Dirteriz Atendimento a Transtorno Do Espectro Aautismo
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
1AT
Diretrizes de Ateno
MINISTRIO DA SADE
Braslia DF2013
Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
VERS
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RELI
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Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
Diretrizes de Ateno
MINISTRIO DA SADESecretaria de Ateno Sade
Departamento de Aes Programti cas Estratgicas
Braslia DF2013
F. Comunicao e Educao em Sade
Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
VERS
O P
RELI
MINA
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Ministrioda Sade
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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2013 Ministrio da Sade.Todos os direitos reservados. permiti da a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que no seja para venda ou qualquer m comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra da rea tcnica. A coleo insti tucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade: .
Tiragem: 1 edio 2013 500 exemplares
Elaborao, distribuio e informaesMINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Aes Programti cas e Estratgicasrea Tcnica de Sade da Pessoa com DeficinciaSAF/Sul, Trecho 2, Edif cio Premium, Torre 2, bloco F, trreo, sala 11CEP: 70070-600 Braslia/DFSite: E-mail: pessoacomde [email protected]
CoordenaoDrio Frederico Pasche Vera Lcia Ferreira Mendes
OrganizaoMariana Fernandes CamposVera Lcia Ferreira Mendes
Reviso Tcnica: Jacy Perissinoto Mariana Fernandes CamposRuth Ramalho Ruivo Palladino Vera Lcia Ferreira Mendes
ColaboradoresCleonice Alves Bosa Daniela Fernanda MarquesFernanda Prada MachadoJacy Perissinoto Jos Salomo Schwartzman Maria Amrica Coimbra de AndradeMarisa Furia SilvaRogrio LernerRuth Ramalho Ruivo PalladinoSilvia Maria Arcuri
Projeto Gr co e diagramaoAlisson Sbrana
FotosAcervo rea Tcnica de Sade da Pessoa com Deficincia
Normalizao
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Ficha Catalogr ca___________________________________________________________________________________________
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Aes Programti cas Estratgicas. Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Auti smo / Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade, Departamento de Aes Programti cas Estratgicas. Braslia : Ministrio da Sade, 2013.
74, p. : il. - (Srie F. Comunicao e Educao em Sade)
1. Transtornos do Espectro do Auti smo. 2. Sade pblica. 3. Polti cas pblicas. CDU 619.899
_________________________________________________________________________________________________________
Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS
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Ministrioda Sade
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Prefcio
A Conveno sobre os Direitos da Pessoa com De cincia (NY, 2007), promulgada pelo Estado Brasileiro pelo decreto 6.949 em 25/08/09,
resultou numa mudana paradigmti ca das condutas oferecidas s
Pessoas com De cincia, elegendo a acessibilidade como ponto
central para a garanti a dos direitos individuais. A Conveno, em seu
arti go 1, a rma que a pessoa com de cincia aquela que tm impedimentos de longo prazo, de natureza f sica, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interao com diversas barreiras, podem obstruir sua parti cipao plena e efeti va na sociedade em igualdade
de condies com as demais pessoas.
Desde ento, o Estado brasileiro tem buscado, por meio da formulao
de polti cas pblicas, garanti r a autonomia; a ampliao do acesso
sade; educao; ao trabalho, entre outros, com objeti vo de
melhorar as condies de vida das pessoas com de cincia. Em
dezembro de 2011 lanado o Viver sem Limite: Plano Nacional de Direitos da Pessoa com De cincia (Decreto 7.612 de 17/11/11) e,
como parte integrante deste programa, o Ministrio da Sade insti tui
a Rede de Cuidados Sade da Pessoa com De cincia no mbito do SUS (Portaria 793, de 24/04/12), estabelecendo diretrizes para o cuidado s pessoas com de cincia temporria ou permanente;
progressiva; regressiva ou estvel; intermitente ou cont nua.
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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Tambm em consonncia com a Conveno sobre os Direitos da Pessoa
com De cincia, o governo brasileiro insti tui a Polti ca Nacional de
Proteo dos Direitos da Pessoa com Transtornos do Espectro do Auti smo (Lei 12.764 de 27/12/12), sendo esta considerada Pessoa
com De cincia para todos os efeitos legais.
Esse processo resultado da luta de movimentos sociais, entre os quais enti dades e associaes de pais de pessoas com transtornos do
espectro do auti smo que, passo a passo, vm conquistando direitos
e, no campo da sade, ajudando a construir equidade e integralidade
nos cuidados das Pessoas com Transtornos do Espectro do Auti smo.
Esta Diretriz um dos resultados da conjuno de esforos da sociedade civil e do governo brasileiro. Coordenado pelo Ministrio da
Sade, um grupo de pesquisadores e especialistas e vrias enti dades,
elaborou o material aqui apresentado, oferecendo orientaes
relati vas ao cuidado sade das Pessoas com Transtornos do
Espectro do Auti smo, no campo da habilitao/reabilitao na Rede
de Cuidados Pessoa com De cincia.
Vale ainda salientar que para que a ateno integral pessoa com
transtorno do espectro do auti smo seja efeti va, as aes aqui
anunciadas devem estar arti culadas a outros pontos de Ateno da
Rede SUS (ateno bsica, especializada e hospitalar), bem como os
servios de proteo social (centros dia, residncias inclusivas, CRAS
e CREAS), e de educao.
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SUMRIO
1 OBJETIVO
2 METODOLOGIA
3 INTRODUO
4 INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO E SINAIS DE ALERTA
5 INSTRUMENTOS DE RASTREAMENTO
6 COMPORTAMENTOS ATPICOS, REPETITIVOS E ESTEREOTIPADOS COMO INDICADORES DA PRESENA DE TEA
7 DIRETRIZES DIAGNSTICAS DOS TEA
8 O MOMENTO DA NOTCIA DO DIAGNSTICO DE TEA
9 PROJETO TERAPUTICO SINGULAR: HABILITAO/REABILITAO DA PESSOA COM TEA
10 APOIO E ACOLHIMENTO FAMLIA DA PESSOA COM TEA
11 FLUXOGRAMA DE ACOMPANHAMENTO E ATENDIMENTO DA PESSOA COM TEA NA REDE SUS
REFERNCIAS
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1 Objetivo
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O objeti vo desta diretriz oferecer orientaes s equipes
multi pro ssionais para o cuidado sade da pessoa com Transtornos
do Espectro do Auti smo (TEA) e sua famlia, nos diferentes pontos de
ateno da Rede de Cuidados Pessoa com De cincia.
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2 Metodologia
A elaborao das Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa
com Transtornos do Espectro do Auti smo foi uma ao conjunta
de pro ssionais, pesquisadores e especialistas, com experincia
reconhecida em diversas pro sses da sade e pertencentes a
Sociedades Cient cas e Pro ssionais. Esse grupo contou tambm
com um representante da sociedade civil.
A apresentao da problemti ca resultou de pesquisa bibliogr ca
em material nacional e internacional publicado nos lti mos 70 anos, o que permiti u construir um pequeno, mas representati vo resumo
do estado da arte. As recomendaes, por sua vez, tambm foram
consequncia de um trabalho de reviso crti ca da experincia prti ca
dos membros do grupo, cada um em sua especialidade de trabalho
com as pessoas com Transtornos do Espectro do Auti smo.
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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3 Introduo
3.1 Histrico
O termo auti smo foi introduzido na psiquiatria por Plouller, em
1906, como item descriti vo do sinal clnico de isolamento (encenado
pela repeti o da auto-referncia) frequente em alguns casos.
Em 1943, Kanner reformulou o termo como distrbio aut sti co do
contato afeti vo, descrevendo uma sndrome com o mesmo sinal
clnico de isolamento, ento observado num grupo de crianas com
idades variando entre 2 anos e 4 meses a 11 anos . Ele apresentou as
seguintes caractersti cas, como parte do quadro clnico que justi cava
a determinao de um transtorno do desenvolvimento: 1) extrema
di culdade para estabelecer vnculos com pessoas ou situaes;
2) ausncia de linguagem ou incapacidade no uso signi cati vo da
linguagem; 3) boa memria mecnica; 4) ecolalia1; 5) repeti o de
pronomes sem reverso; 6) recusa de comida; 7) reao de horror
a rudos fortes e movimentos bruscos; 8) repeti o de ati tudes; 9)
manipulao de objetos, do ti po incorporao; 10) f sico normal; 11)
famlia normal.
Em 1956, ele elege dois sinais como bsicos para a identi cao do
quadro: o isolamento e a imutabilidade e con rma a natureza inata
do distrbio. O quadro do auti smo passou, desde ento, a ser referido
por diferentes denominaes, tendo sido descrito por diferentes
1 Genericamente, a ecolalia se caracteriza pela repetio sistemtica de palavras ou slabas do enunciado do interlocutor.
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sinais e sintomas dependendo da classi cao diagnsti ca adotada a
parti r dos dois sinais bsicos estabelecidos por Kanner.
O conceito do Auti smo Infanti l (AI), portanto, se modi cou desde
sua descrio inicial, passando a ser agrupado em um cont nuo de
condies com as quais guarda vrias similaridades, que passaram
a ser denominadas de Transtornos Globais (ou Invasivos) do
Desenvolvimento (TGD). Mais recentemente, denominaram-se os
Transtornos do Espectro do Auti smo (TEA) para se referir a uma parte
dos TGD: o Auti smo; a Sndrome de Asperger; e o Transtorno Global
do Desenvolvimento sem Outra Especi cao, portanto no incluindo
Sndrome de Rett e Transtorno Desintegrati vo da Infncia.
