DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

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DISCIPLINADISCIPLINAHistória dos SurdosHistória dos Surdos

PROFªPROFª Mayra Branco Mayra Branco

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SÁ, 1999, p. 25SÁ, 1999, p. 25

““O que observamos na atualidade continuam O que observamos na atualidade continuam sendo esporádicos exemplos de sucesso sendo esporádicos exemplos de sucesso

educacional e um enorme contingente de surdos educacional e um enorme contingente de surdos sem acesso a leitura, a escrita, a oralização, e sem acesso a leitura, a escrita, a oralização, e não raro, até mesmo a Língua de Sinais. Este não raro, até mesmo a Língua de Sinais. Este fato ocasiona grandes barreiras que dificultam fato ocasiona grandes barreiras que dificultam

sua inserção da dimensão do trabalho, a sua inserção da dimensão do trabalho, a concretização de sua cidadania, o concretização de sua cidadania, o

desenvolvimento de suas potencialidades e sua desenvolvimento de suas potencialidades e sua efetiva realização como indivíduo”efetiva realização como indivíduo”

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Até a IDADE MÉDIAAté a IDADE MÉDIA

HEBREUS - Levítico 19:14HEBREUS - Levítico 19:14 – – “Não amaldiçoarás ao surdo, nem “Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas terás temor do teu Deus...”;porás tropeço diante do cego; mas terás temor do teu Deus...”;EGITOEGITO – adorados como deuses, serviam de mediadores entre – adorados como deuses, serviam de mediadores entre deuses e os Faraós...temidos e respeitados pela população;deuses e os Faraós...temidos e respeitados pela população;ANTIGUIDADE CHINESAANTIGUIDADE CHINESA – lançados no mar; – lançados no mar;GAULESESGAULESES – sacrificavam-nos aos deuses Teutates; – sacrificavam-nos aos deuses Teutates;ESPARTAESPARTA – lançados no alto dos rochedos; – lançados no alto dos rochedos;GRÉCIAGRÉCIA – encarados como seres incompetentes; – encarados como seres incompetentes;

→ → Platão e Aristóteles: Platão e Aristóteles: “Não sabes falar, não sabes ouvir, és louco”“Não sabes falar, não sabes ouvir, és louco” ; ;ROMANOS ROMANOS – influenciados pelos gregos, os consideravam seres – influenciados pelos gregos, os consideravam seres imperfeitosimperfeitos

→ → Imperador Justiniano 529 a.C. criou lei que impossibilitava os Imperador Justiniano 529 a.C. criou lei que impossibilitava os surdos de:surdos de:

• • celebrar contrato;celebrar contrato;• • elaborar testamentos;elaborar testamentos;• • possuir propriedades ou reclamar heranças.possuir propriedades ou reclamar heranças.

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CONSTANTINOPLA –CONSTANTINOPLA – realizavam algumas tarefas como: realizavam algumas tarefas como:

• • pajens das mulheres;pajens das mulheres;

• • bobos de entretenimento do sultão.bobos de entretenimento do sultão.

SANTO AGOSTINHO – SANTO AGOSTINHO – pais dos surdos estava a pagar por algum pais dos surdos estava a pagar por algum pecado.pecado.

IGREJA CATÓLICA – IGREJA CATÓLICA – não possuíam alma imortal, uma vez que não possuíam alma imortal, uma vez que eram incapazes de proferir os sacramentoseram incapazes de proferir os sacramentos

Fim da Idade Média e início do Renascimento, que saímos da Fim da Idade Média e início do Renascimento, que saímos da perspectiva religiosa para a perspectiva da razão, em que a perspectiva religiosa para a perspectiva da razão, em que a deficiência passa a ser analisada sob a ótica médica e científicadeficiência passa a ser analisada sob a ótica médica e científica

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Até a IDADE MODERNAAté a IDADE MODERNA

Surge os primeiros educadores interessados na educação dos Surge os primeiros educadores interessados na educação dos surdos, os quais admitiam que eles podiam aprendersurdos, os quais admitiam que eles podiam aprender

PEDRO PONCE DE LEÓN – (1520-1584)PEDRO PONCE DE LEÓN – (1520-1584)

• • espanhol monge beneditino;espanhol monge beneditino;

• • considerado primeiro professor dos surdos;considerado primeiro professor dos surdos;

• • estabeleceu uma escola para surdos no Mosteiro de San Salvadorestabeleceu uma escola para surdos no Mosteiro de San Salvador

em Onã Burgos - Madri;em Onã Burgos - Madri;

• • alunos filhos de aristocratas ricos;alunos filhos de aristocratas ricos;

• • educação individual;educação individual;

• • trabalho com a escrita e alfabeto bimanual;trabalho com a escrita e alfabeto bimanual;

• • garantir os filhos surdos dos nobres a terem privilégio perante a lei.garantir os filhos surdos dos nobres a terem privilégio perante a lei.

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JUAN PABLO BONET (1579-1633)JUAN PABLO BONET (1579-1633)

•• padre espanhol, estudioso dos surdos e educador;padre espanhol, estudioso dos surdos e educador;

• • publicou 1º livro sobre educação dos surdos em 1620, em Madri – publicou 1º livro sobre educação dos surdos em 1620, em Madri – “Redução das Letras “Redução das Letras e Arte de Ensinar a Falar os Mudos”e Arte de Ensinar a Falar os Mudos”;;

• • trabalho: ensinar surdos a falar e a ler, por meio do alfabeto manual;trabalho: ensinar surdos a falar e a ler, por meio do alfabeto manual;

• • proibia o uso da língua gestual, optando pela oralproibia o uso da língua gestual, optando pela oral

JOHN BULWER (1606–1656)JOHN BULWER (1606–1656) • • médico inglês, médico inglês, primeiro inglês a desenvolver um método de comunicação entre ouvintes primeiro inglês a desenvolver um método de comunicação entre ouvintes

e surdos;e surdos;

• • acreditava que a L.S. deveria possuir um lugar de destaque na educação dos surdos;acreditava que a L.S. deveria possuir um lugar de destaque na educação dos surdos;

• • publicou vários livros, que realçam o uso dos gestos.publicou vários livros, que realçam o uso dos gestos.

