Dirigente Lojista 440

35
DIRIGENTE LOJISTA DIRIGENTE A N O 3 6 · N ° 4 4 0 · J U N HO 2 0 1 1 · R $ 9 , 9 0 A APROVAÇÃO DO CADASTRO POSITIVO ABRE NOVAS POSSIBILIDADES DE CRÉDITO E CONSUMO NO PAÍS O CLUBE DOS BONS PAGADORES TENDÊNCIA O sucesso de vendas do iPad 2 e suas aplicações no varejo PERFIL Eletrônica Santana: inovando sem perder a tradição familiar ENTREVISTA Adriana Medeiros e o papel do líder na gestão de mudanças

description

Junho de 2011

Transcript of Dirigente Lojista 440

Page 1: Dirigente Lojista 440

d i r i g e n t e

lojistad i r i g e n t e a

no

36 · n° 440 · junho 2011 · r$ 9,90

a aPROVaÇÃO DO CaDaSTRO POSITIVO aBRE NOVaS POSSIBILIDaDES DE CRÉDITO E CONSUMO NO PaÍS

o clube dos bonspagadores

tendÊncIa o sucesso de vendas do ipad 2 e suas aplicações no varejo

perFIleletrônica santana: inovando sem perder a tradição familiar

entreVIstaadriana Medeiros e o papel do líder na gestão de mudanças

Page 2: Dirigente Lojista 440

PAC – A Encomenda Econômica dos Correios. Sua mercadoria onde você quiser e no prazo que você precisa. A encomenda econômica dos Correios é o jeito mais seguro e confi ável de enviar encomendas rodoviárias de até 30 kg para todas as cidades do Brasil. Saiba mais sobre este serviço e as possibilidades de retorno de encomendas através da logística reversa acessando www.correios.com.br/pac.

Page 3: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 54 � dirigente Lojista � junho 2011

Nesta edIção

aaprovação do Cadastro Po-

sitivo pela presidenta Dilma

Rousseff representa mais uma vi-

tória política do Movimento Lojista

e do comércio brasileiro de modo

geral, mas sua importância não se

resume a isso. Se bem administra-

da e organizada, a implantação do

cadastro pode representar um passo

adiante na relação entre o consu-

midor e quem concede crédito para

que ele possa consumir. Para ambas

as partes, identificar quem paga em

dia seus compromissos é algo vanta-

joso. O lojista ganha mais segurança

para conceder crédito em condições

melhores para quem tem um bom

histórico e o consumidor deixa de

pagar pelo risco dos maus pagado-

res e tem acesso a juros menores.

Mesmo com claros benefícios, a

lei que instituiu o Cadastro Positivo

enfrentou resistência e demorou a

ser aprovada, apesar do sistema já

ter se mostrado bem-sucedido em

diversos países. Com a aprovação, o

lojista precisa agora esclarecer seu

cliente sobre as vantagens de se

cadastrar, pois a adesão é voluntá-

ria. Para saber mais sobre este as-

sunto confira a matéria da repórter

Cléia Schmitz, a partir da página 22.

Boa leitura e boas vendas!

Diógenes Fischer

Editor

DIrETorIa CnDL

a revista Dirigente Lojista é produzida pela Editora Empreendedor

DIrETor-EDITor Acari [email protected] DE CoMErCIaLIZaÇÃo E MarKETInG Geraldo Nilson de [email protected]ÇÃo [email protected]ÇÃo-EXECuTIVa Diógenes FischerrEPorTaGEM Alexandre Gonçalves, Cléia Schmitz, Fábio Bianchini e Mateus BoingEDIÇÃo DE arTE Diógenes FischerProjETo GrÁFICo Wilson WilliamsrEVISÃo Lu Coelho EDITora Do PorTaL Da CnDL Ana Paula MeurerEDITora Do PorTaL EMPrEEnDEDor Carla Kempinski

SEDESSão PauloDIrETor CoMErCIaL Fernando Sant’Anna [email protected] DE ConTaS Osmar Escada Junior e Gerson Cândido dos SantosRua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis01239-010 – São Paulo – SPFone: (11) [email protected]

FlorianópolisEXECuTIVa DE aTEnDIMEnTo Joana [email protected] Padre Lourenço Rodrigues de Andrade, 496Santo Antônio de Lisboa – 88053-400 – Florianópolis – SCFone: (48) 3371-8666

CEnTraL DE CoMunICaÇÃoRua Anita Garibaldi, nº 79, sala 601 - CentroFone: (48) 3216-0600E-mail: [email protected]

ESCrITÓrIoS rEGIonaISrio de janeiroRua São José, 40 – 4º andar – Centro20010-020 – Rio de Janeiro – RJFone: (21) 2611-7996 / [email protected]

BrasíliaUlysses C. B. CavaCondomínio Ville de Montagne, Q. 01 Casa 81 - Lago Sul - 71680-357 - Brasília - DFFones: (61) 9975-6660 / [email protected]

rio Grande do SulFlávio DuarteRua Silveiro 1301/104 – Morro Santa Tereza90850-000 – Porto Alegre – RSFone: (51) [email protected]

ParanáMerconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda / Ricardo TakigutiRua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 3 Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PRFone: (41) [email protected]

PernambucoHM Consultoria em Varejo Ltda / Hamilton MarcondesRua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) [email protected]

Minas GeraisSBF Representações / Sérgio Bernardes FariaAv. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 170430112-021 – Belo Horizonte – MG Fones: (31) 2125-2900 / [email protected]

ProDuÇÃo GrÁFICa Teixeira Gráfica e Editora

www.empreendedor.com.br

PrESIDEnTE Roque Pellizzaro Junior1º. VICE-PrESIDEnTE Vítor Augusto KochVICE-PrESIDEnTE Adão Henrique VICE-PrESIDEnTE Francisco Honório Pinheiro Alves VICE-PrESIDEnTE Geraldo Cesar de AraújoVICE-PrESIDEnTE José Cesar da CostaVICE-PrESIDEnTE Melchior Luiz Duarte de AbreuDIrETor aDMInISTraTIVo E FInanCEIro Silvio Antônio de Vasconcelos SouzaDIrETor Do DaSPC Roberto Alfeu Pena GomesDIrETor CDL joVEM Samuel Torres de VasconcelosDIrETorES Ralph Baraúna Assayag, Maurício Stainoff, Sergio Alexandre Medeiros, Jair Francisco Gomes, Marcelo Caetano Rosado Maia Batista, Mustafá Morhy Júnior, Paulo Gasparoto, Ilson Xavier Bozi, Maria do Socorro Teixeira Noronha, Antônio Xará, Fernando Luis Palaoro, Francisco Regis Cavalcanti Dias

DIrETorIaS ESPECIaISAdilson SchuenkeEmanuel Silva PereiraCelso Vilela GuimarãesGeovanne TellesValdir Luiz Della GiustinnaMarcelo SalesAntoine Youssef TawilJosé Manoel RamosEgnaldo Pedro da Silva

ConSELho SuPErIorRomão Tavares da Rocha, Aliomar Luciano dos Santos,

Geruza Lúcia de Nazareth, Francisco Freitas Cordeiro, Álvaro Cordoval de Carvalho

ConSELho FISCaL Alberto Fontoura Nogueira da Cruz, Eduardo Melo Catão e Marcelino Campos (membros efetivos); Jayme Tassinari, Milton Araújo e Divino José Dias (suplentes)

SuPErInTEnDEnTE André Luiz PellizzaroSuPErVISÃo Luiz Santana

ConSELho DELIBEraTIVo Do SPC BraSILPrESIDEnTE Itamar José da Silva VICE-PrESIDEnTE José César da Costa

ConSELho DE aDMInISTraÇÃo Do SPC BraSILPrESIDEnTE Roberto Alfeu VICE-PrESIDEnTE Melchior L. D. de Abreu Filho DIrETor FInanCEIro Silvio Antônio de Vasconcelos Souza VICE-DIrETor FInanCEIro Marcelo Salles BarbosaDIrETor DE CoMunICaÇÃo Dr. Francisco de FreitasSuPErInTEnDEnTE Nival Martins Júnior

ConSELho FISCaL Do SPC BraSILLuiz Antônio Kuyava, Maria do Socorro Teixeira Noronha, Antoine Yossef Tawil

aSSInE a DIrIGEnTE LojISTa(61) 3213 2000 | [email protected] | www.cndl.org.br

SErVIÇo ao [email protected]

DIrETorIa CnDL

a o s l o j i s t a s

o Brasil que assiste à escalada das grandes redes de varejo

ainda não se deu conta de que o avanço desses conglomerados im-plica necessariamente no abate do pequeno comércio. A conta é sim-ples: dos 5.565 municípios brasilei-ros, cerca de 500 têm a presença do chamado “grande varejo”. Em todo o restante do País a ligação entre a produção e o consumo é feita por micro e pequenas empresas. É um número consistente, mas que pode até se inverter caso prevaleça o modelo de política tributária que privilegia os grandes e dificulta a sobrevivência dos pequenos.

Nos estados que adotam a subs-tituição tributária, recolhe-se do co-merciante o tributo referente à ven-da do produto ainda no momento da compra junto ao fornecedor. É o chamado imposto sobre a Margem de Valor Agregado (MVA), taxa que tem feito micro e pequenas empre-sas de diversos segmentos fecha-rem suas portas. Para esses em-presários, a substituição tributária praticamente anula as conquistas com o Simples Nacional, deixando-os sem fluxo de caixa.

O efeito disso é uma azeda jabu-ticaba brasileira, que permite casos como o de um pequeno comer-ciante que, mesmo com apenas dois funcionários, é obrigado a fa-turar acima de R$ 35 mil por mês para ter seu negócio funcionando.

Exemplos de natimortos no mun-do das MPEs não faltam. Em sua maioria em razão dos altos custos com fornecedores e prestadores de serviço, como empresas que ad-ministram cartões de crédito, que chegam a cobrar entre 30% e 40% a mais dos micro e pequenos.

O futuro do micro e pequeno em-

preendedor depende da revisão desse modelo de negócios, como também depende da revisão da Lei Geral e das faixas de faturamento das MPEs, assim como do deba-te em torno da aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constitui-ção) das 40 horas que, se levada adiante, produzirá um efeito nefas-to para centenas de milhares de pequenos empreendimentos.

O que está em jogo não são os salários e renda de alguns poucos empresários, mas que modelo de negócio queremos ter a médio e longo prazos.

BRasil: o PaÍs Das MPes

natIMortas

roQue pellIZZaro JunIorPresidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)

“O futuro das MPEs depende da

revisão de uma política tributária que privilegia os

grandes e dificulta a sobrevivência dos pequenos”

Page 4: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 76 � dirigente Lojista � junho 2011

Í N D i c e Í N D i c e

16

30440Entrevista A consultora Adriana Medeiros explica como e por que todo líder deve reavaliar seu comportamento e não ter medo de mudar suas atitudes relacionadas à motivação e à valorização da equipe.

Tendência Sucesso de vendas desde o primeiro dia de lançamento no País, o iPad 2 conquista o consumidor e também o lojista, oferecendo uma série de aplicações inovadoras de comunicação no ponto de venda.

edIção

Reportagem de capaa implantação do Cadastro Positivo no Brasil traz novas possibilidades para o mercado de crédito e consumo, criando mecanismos capazes de aumentar a segurança para quem concede e reduzir os juros para o consumidor. Saiba qual foi o papel da CnDL na aprovação da lei que criou o cadastro e como você também pode fazer sua parte "vendendo" a ideia a seus clientes.

22

Aos Lojistas

Brasil Lojista

Informe Jurídico

Móveis e Negócios

Tecnovarejo

Agenda

seções

opInIão

5

8

14

50

56

66

34 Perfil Criada há 47 anos por Rubens Martins, a Eletrônica Santana superou crises e se tornou referência no mercado devido à habilidade em se adaptar a mudanças e à sintonia entre o fundador e o filho, que dividem a administração da loja.

40 Projeto de Loja Mesmo em espaço reduzido, a loja modelo da franquia de moda infantil Márcia Barbieri faz uso da criatividade e da tecnologia para criar um ambiente aconchegante e com referências à natureza.

401634

64 Sobre Lojapor Josemar Basso

54 De Olho no Cliente por Luciana Carmo

49 Banho de Loja por Kátia Bello

Page 5: Dirigente Lojista 440

8 � dirigente Lojista � junho 2011

B R a s i l l o j i s t a

aComissão de Defesa do Consu-

midor da Câmara dos Deputados

realizou audiência pública no dia 8 de

junho para debater a fiscalização dos

cartões de crédito. Entre os participan-

tes estava o presidente da CNDL, Ro-

que Pellizzaro Junior, que defendeu a

necessidade de uma simplificação no

modo de pagamento dos cartões.

Deputados que participaram da au-

diência destacaram a importância de

uma fiscalização mais eficiente. “Pre-

ocupa-me o fato de ninguém tomar

conta das administradoras de cartão, o

que pode ser danoso para o consumi-

dor”, afirma o deputado Walter Ihoshi

(DEM-SP), que solicitou a audiência.

Os parlamentares defenderam ain-

da a utilização de preços diferenciados

de acordo com a forma de pagamento,

o que atualmente é proibido pela le-

gislação. “O consumidor vai economi-

zar 7% ou 8% numa compra à vista,

em relação ao cartão”, diz o deputado

Leonardo Quintão (PMDB-MG). “Te-

mos que aprofundar o debate”, defen-

de Quintão. Já o deputado Guilherme

Campos (DEM-SP) ressalta que a eco-

nomia do comerciante com os custos

do cartão é repassada ao consumidor,

justificando a cobrança diferenciada.

Também participaram da audiência

a diretora do Departamento de Prote-

ção e Defesa do Consumidor do Minis-

tério da Justiça, Juliana Pereira da Silva;

a procuradora regional da República

Valquíria Quixadá Nunes; e o chefe do

Departamento de Normas do Sistema

Financeiro do Banco Central do Brasil

(BC), Sérgio Odilon dos Anjos.

Roque Pellizzaro Junior participa de audiência sobre cartões de crédito

debate aproFundadoPresidente da CNDL (centro) defendeu uma simplificação no modo de pagamento

unIdade no MoVIMentoDirigentes reforçaram a ligação entre o SPC e o associativismo lojista no Brasil

o atual cenário do Sistema de

Proteção ao Crédito no Brasil

foi o centro das atenções no Encon-

tro das CDLs e dos SPCs gaúchos, or-

ganizado pela FCDL-RS no Centro de

Eventos Plaza São Rafael, em Porto

Alegre. “Este é um evento para de-

fender os interesses dos lojistas do

Rio Grande do Sul”, afirmou o pre-

sidente da FCDL-RS, Vítor Augusto

Koch, em seu pronunciamento na

abertura do encontro, que reuniu

cerca de 200 representantes das Câ-

maras e dos SPCs do estado.

Koch ressaltou a importância de

manter o Movimento Lojista unido.