O auti smo considerado uma sndrome neuropsiquitrica. Embora
uma eti ologia espec ca no tenha sido identi cada, estudos sugerem
a presena de alguns fatores genti cos e neurobiolgicos que podem
estar associados ao auti smo (anomalia anatmica ou siolgica
do SNC; problemas consti tucionais inatos, predeterminados
biologicamente). Fatores de risco psicossociais tambm foram
associados. Nas diferentes expresses do quadro clnico, diversos
sinais e sintomas podem estar ou no presentes, mas as caractersti cas
de isolamento e imutabilidade de condutas esto sempre presentes.
O quadro, inicialmente, foi classi cado no grupo das psicoses infanti s.
Na tentati va de diferenciao da esquizofrenia de incio precoce,
prevaleceu o conceito de que os sinais e sintomas devem surgir antes
dos 03 anos de idade, e os trs principais grupos de caractersti cas
so: problemas com a linguagem; problemas na interao social; e
problemas no repertrio de comportamentos (restrito e repeti ti vo),
o que inclui alteraes nos padres dos movimentos.
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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Sendo assim, duas questes tornaram-se evidentes: a importncia
da deteco precoce e a necessidade do diagnsti co diferencial. A
primeira se refere a uma melhor de nio de sinais, ou ainda, a uma
possibilidade de identi cao dos mesmos no perodo em que a
comunicao e expresso individual e social comeam a se moldar:
primeiros meses de vida. Nesse ponto vale uma observao: a
importncia atribuda dimenso intelectual se d em detrimento do
estudo da linguagem dessas pessoas, que aparece de forma genrica
nos apontamentos sobre comunicao, privilegiada para descrever o
sintoma bsico do isolamento. Portanto, faz-se necessria a de nio
de indicadores de risco para o quadro, em vrias dimenses. A
segunda questo se refere construo de protocolos econmicos
e e cientes de diagnsti co e tratamento, separando os casos
de transtornos do espectro do auti smo de um quadro geral dos
transtornos do desenvolvimento, como medida de ajuste rede de
cuidados sade nesses casos.
3.2 Epidemiologia
Os dados epidemiolgicos internacionais indicam uma maior
incidncia de TEA no sexo masculino, com uma proporo de cerca de
4,2 nascimentos para cada um do sexo feminino (Fombonne, 2009;
Rice, 2007). A prevalncia esti mada em um em cada 88 nascimentos
(Centers for Disease Control and Preventi on, 2012), con rmando a
a rmao de que o auti smo tem se tornado um dos transtornos do
desenvolvimento mais comuns (Fombonne, 2009; Newscha er et al.,
2007).
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No Brasil, os estudos epidemiolgicos so escassos. No Primeiro
Encontro Brasileiro para Pesquisa em Auti smo (EBPA - htt p://www6.
ufrgs.br/ebpa2010/), Fombonne (2010) esti mou uma prevalncia de
aproximadamente 500 mil pessoas com auti smo em mbito nacional,
baseando-se no Censo de 2000. Dentre os poucos estudos realizados,
h um piloto (De Paula, Ribeiro, Fombonne e Mercadante, 2011)
realizado em uma cidade brasileira, que apontou uma prevalncia
de aproximadamente 0,3% de pessoas com transtornos globais
do desenvolvimento. De acordo com os prprios autores, dada a
pouca abrangncia da pesquisa, no existem ainda esti mati vas de
prevalncia con veis em nosso pas.
3.3 Classificao e descrio
Os sistemas internacionalmente uti lizados na classi cao desse
quadro so o Cdigo Internacional das Doenas e Problemas
Relacionados Sade (CID-10) e o Cdigo Internacional de
Funcionalidades (CIF).
O CID-10 tem dois objeti vos determinados: estudos epidemiolgicos
gerais e avaliao da assistncia sade. O seu captulo V trata
dos Transtornos Mentais e Comportamentais, tendo uma subparte
dedicada aos Transtornos do Desenvolvimento Psicolgico e,
nesta parte, uma diviso relati va aos Transtornos Globais do
Desenvolvimento (F-84), na qual se alocam:
o auti smo infanti l (F84-0) ,
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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o auti smo at pico (F84-1),
a sndrome de Rett (F84-2),
a sndrome de Aspeger (F84-5),
o Transtorno desintegrati vo da Infancia (F84-3) e
o Transtorno Geral do desenvolvimento no especi cado (F84-9) .
Note-se que, nessa mesma subparte, se alocam: problemas no
desenvolvimento de fala e linguagem (F-80); no desenvolvimento
das habilidades escolares (F-81); e no desenvolvimento motor
(F-82), compondo uma classi cao geral dos problemas do
desenvolvimento.
A CIF, um sistema de classi cao funcional, traz as dimenses das ati vidades (execuo de tarefas ou aes por um indivduo) e da
parti cipao (ato de envolver-se em uma situao vital) de cada pessoa,
bem como os quali cadores de desempenho (aquilo que o indivduo
faz no seu ambiente atual/real) e de capacidade (potencialidade ou di culdade de realizao de ati vidades), nas seguintes reas:
Aprendizagem e aplicao do conhecimento
Tarefas e Demandas Gerais
Comunicao
Mobilidade
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Cuidado Pessoal
Vida Domsti ca
Relaes e Interaes Interpessoais
reas Principais da Vida
Vida Comunitria, Social e Cvica
A CIF permite a identi cao de facilitadores e barreiras dentre os
Fatores Ambientais (f sico, social e de ati tude) peculiares a cada
pessoa em diferentes momentos da vida:
Produtos e Tecnologia (ex.: medicamentos; prteses)
Ambiente Natural e Mudanas Ambientais feitas pelo Ser
Humano (ex.: est mulos sonoros)
Apoio e Relacionamentos (ex.: pro ssionais de sade)
Ati tudes (ex.: de membros da famlia imediata)
Servios, Sistemas e Polti cas (ex.: sistemas de educao e
treinamento)
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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4 Indicadores do desenvolvimento e sinais de alerta
A identi cao de sinais iniciais de problemas possibilita a instaurao
imediata de intervenes extremamente importantes, uma vez que os
resultados positi vos em resposta a terapias so to mais signi cati vos
quanto mais precocemente insti tudos. A maior plasti cidade das
estruturas antomo- siolgicas do crebro nos primeiros anos de
vida, bem como o papel fundamental das experincias de vida de
um beb, para o funcionamento das conexes neuronais e para a
consti tuio psicossocial, tornam este perodo um momento sensvel
e privilegiado para intervenes. Assim, as intervenes precoces
em casos de TEA tm maior e ccia e contemplam maior economia,
devendo ser privilegiadas pelos pro ssionais.
Nas aes de assistncia materno-infanti l da Ateno Bsica, por
exemplo, as equipes pro ssionais so importantes na tarefa de
identi cao de sinais de alerta s alteraes no desenvolvimento da
criana.
H uma necessidade crescente de possibilitar a identi cao precoce
desse quadro clnico para que crianas com TEA possam ter acesso
a aes e programas de interveno o quanto antes. Sabe-se que
manifestaes do quadro sintomatolgico devem estar presentes at
os trs anos de idade da criana, fator que favorece o diagnsti co
precoce.
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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Assim, inventrios de desenvolvimento das competncias e
habilidades, e de sinais de alerta para problemas so um importante
material para instrumentalizar as equipes de sade na tarefa de
identi cao desses casos.
importante observar no somente a presena ou ausncia de uma
competncia e/ou habilidade, mas sua qualidade e frequncia nos
contextos de vida das pessoas. Entre os principais aspectos a serem
observados, destacamos:
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Indicadores do Desenvolvimento Infanti lSinais de Alerta para
TEA
De
0 a
6 M
eses
Interao Social
Por volta dos 3 meses de idade crianas passam a acompanhar e a buscar o olhar de seu cuidador.
Criana com TEA pode no fazer isto ou fazer com frequncia menor.
Em torno dos 6 meses de idade possvel observar que as crianas prestam mais ateno em pessoas do que em objetos ou brinquedos.
Criana com TEA pode prestar mais ateno em objetos.
Linguagem
Desde o comeo, a criana parece ter ateno (melodia da) fala humana. Aps os 3 meses, ela j identi ca a fala de seu cuidador, mostrando reaes corporais. Para sons ambientais, apresenta expresses, por exemplo, de susto/choro/tremor.
Criana com TEA pode ignorar ou apresentar pouca resposta aos sons de fala.
Desde o comeo, a criana apresenta balbucio intenso e indiscriminado, bem como gritos aleatrios, de volume e intensidade variados, na presena ou na ausncia do cuidador. Por volta dos 6 meses, comea uma discriminao nestas produes sonoras, que tendem a aparecer principalmente na presena do cuidador.
Criana com TEA pode tender ao silncio e/ou a gritos aleatrios.
No inicio, o choro indiscriminado. Por volta dos 3 meses, h o incio de diferentes formataes de choro: choro de fome, de birra, etc. Estes formatos diferentes esto ligados ao momento e/ou a um estado de desconforto.
Criana com TEA pode ter um choro indisti nto nas diferentes ocasies, e pode ter frequentes crises de choro duradouro, sem ligao aparente a evento ou pessoa.
BrincadeirasAs crianas olham para o objeto e o exploram de diferentes formas (sacodem, ati ram, batem e etc.)
Ausncia ou raridade desses comportamentos exploratrios pode ser um indicador de TEA.
Alimentao
A amamentao um momento privilegiado de ateno por parte da criana aos gestos, expresses faciais e fala de seu cuidador.
Criana com TEA pode apresentar di culdades nestes aspectos.
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Indicadores do Desenvolvimento Infanti lSinais de Alerta para
TEA
De
0 a
6 M
eses
Interao Social
Por volta dos 3 meses de idade crianas passam a acompanhar e a buscar o olhar de seu cuidador.
