Discipulado e Os Paradoxos Do Crescimento

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 Discipulado e os Parado xos do Crescimento Garrett Kell 22 de Junho de 2015 - Igreja e inist!rio "o me tornar um crist#o na uni$ersidade% logo me $i um pouco con&uso' (#o por)ue meus no$os amigos crist#os costumassem relem*rar desenhos animados com $egetais &alantes de sua in&+ncia% ou ti$essem s,m*olos de peixe em seus carros% ou se di$ertissem com jogos de ta*uleiro nas noites de sexta% em*ora tudo a)uilo causasse con&us#o' )ue me causa$a perplexidade eram os paradoxos )ue pareciam inescap.$eis para a)ueles )ue seguiam a Cristo' "o estudar as /scrituras com outros crist#os% eu desco*rir muitas $erdades )ue eram ao mesmo tempo claras e o*scuras' "prendi )ue h. um nico Deus% o )ual su*siste eternamente em trs' "prendi )ue Jesus ! plenamente Deus e plenamente homem' "prendi )ue Deus ! completamente so*erano e )ue as pessoas s#o respons.$eis por suas a3es' /ssas id!ias eram misteriosas% enigm.ticas e% ao mesmo tempo% mara$ilhosamente edi4cantes' as os paradoxos da $ida crist# n#o terminam a,' editando nas /scrituras% eu $i )ue o crescimento e a maturidade crist# se d#o de modos paradoxais' e desejamos crescer como crist#os e ajudar outros a crescerem% ! essencial compreender esses paradoxos' (osso $i$er est. em morrer Primeiro% nosso $i$er est. em morrer ' /m arcos 6'75% Jesus di89 :;uem )uiser% pois% sal$ar a sua $ida perd-la-.< e )uem perder a $ida por causa de mim e do e$ange lho sal$.-la-.=' e )ueremos $i$er% de$emos morrer ' /sse conselho parece tolo num mundo )ue constantemente nos aconselha a :seguir os nossos cora3es= e a :apro$eitar a $ida=> Di8-se-nos )ue temos apenas uma $ida e )ue de$emos apro$eitar cada momento ? medida )ue escalamos at! o topo da montanha' er um disc,pulo de Jesus% contudo% signi4ca entregar as nossas $idas e a*raar a $ida )ue Cristo d.' /sse ! o nico caminho para a $ida $erdadeira' Como di8 @onhoeAer% :)uando Cristo chama um homem% ele o ordena a $ir e morrer=' /ssa morte acontece milhares de $e8es antes do c!u e !% sempre% um ato de &! e m Jesus' "nos atr.s% eu &ui enredado numa teia de pecado' Descontentamento% lasc,$ia e &alta de &! entraram sorrateiramente no meu cora#o% como uma serpente% e esta$am lentamente de struindo minha de$o#o ao enhor' (a)uele per,odo% um )uerido irm#o &alou de modo poderoso ao meu cora#o9 ele me chamou a $i$er pelo morrer' /le me mostrou )ue o meu amor pelo mundo esta$a su&ocando meu amor por Cristo' /le &alou com $erdade e com graa' Deus usou a)uele irm#o para a*rir os meus olhos para a promessa da $ida )ue $iria apenas por meio da morte' /u n#o tenho certe8a de onde estaria se ele n#o hou$esse me apresentado no$amente o chamado de Jesus e sou eternamente grato de )ue ele o tenha &eito' (o discipulado% nBs de$emos consistentemente segurar as lentes da eternidade diante dos olhos uns dos outros% a 4m de assegurar )ue n#o estamos sendo :endurecidos pelo engano do pecado= EFe*reus 7'17'

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Discipulado e os Paradoxos do Crescimento

Garrett Kell

22 de Junho de 2015 - Igreja e Ministrio

Ao me tornar um cristo na universidade, logo me vi um pouco confuso. No porque meus novos amigos cristos costumassem relembrar desenhos animados com vegetais falantes de sua infncia, ou tivessem smbolos de peixe em seus carros, ou se divertissem com jogos de tabuleiro nas noites de sexta, embora tudo aquilo causasse confuso. O que me causava perplexidade eram os paradoxos que pareciam inescapveis para aqueles que seguiam a Cristo.

