DISLEXIA E EDUCAÇÃO INFANTIL: Refletindo Sobre o Olhar … · dislexia e sua repercussão no...

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA

    CENTRO DE EDUCAO

    CURSO DE PEDAGOGIA

    DEPARTAMENTO DE HABILITAO PEDAGGICA

    DANIELLE ANDRADE DE ALBUQUERQUE

    JANACIARA KELY FONTES DE LIMA

    LUCIENE MARIA GONALVES

    DISLEXIA E EDUCAO INFANTIL:

    Refletindo Sobre o Olhar dos Professores

    JOO PESSOA,

    2017

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA

    CENTRO DE EDUCAO

    CURSO DE PEDAGOGIA

    DEPARTAMENTO DE HABILITAO PEDAGGICA

    DANIELLE ANDRADE DE ALBUQUERQUE

    JANACIARA KELY FONTES DE LIMA

    LUCIENE MARIA GONALVES

    DISLEXIA E EDUCAO INFANTIL:

    Refletindo Sobre o Olhar dos Professores

    Trabalho de Concluso do Curso

    apresentado Coordenao do curso

    de Pedagogia da Universidade

    Federal da Paraba, tendo como

    exigncia parcial para obteno do

    Ttulo de licenciatura em Pedagogia.

    JOO PESSOA,

    2017

  • AGRADECIMENTOS

    Quero agradecer em primeiro lugar, Deus e a nossa Senhora pela fora coragem

    durante esta longa caminhada.

    Agradeo tambm meu esposo Airthon Erson, que de forma especial carinhosa m

    deu fora coragem, m apoiando nos momentos de dificuldades.

    Quero agradecer tambm ao meu filho, Heitor por ter se comportado no ventre da

    mame.

    no deixando de agradecer de forma grandiosa a meus pais, Geraldo Cavalcante (in

    memoriam), que infelizmente no pode estar presente neste momento to feliz da minha

    vida, mas no poderia deixar de agradecer a ele, pois se hoje estou aqui, devo muitas

    coisas a ele, por seus ensinamentos e valores e a Maria Nelma por ser o meu maior

    exemplo na minha formao em Pedagogia amo vocs e obrigada por tudo!!

    Agradeo a Edna Alves pela oportunidade e confiana de trabalhar na sua escola.

    Agradeo tambm as minhas companheiras de estudo, Janaciara Kely e Luciene

    Gonalves por todos os conhecimentos partilhados.

    professora Sandra Alves Santiago pela pacincia na orientao incentivo que

    tornaram possvel concluso desta monografia.

    Danielle Andrade de Albuquerque

  • AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeo a Deus pelo dom da vida.

    Quero agradecer a minha me, Rosileide Fontes, pelo apoio e amor a mim dedicado.

    A minha irm, Fernanda Gomes, pelo apoio e incentivo em todos os momentos do

    curso.

    Agradeo ao meu sobrinho, Lucas Kau Gomes da Silva, por ser minha maior

    inspirao para a realizao desta pesquisa.

    Agradeo ou meu noivo, Erysson Cmara por todo apoio e pacincia a mim dedicada.

    A nossa orientadora, a professora Sandra Alves Santiago, pela dedicao, pacincia e

    toda ajuda para a construo deste trabalho.

    As colegas, Danielle Andrade e Luciene Gonalves pela parceria, dedicao e

    pacincia durante toda a construo deste TCC.

    Enfim, agradeo a todos que de alguma forma direta ou indiretamente contriburam

    para a realizao deste.

    Janaciara Kely F. de Lima

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus, por me conceder a vida e iluminar meus caminhos

    sem nunca me deixar cair, me dando sabedoria e me ajudando a superar os obstculos

    da vida, fortalecendo minha f e proporcionando-me a oportunidade de vencer mais

    uma batalha.

    A minha me, Maria das Neves Gonalves, que com muita luta e sacrifcio, me ensinou

    o caminho por onde andar, com muito carinho dedicou seu tempo para acreditar na

    minha capacidade deixando muitas coisas importantes de lado, em prol da minha

    felicidade, sem medir esforos para que eu pudesse alcanar meus objetivos.

    Meu esposo, Jos Valrio Barbosa da Silva, que esteve sempre ao meu lado e me

    incentivou para a realizao dos meus ideais encorajando-me de enfrentar todos os

    momentos difceis da minha vida, oferecendo apoio, conforto segurana e bem estar.

    Meu filho, Davi Gonalves da Silva, que amo demais, e me transmite muita alegria,

    com esperana de dias melhores.

    Meu pai, Manoel Loureno Gonalves, que por algum motivo sempre esteve ausente

    em importantes momentos da minha vida, mais nunca deixou de se orgulhar e acreditar

    em mim.

    Todas minhas irms e familiares, que se orgulharam e torceram por mim, acreditando

    sempre na minha capacidade.

    A todos os amigos e colegas de sala, pelo apoio e incentivo, Em especial Danielle

    Andrade e Janaciara Kely pela dedicao durante a construo do nosso trabalho,

    sempre apoiando e me dando foras para que nunca pensasse em desistir. Obrigada

    por valorizar cada segundo em que estivemos juntas.

    A minha orientadora, Sandra Alves Santiago por sua pacincia na orientao,

    incentivo e dedicao, agindo sempre de forma positiva, contribuindo para a

    construo deste Trabalho de concluso de Curso, assim como aos componentes da

    minha banca examinadora.

  • Agradeo a todos os doutores, mestres e professores que foram to importantes na

    minha vida acadmica e que contriburam no meu processo de aprendizagem, no s

    para que eu chegasse at aqui, mais para que eu possa fazer a diferena.

    Enfim a todos que acreditaram no meu potencial, sempre torcendo pelo meu sucesso,

    desejando-me sempre o melhor colaborando direta ou indiretamente para que este

    trabalho acontecesse.

    Luciene Maria Gonalves

  • Dedicamos este trabalho a

    todas as crianas com

    dislexia.

  • Ensinar no transferir o conhecimento,

    mas criar as possibilidades para a sua

    prpria produo ou construo.

    Paulo Freire

  • RESUMO

    O presente estudo tem como objetivo geral analisar a viso dos professores da educao

    infantil sobre a dislexia, e por objetivos especficos os seguintes: compreender a dislexia

    e suas caractersticas gerais; analisar o nvel de conhecimento dos professores sobre a

    dislexia e sua repercusso no desenvolvimento infantil e analisar as repercusses do

    conhecimento docente sobre a dislexia na sua prtica pedaggica. Trata-se de um estudo

    de natureza qualitativa, sendo composto de reviso bibliogrfica sobre o tema e de uma

    pesquisa de campo. A pesquisa de campo foi realizada em um Centro de Referncia em

    Educao Infantil (CREI), na cidade de Joo Pessoa e os sujeitos foram cinco

    professores da educao infantil, do respectivo CREI. Foi utilizado um questionrio

    estruturado com algumas questes iniciais para obter dados que permitissem construir

    um perfil dos entrevistados, alm de seis (6) questes mistas, ou seja, objetivas e

    subjetivas, portanto, com possibilidades de mltiplas escolhas, mas seguidas de

    complemento explicativo. A anlise de cunho qualitativo foi complementada por

    exposio grfica e estatstica dos dados. E os resultados revelaram que a maioria dos

    professores constroem uma viso negativa sobre a dislexia por falta de conhecimento e

    isso implica em posturas e prticas desfavorveis incluso desse aluno. Portanto,

    importante que os professores da educao infantil reflitam sobre a necessidade da

    construo de novos conhecimentos, para mediar uma aprendizagem significativa para

    os alunos dislxicos, pois a ausncia de conhecimentos sobre o tema pode limitar as

    intervenes pedaggicas. Neste sentido, tambm fica claro que o domnio de saberes

    sobre a dislexia pode contribuir de forma positiva na atuao docente frente ao processo

    de aprendizagem do aluno dislxico.

    Palavras-Chave: Dislexia, CREI, professores.

  • ABSTRACT

    This present study has as general objective to analyze the vision of the teachers of the

    early childhood education on dyslexia, and by specific objectives the following: to

    understand the dyslexia and its general characteristics; to analyze the level of teachers'

    knowledge about dyslexia and its repercussion on childrens development and to

    analyze the effects of teachers knowledge on dyslexia in its pedagogical practice. It is a

    qualitative study, being composed of bibliographical review on the subject and a field

    research. Field research was carried out at a Reference Center on Early Childhood

    Education (CREI), in the city of Joo Pessoa, and the subjects were five nursery

    teachers, from the respective CREI. A structured questionnaire was used with some

    initial questions to obtain data that allowed to construct a profile of the interviewees,

    besides six (6) mixed questions, that is, objective and subjective, therefore, with

    possibilities of multiple choices, but followed by explanatory complement. The

    qualitative analysis was complemented by graphical and statistical exposition of the

    data. And the results revealed that most teachers construct a negative view about

    dyslexia due to lack of knowledge and this implies in postures and practices unfavorable

    to the inclusion of this student. Therefore, it is important that teachers of early

    childhood education reflect on the need to build new knowledge to mediate meaningful

    learning for dyslexic students, since lack of knowledge about the subject may limit

    pedagogical interventions. In this sense, it is also clear that the mastery of knowledge

    about dyslexia can positively contribute to the teaching performance of the dyslexic

    student learning process.