Criana com TEA pode no fazer isto ou fazer com frequncia menor.
Em torno dos 6 meses de idade possvel observar que as crianas prestam mais ateno em pessoas do que em objetos ou brinquedos.
Criana com TEA pode prestar mais ateno em objetos.
Linguagem
Desde o comeo, a criana parece ter ateno (melodia da) fala humana. Aps os 3 meses, ela j identi ca a fala de seu cuidador, mostrando reaes corporais. Para sons ambientais, apresenta expresses, por exemplo, de susto/choro/tremor.
Criana com TEA pode ignorar ou apresentar pouca resposta aos sons de fala.
Desde o comeo, a criana apresenta balbucio intenso e indiscriminado, bem como gritos aleatrios, de volume e intensidade variados, na presena ou na ausncia do cuidador. Por volta dos 6 meses, comea uma discriminao nestas produes sonoras, que tendem a aparecer principalmente na presena do cuidador.
Criana com TEA pode tender ao silncio e/ou a gritos aleatrios.
No inicio, o choro indiscriminado. Por volta dos 3 meses, h o incio de diferentes formataes de choro: choro de fome, de birra, etc. Estes formatos diferentes esto ligados ao momento e/ou a um estado de desconforto.
Criana com TEA pode ter um choro indisti nto nas diferentes ocasies, e pode ter frequentes crises de choro duradouro, sem ligao aparente a evento ou pessoa.
BrincadeirasAs crianas olham para o objeto e o exploram de diferentes formas (sacodem, ati ram, batem e etc.)
Ausncia ou raridade desses comportamentos exploratrios pode ser um indicador de TEA.
Alimentao
A amamentao um momento privilegiado de ateno por parte da criana aos gestos, expresses faciais e fala de seu cuidador.
Criana com TEA pode apresentar di culdades nestes aspectos.
Indicadores do Desenvolvimento Infanti l Sinais de Alerta para TEA
De
6 a
12 M
eses
Interao Social
Comeam a apresentar comportamentos antecipatrios (ex: estender os braos e fazer contato visual para pedir colo) e imitati vos (por exemplo: gesto de beijo).
Crianas com TEA podem apresentar di culdades nesses comportamentos.
Linguagem
Choro bastante diferenciado e gritos menos aleatrios.
Crianas com TEA podem gritar muito e manter seu choro indiferenciado, criando uma di culdade para seu cuidador entender suas necessidades.
Balbucio se diferenciando; risadas e sorrisos.
Crianas com TEA tendem ao silncio e a no manifestar amplas expresses faciais com signi cado.
Ateno a convocaes (presta ateno fala materna ou do cuidador e comea a agir como se conversasse, respondendo com gritos, balbucios, movimentos corporais).
Crianas com TEA tendem a no agir como se conversassem.
A criana comea a atender ao ser chamada pelo nome.
Crianas com TEA podem ignorar ou reagir apenas aps insistncia ou toque.
Comea a repeti r gestos de acenos, palmas, mostrar a lngua, dar beijo, etc.
Crianas com TEA podem no repeti r gestos (manuais e/ou corporais) frente a uma solicitao ou pode passar a repeti -los fora do contexto, aleatoriamente.
Brincadeiras
Comeam as brincadeiras sociais (como brincar de esconde-esconde), a criana passa a procurar o contato visual para manuteno da interao
A criana com TEA pode precisar de muita insistncia do adulto para se engajar nas brincadeiras.
Alimentao
Perodo importante porque sero introduzidos texturas e sabores diferentes (sucos, papinhas) e, sobretudo, porque ser iniciado desmame.
Crianas com TEA podem ter resistncia a mudanas e novidades na alimentao.
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Ministrioda Sade
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Indicadores do Desenvolvimento Infanti l Sinais de Alerta para TEA
De
12 a
18
Mes
es
Aos 15-18 meses as crianas apontam (com o dedo indicador) para mostrar coisas que despertam a sua curiosidade. Geralmente, o gesto acompanhado por contato visual e, s vezes, sorrisos e vocalizaes (sons). Ao invs de apontar elas podem mostrar as coisas de outra forma (ex: colocando-as no colo da pessoa ou em frente aos seus olhos).
A ausncia ou raridade deste gesto de ateno comparti lhamento pode ser um dos principais indicadores de TEA.
Surgem as primeiras palavras (em repeti o) e, por volta do 18o ms, os primeiros esboos de frases (em repeti o a fala de outras pessoas).
Crianas com TEA podem no apresentar as primeiras palavras nesta faixa de idade.
A criana desenvolve mais amplamente a fala, com um uso gradati vamente mais apropriado do vocabulrio e da gramti ca. H um progressivo descolamento de usos congelados (situaes do coti diano muito repeti das) para um movimento mais livre na fala.
Crianas com TEA podem no apresentar este descolamento/sua fala pode parecer muito adequada, mas porque est em repeti o, sem autonomia.
A compreenso vai tambm saindo das situaes coti dianamente repeti das e se ampliando para diferentes contextos.
Crianas com TEA mostram di culdade em ampliar sua compreenso de situaes novas.
A comunicao , em geral, acompanhada por expresses faciais que re etem o estado emocional das crianas (ex: arregalar os olhos e xar o olhar no adulto para expressar surpresa, ou ento constrangimento, vergonha).
Crianas com TEA tendem a apresentar menos variaes na expresso facial ao se comunicarem, a no ser alegria/excitao, raiva ou frustrao.
Aos 12 meses a brincadeira exploratria ampla e variada. A criana gosta de descobrir os diferentes atributos (textura, cheiro, etc.) e funes dos objetos (sons, luzes, movimentos, etc.).
A criana com TEA tende a explorar menos objetos e, muitas vezes, xa-se em algumas de suas partes, sem explorar as funes (ex.: passar mais tempo girando a roda de um carrinho do que empurrando-o).
O jogo de faz-de-conta emerge por volta dos 15 meses e deve estar presente de forma mais clara aos 18 meses de idade.
Em geral, isso no ocorre no TEA.
A criana gosta de descobrir as novidades na alimentao, embora possa resisti r um pouco no incio.
Crianas com TEA podem ser muito resistentes introduo de novos alimentos na dieta.
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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Indicadores do Desenvolvimento Infanti l Sinais de Alerta para TEA
H interesse em pegar objetos oferecidos pelo seu parceiro cuidador. Olham para o objeto e para quem o oferece.
Crianas com TEA podem no se interessar e no tentar pegar objetos estendidos por pessoas ou faz-lo somente aps muita insistncia.
A criana j segue o apontar ou o olhar do outro, em vrias situaes.
Crianas com TEA podem no seguir o apontar ou o olhar dos outros; podem no olhar para o alvo ou olhar apenas para o dedo de quem est apontando. Alm disso, no alterna seu olhar entre a pessoa que aponta e o objeto que est sendo apontado.
A criana, em geral, tem a iniciati va espontnea de mostrar ou levar objetos de seu interesse a seu cuidador.
Nos casos de TEA, a criana, em geral, s mostra ou d algo para algum se isso reverter em sati sfao de alguma necessidade imediata (abrir uma caixa, por exemplo, para que ela pegue um brinquedo em que tenha interesse imediato: uso instrumental do parceiro).
Por volta do 24 meses: surgem os erros, mostrando o descolamento geral do processo de repeti o da fala do outro, em direo a uma fala mais autnoma, mesmo que sem domnio das regras e convenes (Por isso aparecem os erros).
Criana com TEA tendem a ecolalia.
Os gestos comeam a ser amplamente usados na comunicao.
Crianas com TEA costumam uti lizar menos gestos e/ou a uti liz-los aleatoriamente. Respostas gestuais, como acenar com a cabea para sim e no, tambm podem estar ausentes nessas crianas entre os 18 e 24 meses.
Por volta de 18 meses, bebs costumam reproduzir o coti diano por meio de um brinquedo ou brincadeira; descobrem a funo social dos brinquedos. (ex.: fazer o animalzinho andar e produzir sons)
A criana com TEA pode car xada em algum atributo do objeto, como a roda que gira ou uma salincia em que passa os dedos, no brincando apropriadamente com o que o brinquedo representa.
As crianas usam brinquedos para imitar aes dos adultos (dar a mamadeira a uma boneca; dar comidinha usando uma colher, falar ao telefone, etc.) de forma freqente e variada.
Em crianas com TEA este ti po de brincadeira est ausente ou rara.
Perodo importante porque, em geral, feito 1) o desmame; 2) comea a passagem dos alimentos lquidos/pastosos, frios/mornos para alimentos slidos/semi-slidos, frios/quentes/mornos, doces/ salgados/amargos; variados em quanti dade; oferecidos em viglia, fora da situao de criana deitada ou no colo; 3) comea a introduo da cena alimentar: mesa/cadeira/utenslios (prato, talheres, copo) e a interao familiar/social.
Crianas com TEA podem resisti r s mudanas, podem apresentar recusa alimentar ou insisti r em algum ti po de alimento mantendo por exemplo, a textura, a cor, a consistncia, etc. Podem, sobretudo, resisti r a parti cipar da cena alimentar.
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H interesse em pegar objetos oferecidos pelo seu parceiro cuidador. Olham para o objeto e para quem o oferece.
Crianas com TEA podem no se interessar e no tentar pegar objetos estendidos por pessoas ou faz-lo somente aps muita insistncia.
A criana j segue o apontar ou o olhar do outro, em vrias situaes.
Crianas com TEA podem no seguir o apontar ou o olhar dos outros; podem no olhar para o alvo ou olhar apenas para o dedo de quem est apontando. Alm disso, no alterna seu olhar entre a pessoa que aponta e o objeto que est sendo apontado.