“Quem migrar para outro sistema

que não o do SPC estará automati-

camente fora do associativismo”,

alertou o presidente da federação

gaúcha. “Mudanças profundas estão

ocorrendo neste cenário”, salientou o

presidente da CNDL, Roque Pellizzaro

Junior, que marcou presença no even-

to. Outros dirigentes participaram do

encontro, entre eles o presidente do

Conselho de Administração do SPC

Brasil, Roberto Alfeu, e o presidente

do Conselho Deliberativo do SPC Bra-

sil, Itamar José da Silva. Ambos par-

ticiparam do painel “SPC Brasil e SPC

Rio Grande do Sul”.

Dirigentes da CNDL prestigiam encontro de CDLs e SPCs gaúchos

Diretoria se reúne em Brasília

Ajuste na Lei Geral é tema de oficina

A diretoria da CNDL esteve reunida no dia 1º de junho, na sede da entidade em Brasília. Entre os assuntos em pauta, a apresentação dos demonstrativos financeiros, o relatório da auditoria relativo às contas de 2010 e às Convenções Nacionais de 2010 e 2011. Alguns projetos também fizeram parte da conversa entre os dirigentes, como Projeto Copa 2014, Projeto E-COM 2011 e Projeto Sebrae. Ainda durante a reunião os diretores puderam conhecer o sistema de videoconferência adotado pela CNDL.

No último dia 31 de maio, a CNDL e o Sebrae Nacional promoveram uma oficina sobre a proposição do ajuste do ICMS no Projeto de Lei 591/10, que trata da Lei Geral das MPEs. O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, fez a abertura do evento, destacando a importância de haver uma discussão sobre este tema. Em seguida, o gerente de políticas públicas do Sebrae, Bruno Quick, também fez uma breve apresentação. A oficina aconteceu na sede da CNDL em Brasília.

Rio Grande do Norte realiza 15a Convenção do Comércio e Serviços

Nos dias 2 e 3 de junho o Teatro Riachuelo, em Natal,

recebeu um dos maiores eventos do segmento do comér-

cio e serviços do Nordeste brasileiro, a 15a Convenção do

Comércio e Serviços do Rio Grande do Norte. O evento é

uma realização da FCDL-RN, CDL Natal e CDL Jovem e este

ano teve como tema “A Arte do Sucesso”.

Palco para troca de experiências, debates e discussões

sobre o panorama econômico, a convenção reuniu grandes

nomes do mundo político, empresarial, da comunicação e

do entretenimento. Entre os palestrantes, o designer Hans

Donner, que falou sobre como dinamizar marcas; e Dirceu Si-

mabucuru, que falou da marca como diferencial competitivo.

Page 6: Dirigente Lojista 440

B R a s i l l o j i s t a

a inadimplência do consumidor

registrou alta de 8,21% em

maio de 2011, na comparação com

o mesmo período de 2010. Os dados

são da CNDL/SPC Brasil, divulgados

no dia 9, em Brasília. Foi a quarta

elevação seguida da taxa em 2011

ante os resultados do ano anterior, o

que causa preocupação do comércio

e reforça a cautela do varejo para os

próximos movimentos da inadim-

plência.

No ano, o indicador já acumula

alta de 3,61%, após iniciar o ano em

baixa de 10,09%, em razão sobretu-

do do ciclo de aperto monetário, com

o aumento da taxa de juros básico, e

das medidas de contenção de crédito

adotadas ainda no fim de 2010 pelo

Banco Central.

A comparação com o mês de abril

mostrou uma queda da inadimplên-

cia de 0,27%, em função da proxi-

midade do Dia dos Namorados e da

tendência do brasileiro em honrar

compromissos para poder se manter

ativo no consumo.

Segundo o presidente da CNDL,

Roque Pellizzaro Junior, a luz amare-

la continua acesa. “Nós precisamos

que o comércio auxilie o consumidor

mostrando a ele sua capacidade de

pagamento na hora de conceder cré-

dito”, afirma o dirigente.

Inadimplência registra alta de 8,21% em maio

crÉdIto conscIente Em coletiva de imprensa, o presidente da CNDL disse que o comércio deve ajudar o consumidor a entender sua capacidade de pagamento ao conceder crédito

Conselho Deliberativo do SPC se reúne

CDL Uruguaiana reativa mercado público municipal

Conselheiros de todo o Brasil participaram da reunião do Conselho Deliberativo do SPC Brasil que aconteceu no dia 9 de junho, na sede da CNDL em Brasília. O presidente do Conselho, Itamar José da Silva, abriu a reunião ao lado do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, do presidente do Conselho de Administração do SPC Brasil, Roberto Alfeu, e do diretor financeiro do SPC Brasil, Silvio Vasconcelos.

O presidente da CDL Uruguaiana (RS), Jorge Prestes Lopes, e o diretor da entidade, Clarindo Martins Barbosa, participaram no dia 1º de junho da reabertura do mercado público da cidade gaúcha. Um dos símbolos da história do comércio de Uruguaiana, o local estava desativado há mais de cinco anos. Após a reforma de sua estrutura física, o espaço reabre as portas com bancas completamente reformuladas que priorizam o acesso fácil do consumidor aos produtos comercializados, além de um ambiente limpo e arejado. “A revitalização do Mercado Público é muito mais do que o retorno de um ponto comercial”, diz Lopes. “É a revitalização da nossa memória, o resgate da dignidade do uruguaianense em redescobrir seus pontos históricos”, completa o dirigente.

Page 7: Dirigente Lojista 440

entre os dias 26 e 29 de maio,

executivos e funcionários de CDLs

de mais de 100 cidades mineiras se

reuniram para discutir assuntos da

classe e receber treinamento técnico

na oitava edição do maior encontro de

profissionais de CDLs de Minas Gerais.

Neste ano, o encontro teve como tema

a evolução da tecnologia e como ela

deve ser utilizada para melhorar nosso

cotidiano.

Na abertura do evento, o presiden-

te da FCDL-MG, José César da Costa,

apresentou os novos membros da di-

retoria, em uma solenidade simbólica

de posse, com a presença de autorida-

des do Movimento Lojista. O governa-

dor do estado, Antonio Anastasia, que

não pôde comparecer, agradeceu aos

lojistas com um vídeo parabenizando a

atual gestão da FCDL-MG pelo trabalho

realizado. O deputado estadual Dr. Via-

na, membro da Frente Parlamentar de

Apoio ao Comércio Varejista, também

deu boas-vindas às CDLs e reafirmou

seu compromisso com a classe lojista.

Em seguida, o presidente da CDL

Fortaleza, Francisco Freitas Cordeiro,

convidou os participantes para a 52ª

Convenção Nacional do Comércio Lo-

jista, em setembro, na capital cearen-

se. A executiva de Coronel Fabriciano

(MG), Soraya Adriane, representou

todos os executivos e funcionários

de CDLs em um discurso emocionado

pelo qual foi aplaudida de pé. Todos os

presidentes de CDLs que prestigiaram

a solenidade foram diplomados pela

FCDL-MG, reafirmando o compromisso

e a união da classe lojista mineira.

FCDL-MG realiza oitavo encontro estadual de CDLs

FCDL-PE realiza 2o Encontro de Comunicação

CDL Jovem de Brusque promove ciclo de palestras

O 2o Encontro de Comunicação das CDLs de Pernambuco aconteceu no dia 26 de maio no auditório da CDL Arcoverde. Este ano, o evento contou com a presença de presidentes, secretários e assessores das CDLs do estado. Os participantes acompanharam palestras sobre mídias digitais, marketing, vendas e SPC Brasil, ministradas por profissionais da FCDL-PE (o analista de comunicação Rhuan Torres e o gerente de relacionamento Michel Queiroz), além da analista de marketing do SPC Brasil, Priscila Siqueira, da coordenadora de comunicação da CDL Recife, Talita Moura, e do diretor comercial do Instituto Capacitar, Luciano Gouveia.

O Núcleo CDL Jovem da CDL de Brusque (SC) deu início às suas atividades promovendo, nos dias 13, 14 e 15 de junho, a Semana de Palestras CDL Jovem. Foram três palestras gratuitas, voltadas para jovens empresários e estudantes. Na abertura, o economista e administrador Wagner Dantas abordou o tema “Empreendedorismo”. No dia seguinte, o também economista da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Marcel Siebert, abordou o tema “Cooperativismo”. Na quarta-feira, o especialista em finanças pela Universidade Federal do RS (UFRGS), Denys Wiese, abordou o tema “Desmistificando a bolsa de valores”.

B R a s i l l o j i s t a

Page 8: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 1514 � dirigente Lojista � junho 2011

i N f o R M e j u R Í D i c o

A determinação do Banco Cen-

tral em não trocar as notas

manchadas por suspeitas de

roubo de caixas eletrônicos. A população

não pode arcar com mais este encargo

que é único e exclusivo dos bancos.

em altaA Confederação Nacio-

nal de Dirigentes Lojis-

tas (CNDL) e o SPC Brasil

cada vez mais presentes na im-

prensa nacional como dignos re-

presentantes do varejo brasileiro.

em baixa

por andrÉ luIZ, assessor jurídico CNDL [email protected]

O Banco Central (BC) não vai mais res-

sarcir o cidadão que receber cédulas da-

nificadas por dispositivos antifurto e so-

mente irá ressarcir os bancos quando o

dinheiro for marcado por acidente ou em

caso de roubo frustrado, quando o dinheiro é deixado próximo ao caixa. Esta

responsabilidade, que deveria ser do BC e dos bancos, foi repassada à população,

que deverá conferir cédula por cédula, verificando se apresentam algum sinal

da “tinta rosa”, como verdadeiros fiscais e peritos. Mesmo que desproporcional

à medida adotada pelo BC, a recomendação é que a população não receba

cédulas suspeitas. Quem receber, deve apresentá-las em qualquer banco para

que sejam encaminhadas para investigação. O dinheiro só será ressarcido se for

verificado que a mancha não é proveniente de dispositivo antifurto.

A expectativa de contratação de um trabalhador que, após ter sido entre-

vistado e ter tido sua carteira de trabalho retida, não foi efetivado no cargo,

foi motivo de condenação de uma empresa pela Justiça do Trabalho. A justifi-

cativa foi de que a culpa da empresa é presumida porque o dano decorre da

frustração injustificada da promessa de emprego. (Fonte: TST)

Cédulas com tinta antifurto não serão mais trocadas

Expectativa de emprego gera indenização

”A cultura forma sábios; a educação, homens”Louis de Bonald, filósofo e político francês

O que muda com o Cadastro Positivo?

NOTAS RáPIDAS

uso de imagem O Tribunal de Justiça de Santa Catarina confirmou sentença da comarca de Blumenau que condenou um empregador a pagar indenização por danos morais a ex-funcionária que teve sua imagem usada sem autorização em espaços publicitários. “A utilização da imagem de cidadão, com fins econômicos, sem a sua devida autorização, constitui locupletamento indevido, ensejando a indenização. Portanto, concluo que a empresa deve indenizar a autora pela utilização de sua imagem em material publicitário. A reparação, assim como a indenização por dano moral, independe de qualquer prova de prejuízo material”, afirmou o relator da matéria, desembargador Carlos Prudêncio. (Fonte: Poder Judiciário de Santa Catarina)

Imposto de renda A 4ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho entendeu que cabe ao trabalhador o pagamento do imposto devido por ele e que a culpa do empregador pelo não-pagamento de verbas remuneratórias não exclui a responsabilidade do próprio empregado pelo pagamento do Imposto de Renda devido. (Fonte: TST)

Penhora de bem de família O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes negou a suspensão de decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que determinou a penhora do imóvel considerado “bem de família”, porque dado como garantia hipotecária em negócio. Aplicando o artigo 3º, inciso V, da Lei 8.009/90, afasta a impenhorabilidade do bem de família nos casos de execução de hipoteca sobre imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou entidade familiar. (Fonte: STF)

a lei que cria o Cadastro Positivo

foi sancionada com três vetos

pela presidenta Dilma Rousseff. Foram

excluídos a limitação ao acesso gratui-

to às próprias informações, o impedi-

mento do cancelamento do cadastro

pelo consumidor havendo alguma

operação de crédito não quitada e a

liberação do compartilhamento de da-

dos sem autorização.

O Cadastro Positivo registrará a pon-

tualidade no pagamento dos com-

promissos financeiros do cidadão que

autorize seu cadastramento, obtendo,

assim, um maior e melhor acesso a

crédito com juros mais baixos. A jus-

tificativa para isso é que o “bom pa-

gador” oferece um risco menor de

inadimplência. Pelo texto da lei, a

inclusão de informações no banco de

dados dependerá da autorização pré-

via do cadastrado, que poderá acessar

gratuitamente suas informações, cujo

histórico não poderá ultrapassar 15

anos. As empresas gestoras destes

cadastros deverão informar sobre os

dados compartilhados nos seis meses

anteriores à solicitação.

Também estará vedada a exigência

de informações consideradas excessi-

vas e não vinculadas à análise de ris-

co de crédito. O interessado poderá a

qualquer momento deixar de figurar

no cadastro e somente aqueles que

tenham o interesse comercial ou cre-

ditício com o cadastrado terão acesso

aos dados.

Exemplos de outros países são favo-

ráveis. No México, o Cadastro Positivo

fez com que a concessão de crédito

triplicasse, e nos Estados Unidos, do-

brasse. No Brasil, o Cadastro Positivo

aumentará o acesso ao crédito, redu-

zirá os juros e diminuirá os riscos de

inadimplência. É positivo para o lojista

que venderá mais, para a indústria que

aumentará sua produção e também

para o consumidor, que terá mais crédi-

to com juros mais favoráveis. Além de

ser positivo para a economia brasileira,

que hoje se mostra em desaceleração.

Ele aumentará o acesso ao

crédito, reduzirá os juros e diminuirá

os riscos de inadimplência

» o Superior Tribunal de

justiça, no julgamento de um

recurso especial, reconheceu

a natureza alimentar dos

honorários pertencentes

ao profissional advogado

independentemente de serem

originados em relação contratual

ou em sucumbência judicial.