    Key words: Dyslexia, CREI, teachers.

  • Sumrio

    1. INTRODUO .......................................................................................................... 14

    2 . COMPREENSO GERAL SOBRE A DISLEXIA .................................................. 16

    2.1. Os Principais Sintomas do Dislxico................................................................... 17

    2.2. As Causas Possveis da Dislexia ......................................................................... 19

    2.3. O Papel da Escola e da Famlia ........................................................................... 20

    3. EDUCAO INFANTIL, INCLUSO E DISLEXIA ............................................. 24

    3.1. Significados e Histrico da Educao Infantil .................................................... 24

    3.1.1. Um pouco de histria .................................................................................... 24

    3.1.2. A Educao Infantil no Brasil ...................................................................... 25

    3.2. Legislao da Educao Infantil .......................................................................... 25

    3.3. Incluso do Aluno Dislxico na Educao Infantil ............................................. 28

    4. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ............................................................... 31

    4.1. Tipo de Pesquisa .................................................................................................. 31

    4. 2. Local da Pesquisa ............................................................................................... 32

    4.3. Sujeitos da Pesquisa ............................................................................................ 33

    4.4. Instrumentos da Pesquisa .................................................................................... 33

    4.5. Apresentao, Discusso e Anlise dos Dados ................................................... 33

    5. CONSIDERAES FINAIS ..................................................................................... 42

    REFERNCIAS ............................................................................................................. 44

    APNDICE .................................................................................................................... 47

  • 14

    1. INTRODUO

    O presente trabalho teve por objetivo geral analisar qual a viso dos professores

    da educao infantil sobre a dislexia. Para alcana-lo teve por objetivos especficos os

    seguintes: compreender a dislexia e suas caractersticas gerais, analisar o nvel de

    conhecimento dos professores sobre a dislexia e sua repercusso no desenvolvimento

    infantil e analisar as repercusses do conhecimento docente sobre a dislexia na sua

    pratica pedaggica.

    A motivao para realizao desse estudo se deve a motivos pedaggicos e

    familiares. Sobre as motivaes pedaggicas, destacamos a necessidade de aprofundar

    nossos conhecimentos, estudando melhor sobre a referida temtica. Nesse sentido,

    esperamos com olhar profissional procurarmos respostas e solues para uma prtica

    pedaggica de qualidade, que consiga compreender o aluno dislxico e ajuda-lo a se

    desenvolver da melhor forma possvel.

    Nessa direo, realizamos um estudo bibliogrfico, cujas referencias principais

    foram: Lanhez e Nico (2002), Pennington (1997), Oliveira (2013), Kuhlmann Jr (1991),

    Barros (2008), Gonalves e Navarro (2012) entre outros.

    Tambm realizamos uma pesquisa de campo em um Centro de Referencia em

    Educao Infantil (CREI) na cidade de Joo Pessoa, utilizando como instrumento um

    questionrio formulado estruturalmente por seis (06) questes mistas, ou seja, so

    objetivas, mas, seguidas de complemento de respostas livres para identificar os

    conhecimentos das professoras sobre a dislexia.

    Nos captulos seguintes apresentamos a compreenso geral sobre a dislexia

    sendo dividido em trs subtpicos, onde se apresenta os principais sintomas, as

    possveis causas e o papel da escola e da famlia na vida do dislxico. No terceiro

    capitulo abordamos a educao infantil, incluso e dislexia, dividindo a discusso em

    quatro subtpicos que fundamentam os significados e histrico da educao infantil, a

    legislao da educao infantil, a incluso do aluno dislxico na educao infantil e a

    motivao do professor para incluir.

    No captulo seguinte apresentamos os procedimentos metodolgicos, definindo o

    tipo de pesquisa, o local da pesquisa, o sujeito da pesquisa, instrumentos da pesquisa,

    apresentao discusso e anlise dos dados, a partir de onde construmos a ltima parte

    do TCC (trabalho de concluso de curso), onde conclumos que os professores possuem

  • 15

    uma viso negativa ou equivocada sobre a dislexia, pois lhes faltam conhecimentos a

    respeito. Diante disto, no sabem como intervir de maneira positiva no desenvolvimento

    desses alunos.

    Esperamos que as reflexes aqui levantadas possibilitem aos professores a

    construo de novos conhecimentos para mediar uma aprendizagem significativa dos

    alunos dislxicos e apontem para as polticas pblicas a necessidade de melhorar a

    formao continuada dos professores, acrescentando saberes que contribuam para a

    qualidade do ensino.

  • 16

    2 . COMPREENSO GERAL SOBRE A DISLEXIA

    Para entender o que dislexia importante conhecer a etimologia da palavra. A

    palavra dislexia constituda pelos radicais dis, que significa dificuldade ou

    distrbio, e lexia, que significa leitura no latim e linguagem no grego, ou seja, o termo

    dislexia refere-se a dificuldade na linguagem. No entanto, a ideia de que se refere a um

    distrbio na leitura parece ser mais consensual. Lerner (2003) (apud CRUZ, 2004).

    Os primeiros profissionais que se interessaram pelo problema do distrbio da

    dislexia foram os oftalmologistas, os quais concluram que no so os olhos que lem,

    mas o crebro. Mas, a expresso dislexia foi criada em 1887 por Rudolf Berlin, um

    oftalmologista de Stuttgart. Ele usou o termo para se referir a um jovem que apresentava

    grande dificuldade no aprendizado da leitura e escrita ao mesmo tempo em que

    apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos. No entanto, a

    dislexia foi identificada pela primeira vez por Berklan, em 1881 (PEREIRA, 2015).

    Mais tarde, em 1925, ainda entre os primeiros pesquisadores a estudar a dislexia

    est Samuel T. Orton, um neurologista que trabalhou inicialmente com vtimas de

    traumatismo. Orton conheceu o caso de um menino que no conseguia ler e que

    apresentava sintomas parecidos aos das vtimas de traumatismo. Pesquisou essa

    dificuldade e concluiu que havia uma sndrome que no estava relacionada aos

    traumatismos neurolgicos, mas que provocava tambm problemas na aprendizagem da

    leitura. Orton afirma que na infncia que essa dificuldade desponta e ela est

    relacionada a um distrbio no reconhecimento e orientao das letras e de sua sequncia

    ou significao nas palavras. Entretanto, defende que a percepo visual e a orientao

    espacial dos sujeitos dislxicos permanecem intactas (BARBOSA, 2014).

    Lanhez e Nico (2002) definem a dislexia como uma dificuldade que ocorre no

    processo de leitura, escrita, soletrao e ortografia. No uma doena, mas um distrbio

    com uma srie de caractersticas. Segundo os autores, a dislexia torna-se evidente na

    poca da alfabetizao, embora alguns sintomas j estejam presentes em fases

    anteriores. Apesar de instruo convencional, adequada inteligncia e oportunidade

    sociocultural e ausncia de distrbios cognitivos fundamentais, a criana dislxica falha

    no processo de aquisio da linguagem. A dislexia independe de causas intelectuais,

    emocionais e culturais. hereditria e a maior incidncia em meninos na proporo de

    trs para um.

  • 17

    A dislexia um entre vrios distrbios de aprendizagem, caracterizado por uma

    dificuldade na decodificao de palavras e insuficincia no processamento fonolgico.

    Manifesta-se pela dificuldade em diferentes formas de linguagem, alm da leitura, a

    escrita e a soletrao (NICO; SOUZA, 1995).

    Portanto, a dislexia a no decodificao dos sons em palavras ou das palavras

    em sons, ou seja, o dislxico no consegue perceber os vrios sons existentes em uma

    palavra. As pessoas que tm esse distrbio apresentam problemas com palavras

    impressas e escritas. De acordo com Oliveira (2013) a dislexia no doena, um

    distrbio que afeta uma grande parte da populao. So pessoas inteligentes, mas que

    precisam de um tempo maior em relao aos no dislxicos. So pessoas criativas, com

    uma percepo emocional avantajada, muitas vezes confundidos como hiperativos e

    desatentos, por no terem motivao em concentrar-se em algo que no conseguem

    reconhecer seu significado.

    A partir das definies de variados autores que se dedicaram a este transtorno

    podemos dizer que h um consenso na rea de que o dislxico tem dificuldade em

    entender com clareza o que l ou escreve, no sendo, no entanto, consequncia de um

    problema cognitivo. Contrariamente ao que se pensa, dislexia no o resultado de uma

    m alfabetizao, desateno ou desmotivao. uma dificuldade de aprendizagem

    relacionada com o funcionamento do crebro. A dislexia uma dificuldade especfica

    que dificulta a aprendizagem da leitura, da escrita e da fala, apesar da inteligncia

    normal ou mesmo acima da mdia.