Ao estudar as Escrituras com outros cristos, eu descobrir muitas verdades que eram ao mesmo tempo claras e obscuras. Aprendi que h um nico Deus, o qual subsiste eternamente em trs. Aprendi que Jesus plenamente Deus e plenamente homem. Aprendi que Deus completamente soberano e que as pessoas so responsveis por suas aes. Essas idias eram misteriosas, enigmticas e, ao mesmo tempo, maravilhosamente edificantes.

Mas os paradoxos da vida crist no terminam a. Meditando nas Escrituras, eu vi que o crescimento e a maturidade crist se do de modos paradoxais. Se desejamos crescer como cristos e ajudar outros a crescerem, essencial compreender esses paradoxos.

Nosso viver est em morrer

Primeiro, nosso viver est em morrer. Em Marcos 8.35, Jesus diz: Quem quiser, pois, salvar a sua vida perd-la-; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salv-la-. Se queremos viver, devemos morrer. Esse conselho parece tolo num mundo que constantemente nos aconselha a seguir os nossos coraes e a aproveitar a vida! Diz-se-nos que temos apenas uma vida e que devemos aproveitar cada momento medida que escalamos at o topo da montanha.

Ser um discpulo de Jesus, contudo, significa entregar as nossas vidas e abraar a vida que Cristo d. Esse o nico caminho para a vida verdadeira. Como diz Bonhoeffer, quando Cristo chama um homem, ele o ordena a vir e morrer. Essa morte acontece milhares de vezes antes do cu e , sempre, um ato de f em Jesus.

Anos atrs, eu fui enredado numa teia de pecado. Descontentamento, lascvia e falta de f entraram sorrateiramente no meu corao, como uma serpente, e estavam lentamente destruindo minha devoo ao Senhor. Naquele perodo, um querido irmo falou de modo poderoso ao meu corao: ele me chamou a viver pelo morrer. Ele me mostrou que o meu amor pelo mundo estava sufocando meu amor por Cristo. Ele falou com verdade e com graa. Deus usou aquele irmo para abrir os meus olhos para a promessa da vida que viria apenas por meio da morte. Eu no tenho certeza de onde estaria se ele no houvesse me apresentado novamente o chamado de Jesus e sou eternamente grato de que ele o tenha feito.

No discipulado, ns devemos consistentemente segurar as lentes da eternidade diante dos olhos uns dos outros, a fim de assegurar que no estamos sendo endurecido[s] pelo engano do pecado (Hebreus 3.13). O mundo constantemente nos chama a encontrar vida em seus prazeres. O nico antdoto para essas poderosas exigncias a meditao em como Cristo entregou a sua vida por nossa causa. Considere o quanto ele odiou o pecado. Pondere em como ele nos amou. Lembre-se de como ele padeceu. Pense em como ele morreu. Alegre-se em como ele glorificou o Pai.

O nosso discipulado deve ser marcado por como ajudamos uns aos outros a meditar no chamado de Cristo para tomarmos diariamente nossa cruz e o seguirmos. Morrer o nico caminho para viver.

Nosso descanso est no esforo

Segundo, nosso descanso est no esforo. Jesus consumou a obra, de modo que ns no devemos descansar at que a obra esteja completada. H?

Como eu posso me esforar para [guardar-me] no amor de Deus, enquanto, ao mesmo tempo, descanso no fato de que Deus poderoso para [me] guardar de tropeos (Judas 21, 24)? O que significa virmos a Jesus e recebermos descanso para a [nossa] alma (Mateus 11.29), enquanto, ao mesmo tempo, somos exortados a [nos esforarmos], pois, por entrar naquele descanso (Hebreus 4.11)?

De todos os paradoxos do crescimento cristo, a ideia de esforar-se e descansar ao mesmo tempo parece ser a mais enigmtica. Devo eu trabalhar cada dia at desfalecer de exausto, ou devo eu sentar-me no sof e esperar que Jesus me conduza como uma marionete? Como eu ajo e dependo ao mesmo tempo? Como eu trabalho sem trabalhar na minha prpria fora? O que significa labutar com fervor pela graa que Deus supre?

