DISPOSITIVOS MÓVEIS E ORIENTAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DE ACTIVIDADES EM MLEARNIG
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DISPOSITIVOS MÓVEIS E ORIENTAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO D E
ACTIVIDADES EM MLEARNIG
Cunha, Débora
Resumo
Já há muito tempo os telefones móveis deixaram de ser simples aparelhos que efectuam chamadas telefónicas. Estes têm se revestindo de inúmeras funções de tal forma que estão a caminho de se tornar a principal forma de nos conectarmos à Internet. Segundo pesquisas efectuadas estimou-se que no início de 2011 havia 5,3 bilhões de assinaturas de telefonia móvel activa em todo o mundo. Diante desse cenário, não é de se surpreender o crescente interesse na aprendizagem móvel. Torna-se, portanto, imperativo a utilização deste poderoso e emergente meio de comunicação no ensino-aprendizagem, tanto como complemento de outras vias de ensino, nomeadamente o ensino presencial e à distância, até ele próprio ser o veículo principal nesse contexto. Quando se projectar materiais de aprendizagem para dispositivos móveis, devem ser usadas teorias de aprendizagem adequadas e princípios de design instrucional para atender às necessidades dos alunos. Palavras-chave: m-learning, mobile learning, dispositivos móveis, actividades m-learning.
Introdução
Temos nos dias de hoje um cenário a se delinear. Os dispositivos móveis se dissolveram em
nosso dia-a-dia e nem sequer damos conta de como já estamos dependentes dessas
ferramentas.
O mundo mudou; mudou a nossa forma de comunicarmos, de estarmos… Consequentemente,
o modo de ensino e aprendizagem deve ser repensado noutros moldes, tentando acompanhar
a evolução nas formas de aprender, de absorver a informação, de comunicar.
Um dos desafios desde século é formar profissionais cada vez mais capacitados a
diagnosticar, procurar respostas e solucionar problemas. A partir desta nova exigência do
mercado é cada vez maior a procura por formação contínua, que proporciona actualização e
requalificação profissional. Diante desta necessidade, as modalidades de e-learning e m-
learning tornam-se atraentes para os profissionais, pois podem oferecer ensino de qualidade
com flexibilidade de local e horários.
Para oferecer educação continuada a distância com qualidade é necessário utilizar sistemas de
ensino-aprendizagem altamente interactivos, oportunizando um ambiente activo e aberto de
aprendizagem, no qual os estudantes trabalham com interesses individuais e colectivos
visando desenvolver suas habilidades, conhecimentos e interesses.
A aprendizagem móvel – m-learning
Dentre as inúmeras definições de aprendizagem móvel ou mobile learning podemos considerar
como: “o processo de aprendizagem que ocorre apoiado pelo uso de dispositivos móveis,
tendo como característica fundamental a portabilidade dos dispositivos e a mobilidade dos
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sujeitos, que podem estar física e geograficamente distantes uns dos outros ou em espaços
físicos formais de educação, como a sala de aula” [1].
Uma outra definição surge do projecto MoLeNet, no Reino Unido que acrescentou as palavras-
chave "facilitar, apoiar, melhorar, ampliar" e chamou à atenção que o m-learning funciona
melhor quando adicionado a alguma outra forma de ensino/aprendizagem, foi definido como: a
exploração das tecnologias de mão, juntamente com as redes de telefonia sem fio e móvel,
para facilitar, apoiar, valorizar e ampliar o alcance de ensino e aprendizagem.
Os dispositivos móveis
Dependendo da tarefa que se tem pela frente, o uso do dispositivo móvel adequado certamente
facilitará o sucesso de sua conclusão. Assim ler livros no telemóvel é possível? Sim. Muitas
pessoas que estão à espera em consultórios, filas do banco, no trânsito. Mesmo os telemóveis
mais simples são capazes de servir como um e-book reader, desde que aceitem aplicativos em
JAVA. Contudo certas tarefas são mais direccionadas a dispositivos específicos. Abaixo
seguem alguns dos principais dispositivos móveis.