    2.1. Os Principais Sintomas do Dislxico

    De acordo com Pennington (1997), as caractersticas mais comuns de serem

    observadas ente os dislxicos, tanto na leitura como na escrita so:

    Confuso de letras, slabas ou palavras com pequenas diferenas de

    grafia: o/a, c/o, e/f;

    Confuso de letras que possuem sons parecidos: b/d, p/q, d/t, m/b;

    Inverso parcial ou total de slabas ou palavras: me em vez de em, sol

    em vez de los, som em vez de mos;

    Substituio de palavras por outras estruturas, mais ou menos

    semelhantes: salvou no lugar de saltou, sentiu no lugar de mentiu;

    Contaminao de sons: lalito em vez de palito;

  • 18

    Adio ou omisso de sons, silabas ou palavras: casa em vez de casaco;

    Repetio de silabas, palavras ou frases: mamacaco, paipai;

    Salto de linha, volta a linha anterior e perda da linha durante a leitura;

    Acompanhamento com o dedo da linha que est sendo lida;

    Leitura do texto, palavra por palavra;

    Problema de compreenso do texto;

    Escrita em espelho (em sentido inverso ao normal);

    Letra ilegvel;

    Leitura analtica e decifratria.

    Alm dessas caractersticas, o autor destaca, ainda, que tambm comum nos

    dislxicos acontecer de quando l silenciosamente a criana no consegue deixar de

    murmurar ou mover os lbios, pois precisa pronunciar as palavras para entender o seu

    significado, alm de evidente dificuldade em exprimir suas ideias e pensamentos em

    palavras e dificuldade na memria auditiva imediata.

    No h um consenso com respeito a todos os sintomas. Mas, alguns sintomas so

    de comum acordo entre diferentes autores.

    Lanhez e Nico (2002) acrescentam os seguintes sintomas dislexia: lentido na

    aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita; problema para reconhecer fonemas

    repetidos em uma frase; desateno e disperso; desempenho escolar abaixo da mdia,

    em matrias especficas, que dependem da linguagem escrita; melhores resultados, nas

    avaliaes orais, do que nas escritas; dificuldade de coordenao motora fina;

    dificuldade de copiar as lies do quadro, ou de um livro; problema de lateralidade

    (confuso entre esquerda e direita, ginstica); dificuldade de expresso: vocabulrio

    pobre, frases curtas, estrutura simples; esquecimento de palavras; problema de conduta:

    retrao, timidez e depresso; desinteresse ou negao da necessidade de ler; leitura

    demorada, silabadas e com erros; esquecimento de tudo o que l; salta linhas durante a

    leitura, acompanha a linha de leitura com o dedo; demora demasiado tempo na

    realizao dos trabalhos de casa; no gosta de ir escola; pode evidenciar capacidade

    acima da mdia em reas como: desenho, pintura, msica, teatro, esporte, entre outros.

    E, trocas ortogrficas ocorrem, mas dependem do tipo de dislexia.

    No ambiente escolar, Arajo destaca que os dislxicos so inseguros e tem baixa

    auto-estima. Segundo ele,

  • 19

    O dislxico geralmente demonstra insegurana e baixa

    auto-estima, sentindo-se triste e culpado. Muitos se

    recusam a realizar atividades com medo de mostrar os

    erros e repetir o fracasso. Com isto criam um vnculo

    negativo com a aprendizagem, podendo apresentar

    atitude agressiva com professores e colegas (ARAJO,

    2007, p. 1).

    Contudo, estas caractersticas no so suficientes para se ter um diagnstico de

    dislexia, pois, existem outros distrbios de aprendizagem que tambm possuem

    elementos parecidos, no entanto, elas podem ser usadas como um ponto de partida para

    se procurar a ajuda de profissionais especializados e buscar formas de superao.

    2.2. As Causas Possveis da Dislexia

    Na rea da gentica, h quem defenda tratar-se de um problema hereditrio,

    fundamentando a assero em estudos que revelam que os dislxicos apresentam, pelo

    menos, um familiar prximo com dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita.

    Ainda nesta perspectiva, outros investigadores apontam as mutaes de alguns

    cromossomas como causa do problema, nomeadamente nos cromossomas 6 e 15 e, mais

    recentemente, no cromossoma 2 (CRUZ, 2009).

    Na rea da neurobiologia tambm tm surgido algumas concluses. Como se

    sabe, as diferentes partes do crebro desempenham funes especficas. A rea esquerda

    do crebro, por exemplo, responsvel pela linguagem. Nesta zona, foram identificadas

    trs subreas distintas: uma delas processa fonemas vocalizao e articulao das

    palavras (regio inferior frontal), outra analisa palavras correspondncia grafema-

    fonema (regio parietal-temporal) e a ltima reconhece palavras e possibilita a leitura

    rpida e automtica (regio occipital-temporal) (COELHO, 2014). Assim, de acordo

    com Coelho (2014), os dislxicos parecem ter dificuldade em aceder s reas

    localizadas na parte posterior do crebro, isto , s regies responsveis pela anlise de

    palavras e pela automatizao da leitura, recorrendo mais rea de Broca (rea frontal

    inferior esquerda) e a outras zonas do lado direito do crebro que fornecem pistas

    visuais.

    Na psicolingustica constata-te a evidncia de que os indivduos que apresentam

    um atraso na aquisio da linguagem experimentam dificuldades na leitura com uma

    frequncia seis vezes superior queles com desenvolvimento normal. (COELHO, 2014).

  • 20

    Contudo, percebe-se que no h acordo quanto identificao de uma causa exclusiva

    para a dislexia. Podemos dizer ento que se trata de um transtorno de causas mltiplas.

    2.3. O Papel da Escola e da Famlia

    A escola o ambiente que tradicionalmente garante o processo de escolarizao

    das crianas e jovens. Mas, para que isso acontea preciso um olhar atento e humano

    do docente sobre a vida de cada criana. a partir deste profissional que os pais

    podero descobrir se seu filho precisar ou no de uma interveno pedaggica mais

    precisa. Mas, para isto, necessrio que a escola seja sensvel e esteja informada dos

    tipos de distrbios de aprendizagem que existem e o que fazer para ajudar (OLIVEIRA,

    2013).

    A dislexia por exemplo, se no for diagnosticada o quanto antes, poder

    acarretar uma srie de desconforto para a vida no s escolar, mas tambm particular

    destas crianas, afetando diretamente o emocional, deixando-as crentes que so pessoas

    incapazes ou diferentes de todos, se sentindo pessoas burras (OLIVEIRA, 2013).

    Na escola, sempre houve dislxicos, e muitas vezes, os alunos com esse

    distrbio no foram e no so identificados, nem tratados da maneira correta. Em vez de

    uma abordagem pedaggica favorvel, o que o aluno acaba recebendo , em alguns

    casos, contedos e metodologias que no condizem com as necessidades das crianas e,

    assim, suas dificuldades de aprendizagem tendem a se intensificar e perpetuar.

    De modo geral, o que ocorre uma excessiva cobrana sobre essas crianas por

    parte dos docentes e, infelizmente, em determinadas situaes, so humilhadas por

    conta de mau desempenho apresentado em forma de notas baixas (BARBOSA, 2014).

    Entretanto, papel da escola respeitar e entender as necessidades dos alunos. Nesta

    direo, a lei 9.394/96 assegura que os estabelecimentos devem zelar pela

    aprendizagem dos alunos (BRASIL, 1996, Art. 13, III).

    Garcia (2012) traz importante contribuio para o trabalho pedaggico ao

    afirmar que, no ambiente escolar, o importante trabalhar com interveno nas

    habilidades de leitura associada a atividades relacionadas ao processamento fonolgico

    da linguagem. Tais atividades devem ser estimuladas na linguagem escrita de forma

    ldica, atravs de jogos e brincadeiras para que a criana sinta prazer em escrever.

    Todas essas atividades de estimulao da linguagem escrita podem ser realizadas de

    forma ldica, atravs de jogos e brincadeiras. Isso auxilia o despertamento do prazer

    pela leitura e escrita na criana.

  • 21

    Do ponto de vista do desenvolvimento e da construo de significados, s pode

    ser significativo para o indivduo quilo que possa ser associado s suas experincias

    vivenciadas anteriormente. O dislxico precisa ouvir e olhar atentamente, observar os

    movimentos da mo quando escrever e prestar ateno aos movimentos da boca quando

    se fala, de maneira que a criana dislxica associar a forma escrita de uma letra tanto

    com seu som como com os movimentos, porque falar, ouvir, ler e escrever so

    atividades da linguagem. Isso deve estar muito claro para o professor que trabalha com

    aluno dislxico em sala de aula (BARBOSA, 2014).

    O papel do professor de extrema importncia para o sucesso do aluno dislxico

    Segundo Rodrigues e Silveira (2008, p. 5):

    O papel do educador despertar no aluno o interesse pelo saber se isso no

    acontecer este aluno no desenvolve sua criatividade e capacidade para

    construir sua prpria histria de vida, por isso importante que o professor

    conhea o universo cultural de cada aluno.

    Contudo a falta de capacitao dos profissionais da educao ainda um grande

    problema, contribuindo para o baixo rendimento do aluno. Sobre isso, Rodrigues e

    Silveira (2008) reafirmam e alertam para:

    Devido falta de formao do professor na graduao, ele ainda no est

    preparado para detectar estes problemas. [...], por isso os professores devem

    especializar-se para que este aluno no sofra tanta discriminao na vida

    escolar, uma vez que este ainda no recebe um acompanhamento adequado

    para superar esta dificuldade (RODRIGUES; SILVEIRA, 2008, p.3).

