstraro que bibliotecas no so um luxo, elas so uma necessidade. (SCHWARZWALDER, 1999, traduo do autor) 5

Temos o valor estratgico da informao nas organizaes, no mas o valor de grandeza prevalece como essencial, a informao supera o valor at muitas vezes patrimonial. Hoje uma empresa que no investe em informao para a tomada de deciso, independentemente do porte, corre um srio risco frente a suas concorrentes capacitadas na rea da informao. McGee e Prusak (1994, p.19) esclarecem que[...] a dimenso final do problema integrar definio e execuo de forma efetiva. A volatilidade e a imprevisibilidade do ambiente econmico desses ltimos anos demonstram claramente que nenhuma estratgia dura para sempre. No h esperanas de que nenhuma estratgia dure para sempre. No h esperanas de que seja possvel articul