(Fonte: STj)

» um técnico de segurança do

trabalho receberá indenização

por danos morais no valor de

r$ 70 mil porque foi dispensado

por justa causa, não provando a

empresa qualquer ato capaz de

caracterizar a dispensa faltosa,

conforme o acórdão proferido

pela Segunda Turma do Tribunal

Superior do Trabalho. (Fonte: TST)

» Duas diaristas que pretendiam

o reconhecimento da relação de emprego com seus patrões

tiveram recursos rejeitados pelo

TST. o ministro Pedro Paulo Manus,

relator do processo, reforçou que

o reconhecimento do vínculo

do trabalhador doméstico está

condicionado à continuidade na

prestação dos serviços. (Fonte: TST)

Page 9: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 1716 � dirigente Lojista � junho 2011

MuDaR PaRa

Melhorar

adriana Medeiros | Consultora e palestrante

por aLExaNDRE gONÇaLVES

fotos DIVULgaÇÃO

Promover mudanças de comportamento e atitude a partir da motivação e da valorização da equipe ajuda a reter

talentos e gerar resultados positivos. Esta é a opinião da consultora e palestrante Adriana Medeiros, especialista

em comportamento humano. “As empresas são feitas por pessoas que precisam ser valorizadas e sentir o quanto

são importantes, independente do posto que ocupam”, diz. Na entrevista a seguir, Adriana – autora do recém-lançado

livro O dia da mudança – dá dicas importantes para lojistas, gerentes e vendedores que desejam “sincronizar”

suas atitudes em busca de melhores resultados.

e N t R e v i s t a

Page 10: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 1918 � dirigente Lojista � junho 2011

Quando é hora de mudar o compor-

tamento dentro de uma empresa?

adriana Medeiros – Uma empresa

não consegue mudar se não mudar o

comportamento de todo o seu pesso-

al. Se a empresa quer uma mudança

que englobe uma positividade que

leve ao crescimento pessoal de cada

integrante de sua equipe, ela preci-

sa oferecer melhorias que propiciem

um clima de mudança. O colaborador

precisa se sentir muito bem dentro

da empresa. E isso não está relacio-

nado somente à questão do dinhei-

ro, da remuneração. Se o funcionário

ganha um aumento de R$ 1 mil, ele

vai gastar R$ 1 mil. Se ele ganha um

aumento de R$ 20 mil, ele vai gastar

R$ 20 mil. Portanto, não é dinheiro

que gera um processo de mudança de

comportamento e de atitude de um

funcionário. Mas aquilo o que a em-

presa e seus líderes fazem para que o

funcionário se sinta muito bem, feliz,

motivado e valorizado para desem-

penhar suas tarefas. Antigamente era

assim: o chefe era o chefe. O patrão

mandava e o colaborador aceitava ou

não, e se não estivesse interessado

em cumprir aquelas ordens pedia as

contas e ia embora. Hoje tem muita

gente querendo entrar no mercado

de trabalho. O difícil é manter alguém

dentro da sua empresa. Então, ofe-

recer a possibilidade de mudança de

comportamento e de atitude não é

oferecer um bom salário para o fun-

cionário, mas proporcionar também

novos conhecimentos, lazer e até trei-

namentos. Não aqueles treinamentos

de oba-oba, aqueles treinamentos em

que o funcionário vai porque é obriga-

do. Fica um dia inteiro rezando para

que acabe logo porque é tedioso e

sai de lá frustrado porque geralmente

os treinamentos acontecem nos finais

de semana, quando ele poderia estar

com a família, aproveitando seu tem-

po de outra forma. Diante de tudo

isso é importante ressaltar que o pro-

cesso de mudança é interno em pri-

meiro lugar, mas partindo sempre do

líder da equipe. Aliás, chefe é posto.

O chefe está chefe. Ele não é chefe.

Agora, o líder é líder, independente-

mente do posto que ele ocupa dentro

da empresa.

neste contexto, como um chefe

percebe que precisa mudar seu

comportamento e sua atitude para

se tornar um líder?

adriana – É muito difícil até por uma

questão de ego. Ele precisa alterar

alguns conceitos dele. Ele vê o outro

abaixo dele, mas deve entender que

o outro está ali também como um co-

laborador, como peça de uma grande

máquina, uma pequena parte do todo.

Quem atua apenas como chefe e não

como um verdadeiro líder precisa

trabalhar esta mudança de compor-

tamento, partindo da observação de

que ele é um colaborador da empresa

tanto quanto o faxineiro ou o vende-

dor. Deve estar ciente que a empresa

funciona por causa de todos. Ou seja,

a primeira mudança para transformar

um chefe em líder seria uma mudan-

ça de percepção. Eu sou chamada

para dar muitas palestras para mudar

a atitude dos colaboradores. Mas es-

pere aí: como é que eu vou gerar uma

mudança nos colaboradores se não é

e N t R e v i s t a

trabalhada uma mudança na base da

empresa que é formada pelos líderes,

pelos gestores? Eles devem prestar

muita atenção nisso. A empresa in-

veste em uma palestra que não vai

gerar mudanças significativas na orga-

nização porque não envolve aqueles

que são os agentes que vão provocá-

las. É como aquele casal em que o

marido e a mulher se dão muito mal

em casa mas na rua são só elogios

um para o outro. Mas em casa não é

assim. O “cliente” interno não está fe-

liz. Por isso é importante trabalhar os

conceitos de qualidade e de bem-es-

tar pessoal entre todos os que estão

envolvidos no dia a dia da empresa.

Não é só o cliente final que deve estar

satisfeito, mas também o seu colega

que está ali, ao seu lado, buscando os

mesmos resultados, as mesmas me-

tas. Desta forma tudo funciona bem.

Eu gosto de destacar que as empresas

não são feitas de máquinas. É feita de

pessoas que precisam ser valorizadas.

Precisam sentir o quanto são impor-

tantes, independentemente do posto

que ocupam.

É possível desenvolver esta capa-

cidade de detectar a necessidade

de mudar para que outros também

mudem?

adriana – A mudança acontece em

nível pessoal. Você só muda o mundo

se você mudar. O mais difícil é “que-

brar” este conceito de chefe “não lí-

der”, fazer ele enxergar que precisa

mudar. Todo mundo quer mudar todo

mundo, mas não quer mudar a si

mesmo. É como você criticar a casa de

alguém. É mais fácil criticar a casa de

alguém do que limpar e deixar a sua

casa organizada. Eu costumo dizer que

uma pessoa respeitada pelo medo é

o chefe. Uma pessoa respeitada pelo

amor é o líder. O chefe precisa perce-

ber o quanto ele é amado ou não e

qual é a reação das pessoas em rela-

ção a ele. Não existe coisa pior do que

ser respeitado por medo. No momen-

to em que ele deixa de “estar” chefe,

certamente será pisoteado. O ser hu-

mano é assim. Enquanto o funcionário

estiver subordinado a um chefe que

ele não gosta, ele respeita por medo.

Mas quando o chefe cai, o funcionário

passa por cima, o que é até natural

porque a mágoa pela forma como

foi tratado é grande. Por isso é que

os chefes devem procurar adotar uma

É muito fácil cobrar do funcionário

de uma maneira agressiva, com foco totalmente voltado para as falhas. Em vez de fazer assim, por que não focar

nas qualidades deste profissional?

postura de líder e aprender a perce-

ber a reação dos colaboradores diante

do que lhes é pedido. Dependendo da

reação, o gestor vai saber se precisa

mudar ou não o seu comportamento.

o gestor pode antecipar a neces-

sidade de mudança ou isto é des-

pertado apenas quando um fator

ocorre dentro da empresa, como a

saída repentina de bons funcioná-

rios ou a queda brusca nos resulta-

dos mensais?

adriana – É difícil. É muito complexa

a mudança. Por exemplo, nas minhas

palestras, eu trabalho muito a questão

comportamental e consequentemente

a parte motivacional, a representação

que cada colaborador possui dentro da

empresa. Isto faz a pessoa caminhar

melhor dentro da empresa. Eu não

acredito, por exemplo, que faça dife-

rença no trabalho de uma empresa fi-

car dizendo “vamos lá, vamos ser cam-

peões, vamos ganhar dinheiro para

comprar uma casa, um carro novo”.

Eu acredito em fazer o colaborador se

sentir bem, se sentir feliz no cargo que

ocupa porque faz bem feito, dando o

seu melhor. Consequentemente, o ou-

tro estará contente. O dono ou o ges-

tor deve estar ciente dos valores que a

empresa procura seguir. Ter valores é o

que fundamenta a vida. Amizade, le-

aldade, honra, honestidade... Se você

trabalha estes “temperos” de maneira

congruente, sabendo quem você é e

o que você quer na empresa, você vai

É preciso oferecer melhorias que

propiciem um clima de mudança. O

colaborador precisa se sentir muito bem dentro da empresa.

E isso não está relacionado somente

à questão da remuneração

Page 11: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 2120 � dirigente Lojista � junho 2011

e N t R e v i s t a

mudar as pessoas à sua volta porque

você está mudando. As pessoas come-

çam a notar o que você tem para dar e

querem dar de volta. Nas palestras, as

pessoas me perguntam: quero ser fe-

liz, o que eu faço? Primeiro, comece a

fazer o outro feliz. Comece a exercitar

este comportamento.

Este seria um comportamento “con-

tagiante” que pode motivar outras

mudanças?

adriana – É possível, mas a mudança

deve vir de dentro de cada um. Por

exemplo, é muito fácil cobrar do fun-

cionário de uma maneira agressiva,

com foco totalmente voltado para as

falhas. Em vez de fazer assim, por que

não focar nas qualidades deste profis-

sional? “João, seu trabalho é excelen-

te, você sempre trabalhou muito bem,

mas o que houve neste mês para que

baixasse sua cota de vendas?” O que

acontece quando a abordagem ocor-

re desta forma? A pessoa se sente

lisonjeada, valorizada porque não é

elogio pelo elogio. É uma abordagem

que deixa claro para o funcionário que

ele é importante para o trabalho do

gerente, para o bom desempenho

da loja. A mensagem é: eu quero in-

vestir em você. É importante saber

se ele está com algum tipo de pro-

blema até para ajudá-lo – o que será

possível se a abordagem for desta for-

ma acolhedora e não agressiva, com

uma cobrança pura e simples. Não dá

para apontar só a ferida. Isto é ruim.

Não tiro o direito do chefe ou do líder

chamar atenção do funcionário. Não

é uma anarquia onde cada um faz e

age como bem entende. A questão é

como a atenção é chamada. É aquela

velha questão que a maioria das pes-

soas esquece e não pratica: faça pelo

próximo o que você gostaria que fi-

zessem por você. Como o líder quer

ser tratado? Principalmente os colabo-

radores querem ser tratados de forma

igual aos gestores. Até porque eles, na

hierarquia, estão numa posição infe-

rior e acabam se sentindo menores.

Só que eles esquecem que são eles

que carregam a empresa. São eles

que fazem a empresa funcionar.

a partir da sua experiência como

palestrante, no contato com as em-

presas do varejo, o processo de se-

leção de pessoal consegue detectar

se o futuro empregado é mais ou

menos aberto a sugestões de mu-

danças em seu comportamento?

adriana – Isto depende muito da for-

ma como trabalha o RH da empresa.

Depende da percepção do profissional

da área de gestão de pessoal. Mas

não é difícil de saber. Você percebe

isso fazendo. A gente não aprende só

ouvindo. A gente aprende vendo. As

pessoas podem não acreditar naqui-

lo que um líder diz, mas certamente

acreditam naquilo que ele faz. Por

isso o líder tem que mostrar a for-

ma como as questões da empresa,

incluindo a necessidade de mudança

e a percepção de que é preciso mu-

dar, devem passar por algum tipo de

transformação. Dependendo do perfil

do funcionário, o líder poderá moldá-

lo para atender ao tipo de comporta-

mento que se pretende ser o padrão

na empresa não só dizendo, mas sim

mostrando, fazendo. Um exemplo

simples desta situação: o gerente não

A gente não aprende só

ouvindo. A gente aprende vendo. As pessoas podem não

acreditar naquilo que um líder diz, mas certamente

acreditam naquilo que ele faz

A grande questão da venda é a

comunicação. O vendedor precisa

conhecer muito bem o produto que a

loja comercializa. E lembrar que a venda

é um momento de grande felicidade

para o cliente

pode pedir de forma agressiva para

o vendedor tratar bem o cliente. Fica

confuso, compreende? Por isso volto

a destacar a importância da liderança

pelo exemplo e também do trabalho

de mudança começar na base junto

aos donos e aos gestores.

Por mais contraditório que pare-

ça, adotar uma abordagem mais

de líder e menos de chefe seria o

maior medo para uma mudança no

comportamento de quem comanda

uma organização? há um receio de

perder o “poder de mandar”?

adriana – Sim, por uma questão de

crença, este seria o maior medo. O

chefe pensa que não “pode baixar

sua guarda” porque isso seria mostrar

sua fragilidade – entendendo baixar a

guarda como uma abordagem menos

agressiva e muito mais proativa, aten-

ciosa e educada. Atenção e educação

são sinônimo de força, nunca de fragi-

lidade. Fragilidade eu acredito que ve-

nha da agressividade. O líder tem que

prestar atenção. Observar sem receio

de mostrar suas fraquezas.

Isso vale também no relaciona-

mento externo? ou seja, com o

consumidor final da empresa?

adriana – Totalmente. É uma “roda-

viva”. O funcionário está numa em-

presa onde ele é bem tratado. Sendo

bem tratado, ele se sente bem. Se ele

se sente bem, certamente fará seu

trabalho de um jeito melhor. Fazendo

melhor, a empresa cresce e o funcio-

nário também cresce, fica feliz. E o

funcionário feliz vai tratar muito bem

o cliente. É uma questão de valores.

É como eu coloco nas minhas pales-

tras: as notas de R$ 100,00 e R$ 2,00

têm o mesmo tamanho, praticamen-

te a mesma cor. O que as diferencia?

O valor. No caso do atendimento, é o

valor que o vendedor tem para ofere-

cer para o cliente. O valor está dentro

dele. Se ele tratar mal um cliente, é

porque é isso o que ele tem dentro

dele. Se ele tratar bem, é porque é

isso o que ele tem dentro dele. Cada

um dá aquilo que tem.

Este comportamento do vendedor,

baseado em valores, seria essencial

na abordagem do cliente que pela

primeira vez entra na loja? Pode

ajudar a “desmontar” o compor-

tamento do cliente que pode ser

retraído ou até mesmo agressivo,

arrogante?

adriana – Exatamente. A grande

questão da venda é a comunicação. O

vendedor precisa conhecer muito bem

o produto que a loja comercializa. E

lembrar que a venda é um momen-

to de grande felicidade para o cliente.

Um carro, uma joia, uma calça, um

sapato, não importa. A pessoa não

está comprando por infelicidade. Isso

significa dizer que o vendedor não

está vendendo um produto. Ele está

vendendo alegria, bem-estar... É isso

que o cliente quer inconscientemente

e é isso que o vendedor deve saber

conscientemente. E você não pode

empurrar felicidade ou qualquer ou-

tro sentimento para ninguém. Você

pode levar o camelo até o rio, mas é

ele quem vai decidir se bebe água ou

não. Da mesma forma, é o vendedor

que mostra o caminho da felicidade

para o cliente através da venda de um

produto. Vai depender da abordagem

dele – que deve ser simpática, gene-

rosa, conhecendo muito bem o produ-

to, sem forçar a barra – para que se al-

cance o objetivo de ambos: a venda e

a compra. Neste sentido, cabe lembrar

que se o vendedor atender 200 pes-

soas num dia, a última deve ser trata-

da da mesma forma que a primeira e

merece o mesmo atendimento lá do

começo do dia, ainda que possa estar

cansado ou desgastado pela rotina do

dia a dia.

Page 12: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 2322 � dirigente Lojista � junho 2011

agora é para valer. A lei que permite a criação de um

cadastro de bons pagadores entrou em vigor no Brasil.