    Ainda sobre a prtica pedaggica, para Freire (1996, p.91) o professor deve dar

    liberdade para seu aluno se expressar, pois, dialogando que o aluno poder conhecer-

    se, estar mais prximo do outro e transpor suas dificuldades. Entretanto, o que se v na

    prtica, muitas vezes, o professor tratando a criana de maneira a dificultar sua

    aprendizagem, considerando que o mesmo tem o dever de aprender da mesma forma

    como os outros aprendem.

    Para tanto, se faz necessrio a utilizao de algumas estratgias para ajudar o

    aluno dislxico como apontam Petronilo, Oliveira e Oliveira (2010): a avaliao atravs

    de questes orais, por apresentar dificuldades de soletrao e escrita, pois para o aluno

    com dislexia nesse tipo de avaliao, ele se sai melhor. Outra estratgia conversar com

    o aluno individualmente. Neste ponto, importante que o professor deixe claro para o

    aluno seu desejo de manter contato individual com ele, facilitando assim, o seu

  • 22

    aprendizado e abrindo caminho para que o aluno se sinta a vontade para tirar suas

    dvidas. Os mesmos autores destacam que tambm importante, usar sempre que

    possvel, diversos materiais de apoio e estratgias pedaggicas para apresentar um

    conhecimento novo.

    Como as crianas dislxicas sentem dificuldade para ler e interpretar textos, os

    contedos sero mais bem aprendidos se apresentados de forma a estimular os sentidos

    de tato, paladar, viso e sensao. Portanto, alm dos livros, o professor deve trabalhar

    tambm com apresentao de slides, filmes educativos e outros recursos multimdia.

    Cabe destacar que no se deve esperar que uma criana com dificuldades de

    leitura obtenha toda informao por meio de textos, pois no acontecer desse modo.

    Tambm fica a dica de evitar falar e escrever ao mesmo tempo durante as aulas, e

    durante as avaliaes importante permitir o uso de material de apoio (tabuadas,

    calculadoras e dicionrios). Dessa forma, o professor e a escola estaro contribuindo

    para amenizar as dificuldades do dislxico.

    O professor tambm deve lembrar-se de manter parceria com os familiares do

    aluno dislxico. A famlia pode e deve estimular seus filhos em casa, atravs de leituras,

    iniciando com narrao de histrias infantis, estimulando com brincadeiras do tipo jogos

    de rimas, que ajudam na conscincia fonolgica, jogos com letras e desenhos. Isso faz

    com que a criana passe a se familiarizar com a escrita e leitura (JARDINI, 2003, p.

    169).

    A criana dislxica precisa muito da colaborao de seus pais para que possa

    adquirir a confiana em si mesma. muito importante que a famlia saiba escolher a

    escola que acolher seu filho, procurando saber se h mtodos eficientes que abranjam

    as necessidades que ele possui, qual o conhecimento que se tem sobre este distrbio

    lingustico e se est preparada para alfabetiz-lo de maneira que se sinta aluno como

    todos os outros (MARTINS, 2003).

    A participao ativa dos pais na educao dos filhos, principalmente daqueles

    que so dislxicos pode fazer toda a diferena. Conversar com os professores que

    trabalharo com a criana o primeiro passo a se dar, deixando-o ciente do que est

    acontecendo e estar disposio para ajud-lo (OLIVEIRA, 2013).

    O amor pelo filho deve falar mais alto, quando se depara com a realidade de ter

    uma criana dislxica com dificuldade em aprender, deixando de lado os valores sociais

    e entrando em cena o valor humano entre pais e filhos. A melhor maneira para que se

    faa dessa realidade uma forma simples e alegre de viver procurar ajuda com uma

  • 23

    equipe multidisciplinar, onde se descobrir a maneira certa e menos dolorosa para

    trabalhar e buscar recompensar esta dificuldade (OLIVEIRA, 2013).

    Segundo Oliveira (2013) importante compreender que o progresso acontecer

    aos poucos, logo, o aluno e o filho dislxico precisaro de muito carinho e esforo de

    todos os diretamente envolvidos, pois ter limitaes no significa no poder vencer, mas

    ter vontade de levantar cada vez que cair e seguir em frente. Independente de raa,

    religio, classe social ou limitaes, todos tm direito ao respeito, dignidade e cidadania

    e atravs de carinho e compreenso podero ser vencedores em tudo que buscar.

  • 24

    3. EDUCAO INFANTIL, INCLUSO E DISLEXIA

    3.1. Significados e Histrico da Educao Infantil

    A Educao Infantil pode ser entendida em amplo sentido, pois ela pode

    englobar todas as modalidades educativas vividas pelas crianas pequenas na famlia e

    na comunidade, antes mesmo de atingirem a idade da escolaridade obrigatria. Diz

    respeito tanto educao familiar e a convivncia comunitria, como a educao

    recebida em instituies especficas (PROINFANTIL, 2006).

    Diante disto pode-se falar de Educao Infantil em um sentido bastante amplo.

    Mas h outro significado, mais preciso e limitado, consagrado na Constituio Federal

    de 1988, que se refere modalidade especfica das instituies educacionais para a

    criana de 0 a 5 anos de idade (KUHLMANN JR, 2003). No entanto, nem sempre a

    Educao Infantil teve esse entendimento.

    importante destacarmos que a Educao Infantil, hoje, assume uma funo

    pedaggica, portanto, um trabalho que valoriza a realidade e os conhecimentos da

    criana como ponto de partida, mas, que amplia esses conhecimentos por meio de

    atividades com significados concretos, estimulando a aquisio de novos

    conhecimentos, para etapas futuras da escolarizao. No passado, no entanto, no era

    bem assim.

    3.1.1. Um pouco de histria

    O enorme impacto causado pela revoluo industrial fez com que toda a classe

    operria se submetesse ao regime da fbrica e das mquinas. Desse modo, essa

    revoluo possibilitou a entrada em massa da mulher no mercado de trabalho, alterando

    a forma da famlia cuidar e educar seus filhos (PASCHOAL; MACHADO, 2009).

    Diante disto, surgiram outras formas de arranjos mais formais de servios de

    atendimento das crianas. Eram organizados por mulheres da comunidade que, na

    realidade, no tinham uma proposta instrucional formal, mas adotavam atividades de

    canto e de memorizao de rezas. As atividades relacionadas ao desenvolvimento de

    bons hbitos de comportamento e de internalizao de regras morais eram reforadas

    nos trabalhos dessas voluntrias. Assim, criou-se uma nova oferta de emprego para as

    mulheres, mas aumentaram os riscos de maus tratos s crianas, reunidas em maior

    nmero, aos cuidados de uma nica pessoa, em geral, pobre e despreparada (RIZZO,

    2003).

  • 25

    Mais tarde surgiram as primeiras instituies na Europa e Estados Unidos que

    tinham como objetivos cuidar e proteger as crianas enquanto s mes saam para o

    trabalho. Desta maneira, a origem e expanso da escola como instituio de cuidados

    criana pequena esto associadas transformao da famlia.

    Sua origem, na sociedade ocidental, baseia-se no trinmio: mulher-trabalho-

    criana. As creches, escolas maternais e jardins de infncia tiveram, somente no seu

    incio, o objetivo assistencialista, cujo enfoque era a guarda, higiene, alimentao e os

    cuidados fsicos das crianas (DIDONET, 2001).

    3.1.2. A Educao Infantil no Brasil

    No Brasil o autor Kuhlmann Jr (1991) relata que a primeira creche do pas

    surgiu ao lado da Fbrica de Tecidos Corcovado, em 1899, no Rio de Janeiro. Naquele

    mesmo ano, o Instituto de Proteo e Assistncia Infncia da mesma cidade, tinha

    como objetivos no s atender s mes grvidas pobres, mas dar assistncia aos recm-

    nascidos, fazer a distribuio de leite, oferecer consulta aos lactantes, alm da vacinao

    e higiene dos bebs. Esta entidade, por sua vez, foi considerada umas das mais

    importantes, por ter expandido seus servios por todo o territrio brasileiro.Vista por

    este ngulo, as instituies de educao infantil no Brasil tambm surgiram com carter

    puramente assistencial.

    Outra instituio importante criada nesse ano foi o Instituto de Proteo e

    Assistncia Infncia, precedendo a criao do Departamento da Criana, que tinha

    como objetivo no s fiscalizar as instituies de atendimento criana, mas combater o

    trabalho das mes voluntrias que cuidavam, de maneira precria, dos filhos das

    trabalhadoras (KUHLMANN JR, 1998).

    Mas apenas a partir do final do sculo XX, aps muitas lutas e reivindicaes,

    que a educao das crianas de zero a seis anos, reconhecida por lei. Com a

    promulgao da Constituio Federal de 1988, as crianas passam a ser consideradas

    cidads de direito. A partir da a educao infantil tornou-se direito da criana e dever

    no s da famlia, mas tambm do Estado (SANTANA, 2011).

    3.2. Legislao da Educao Infantil

    A Educao infantil no Brasil reconhecida como direito da criana em

    inmeros documentos: na Constituio Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da

    Educao Nacional, LDB n 9394 de 1996 e no Estatuto da Criana e do Adolescente,

  • 26

    de 1990, dentre outros, e deve atender crianas de 0 a 5 anos se dividindo em duas

    etapas: a creche (0 a 3 anos) e a pr-escola (4 a 5 anos) (BECKER, 2008). definida,

    portanto, como a primeira etapa da Educao Bsica (BARROS, 2008).