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JOHN WALLIS (1616-1703)JOHN WALLIS (1616-1703)

• • estudioso da surdez e educador de surdos;estudioso da surdez e educador de surdos;

• • tentou ensinar os surdos a falar, desistiu deste método de ensino, tentou ensinar os surdos a falar, desistiu deste método de ensino, dedicando-se ao ensino da escrita;dedicando-se ao ensino da escrita;

• • usava gestos no seu ensino.usava gestos no seu ensino.

KONRAH AMMAN KONRAH AMMAN

• • médico suíço, defensor da leitura labial, para ele a fala fazia com que médico suíço, defensor da leitura labial, para ele a fala fazia com que a pessoa fosse humana;a pessoa fosse humana;

• • cria que a língua gestual atrofiava a mente, no que refere ao cria que a língua gestual atrofiava a mente, no que refere ao desenvolvimento da fala e do pensamento, embora a usasse como desenvolvimento da fala e do pensamento, embora a usasse como método de ensino para atingir a oralidademétodo de ensino para atingir a oralidade

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CHARLES-MICHEL DE L´EPÉE (1712-1789)CHARLES-MICHEL DE L´EPÉE (1712-1789)

• • educador francês, ficou conhecido como “Pai dos Surdos”;educador francês, ficou conhecido como “Pai dos Surdos”;

• • estudou para ser padre, mas foi lhe negada a ordenação;estudou para ser padre, mas foi lhe negada a ordenação;

• • estudou direito, e pouco tempo depois foi designado abade;estudou direito, e pouco tempo depois foi designado abade;

• • dedicou-se a salvação dos surdos;dedicou-se a salvação dos surdos;

• • meados na década de 1750, fundou um abrigo, que ele próprio sustentava meados na década de 1750, fundou um abrigo, que ele próprio sustentava (nível particular e privado);(nível particular e privado);

• • acreditava que os surdos eram capazes de possuir linguagem, receber acreditava que os surdos eram capazes de possuir linguagem, receber sacramentos e evitar ir para o inferno;sacramentos e evitar ir para o inferno;

• • 1º anos da década de 1760, o abrigo tornou-se a primeira escola de surdos a 1º anos da década de 1760, o abrigo tornou-se a primeira escola de surdos a nível mundial, aberta ao público;nível mundial, aberta ao público;

• • seu método se espalhou pelo mundo (centrava-se no uso dos gestos);seu método se espalhou pelo mundo (centrava-se no uso dos gestos);

• • baseou-se no princípio:baseou-se no princípio:

“ “ ao surdo-mudo deve ser ensinado através da visão aquilo que às outras ao surdo-mudo deve ser ensinado através da visão aquilo que às outras pessoas é ensinado através da audição”pessoas é ensinado através da audição”

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• • também trabalhou com a língua oral e a leitura labial, mas em menos também trabalhou com a língua oral e a leitura labial, mas em menos grau;grau;

• • estabeleceu programa de ensino/treinamento para estrangeiros;estabeleceu programa de ensino/treinamento para estrangeiros;

• • reconheceu que a L.S. existia e se desenvolvia (embora a não reconheceu que a L.S. existia e se desenvolvia (embora a não considerasse uma língua com gramática) – “Sinais Metódicos”considerasse uma língua com gramática) – “Sinais Metódicos”

• • permitia acesso aos seus métodos e às suas aulas ao público e permitia acesso aos seus métodos e às suas aulas ao público e outros educadores.outros educadores.

• • estabeleceu programas de ensino/treinamento para estrangeirosestabeleceu programas de ensino/treinamento para estrangeiros

• • reconhecia que ensinar o surdo falar seria perda de tempo, antes reconhecia que ensinar o surdo falar seria perda de tempo, antes devia ensinar-lhe a língua gestualdevia ensinar-lhe a língua gestual

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JACOB RODRIGUES PEREIRA (1715-1780)JACOB RODRIGUES PEREIRA (1715-1780)• • educador francês, usava gestos mas defendia a oralização dos educador francês, usava gestos mas defendia a oralização dos

surdos;surdos;THOMAS BRAIDWOOD (1715-1806)THOMAS BRAIDWOOD (1715-1806)

• • abre uma escola (1ª de correção da fala da Europa) em Edimburgo, baseada numa metodologia de base oral e gestual;SAMUEL HEINICKE (1727-1790)SAMUEL HEINICKE (1727-1790)

• • alemão, ensinou vários surdos a falar, criando e definindo o método alemão, ensinou vários surdos a falar, criando e definindo o método conhecido hoje como Oralismo.conhecido hoje como Oralismo.

