DISCORDÂNCIAS E DIFUSÃO- 5

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Marca Instituição Ensino 4 Imperfeições nos Sólidos 7 Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência em Met (Mecanismos de Endurecimento 5 Difusão CIÊNCIA DOS MATERIAIS - CALLISTER Prof.: M.Sc. Antonio Fernando de Carvalho Mota

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MarcaInstituição

Ensino

Cap.4 Imperfeições nos SólidosCap.7 Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência em Metais (Mecanismos de Endurecimento)CAP.5 Difusão

CIÊNCIA DOS MATERIAIS - CALLISTER

Prof.: M.Sc. Antonio Fernando de Carvalho Mota

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DEFORMAÇÕES DOS METAIS

(a) Tração (b) Compressão

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A Metalurgia da Deformação

Deformação: Cisalhamento de planos de maior densidade atômica, segundo uma direção compacta

BtA

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A Metalurgia da Deformação

Sistemas de deslizamento

CFC

{111} 110

CCC

{110} 111

Plano Basal{0001} 1120

HC

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Deformação plástica• Deformação plástica ou permanente de um cristal

perfeito (isento de defeitos cristalinos) pode ocorrer pelo deslocamento de planos de átomos em relação aos planos paralelos adjacentes.

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Deformações dos metais

(a) Tração (b) Compressão

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Microscopia Eletrônica de Transmissão

Pesquisa e caracterizaçãomicroestrutural

Defeitos de empilhamento em Um aço inoxidável austenítico.Aumento 35000X . Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da EPUSP.

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IMPERFEIÇÕES CRISTALINAS

- Defeitos pontuais

- Defeitos de linha (discordâncias)

-  Formação das discordâncias

-  Estrutura dos metais e aplicações

Prof.: Antonio Fernando de Carvalho Mota

Discordância

Auto-intersticialLacunas Intersticial Pequeno

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Defeitos Pontuais nas Estruturas

Solutos intersticiais

Solutos substitucionais

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DEFEITOS DE LINHADISCORDÂNCIAS EM CUNHA

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O CIRCUITO E O VETOR DE BURGERS

INTERAÇÕES ENTRE

DISCORDÂNCIAS

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DISCORDÂNCIA EM CUNHA

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MOVIMENTAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS

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Discordância (“dislocation”):

Defeito em linha intracristalino responsável pela deformação plástica de metais.

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DISCORDÂNCIA HELICOIDAL

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Tipos de discordância

Discordância em cunha

Discordância em hélice

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MOVIMENTO DE DISCORDÂNCIAS EM CUNHA E EM HÉLICE

• vem

Fonte: Prof. Sidnei/ DCMM/PUCRJ

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FORMAÇÃO DE DISCORDÂNCIA POR CISALHAMENTO

(a) Discordância em Cunha. (b) Discordância Helicoidal. (c) Discordância Mista.

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MULTIPLICAÇÃO DE DISCORDÂNCIAS

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O material deformado a frio apresenta ENCRUAMENTO, representado pelo aumento do limite de escoamento.

Descarregamento, obtendo aumento de comprimento (deformação plástica) e conseqüentemente aumento da

densidade de discordâncias.

Deformação até ~8%, em tração uniaxial

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Escoamento descontínuo e “Bandas de Lüders”

Deformação plástica, durante o patamar de escoamento

descontínuo, ocorre em bandas

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Campos de tensão associados às discordâncias indicam o aumento de energia do sistema metálico. Esta energia foi fornecida durante a deformação plástica.

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Deformação plástica:

Durante a deformação plástica, há aumento da densidade de discordâncias.Quanto maior a densidade de discordâncias, maior a chance de interações entre estas, bloqueando seu movimento.

Assim, QUANTO MAIOR A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA APLICADA A UM METAL, MAIOR A DIFICULDADE EM CONTINUAR ESTA DEFORMAÇÃO.

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Unidade de densidade de discordância

• Densidade de discordância : Comprimento de discordâncias (milimetros)

Volume de material (milimetro3)

• Metais recozidos e cuidadosamente preparados: 103 mm-2

• Metais altamente deformados: entre 109 e 1010 mm-2 (1000 km em 1 mm3)• (1 mm3 de Cu apresenta 8.493.1019 átomos)

• Metais deformados e submetidos a tratamento térmico:105 106 mm-2

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As densidades de discordâncias estimadas em (a) e (b) foram 3 e 7 × 1013 m-2, respectivamente. Em (a) é possível observar o contorno do grão apresentando as franjas que foram usadas na determinação da espessura da amostra Aumento: 50.000 X

Micrografias mostrando Discordâncias em Grãos de Ferrita

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Deformação por discordâncias Deformação por maclação