    Vrias pesquisas realizadas nos anos 80 j mostravam que os seis primeiros

    anos de vida so fundamentais para o desenvolvimento humano, para a formao da

    inteligncia e da personalidade. Entretanto, at 1988, a criana brasileira com menos de

    7 anos de idade no tinha direito Educao. A Constituio atual reconheceu, pela

    primeira vez, a Educao Infantil como um direito da criana, opo da famlia e dever

    do Estado. A partir da a Educao Infantil no Brasil deixou de estar vinculada somente

    poltica de assistncia social, passando, ento, a integrar a poltica nacional de

    educao.

    A Constituio Federal criou a obrigatoriedade de atendimento em creche e pr-

    escola s crianas de zero a seis anos de idade, delegando aos Municpios a atuao

    prioritariamente nesse nvel de ensino e tambm no ensino fundamental, conforme

    consta no Art. 211 (BARROS, 2008).

    Alm de legislao nacional especfica para esse nvel, as pesquisas

    internacionais e tambm nacionais apontam para os benefcios do investimento pblico

    na primeira infncia. Com o advento da Lei n 8.069 /90, Estatuto da Criana e do

    Adolescente (ECA), os municpios passaram a ter responsabilidade na garantia dos

    direitos da infncia e adolescncia, especialmente fiscalizados atravs da criao do

    Conselho Municipal, do Fundo Municipal e do Conselho Tutelar.

    Em seu artigo 227, a Constituio Federal consagra uma recomendao em

    defesa da criana ao dispor que dever da famlia, da sociedade e do estado assegurar

    criana, com absoluta prioridade, dentre outros, o direito educao (BARROS, 2008).

    Com relao ao dever do Estado frente educao, os incisos I e IV da

    Constituio Federal tem a seguinte formulao: o dever do Estado com a educao

    ser efetivado mediante a garantia de: Ensino fundamental, obrigatrio e gratuito,

    assegurada, inclusive, sua oferta para todos que a ele no tiveram acesso na idade

    prpria e atendimento em creche e pr-escola s crianas de zero a seis anos de idade

    (BRASIL, 1988, itens I e IV). Mas estes direitos so melhores descritos nas Emendas

    Constitucionais n 53 (2006) e 59 (2009).

    Na Emenda Constitucional n 59, se define: educao bsica obrigatria e

    gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta

    gratuita para todos a que a ela no tiveram acesso na idade prpria [...] (BRASIL, 2009,

  • 27

    item I). E na Emenda 53 se assegura educao infantil, em creches e pr-escola, s

    crianas at 5 (cinco) anos de idade [...] (BRASIL, 2006, item IV).

    Pelas mudanas promovidas no inciso I do art. 208, a obrigatoriedade do Estado

    na oferta de educao gratuita passou a abranger desde a educao infantil at o ensino

    mdio, uma vez que o novo texto constitucional define como responsabilidade do

    Estado a garantia no apenas do ensino fundamental, como o estabelecido

    anteriormente, mas, agora, de toda a educao bsica dos 4 aos 17 anos, inclusive para

    os que no tiveram acesso na idade prpria (BRASIL, 2009).

    Com isso, os governos passam a ter que conceber e organizar as aes relativas

    ao material didtico-escolar, transporte, alimentao e assistncia sade (BRASIL,

    2006), para atender educao infantil, ao ensino fundamental e ao ensino mdio. Esta

    uma alterao importante, na medida em que programas e aes nessas reas tm um

    papel no desenvolvimento do ensino e, em algumas regies do pas, contribuem no

    acesso e permanncia do aluno na escola, como o caso dos programas de transporte e

    alimentao escolar. Vale ressaltar que, especificamente em relao ao material

    didtico-escolar para a educao infantil, a nova exigncia do texto constitucional

    implicar grandes esforos por parte do Estado, pois o Brasil no possui nenhuma

    poltica nessa rea (SILVA, 2011).

    Quanto aos profissionais da educao infantil urgente e fundamental que se

    assegure a todos o reconhecimento, pois a natureza do seu trabalho, o espao

    institucional onde atuam e a formao requerida so os mesmos dos demais

    profissionais. Isso se confirma, ainda mais, quando voltamos o olhar para as alteraes

    ocorridas na LDB a partir de 2009, quando o art. 61 passou a ter a seguinte formulao:

    Consideram-se profissionais da educao escolar bsica

    os que, nela estando em efetivo exerccio e tendo sido formados

    em cursos reconhecidos, so: I professores habilitados em

    nvel mdio ou superior para a docncia na educao infantil e

    nos ensinos fundamental e mdio; II trabalhadores em

    educao portadores de diploma de pedagogia, com habilitao

    em administrao, planejamento, superviso, inspeo e

    orientao educacional, bem como com ttulos de mestrado ou

    doutorado nas mesmas reas; III trabalhadores em educao,

    portadores de diploma de curso tcnico ou superior em rea

    pedaggica ou afim. (BRASIL, 1996).

    No entanto, a qualidade da formao oferecida outra questo que merece

    anlise. Estudos tm mostrado que a formao do professor da educao bsica, nela

  • 28

    includa a educao infantil, deixa muito a desejar. No caso da educao infantil, que

    abrange o atendimento s crianas de zero a cinco anos em creches e pr-escolas,

    exigindo que o profissional cumpra as funes de cuidar e educar, o desafio da

    qualidade se apresenta com uma dimenso maior, pois sabido que os mecanismos

    atuais de formao no contemplam esta dupla funo. preciso, portanto, conforme

    explicitado na poltica, que formas regulares de formao e especializao, bem como

    mecanismos de atualizao dos profissionais sejam assegurados e que esta formao

    seja orientada pelos pressupostos e diretrizes expressos na Poltica de Educao Infantil

    (BARRETO, 1994).

    3.3. Incluso do Aluno Dislxico na Educao Infantil

    Segundo dados da Associao Brasileira de Dislexia, de 15% a 30% das crianas

    que esto na idade escolar possui problemas de aprendizagem e 10% delas possuem

    dislexia. Portanto, uma parcela considerada da populao escolar e, por isso, merece

    mais ateno de nossas polticas.

    A incluso do aluno com dislexia na escola algo garantido por lei na medida

    em que a educao direito de todos e a escola brasileira hoje deve seguir o paradigma

    inclusivo. Desse modo a LDB, prev que os estabelecimentos de ensino tm que prover

    meios para atender a todos os alunos, inclusive os com NEE (Necessidades Educativas

    Especiais). Nossa legislao no considera que as crianas com dislexia necessitem do

    AEE (Atendimento Educacional Especializado), pois no possuem deficincias, mas,

    como possuem NEE devem receber, em sala de aula, ateno as suas necessidades.

    Nessa direo, segundo Souza (2010, p. 4), a incluso do aluno com dislexia na

    escola est garantida e orientada por textos legais e normativos. O autor destaca a LDB

    9394 (1996), especialmente nos artigos 12, 23 e 24, que destacam o seguinte:

    Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do

    seu sistema de ensino, tero a incumbncia de (...) elaborar e executar

    sua Proposta Pedaggica e prover meios para a recuperao dos

    alunos de menor rendimento (ART. 12)

    A educao bsica poder organizar-se em sries anuais, perodos

    semestrais, ciclos, alternncia regular de perodos de estudos, grupos

    no seriados, com base na idade, na competncia e em outros critrios,

    ou por forma diversa de organizao, sempre que o interesse do

    processo de aprendizagem assim o recomendar (ART. 23)

  • 29

    A avaliao continua e cumulativa, com a prevalncia dos aspectos

    qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do

    perodo (ART. 24) (apud SOUZA, 2011, p. 4).

    Aps detectar a dislexia, cabe escola buscar incluir o aluno na sala de aula.

    Consequentemente, tem que trabalhar para que esse aluno consiga amenizar os

    distrbios de aprendizagem. Assim, a dislexia no amenizada sem um tratamento

    apropriado. No se trata de um problema que superado com o tempo, ela no pode

    passar despercebida (GONALVES e NAVARRO, 2012, p. 83).

    Desse modo, os outros reconhecem que o trabalho com o aluno dislxico deve

    ser feito por professor capacitado e ter conhecimento a respeito do problema e

    destacam que:

    Muitos professores, preocupados com o ensino das primeiras

    letras, e no sabendo como resolver as dificuldades

    apresentadas por seus alunos, vrias vezes os encaminham para

    as diversas clnicas especializadas que os rotulam como

    doentes, incapazes ou preguiosos. Na realidade, muitas

    dessas dificuldades poderiam ser resolvidas dentro da prpria

    escola (GONALVES; NAVARRO, 2012, p. 83).

    Para o educador indispensvel que exista uma gama de informaes sobre tal

    transtorno para que o mesmo saiba como deve receber o aluno com esse problema.

    Assim, Gonalves e Navarro (2012) complementam que o professor deve sempre

    auxiliar o seu aluno trabalhando com a idia de autonomia do mesmo, para que ele se

    sinta respeitado e independente.

    3.3.1. O professor da Educao Infantil frente dislexia

    indispensvel salientar que o professor o principal responsvel para facilitar

    as atividades corriqueiras do dislxico. Uma vez que ele que busca criar as alternativas

    de trabalho pedaggico. As mesmas devem ser interessantes para que o aluno consiga

    aprender o programa a ser desenvolvido.