Tablets
Tablet é um aparelho que pode ser considerado um computador pessoal em formato de
prancheta. O ecrã dos tablets tem diâmetros que vão de 7 a 10 polegadas com 1024x768
pixéis de resolução, sensíveis ao toque o que dispensa o uso do teclado ou rato e seu peso
variando entre 400 e 700g. Através deste dispositivo, se torna possível o acesso à Internet,
organização pessoal, visualização de fotos e vídeos, reprodução de músicas, leitura de livros,
jornais e revistas e para entretenimento com jogos 3D. Também possuem câmera para vídeo-
conferência. A capacidade de memória varia actualmente de 16 GB a 64GB para armazenar
ficheiros e oferecer portabilidade ao seu conteúdo virtual.
Personal Digital Assistants (PDA)
O PDA, também chamado de handhelds ou palmtop, é um computador de bolso, dotado de
grande capacidade computacional, cumprindo as funções de agenda e sistema informático de
escritório elementar, com possibilidade de interconexão com um computador pessoal e uma
rede sem fios, para acesso à Internet. Estes dispositivos possuem grande capacidade de
armazenamento e reprodução de elementos multimédia, GPS e ecrã táctil.
Smartphones
Com cerca de cento e poucas gramas, totalmente portátil, os smartphones englobam muitas
das principais tecnologias de comunicação, como acesso à Internet, GPS, programas como o
Skype, entre outros. Possuem diversos meios de se comunicar com outros dispositivos através
de Bluetooth, infravermelho e Internet, com a finalidade de transferir ficheiros de vídeo, fotos,
música. Permitem realizar gravações de vídeos por longo período de tempo e com resoluções
suficientemente boas para se visualizar em um ecrã tipo 19 polegadas. Suas funcionalidades e
ferramentas de software se assemelham cada vez mais com as dos sistemas operativos
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presentes nos computadores. Outra utilidade dos smartphone é a possibilidade de conexão à
rede wireless, seja em casa ou em ambientes públicos que a disponibilizem.
E-Book Readers
Os e-books readers são dispositivos que apresentam o formato de um livro de papel, com peso
de 300g e com ecrã de 6 a 10 polegadas aproximadamente e resolução mínima de 800x600.
Alguns e-book readers possuem ecrã táctil, com ou sem teclado, lêem diversos tipos de
formatos, consoante os aparelhos. A tendência é que todos utilizem formatos universais
compatíveis com HTML. Possui grande capacidade de armazenamento, acesso às livrarias
digitais, ajuste do tamanho e do tipo de fonte, controle de luminosidade e brilho do ecrã, bloco
de anotações, marcadores de páginas e buscas, dicionários em várias línguas, marcadores de
texto virtuais, facilidade de edição, produção e publicação.
Mp3/MP4 Players
Os Mp3/Mp4 players referem-se a uma série de players de áudio digital. Alguns aparelhos
oferecem uma interface simples servindo de armazenador de dados quando conectado a um
computador. Alguns modelos possuem ecrã táctil e permite ao utilizador aceder a Internet sem
fios.
Ultra mobile PC
Tecnicamente, o termo se aplica especificamente a um produto da Microsoft. É um computador
tablet - um ecrã de computador sem o teclado. A interface da maioria dos UMPCs é um ecrã
táctil com uma caneta stylus e uma rede de teclas-chaves configuradas nas laterais do
dispositivo. Esses tablets trazem ecrãs entre 4 e 7 polegadas.
Netbooks
Com cerca de 2,5 cm de espessura, pesam aproximadamente 2,5 kg e possuem um ecrã cerca
de 10 polegadas. Em geral, os netbooks são menores e mais leves que os tão conhecidos e
populares computadores portáteis.
Concepção dos materiais para m-learning
Todos os dispositivos móveis descritos acima possuem características que podem ser
exploradas em contexto m-learning. Contudo certas actividades serão mais fáceis de ser
entendidas, estudadas ou apenas mais agradáveis de serem realizadas, caso elas, no
momento de sua concepção, tenha-se levando em conta o dispositivo que será utilizado. Se
uma actividade requer a leitura de uma grande quantidade de texto, não é recomendável a
utilização de dispositivos com ecrãs pequenos. Em actividades como o estudo de um podcast,
como a revisão de algum conteúdo aprendido, poderá ser utilizado um telemóvel básico, um
mp3 player. Numa actividade onde é necessário enviar SMS com perguntas sobre o conteúdo
pode-se utilizar um telemóvel básico.
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Seguem algumas considerações a se ter em vista, antes da concepção dos materiais a serem
utilizados em dispositivos móveis:
• A transmissão de conteúdos muito densos através de dispositivos móveis, não é
aconselhada.