Maclas (“twins”): Ocorrem em metais CFC

(a exceção do Al)

DEFORMAÇÃO DOS METAIS

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TWINS- MACLAS OU CRISTAIS GÊMEOS

• É um tipo especial de contorno de grão

• Os átomos de um lado do contorno são imagens especulares dos átomos do outro lado do contorno

• A macla ocorre num plano definido e numa direção específica, dependendo da estrutura cristalina

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ORIGENS DOS TWINSMACLAS OU CRISTAIS GÊMEOS

• O seu aparecimento está geralmente associado com A PRESENÇA DE:

- tensões térmicas e mecânicas

- impurezas

- Etc.

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RESULTADO DA MOVIMENTAÇÃO DAS DISCORDÂNCIAS

Deformação Plástica do alumínio – Estampagem profunda

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ATMOSFERAS DE COTTREL

Depois de um tratamento de envelhecimentoas discordâncias são ancoradas por uma nuvemde impurezas

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FRATURA POR CLIVAVEM Várias discordâncias paralelas sob tensão, podem produzir uma

pequena trinca

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Microestrutura de grãos equiaxiais e maclas em

metais CFC

  

Na MICROESTRUTURA de materiais metálicos monofásicos existem GRÃOS e CONTORNOS DE GRÃO

Microestrutura de grãos equiaxiais em metais CCC

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DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO (ASTM)Segundo Mecanismo de Endurecimento

Principal Variável Metalúrgica

• Tamanho: 1-10• Aumento: 100 X

N= 2 n-1

N= número médio de grãos por polegada quadrada n= tamanho de grão

Quanto maior o número menor o tamanho de grão da amostra

(a) Grain Size, n =1 (b) Grain Size, n =4

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Quanto menor o tamanho médio de grão, maior a quantidade de contornos de grão, que dificultam o movimento de discordâncias.

0 e k são constantes do materiald = diâmetro médio dos grãos é a principal variável metalúrgica.

0 é a tensão exigida para movimentar discordâncias.ky em kgf/mm3/2 bloqueamento das discordâncias livres pelos átomos do soluto

dkoLE2

1.

Relação de Hall-Petch

IMPORTÂNCIA DO REFINO DE GRÃOSEGUNDO MECANISMO DE ENDURECIMENTOPRINCIPAL VARIÁVEL METALÚRGICA

dados para latão 7030UNS C26000

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DIFUSÃO ATÔMICA

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DIFUSÃO ATÔMICA

• O aumento na temperatura de um metal ou liga metálica no estado sólido, implica em uma maior vibração dos átomos.

• Está vibração proporciona a possibilidade de uma movimentação atômica no estado sólido.

Modelo sólido tradicionalmente aceito

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DIFUSÃO ATÔMICA

Movimentos atômicos: (a) Mecanismo de vazios (b) Mecanismo intersticial

(a) (b)

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DIFUSÃO ATÔMICA

Difusão em anel:(a) Anel em três átomos(b) Anel de quatro átomos

(a) (b)

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AUTODIFUSÃO

Autodifusão: Neste exemplo, níquel radiativo (Ni59) foi depositado sobreUma superfície de níquel não radiativo.(a) Tempo t = t0 (b) Gradiente de difusão, t0< t < t. (c) Homogenizado, t = t

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Ao unir dois metais (A e B) é possível a ocorrência de DIFUSÃO para diminuir a energia total do sistema, causando a formação de uma solução sólida AB.

Neste exemplo, A é soluto substitucional a B, e vice-versa.

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DIFUSÃO ATÔMICA

Antes do tratamento térmico em alta temperatura

após o tratamento térmico em alta temperatura

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EFEITO KIRKENDAL

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PRIMEIRA LEI DE FICK

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SEGUNDA LEI DE FICK

x

CD

xt

C.

2

2

.x

CD

t

C

eDD TRQ

o

d..

Eq. ArrenheniusDo ... pré-exponencial independente

da temperatura, [m²/s]Qd ... Energia de ativação para

difusão, [J/mol] ou [cal/mol] R ..... constante universal dos gases

(8,31J/mol.K = 1,987 cal/mol.K)T ..... temperatura absoluta [K]

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Tabela do coeficiente de difusão do Carbono no Ferro-, a diferentes temperaturas. R = 8,314 J/(mol.K)

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COEFICIENTE DE DIFUSÃO (D)

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EXEMPLO PRÁTICOS DE PROCESSOS BASEADOS EM DIFUSÃO:

Dopagem em materiais semicondutores para controlar a condutividade;Cementação e nitretação dos aços para endurecimento superficial;Alguns processos de soldagem.

