dirofilaria immitis

17
Dirofilaria Immitis Escola Superior Agrária de Viseu Ano de 2010 Higiene e Sanidade Animal II 2º Ano Enfermagem Veterinária Dirofilaria Immitis Pedro Nuno Peixoto de Carvalho Nº 1637

Transcript of dirofilaria immitis

Page 1: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Escola Superior Agrária de Viseu

Ano de 2010

Higiene e Sanidade Animal II

2º Ano Enfermagem Veterinária

Dirofilaria Immitis

Pedro Nuno Peixoto de Carvalho

Nº 1637

Page 2: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Resumo

Dirofilaria immitis, agente da dirofilariase canina, é um parasita

importante independentemente do estudo, Veterinário ou

Humano. Os vectores naturais são os Culex pipiens, Aedes

albopictus e Anopheles. O objectivo deste trabalho é dar a

conhecer o que é a Dirofilaria immitis, e responder a perguntas

tais como: onde ocorre, como se transmite, quais os sinais

clínicos, como diagnosticar e principalmente como prevenir.

Abstract

Dirofilaria immitis, the agent dirofilariase canine, is an important

parasite independently if the study is Vet or Human. The natural

vectors are Culex pipiens, Aedes albopictus and Anopheles. The

purpose of this study is to know what Dirofilaria immitis is, and

answer questions such as where it occurs, how it is transmitted,

which clinical signs, how to diagnose, and especially how to

prevent it.

Page 3: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Índice geral

Capa

Resumo

Índice geral

Índice de figuras

Introdução

Taxonomia

Distribuição geográfica

Predisposição e raças

Morfologia

Vectores

Ciclo de vida

Epidemiologia

Prevenção

Conclusão

Bibliografia

Page 4: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Índice de figuras

Imagem nº 1- Distribuição da Dirofilaria immitis na Europa

Imagem nº2 - Culex pipiens

Imagem nº 3 - Ciclo de vida Dirofilaria immitis

(www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/ImageLibrary/Filariasis_il.htm)

Page 5: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Introdução

As doenças parasitárias que são transmitidas por mosquitos

ocorrem cada vez mais devido às alterações das condições

climáticas e á movimentação dos animais entre zonas endémicas

e não endémicas.

A dirofilariose é uma das doenças transmitida por mosquitos e

tem um carácter patogénico nos canídeos, felídeos sendo por

vezes zoonótica.

A Dirofilaria immitis é o nemátodo responsável pela dirofilariose,

também conhecido como parasita do coração, este poderá

infectar cães, gatos e também o Homem. Um determinado tipo

de mosquito é o responsável pela transmissão da forma larval

para o cão. Essas larvas migram através da pele e da

musculatura, penetrando nos vasos sanguíneos e alojando-se na

artéria pulmonar, ventrículo direito e veia cava. A patologia

dependerá sempre do grau de infestação.

Page 6: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Taxonomia

Filo Nematelmintes

Classe Nematoda

Subclasse Sercenentea

Superfamília Filaruidea

Família Filariidae

Género Dirofilaria

Espécie Dirofilaria immitis

Page 7: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Distribuição geográfica

Figura nº1

A distribuição mundial da dirofilariose encontra-se nas zonas de

clima tropical e subtropical América do norte e do sul, Austrália,

África, Japão Ásia e Europa.

Na Europa as zonas mais afectadas são Portugal, Espanha, sul de

fraca, Itália, Grécia e Turquia. A prevalência de canídeos

infectados varia entre 1% em França, 2% em Espanha, 6-25% em

Itália e 14% em Portugal [1] mas tem havido um número

crescente de casos em zonas como Áustria, Alemanha e Holanda.

Em Portugal a dirofilariose distribui-se na zona sul com uma

prevalência que varia entre 12% no Algarve, 16.5% no Alentejo e

16.7% no Ribatejo oeste, no centro e norte é bastante inferior.

Na região da madeira a prevalência ronda os 30% [1], [2].

De uma maneira geral, a Bacia Mediterrânica é

consideravelmente afectada.

Page 8: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Predisposição e raças

Nos cães há uma predisposição sexual, isto é, os machos

costumam ser infectados com maior frequência do que as

fêmeas. Mas as fêmeas de porte grande e médio são afectadas

com maior frequência do que as de pequeno porte.

As raças com maior predisposição são os Boxers, Pastor alemão,

Pointer inglês, Setter e os Retrievers.

Morfologia

Dirofilaria immitis é um nematelminte de cor branco delgado e

pode medir mais de 30cm de comprimento. Os machos

distinguem-se das fêmeas pelo seu tamanho, que é mais

pequeno, e porque a sua extremidade posterior termina em

espiral. Nas fêmeas a vulva encontra-se atrás do esófago e a sua

extremidade caudal é arredondada não estando enrolada em

espiral. O ânus tanto no macho como na fêmea está em posição

subterminal [4]. As fêmeas são Vivíparas e eliminam para a

circulação sanguínea larvas de que se dá o nome de microfilárias.