    Alm disso, quando a criana est no processo de alfabetizao, o papel do

    professor fica mais eminente, pois so eles que, muitas vezes, desconfiam quando uma

    criana possui dislexia. Com destaque est o professor da educao infantil, pois um

    perodo quando se iniciam com mais frequncia as experincias de leitura e escrita.

    Portanto, nessa fase j possvel identificar os primeiros sinais para encaminhar aos

    especialistas e, assim, poder intervir adequadamente no processo de alfabetizao, sem

    causar maiores dificuldades.

  • 30

    indispensvel ressaltar que a dislexia no um desinteresse ou baixa

    inteligncia, mas, uma condio hereditria. Desta forma o professor deve

    (...) iniciar cada novo contedo com um esquema de aula para

    que o aluno se organize mentalmente quanto s matrias, bom

    o professor iniciar cada mdulo com um esquema da aula e

    finalizar retomando-o e destacando os pontos chaves

    (PETRONILO, OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2010, p.190).

    Alm dessas dicas, especialistas recomendam tambm que o professor procure

    utilizar com frequncia projetor de slides e vdeos, pois o uso da imagem ajuda o

    dislxico mais do que o texto. Outra ao importante evitar dar instrues orais e

    escritas ao mesmo tempo, pois confunde o aluno. Portanto, as instrues devem ser

    dadas separadamente. Tambm se recomenda avisar antecipadamente quando houver

    trabalho que envolvam leitura, para que o aluno encontre outras formas de realiz-lo,

    como por exemplo gravar a leitura do livro (PETRONILO, OLIVEIRA E OLIVEIRA,

    2010, p. 191).

    Os autores afirmam que importante propor, sempre que houver oportunidade,

    trabalhos em grupo e atividades fora da sala de aula, como dramatizaoes, entrevistas e

    pesquisas de campo, pois esse tipo de trabalho desperta maior interesse do dislxico e

    facilita a compreenso dos contedos (GONALVES; NAVARRO, 2012, p. 83).

    Gonalves e Navarro (2012) dizem que se deve fazer revisoes com tempo

    suficiente para que o aluno tire suas dvidas do assunto abordado, alm de autorizar o

    uso de tabuadas, calculadoras e dicionrios durante as atividades e avaliaoes ou

    aumentar o tempo para atividade escrita. Segundo eles, o ideal seria nem ter tempo

    determinado para evitar a ansiedade do aluno.

    Ainda consideram importante ler enunciados em voz alta e verificar se todos

    entenderam o que est sendo pedido, pois o aluno com dislexia tem dificuldade de

    compreenso da lngua escrita, compreende melhor quando lhe falado

    (GONALVES; NAVARRO, 2012, p. 83).

    importante destacar, tambm, que os pais possuem um papel extremamente

    importante nesse processo, pois, eles podem auxiliar o filho, dividindo a lio em

    partes, com o intuito de torn-la menos cansativa para aumentar a produo e

    aprendizado. Alm disso, ter uma pessoa para explicar os enunciados e retirar as

    dvidas, dentre outras tcnicas, sempre eficaz com os dislxicos.

  • 31

    4. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    Pesquisar - em um sentido ampliado - corresponde a busca de uma informao

    que no se sabe ao certo a resposta, mas existe uma necessidade de compreenso. Desse

    modo, atravs da consulta de livros, revistas, verificao em documentos, conversas

    com pessoas e entrevistas para a obteno de respostas so formalizadas as pesquisas

    (GIL, 2002). Essa modalidade sinnimo de busca, de investigao e indagao.

    Nesse trabalho, nosso objetivo foi analisar a viso dos professores da educao

    infantil sobre a dislexia, e por objetivos especficos tivemos os seguintes: compreender

    a dislexia e suas caractersticas gerais; analisar o nvel de conhecimento dos professores

    sobre a dislexia e sua repercusso no desenvolvimento infantil e analisar as repercusses

    do conhecimento docente sobre a dislexia na sua prtica pedaggica.

    Segundo Marconi e Lakatos, o conceito de pesquisa pode ser definido enquanto

    uma investigao cientfica que tem por objetivo comprovar uma hiptese levantada,

    por meio de uso dos processos cientficos (MARCONI; LAKATOS, 2011). Para ns, a

    hiptese levantada foi de que os professores tm uma viso negativa sobre a dislexia, e

    isso ocorre em razo do pouco conhecimento a respeito do assunto, o que gera

    dificuldade na conduo do trabalho pedaggico em sala de aula e, consequentes

    obstculos ao desenvolvimento de crianas dislxicas.

    4.1. Tipo de Pesquisa

    Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos, a presente pesquisa foi

    bibliogrfica, num primeiro momento, e de campo, num segundo. Na primeira etapa, foi

    feito um levantamento dos principais autores que abordam a dislexia como fenmeno no

    ambiente escolar e tambm da Educao Infantil como etapa de ensino essencial ao

    pleno desenvolvimento e aprendizagem, principalmente da leitura e escrita. Na fase

    inicial do desenvolvimento da investigao, esta etapa de importncia primordial para

    a interpretao e atribuio de significados para os diversos eventos que sero

    encontrados em campo (CARVALHO, 2004). Nesse momento, os materiais usados

    foram livros, artigos cientficos, alm de peridicos de fontes confiveis do ambiente

    virtual, como Scielo, por exemplo.

    Para os objetivos dessa pesquisa, a reviso literria foi vista como o momento

    em que os autores situam o seu trabalho, uma vez que o levantamento de estudos,

  • 32

    previamente realizados, servem como um ponto de partida para a nova pesquisa e serviu

    de funil para a nova discusso traada.

    Lakatos e Marconi (2011) atestam que a reviso da literatura tambm

    conhecida no meio acadmico como reviso bibliogrfica, estado da arte ou ainda

    estado do conhecimento. Trata-se de uma pesquisa que visa demonstrar o estgio atual

    da contribuio acadmica em torno de um determinado assunto. Atravs deste trabalho

    tem-se proporcionado uma viso ampla das pesquisas, bem como quais as contribuies

    anteriores, que deram conduo ao ponto necessrio para as prximas investigaes e

    desenvolvimento de estudos que venham a se seguir a partir daquele ponto.

    Desse modo, aps realizar a reviso bibliogrfica sobre o tema, tambm optamos

    pela pesquisa de campo, pois:

    (...) uma investigao emprica, realizada no local onde ocorre ou

    ocorreu um fenomeno ou que dispoe de elementos para explic-lo.

    Pode incluir entrevistas, aplicao de questionrios, testes e

    observao participante ou no (MORESI, 2003, p. 44).

    De forma geral, entendemos que a pesquisa de campo poderia nos auxiliar no

    processo de compreenso e observao dos fenmenos que acontecem na vida real.

    Assim, a anlise desses dados ser a partir de uma fundamentao teoria consistente nos

    proporcionou uma melhor elucidao do objetivo da pesquisa (GIL, 2002).

    4. 2. Local da Pesquisa

    A pesquisa foi realizada no Centro de Referncia de Educao Infantil K.Z.M,

    localizado na cidade de Joo Pessoa, que atende as crianas da mesma comunidade

    como tambm de comunidades vizinhas.

    O referido CREI oferece apenas educao infantil, atendendo crianas de 02 a

    05 anos e conta em mdia com 130 crianas matriculadas, distribudas em 04 turmas,

    que vo do maternal ao Pr II.

    O CREI possui cinco (5) professores licenciados em Pedagogia, um (1)

    professor de msica, um (1) professor de artes e um (1) professor de Educao Fsica. A

    forma de ingresso destes profissionais na instituio se deu por meio de contratos

    firmados na Secretaria de Educao do Municpio, portanto, no so concursados.

  • 33

    4.3. Sujeitos da Pesquisa

    Os sujeitos da pesquisa foram os professores da Educao Infantil do referido

    CREI, pois, eles esto em contato direito com as crianas. Assim, a amostra foi

    composta pelos cinco (5) docentes que atualmente trabalham no CREI, que sero aqui

    identificados como P1, P2, P3, P4 e P5.

    4.4. Instrumentos da Pesquisa

    O instrumento utilizado foi um questionrio contendo algumas questes iniciais

    para conhecer os sujeitos e a partir dos dados coletados traar um perfil mnimo dos

    mesmos. Alm das questes iniciais, o questionrio apresentou, tambm, seis (6)

    questes do tipo mista, ou seja, objetiva e subjetiva. Na parte objetiva o participante

    deveria marcar um X nas alternativas disponveis para resposta, e na parte subjetiva

    deveria explicar\justificar sua escolha.

    Com o intuito de facilitar a coleta de dados, o uso do questionrio estruturado foi

    para os pesquisadores a melhor alternativa, pois a ideia de obter dados relevantes e

    mensurveis referentes temtica investigada promovida pelo instrumento do

    questionrio e foi de muita contribuio para as reflexes aqui pretendidas (GIL, 2002).

    4.5. Apresentao, Discusso e Anlise dos Dados

    Inicialmente apresentamos os dados coletados na primeira parte do questionrio

    e que objetivaram construir um perfil do grupo entrevistado.

