Dislexia power point
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Rita Leonardo Feijao - Psicologa Educacional e de Orientaçao vocacional
EducadaMente - Psicologia Educacional
Rita Leonardo Feijao - Psicologa Educacional e de Orientaçao vocacional
A dislexia consiste numa perturbação de aprendizagem específica de origem neurológica. É caracterizada pela dificuldade em reconhecer a palavra de forma exacta e/ou fluente. Este tipo de dificuldade é consequência de um déficit na percepção da componente fonológica da palavra.
Como consequência desta problemática podem surgir dificuldades na compreensão do material lido e ainda, pelo facto de não serem desenvolvidos hábitos de leitura, pode surgir um vocabulário e um nível de cultura geral limitado.
O que é a dislexia?
Assim, é cada vez mais aceite a Teoria do Défice Fonológico: défice cognitivo específico que assenta na dificuldade do processamento fonológico, com gravidade variável e independente do Q.I.. Em resumo, as crianças com Dislexia têm dificuldade em reflectir sobre a estrutura sonora das palavras (metafonologia).
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Como se desenvolve o processo de leitura?
Ao aprender a ler, a criança passa pelo seguinte processo:
1º Aprendizagem das regras de descodificação (o grafema corresponde a um fonema);
2º Aprendizagem das especificidades morfológicas e ortográficas.
Concomitantemente, desenvolve-se a automatização. Com a automatização crescente e o aumento do vocabulário de reconhecimento rápido, a leitura passa a constituir um meio de se obter informação, de estudar, de aprender e de prazer. As capacidades linguísticas necessárias para desenvolver a leitura modificam-se com o tempo. Os leitores fluentes usam a combinação da informação fonológica com a semântica durante o reconhecimento das palavras.
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• Descodificação fonémica (percepção dos sons da fala);• Especificidades ortográficas (forma correcta de escrever as
palavras) e morfológicas (estrutura da forma das palavras);• Acesso ao léxico (conjunto de palavras que as pessoas de
uma determinada língua têm à sua disposição para se expressarem, oralmente ou por escrito)
• Acesso à semântica (significado das palavras).
Assim, a dislexia caracteriza-se numa falha ao nível da descodificação fonética que afecta todo este processo.
Assim, a leitura “madura” depende da integração de várias competências:
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Será que a dislexia se manifesta em todas as línguas?Na maioria das línguas ocidentais, existe alguma variabilidade referente à consistência das conversões grafema-fonema.
O inglês poderá ser considerado o mais “opaco”, pois existem inúmeras excepções relativamente às conversões grafena-fonema e muitas palavras irregulares. Ou seja, para além do princípio alfabético, existe uma aprendizagem extensa das especificidades ortográficas. Estes aspectos dificultam a aprendizagem da língua em crianças que apresentam déficit fonológico.O espanhol (castelhano) é considerado “transparente", pois a relação grafema-fonema é directa e consistente, é uma língua facilitadora no que respeita à sua aprendizagem.
O português será “intermédio”. Quanto mais transparentes forem as ortografias, menos manifestações de dislexia teremos, pois o volume de informação é menor.
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A. Dislexia FonológicaB. Dislexia de Superfície
As classificações das Dislexias têm variado ao longo do tempo. Actualmente, a classificação mais usada é a seguinte:
Na dislexia fonológica, a dificuldade principal consiste na aquisição dos princípios alfabéticos da conversão grafema-fonema. Na dislexia de superfície, o problema principal reside na dificuldade em adquirir o princípio ortográfico.
No entanto, esta separação nítida, que é possível de se fazer nas situações adquiridas dos adultos, não é tão clara nas dislexias desenvolvimentais. Isto porque a aquisição dos princípios ortográficos está intrinsecamente ligada ao princípio alfabético, e nas crianças com dislexia fonológica ambos os processos estão afectados, podendo variar o grau de défice apresentado.
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Excluem-se das Dislexias:Causa puramente visual: embora haja investigação sobre o papel das alterações visuais e vísuo-motoras, a maioria não se deve a esta etiologia. Estas alterações vísuo-motoras estão presentes, em algumas crianças com dislexia fonológica, dado apresentarem pequenas alterações da orientação espacial e da percepção visual, contudo não têm sido demonstrados como a causa, mas apenas como co-ocorrência, e cujo significado ainda está por esclarecer.
Confusões frequentes sobre a dislexia…
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1. Défice da consciência fonológica (metafonologia);
2. Alterações na segmentação fonémica e na fluência fonológica;
3. Défice da memória verbal a curto prazo e da memória de
trabalho (repetição de dígitos, memorização da sequência de
palavras e aritmética mental);
4. Défice da nomeação rápida (dificuldade em evocar as palavras,
que será tanto mais deficitária quanto maior for a rapidez
exigida);
5. Défice na repetição de não-palavras ou palavras sem significado
(esta dificuldade influencia a capacidade de aprender outras
línguas).