A criana, em geral, tem a iniciati va espontnea de mostrar ou levar objetos de seu interesse a seu cuidador.
Nos casos de TEA, a criana, em geral, s mostra ou d algo para algum se isso reverter em sati sfao de alguma necessidade imediata (abrir uma caixa, por exemplo, para que ela pegue um brinquedo em que tenha interesse imediato: uso instrumental do parceiro).
Por volta do 24 meses: surgem os erros, mostrando o descolamento geral do processo de repeti o da fala do outro, em direo a uma fala mais autnoma, mesmo que sem domnio das regras e convenes (Por isso aparecem os erros).
Criana com TEA tendem a ecolalia.
Os gestos comeam a ser amplamente usados na comunicao.
Crianas com TEA costumam uti lizar menos gestos e/ou a uti liz-los aleatoriamente. Respostas gestuais, como acenar com a cabea para sim e no, tambm podem estar ausentes nessas crianas entre os 18 e 24 meses.
Por volta de 18 meses, bebs costumam reproduzir o coti diano por meio de um brinquedo ou brincadeira; descobrem a funo social dos brinquedos. (ex.: fazer o animalzinho andar e produzir sons)
A criana com TEA pode car xada em algum atributo do objeto, como a roda que gira ou uma salincia em que passa os dedos, no brincando apropriadamente com o que o brinquedo representa.
As crianas usam brinquedos para imitar aes dos adultos (dar a mamadeira a uma boneca; dar comidinha usando uma colher, falar ao telefone, etc.) de forma freqente e variada.
Em crianas com TEA este ti po de brincadeira est ausente ou rara.
Perodo importante porque, em geral, feito 1) o desmame; 2) comea a passagem dos alimentos lquidos/pastosos, frios/mornos para alimentos slidos/semi-slidos, frios/quentes/mornos, doces/ salgados/amargos; variados em quanti dade; oferecidos em viglia, fora da situao de criana deitada ou no colo; 3) comea a introduo da cena alimentar: mesa/cadeira/utenslios (prato, talheres, copo) e a interao familiar/social.
Crianas com TEA podem resisti r s mudanas, podem apresentar recusa alimentar ou insisti r em algum ti po de alimento mantendo por exemplo, a textura, a cor, a consistncia, etc. Podem, sobretudo, resisti r a parti cipar da cena alimentar.
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Os gestos (olhar, apontar, etc.) so acompanhados pelo intenso aumento na capacidade de comentar e/ou perguntar sobre os objetos e situaes que esto sendo comparti lhadas. A iniciati va da criana em apontar, mostrar e dar objetos para comparti lh-los com o adulto aumenta em frequncia.
Os gestos e comentrios em resposta ao adulto tendem a aparecer isoladamente ou aps muita insistncia. As iniciati vas so raras, sendo um dos principais sinais de alerta de TEA.
A fala est mais desenvolvida, mas ainda h repeti o da fala do adulto em vrias ocasies, com uti lizao dentro da situao de comunicao.
Crianas com TEA podem ter repeti o da fala da outra pessoa sem relao com a situao de comunicao.
Comea a contar pequenas estrias; a relatar eventos prximos j acontecidos; a comentar sobre eventos futuros, sempre em situaes de dilogo (com o adulto sustentando o discurso).
Crianas com TEA podem apresentar di culdades ou desinteresse em narrati vas referentes ao coti diano. Podem repeti r fragmentos de relatos/narrati vas, inclusive de dilogos, em repeti o e independente da parti cipao da outra pessoa.
Canta e pode recitar uma estrofe de versinhos (em repeti o). J faz disti no de tempo (passado, presente, futuro); de gnero (masculino, feminino); e de nmero (singular, plural), quase sempre adequadas (sempre em contexto de dilogo). Produz a maior parte dos sons da lngua, mas pode apresentar erros; a fala tem uma melodia bem infanti l ainda; voz geralmente mais agudizada.
Crianas com TEA podem tender ecolalia; disti no de gnero, nmero e tempo no acontece; cantos e versos s em repeti o aleatria, no conversam com o adulto.
A criana, nas brincadeiras, usa um objeto ngindo que outro (um bloco de madeira pode ser um carrinho, uma caneta pode ser um avio, etc.). A criana brinca imitando os papis dos adultos (de casinha, de mdico, etc.), construindo cenas ou estrias. Ela prpria ou seus bonecos so os personagens.
Crianas com TEA raramente apresentam este ti po de brincadeira ou o fazem de forma bastante repeti ti va e pouco criati va.
A criana gosta de brincar perto de outras crianas (ainda que no necessariamente com elas) e demonstram interesse por elas (aproximar-se, tocar e se deixar tocar, etc.)
A ausncia dessas aes pode indicar sinais de TEA; as crianas podem se afastar, ignorar ou limitar-se a observar brevemente outras crianas distncia.
Aos 36 meses as crianas gostam de propor/engajar-se em brincadeiras com outras da mesma faixa de idade.
Crianas com TEA, quando aceitam parti cipar das brincadeiras com outras crianas, em geral, tm di culdades em entend-las.
A criana j parti cipa das cenas alimentares coti dianas: caf da manh/almoo/jantar; capaz de estabelecer separao dos alimentos pelo ti po de refeio ou situao (comida de lanche/festa/almoo de domingo, etc.); incio do manuseio adequado dos talheres; alimentao conti da ao longo do dia (reti rada das mamadeiras noturnas).
Crianas com TEA podem ter di culdade com este esquema alimentar: permanecer na mamadeira; apresentar recusa alimentar; no parti cipar das cenas alimentares; no se adequar aos horrios de alimentao; pode querer comer a qualquer hora e vrios ti pos de alimento ao mesmo tempo; pode passar por longos perodos sem comer; pode s comer quando a comida dada na boca ou s comer sozinha, etc.
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Os gestos (olhar, apontar, etc.) so acompanhados pelo intenso aumento na capacidade de comentar e/ou perguntar sobre os objetos e situaes que esto sendo comparti lhadas. A iniciati va da criana em apontar, mostrar e dar objetos para comparti lh-los com o adulto aumenta em frequncia.
Os gestos e comentrios em resposta ao adulto tendem a aparecer isoladamente ou aps muita insistncia. As iniciati vas so raras, sendo um dos principais sinais de alerta de TEA.
A fala est mais desenvolvida, mas ainda h repeti o da fala do adulto em vrias ocasies, com uti lizao dentro da situao de comunicao.
Crianas com TEA podem ter repeti o da fala da outra pessoa sem relao com a situao de comunicao.
Comea a contar pequenas estrias; a relatar eventos prximos j acontecidos; a comentar sobre eventos futuros, sempre em situaes de dilogo (com o adulto sustentando o discurso).
Crianas com TEA podem apresentar di culdades ou desinteresse em narrati vas referentes ao coti diano. Podem repeti r fragmentos de relatos/narrati vas, inclusive de dilogos, em repeti o e independente da parti cipao da outra pessoa.
Canta e pode recitar uma estrofe de versinhos (em repeti o). J faz disti no de tempo (passado, presente, futuro); de gnero (masculino, feminino); e de nmero (singular, plural), quase sempre adequadas (sempre em contexto de dilogo). Produz a maior parte dos sons da lngua, mas pode apresentar erros; a fala tem uma melodia bem infanti l ainda; voz geralmente mais agudizada.
Crianas com TEA podem tender ecolalia; disti no de gnero, nmero e tempo no acontece; cantos e versos s em repeti o aleatria, no conversam com o adulto.
A criana, nas brincadeiras, usa um objeto ngindo que outro (um bloco de madeira pode ser um carrinho, uma caneta pode ser um avio, etc.). A criana brinca imitando os papis dos adultos (de casinha, de mdico, etc.), construindo cenas ou estrias. Ela prpria ou seus bonecos so os personagens.
Crianas com TEA raramente apresentam este ti po de brincadeira ou o fazem de forma bastante repeti ti va e pouco criati va.
A criana gosta de brincar perto de outras crianas (ainda que no necessariamente com elas) e demonstram interesse por elas (aproximar-se, tocar e se deixar tocar, etc.).
A ausncia dessas aes pode indicar sinais de TEA; as crianas podem se afastar, ignorar ou limitar-se a observar brevemente outras crianas distncia.
Aos 36 meses as crianas gostam de propor/engajar-se em brincadeiras com outras da mesma faixa de idade.
Crianas com TEA, quando aceitam parti cipar das brincadeiras com outras crianas, em geral, tm di culdades em entend-las.
A criana j parti cipa das cenas alimentares coti dianas: caf da manh/almoo/jantar; capaz de estabelecer separao dos alimentos pelo ti po de refeio ou situao (comida de lanche/festa/almoo de domingo, etc.); incio do manuseio adequado dos talheres; alimentao conti da ao longo do dia (reti rada das mamadeiras noturnas).
Crianas com TEA podem ter di culdade com este esquema alimentar: permanecer na mamadeira; apresentar recusa alimentar; no parti cipar das cenas alimentares; no se adequar aos horrios de alimentao; pode querer comer a qualquer hora e vrios ti pos de alimento ao mesmo tempo; pode passar por longos perodos sem comer; pode s comer quando a comida dada na boca ou s comer sozinha, etc.
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5 Instrumentos de Rastreamento
5.1 Instrumentos de uso livre2 para o Rastreamento/Triagem de Indicadores de Desenvolvimento Infantil e dos TEA
O diagnsti co do TEA permanece essencialmente clnico e feito
a parti r de observaes da criana e entrevistas com pais e/ou
cuidadores, o que torna o uso de escalas e instrumentos de triagem e
avaliao padronizados uma necessidade.