• • pensamento só poderia ser desenvolvido através da língua oral;pensamento só poderia ser desenvolvido através da língua oral;• • utilizava sinais e alfabeto manual como meio de atingir a falautilizava sinais e alfabeto manual como meio de atingir a fala

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Até a IDADE CONTEMPORÂNEAAté a IDADE CONTEMPORÂNEA

1º livro publicado por um surdo – “Observatios” de Pierre Desloges 1º livro publicado por um surdo – “Observatios” de Pierre Desloges em 1779 (levantou atenção para o uso da L.S. na educ.dos surdos);em 1779 (levantou atenção para o uso da L.S. na educ.dos surdos);

• • pouco antes surdos eram considerados incapazes de serem pouco antes surdos eram considerados incapazes de serem

educados e até desprovido de pensamento.educados e até desprovido de pensamento. PIERRE DESLOGES (1747-1799)PIERRE DESLOGES (1747-1799)

• • ficou surdo aos 7 anos de idade, devido varíola;ficou surdo aos 7 anos de idade, devido varíola;• • aprendeu L.S. só aos 27 anos de idade, ensinado por um surdo aprendeu L.S. só aos 27 anos de idade, ensinado por um surdo

italiano;italiano;

→ → Segunda metade do século XVIII – educação dos surdos de dividia Segunda metade do século XVIII – educação dos surdos de dividia entre dois métodos de ensino, o GESTUALISMO (conhecido como entre dois métodos de ensino, o GESTUALISMO (conhecido como método francês, do abade L´Epée) e o ORALISMO (conhecido método francês, do abade L´Epée) e o ORALISMO (conhecido como método alemão, de Heinicke).como método alemão, de Heinicke).

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→ → 1789 morre L´Epée e o abade Sicard (brilhante gramático da época), é 1789 morre L´Epée e o abade Sicard (brilhante gramático da época), é nomeado o novo diretor do Institution National for Deaf-Mutes de Parisnomeado o novo diretor do Institution National for Deaf-Mutes de Paris

ROCH-AMBROISE CUCURRON SICARD (1742-1822)ROCH-AMBROISE CUCURRON SICARD (1742-1822)• • abade francês e instrutor de surdos;abade francês e instrutor de surdos;• • gramático e diretor do Instituto de Paris (sucessor de L´Epée)gramático e diretor do Instituto de Paris (sucessor de L´Epée)• • publicou dois livros, um deles relata a história do surdo Jean Massieu, neste publicou dois livros, um deles relata a história do surdo Jean Massieu, neste

livro conta com detalhes como educou com êxito este surdo.livro conta com detalhes como educou com êxito este surdo.““Porque a pessoa surda permanece estúpida enquanto nos tornamos inteligentes!”Porque a pessoa surda permanece estúpida enquanto nos tornamos inteligentes!”

JEAN MASSIEU (1772-1846)JEAN MASSIEU (1772-1846)• • até 14 anos de idade não tinha conhecimento de nenhuma língua;até 14 anos de idade não tinha conhecimento de nenhuma língua;• • famoso professor fluente tanto na L.S. quanto no francês escrito.famoso professor fluente tanto na L.S. quanto no francês escrito.• • escreve uma autobiografia.escreve uma autobiografia.

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Após a morte de L´Epée, o quadro da educação dos surdos, que havia Após a morte de L´Epée, o quadro da educação dos surdos, que havia sido revolucionado através de suas influências e método com resultados sido revolucionado através de suas influências e método com resultados

positivos até então, começa a tomar outro rumo, e a onda do oralismo positivos até então, começa a tomar outro rumo, e a onda do oralismo volta com força totalvolta com força total

JEAN MARC ITARD (1774-1838)JEAN MARC ITARD (1774-1838)

• • médico-cirurgião (1º médico a se interessar pelo estudo da surdez e médico-cirurgião (1º médico a se interessar pelo estudo da surdez e das deficiências auditivas)das deficiências auditivas)

• • foi residente do Instituto de Paris;foi residente do Instituto de Paris;

• • a surdez, que após muita luta começava a ser vista como uma a surdez, que após muita luta começava a ser vista como uma diferença, passa a ser vista como uma doença, por influência deste diferença, passa a ser vista como uma doença, por influência deste médico;médico;

• • como doença, torna-se passível de tratamento para sua diminuição e como doença, torna-se passível de tratamento para sua diminuição e erradicação.erradicação.

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Procurando descobrir as causas e a cura para Procurando descobrir as causas e a cura para a surdez, ITARD:a surdez, ITARD:

• • dissecou cadáveres de surdos;dissecou cadáveres de surdos;

• • aplicou cargas elétricas nos ouvidos de surdos;aplicou cargas elétricas nos ouvidos de surdos;

• • usou sanguessugas para provocar sangramentos;usou sanguessugas para provocar sangramentos;

• • furou as membranas timpânicas de alunos (um aluno morreu por este furou as membranas timpânicas de alunos (um aluno morreu por este motivo);motivo);

• • fez várias experiências e publicou vários artigos sobre uma técnica fez várias experiências e publicou vários artigos sobre uma técnica especial para colocar cateteres no ouvido de pessoas com especial para colocar cateteres no ouvido de pessoas com problemas auditivos, tornando-se famoso e dando nome a sonda de problemas auditivos, tornando-se famoso e dando nome a sonda de Itard;Itard;

• • fraturou o crânio de alguns alunos;fraturou o crânio de alguns alunos;

• • infeccionou pontos atrás das orelhas deles.infeccionou pontos atrás das orelhas deles.

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Itard ainda:Itard ainda:

• • realizou trabalho com alguns alunos surdos, sempre com um único realizou trabalho com alguns alunos surdos, sempre com um único objetivo, o de desenvolver a fala;objetivo, o de desenvolver a fala;

• • resultado de seu trabalho – conseguiu com que alguns alunos resultado de seu trabalho – conseguiu com que alguns alunos falassem, mas percebeu que não era natural e fluente como nos falassem, mas percebeu que não era natural e fluente como nos ouvintes;ouvintes;

• • proposta inicial: transformar o surdo em um ouvinte, pelo fracasso proposta inicial: transformar o surdo em um ouvinte, pelo fracasso culpou a L.S.culpou a L.S.