Page 9: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Vectores

Para que o ciclo de vida seja completo, a Dirofilaria immitis

necessita de mosquitos do género:

Culex pipiens, Aedes albopictus e Anopheles

Figura nº2 (Culex pipiens)

Page 10: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Ciclo de vida

Figura nº 3 Ciclo de vida Dirofilaria immitis

O ciclo biológico de Dirofilária immitis (Figura 3) é relativamente

longo, 6,5 meses pós-infecção, em comparação com o de outros

nemátodes. As larvas passam por cinco estádios, desenvolvendo-

se tanto no hospedeiro intermediário, que é o vector, como no

hospedeiro definitivo vertebrado. O mosquito hematófago

fêmea fica infectado quando ingere uma refeição de sangue num

cão microfilarémico. As microfilárias desenvolvem-se até ao

Page 11: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

terceiro estádio larvar (L3) nos túbulos de Malpigui e depois

migram para a cabeça e aparelho bucal do vector. O tempo

necessário para o desenvolvimento das microfilárias está

dependente da temperatura. A larva L3, sexualmente

diferenciada, na hemolinfa do mosquito é depositada na pele do

hospedeiro vertebrado e penetra no local da inoculação assim

que o insecto acaba a refeição. No hospedeiro vertebrado, as

microfilárias penetram através da solução de continuidade

provocada pelo mosquito e realizam uma migração subcutânea

em direcção ao tórax. Aqui, passam do estádio larvar L3 para o

estádio larvar L4. Ao fim de 50-60 dias sofrem a quarta e última

muda para L5 ou adultos imaturos. Ao fim de, aproximadamente,

2 meses pós-infecção, os vermes alcançam a sua maturidade

sexual. Se ambos os sexos estão presentes, infecções pré-

patentes (microfilárias em circulação) ocorrem geralmente entre

7 a 9 meses pós-infecção.

Page 12: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Epidemiologia

Os hospedeiros intermediários ou vectores da dirofilariose são

mosquitos da família Culicidae, com aproximadamente 70

espécies dos géneros Aedes, Anopheles, e Culex receptivas à

infecção pelo parasita, ainda que a capacidade de transmissão

tenha sido demonstrada em menos de 12 espécies. Para que o

mosquito seja considerado um vector, deve suportar o

desenvolvimento do parasita até ao estádio larvar L3

(infectante). A mera presença dos estádios L1/L2 (não

infectantes) no mosquito não implica, necessariamente,

competência vectorial.

Em Portugal, as espécies transmissoras de D. immitis mais

frequentes são Culex theieleri, Culex pipiens, Aedes caspius e

Anopheles atroparvus (Araújo, 1996). A população canina que

apresenta maior risco é aquela que está submetida à maior

exposição aos artrópodes vectores, tais como os cães não

controlados sanitariamente em zonas rurais, os que não

possuem abrigo permanente, os de caça, pastoreio, competição

ao ar livre e os que são transportados para locais em que a

infecção é endémica. O sexo e a raça podem estar associados à

prevalência de infecção nos cães na medida em que condicionam

a aptidão e a exposição. Animais do sexo masculino apresentam

Page 13: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

maior probabilidade de infecção do que as fêmeas, isto poderá

ser devido ao facto de estes animais serem mais utilizados na

defesa exterior de propriedades.

A idade é também um importante factor de risco, determinado

pelo tempo de exposição em áreas em que a doença é endémica.

Assim sendo, cães idosos têm uma maior prevalência de infecção

por Dirofilaria do que cães mais novos.

As condições climáticas ditam a ocorrência sazonal da infecção. A

taxa de maturação de Dirofilária immitis para o estádio larvar L3

no mosquito vector, depende, de facto, sobretudo da

temperatura ambiente, sendo que existe um limiar de,

aproximadamente, 14º C abaixo do qual o seu desenvolvimento

não vai ocorrer. No interior do hospedeiro intermediário, a larva

é mais tolerante ao frio do que o próprio mosquito.

Consequentemente, quando a temperatura ambiente está

abaixo do limiar, a maturação larvar estará temporariamente

suspensa até que haja um aumento da temperatura.

As temperaturas de Verão (principalmente nos meses de Julho e

Agosto no hemisfério Norte) são as mais propícias para a

transmissão de Dirofilaria. O aquecimento global tem vindo a

estender o período de risco de transmissão da dirofilariose e a

manter a elevada incidência desta doença.

Page 14: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Prevenção

A prevenção pode ser feita para a protecção contra a picada do

mosquito transmissor da dirofilariose (Culex pipiens pipiens).

Existem no mercado coleiras que contém Deltametrina, um

ectoparasiticida extremamente seguro, que para além de

proteger os cães dos mosquitos transmissores da dirofilariose,

com elevados níveis de eficácia, protege-os também das picadas

dos flebótomos transmissores da Leishmaniose Canina e dos

parasitas externos, artrópodes.

Este principio activo, a deltametrina, é libertado de uma forma

regular e continuada, permitindo uma protecção semestral

contras os mosquitos.A dirofilariose tem tratamento. Os

métodos de tratamento existentes actualmente são prolongados

e implicam um acompanhamento frequente e regular por parte

do médico veterinário.

Existem outras formas de prevenção como comprimidos ou

injecções, que devem ser iniciados com alguma antecedência em

relação ao início da época anual de actividade dos mosquitos

transmissores da dirofilariose. Estes tratamentos têm como

objectivo a eliminação das formas larvares da Dirofilaria

transmitidas pelos mosquitos, evitando que estas evoluam para

parasitas adultos. Ou seja, estes tratamentos profilácticos não

evitam que os mosquitos piquem nos cães.

Page 15: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Conclusão

A prevenção é a solução mais forte para podermos travar o

desenvolvimento de estes e outros tipos de parasitas que

rodeiam e afectam os nossos animais e directa ou

indirectamente afecta a sociedade.

Page 16: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis

Bibliografia

<1>Pereira da Fonseca IM, Carvalho LM, Carvalho SP, Carvalho Varela M (1991)

“Prevalência da dirofilariose na população canina Portuguesa. I. detecção de

Microfilarias Sanguineas” In Veterinaria Tecnica

<2> Genchi C, Rinaldi L, Cascone C, Mortarino M, Gringoli G (2005). “Is heartworm

desiase realy spreading in Europe?” In Veterinary Parasitology

<3> Trootti et al.,1996; Bautista et al.,1998

Page 17: dirofilaria immitis

Dirofilaria Immitis