Embora talvez seja enigmtica, ns devemos abraar essa tenso tal como ela se apresenta na Escritura (Deuteronmio 29.29; 1 Corntios 15.10; Filipenses 2.12-13). Deus nos chama a descansarmos completamente na obra de Cristo (Joo 19.30; Hebreus 10; 1 Pedro 3.18) e, ao mesmo tempo, a trabalharmos duro (Joo 15.8; 1 Corntios 9.24-27; Tiago 2.14-26). Filipenses 2.12-13 captura perfeitamente o paradoxo: Desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor; porque Deus quem efetua em vs tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.

nesse paradoxo que ns vemos em que consiste a f. Ns corremos, ns agimos, mas, quando paramos para considerar, descobrimos que o cho no qual estamos apoiados o cho o qual Deus prometeu que estaria ali. Quando olhamos para trs, descobrimos que, sim, ns corremos, mas era Deus operando em ns. Ns descansamos na fidelidade de Deus em nos capacitar para que nos empenhemos na obedincia.

Sendo assim, o que esse paradoxo significa para o nosso discipulado de outros cristos? Ao gastar tempo com outros crentes, descansem em Cristo. Juntos, fitem a cruz. Juntos, contemplem o sepulcro vazio. Tragam memria as promessas que enfatizam a nossa libertao do pecado e da condenao (p.ex., Romanos 6.1-4; 8.1). Orem por meio de versculos que falam do amor de Deus por ns em Cristo (Efsios 2.1-10; Romanos 8.32-39; 1 Joo 4.10). Lembrem uns aos outros de que Deus no mantm um placar nos cus. Ele no tem um boto de delete nos seu computador, para a prxima vez que voc bagunar as coisas. Entesourem o fato de que ns estamos agradando a Deus, porque ele se agrada de Cristo. Preguem o evangelho uns aos outros. Chamem uns aos outros a descansarem no brado de Cristo de que tudo est consumado!.

Ns tambm devemos descansar no fato de que o Cristo ressurreto intercede por ns nos cus (Hebreus 7.10). Essa intercesso nos garante que Deus ser misericordioso para conosco em nossas iniqidades e no mais se lembrar dos nossos pecados (Hebreus 8.1-12). Que maravilhosa verdade na qual descansar! Ns somos perdoados em Cristo. Deus no mantm as nossas transgresses contra ns. Ns descansamos na obra consumada de Cristo e na sua contnua obra em nosso favor.

Ao mesmo tempo, o nosso discipulado deve ser marcado por um esforo conjunto. Lembrem-se uns aos outros de que Jesus nos deu o Ajudador, o Esprito Santo, para nos capacitar a viver de maneira agradvel a Deus (Joo 14.26; Romanos 8.4). Ns labutamos, mas no labutamos sozinhos. Somos unidos presena do vitorioso Rei dos reis, por meio do seu Santo Esprito. Ele nos habilita a fazer discpulos entre as naes (Mateus 28.19-20) e a suportar perseguio medida que avanamos (Lucas 12.11-12). Ns podemos suportar os sofrimentos desta vida na fora do Senhor (2 Corntios 12.9-10) e, ento, confortar os outros em seus sofrimentos (2 Corntios 1.3-7).

Ento, esforcem-se juntos por viver como soldados de Cristo que esto em guerra contra o maligno (2 Timteo 2.2; Efsios 6.10; 1 Pedro 5.8-9). Disciplinem a si mesmos e estruturem os seus hbitos a fim de crescerem em piedade (1 Timteo 4.7). Usem intencionalmente as suas interaes para estimularemuns aos outros no amor e nas boas obras (Hebreus 10.24-25). E, acima de tudo, ajudem uns aos outros a se desembaraarem de tudo o que os atrapalha, a fim de que possam terminar a corrida e entrar naquele descanso final que nos foi prometido (Hebreus 12.1-3).

Os paradoxos do crescimento espiritual no nos foram dados para nos paralisar. Deus os deu a ns para que examinemos a sua Palavra mais atentamente e nos aprofundemos em suas promessas mais livremente. Ento, encorajem uns aos outros a viverem por meio do morrer e a descansarem por meio do esforo.Discipulando Quando Voc Precisa de Discipulado

Erin Wheeler

15 de Junho de 2015 - Igreja e Ministrio

Eu no estava segura de com que o discipulado deveria se parecer, mas eu tinha certeza de que no se parecia com o que eu estava fazendo.