Dentre os instrumentos de triagem e de avaliao do TEA, preciso
reconhecer e diferenciar que alguns desses so para identi cao,
outros para diagnsti co, para identi car alvos de interveno e
monitorar os sintomas ao longo do tempo.
importante salientar que h instrumentos de rastreamento/
triagem que podem ser aplicados por pro ssionais de diversas reas,
para ser o mais abrangente possvel. Instrumentos de rastreamento
so aqueles que, em linhas gerais, detectam sintomas relati vos ao
espectro, mas no fecham diagnsti co.
Vale destacar que tais instrumentos fornecem informaes que
levantam a suspeita do diagnsti co, sendo necessrio o devido
encaminhamento para que o diagnsti co propriamente dito seja
realizado por pro ssional treinado e capacitado para isso. No caso
dos Transtornos do Espectro do Auti smo, recomenda-se que seja
realizado diagnsti co diferencial.2 Foram includos apenas instrumentos cuja situao de uso livre de direitos autorais foi mencionada na publicao original e/ou na verso brasileira.
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Dentre os instrumentos de uso livre para rastreamento/triagem de
indicadores clnicos de alteraes de desenvolvimento, temos:
IRDI (Indicadores Clnicos de Risco para o Desenvolvimento Infanti l): instrumento de observao e inqurito que pode ser
usado no rastreamento do desenvolvimento. Criado e validado
por um grupo de especialistas brasileiros de uso livre pelos
pro ssionais da sade. composto por 31 indicadores de bom
desenvolvimento do vnculo do beb com os pais, distribudos em
4 faixas etrias de 0 a 18 meses, para a observao e perguntas
dirigidas dade me (ou cuidador)-beb. O possvel risco para
desenvolvimento decorre de indicadores estarem ausentes.
(KUPFER et. al., 2009, LERNER, 2011)
Dentre os instrumentos de rastreamento/triagem de indicadores dos
TEA adaptados e validados no Brasil, apenas o M-CHAT de uso livre:
M-Chat (Modi ed Checklist for Auti sm in Toddlers um
questi onrio com 23 itens, usado como triagem de TEA. Pode ser
aplicado por qualquer pro ssional de sade. Como mencionado,
composto por 23 perguntas para pais de crianas de 18 a 24
meses, com respostas sim ou no, que indicam a presena de
comportamentos conhecidos como sinais precoces de TEA. Inclui
itens relacionados aos interesses da criana no engajamento
social; habilidade de manter o contato visual; imitao;
brincadeira repeti ti va e de faz-de-conta; e o uso do contato
visual e de gestos para direcionar ateno social do parceiro
ou para pedir ajuda (LOSAPIO e POND, 2008; CASTRO-SOUZA,
2011) WRIGHT E POULIN-DUBOIS, 2011).
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6 Comportamentos Atpicos, Repetitivos e Estereotipados como Indicadores da Presena de TEA
Comportamentos incomuns no so bons preditores de TEA, porque
vrias crianas com TEA no os apresentam e, quando o fazem,
costumam demonstr-los mais tardiamente. Em alguns casos, so
observados comportamentos at picos, repeti ti vos e estereoti pados
severos, indicando a necessidade de encaminhamento para avaliao
diagnsti ca de TEA, como descritos abaixo:
6.1 Motores
movimentos motores estereoti pados: apping de mos; espremer-se; correr de um lado para o outro; dentre outros;
aes at picas repeti ti vas: alinhar/empilhar brinquedos de forma rgida; observar objetos aproximando-se muito deles;
prestar ateno exagerada a certos detalhes de um brinquedo;
demonstrar obsesso por determinados objetos em movimento
(venti ladores, mquinas de lavar roupas etc.).
di culdade de se aninhar no colo dos cuidadores ou extrema passividade no contato corporal; extrema sensibilidade em
momentos de desconforto (ex.: dor);
dissimetrias na motricidade, tais como: maior movimentao dos membros de um lado do corpo; di culdades de rolamento
na idade esperada; movimentos corporais em bloco e no
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suaves e distribudos pelo eixo corporal; di culdade, assimetria ou
exagero em retornar membros superiores linha mdia; di culdade
de virar o pescoo e a cabea na direo de quem chama a criana.
6.2 Sensoriais
hbito de cheirar e/ou lamber objetos;
sensibilidade exagerada a determinados sons (liquidi cador, secador de cabelos, etc.), reagindo de forma exagerada e eles;
insistncia visual em objetos que tm luzes que piscam e/ou emitem barulhos, bem como nas partes que giram (venti ladores,
mquinas, etc.);
insistncia tti l: podem permanecer por muito tempo passando a mo sobre uma determinada textura.
6.3 - Rotinas
tendncia a roti nas ritualizadas e rgidas;
di culdade importante na modi cao da alimentao. Algumas crianas, por exemplo, s bebem algo se uti lizarem sempre o
mesmo copo; outras, para se alimentarem, exigem que os alimentos
estejam dispostos no prato sempre da mesma forma. Sentar-
se sempre no mesmo lugar; assisti r apenas a um mesmo DVD; e
colocar as coisas sempre no mesmo lugar. Qualquer mudana de
roti na pode desencadear acentuadas crises de choro, grito ou
intensa manifestao de desagrado.
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6.4 - Fala
repetem palavras que acabaram de ouvir (ecolalia imediata). Outras podem emiti r falas ou slogans/vinhetas que ouviram
na televiso, sem senti do contextual (ecolalia tardia). Pela
repeti o da fala do outro, no operam a modi cao no uso
de pronomes;
podem apresentar caractersti cas peculiares na entonao e no volume da voz;
a perda de habilidades previamente adquiridas deve ser sempre encarada como sinal de importncia. Algumas crianas
com TEA deixam de falar e perdem certas habilidades sociais
j adquiridas por volta dos 12-24 meses. A perda pode ser
gradual ou aparentemente sbita. Caso isso seja observado
em uma criana, ao lado de outros possveis sinais, a hiptese
de wum TEA deve ser aventada, sem, no entanto, excluir
outras possibilidades diagnsti cas (por exemplo, doenas
progressivas).
6.5 Expressividade
expressividade emocional menos frequente e mais limitada;
di culdade de encontrar formas de expressar as diferentes preferncias e vontades, e de responder s tentati vas
dos adultos em compreend-las (quando a busca de
compreenso est presente na ati tude dos adultos)
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7 Diretrizes Diagnsticas dos TEA
Toda pessoa com suspeita de apresentar um dos TEA deve
ser encaminhada para avaliao diagnsti ca. O diagnsti co
essencialmente clnico e, nesse senti do, no deve prescindir da
parti cipao do mdico especialista (psiquiatra e/ou neurologista),
acompanhado de equipe interdisciplinar capacitada para reconhecer
clinicamente tais transtornos. A equipe dever contar com, no mnimo:
mdico psiquiatra ou neurologista, psiclogo e fonoaudilogo. Cada
pro ssional, dentro de sua rea, far sua observao clnica.
Segue abaixo, um modelo sintti co de aspectos a serem investi gados
pelas equipes, proposto por BOSA (1998) e ampliada por FERNANDES
(2000); PERISSINOTO (2004) e MARQUES (2010), e que pode orientar
os pro ssionais da sade.
7.1 Entrevista com os Pais ou Cuidadores
Alm dos dados que j constam no pronturio importante registrar
os ti pos de atendimentos (data de incio, frequncia, etc.) e obter
informaes sobre:
Histria de problemas de desenvolvimento dos pais, irmos
e outros familiares (desenvolvimento f sico, problemas
emocionais, problemas de aprendizagem na escola leitura/
escrita) e se houve necessidade de tratamento.
Quando surgiram os primeiros sintomas e em que rea do
desenvolvimento. Problemas no sono (di culdades para conciliar o sono ou
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sono agitado; medos) e na alimentao (masti gao; apeti te
ausente ou excessivamente voraz); parti cularidades em
relao comida (exigncias sobre certos ti pos de comida;
temperatura da comida; etc.) de forma rgida.
Problemas na conduta: agressividade, hiperati vidade,
comportamento destruti vo, autoagresso.
Registrar ti pos de atendimentos (data de incio, freqncia,
etc.)
7.2 Sugesto de Roteiro para Anamnese:
7.2.1 Aspectos qualitati vos da comunicao, linguagem e interao
social
7.2.1.1 Idade das primeiras vocalizaes (balbucio)
7.2.1.2 Idade das primeiras palavras (descrever)
7.2.1.3 Idade das primeiras frases (verbo + palavra)
7.2.1.4 Atraso no aparecimento da fala
7.2.1.5 Segura o rosto do adulto para faz-lo olhar em
determinada direo
7.2.1.6 Pega na mo do adulto como se fosse uma ferramenta
para abrir/alcanar algo
7.2.1.7 Atende quando chamado pelo nome
7.2.1.8 Como a arti culao/pronncia das palavras e frases?
(> 4 anos) H di culdade de entendimento por parte de estranhos?
7.2.1.9 Como o ritmo/entonao da voz (fala montona,
muito baixa ou alta)?
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7.2.1.10 Repete a lti ma palavra ou frase imediatamente
ouvida (considerar a idade)?
7.2.1.11 Repete, fora de contexto, frases ouvidas anteriormente
(exatamente da mesma forma)?
7.2.1.12 Faz confuso entre eu/tu/ele(a) (> 3 anos)?
7.2.1.13 Inventa palavras ou vocalizaes? Combina palavras
de forma estranha?
7.2.1.14 Insiste em falar sempre sobre o mesmo tema?
7.2.1.15 Insiste em fazer os outros dizerem palavras/frases
repeti damente da mesma forma?