Depois de ser aprovada pelos deputados e senadores, a legis-

lação que institui o chamado Cadastro Positivo foi sancionada

pela presidenta Dilma Rousseff e publicada no Diário Oficial

no dia 10 de junho. Para o varejo brasileiro, trata-se de um

avanço importante para alavancar o mercado de crédito e con-

sumo no País. “A palavra-chave é segurança. Devemos levar

em conta o risco inerente às vendas a prazo hoje e que será

reduzido de forma muito relevante com a aplicação do Cadas-

tro Positivo. Assim teremos menos burocracia, mais vendas e

menos perdas”, analisa Roque Pellizzaro Junior, presidente da

Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

por CLÉIa SChMITz foto PhOTOSTOgO

posItIVo!O Cadastro Positivo promete trazer juros menores para o consumidor que paga em dia e mais segurança para lojas e bancos que concedem crédito

c a P a | c R é D i t o

Page 13: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 2524 � dirigente Lojista � junho 2011

A implantação do Cadastro Positivo

traz uma nova filosofia para a conces-

são de crédito no Brasil. Ao contrário

dos sistemas de proteção existentes

até agora – que listam clientes deve-

dores – o novo modelo será capaz de

identificar os consumidores que pagam

suas contas em dia. A expectativa é de

que ele beneficie lojistas de todos os

tamanhos ao estimular a adimplência e

reduzir o risco das operações de crédi-

to. Além disso, o Cadastro Positivo deve

facilitar o acesso ao crédito, estenden-

do o benefício a milhares de consumi-

dores, especialmente àqueles que não

têm conta bancária e encontram difi-

culdades em financiar suas compras.

Outra grande vantagem do mode-

lo é a expectativa de juros menores

nas operações de crédito para clientes

que costumam quitar suas contas com

pontualidade. A lógica é a seguinte:

hoje, o valor do empréstimo é obtido

por uma fórmula que considera o custo

do dinheiro, a taxa de inadimplência e

o spread bancário (diferença entre os

juros cobrados pelos bancos nos em-

préstimos e as taxas pagas pelos ban-

cos aos investidores que colocam seu

dinheiro em aplicações). Com acesso

ao histórico de bons pagadores, será

possível oferecer a esses consumido-

res planos mais justos – ou seja, com

juros menores – fazendo com que dei-

xem de pagar pelos maus pagadores.

“Esse é um conceito que nós esta-

mos tentando implantar há anos. Ago-

ra, finalmente, o consumidor poderá

fazer uso desse instrumento e pagar

menos”, destaca o deputado paulis-

ta Guilherme Campos, que preside a

Frente Parlamentar Mista do Comércio

Varejista. Para ele, não há dúvida de

que o novo modelo ganhará espaço

de destaque nas relações de crédito no

País. Campos acredita que é só uma

questão de tempo para que os consu-

midores percebam os benefícios de-

correntes de um cadastro que mostre

seu histórico de bom pagador. “O mais

díficil já passou, que foi o embate na

Câmara dos Deputados, onde muitos

não perceberam as vantagens para o

cidadão”, afirma Campos.

Espera-se que a queda dos juros nas

operações de crédito para os bons pa-

gadores também estimule outras

pessoas a saldarem suas contas no

prazo para obter o mesmo benefício.

Consequentemente, teremos taxas

de inadimplência menores do que as

atuais, cujos índices têm sido motivo

de preocupação para os lojistas. Nos

cinco primeiros meses deste ano, a

inadimplência avançou 3,61%, se-

gundo dados do SPC Brasil. Em maio,

a taxa subiu 8,21%, na comparação

com o mesmo período do ano passa-

do. “Acendeu não mais a luz amarela,

mas a luz laranja. A gente sobe um

patamar no alerta”, destaca Roque

Pellizzaro. Para ele, a situação reflete

a falta de critérios para o uso do cré-

dito no Brasil, uma situação que deve

mudar com o Cadastro Positivo.

Tendência mundialO Brasil era o único país do G20, gru-

po dos mais ricos, a não contar com

um cadastro de bons pagadores. Da-

dos do Banco Mundial mostram que

os países que adotaram um cadastro

positivo tiveram, em média,

guIlherMe caMpos:“É uma questão de tempo para que os consumidores percebam os benefícios decorrentes de um cadastro que mostre seu histórico de bom pagador”

ENTENDA O CADASTRO POSITIVO

o que é Banco de dados com informações de adimplência de pessoas ou empresas com a finalidade de subsidiar concessões de crédito, vendas a prazo e outras transações financeiras que impliquem risco.

objetivos Identificar consumidores que pagam suas contas em dia para oferecer a eles taxas de juros mais baixas e, assim, estimular a pontualidade. Com acesso ao histórico de pagamentos, a tendência é haver uma melhor avaliação do risco e, consequentemente, uma queda nos índices de inadimplência.

Benefícios para o lojista Ao dispor do histórico de crédito, o lojista pode adaptar as condições de financiamento ao perfil de risco do cliente em questão. Desta forma, além de estimular a concessão de crédito a clientes com histórico de bom pagador, ele reduz os gastos e outras perdas decorrentes da inadimplência.

Como o lojista pode ajudar A adesão ao Cadastro Positivo é uma decisão do consumidor. Portanto, ao fechar uma venda ou um contrato de financiamento, estimule seus clientes a autorizarem a inclusão de seus dados no novo sistema. Mostre a eles as vantagens que poderão obter ao fazer parte de uma lista de bons pagadores, como, por exemplo, a redução de juros.

c a P a | c R é D i t o

O Cadastro Positivo deve estender o acesso ao

crédito a milhares de consumidores

que não têm conta bancária

Page 14: Dirigente Lojista 440

fIquE ATENTO

SuCESSO INTERNACIONAL

» A inclusão do consumidor no Cadastro Positivo depende de autorização prévia mediante documento específico ou de cláusula nos contratos de financiamento ou compra a prazo;

» O Cadastro Positivo não elimina os sistemas de proteção de crédito existentes até então. Os cadastros baseados na lista de consumidores inadimplentes continuarão em operação;

» É proibido fazer anotações acerca do cadastrado que não tenham relação com a análise de risco de crédito, tais como origem ética e social, orientação sexual, condições de saúde e convicções políticas e religiosas;

» O consumidor cadastrado pode solicitar acesso a seus dados sempre que o desejar;

» O consumidor pode pedir o cancelamento de seu nome ou de informações contidas no cadastro a qualquer momento;

» As informações do cadastrado só podem ser acessadas por empresas e instituições com as quais ele tiver relação comercial ou creditícia;

» O banco de dados, a fonte das informações e o consulente do crédito serão responsáveis por danos morais e materiais causados ao cadastrado;

» As informações permanecerão nos bancos de dados das empresas gestoras do Cadastro Positivo por um prazo máximo de 15 anos;

» As empresas gestoras do Cadastro Positivo não poderão compartilhar as informações.

redução de 43% na inadimplência. Se-

gundo o deputado mineiro Leonardo

Quintão, relator do projeto na Câmara

Federal, ao ser implantado no México,

o modelo com foco nos consumidores

que pagam em dia reduziu em até

30% o custo do crédito naquele país.

Já nos Estados Unidos, a implantação

do sistema elevou a taxa de acesso a

financiamentos de 40% para 80%, o

que indica que o modelo pode expan-

dir o acesso ao crédito e, consequente-

mente, fomentar a economia.

Para o Sebrae, o Cadastro Positivo

deve trazer benefícios às micro e pe-

quenas empresas, uma vez que vai

baratear o crédito tomado pelos em-

presários e ao mesmo tempo diminuir

o risco que eles têm ao conceder fi-

nanciamentos a seus clientes. “A nova

lei vai facilitar o acesso ao crédito pelas

empresas de pequeno porte, que, his-

toricamente, registram baixa inadim-

plência”, avalia o diretor-técnico do

Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.

Segundo ele, esta é uma medida “de

transparência, que valori-

za o bom pagador, ou

seja, o lado positivo

do cliente, imprimindo

uma nova lógica nas relações de com-

pra e venda”.

A nova lei ainda vai passar por re-

gulamentação mas, em tese, já está

em vigor. Isso significa que empresas

como o SPC Brasil, sistema de infor-

mações das Câmaras de Dirigentes

Lojistas (CDLs), já podem começar a

formar e operar sua base de dados

para o Cadastro Positivo. “Estamos pre-

parados do ponto de vista tecnológico.

Só vamos esperar a regulamentação

da lei para que possamos adaptar nos-

so sistema às novas regras previstas

nesse modelo”, afirma Roberto Alfeu,

presidente do SPC Brasil. Para o exe-

cutivo, o funcionamento a pleno vapor

do Cadastro Positivo depende de uma

mudança de cultura, mas deve aconte-

cer num prazo máximo de cinco anos.

“Acredito numa evolução rápida, mas

ela depende do ritmo de conscientiza-

ção do consumidor de que ele vai pa-

gar mais barato aderindo ao sistema.”

o papel do lojistaNesse sentido, os varejistas terão

uma função importante no

processo de formação da

base de dados do Ca-

dastro Positivo. Afinal,

de acordo com a nova

lei, a inclusão do con-

sumidor no sistema é

voluntária, ou seja,

depende da auto-

rização prévia do

cliente mediante

documento especí-

fico ou de cláusula nos

contratos de financia-

mento ou compra a pra-

zo. Assim, os comerciantes

serão uma peça-chave para

difundir a cultura do Cadas-

tro Positivo, mostrando aos

consumidores as vantagens

deste novo modelo para quem finan-

cia suas compras. “Temos que ganhar

a confiança das pessoas num proces-

so semelhante ao que passamos com

o cartão de crédito”, compara Alfeu.

Para o presidente do SPC Brasil, o

sistema de bons pagadores também

poderá reduzir custos dos lojistas ao

eliminar, ou pelo menos facilitar, a re-

alização de cadastros de consumido-

res na própria loja. “Além disso, mui-

tas vezes esse processo demora mais

de uma hora – em alguns segmentos

pode chegar a um dia –, o que irrita

o consumidor. Por isso, podemos afir-

mar sem erro que o Cadastro Positivo

vai permitir ao lojista vender melhor

e com mais velocidade”, destaca Al-

feu. Para ele, esse é um bom motivo

para que os associados ao SPC com-

Nos EUa, a implantação do sistema

elevou a taxa de acesso a

financiamentos de 40% para 80%

c a P a | c R é D i t o

De acordo com o Banco Mundial, os países que adotaram o cadastro positivo tiveram, em média, redução de 43% na inadimplência:

» Nos Estados unidos, a instituição do cadastro positivo elevou a taxa de acesso a financiamentos de 40% para 80%;

» No México, a implantação de um sistema de bons pagadores permitiu maior acesso ao crédito para a população de baixa renda e reduziu em 30% o custo do crédito;

» Na China, o sistema ajudou a impulsionar o crédito, que hoje atinge 150% do PIB do país;

» Na Coreia do Sul, a inadimplência caiu de 10% para 1,1%;

» O Brasil era o único país do chamado G20, grupo dos países mais ricos, a não contar com um cadastro de bons pagadores.

Page 15: Dirigente Lojista 440

28 � dirigente Lojista � junho 2011

c a P a | c R é D i t o

partilhem seus cadastros com o sis-

tema, mediante autorização de seus

clientes.

Detalhes da leiA lei tem alguns pormenores que

devem ser bem observados por to-

dos os agentes envolvidos. Entre

eles, a proibição de anotações sobre

o cadastrado que não tenham rela-

ção com a análise de risco de cré-

dito, tais como origem ética e social

e orientação sexual. Outra questão

importante diz respeito ao acesso do

consumidor às suas informações no

Cadastro Positivo. Após veto da pre-

sidenta Dilma ao inciso que limitava

esse acesso a uma vez a cada quatro

meses, o consumidor poderá solicitá-

lo sempre que o desejar. Além disso,

poderá pedir o cancelamento de seu

nome ou de informações contidas no

cadastro a qualquer momento, mes-

mo que tenha alguma obrigação cre-

ditícia em curso.

Outro ponto no texto aprovado pe-

los parlamentares que foi alvo de veto

de Dilma é o compartilhamento das

informações pelos diferentes bancos

de dados. Segundo a presidenta, o

dispositivo contradiz o princípio da lei

que garante que o compartilhamen-

to de informações só é permitido se

autorizado expressamente pelo ca-

dastrado. O veto tem a aprovação do

SPC Brasil. “Concordamos com a pre-

sidenta porque achamos temerário

para o consumidor ter seus dados na

mão de empresas que não têm tradi-

ção e experiência nesse segmento. O

cliente é quem deve escolher quem

vai administrar seu cadastro”, afirma

Roberto Alfeu.

O Cadastro Positivo chega ao País

com um atraso de quase dez anos,

se considerarmos que o assunto en-

trou em pauta no Congresso brasi-

leiro ainda em 2003. “O processo foi

longo, todavia resultou num modelo

que entendo adequado ao Brasil. No

que diz respeito às negociações com

o Congresso Nacional, posso dizer que

aprendi muito. É importante saber

que dentro da Casa Legislativa Nacio-

nal temos os mais diversos segmen-

tos da sociedade representados, cada

qual com sua visão e pensamentos.

Faz parte da democracia compreen-

der e trabalhar para que a maioria

vença e o País consiga seguir progre-

dindo”, avalia Pellizzaro.

roberto alFeu: “É temerário que o consumidor tenha seus dados na mão de empresas sem tradição ou experiência. O cliente deve escolher quem vai administrar seu cadastro”

O Cadastro Positivo chega

ao Brasil com um atraso de quase

dez anos, pois entrou em pauta

no Congresso ainda em 2003

Page 16: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 3130 � dirigente Lojista � junho 2011 dirigente Lojista � junho 2011 � 31

t e N D Ê N c i a | t e c N o l o g i a

n o seu primeiro dia de vendas

no Brasil, em maio, o iPad 2,

novo modelo de computador portátil

acionado por toques na tela da Ap-

ple, causou a mobilização já tradicio-

nal para cada lançamento da gigante

da informática. Filas de compradores

formaram-se nas portas de lojas em

todo o Brasil, várias das quais abri-

ram à meia-noite especialmente

para vender o tablet, como é chama-

do esse tipo de aparelho. Até o final

do dia, o estoque já havia esgotado

em várias dessas lojas.

A IDC, especializada em inteligên-

cia de mercado e consultoria nos

setores de tecnologia da informação

e telecomunicações, avalia que os

brasileiros devem comprar 300 mil

tablets em 2011, contra os 100 mil

vendidos em 2010. Apesar da con-

corrência de outros fabricantes, o

iPad 2 deve manter a liderança. Até

agora, o primeiro modelo da Apple

respondia por 90% das vendas deste

segmento.

“O iPad é objeto de desejo não só

por ter sido o primeiro, mas por ter

também o design mais diferenciado

entre os tablets, uma opção fantástica

de ótimos aplicativos e também por

ser de uma marca já bastante admi-

rada”, avalia Fred Alecrim, consultor e

palestrante sobre comércio varejista.

Além do iPad 2, os nomes mais fortes

no mercado de tablets são o Galaxy

Tab da Samsung, o Xoom da Motorola

e o Optimus Pad, da LG.