Perfil cognitivo de crianças disléxicas …As crianças com Dislexia apresentam, na sua maioria, um perfil cognitivo típico:
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• Um atraso na aquisição das competências da leitura e escrita;
• Dificuldades acentuadas ao nível do processamento e consciência
fonológica;
• Leitura silábica, decifratória, hesitante, sem ritmo, com bastantes
incorrecções e erros de antecipação;
• Velocidade de leitura bastante lenta para a idade e para o nível
escolar;
• Omite ou adiciona letras e sílabas (ex: famosa-fama; casaco-casa;
livro-livo; batata-bata; biblioteca/bioteca; ...);
• Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças subtis de
grafia ou de som (a-o; o-u; a-e; p-t; b-v; s-ss-ç; s-z; f-t; m-n; v-u; f-v; g-
j; ch-j-x; v-z; nh-lh-ch; ão-am; ão-ou; ou-on; au-ao; etc.);
Principais manifestações da dislexia nas competências de leitura e escrita:
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• 7. Confusão entre letras, sílabas ou palavras com grafia
similar, mas com diferente orientação no espaço (b-d; d-p; b-
q; d-q; a-e;…);
• Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras (ai-ia; per-
pré; fla-fal; me-em; sal-las; pla-pal; ra-ar;…);
• Substituição de palavras por outras de estrutura similar,
porém com significado diferente (saltou-salvou; cubido-
bicudo;...);
• Substituição de palavras inteiras por outras semanticamente
vizinhas;
• Problemas na compreensão semântica e na análise
compreensiva de textos lidos;
• Dificuldades em exprimir as suas ideias e pensamentos em
palavras;
• Ilegibilidade da escrita, letra rasurada, disforme e irregular,
presença de muitos erros ortográficos e dificuldades ao nível
da construção frásica. Etc...
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• Problemas ao nível da dominância lateral (lateralidade
difusa, confunde a direita e esquerda, lateralidade
cruzada);
• Problemas ao nível da motricidade fina e do esquema
corporal;
• Problemas na percepção visuo-espacial;
• Problemas na orientação espacio-temporal;
• A escrita pode surgir em espelho;
• Problemas ao nível da motricidade fina e do esquema
corporal; Etc...
Outros sintomas que podem estar associados
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Nota: Não é necessário que estejam presentes, todos estes indicadores em simultâneo, para que seja diagnosticada um caso de dislexia. Estes indicadores devem apenas alertar para a possibilidade de um caso de dislexia, já que é preciso compreender a razão destes comportamentos.
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Segundo vário autores, não se pode falar de dislexia (ou melhor ... não se pode fazer um diagnóstico definitivo) antes dos 7 anos, ou para ser mais rigoroso, antes de pelo menos um ano de escolaridade, pois anteriormente a esta idade erros similares são banais pela sua frequência.
Com que idade se pode diagnosticar uma dislexia?
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Dislexia e Matemática …
Inicialmente vamos esclarecer o que é ter dificuldades em matemática. As pessoas geralmente consideram que não são boas a matemática, quando de facto querem dizer que apresentam dificuldades em aritmética. A aritmética é uma parte da matemática e está associada aos raciocínios lógicos, perceptivos e sensoriais: formas, tamanhos, espaço, dimensão e quantidade.
Alguns disléxicos têm problemas na aritmética e em outros aspectos da matemática, que envolvam de forma mais declarada estas competências .Muitos disléxicos têm dificuldades para adquirirem rapidez e fluência em simples cálculos: adição, subtracção, multiplicação, divisão e na tabuada, mas eles poderão ter, não obstante, boa habilidade em matemática.
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Este facto acontece porque não há áreas do cérebro que só se ocupem especificamente da leitura e soletração. As áreas usadas para a linguagem escrita são usadas também para outros materiais simbólicos, incluindo números, fórmulas, gráficos, diagramas, espaço-tempo, etc. Assim, se há um problema nessas partes do cérebro, será afectado o processamento eficiente de qualquer material simbólico, linguagem e matemática incluídos. Tal significa que as falhas em uma área de aprendizagem podem estar frequentemente vinculadas a falhas em outras áreas.
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Semelhanças entre a linguagem e a matemática…
• Ambas são linguagens representadas por símbolos que apresentam
pequena ou nenhuma relação com as situações e eventos que eles
descrevem. Portanto usar uma letra /a/ ou um número /4/ é uma
representação simbólica igualmente. Pouco ou nada tem haver com a
representação concreta;
• Os dois símbolos (letras ou números) têm estruturas e requerem uma
ordem e sequência para serem usados eficientemente;
• Os dois requerem facilidade verbal, para uma aprendizagem fluente e
memorização. Memória a curto prazo é também importante para
ambos;
Essas são só algumas das semelhanças entre linguagem e matemática. Quando nós consideramos tudo isso, não é surpresa que indivíduos com dificuldades na linguagem do tipo da dislexia tenham frequentemente dificuldades em matemática;
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Encontramos dois subgrupos de disléxicos que apresentam dificuldades em matemática:
1. Aqueles que compreendem os conceitos mas são incapazes de representá-los no papel, isto é, eles sabem que processo ou operação usar, mas não conseguem fazê-lo com precisão. Por exemplo: Compreendem uma situação problema, sabem até que operação deveriam fazer, mas não conseguem “traduzir” na escrita.
2. Aqueles que têm pouca, ou nenhuma ideia, por que motivo os números ou símbolos são usados. Essas pessoas não compreendem os conceitos subentendidos em matemática.
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A intervenção baseia-se na estimulação da aprendizagem nas seguintes áreas: manipular, seriar, classificar, transportar, juntar, copiar. Portanto falamos em desenvolver o pensamento pré-operacional e operacional, segundo Piaget.
Como ajudar um aluno disléxico na disciplina de matemática.