Eu preciso saber de tudo perfeitamente, pensei ao fechar a porta aps a pobre irm que havia gasto uma hora de sua vida para vir e ser discipulada.

Eu sou uma baguna! No tenho a mnima ideia do que estou fazendo aqui. Com certeza no houve nenhum ensino no meio disso, com meus filhos descontrolados e meu corao indisposto com o meu marido. Eu no deveria estar ensinando ningum. Sou eu quem precisa ser discipulada! Deus, o que fazer?

Eu resmungava tudo isso balbuciando enquanto voltava cozinha para terminar de fazer o jantar.

Encontrando fora na fraqueza

Mal sabia eu como Deus usaria aquela situao, juntamente com muitas outras semelhantes, para me ensinar muito sobre seus propsitos na minha vida. Mal sabia eu como Deus transformaria minhas fraquezas em fora. Durante esse perodo, meu marido e eu, ambos na casa dos trinta, havamos sido empurrados para a categoria dos mais velhos na nossa igreja. Eu procurava uma mulher que pudesse me encorajar espiritualmente, enquanto enfrentvamos tempos difceis, mas Deus tinha outros planos.

Em vez de me conceder esse desejo, ele fez crescer minha paixo pelo discipulado. Gradativamente, eu aprendia que discipulado era menos sobre eu fazer a coisa certa e mais sobre obedecer ao mandamento divino de instruir as jovens (Tito 2.4). Com frequncia eu observava Deus trazer minha vida mulheres mais jovens do que eu, em idade ou em maturidade espiritual, desesperadas por algum que as ajudasse a aprender como amar o Senhor com todo o seu corao, alma, entendimento e fora (Deuteronmio 6.4-9).

Ensinando ao ser observada

Por mais que eu desejasse ser discipulada, eu me via com frequncia no papel de discipuladora, sentindo-me profundamente insegura e incapaz. Eu me sentia como Moiss em xodo 4, dizendo: Deus, por favor, envie outra pessoa, e Deus me reprovou por isso de vrias maneiras diferentes. Assim como com Moiss, eu percebia Deus dizendo: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que v, ou o cego? No sou eu, o SENHOR? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hs de falar (xodo 4.11-12).

Ao discipular essas mulheres, eu tentava instru-las e question-las, discutir livros juntas e orar, mas depois elas viriam a dizer-me que, muitas vezes, o melhor ensino veio de simplesmente observar-me. Elas observavam Deus usar minhas fraquezas ao lutar por pacincia quando ela j havia se esgotado h muito durante o dia. Elas me observavam lutar para amar meu marido depois de compartilhar com elas minhas prprias lutas de sentir-me em segundo lugar com relao ao seu trabalho.

Deus suprir aquilo de que necessitamos

Eu vim a entender melhor as palavras de Paulo ao dizer: Temos, porm, este tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus e no de ns (2 Corntios 4.7). Essas moas tiveram um assento na primeira fila para verem o verdadeiro vaso de barro que eu sou. Uma vez que ns somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus para boas obras, s vezes precisamos permitir que outros vejam o poder de Deus brilhar a partir das nossas frgeis tentativas de servi-lo.

Deus no nos chama para sermos tudo o que podemos ser por ns mesmos. Em vez disso, ele nos chama a nos derramarmos por outros como uma oferta de libao. Porque quando nos esvaziamos de ns mesmos por amor a Deus e aos outros que ele pode usar a nossa fragilidade como o palco perfeito para exibir o seu poder. A cada dia que Deus nos d vida nesta terra, ele nos d todas as coisas de que precisamos para a vida e a piedade. Isso significa que ele ser fiel em suprir todas as coisas de que precisamos para discipular as mulheres que ele traz s nossas vidas.

A nossa confiana: Deus est trabalhando

Anos depois, Deus trouxe igreja uma nova amiga e irm, a qual passou a visitar-me por algum tempo nas tardes de sbado, enquanto Brad estava ocupado preparando um sermo. Parecia que todas as vezes que ela chegava alguma coisa estava dando errado, desde o pior momento de ira de um dos meus filhos ao vaso sanitrio entupido! Foi durante um desses momentos que olhei para ela com um sorriso, confiante na sabedoria de Deus, e disse: Veja s, Deus de fato deve am-la muito para deix-la ver tudo isso.