    Para melhor responder aos objetivos propostos, apresentamos os resultados em

    forma de grficos ou quadros e, em seguida, analisamos os significados desses dados a

    partir de uma abordagem qualitativa que possa nos fazer compreender a viso dos

    professores da educao infantil a respeito da dislexia.

    Assim, na apresentao das questes iniciais, apresentamos primeiro a

    informao referente faixa etria dos participantes, conforme se v no grfico a seguir.

  • 34

    Grfico 1 - Faixa etria

    Fonte: Dados da pesquisa

    O grfico 1 mostra a distribuio dos entrevistados por faixa etria onde se

    percebe que 40% esto entre 32 e 40 anos e 60% esto entre 41 e 48 anos de idade, o

    que revela que todos os professores do CREI so pessoas maduras, e certamente, com

    experincia e tempo de formao na rea, pois se encontram acima dos 30 anos de

    idade.

    Passamos a seguir, a apresentao de dados referentes formao dos

    participantes da pesquisa, cuja informao ainda se volta para o perfil dos entrevistados.

    Grfico 2: Formao

    Fonte: Dados da pesquisa

    Para melhor analisar a respeito da formao dos participantes, tambm

    identificamos no perfil dos mesmos, a formao em nvel de ps graduao que os

    mesmos possuam. A partir desses dados, elaboramos o quadro abaixo:

    20%

    80%

    Psicopedagoga Pedagoga

  • 35

    Quadro 1: Formao dos professores do CREI

    Entrevistado Graduao Ps-graduao

    P1 Licenciatura em Pedagogia -

    P2 Licenciatura em Pedagogia -

    P3 Licenciatura em Pedagogia -

    P4 Licenciatura em Pedagogia Psicopedagogia

    P5 Licenciatura em Pedagogia -

    Fonte: dados da pesquisa

    O grfico 2, mostra que todos os entrevistados so graduados, portanto, esto de

    acordo com o que exige a legislao brasileira. Alm disso, demonstramos no quadro 1

    que um percentual de 20 % dos professores j possui ps graduao, o que algo a se

    destacar, mas, no suficiente, pois um nmero ainda pequeno. Mas, que pode

    melhorar com a formao continuada.

    indispensvel destacar que a formao inicial acontece a partir da graduao,

    que a base para o exerccio da docncia. Assim, indispensvel que os professores

    busquem sempre uma formao continuada para melhorar o seu exerccio profissional.

    No entanto Nvoa ressalta que:

    A formao no se constri por acumulao de cursos, conhecimentos ou

    tcnicas, mas sim atravs de um trabalho de reflexividade critica sobre as

    praticas e de (re)construo permanente de uma identidade pessoal. Por isso

    to importante investir na pessoa e dar um estatuto de saber a experincia.

    (NVOA, 1992. p. 25)

    Deste modo, a formao continuada extremamente importante e no depende

    da instituio onde o professor est vinculado. indispensvel que ele busque melhorar

    sua qualificao profissional, atualizando-se e aprofundando conhecimentos na rea

    onde atua.

    O prximo item da pesquisa foi relativo ao tempo de experincia docente.

    Vejamos, os resultados no grfico abaixo.

  • 36

    Grfico 3: Tempo de experincia docente

    40%

    60%

    9 A 14 ANOS 20 A 23 ANOS

    Fonte: Dados da pesquisa

    O grfico 3 mostra que todos os professores so bem experientes, estando entre

    9 e 23 anos de trabalho na docncia. Um percentual de 60% dos professores tem menor

    tempo de experincia, ou seja, entre 9 e 14 anos, enquanto 40% refere aos professores

    que tem maior tempo de experincia, ou seja, mais de 20 anos de docncia. Isto

    significa que, possivelmente, haveria mais condies de percepo das dificuldades de

    aprendizagem dos alunos e melhor interveno.

    Trazendo essa reflexo para o aluno dislxico, indispensvel que exista uma

    gama de informaes sobre tal transtorno para que o professor possa se valer desse

    conhecimento e da experincia e, assim, saiba como deve ajudar o aluno com dislexia

    na sala de aula. Assim, Gonalves e Navarro (2012) complementam que o professor

    deve sempre auxiliar o seu aluno trabalhando com a ideia de autonomia do mesmo, para

    que ele se sinta respeitado e independente. Mas, para isso indispensvel que o

    professor tenha conhecimento sobre o assunto.

    Em linhas gerais podemos afirmar que o perfil do grupo entrevistado no CREI

    de professores graduados, com maturidade e muito tempo de experincia na docncia.

    A partir de agora, passamos a apresentar as questes mistas que discutiram

    especificamente sobre a dislexia.

    No grfico 4, demonstramos os resultados da primeira questo especfica sobre o

    tema. Foi questionado aos entrevistados se eles sabiam o que dislexia.

  • 37

    Grfico 4: o que dislexia

    Fonte: Dados da pesquisa

    A partir dos dados levantados, percebemos que 80% das professoras que se

    disponibilizaram a responder a pesquisa disseram que sabem o que dislexia. Porm,

    importante considerar que mesmo respondendo afirmativamente, nas questes

    explicativas pudemos perceber incorrees, imprecises e equvocos nas respostas

    explicativas dadas pelos sujeitos da pesquisa. Para ilustrar este aspecto, temos a resposta

    da P2, que afirmou que a dislexia no conseguir aprender.

    Esta resposta dada pela entrevistada diverge do que afirmam Ianhez e Nico

    (2002) que definem a dislexia como uma dificuldade que ocorre no processo de leitura,

    escrita, soletrao e ortografia, mas que no se estende a outras aprendizagens. Segundo

    os autores, a dislexia torna-se evidente na poca da alfabetizao, embora alguns

    sintomas j estejam presentes em fases anteriores. Apesar de instruo convencional,

    adequada inteligncia e oportunidade sociocultural e ausncia de distrbios cognitivos

    fundamentais, a criana dislxica falha no processo de aquisio da linguagem. A

    dislexia independe de causas intelectuais, emocionais e culturais.

    Assim a dislexia uma dificuldade para aprender e no uma impossibilidade

    como afirmou P2. Portanto, com uma metodologia adequada e tendo seu tempo

    respeitado, o dislxico capaz de aprender, tanto quanto um no dislxico.

    No prximo grfico, ser apresentado o resultado da questo 2, relativa se as

    professoras acham que a dislexia pode atrapalhar o aprendizado na escola.

  • 38

    Grfico 5: dislexia e aprendizagem escola

    Fonte: Dados da pesquisa

    Os resultados demonstram que 80% das professoras afirmam que a dislexia afeta

    diretamente o aprendizado dos alunos na hora da aula, porem 60% delas no explicaram

    suas respostas.

    interessante destacar o que foi colocado por uma das professoras, quando tenta

    explicar sua resposta. P5 afirmou que a dislexia atrapalha a aprendizagem porque as

    pessoas com dislexia tm dificuldade para associar as letras com o som que elas

    representam e organiz-las mentalmente em sequncia. De fato, esta a afetao da

    dislexia, to somente na leitura e na escrita.

    No prximo grfico demonstramos os resultados quando se questionou sobre se

    a professora identifica um dislxico na sala de aula. Vejamos o que se constata no

    grfico a seguir:

    Grfico 6: Identificao do aluno dislxico

    Fonte: Dados da pesquisa

  • 39

    A partir dos dados acima 60% dos professores diz que conseguem identificar os

    dislxicos na sala de aula. Mas, 20% deles no conseguiu justificar sua resposta. E 40%

    dos entrevistados diz que no consegue identificar casos de dislexia. Sobre esta questo

    P5 respondeu que consegue identificar o aluno dislxico quando o aluno apresenta

    dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar e quando inverter a posio das letras

    e dos nmeros.

    De fato, P5 demonstra conhecer alguns sintomas destacados por Pennington

    (1997). Este autor afirma que as caractersticas mais comuns a serem observadas entre

    os dislxicos, tanto na leitura como na escrita so: confuso de letras, slabas ou

    palavras com pequenas diferenas de grafia: o/a, c/o, e/f. Logo, se percebe que a

    professora tem conhecimento sobre o assunto.

    Contudo, importante destacar que, apesar de o professor conseguir identificar

    alguns sintomas da dislexia, o diagnstico definitivo deve ser realizado por profissionais

    especializados ou por uma equipe multidisciplinar. Mas, este olhar do professor pode

    ser determinante para ajudar a diagnosticar a dislexia nas crianas, pois, em geral, os

    pais no atentam para certos sintomas que s se tornam mais claros, na escola.

    Ainda sobre a mesma questo, P2 afirmou que j teve um dislxico em sala,

    mas, ele j chegou a escola com um laudo psicopedaggico, o que de certo modo, j

    ajudou a P2 a identificar sintomas de dislexia.

    No grfico 7, mostramos os resultados da pergunta 3, ou seja, e o professor sabe

    como ajudar um aluno com dislexia na sala de aula. Vejamos o que foi identificado na

    pesquisa.