• A utilização de estratégias multimídia deve ser preferível ao invés de estratégias textuais,
devido à riqueza das informações transmitidas. Contudo, elas devem ser utilizadas em
situações estritamente necessárias, devendo ser abolida sua utilização como elemento
estético.
• Os dispositivos móveis são incomparáveis na capacidade de comunicação síncrona e
como ferramenta social. Quando usados como parte de um treinamento e-learning ou
presencial pode ser uma fonte interessante de interacção entre os intervenientes.
• Menos funcionalidade deve se traduzir em uma interface simples para que o utilizador
possa facilmente perceber e entender.
• Durante o projecto de aplicações devem ser consideradas que o dispositivo móvel, poderá
ser utilizado com apenas uma mão, e com um dedo polegar. Fazer com que a informação
fique acessível ao aluno com apenas alguns toques.
• Manter o ecrã organizado, tanto quanto possível para promover a clareza. Isso significa
pensar quais recursos e conteúdo são essenciais.
• Erros de selecção em telemóveis são mais elevados do que em dispositivos que
contenham um teclado, porque os dedos podem por vezes ser desajeitados e algumas
pessoas têm as mãos grandes. Ao projectar sua aplicação, estudar formas de reduzir os
erros deixando nas zonas envolventes da selecção tanto espaço em branco quanto
possível.
• Utilizar um protótipo e criar cenários de teste para garantir que a aplicação funcionará em
diferentes situações.
• Uma característica que deve ser tida como essencial: todo o conteúdo produzido deve ser
aberto para ser facilmente adaptado às novas tecnologias móveis.
Conclusão
Ferramentas portáteis associados com a aprendizagem móvel incluem PDAs, netbooks,
mp3/mp4 players, smartphones e telemóveis, embora não se limitando a estes.
O uso de dispositivos móveis como uma fonte alternativa de informação ganha cada vez mais
espaço no ambiente de aprendizagem. Esta situação é aumentada pelo facto de que um
grande número de organizações e instituições estão optando por novas formas de
aprendizagem como parte de seu treinamento e desenvolvimento.
O sucesso ou fracasso dessa nova modalidade de ensino baseia-se na qualidade e
adaptabilidade dos recursos criados. Não se deve elaborar um material para os dispositivos
móveis, da mesma forma como se elabora tendo em vista um grande ecrã, como para o ensino
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em e-learning. Neste sentido, a adaptabilidade deve estar presente e ser uma preocupação
constante para que o aluno obtenha conhecimentos e conclua a aprendizagem com sucesso.
Referências
1. Moura, A. (2010). Apropriação do Telemóvel como Ferramenta de Mediação em Mobile
Learning: Estudos de Caso em Contexto Educativo. Disponível em:
http://adelinamouravitae.com.sapo.pt/index1.htm.
2. International Telecommunication Union, S.P. (2010). International Telecommunication
Union. Acedido em Julho, 2011, de
http://www.itu.int/newsroom/press_releases/2010/06.html.
3. Savill-Smith, C et al. (2006). Mobile learning in practice Piloting a mobile leaning teachers’
toolkit in further education colleges. Disponível em:
http://www.londonmobilelearning.net/aigaion2/publications/show/491.
4. Wolynec, E. (2010/09). Aprendizagem móvel em escolas e universidades. Techne. Acedido
em: http://www.techne.com.br/artigos.asp?id=569.
5. Xyleme Inc, D.P. (2011/04/13). Dawn of Learning. Acedido em Julho, 2011 de
http://www.xyleme.com/blog/author/admin/.
6. Comunicação Digital e Mídias Sociais, G.D. (2011/03/31). Comunicação Digital e Mídias
Sociais. Acedido em Julho, 2011, de http://giacomodegani.com.br/?p=34
7. E-moderation Station, N.H. (2011/04). E-moderation station. Acedido em Julho, 2011, de
http://www.emoderationskills.com/.
8. Connie Malamed, C.M. (2011/05). The e-learning coach. Acedido em Julho, 2011, de
http://theelearningcoach.com/mobile/mobile-learning-and-support-app-design/.
9. GSI online, R.B.S. (2011/04/15). Pense e-learning. Acedido em Julho, 2011, de
http://gsionline.com.br/penseelearning/category/mobile-learning/.
10. Mlearningpedia, B.S. (2011/05/23). Mlearningpedia. Acedido em Julho, 2011, de
http://www.mlearningpedia.com.br.