Esta a nossa confiana: no que ns tenhamos o lar perfeito ou os filhos mais bem-comportados, mas que, no atoleiro e no lamaal, o Esprito de Deus est trabalhando. Mesmo em nossas fraquezas, Deus usa nossas palavras para despertar aqueles que so indolentes, encorajar os tmidos, confortar os fracos e mostrar pacincia para com todos, tudo para a sua grande glria.

A Religio do Evangelho

Burk Parsons

11 de Junho de 2015 - Vida Crist

Eu j ouvi pessoas dizerem que a Bblia apenas uma lista de faa e no faa. As pessoas que dizem isso nunca leram a Bblia. A fim de combater esse tipo de pensamento, alguns cristos rapidamente respondero afirmando que a Bblia no , de modo algum, uma lista de faa e no faa. Mas, ao fazerem isso, eles jogam fora o beb junto com a gua suja. Aqueles que j leram a Bblia sabero que ela no apenas uma lista de faa e no faa, nem apenas um manual de como fazer coisas, nem um mero guia para uma vida moral. No obstante, a Bblia de fato nos diz o que fazer e o que no fazer. Ela nos diz como viver a vida moral que agrada a Deus e nos fornece os preceitos divinos para toda a vida. A Bblia no apenas uma lista de faa e no faa, muito mais do que isso o grande enredo de Deus, do seu reinado e da sua redeno. No obstante, ela de fato contm as listas divinas de faa e no faa, a fim de que possamos saber como amar, obedecer, glorificar e nos deleitar em Deus.

O cristianismo no uma religio de moralismo, a religio do evangelho da graa. uma religio estabelecida sobre um relacionamento. No uma coisa ou outra, ambas um relacionamento e uma religio. Essas coisas no so mutuamente exclusivas e fazemos bem ao no colocarmos uma contra a outra. O nosso relacionamento evanglico com Jesus Cristo, pela graa somente, por meio da f somente, o fundamento para a nossa religio do evangelho que abrange o todo da vida. O nosso relacionamento com Cristo naturalmente conduz religio pura e sem mcula (Tiago 1.26-27). Religio uma palavra til que usamos para descrever a nossa f crist, a qual abrange cada aspecto da nossa vida crist, arraigada e procedente de nossos novos coraes e mentes espiritualmente regenerados e fundada no relacionamento que Deus estabeleceu conosco ao nos unir a Cristo. No sculo IV, Agostinho defendeu o uso da palavra latina religio enfatizando a sua etimologia religare, a qual significa unir-se ou vincular-se, como num vnculo pactual entre o homem e Deus. A palavra religio, compreendida corretamente, une tudo aquilo em que cremos medida que a vivemos na prtica em todas as reas da vida. O telogo reformado holands Herman Bavinck escreveu: Religio no pode ser apenas algo na vida de algum, mas deve ser tudo. Jesus exige que amemos a Deus com todo o nosso corao, toda a nossa alma e toda a nossa fora.

A nossa religio est estabelecida sobre Jesus Cristo, que no veio para abolir a lei, mas para cumpri-la (Mateus 5.17). Cristo cumpriu todas as justas exigncias da lei em sua vida, para que sua morte fosse uma perfeita expiao pelos nossos pecados. De fato, ns somos justificados por obras as obras dele, no as nossas. Cristo guardou perfeitamente a lista de faa e no faa do seu Pai por ns. E ele o fez no para que possamos ignorar os mandamentos de Deus, mas para que no mais sejamos escravos do pecado, e sim escravos da justia. Cristo nos liberta pela f para que possamos dar frutos. Para ser claro, ns somos salvos pela f, e no pelos frutos, mas ns no seremos salvos por uma f infrutfera. A graa de Deus nos capacita e o seu Esprito nos sustenta, ajudando-nos em nossas fraquezas a perseguirmos a santidade, enquanto descansamos na santidade de Jesus Cristo. Pois, como Martinho Lutero disse: A f no pode deixar de fazer boas obras constantemente. Ela no para para perguntar se boas obras devem ser feitas, mas, antes que algum pergunte, ela j as fez e continua a faz-las sem cessar.