““Após 16 anos de experiências e tentativas de oralização e correção Após 16 anos de experiências e tentativas de oralização e correção da surdez, o próprio Itard se frusta com seus resultados não da surdez, o próprio Itard se frusta com seus resultados não satisfatórios, sem conseguir atingir seu objetivo desejado, ele satisfatórios, sem conseguir atingir seu objetivo desejado, ele mesmo se rende, concluindo que os surdos realmnete precisam ser mesmo se rende, concluindo que os surdos realmnete precisam ser educados através da L.S. (MOURA, 2000, p. 27)”educados através da L.S. (MOURA, 2000, p. 27)”

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS NOS E.U.ANOS E.U.A

THOMAS HOPKINS GALLAUDET (1787-1851)THOMAS HOPKINS GALLAUDET (1787-1851)• • 1814 – primeiro encontro com um surdo (observando algumas 1814 – primeiro encontro com um surdo (observando algumas

crianças brincando, percebeu que uma não participava da crianças brincando, percebeu que uma não participava da brincadeira, descobriu que ela era surda e que seu nome era Alice brincadeira, descobriu que ela era surda e que seu nome era Alice Cogswell);Cogswell);

• • tentou ensinar Alice, depois conversou com seu pai a respeito da tentou ensinar Alice, depois conversou com seu pai a respeito da fundação de uma escola para surdos no local (não havia escola fundação de uma escola para surdos no local (não havia escola para surdos nos EUA na época);para surdos nos EUA na época);

• • Gallaudet decidiu dedicar-se ao ensino dos surdos;Gallaudet decidiu dedicar-se ao ensino dos surdos;• • soube do trabalho com surdos na França e na Inglaterra e foi a soube do trabalho com surdos na França e na Inglaterra e foi a

Europa em 1816;Europa em 1816;• • 1º Inglaterra (escolas Braidwood, método oral), o receberam com 1º Inglaterra (escolas Braidwood, método oral), o receberam com

frieza, métodos mantidos em segredo.frieza, métodos mantidos em segredo.• • 2º Paris, onde conheceu Laurent Clerc, surdo, que decidiu viajar com 2º Paris, onde conheceu Laurent Clerc, surdo, que decidiu viajar com

Gallaudet para os EUA;Gallaudet para os EUA;

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• • 52 dias de viagem, Clerc ensinou L.S. a Gallaudet e o mesmo o 52 dias de viagem, Clerc ensinou L.S. a Gallaudet e o mesmo o ensinou inglês;ensinou inglês;

• • em 1817, junto com Mason Cogswell fundaram o Americam School em 1817, junto com Mason Cogswell fundaram o Americam School for the Deaf (1ª escola para surdos, nos EUA);for the Deaf (1ª escola para surdos, nos EUA);

• • Thomas Gallaudet morre em 1851, considerado o pais da A.S.L.;Thomas Gallaudet morre em 1851, considerado o pais da A.S.L.;

EDWARD MINER GALLAUDET (1864-1910)EDWARD MINER GALLAUDET (1864-1910)

• • filho de Thomas Gallaudet, participou da fundação da 1º colégio filho de Thomas Gallaudet, participou da fundação da 1º colégio universitário para surdos em 1857, a “universitário para surdos em 1857, a “GALLAUDET SCHOOL”, GALLAUDET SCHOOL”, que que deu origem a “deu origem a “Universidade Gallaudet”Universidade Gallaudet”, em Washington;, em Washington;

• • educador de surdos, e presidente da educador de surdos, e presidente da Universidade Gallaudet por 40 Universidade Gallaudet por 40 anos.anos.

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UNIVERSIDADE GALLAUDETUNIVERSIDADE GALLAUDET

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• • única universidade do mundo para surdos;única universidade do mundo para surdos;

• • instituição privada, que conta com o apoio direto do Congresso, que instituição privada, que conta com o apoio direto do Congresso, que em 1864 autorizou a escola a conferir títulos universitários;em 1864 autorizou a escola a conferir títulos universitários;

• • 1ª língua oficial – A.S.L.1ª língua oficial – A.S.L.

2ª língua – inglês2ª língua – inglês

• • prioridade a estudantes surdos, porém admite um pequeno número prioridade a estudantes surdos, porém admite um pequeno número de estudantes ouvintes a cada semestre;de estudantes ouvintes a cada semestre;

• • atualmente conta com 2000 estudantes (25% cursam pós-atualmente conta com 2000 estudantes (25% cursam pós-graduação);graduação);

• • oferece educação em todos os níveis (desde escola primária até oferece educação em todos os níveis (desde escola primária até doutorado);doutorado);

• • há cerca de 40 carreiras distintas, em praticamente todas as áreas do há cerca de 40 carreiras distintas, em praticamente todas as áreas do conhecimentoconhecimento

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• • 1988 um surdo é eleito reitor da instituição (Dr. I. King Jordan);1988 um surdo é eleito reitor da instituição (Dr. I. King Jordan);

• • iniciou a partir de então, um processo de reforma administrativa para iniciou a partir de então, um processo de reforma administrativa para que ao menos 51% dos cargos de direção da universidade fossem que ao menos 51% dos cargos de direção da universidade fossem ocupados por surdos.ocupados por surdos.