Experiências no varejoApós confirmado o sucesso no co-

mércio como bem de consumo, a

próxima etapa é levar os aparelhos

para as lojas como ferramentas dos

tabletO formato lançado pela Apple criou um nicho de mercado e se transformou no novo objeto de desejo do consumidor. Agora é a vez dos lojistas descobrirem suas aplicações

por fáBIO BIaNChINI foto PhOTOSTOgO

Após o sucesso como bem

de consumo, a próxima

etapa é levar o aparelho para as lojas como ferramentas

de venda

O tODO-PODEROSO

Page 17: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 3332 � dirigente Lojista � junho 2011

varejistas e várias experiências já co-

meçaram. A Motorola realizou duas

pesquisas entre 2 e 17 de dezembro

do ano passado, com 545 emprega-

dos do varejo em várias áreas e com

1.056 consumidores. A primeira con-

clusão foi que os vendedores têm a

impressão de que os consumidores

estão mais aparelhados que eles

para acessar instantaneamente infor-

mações sobre os produtos, por meio

de comparações de preços, acesso a

cupons e redes sociais.

Por outro lado, dos consumidores

que notaram o uso dessa tecnologia

pelos atendentes, apenas 43% consi-

deraram que ela aprimorou de algu-

ma maneira a experiência da compra,

apesar desse índice ser superior para

consumidores mais jovens. O que

mais atraiu foi a possibilidade deles

mesmos procurarem produtos, preços

e promoções em recursos de telas

sensíveis ao toque, sem a interme-

diação dos vendedores.

Na mesma época da divulgação da

pesquisa, no início de 2011, a revis-

ta Forbes anunciou que, de acordo

com “fontes internas”, uma das 10

maiores redes de varejo nos Estados

Unidos distribuiria iPads a todos os

vendedores e que se

trata de uma rede com 1.100 lojas no

país. A publicação calculou ser a Best

Buy, uma cadeia de lojas de produtos

eletrônicos. O aparelhamento dos

vendedores faria parte da iniciativa

Loja Conectada. No ano passado, um

teste do programa deu iPads, Xooms

e Galaxy Tabs a 27 lojas para iniciar

o processo de educar consumidores

e realizar negócios. O resultado, de

acordo com relatórios, indica que o

programa deve ser expandido no fu-

turo. Uma possível utilização seria a

criação de um sistema baseado no

tablet para administração de pon-

tos de venda e inventário. A Apple

tem utilizado, em suas próprias lojas,

um sistema baseado no iPod Touch

e, em dezembro do ano passado, a

revista Apple Insider relatou que ou-

tros varejistas demonstraram inte-

resse em trabalhar com o aparelho

e com o iPad.

Na semana seguinte, entretanto, a

Best Buy negou a informação sobre

os iPads. Mas a declaração, feita por

um porta-voz da rede ao Wall Street

Journal, deixa a entender que a pos-

sibilidade existe, pois afirma que con-

sidera, sim, a aquisição de aparelhos

para as equipes, mas ainda não tem

decisões finais a respeito dos detalhes.

No Brasil, alguns estabelecimentos

já oferecem os tablets como

cardápios ou mostruários

sofisticados, com interatividade,

informações e sugestões

Entre eles, qual seria a marca adotada

e quantas pessoas da equipe trabalha-

riam com o novo recurso.

Experiências brasileirasNo Brasil, alguns estabelecimentos

oferecem os tablets como cardápios

ou mostruários mais sofisticados, com

interatividade, informações e suges-

tões. No Bar Brahma, em São Paulo,

desde o ano passado os clientes ana-

lisam as opções e combinações de

pratos e bebidas e podem fazer o pe-

dido diretamente à cozinha, apenas

tocando na tela, em sistema desen-

volvido pela Esys Colibri.

Também em 2010, a Dove utilizou

tablets em 266 supermercados, hi-

permercados e nas Lojas Americanas

de todo o País para lançar a nova li-

nha de produtos para cabelo. Promo-

toras abordaram as consumidoras e

perguntaram sobre como elas gosta-

riam de ter o cabelo e realizavam no

aparelho testes interativos e simula-

ções para conhecer as linhas de trata-

mento mais adequadas ao uso diário

e sugestões sobre os produtos que

melhor atendem às necessidades de

cada uma. A ação promocional apre-

sentou os novos xampu, condiciona-

dor, pós-xampu, spray sem enxágue,

creme noturno, hidratação, ampolas,

entre outros, diretamente nos pontos

de venda.

Na 17ª edição do Senac Rio Fashion

Business, maior evento de negócios

de moda da América Latina, realizada

no Rio de Janeiro em janeiro de 2011,

a grife de jeans Lode estreou em seu

estande o software Cesto, criado es-

pecialmente para a marca pela de-

senvolvedora Klan. Seis vendedoras

tinham iPads acoplados a leitores

óticos conectados por wi-fi a um ser-

vidor local. Com essa tecnologia, os

computadores identificavam a peça

escolhida pelo comprador e apresen-

por conta próprIa Pesquisa da Motorola descobriu que o consumidor prefere procurar produtos, preços e promoções em telas sensíveis ao toque sem a intermediação de vendedores

estoQue dIgItal Com o aplicativo Cesto, os vendedores da grife Lode acessam em seus iPads todas as opções de modelos e cores da marca

t e N D Ê N c i a | t e c N o l o g i a

Page 18: Dirigente Lojista 440

34 � dirigente Lojista � junho 2011

caro deMaIsAtualmente, 54,7% do preço do iPad 2 é decorrente de impostos

t e N D Ê N c i a | t e c N o l o g i a

tavam variações de cores, tamanhos e

modelos, sugestões de combinações

com outras peças, montagem de vi-

trines e ainda dava a opção de fazer

o pedido automaticamente. A versão

apresentada no evento é destinada ao

atacado, mas as duas empresas já tra-

balham em uma nova, para varejistas.

Possibilidades e entravesAlecrim destaca outras possibilida-

des: estabelecimentos que colocam

tablets como terminais de consulta

dos produtos, com opção de compra.

O que não há na loja, pode ser com-

prado via tablet dali mesmo e envia-

do diretamente para a casa do com-

prador. “O varejista precisa primeiro

planejar qual é o seu objetivo para

depois definir as ferramentas que vai

utilizar e como. Lá fora, há lojas que

usam os tablets como POS e qualquer

vendedor passa a ser um caixa, com

tablets e smartphones”, observa.

O principal obstáculo para a adoção

do aparelho em massa no varejo bra-

sileiro ainda é o preço. Pesquisa rea-

lizada pelo professor Alcides Leite, da

Trevisan Escola de Negócios, a pedido

do caderno Link e do blog Radar Econô-

mico, ambos do jornal O Estado

de São Paulo, avaliou o iPad 2

no mercado brasileiro como o

mais caro entre os países pes-

quisados. Ele comparou os preços no

Brasil aos de França, Espanha, Portu-

gal, Itália, Alemanha, Inglaterra, Aus-

trália, México, China, Japão e EUA.

Tanto para os modelos mais sofisti-

cados quanto para os mais simples, os

maiores preços são os do Brasil, segui-

dos pelos da França, de acordo com as

cotações de moeda no final de maio.

A versão básica, sem 3G, com 16 GB,

custava R$ 1.649 no Brasil. O mais ba-

rato era nos Estados Unidos: R$ 805.

Para o mais sofisticado, com 3G e 64

GB, os preços eram de R$ 2.599, o mais

caro de todo, no Brasil, e de R$ 1.285

no Japão, onde está mais

barato.

A notícia de que a Foxxcon, em-

presa taiwanesa que monta os iPads

para a Apple, produzirá o aparelho

no Brasil a partir de novembro, divul-

gada em abril pela empresa e pelo

ministro da Ciência e Tecnologia,

Aloísio Mercadante, faz parecer ser

mais viável a popularização imediata

do produto e sua adoção de forma

mais intensa no varejo. Com as di-

ferenças nos custos de fabricação e

nos impostos (que, no total, atual-

mente equivalem a 54,7% do preço

do tablet da Apple), o custo do apa-

relho diminuiria em média 30%.

Em fevereiro, o presidente da As-

sociação Brasileira da Indústria Elétri-

ca e Eletrônica (Abinee), Humberto

Barbato, havia calculado que tablets

fabricados no Brasil com benefícios

fiscais do programa Computador

para Todos, do governo federal, cus-

tariam entre R$ 800 e R$ 1 mil. A

Apple, entretanto, não se pronunciou

oficialmente a respeito e a Foxxcon

recuou, afirmando que nada está

confirmado.

A adoção dos tablets no varejo só não é maior devido à alta

tributação sobre os aparelhos, o

que torna o iPad brasileiro um dos mais caros do

mundo

Page 19: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 3736 � dirigente Lojista � junho 2011

a história da Eletrônica Santana,

na zona norte de São Paulo, é

uma história de como a identificação

de uma marca com suas origens e

com o perfil de seu fundador pode

ajudar um negócio a superar turbu-

lências do mercado e se reinventar

sem perder a identidade como em-

presa familiar. A loja fundada há 47

anos por Rubens Martins passou de

um pequeno balcão, onde ele e o

sócio atendiam, para uma loja física

e virtual com mais de 100 funcio-

nários, sem que a sede nunca fosse

muito longe do local onde fica hoje,

na Rua Voluntários da Pátria. “No

máximo um pouquinho para lá ou

para cá, mas no mesmo quarteirão”,

conta Rubens Branchini Martins, filho

do fundador e atual gerente comer-

cial e de marketing.

Rubens (o pai) trabalhava em

uma loja de reposição de peças para

equipamentos eletrônicos na Santa

Efigênia, rua paulistana que aglome-

rava dezenas de estabelecimentos

do tipo. Em 1964, resolveu abrir uma

na região onde morava. Para iniciar o

negócio, fez parceria com um sócio,

que era técnico em eletrônica e cui-

dava dos consertos, serviço que tam-

bém prestavam, mas deixaram de

lado após cinco anos, quando passa-

ram a se dedicar exclusivamente ao

comércio de peças.

A qualidade dos serviços e produ-

tos oferecidos e a ausência de outras

lojas de eletrônicos na região aju-

daram a loja a se expandir a partir

do fim dos anos 1960 e ao longo da

década de 1970. Primeiro tornou-

se referência nos arredores, depois

em toda a cidade e até mesmo em

outros municípios. Atento às

tendências do mercado,

durante os anos 1980 Ru-

bens agregou ao negócio

da eletrônica o comércio de

aparelhos eletrônicos e filmes em

VHS para videolocadoras de todo o

Brasil, mas o principal continuava

sendo o ramo de peças.

Mudança necessáriaA crise que acabou redefinindo

o perfil da empresa surgiu no início

da década de 1990, devido a dois

fatores principais: as grandes lojas

de departamentos e magazines as-

eM sIntonIaGERAçõES

Os 47 anos de história da Eletrônica Santana são marcados pela persistência e visão de mercado do fundador Rubens Martins, que hoje administra o negócio ao lado do filho

por fáBIO BIaNChINI fotos gIOVaNNI SaNDES

P e R f i l l o j i s t a

Page 20: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 3938 � dirigente Lojista � junho 2011

sumiram a maior parte do mercado

de eletrônicos, ao mesmo tempo em

que a importação massiva fez com

que os consumidores preferissem

comprar novos aparelhos a consertar

os que estragavam. Assim, a procu-

ra por peças para reparos diminuiu

abruptamente. Foi o começo de um

período de 10 anos de crise, quando

a empresa precisou se reposicionar

no mercado.

Na época, a reputação que a mar-

ca da Eletrônica Santana conquistara

em mais de 20 anos desempenhou

papel duplo. Por um lado, a confiança

que Martins construíra com parceiros

e fornecedores foi fundamental nos

momentos em que surgiram dificul-

dades para quitar dívidas. Por várias

vezes a loja chegou perto de fechar,

mas ele conseguiu se manter e com-

prou a parte do sócio. Um aspecto

fundamental para a sobrevivência foi

diversificar o negócio com a venda

de equipamentos de comunicação e

segurança.

Mas então o fato de ser muito

conhecida criou um problema para

a loja: “Estávamos muito marcados

com a venda de peças e o público

demorou um pouco a assimilar essa

mudança”, lembra Branchini. Até

hoje ainda há quem chegue à loja

à procura de peças para consertos e

reparos. “E nem temos como indicar

outro lugar, porque quase todo mun-

do abandonou isso. Na Santa Efigênia

foi a mesma coisa, todos passaram

por dificuldades e sobreviveu quem

soube se adaptar e encontrar novas

opções de mercado”, avalia.

Injeção de tecnologiaBranchini Martins, 35 anos, está

na loja desde 2003, após ter traba-

lhado lá quando garoto e depois sa-

ído para criar seus próprios projetos.

Hoje divide a administração com o

pai, que está com 66 e permane-

ce ativo à frente dos negócios. Eles

contam também com uma equipe

de executivos, que os ajuda a con-

trolar as várias atividades: além de

comercializar mais de 8 mil produtos

diferentes, de pilhas a sofisticados

sistemas de telefonia e segurança,

tanto na loja física quanto pela in-

ternet, a Eletrônica Santana oferece

soluções dessas atividades, também

para empresas.

A venda pela internet, definida

por Branchini como “a grande vira-

da”, começou na mesma época em

que ele voltou à loja, como alterna-

tiva mais segura que encontraram

para crescer. O e-commerce ainda

era novidade no Brasil, uma oportu-

nidade inexplorada, porém o risco e

os custos eram mais baixos do que a

outra opção – a abertura de filiais. Na

ocasião, a empresa tinha seis funcio-

nários. O salto para a equipe atual

foi realizado em sete anos, mas não

sem percalços.

Rubens Martins, o pai e fundador,

segue na busca de novos caminhos e

atento às possibilidades. Após partici-

par, em janeiro último, da 100ª con-

venção da National Retail Fundation

(NRF) dos Estados Unidos, realizada

em Nova York, ele quer dedicar-se

mais às mídias sociais como maneira

de manter o contato com os usuários,

numa versão on-line da proximidade

da loja de bairro. Os perfis no Face-

book e Twitter indicam esse caminho,

apesar do número de seguidores ain-

da ser menor do que o potencial de

uma loja com o volume de consumi-

dores da Eletrônica.

Apesar do investimento no mer-

cado virtual, as raízes no comércio

de vizinhança e a experiência de

quase cinco décadas ainda orientam

os negócios na Eletrônica Santana.

De certa forma, avalia Branchini, a

empresa vende hoje o aprendiza-

do que adquiriu ao longo dos anos.

“Quando meu pai decidiu vender

aparelhos de telefonia e seguran-

ça na década de 1990, foi o único

lugar para onde podia ir, não tinha

nem condições de planejamento. Foi

muito duro, apanhamos muito. Uma

das coisas que a gente oferece é o

cliente não precisar passar por esse

processo doloroso.”

P e R f i l l o j i s t a

tradIção localA loja comercializa mais de 8 mil itens, de pilhas a sofisticados sistemas de telefonia e segurança, e é referência no comércio da zona norte de São Paulo

do balcão À WebO pequeno negócio de reposição de peças fundado em 1964 tornou-se uma loja física e virtual com mais de 100 funcionários

A venda pela internet teve início em 2003,

quando o filho do fundador voltou

à loja, como alternativa mais

segura para crescer

Page 21: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 4140 � dirigente Lojista � junho 2011

P R o j e t o D e l o j a

Menos computador e televisão,

mais brincadeiras ao ar livre. É

o que sugere o novo conceito de loja

da franquia Márcia Barbieri, rede de

moda infantil para meninas de zero

a 10 anos. O ponto de venda modelo

para as demais unidades foi inaugu-

rado recentemente no shopping cen-

ter Maringá Park, em Maringá (PR).