7.2.2 Ateno comparti lhada:
7.2.2.1 Mostra ou traz o objeto para perto do rosto do parceiro
ou aponta objetos/eventos de interesse variados apenas para
comparti lhar (no considerar pedidos de ajuda)?
7.2.2.2 Faz comentrios (verbalmente ou atravs de gestos)?
7.2.2.3 Olha para onde o parceiro aponta?
7.2.2.4 Responde aos convites para brincar?
7.2.3 Respostas/Iniciati vas Sociais Relacionadas a outras pes-
soas7.2.3.1 H iniciati va de aproximao ou interesse em outras
pessoas (observa outras crianas brincando, capaz de res-
ponder mas no toma iniciati va)?
7.2.3.2 Fica ansioso(a) com a presena de outras pessoas?
7.2.3.3 capaz de engajar-se em brincadeiras e/ou ati vidades
simples e simultneas (chutar bola de volta enquanto desloca
carrinhos na areia; etc.)?
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7.2.3.4 Engaja-se em brincadeiras, mas somente aquelas en-
volvendo os objetos de preocupaes circunscritas (estereoti -
padas)?
7.2.3.5 Prefere brincadeiras em duplas a grupos (considerar a
idade)?
7.2.3.6 Fica intensamente ansioso na presena de pessoas que
no sejam familiares (disti nguir ansiedade de ti midez baixar
os olhos, esconder o rosto, etc.)?
7.2.3.7 Ignora/evita de forma persistente o contato com pesso-
as no familiares?
7.2.3.8 Empurra/agride (componente f sico) de forma persis-
tente?
7.2.3.9 H falta de inibio (comum em crianas pequenas) em
relao a pessoas estranhas?
7.2.3.10 H variao na resposta conforme o contexto e a pes-
soa?
7.2.4 Comportamentos de Apego
7.2.4.1 Demonstra preocupao quando separada dos pais ou
cuidadores?
7.2.4.2 Sorri ou mostra excitao com o retorno dos pais ou
cuidadores aps separaes?
7.2.4.3 Busca ajuda dos pais ou cuidadores quando machuca-
da?
7.2.4.4 Checa a presena dos pais ou cuidadores em lugares
estranhos?
7.2.5 Afeti vidade
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7.2.5.1 Em que idade ocorreram os primeiros sorrisos?
7.2.5.2 Apresentou orientao da cabea para a face do adulto
quando este falava/brincava com ela (beb)?
7.2.5.3 H sorriso espontneo a pessoas familiares (registrar se
restrito aos pais)
7.2.5.4 H sorriso espontneo a pessoas que no sejam fami-
liares?
7.2.5.5 H variao na expresso facial (contentamento, frus-
trao, surpresa, constrangimento, etc.)?
7.2.5.6 H expresso emocional apropriada ao contexto (ex.:
sorriso coerente com a situao)?
7.2.5.7 Comparti lha ati vidades prazerosas com os outros?
7.2.5.8 Demonstra preocupao se os pais/cuidadores esto
tristes ou doentes/machucados?
7.2.6 Brincadeira
7.2.6.1 Investi gar a qualidade da brincadeira: frequncia, in-
tensidade, variedade de contextos e tpicos. Se a brincadeira
for repeti ti va e estereoti pada, investi gar a resistncia inter-
rupo da mesma.
7.2.6.2 Quais so os brinquedos e ati vidades favoritas?
7.2.6.3 Apresenta brincadeira de faz-de-conta (fazer estorinhas
com os brinquedos; um boneco conversar com o outro; usar
um objeto para representar outro)
7.2.6.4 Alinha ou empilha objetos sem aparente funo na
brincadeira e de forma repeti ti va?
7.2.6.5 Faz brincadeiras com partes de objetos ao invs do ob-
jeto como um todo (por exemplo, ignora o carrinho e gira ape-
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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nas as rodas por um longo tempo)?
7.2.6.6 Abre/fecha portas, gavetas repeti damente; liga/desliga
interruptores de luz repeti da e insistentemente; intenso inte-
resse por objetos que giram (mquina de lavar, venti lador, ve-
culos em geral considerar a persistncia/di culdade em ser
interrompida)?
7.2.6.7 H resistncia a mudanas na roti na pessoal/da casa?
7.2.6.8 Exige uma sequncia xa e rgida para ati vidades (ex.:
vesti r-se, arrumar a casa, higiene pessoal)? Como reage se a
roti na alterada/interrompida?
7.2.6.9 Existe apego a objetos pouco comuns (ex.: plsti co,
pedra, etc.) para a idade (carrega consigo coti dianamente e se
desorganiza quando reti rado)?
7.2.7 Comportamentos repeti ti vos e estereoti pados
7.2.7.1 Maneirismos e Movimentos Complexos do Corpo (re-
peti o de movimentos sem aparente funo, principalmente
em movimentos de estresse ou excitao):
7.2.7.2 H movimentos das mos perto do rosto?
7.2.7.3 H movimentos dos dedos e mos junto ao corpo?
7.2.7.4 H balano do corpo?
7.2.7.5 H movimentos dos braos ( apping)?
7.2.8 Sensibilidade Sensorial:
7.2.8.1 H demasiado interesse pelas propriedades senso-
riais dos objetos (cheiro, textura, movimento)?
7.2.8.2 Nota-se hipersensibilidade a barulhos comuns (ano-
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tar reaes como cobrir as orelhas, afastar-se, chorar)?
7.2.9 Problemas de comportamento:
7.2.9.1 J manifestou masturbao em pblico e/ou tentati vas
de tocar em partes nti mas dos outros de forma persistente?
7.2.9.2 Demonstra hiperati vidade (agitao intensa)?
7.2.9.3 Tem hbito de roer unhas?
7.2.9.4 Agride os outros sem razo aparente ou se auto-agride?
7.2.9.5 Destri objetos com frequncia?
7.2.9.6 Medos (relacionar medos discrepantes com a etapa
evoluti va: frequncia, intensidade, grau de interferncia em
outras ati vidades ou na famlia).
7.3 Observao Direta do Comportamento
7.3.1 Interao social, linguagem e comunicao
7.3.1.1 - Ateno Comparti lhada
Observar se tenta dirigir a ateno do examinador para brinquedos/eventos de interesse prprio, de forma
espontnea. Pode ser manifestado por meio de gestos
(mostrar, apontar, trazer objetos para o parceiro) e/ou
verbalizaes (comentrios sobre as propriedades f sicas
dos objetos/eventos; perguntas para esclarecimento
de dvidas ou obteno de informao em relao a
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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estes objetos/eventos, por curiosidade). No caso desse
comportamento estar presente, deve-se considerar o
comportamento coordenado com o olhar. Alm disso,
observar se o comportamento de ateno comparti lhada
aparece em uma variedade de situaes ou somente em
ati vidades repeti ti vas (estereoti padas).
Observar tambm se segue os gestos indicati vos de outras pessoas: olha para onde estes esto olhando, etc.
No inclui fazer gestos ou falar para pedir ajuda (para
alcanar ou fazer funcionar um brinquedo, etc.).
7.3.1.2 - Busca de Assistncia
Neste item deve-se considerar se uti liza gestos (mostrar, apontar, trazer objetos para o examinador) com a
nalidade de buscar assistncia (ex.: abrir a tampa de
uma caixa, fazer funcionar um brinquedo) e, ainda, se
so coordenados com o olhar.
7.3.1.3 Responsividade Social
Observar a aceitao/recepti vidade das iniciati vas do examinador (ex.: convites, propostas) para engaj-
la em brincadeiras, bem como a frequncia em que o
comportamento aparece.
Imitao motora ou social esto presentes? Observar se reproduz os gestos ou ati vidades iniciadas
pelo examinador e com que frequncia isso ocorre; se
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Ministrioda Sade
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canta ou dana.
7.3.1.4 - Sorriso
Neste item deve-se observar se apresenta sorriso dirigido ao outro e com moti vo aparente; se a direo
do sorriso difusa e sem moti vo identi cvel, ou se no
sorri. Considerar tambm se o sorriso acompanhado
pelo olhar e adequado ao contexto social.
7.3.1.5 - Outras Expresses Afeti vas Identi cveis pelo
Observador
Observar a gama de expresses faciais afeti vas (ex.: alegria, tristeza, frustrao, acanhamento, surpresa,
medo) manifestadas durante a avaliao. Considerar
se estas expresses seriam esperadas em uma
determinada situao (ex.: mediante um brinquedo que
no funciona como gostaria, se expressa frustrao) ou
se se apresentam desorganizadas (ex.: chora ou grita
sem moti vo aparente, no direcionado a algum em
parti cular).
7.3.1.6 - Linguagem
Qual o meio de comunicao prioritrio e suas caractersti cas? Fala? Gestos? Sons?
o Refere-se linguagem mediada por diferentes recursos (exclusivos ou complementares) como sons,
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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gestos, palavras, frases, leitura/escrita ou uso de guras,
a m de iniciar e/ou manter um dilogo; comentar e/ou
relatar e narrar eventos; ponderar e argumentar frente
s situaes e os diversos interlocutores.
Responde fala da outra pessoa? Precisa de apoio para a resposta? Qual(is)?
Inicia um dilogo? Para que?o Refere-se habilidade em demandar a ateno da outra pessoa e pode ser realizada para chamar a
ateno para um objeto e/ou evento; pedir um objeto
ou ao (ex.: pegar algo, abrir porta, etc.). Observar se
sua expresso depende sempre da iniciati va da outra
pessoa.
Mantm o mesmo foco em um assunto? o Refere-se seleo de seu foco de interesse e da habilidade de ampliar a maneira de aborda-lo, a parti r
da parti cipao da outra pessoa. Ao abordar seu foco de
interesse, sua expresso mostra coerncia?