NESSE INTERÍM, ALEXANDER GRAHM BELL, TRABALHAVA NA NESSE INTERÍM, ALEXANDER GRAHM BELL, TRABALHAVA NA ORALIZAÇÃO DOS SURDOSORALIZAÇÃO DOS SURDOS

ALEXANDER GRAHM BELL (1847-1922)ALEXANDER GRAHM BELL (1847-1922)

• • escocês, cientista e inventor do telefone;escocês, cientista e inventor do telefone;

• • sua mãe e esposa eram surdas;sua mãe e esposa eram surdas;

• • defensor do oralismo e opositor da L.S. e das comunidades surdas;defensor do oralismo e opositor da L.S. e das comunidades surdas;

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• • Bell defendia que os surdos não deveriam poder casar entre si;Bell defendia que os surdos não deveriam poder casar entre si;

• • surdos deveriam obrigatoriamente frequentar escolas normais e surdos deveriam obrigatoriamente frequentar escolas normais e regulares;regulares;

• • em 1887, admitiu que os surdos deveriam ser oralizados durante um em 1887, admitiu que os surdos deveriam ser oralizados durante um ano, mas se isso não resultasse, então poderiam ser expostos a ano, mas se isso não resultasse, então poderiam ser expostos a L.S.L.S.

““o inimigo mais temível dos surdos americanos”,o inimigo mais temível dos surdos americanos”, proclamou George proclamou George Veditz, ex-presidente da Associação Nacional dos SurdosVeditz, ex-presidente da Associação Nacional dos Surdos

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CONGRESSO DE MILÃO - 1880CONGRESSO DE MILÃO - 1880

→ → Oralismo X Gestualismo;Oralismo X Gestualismo;→ → evento preparado pela maioria ouvinte oralista;evento preparado pela maioria ouvinte oralista;→ → reunira-se profissionais da educação de diversos países, para reunira-se profissionais da educação de diversos países, para

discutir métodos utilizados na educação dos surdos;discutir métodos utilizados na educação dos surdos;→ → Edward Gallaudet, principal representante gestualista; Edward Gallaudet, principal representante gestualista;

→ → dos congressistas, somente três eramdos congressistas, somente três eram surdo;surdo;

→ → foi apresentado alunos surdos que falavam bem (dando impressão foi apresentado alunos surdos que falavam bem (dando impressão que todos os surdos que passavam pelo oralismo obtinham que todos os surdos que passavam pelo oralismo obtinham eficiência na fala).eficiência na fala).

→ → Oralismo saiu vencedor e o uso da L.S. nas escolas foi oficialmente Oralismo saiu vencedor e o uso da L.S. nas escolas foi oficialmente abolido;abolido;

““Hoje, 86% dos surdos dos EUA não falam bem (ARRIENS, 2002)Hoje, 86% dos surdos dos EUA não falam bem (ARRIENS, 2002)

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CONSEQUÊNCIAS DO CONGRESSOCONSEQUÊNCIAS DO CONGRESSO

→ → L.S. totalmente proibida e estigmatizada;L.S. totalmente proibida e estigmatizada;→ → a figura do professor surdo começa a desaparecer, pois aos poucos a figura do professor surdo começa a desaparecer, pois aos poucos

foram sendo demitidos;foram sendo demitidos;Proporção de professores surdos:Proporção de professores surdos:- 1850, cerca de 50%1850, cerca de 50%- diminuiu para 25% na virada do século;diminuiu para 25% na virada do século;- e 12% em 1960e 12% em 1960→ → domínio da língua oral passou a ser uma condição indispensável domínio da língua oral passou a ser uma condição indispensável

para a sua aceitação dentro da comunidade majoritária;para a sua aceitação dentro da comunidade majoritária;→ → 100 anos após o Congresso de Milão encontramos os primeiros 100 anos após o Congresso de Milão encontramos os primeiros

relatos do fracasso do oralismo puro;relatos do fracasso do oralismo puro;→ → grande parte dos surdos profundos não desenvolveu uma fala grande parte dos surdos profundos não desenvolveu uma fala

socialmente satisfatória;socialmente satisfatória;→ → nível de aprendizagem da leitura e escrita dos surdos após anos de nível de aprendizagem da leitura e escrita dos surdos após anos de

escolaridade era muito ruim;escolaridade era muito ruim;

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Segundo CAPOVILLA (2001)Segundo CAPOVILLA (2001)Pesquisas realizadas na InglaterraPesquisas realizadas na Inglaterra

→ → apenas 25% dos surdos que passavam pela educação oralista, na apenas 25% dos surdos que passavam pela educação oralista, na faixa etária entre 15-16 anos conseguiam falar de uma forma faixa etária entre 15-16 anos conseguiam falar de uma forma

inteligível, pelo menos por seus professores.inteligível, pelo menos por seus professores. → → Em relação a leitura e escrita, a mesma pesquisa relatou que 30% Em relação a leitura e escrita, a mesma pesquisa relatou que 30%

dos surdos eram analfabetos e um número inferior a 10% tinham dos surdos eram analfabetos e um número inferior a 10% tinham um nível de leitura coerente a sua idade. um nível de leitura coerente a sua idade.

→ → AAs habilidades de leitura labial apresentadas por esses surdos eram s habilidades de leitura labial apresentadas por esses surdos eram

tidas também como insatisfatóriatidas também como insatisfatória

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EDUCAÇÃO DOS SURDOS NO EDUCAÇÃO DOS SURDOS NO BRASILBRASIL

→ → iniciou na época do imperador D. Pedro II;iniciou na época do imperador D. Pedro II;→ → genro de D. Pedro II , genro de D. Pedro II , conde D'Eu era surdo conde D'Eu era surdo (marido da princesa Isabel )(marido da princesa Isabel )→ → no ano de 1855 D. Pedro II trouxe para o Brasil, diretamente do Instituto de no ano de 1855 D. Pedro II trouxe para o Brasil, diretamente do Instituto de