Criado pela Noz Arquitetos, de Flávia

Giazzi e Roberto Bordin, o projeto traz

inovações e grande número de solu-

ções de varejo num espaço de loja de

cerca de 80 metros quadrados.

Talvez a maior inovação possa ser

vista, literalmente, no piso vinílico.

Um projetor de vídeo de alta tecno-

logia faz aparecer no chão, em áreas

circulares mais claras, imagens intera-

tivas ligadas à natureza, como um rio

de pedras com peixinhos, um campo

com flores e borboletas e um grupo

de coelhinhos. No rio, por exemplo,

os peixinhos se afastam de quem se

aproxima enquanto ouvem-se passos

na água. “O efeito é impressionante”,

diz o arquiteto Roberto Bordin, que

não conhece outra loja no Brasil que

usa esse sistema.

A árvore decorativa localizada no

centro da área de vendas também

chama a atenção. Feita de pinus vin-

do de reflorestamento certificado, a

peça reforça o conceito da loja e é

importante item de merchandising,

uma vez que pode ser decorada de

acordo com as estações do ano, da-

tas comemorativas, feriados e novas

coleções. “É uma ferramenta silencio-

sa, mas que sinaliza as mudanças na

loja”, afirma Bordin.

Criatividade na vitrineAs vitrines, uma aberta e uma fe-

chada, contêm outras soluções ver-

sáteis para mostrar as novidades. Na

vitrine aberta, uma grande moldura

branca demarca o limite posterior. De

cantos arredondados e suspensa por

cabos de aço fixos no piso e teto, ela

dá prestígio à área. Dentro da moldu-

ra, linhas finíssimas fazem “levitar” os

objetos ali colocados, que podem ser

bucólIcoCom pouco espaço e muita inovação, a nova loja da franquia Márcia Barbieri passa a sensação de infância em meio à natureza

por MaTEUS BOINg fotos DIVULgaÇÃO

peças decorativas, cartazes de liqui-

dação ou mesmo uma grande ima-

gem de lançamento.

À frente da moldura, uma platafor-

ma retangular branca, como um “L”

deitado, levanta e destaca os mane-

quins. O piso e a coluna lateral da vi-

trine são revestidos de tiras de ma-

deira coloridas e coladas uma a uma

em trabalho minucioso. Na coluna,

um conjunto de pequenos suportes

metálicos pode receber araras, pra-

teleiras ou expositores de calçados.

Uma escada e uma pequena caixa,

além de trilhos no teto que sustentam

nuvens decorativas e outros objetos,

completam os equipamentos na vitri-

ne aberta, sem contar os manequins,

que merecem menção à parte.

Feitos de fibra de vidro, com peru-

cas e em poses naturais, os mane-

quins usados na loja têm mais seme-

lhanças com crianças de verdade do

que manequins de moda adulta em

relação a seus respectivos clientes. O

objetivo é aproveitá-los para mostrar

todos os produtos da marca Márcia

Barbieri, que conta com uma linha

variada de acessórios. 

Os 13 manequins à disposição na

loja do Maringá Park correspondem a

crianças de diferentes faixas etárias e

feições físicas. “A ideia é mostrar que

ChARME

Page 22: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 4342 � dirigente Lojista � junho 2011

P R o j e t o D e l o j a

as diferenças existem naturalmente

e que cada criança é linda com sua

própria natureza”, diz Flávia Giazzi.

Desde a inauguração da loja, no dia

31 de maio, nove dos 13 manequins

disponíveis já foram utilizados. 

De nove, quatro fazem parte da de-

coração da vitrine fechada. Eles ficam

à frente de um painel que varia do

verde, embaixo, ao azul, na parte de

cima. “Remete a terra e céu”, explica

Flávia. O que não deixa dúvida, devi-

do às flores, pingos de chuva e fra-

ses existentes nesse painel de fundo

e desenhados em branco. Acima dos

manequins, trilhos de vitrine equili-

bram nuvens decorativas.

Exposição e iluminaçãoDentro da loja, ao pé da árvore de-

corativa, uma bancada branca passa a

ideia de vaso da planta. Nessa banca-

da é exposta a linha de acessórios da

marca. Ao lado, uma arara face out re-

úne sugestões de combinação, en-

quanto mesas de apoio para as roupas

completam o mobiliário do centro da

loja. Todas as peças são em pinus com

revestimento de pintura automotiva,

exceto a arara face out, metálica.

Nas paredes, seis armários reúnem

praticamente toda a coleção. Cada um

tem estilo e decoração próprios, de

acordo com o tipo de roupa que ofere-

ce. Cremalheiras embutidas garantem

versatilidade na exposição das peças.

Pinus com tinta automotiva, novamen-

te, nas molduras e bases dos armários.

Os fundos são de um tipo especial de

laminado melamínico, importado da

Alemanha. “É uma textura fosca, que

não reflete a iluminação, um branco

quente, não gelado”, diz Bordin.

O cuidado na iluminação dos armá-

rios se estende ao restante da loja.

InoVação no chãoNo piso vinílico, um projetor de vídeo de alta tecnologia faz aparecer imagens interativas nas áreas circulares mais claras

na "soMbra" da árVoreAo pé da planta decorativa, a

bancada branca lembra um vaso e também serve para expor a linha de acessórios da marca

Page 23: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 4544 � dirigente Lojista � junho 2011

P R o j e t o D e l o j a

As lâmpadas utilizadas, de multivapor

metálico, têm baixa potência e alto

índice de luminosidade. “A ilumina-

ção é um vendedor importantíssimo

no ponto de venda. Ela guia o cliente

até o ponto de caixa”, afirma Bordin.

A localização do caixa foi, aliás, es-

trategicamente planejada: ao lado do

vão da porta. Desse modo, segundo

Bordin, o funcionário pode controlar

o movimento de clientes e ao mes-

mo tempo proteger os provadores e

a área de maquiagem infantil, que

ficam ao lado. Atrás do caixa há um

elemento lúdico – uma casinha de bo-

necas, que leva aos provadores.

O teto de gesso tem dois tamanhos

de pé-direito – o maior tem 4 metros.

Já o mezanino funciona como estoque

e abrigo das máquinas de ar-condicio-

nado. Nas paredes pre-

dominam o rosa e o azul.

Para obter, por exemplo,

o rosa desejado, os ar-

quitetos recorreram a um

papel de parede branco,

importado, que recebe

a tonalidade procurada.

“Lançando mão desse re-

curso, pudemos aplicar o

rosa da nossa paleta de

cores”, conta Bordin.

Voltando ao lado exte-

rior, há um elemento en-

tre as vitrines que passa

despercebido – a porta

da loja. Metálica, de en-

rolar, ela fica escondida

na parte superior quando

o ponto de venda está

aberto. E justamente as-

sim revela sua maior qualidade, um

grande vão de cerca de 4 metros de

altura e 3 de largura. De acordo com

os arquitetos, a ideia é que o cliente

que está caminhando pelo shopping

nem perceba que entrou na loja.

Lá dentro, a tarefa é levá-lo a com-

prar. Uma das maneiras de fazer isso

é facilitando o trabalho da equipe de

vendas. Na loja do Maringá Park, os

vendedores quase nunca precisam

sair de cena para ir ao estoque. Isso

porque praticamente todos os pro-

dutos estão à mão. Soluções práticas

como essa são responsáveis pelo su-

cesso do novo projeto, cuja eficiên-

cia está superando as expectativas.

posIcIonaMento estratÉgIcoO caixa ao lado do vão da porta permite controlar o movimento de clientes e ao mesmo tempo protege os provadores e a área de maquiagem infantil

no arMárIo Nichos nas paredes

simulam armários decorados e iluminados

de acordo com o estilo da roupa em exposição

ManeQuIns expressIVosFeitos de fibra de vidro, com perucas e em poses naturais, os manequins representam crianças de diferentes faixas etárias e feições físicas

Tanto que a meta inicial de

aumentar o faturamento mé-

dio de R$ 60 mil para R$ 100

mil na loja de Maringá já está

a caminho de ser superada.

Foco na experiência“Quebramos muito a cabeça”,

diz Bordin, no sentido de pen-

sar as soluções de varejo para

a loja sem, ao mesmo tempo,

abandonar as emoções. “É im-

portante oferecer uma experi-

ência que fique na memória do

cliente. Hoje não se discute o

que você comprou, mas onde

comprou”, avalia o arquiteto.

Além do novo conceito, uma

nova logomarca define os valo-

res da empresa. Marcinha, per-

sonagem-símbolo da marca,

ganhou um novo design que

transmite ação, beleza, criativi-

dade e modernidade. “A marca

foi desenvolvida por uma das

maiores empresas de branding

do mundo”, conta Rawlinson

Peter, gerente de operações da franquia.

“Ela muda conforme a situação. Troca o ves-

tido, recebe chapéu, laço, tiara, cachecol.”

A próxima loja da rede a receber o novo

conceito de ponto de venda será a fran-

quia de Ponta Grossa (PR), a ser inaugura-

da em outubro. Atualmente, a rede conta

com nove unidades, quatro em municípios

paranaenses e uma em cada uma destas

cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá,

Palmas e Porto Velho.

Page 24: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 4746 � dirigente Lojista � junho 2011

Page 25: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 4948 � dirigente Lojista � junho 2011

o P i N i ã o | B a N h o D e l o j a

Kátia belloArquiteta e sócia-diretora da Opus Design. [email protected]

taManhoNão é Mais DocuMeNto

J á é sabido que no varejo brasileiro os hi-

permercados vêm perdendo espaço para

os supermercados nos últimos anos. Eles reina-

ram na época de superinflação, quando as pes-

soas – preferencialmente no mesmo dia em

que recebiam seus salários – corriam para onde

sabiam que podiam encontrar todos os produ-

tos em um só lugar para fazer o abastecimento

do mês antes que os preços aumentassem.

Com o passar dos anos, porém, as variáveis

da equação que compõem a decisão de compra

do consumidor foram mudando e esta propos-

ta de loja passou a ser menos atrativa. Se por

um lado propicia mais espaço para produtos, o

tamanho dos hiper também faz o cliente ter

que andar mais para completar suas compras,

perdendo mais tempo em cada visita à loja.

O tempo disponível dos clientes aliado ao

trânsito intenso interferem na atração que se

exerce sobre o consumidor. Segundo a Associa-

ção Brasileira dos Supermercados (Abras), as lo-

jas deste segmento já tiveram um raio de ação

de 10 quilômetros, mas hoje contam apenas

com um quilômetro e meio. Naturalmente, o

número de opções disponíveis e o quanto a loja

em questão oferece uma solução melhor que os

concorrentes também afetam o quanto o consu-

midor se dispõe a andar para fazer uma compra.

“Para certos

públicos e em

certas categorias,

diminuir a

variedade pode

significar um

aumento nas

vendas”

Diferente do passado, quando a ordem era

estocar, os consumidores hoje vão ao super-

mercado mais de uma vez por semana. Isso

contribui para eles escolham lojas que exijam

menos deslocamento e, de preferência, este-

jam no caminho de casa ou do trabalho.

Neste tipo de compra de reposição os su-

permercados de menor porte, cravados em

pontos estratégicos da cidade, levam vanta-

gem. Outro formato que também é frequente

hoje são os chamados “atacarejos”, que ven-

dem tanto para clientes corporativos como para

consumidores finais que, por vezes, elegem

este formato para compras de abastecimento.

De novo entra em questão a medida certa

para uma loja. Ela não é só relativa aos metros

quadrados que a loja ocupa, mas também a

outras medidas de performance. No passado

tínhamos a ideia de que quanto mais produtos,

melhor, pois estávamos oferecendo mais varie-

dade aos clientes. O presente nos mostra que,

para certos públicos em certas categorias de

produtos, diminuir a variedade de itens dispo-

níveis pode significar um aumento nas vendas.

Os tempos mudaram e a expressão “ta-

manho é documento” está caindo em desuso.

Tamanho único é coisa do passado. Encontrar

o tamanho certo é nossa missão do presente.

Page 26: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 5150 � dirigente Lojista � junho 2011

M ó v e i s e N e g ó c i o spor geraldo rIgonI [email protected]

Preço de venda foi de R$ 83 milhões, 20% do faturamento bruto da rede de lojas do Grupo Silvio Santos em 2010

o baÚ agoRa

luIZa

oMagazine Luiza comunicou no

mês de junho  à Comissão de

Valores Mobiliários (CVM) que adqui-

riu as 121 lojas da rede de varejo de

eletroeletrônicos e móveis do Baú da

Felicidade. Espalhadas pelos estados

de São Paulo, Minas Gerais e Paraná,

as unidades foram adquiridas por R$

83 milhões – 20% do faturamento

bruto das lojas do Grupo Silvio Santos

em 2010. O acordo foi celebrado em

memorando no dia 10 de junho. 

“A aquisição das lojas do Baú re-

força a estratégia do Magazine Luiza

de consolidação da sua presença nos

mercados de atuação, com destaque

para o fortalecimento das operações

no Paraná e na região metropolitana

de São Paulo”, diz o fato relevante co-

municado à CVM.  Também afirma a

empresa de Luiza Helena Trajano que

“as lojas do Baú estão localizadas em

pontos comerciais estratégicos, com

foco na classe C, mesmo público-alvo

das lojas do Magazine Luiza”. Com

essa aquisição, o Magazine Luiza au-

menta sua área total de vendas em

mais 46 mil metros quadrados, equi-

valentes a cerca de 11% da área de

vendas atual.

Parte das lojas adquiridas, princi-

palmente no Paraná, deverá ser con-

vertida em lojas virtuais, reforçando

também a estratégia de investimento

nesse canal de vendas. Como a rede

do Baú da Felicidade tem cerca de

3 milhões de clientes cadastrados, o

Magazine Luiza pretende apresentar

a esses consumidores o seu sistema

de concessão de crédito Luizacred,

que serve para financiamento de pro-

dutos e serviços internos.

EXPANSÃO NO NORDESTE

Menos de um ano após sua entra-

da no Nordeste, por meio da aquisição

da Lojas Maia, o Magazine Luiza, ter-

ceiro maior varejista de eletroeletrô-

nicos e móveis do País, já enxerga a

necessidade de pelo menos 60 novas

lojas na região. Segundo Luiza Helena

Trajano, presidente da rede varejista,

os pontos já estão sendo identificados

e adquiridos.

O Magazine Luiza tem atualmen-

te 142 pontos de venda no Nordeste

e pretende chegar a 200 em um pe-

ríodo de dois anos. Com a economia

mais pujante da região, Pernambu-

co pode ser, segundo a empresária,

o estado mais contemplado com as

novas lojas da rede. Paralelamente,

a empresa está iniciando o proces-

so de retirada da marca Lojas Maia

do mercado. “Vamos reformar essas

lojas, incluir artigos de presente e

brinquedos e, então, passar a utilizar

apenas a marca Magazine Luiza. Será

gradual”, explica. 