Parti lha do assunto proposto pela outra pessoa? Precisa de ajuda para dirigir sua ateno/interesse e
mant-la?
o Refere-se habilidade de parti lhar o que a outra pessoa apresenta, isto , se parti cipa do tema com
pergunta ou comentrio sobre o objeto ou evento
apresentado pela outra pessoa. Observe se considera
as justi cati vas uti lizadas pela outra pessoa, isto
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Ministrioda Sade
4746
, se considera o ponto de vista do interlocutor ou
personagem de estria.
Relata ou narra fatos ou historias? Qual a parti cipao da outra pessoa?
o Refere-se habilidade de fazer relatos/narrati vas de fatos e/ou de situaes imaginrias. Observar se
depende exclusivamente da parti cipao direcionadora
da outra pessoa (ex.: perguntas, repeti es, retomadas).
Expe sua opinio? Usa elementos de justi cati va?o Refere-se ao uso da linguagem para explicar e/ou mudar sua opinio e argumentar sobre um ponto
de vista. E, tambm, s habilidades de expressar seus
pontos de vista acerca das situaes, e de mostrar
tentati vas de explicao para eventos ou ati tudes (ex.:
causas f sicas ou intenes das pessoas). Observar se
depende exclusivamente da parti cipao direcionadora
(perguntas, repeti es, retomadas).
H variabilidade da melodia de fala?o Refere-se melodia de fala (prosdia) como fator comunicati vo. Isto , considere se a prosdia de fala
da pessoa com suspeita de TEA carrega informao
(ex.: expresso de pergunta, de resposta, negao,
exclamao, etc.), tambm, se a carga comunicati va
da variao meldica da outra pessoa moti vadora da
ateno da pessoa com TEA.
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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Considere ainda o vocabulrio de recepo e de expresso; a complexidade gramati cal de recepo e
expresso; e caractersti cas fonolgicas.
Observe se reconhece letras, palavras, frases e/ou nmeros sem ter sido formalmente ensinado (anterior
aos 4anos) e, especialmente, se mostra compreenso
deste ti po de leitura.
Observe as habilidades de leitura e de escrita, isto , na leitura, analise a compreenso; taxa de leitura e
acurcia; na escrita, registre a coerncia e a coeso do
texto escrito; caractersti cas dos perodos; vocabulrio
selecionado; e autonomia de construo do tema.
7.3.2 - Relao com Objetos/Brincadeiras/Ati vidades
7.3.2.1 - Manipulao/explorao
Observar a gama de objetos manipulados/explorados pela pessoa com suspeita de TEA. O comportamento
exploratrio pode aparecer com diferentes objetos/
brinquedos ou, ainda, pode estar ausente (ex.: criana
anda sobre os brinquedos, sem parecer not-los).
Aqui deve ser considerada se a explorao dos objetos considerada t pica, conforme o esperado para a idade, ou
se realizada de forma estereoti pada (ex.: interesse pelo
movimento dos objetos, por partes e no pelo objeto
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Ministrioda Sade
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inteiro, ati vidade repeti ti va - alinhar, girar objetos, sem
funo aparente).
7.3.2.2 - Brincadeira Funcional
A brincadeira funcional refere-se manipulao de objetos/brinquedos no apenas com ns exploratrios,
mas de acordo com suas funes (ex.: acionar brinquedos
musicais, fazer encaixes, jogos de construo, etc.).
7.2.2.3 - Brincadeira de faz-de-conta (simblica)
Ati vidade na qual um objeto uti lizado para representar outro (ex.: um pedao de madeira serve como espada;
um bloco de madeira pode ser usado como telefone).
conhecida como brincadeira de faz-de-conta, ou ainda
representa situaes/papis, mesmo sem o uso de
objetos (ex.: ngir que mdico, professora, etc.). Deve-
se considerar tambm se a brincadeira simblica aparece
restrita s ati vidades estereoti padas e repeti ti vas (ex.:
na insistncia em um mesmo tpico e de forma rgida).
7.2.2.4 - Ati vidade Gr ca
Nesse item deve ser avaliado o registro gr co da criana. Observar se h apenas rabiscos, garatujas (desenhos
sem forma de nida, mas ao qual a criana atribui uma
representao) ou representaes de nidas de pessoas
(mesmo que na forma de trao, palito), animais,
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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objetos, natureza, etc. Considerar tambm se a criana
no desenha, mesmo aps tentati vas do adulto.
O examinador deve considerar se a representao foi espontnea ou estereoti pada (insistncia em um
mesmo tpico com resistncia mudana/interrupo
da ati vidade). Quando a representao gr ca for
considerada espontnea, deve-se avaliar se foi ou no
criati va.
7.3.3 Movimentos Estereoti pados do Corpo e Aspectos Sensoriais
7.3.3.1 - Movimentos Repeti ti vos das Mos e do corpo
Refere-se aos movimentos rpidos e involuntrios dos dedos e mos, de forma repeti ti va e aparentemente
no-funcional, e que geralmente ocorrem dentro do
campo visual da criana ou na linha mdia do corpo
(ex.: retorcer e/ou tremular os dedos; movimentar as
duas ou uma das mos de um lado para outro; esfregar;
torcer/apertar as mos). A criana pode andar na ponta
dos ps, salti tar repeti damente, porm, ao contrrio do
que acontece comumente com crianas pequenas, esses
movimentos ocorrem fora de contexto de brincadeira.
Considerar se so ocasionais ou frequentes e, ainda, a
reao da criana perante a tentati va de interrupo
pelo examinador.
7.3.3.2 - Interesse pelos atributos sensoriais dos objetos
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Observar se a criana ca excessivamente focada em atributos sensoriais dos objetos, tais como: luzes,
movimentos, textura, isto , se resiste a ter sua ateno
desviada para outros est mulos.
7.3.4 Aspectos a serem considerados na Avaliao de Adultos com TEA
Para que se possa avaliar as preferncias de adultos e idosos com TEA - e parti cularmente daquelas com d cits
de comunicao - pode-se usar mtodos indiretos (i.e.
entrevistas e questi onrios a familiares e cuidadores)
ou formas diretas de avaliao. No caso dos mtodos
diretos, podemos observar o indivduo em seu ambiente
natural e real, atentando s suas escolhas e formas de
engajamento, ou podemos apresentar situaes de teste
de preferncia, nos quais um ou mais itens ou ati vidades
so avaliados simultnea ou sucessivamente.
No que diz respeito a uma avaliao dos riscos vividos pelo indivduo adulto ou idoso com TEA, h mlti plos
elementos a serem considerados. Primeiro, a presena
de comportamentos auto e hetero agressivos. Um
adulto com TEA que apresenta uma longa histria de
comportamentos auto-agressivos, pode apresentar
leses internas que devem ser avaliadas pela equipe
mdica. A chance de ocorrncia de comportamentos
auto e hetero agressivos, os riscos que estes apresentam,
bem como formas de tratamento e gerenciamento dos
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mesmos, devem ser extensivamente discuti das pela
equipe de trabalho. Mas no so apenas os excessos
comportamentais que colocam o indivduo em risco.
D cits nas reas de comunicao, auto cuidados e auto
preservao tambm podem ser crti cos.
7.3.5 Comorbidades
Estudos tm reconhecido a ocorrncia de TEA como comorbidade
em outras condies como, por exemplo, Sndrome de Down,
Paralisia Cerebral, Sndrome de Tourett e, Sndrome de Turner,
Sndrome de Willians, Esclerose Tuberosa e De cincia Auditi va e
Visual, Fenilcetonria no tratada, Amaurose de Leber, De cincia
Intelectual. entre outras. (Baron-Cohen, Scahill, Izaguirre, Hornsey
e Robertson, 1999; Cass, 1998; Creswell e Skuse, 1999; Fombonne,
du Mazaubrun, Cans e Grandjean, 1997; Harrison e Bolton, 1997;
Howlin, Wing e Gould, 1995; Nordin e Gillberg, 1996).
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8 O Momento da Notcia do Diagnstico de TEA
O momento da not cia do diagnsti co deve ser cuidadosamente
preparado, pois ser muito sofrido para famlia e ter impacto em
sua futura adeso ao tratamento.
O diagnsti co uma tarefa multi disciplinar, porm, a comunicao
famlia deve ser feita por apenas um dos elementos da equipe,
preferencialmente aquele que estabeleceu o vnculo mais forte e
que, de certa forma, vai funcionar como referncia na coordenao
do projeto teraputi co indicado pela equipe para o caso. Ele
dever ter uma postura ti ca e humana, alm de ser claro, conciso
e disponvel s perguntas e dvidas dos familiares. Mais ainda, o
local uti lizado dever ser reservado e protegido de interrupes, j
que a privacidade do momento requisito bsico para o adequado
acolhimento do caso.
A apresentao do diagnsti co deve ser complementada pela sugesto
de tratamento, incluindo todas as ati vidades sugeridas no projeto
teraputi co singular. O encaminhamento para os pro ssionais, que
estaro envolvidos no atendimento do caso, deve ser feito de modo
objeti vo e imediato, respeitando, claro, o tempo necessrio para
cada famlia elaborar a nova situao.
importante esclarecer que o quadro do auti smo uma sndrome,
que signi ca um conjunto de sinais clnicos; conjunto que de ne uma
certa condio de vida diferente daquela at ento experimentada pela
famlia, e que impe cuidados e roti nas diferenciadas. igualmente
importante esclarecer que os cuidados sero comparti lhados entre a
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equipe pro ssional responsvel pelo tratamento e a famlia. Ou seja,
importante faz-la notar que no estar sozinha nesse processo, e
que ter respeitada sua autonomia na tomada das decises.