Paris, Hernest Huet, um professor surdo;Paris, Hernest Huet, um professor surdo;→ → Huet nasceu em Paris em 1822, ficou surdo aos 12 anos de idade;Huet nasceu em Paris em 1822, ficou surdo aos 12 anos de idade;→ → antes de adquirir a surdez falava francês, alemão e português, e após ficar antes de adquirir a surdez falava francês, alemão e português, e após ficar

surdo aprendeu espanhol;surdo aprendeu espanhol;→ → em 1857 foi fundada no Brasil a primeira escola de surdos no Brasil, hoje em 1857 foi fundada no Brasil a primeira escola de surdos no Brasil, hoje

Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES);Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES);→ → Brasil, como todo mundo sofre influência do Congresso de 1880;Brasil, como todo mundo sofre influência do Congresso de 1880;

““Mas é somente na década de 1960 que a L.S. volta a ser considerada como Mas é somente na década de 1960 que a L.S. volta a ser considerada como língua, por meio das observações feitas pelo linguísta americano Willian língua, por meio das observações feitas pelo linguísta americano Willian

Stokoe...”(SACKS, 1998, p. 28)Stokoe...”(SACKS, 1998, p. 28)

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WILLIAN STOKOE (1919-2000)WILLIAN STOKOE (1919-2000)

→→1955 a 1970 trabalhou como professor e chefe do departamento de 1955 a 1970 trabalhou como professor e chefe do departamento de inglês, na Universidade Gallaudet. inglês, na Universidade Gallaudet.

→→Publicou Publicou Estrutura da Língua GestualEstrutura da Língua Gestual e foi co-autor de e foi co-autor de Um Um Dicionário de Língua Gestual Americana sobre Princípios Dicionário de Língua Gestual Americana sobre Princípios

LinguísticosLinguísticos (1965). (1965). →→atribuiu a L.S. o status de línguaatribuiu a L.S. o status de língua

→→mudança da percepção da ASL de uma versão simplificada ou mudança da percepção da ASL de uma versão simplificada ou incompleta do inglês para o de uma complexa e próspera língua incompleta do inglês para o de uma complexa e próspera língua natural, com uma sintaxe e gramática independentes natural, com uma sintaxe e gramática independentes

Page 27: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

1951 é fundada a Federação Mundial dos 1951 é fundada a Federação Mundial dos Surdos (WFD) em Roma.Surdos (WFD) em Roma.

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→ → década de 70 chega ao Brasil a Comunicação Total, após visita de década de 70 chega ao Brasil a Comunicação Total, após visita de uma professora de surdos a Universidade Gallaudet;uma professora de surdos a Universidade Gallaudet;

→ → década de 80 inicia-se as discussões acerca do Bilinguismo no década de 80 inicia-se as discussões acerca do Bilinguismo no Brasil;Brasil;

→ → a partir das pesquisas desenvolvidas por a partir das pesquisas desenvolvidas por Lucinda Ferreira BritoLucinda Ferreira Brito sobre a Língua Brasileira de Sinais, deu-se início as pesquisas, sobre a Língua Brasileira de Sinais, deu-se início as pesquisas, seguindo o padrão internacional de abreviação das Línguas de seguindo o padrão internacional de abreviação das Línguas de Sinais, tendo a brasileira sida batizada pela professora de LSCB Sinais, tendo a brasileira sida batizada pela professora de LSCB

(Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros(Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros

→ → a partir de 1994, Brito passa a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua a partir de 1994, Brito passa a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que foi criada pela própria comunidade surda Brasileira de Sinais), que foi criada pela própria comunidade surda para designar a LSCB; para designar a LSCB;

Page 29: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

Foi sancionada, em 24 de abril de 2002, a lei nº 10. 436 que Foi sancionada, em 24 de abril de 2002, a lei nº 10. 436 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação e expressão. legal de comunicação e expressão.

Page 30: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

““A deficiência auditiva na infância é mais do A deficiência auditiva na infância é mais do que um diagnóstico médico, envolve que um diagnóstico médico, envolve questões educacionais, lingüísticas, questões educacionais, lingüísticas,

sociais e emocionais decorrentes das sociais e emocionais decorrentes das limitações de comunicação existente com limitações de comunicação existente com

a sociedade”.a sociedade”.

Page 31: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

Bimodalismo (Português Sinalizado)Bimodalismo (Português Sinalizado)

Comunicação TotalComunicação Total

BilinguismoBilinguismo

Page 32: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

BIMODALISMOBIMODALISMO

→ → uso simultâneo da fala e dos sinais;uso simultâneo da fala e dos sinais;→ → não é uma língua;não é uma língua;→ → línguas orais e línguas de sinais são impossíveis de

serem reunidas em um mesmo discurso;→→Muitos educadores advogam o uso do bimodalismo

como solução para a situação interativa entre alunos surdos e professores e colegas ouvintes na sala de aula, insistindo em ignorar a recepção desse sistema artificial pelo surdo, e desprezando as contradições;

Page 33: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

COMUNICAÇÃO TOTALCOMUNICAÇÃO TOTAL→ → consideram a língua oral um código imprescindível para que se possa consideram a língua oral um código imprescindível para que se possa

incorporar a vida social e cultural, receber informações, intensificar relações incorporar a vida social e cultural, receber informações, intensificar relações sociais e ampliar o conhecimento geral de mundo, mesmo admitindo as sociais e ampliar o conhecimento geral de mundo, mesmo admitindo as dificuldades de aquisição, pelos surdos, dessa língua. dificuldades de aquisição, pelos surdos, dessa língua.

→ → é a prática de usar sinais, leitura orofacial, amplificação, alfabeto manual, é a prática de usar sinais, leitura orofacial, amplificação, alfabeto manual, mímica, gestos...)mímica, gestos...)