é Da

luIZa helena traJanoCom a aquisição, a presidente do Magazine Luiza reforça a presença no Sul e Sudeste, mas também quer crescer no Nordeste

Page 27: Dirigente Lojista 440

M ó v e i s e N e g ó c i o s

Walmart avalia aquisições para crescer no brasilo Walmart, maior rede varejista

do mundo, está analisando po-

tenciais alvos de aquisição no Brasil.

J. P. Suarez, vice-presidente sênior de

desenvolvimento de negócios inter-

nacionais, afirma que apenas o cres-

cimento orgânico não é suficiente

para que o grupo conquiste mercado

no País. “Buscamos oportunidades

de adquirir lojas para ajudar no nos-

so crescimento orgânico”, diz Suarez.

“Temos acesso a capital. Para nós,

isso não é um problema”, completa

o executivo.

A iniciativa está de acordo

com a estratégia mundial do Wal-

mart para crescer nos próximos

anos, calcada em quatro pilares:

aquisições, crescimento orgânico,

comparação de vendas nas mes-

mas lojas e comércio eletrônico.

Há 16 anos no Brasil, o Walmart man-

tém a terceira posição no ranking das

maiores redes de varejo alimentar.

Suas vendas de R$ 22,3 bilhões em

2010 deixam a filial brasileira abai-

xo do Carrefour (R$ 29 bilhões) e do

Pão de Açúcar (R$ 36,1 bilhões, in-

cluindo eletroeletrônicos).

Segundo o presidente da rede no

País, Marcos Samaha, serão aber-

tas 80 lojas este ano, a maioria no

Nordeste e no formato Todo Dia,

de lojas de vizinhança, um modelo

próximo do Walmart Express, nova

aposta da varejista, com cerca de

10% do tamanho de um hipermer-

cado convencional.

Pesquisa do Data Popular impulsiona feira Brasil Móveis

A Brasil Móveis está cercada de otimismo. A expectativa positiva dos organizadores para o fechamento de bons negócios durante o evento é reafirmada pelos dados do Data Popular. O instituto revelou que em 2010 os gastos com móveis e itens domésticos das famílias brasileiras giraram em torno de R$ 41 bilhões. Para este ano a previsão é de que o consumo de móveis e itens domésticos seja 23% superior ao de 2010. Realizada pela Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs) em parceria com a Reed Multiplus, a Brasil Móveis ocorre entre os dias 9 e 12 de agosto no Anhembi, em São Paulo. A organização espera receber cerca de 400 expositores e uma média de 7,5 mil visitantes por dia, ou seja, cerca de 30 mil pessoas durante o período da feira.

eletro shopping compra rede cearense top Móveis

e m meio à voracidade com que as

gigantes do varejo avançam Nor-

deste adentro, a pernambucana Eletro

Shopping anunciou a aquisição da Top

Móveis, rede cearense de 16 lojas. O

negócio, que não teve o seu valor di-

vulgado, visa fortalecer a empresa no

Ceará, onde ainda tem presença dis-

creta. Rio Grande do Norte e Paraíba

também estão no centro da estratégia

de expansão da rede, que espera atin-

gir a marca inédita de R$ 1 bilhão de

faturamento este ano. A ideia é ganhar

corpo para fazer frente ao apetite das

grandes redes, cada vez mais interes-

sadas em um dos mercados que mais

crescem no País.

“Nosso foco sempre foi o Nordes-

te. As outras é que estão descobrindo

agora esse filão que a gente já conhe-

ce bem. Sabemos que esse pessoal

(as grandes varejistas) está se conso-

lidando com uma perna aqui no Nor-

deste”, diz o vice-presidente da Eletro

Shopping, Fernando Freitas.

O executivo admite que sua em-

presa já foi sondada pelas rivais, mas

garante que pretende continuar “no

papel de caçador, e não de caça”. An-

tes da Top Móveis, a Eletro Shopping

já havia comprado outras duas redes

pernambucanas: Grandelar e Hermol,

com 30 lojas cada. 

A maior parte das lojas da Top Mó-

veis está em Fortaleza, porém o gru-

po também tinha alguns pontos no

interior do Ceará, próximos à região

de Juazeiro do Norte, outro polo con-

sumidor importante do estado.  Com

essa compra, a primeira fora de Per-

nambuco, a Eletro Shopping passa a

contar com 148 lojas distribuídas em

seis estados do Nordeste. A meta é

fechar o ano com 180 pontos.

A chilena Cencosud, uma das maiores varejistas da América Latina, estaria negociando a compra de alguns ativos da francesa Carrefour no Brasil, de acordo com o jornal chileno Financiero. Segundo fontes próximas à companhia chilena, o controlador da Cencosud, Horst Paulmann, estaria em conversas com executivos do Carrefour a fim de comprar alguns dos ativos da rede francesa. O eventual interesse da rede chilena por ativos do Carrefour no Brasil seria parte dos agressivos planos de expansão pretendidos pela Cencosud desde sua entrada no País, em 2007. A Cencosud tem unidades em operação na Argentina, Brasil, Colômbia, Chile e Peru. 

A rede de móveis e eletroeletrônicos Cybelar, com 86 lojas no interior de São Paulo, inaugurou sua primeira unidade em Valinhos (SP). Com isso, a empresa amplia sua presença no interior paulista, segundo maior mercado do País. Já presente em lugares próximos, como Vinhedo, Indaiatuba e Itapira, a varejista quer abrir lojas em cidades menores, criando maior proximidade com os consumidores. Até o final do ano, a Cybelar quer chegar a 105 pontos de venda no estado.

A rede de eletroeletrônicos Lojas Colombo inaugurou uma nova unidade no Paraná, em São josé dos Pinhais. O ponto de venda, no Shopping São José, oferece o mix completo de produtos da Colombo. A rede conta com 331 pontos de venda nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

NOTAS RáPIDAS

Page 28: Dirigente Lojista 440

54 � dirigente Lojista � junho 2011

iDeias siMPles, ResultaDos

extraordInárIos

a tualmente comenta-se muito a im-

portância de proporcionar uma expe-

riência de compra diferenciada. As pessoas

são diferentes, portanto motivadas e impul-

sionadas de maneira distinta. Atravessamos

um período de transformações, em que

novos conceitos surgem a cada momento.

Conhecer bem o seu cliente não é mais su-

ficiente. É necessário gerar satisfação, com-

preender e mexer com o seu emocional.

Há uma empresa virtual chamada make

my own monster (faço meu próprio “mons-

tro”), que confecciona o bichinho de pelú-

cia a partir de um desenho e uma história

criados pela criança. Um presente que não

tem preço, a personificação da sua primeira

“obra de arte”.

A Playmobil lançou recentemente no

mercado a loja da Apple na sua versão brin-

quedo, sem tecnologia, mas capaz de des-

pertar o imaginário das crianças ao montar

a sua própria loja, inclusive com as famosas

filas de “bonecos”, que ocorrem sempre que

há um lançamento de novos produtos.

Se toda ação gera uma reação, por que

não mudar a categorização da loja para faci-

litar a vida do cliente? O Supermercado São

Sebastião, no Rio de Janeiro, categorizou a

luciana carmoEspecialista em gestão de serviços e palestrante. [email protected]

“É de grande

valia visitar

operações

diferentes da sua

área de atuação

para descobrir

novas maneiras

de operar”

sua área de produtos para limpeza de acordo

com os ambientes do lar: limpeza para cozi-

nha, banheiro, quartos, etc.

Outra loja que é fonte de inspiração – foi

eleita uma das melhores empresas america-

nas na gestão de pessoas – é a The Contai-

ner Store, especializada em organização de

casa, escritório e cozinha. É uma empresa

focada no reconhecimento e treinamento

dos funcionários. Seu presidente, em um

dos congressos da NRF, disse: “Acreditamos

que se você colocar os funcionários em pri-

meiro lugar e cuidar melhor deles do que

qualquer outra pessoa, eles cuidarão melhor

do seu cliente”.

É de grande valia para o varejista visitar

operações diferentes da sua área de atua-

ção, pensar fora da caixa, descobrir novas e

criativas maneiras de operar. O planejamen-

to é fundamental para efetuar qualquer mu-

dança, mas inspire-se, busque alternativas,

mude e mensure todos os benefícios obti-

dos a partir das ações implementadas. Afi-

nal, o que seu cliente espera? Que você seja

capaz de utilizar ideias simples e criativas

para mexer com seu imaginário e propiciar

emoções diferentes e prazerosas em cada

contato que ele tiver com sua loja.

o P i N i ã o | D e o l h o N o c l i e N t e

Delegação Oficial da CNDL

Janeiro/2012

101ª Convenção Mundial do

Varejo

Hospedagem de 7 noites em New York no

Hotel Intercontinental Times Square (5 estrelas)

Café da manhã exclusivo para o grupo

Internet no quarto

Seguro de viagem Premium (cobertura de US$ 250.000,00)

Traslado de chegada e saída em New York**

Traslado exclusivo para o evento (somente ida)

Inscrição NRF BIG SHOW 2012

Jantar de confraternização da CNDL

Assistência Integral da Equipe Primeiro Mundo

Passagem aérea partindo da cidade escolhida voando TAM

Tour de compras Woodbury ou Jersey Gardens*

Workshops em New York com consultores da CNDL

Maleteiros e taxas do Hotel

* Definido de acordo com as condições metereológicas

** Traslado somente para os voos do bloqueio do grupo

*** Válido somente para a parte terrestre, consulte o regulamento

HOTEL

5ESTRELAS

�Datas de saída: 11 e 12 de janeiro

A cada10 pacotes

compradosganhe o11°!***

Page 29: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 5756 � dirigente Lojista � junho 2011

a Autocom 2011 (13ª Exposição

e Congresso de Automação Co-

mercial, Serviços e Soluções para o

Comércio), considerada o maior even-

to do setor na América Latina, reuniu

de 7 a 9 de junho, no Expo Center, em

São Paulo, as novidades em automa-

ção comercial de mais de 200 marcas

nacionais e internacionais.

“Acompanhando a economia na-

cional, o mercado deve seguir regis-

trando bons resultados à medida que

a sociedade eleva sua capacidade de

consumo”, destaca Zenon Leite Neto,

presidente da Associação Brasileira de

Automação Comercial (Afrac), organi-

zadora do evento. “O número recorde

de lançamentos traduz o momento

vivido pelo mercado de automação

comercial”, afirma Fábio Lazzarini,

diretor-executivo do Ideti Eventos em

vitRiNe Da

tecnologIa

t e c N o v a R e j opor alexandre gonçalVes [email protected]

Tecnologia da Informação, parceiro da

Afrac na realização da Autocom.

Nos três dias de evento, profissio-

nais do varejo e atacado e proprietá-

rios de estabelecimentos comerciais

de todo o País tiveram a oportunida-

de de conhecer as novas tecnologias

em automação que visam aumentar

sua competitividade e lucratividade,

por meio da modernização de proces-

sos que envolvem toda a cadeia de

uma rede comercial.

Uma das novidades demonstradas

na feira foi uma loja dotada com o sis-

tema de pagamento com tecnologia

RFID, que transmite dados por radio-

frequência e que elimina a necessida-

de do consumidor colocar os produtos

no balcão do caixa. No ato da compra,

o cliente passa o carrinho perto de

uma antena que identifica automa-

ticamente os produtos por meio de

sinais de rádio. A tecnologia realiza a

soma de valores dos itens, de forma

que o cliente dirige-se ao caixa ape-

nas para efetuar o pagamento. Tenta-

tivas de roubo também são evitadas,

já que a antena identifica produtos

escondidos em bolsas ou roupas.

A Autocom também mostrou lan-

çamentos de softwares para pequenas

e médias empresas comerciais, im-

pressoras fiscais, quiosques e termi-

nais autônomos, desktops, notebooks,

servidores, computadores de mão, ta-

blets, teclados, comandas eletrônicas,

coletores de dados e leitores de códi-

gos de barras. O evento também des-

tacou a oferta de suprimentos como as

novas bobinas térmicas para emissão

de cupom fiscal, cujo papel, por deter-

minação do Cotepe (Comissão Técnica

Permanente), deve ter fibras alvejadas

que podem ser vistas com luz negra

ou ultravioleta. Esse tipo de tecnolo-

gia possibilita que os dados impressos

permaneçam inalterados por um perí-

odo de pelo menos cinco anos. A obri-

gatoriedade para utilização deste tipo

de bobina com o novo papel vigora a

partir de 1º de julho.

Além da maior quantidade de no-

vidades, a Autocom 2011 também

alcançou recorde de público com a

visitação de 10 mil profissionais ao

longo dos três dias de evento. Le-

vantamento realizado com exposito-

res apontou ainda para a viabilização

de negócios que somam R$ 140 mi-

lhões para os próximos 12 meses, o

que representa 10% do volume mo-

vimentado anualmente pelo setor.

Nas páginas a seguir, confira al-

guns dos lançamentos apresentados

durante a Autocom 2011.

Maior feira de automação comercial da América Latina, a Autocom 2011 apresentou dezenas de novos produtos para varejistas que buscam mais segurança, controle e agilidade à gestão de suas lojas

Em três dias, a feira recebeu a visita de 10 mil pessoas, que

movimentaram cerca de R$ 140 milhões

em negócios

Page 30: Dirigente Lojista 440

58 � dirigente Lojista � junho 2011

o RC-8000, primeira CPU exclusi-

va dedicada à automação co-

mercial produzida pela Bematech no

Brasil, foi o destaque da empresa na

Autocom deste ano. Trata-se de um

computador com tamanho reduzido,

com volume correspondente a um

terço de uma CPU convencional, de-

senvolvido para se adaptar ao espaço

de frente de caixa. De acordo com a

empresa, o RC-8000 é mais robusto,

possui fonte externa, maior durabili-

dade e menor consumo de energia.

A empresa decidiu produzir este

produto no Brasil por causa de todo

o conhecimento em automação co-

mercial que possui a partir de sua

destacada participação no mercado

de impressoras fiscais. Além disso,

havia a oportunidade de aumentar

sua presença no mercado de CPUs.

Não por acaso, a Autocom foi o

evento ideal para lançar o RC-8000.

Para Eros Jantsch, diretor de hardwa-

re da Bematech, a relevância da feira

está no fato de promover a discussão

de questões importantes para a auto-

mação comercial brasileira. “É o mo-

mento em que fabricantes, distribuido-

res, revendas, entidades regulatórias e

varejistas se reúnem para discutir a

expansão do setor, novas tecnolo-

gias, tendências e estratégias”,

ressalta o executivo.

cpu exclusiva para automação cardápio de soluções para impressões especiaisZebra Technologies apresenta impressoras para os mais variados tipos de aplicação

Bematech lança o computador RC-8000, com tamanho reduzido e desenvolvido para se adaptar às necessidades do comércio

Epson lança terceira geração de impressorasA Epson aproveitou sua participação na Autocom para lançar a terceira geração de suas impressoras fiscais. A nova versão conta com um processador mais rápido e USB nativo, além de possuir uma memória de fita detalhe com maior capacidade de armazenamento. Os novos modelos são: TM-T81FB III modelo de entrada, TM-T88FB III com maior velocidade, TM-H6000FB III híbrida, com impressora de cheques, leitor CMC7, endosso e validação. Segundo Marcos Dalla Nora, gerente da unidade de negócios da Epson, o mercado de automação está aquecido e as empresas do varejo estão cada vez mais cientes da importância da automação comercial para melhorar seus controles ou para adequação das exigências fiscais.