9 Projeto Teraputico Singular:
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Habilitao/Reabilitao da Pessoa com TEA
Aps o diagnsti co e a comunicao famlia, inicia-se imediatamente
a fase do tratamento e da habilitao/reabilitao.
A oferta de tratamento, nos pontos de ateno da Rede de Cuidados
Sade da Pessoa com De cincia, consti tui uma importante
estratgia na ateno s pessoas com transtornos do espectro
do auti smo, uma vez que tal condio implica em alteraes de
linguagem e de sociabilidade que afetam diretamente com maior ou
menor intensidade grande parte dos casos, limitando capacidades
funcionais no cuidado de si e nas interaes sociais, o que demanda
cuidados espec cos e singulares de habilitao e reabilitao3 ao longo das diferentes fases da vida.
O projeto teraputi co a ser desenvolvido deve resultar do diagnsti co
elaborado; das sugestes da equipe; e das decises da famlia. Todo
projeto teraputi co, portanto, ser individualizado e deve atender
s necessidades, demandas e interesses de cada paciente e de seus
familiares.
3 Conforme o documento base para gestores e trabalhadores do SUS (Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade, Ncleo Tcnico da Poltica Nacional de Humanizao, 4a Ed., 2008), habilitar tornar hbil, no sentido da destreza/inteligncia ou no da autorizao legal. O re constitui pre xo latino que apresenta as noes bsicas de voltar atrs, tornar ao que era. A questo que se coloca no plano do processo sade/doena se possvel voltar atrs, tornar ao que era. O sujeito marcado por suas experincias; o entorno de fenmenos, relaes e condies histricas, neste sentido, sempre muda. Ento, a noo de reabilitar relativamente problemtica. Na sade, estaremos sempre desa ados a habilitar o sujeito a uma nova realidade biopsicossocial. No entanto, o sentido estrito da volta ou reconquista de uma capacidade antes existente ou legal pode ocorrer. Nesses casos, o rehabilitar se aplica.
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A escolha do mtodo a ser uti lizado no tratamento, bem como a
avaliao peridica de sua e ccia devem ser feitas de modo conjunto
entre a equipe e a famlia do paciente, garanti ndo informao
adequada quanto ao alcance e aos benef cios do tratamento, bem
como favorecendo a implicao e a corresponsabilidade no processo
de cuidado sade.
A avaliao sistemti ca do processo de habilitao/reabilitao deve
ser pautada pela melhora e pela ampliao das capacidades funcionais
do indivduo em vrios nveis e ao longo do tempo, por exemplo: na
parti cipao e no desempenho em ati vidades sociais coti dianas; na
autonomia para mobilidade; na capacidade de autocuidado e de
trabalho; na ampliao do uso de recursos pessoais e sociais; na
qualidade de vida e na comunicao. Em sntese, os ganhos funcionais
so indicadores centrais na avaliao da e ccia do tratamento.
O tratamento deve ser estabelecido de modo acolhedor e humanizado,
considerando o estado emocional da pessoa com TEA e seus familiares,
direcionando suas aes ao desenvolvimento de funcionalidades e
compensao de limitaes funcionais, como tambm preveno
ou retardo de possvel deteriorao das capacidades funcionais,
por meio de processos de habilitao e reabilitao focados no
acompanhamento mdico e no de outros pro ssionais de sade
envolvidos com as dimenses comportamentais, emocionais,
cogniti vas e de linguagem (oral, escrita e no-verbal), pois estas so
dimenses bsicas circulao e a pertena social das pessoas com
TEA na sociedade.
No contexto do atendimento ao adulto e idoso com TEA, alguns
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Ministrioda Sade
5958
fatores adicionais devem ser considerados. Primeiro, a demanda por
esse ti po de servio tem aumentado no mundo e o mesmo esperado
aqui no Brasil. Ainda que a intervenes precoces e intensivas tragam
imensos ganhos para o indivduo com TEA e suas famlias, muitas
da di culdades vividas por esses indivduos ultrapassam os anos da
infncia e da juventude. A necessidade por servios e cuidados pode,
portanto, se estender durante toda a vida do indivduo. No caso do
adulto ou idoso com TEA um pouco diferente do que ocorre na
interveno precoce e na educao infanti l, onde h muita nfase no
desenvolvimento de habilidades de base ou pr-requisitos o foco
do atendimento deve se voltar integrao e acesso aos servios,
comunidade, insero no mercado de trabalho, ao lazer. A nfase
nessas dimenses no exclui a conti nuidade do trabalho para que
os adultos com TEA possam cuidar de sua sade pessoal, aprimorar
habilidades funcionais e de autocuidado, bem como intensi car
suas possibilidades de comunicao e ampliar seu repertrio de
comportamentos sociais.
Para o planejamento, seleo de objeti vos e interveno em cada uma
dessas reas, as equipes pro ssionais devem considerar ao menos
os seguintes aspectos: (a) preferncias individuais, (b) desempenho
individual, (c) tolerncia e resistncia demanda da ati vidade
proposta, (d) riscos ao prprio indivduo ou outros.
Um bom entendimento das preferncias individuais do adulto com
TEA, nas diversas reas da vida, permiti r que a equipe selecione
objeti vos sociais, de lazer e trabalho adequados a pessoa atendida.
No caso do adulto, a expresso desempenho individual usada aqui
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Diretrizes de Ateno Reabilitao da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA)
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refere-se s habilidades presentes e ao nvel de ajuda necessrios
para que o indivduo parti cipe das ati vidades propostas em sua vida.
importante que se tenha em mente que o fato de se tratar de um
adulto, no signi ca que no haja aprendizagem. Ou seja, um dos
objeti vos fundamentais do atendimento, mesmo durante a vida
adulta, o de habilitar o indivduo para parti cipar de modo ati vo e
independente das ati vidades que so apresentadas. Conhecer seu
desempenho independente em diversas reas, permite que a equipe
planeje estratgias para melhorar esse desempenho e reduzir, gradual
e sistemati camente, o nvel de ajuda que necessrio.
Outra rea crti ca na vida do adulto com TEA, que afeta principalmente
suas chances de insero no mercado de trabalho e na vida
comunitria, refere-se a sua tolerncia as demandas apresentadas.
Sejam essas demandas de trabalho (i.e. quanti dade ou tempo de
ati vidade), ou demandas sociais (i.e. presena de pessoas, rudos,
interaes). Por isso, importante que se conhea quanto cada
indivduo consegue tolerar e desempenhar a cada momento do
atendimento. Por exemplo: possvel que um jovem adulto com
TEA entre na rede de servios sendo completamente capaz de
desempenhar bem certas ati vidades de trabalho, porm apresente
di culdades em permanecer engajado durante perodos mais longos.
Nesse caso, sua tolerncia ao engajamento pode ser aumentada
gradati vamente, de modo que ele possa, eventualmente, alcanar
nveis competi ti vos de desempenho.
O indivduo que no consegue comunicar dor, ou descrever estados
internos, depender da habilidade daqueles a seu redor para o
diagnsti co e tratamento de todo ti po de desconforto. A equipe,
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Ministrioda Sade
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por sua vez, deve aprender a entender e acolher os fatos para alm
daquilo que relatado. Por exemplo: se um indivduo que no
consegue se comunicar, pode exibir comportamento auto-lesivo
persistente dirigido regio do rosto. A equipe ter que desenvolver
formas objeti vas de medir a ocorrncia e os possveis efeitos desse
comportamento. Medidas de frequncia, porcentagem de ocorrncia,
etc., so bastante teis nesse senti do. Em alguns casos, tais medidas
sero a nica forma de se avaliar riscos.
essencial que a de nio do projeto teraputi co das pessoas com
Transtornos do Espectro do Auti smo leve em conta as diferentes
situaes clnicas envolvidas nos transtorno do espectro do auti smo.
Ou seja, necessrio disti nguir e ter a capacidade de responder
tanto s demandas de habilitao/reabilitao de durao limitada
(ati ngimento de nveis sati sfatrios de funcionalidade e sociabilidade
por parte dos pacientes, evitando manter essas pessoas como usurios
permanentes dos servios), quanto ao estabelecimento de processos
de cuidado queles usurios que necessitam de acompanhamento
cont nuo e prolongado.
Ao mesmo tempo, alm dos processos de cuidado sade no mbito
da ateno especializada, que visam responder s especi cidades
clnicas, importante ressaltar que os servios de sade devem
funcionar em rede, estando preparados para acolher e responder
s necessidades gerais de sade das pessoas com TEA, o que inclui
o acompanhamento (bsico e especializado) tanto da equipe de
habilitao/reabilitao, quanto mdico, odontolgico e da sade
mental, sempre que se zer necessrio.
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tambm de extrema importncia que os cuidados sade da pessoa
com TEA, ao longo da vida, estejam arti culados tambm s aes e
programas no mbito da proteo social, educao, lazer, cultura
e trabalho, visando o cuidado integral e o mximo de autonomia e
independncia nas ati vidades da vida coti diana.
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10 Apoio e Acolhimento Famlia da Pessoa com TEA
O cuidado da pessoa com TEA exige da famlia extensos e
permanentes perodos de dedicao, provocando, em muitos casos,
a diminuio das ati vidades de trabalho, lazer e at de negligncia
aos cuidados da sade de membros da famlia. Isto signi ca que
estamos diante da necessidade de ofertar, tambm aos pais e
cuidadores, espaos de escuta e acolhimento; de orientao e at
de cuidados teraputi cos espec cos.
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11 Fluxograma de Acompanhamento e Atendimento da Pessoa com TEA na REDE SUS
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11 Fluxograma de Acompanhamento e Atendimento da Pessoa com TEA na REDE SUS
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