→ → objetivo é fornecer à criança a possibilidade de desenvolver uma objetivo é fornecer à criança a possibilidade de desenvolver uma comunicação real comunicação real

→ → tudo o que é falado pode ser acompanhado por elementos visuais que o tudo o que é falado pode ser acompanhado por elementos visuais que o representam representam

→ → ppráticas desenvolvidas nos Estados Unidos e em outros países nas ráticas desenvolvidas nos Estados Unidos e em outros países nas décadas de 1970 e 1980 décadas de 1970 e 1980

→→sinais voltam aos poucos a serem valorizados;sinais voltam aos poucos a serem valorizados;→ → apesar da comunicação entre surdos e ouvintes ter melhorado, obervou0se apesar da comunicação entre surdos e ouvintes ter melhorado, obervou0se

que a leitura e escrita do surdo ainda continuava muito abaixo do esperadoque a leitura e escrita do surdo ainda continuava muito abaixo do esperado→ → consequencia desta prática, o surdo não tinha domínio pleno em nenhuma consequencia desta prática, o surdo não tinha domínio pleno em nenhuma

das línguas. das línguas.

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BILINGUISMOBILINGUISMO

→ → ensino de duas línguas;ensino de duas línguas;

→ → L1 (L.S., língua natural)) e L2 (língua do país);L1 (L.S., língua natural)) e L2 (língua do país);

→ → A língua de sinais é adquirida naturalmente pela criança surda A língua de sinais é adquirida naturalmente pela criança surda ;;

→→ A língua de sinais é uma língua como qualquer outra e não apenas A língua de sinais é uma língua como qualquer outra e não apenas gestos combinados;gestos combinados;

→→ Biculturalismo (não basta conhecer a gramática das duas línguas);Biculturalismo (não basta conhecer a gramática das duas línguas);

→ → cada uma as línguas apresentadas aos surdos mantenha suas cada uma as línguas apresentadas aos surdos mantenha suas características próprias e que não se “misture” uma com a outra;características próprias e que não se “misture” uma com a outra;

→→aprenderá a segunda língua com base na língua maternaaprenderá a segunda língua com base na língua materna

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Alguns mitos sobre o Bilingüismo Alguns mitos sobre o Bilingüismo citado pelo Dr. Mike Kemp.citado pelo Dr. Mike Kemp.

Aprender duas línguas confunde a criança e subestima sua inteligência.Aprender duas línguas confunde a criança e subestima sua inteligência.A criança deve aprender primeiro uma língua e somente depois começar A criança deve aprender primeiro uma língua e somente depois começar a aprender uma outra.a aprender uma outra.A criança que aprende duas línguas não se sente bem em nenhuma A criança que aprende duas línguas não se sente bem em nenhuma delas. Ela sempre se sentirá dividida entre duas culturas.delas. Ela sempre se sentirá dividida entre duas culturas.Bilingüismo deve transformar a língua mais fraca na língua mais forte.Bilingüismo deve transformar a língua mais fraca na língua mais forte.Crianças que crescem bilíngües fazem boas traduções quando crescem.Crianças que crescem bilíngües fazem boas traduções quando crescem.Bilíngües reais nunca misturam suas línguas. As pessoas que misturam Bilíngües reais nunca misturam suas línguas. As pessoas que misturam são “semi-línguais”.são “semi-línguais”.Bilíngües têm personalidade tempestuosas.Bilíngües têm personalidade tempestuosas.Bilingüismo é uma charmosa exceção, mas monolinguismo é o curso Bilingüismo é uma charmosa exceção, mas monolinguismo é o curso real.real.Seja cuidadoso; se você não seguir a s regras exatamente, suas Seja cuidadoso; se você não seguir a s regras exatamente, suas crianças nunca terão o manejo das duas línguas.crianças nunca terão o manejo das duas línguas.Você nunca poderá faze-lo bilíngüe agora. As pessoas, depois de uma Você nunca poderá faze-lo bilíngüe agora. As pessoas, depois de uma idade X, realmente não podem aprender uma língua. idade X, realmente não podem aprender uma língua.

Page 36: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

EXEMPLOS DE TRABALHOS EXEMPLOS DE TRABALHOS BILINGUESBILINGUES

SUÉCIASUÉCIA→→ primeiro país a reconhecer, em 1981, a Língua de Sinais como uma primeiro país a reconhecer, em 1981, a Língua de Sinais como uma

língua;língua;

→→1983 foi implementado um novo currículo nas escolas de surdos, no 1983 foi implementado um novo currículo nas escolas de surdos, no qual foi incluído a disciplina “língua”, que trabalha não só o sueco qual foi incluído a disciplina “língua”, que trabalha não só o sueco mais também a língua de sinais. mais também a língua de sinais.

→ → L.S.L.S. é muito valorizada e respeitada nas escolas, ela é o principal é muito valorizada e respeitada nas escolas, ela é o principal meio utilizado para transmissão e aquisição do conhecimento. meio utilizado para transmissão e aquisição do conhecimento.

→→O sueco é ensinado através da língua de sinais e seu uso e função O sueco é ensinado através da língua de sinais e seu uso e função são mais restritos a situações formais, como por exemplo, para são mais restritos a situações formais, como por exemplo, para leitura e escrita, para leitura labial e fala, e seu ensino se restringe leitura e escrita, para leitura labial e fala, e seu ensino se restringe as aulas de língua.as aulas de língua.