    Grfico 7: ajuda a um aluno dislxico

    Fonte: Dados da pesquisa

  • 40

    A partir do grfico acima, destacamos que 60% dos professores entrevistados

    afirmam saber como ajudar um aluno com dislexia. Porm, apenas 20% desses

    professores responderam que iriam procurar formas de ajudar, ou seja, se iam

    procurar formas, ainda no sabiam quais nem como. Assim, evidenciamos a falta de

    conhecimento sobre a dislexia. Sobre esse ponto, P2, embora tenha afirmado

    anteriormente j ter trabalhado com um aluno dislxico, respondeu no saber ajudar o

    aluno com dislexia, o que evidencia necessidade de formao continuada em reas

    especficas, pois somente a experincia no suficiente para gerar conhecimento.

    No prximo grfico, apresentamos os resultados da questo seguinte, quando foi

    questionado sobre o que o professor faria se tivesse um aluno dislxico; se seria

    necessrio modificar algo em sua abordagem. Vejamos o que foi respondido,

    Grfico 8: adaptao e dislexia

    Fonte: Dados da pesquisa

    Percebe-se no grfico 8 que a maioria, ou seja, 60% dos entrevistados considera

    que algo deve ser modificado quando se tem aluno dislxico em sala de aula. evidente

    que tal medida indispensvel na prtica docente, para que o professor consiga auxiliar

    seus alunos, no entanto, um nmero expressivo (40%) no percebe essa necessidade.

    Outro dado ainda mais preocupante se identifica na questo aberta que solicita

    justificativa ou explicao do professor, pois a maioria no sabe o que fazer.

    Nessa questo, P1 afirmou que iria modificar as estratgias tentando atendar as

    necessidades do aluno e P2 falou que iria buscar mtodos mais ldicos para poder

    ajuda-lo. Portanto, ambos do respostas vagas e imprecisas e no conseguem explicar

    de maneira mais aprofundada o que faria concretamente. Certamente isso ocorre por

    desconhecimento do assunto.

  • 41

    Garcia (2012) traz importante contribuio para o trabalho pedaggico ao

    afirmar que, no ambiente escolar, o importante trabalhar com interveno nas

    habilidades de leitura associada a atividades relacionadas ao processamento fonolgico

    da linguagem. Tais atividades devem ser estimuladas na linguagem escrita de forma

    ldica, atravs de jogos e brincadeiras para que a criana sinta prazer em escrever. Isso

    auxilia o despertamento do prazer pela leitura e escrita na criana.

    Desta forma, indispensvel que exista uma interveno precoce para que o

    aluno tenha um sucesso no processo de aprendizagem. Pois, a identificao do problema

    fundamental para poder achar a melhor forma para se trabalhar com o aluno dislxico.

    Mas, isso s ocorrer se o professor estiver preparado para essa funo. Do contrrio, o

    aluno dislxico estar na sala de aula, mas, excludo das oportunidades de

    aprendizagem.

  • 42

    5. CONSIDERAES FINAIS

    O presente trabalho buscou analisar qual a viso dos professores da educao

    infantil sobre a dislexia. Para possvel essa anlise foi realizada uma pesquisa

    bibliogrfica que nos possibilitou entender a dislexia e suas caractersticas gerais, mas,

    tambm se fez uso da pesquisa de campo, que nos permitiu analisar a viso dos

    professores da educao infantil sobre a dislexia.

    De modo geral, as evidncias encontradas nesta pesquisa levaram a perceber

    que, parte dos professores participantes no compreendem a dislexia e suas repercusses

    na vida de uma criana e, consequentemente no conseguem propor aes que

    melhorem a aprendizagem do aluno em sala de aula.

    Ao longo do processo de pesquisa observa-se que a maioria dos professores

    participantes desta pesquisa no possui entendimento sobre o que realmente a dislexia

    e suas caractersticas, pois, a maioria das respostas obtidas no questionrio utilizado

    para levantar os dados da pesquisa, difere muito do que dizem os autores na rea.

    Ressalta-se aqui a importncia que tem tal compreenso por parte dos

    professores da educao infantil, pois nesta fase que se deve identificar os primeiros

    sinais da dislexia, quando a criana est no incio do processo de alfabetizao,

    comeando as experincias mais formais com a leitura e escrita. Sem dvida, so os

    professores desse nvel de ensino que, muitas vezes, percebem quando uma criana

    possui sinais da dislexia, especialmente atravs da observao de seu desenvolvimento

    em sala de aula.

    Por outro lado, preciso ressaltar que, para que isto seja possvel, necessrio

    estar atento a determinados sinais caractersticos da dislexia. Mas, como identificar

    sinais de um fenmeno desconhecido?

    A referida pesquisa denuncia a necessidade de que as redes de ensino invistam

    na formao continuada dos professores, j que os mesmos parecem no adentrar nesse

    universo de conhecimentos na graduao. essencial para o desenvolvimento de uma

    prtica pedaggica de qualidade que os professores tenham saberes especializados sobre

    as dificuldades de aprendizagem, pois, desse modo, os mesmos podero possibilitar uma

    aprendizagem significativa ao aluno dislxico, favorecendo o desenvolvimento de suas

    potencialidades individuais.

    Destaca-se ainda que de extrema importncia um maior investimento em

    polticas pblicas que se voltem para a formao dos profissionais de educao numa

  • 43

    perspectiva da educao especial\inclusiva, onde se destaca os conhecimentos acerca

    dos transtornos\dificuldades de aprendizagem, onde se insere a dislexia.

    A escola deve conhecer o perfil de alunos que recebe e deve estar preparada para

    encontrar respostas adequadas, contribuindo para a dinamizao de aes de formao

    que vo de encontro s necessidades sentidas pelos professores, na sua prtica

    pedaggica. Nesse contexto, a evidncia de alunos dislxicos tende a ser alta, conforme

    pesquisas revelam (10%). Portanto, a escola no pode fechar os olhos para essa

    demanda que tem direito educao, conforme afirma nossa legislao vigente.

    Assim, esperamos que esta pesquisa contribua para a melhoria de qualidade de

    ensino por parte dos professores da educao infantil com o objetivo de favorecer

    aprendizagem do aluno dislxico, atendendo suas necessidades de um modo geral. E

    que as reflexes aqui levantadas conduzam esses profissionais a conhecer as

    dificuldades enfrentadas por uma criana dislxica no contexto escolar, buscando

    minimizar o risco do fracasso escolar, advindo das repercusses causadas pela dislexia.

    Embora reconheamos os limites que a estrutura escolar impe aos professores

    para realizar uma prtica de qualidade, compreendemos que uma criana dislxica tem

    direitos e tem a capacidade de evoluir no seu processo de aprendizado, mas, que para

    isso, depender muito de um professor comprometido e com conhecimento.

    Acreditamos, por fim, que com entendimento sobre a dislexia e com

    embasamento necessrio para ajudar o aluno dislxico, incentivando o mesmo a mostrar

    suas habilidades e encorajando-o a utiliza-las como ferramentas para a construo das

    suas ideias, os obstculos podem ser superados.

    Esse um processo que exige dedicao, conhecimento, amor, carinho e

    determinao, e nesse sentido que clamamos a todos que trabalham com educao;

    que para alm das dificuldades, assumam compromisso com os que mais precisam e que

    no podem ser prejudicados ou ter direitos negados.

  • 44

    REFERNCIAS

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  • 47

    APNDICE

  • 48

    UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA

    CENTRO DE EDUCAO

    CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

    Voc est sendo convidado (a) como voluntrio (a) a responder o questionrio que

    compoe o Trabalho de Concluso de Curso intitulado: A Dislexia atravs do olhar dos

    professores da Educao Infantil, realizada pelas estudantes Danielle Andrade,

    Janaciara Kely e Luciene Maria, do curso de Pedagogia da UFPB, sob a orientao da

    Profa. Dra. Sandra Alves da Silva Santiago.

    Informamos que a pesquisa em questo objetiva identificar qual a compreenso sobre a

    dislexia entre os professores da Educao Infantil, e que os dados aqui coletados tero

    funo meramente acadmica e para fins de estudo no referido TCC.

    Se estiver de acordo, responda o questionrio a seguir e assine este termo.

    QUESTIONRIO

    1. Dados de identificao:

    Idade: ___________________

    Formao: _________________________________________

    Tempo de experincia docente: _______________________________________

    2. Voc sabe o que DISLEXIA?

    ( ) SIM ( ) NO

    Explique:_______________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    ____________________________________________________

    3. Na sua opinio, a DISLEXIA atrapalha a aprendizagem escolar?

    ( ) SIM ( ) NO

  • 49

    Explique:_______________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    ____________________________________________________

    4. Voc consegue identificar um aluno DISLXICO em sala de aula?

    ( ) SIM ( ) NO

    Explique:_______________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    ____________________________________________________

    5. Voc sabe como ajudar um aluno DISLXICO em sala de aula?

    ( ) SIM ( ) NO

    Explique:_______________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    ____________________________________________________

    6. Se voc tivesse um aluno com dislexia em sua sala de aula, acha que seria necessrio

    modificar alguma coisa na sua prtica para favorecer a aprendizagem deste aluno?

    ( ) SIM ( ) NO

    Explique:_______________________________________________________________

    ______________________________________________________________________

    ____________________________________________________

    Concordo em responder a pesquisa, estando ciente que a mesma no representa

    nenhum risco para mim e que minha identidade ser mantida em sigilo.

    Joo Pessoa, _____ de _________________de 2016.

    ___________________________________________

    Assinatura do Participante