Hannover

Austenita (CFC)

Ferrita + Cementita (CCC) (Ortorrômbica)

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Dopagem em materiais semicondutores para controlar a condutividade

• Apenas uma pequena fração dos sítios atômicos são imperfeitos

Menos de 1 em 1 milhão• Menos sendo poucos eles influenciam muito nas propriedades dos

materiais e nem sempre de forma negativa

Aceitadores Si (4) e B (3)

Doadores Si (4) e P (5)

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FATORES QUE FAVORECEM A DIFUSÃO:

• Baixo empacotamento atômico.• Baixo ponto de fusão.• Ligações fracas (Van der

Waals).• Baixa densidade.• Raio atômico pequeno.• Presença de imperfeições

Aplicação típica: Cementação

(aumento do teor de carbono da superfície de aços)

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FATORES QUE DIFICULTAM A DIFUSÃO:• Alto empacotamento atômico

• Alto ponto de fusão• Ligações fortes (iônica ou covalente)• Alta densidade• Raio atômico grande• Alta qualidade cristalina

Aplicação típica: Cementação

(aumento do teor de carbono da superfície de aços)

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SOLDA POR FRICÇÃO - SOLDA NO ESTADO SÓLIDO

Girando uma peça com outra parada, desenvolve-se atritosuficiente para aquecê-las até o ponto próximo de fusão.A pressão aplicada em seguida assegura uma união perfeita com o mínimo de alterações estruturais

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Solda por fricção – solda no estado sólido

Soldagem por fricção FW(Friction Welding), utililiza energia mecânica: (a) Um membro é colocado em rotação, (b) inicia-se a força de compressão, (c) inicia-se a formação da solda e (d) a solda é completada.

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Soldagem por Fricção Soldagem em Estado Sólido

• Soldagem no estado sólido que produz coalescência dos materiais através do calor obtido pelo deslizamento obtido mecanicamente através do movimentação entre as superfícies de atrito na soldagem.

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O ferro passa de ccc para cfc a 910 ºC. Nesta temperatura os raios atômicos são respectivamente , 1,258Å e 1,292Å. Qual a percentagem de variação de volume percentual provocada pela mudança de estrutura?

Vccc= 2a3 Vcfc= a3

accc= 4R/ (3)1/2 acfc = 2R (2)1/2

Vccc= 49,1 Å3 Vcfc= 48,7 Å3

V%= 48,7 - 49,1 /48,7 = - 0,8% de variação

EXERCÍCIO

Obs.:Para o cálculo foi tomado como base 2 células unitárias ccc, por isso Vccc = 2a3 uma vez que na passagem do sistema ccc para cfc há uma contração de volume

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Soldagem por difusão• A soldagem por difusão (Diffusion Welding, DFW) é um processo de

união no estado sólido que produz a solda pela aplicação de pressão a elevada temperatura sem a deformação macroscópica das peças.

• Um metal de adição pode ser colocado entre as superfícies da junta.

• A soldagem por difusão é um processo especializado de soldagem de aplicação restrita quando deseja-se: (a) evitar problemas metalúrgicos associados com a soldagem por fusão, (b) fabricar componentes de dimensões e forma próximas das desejadas no produto final (“net shape”), e (c) produzir peças espessas com propriedades uniformes ao longo da espessura.

• O processo só é economicamente viável quando materiais especiais e de elevado custo são utilizados ou quando existe uma grande exigência quanto às dimensões da peça soldada, tendo suas aplicações sido, até o presente, limitadas, em geral, às indústrias eletrônica e aero-espacial.

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Solda por difusão

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Difusão em estado não constante

(“non steady-state diffusion”) O gradiente de concentração em função da posição, e o fluxo de difusão, variam com o

tempo! 

2ª Lei de FICK 

Se D não depender da concentração de cada ponto....

Resolução fornece concentração em função da posição e do tempo!

 

x

CD

xt

C.

2

2

.x

CD

t

C

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Microcópio Òtico – 2.000xMicroscópio Eletrônico de Varredura (MEV) – Superfície de fratura – 300.000xMicroscópio Eletrônico de Transmissão (MET)Observa as discordâncias – 1.000.000x

Observação da macro e microestrutura

Lupa - Macrografia

Microcópio Òtico Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV)

Microscópio Eletrônico de Transmissão (MET)

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MEDIÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO (T.G.): OU

N = 2 n-1

onde:

N = número de grãos/ pol2 com aumento de 100 vezesn ou G= número de Tamanho de Grão ASTM (1 n 12)

TAMANHO DE GRÃO – PRINCIPAL VARIÁVEL METALÚRGICA