Page 37: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

O ENSINO DA L.S. FAZ PARTE DO CURRICULO O ENSINO DA L.S. FAZ PARTE DO CURRICULO

ESCOLAR. NESTA DISCIPLINA ENVOLVE:ESCOLAR. NESTA DISCIPLINA ENVOLVE:

Aprendizagem da gramática da língua de sinais;Aprendizagem da gramática da língua de sinais;

Aprendizagem do alfabeto internacional;Aprendizagem do alfabeto internacional;

Ensino de alfabetos manuais de outras línguas de sinais;Ensino de alfabetos manuais de outras línguas de sinais;

Acesso a informações gerais sobre organizações Acesso a informações gerais sobre organizações nacionais e internacionais de surdos. (QUADROS, 1997)nacionais e internacionais de surdos. (QUADROS, 1997)

Page 38: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

WALLIN (1990), RELATA O ÊXITO DOS SEUS WALLIN (1990), RELATA O ÊXITO DOS SEUS RESULTADOS QUE VALEM A PENA SEREM RESULTADOS QUE VALEM A PENA SEREM

CITADOS. VEJAMOS ALGUNS:CITADOS. VEJAMOS ALGUNS:

Crianças apresentam boa auto-estima;Crianças apresentam boa auto-estima;Crianças capazes de entender as coisas que acontecem ao seu Crianças capazes de entender as coisas que acontecem ao seu redor;redor;Crianças adquirindo linguagem mais cedo em comparação a outras Crianças adquirindo linguagem mais cedo em comparação a outras realidades de outros países;realidades de outros países;Bom desenvolvimento da leitura e escrita;Bom desenvolvimento da leitura e escrita;Preocupação em oferecer aos surdos uma educação equivalente a Preocupação em oferecer aos surdos uma educação equivalente a que é dada aos ouvintes;que é dada aos ouvintes;Participação dos surdos adultos na educação dos surdos;Participação dos surdos adultos na educação dos surdos;Professores surdos;Professores surdos;E outros.E outros.

Page 39: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

VENEZUELAVENEZUELA→ → O O Bilingüismo foi implantado em todas as escolas públicas de Bilingüismo foi implantado em todas as escolas públicas de

surdos de uma só vez, e a partir de 1990 todas estas 42 escolas surdos de uma só vez, e a partir de 1990 todas estas 42 escolas passaram a ser bilíngües. passaram a ser bilíngües.

→ → Carlos Sánchez (psiquiatra e pediatra) foi o maior responsável pela Carlos Sánchez (psiquiatra e pediatra) foi o maior responsável pela mudança das escolas oralistas em escolas bilíngües; mudança das escolas oralistas em escolas bilíngües;

→→Em 1984, mediante investigação chegou a seguinte conclusão, os Em 1984, mediante investigação chegou a seguinte conclusão, os surdos não liam bem, e segundo ele mesmo, como poderiam ler surdos não liam bem, e segundo ele mesmo, como poderiam ler bem se são ensinados a ler como se fossem ouvintes.bem se são ensinados a ler como se fossem ouvintes.

→→ Quando os pais recebem o diagnóstico que seu filho é surdo, Quando os pais recebem o diagnóstico que seu filho é surdo, Sánchez diz: “Seu filho é normal; pode ser inteligente, criativo. Só Sánchez diz: “Seu filho é normal; pode ser inteligente, criativo. Só que ele fala outra língua; ele é um estrangeiro”. que ele fala outra língua; ele é um estrangeiro”.

Page 40: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

Trabalho desenvolvido nas escolas Trabalho desenvolvido nas escolas de surdos na Venezuelade surdos na Venezuela

garantir o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e do garantir o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e do individuo. Para atingir essa meta, a escola deverá ser um individuo. Para atingir essa meta, a escola deverá ser um ambiente em que a língua de sinais seja usada durante todo o ambiente em que a língua de sinais seja usada durante todo o período, isto é, a língua usada na escola será a língua de sinais;período, isto é, a língua usada na escola será a língua de sinais;

assegurar o desenvolvimento da personalidade de forma sadia. assegurar o desenvolvimento da personalidade de forma sadia. Para isso, a criança precisa interagir com adultos surdos.Para isso, a criança precisa interagir com adultos surdos.

Page 41: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

Garantir que a criança surda construa uma teoria de mundo, pois a Garantir que a criança surda construa uma teoria de mundo, pois a criança surda que convive com adultos ouvintes ano tem chance de criança surda que convive com adultos ouvintes ano tem chance de questionar coisas, porque não obtém respostas. Quanto mais questionar coisas, porque não obtém respostas. Quanto mais experiências de vida forem comentadas e elaboradas, amplia-se experiências de vida forem comentadas e elaboradas, amplia-se mais a concepção de mundo. A escola deverá oferecer esse tipo de mais a concepção de mundo. A escola deverá oferecer esse tipo de experiência para que a criança surda faça perguntas e obtenha experiência para que a criança surda faça perguntas e obtenha respostas, obviamente em língua de sinais, para construir a sua respostas, obviamente em língua de sinais, para construir a sua teoria de mundo.teoria de mundo.

Assegurar o acesso aos conteúdos escolares. A escola deve Assegurar o acesso aos conteúdos escolares. A escola deve garantir as aluno surdo todos os conteúdos que são estudados em garantir as aluno surdo todos os conteúdos que são estudados em uma escola de ouvintes. uma escola de ouvintes.

Page 42: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

““A importância da escola para surdos é muito A importância da escola para surdos é muito maior do que para ouvintes. Por quê? Ora, maior do que para ouvintes. Por quê? Ora,

porque a escola será o ambiente que porque a escola será o ambiente que oportunizará o desenvolvimento da linguagem oportunizará o desenvolvimento da linguagem

dessa criança”. (SÁNCHEZ,) dessa criança”. (SÁNCHEZ,)

Page 43: DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco.

““Enquanto houver duas pessoas surdas Enquanto houver duas pessoas surdas sobre a face da terra e elas se sobre a face da terra e elas se

encontrarem, serão usados os sinais”encontrarem, serão usados os sinais”

J. Schuler LongJ. Schuler Long