Coletores de dados PidionA nova linha de coletores de dados Pidion, incluindo o Bip 1300 e Bip-6000, foi o destaque da Prime Technologies na Autocom. O Bip 1300 realiza operações comerciais e financeiras, podendo ser usado como um ponto de checkout móvel para o varejo em geral e também em instituições bancárias e financeiras. Já o Bip-6000 possui resistência a impactos, quedas e operações em campo, atende às atuais exigências de agilidade e alta velocidade no processamento de informações e coleta de dados.

Quem visitou o estande da Ze-

bra Technologies na Autocom

conheceu de perto as soluções para

impressões especiais desenvolvi-

das pela empresa, começando pelas

impressoras de cartões, como a ZXP

Série 3. As impressoras de cartões

da Zebra fornecem segurança, qua-

lidade e menores custos. Podem ser

impressos cartões de pagamento,

cartões de filiação, crachás de iden-

tificação de funcionários, além de

vales-presente.

No segmento de impressoras

desktop, a Zebra apresentou soluções

compactas, acessíveis e fáceis de

operar – com destaque para o modelo

HC100, que imprime desde pulseiras

de identificação até etiquetas de pre-

ços de varejo, rótulos, entre outros.

A Zebra ainda levou para a Auto-

com impressoras da Série Xi™, com

durabilidade, qualidade e velocida-

de de impressão, ideais para comer-

ciais com alto volume de impressão.

Por fim, a Zebra demonstrou apli-

cações de impressão móvel através

de soluções como as impressoras da

série QL Plus, usadas para etiquetas

com código de barras, recibos, re-

latórios, entre outros. Permitindo a

impressão no local e on-demand,

essas impressoras ajudam a melho-

rar a eficiência logística.

t e c N o v a R e j o

Baixo custo Loja no evento

O Pay&Go, software para a captura de transações eletrônicas (TEF) realizadas com cartões de crédito, débito, voucher, entre outros, e que oferece ao estabelecimento comercial total controle sobre as vendas realizadas, foi a novidade apresentada pela CIS na Autocom, em parceria com a NTK Solutions. O Pay&Go possui atualização remota, Help Desk especializado 24h por dia e interface de fácil operação ao usuário, além de eliminar a necessidade de desenvolvimentos ou upgrade de software e hardware para uso da solução.

O produto é uma solução integrada e abrangente e tem como pontos fortes a integração com o sistema de automação comercial do estabelecimento, a rapidez e o fato da própria NTK fazer a instalação e ativação. Outra característica técnica relevante é o fato do sistema estar ativo através de conexão GPRS ou 3G, caso a linha da internet cair.

Os visitantes da Autocom tiveram a oportunidade de conhecer as possibilidades de uso da tecnologia RFID (identificação por radiofrequência) no estande da NL Informática. A RFID recupera e armazena dados remotamente por meio de dispositivos chamados de transponder ou coletor e colocados em embalagens. Com o auxílio de chips e antenas, o sistema permite responder aos sinais de rádio enviados por uma base transmissora.

Além do uso da RFID, a NL Informática apresentou uma solução para frente de loja para suprir a carência do mercado de varejo de alto e médio giro por uma solução única de vendas que possa atender o processo de ponta a ponta, sem depender de vários fornecedores. coMpacta e VersátIl

A HC100 imprime desde pulseiras de identificação até rótulos e etiquetas de preços

Page 31: Dirigente Lojista 440

dirigente Lojista � junho 2011 � 6160 � dirigente Lojista � junho 2011

com 17 anos de experiência em

softwares de gestão para a in-

dústria e o varejo de moda e vestuá-

rio, a Millennium Network participou

da Autocom 2011 com o objetivo de

ampliar o networking com parceiros

aptos a se tornarem canais de negó-

cios, além de apresentar seu portfó-

lio de soluções. Destaque para o ERP

Millennium Business e os aplicativos

Millennium Basic (foto), voltados

para micro e pequenas empresas de

confecção, e o Store Manager, siste-

ma de gestão de ponto de venda,

voltado a lojas de vestuário, calça-

dos, presentes, acessórios, bijuterias,

cosméticos e afins.

“O mercado de

automação comer-

cial movimenta

em torno de R$

1,3 bilhão a cada

ano”, diz Rodri-

go Motono, dire-

tor comercial da

empresa. “A ten-

dência é que esse

número aumente

com a crescente

demanda por apli-

cativos de gestão no setor comercial,

em toda a sua cadeia, do varejo ao

atacado.” Atualmente, a Millennium

Network conta com 45 canais de ne-

gócios espalhados em seis estados

do Brasil (São Paulo, Minas Gerais,

Santa Catarina, Ceará, Pernambuco e

Piauí).

a CeltaWare, desenvolvedora de softwares para automação co-

mercial de pequenas e médias empresas, divulgou na Auto-

com o novo Celta Business Solutions, desenvolvido para funcionar

via internet e que utiliza a plataforma de servidores da Micro-

soft. Além de integrar os departamentos e as unidades do cliente

em tempo real e com total segurança, o software permite que os

clientes utilizem as rotinas mais comuns de venda sem a necessi-

dade explícita de importação e exportação de dados. Tudo isso em

uma interface intuitiva e de fácil operação.

agilidade no setor de confecção

departamentos conectados

automação integrada para pequenos comércios

Combo 3, da Daruma, é destinado

para a frente de caixa

Lançamentos da Millennium Network trazem mais controle para empresas do ramo do vestuário e redes de varejo de moda

Celta Business Solutions facilita a gestão do negócio pela internet

Faturamento simplificadoA Alterdata, especializada em softwares legais, apresentou na Autocom o NF-Easy, aplicativo que se encarrega de toda a complexidade exigida por lei para que as empresas trabalhem com faturamento através de nota fiscal eletrônica. A solução foi criada para se comunicar com qualquer software de faturamento, gerando informações para conectar os dados com a Secretaria da Fazenda. Com isso, pretende facilitar o trabalho de todos que possuam sistemas de emissões de notas fiscais.

Software de controle e gestão para PMEsAs pequenas e médias empresas (PMEs) ganharam atenção especial no estande da Nasajon Sistemas na Autocom, com destaque para o Comerzio, software que permite o controle de clientes, vendedores, fornecedores e estoque, garantindo segurança e eficiência de toda rotina de um estabelecimento comercial. A empresa apresentou também soluções para gestão empresarial como o Contábil, para controle da contabilidade fiscal, além do Persona para gerenciamento de matriz e filiais, que facilita a rotina do departamento pessoal, uma vez que controla folhas de pagamento, recibos, guias de funcionários, autônomos, estagiários e, também, prestadores e tomadores de serviços.

a Urmet Daruma, multinacional

que atua nos setores de tele-

comunicações, automação comercial

e informática, marcou sua participa-

ção na Autocom com a apresentação

de mais um produto para sua frente

de Automação Comercial, ampliando

a família dos combinados Daruma.

Trata-se do Combo 3, uma solução

para as frentes de caixa destinada a

pequenos comércios de todo o Brasil.

De acordo com a empresa, o

grande diferencial desta solução é

o baixo custo. “Queremos conquis-

tar também o pequeno comercian-

te”, diz Welington Sousa, gerente

de marketing da companhia. “Nos-

sa ideia é oferecer uma solução que

agrega eficiência e qualidade por um

custo muito acessível quando com-

parado às soluções já existentes no

mercado.”

O Combo 3 é composto pelo ter-

minal TA 1500 (teclado inteligente

completo, robusto e compacto que

dispensa conexão com computador

para a operação) e pela Mach 1 (im-

pressora térmica fiscal MFD para a

emissão de cupons fiscais, compacta,

com concepção moderna e de alta

velocidade de impressão).

A comercialização do produto já

está sendo feita por meio das re-

vendas da fabricante. As vendas já

estão liberadas para o Acre, Amapá,

Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso,

Pará, Paraná, Rondônia e São Paulo.

O investimento do comerciante para

adquirir o Combo 3 gira em torno de

R$ 2.050,00.

t e c N o v a R e j o

Page 32: Dirigente Lojista 440

projeto vai conectar pequenas empresas‘Conecte Seu Negócio’, resultado da parceria entre Google, Sebrae, Yola e HP, pretende ampliar a presença dos pequenos negócios na internet

pesquisa recente da consulto-ria mcKinsey Global institute mostra que as empresas que utilizam a web nos negócios

conseguem aumentar a produtividade em até 10%, e têm mostrado taxas de crescimento até duas vezes maiores em relação àquelas que não possuem. para ajudar a conectar os mais de 5 mi-lhões de pequenos empreendimentos à internet, o Google lançou no dia 15 de junho, em parceria com o sebrae, a Hp (empresa multinacional de tecnologia) e a Yola (empresa de serviços de hospeda-gem e design de websites), o programa conecte seu negócio, que pretende faci-litar e ampliar a entrada de empresários de todo o Brasil no mundo web.

como parte do lançamento, o Google oferecerá domínios grátis aos primeiros 5 mil inscritos – promoção válida para a primeira anuidade. além disso, o pro-grama contempla a criação, o design e a hospedagem do website de forma

nosso conhecimento e capilaridade para levar essa iniciativa a todo o país, mos-trando que a internet é uma ferramenta de inovação que fortalece os micro e pe-quenos negócios”, afirma o presidente do sebrae, Luiz Barretto.

//Como participara partir do site www.conecteseunegocio.com.br, o empresário pode checar se o domínio desejado está disponível. Feito isso, basta registrar a empresa por meio do cpF/cnpj e preencher o formulário com os dados. começa então a fase da construção do website: com o uso da ferramenta da parceira Yola, o usuá-rio poderá escolher diversas opções de layout, formatação de página, inserir fotos e o conteúdo. a ferramenta possi-bilita a criação de e-commerce, quando necessário.

empresas que utiLizam a weB nos

neGócios aumentam a produtividade em até

10% e têm mostrado taxas de crescimento

até duas vezes maiores em reLação

àqueLas que não possuem

Foto: Felipe Rangel

O projeto foi lançado no dia 15 de junho com a oferta de domínio grátis aos primeiros 5 mil inscritos

Juliano Souza, da Giuliana Flores: “Assim que o Google chegou ao Brasil, nós fizemos contato com eles e passamos a utilizar as ferramentas disponíveis de promoção”

que teríamos um catálogo no compu-tador, mas as coisas evoluíram muito e apostamos nas vendas on-line.” um dos grandes parceiros foi o Google. “assim que eles chegaram ao Brasil, nós fizemos contato e passamos a utilizar as ferra-mentas disponíveis de promoção.” atu-almente, segundo o gerente, a Giuliana Flores é uma das maiores floriculturas on-line do país.

dos 600 pedidos por dia, quase 30% são originários de links patrocinados e da busca orgânica no Google. o siste-ma cresceu tanto que hoje o gerente de marketing possui duas empresas para gerenciar os links patrocinados e a bus-ca orgânica. “para se ter uma ideia, que-ríamos fazer mídia com televisão paga nos estados unidos. por meio do Google analytics, pude estudar os nossos clientes lá e decidir a melhor estratégia”, conta.

ServiçoTexto: www.agenciasebrae.com.br

Mais informações: www.conecteseunegocio.com.br

inForme do serviço BrasiLeiro de apoio às micro e pequenas empresas

junHo/2011 – www.seBrae.com.Br – 0800 570 0800

gratuita. após o site ser criado, os em-presários receberão créditos em Google adwords – solução de publicidade on-line – para promover seu site na internet. “acreditamos que a oferta de ferramentas que ajudam no investimento inicial de construção de um site será um grande estímulo para os mais de 5 milhões de empresários brasileiros que buscam ex-pandir seus negócios on-line. nosso ob-jetivo é mostrar a esses empreendedores que a internet é um ambiente muito rico em oportunidade, com bom retorno sobre os investimentos”, afirma Fabio Coelho, presidente do Google Brasil.

o sebrae vai estimular o empre-endedorismo e o desenvolvimento das micro e pequenas empresas no meio digital, com a produção de ma-terial educacional e treinamentos por webinars, além de todo o suporte ne-cessário no canal oficial do projeto. “o sebrae está presente em todos os esta-dos e no distrito Federal. vamos utilizar

e para ter uma boa infraestrutura do projeto on-line, o usuário conta com um pacote especial da Hp na oferta de computadores (desktops e notebooks), impressoras e monitores. “a Hp acredita no grande potencial de crescimento das pequenas e médias empresas no Brasil e iniciativas como a do Google promovem a inserção destes negócios no mundo vir-tual”, diz eduardo Brach, diretor de ven-das psG para smB.

//Expansão dos negóciosHá 21 anos no mercado (11 deles na internet), a Giuliana Flores obtém 90% do faturamento das vendas on-line, diz o gerente de marketing juliano souza. inovadora, a empresa foi uma das pri-meiras floriculturas a vender por catálo-go em são paulo. “entrar na internet foi uma consequência. no início, pensamos

Empreender – informe do sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: roberto simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: carlos alberto dos santos. Diretor de Administração e Finanças: josé claudio dos santos. Gerente de Marketing e Comunicação: cândida Bittencourt. Edição: ana canêdo, antônio viegas. Endereço: sGas 604/605, módulos 30 e 31, asa sul, Brasília/dF, cep: 70.200-645 Fone: (61) 3348-7100 – Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

Page 33: Dirigente Lojista 440

64 � dirigente Lojista � junho 2011

o P i N i ã o | s o B R e l o j a

existe um ditado que diz: “Vassoura nova

sempre varre melhor”. Eu já tenho outra

forma de ver esta situação. Para mim, tudo de-

pende de quem vai operar, se esta vassoura vai

varrer bem ou não.

Se prestarmos atenção nas lojas, quando

acontece uma troca de chefia, dependendo de

quem está saindo ou entrando, cria-se um perí-

odo que podemos chamar de “purgatório”. Ele

começa no dia da apresentação do novo chefe,

até ele conhecer pessoalmente cada um. Nem

todos os chefes se aprofundam muito nesta

parte, a grande maioria fica em cima de obser-

vações feitas ou já tem uma ideia através de

uma primeira avaliação. Assim como o chefe

anterior, logo elege seus preferidos – aqueles

em quem mais confia ou acha que pode confiar.

Outros gerentes que entram já no primeiro

mês trocam vários da equipe sem uma avalia-

ção mais profunda. É como muitos treinadores

que, quando mudam de clube, sempre levam

alguns jogadores junto. E o que acontece nor-

malmente nestas mudanças? Até o novo cola-

borador entender a rotina e a filosofia da loja,

o tempo vai passar e muito dinheiro a empresa

vai gastar. Seja em indenizações sobre demis-

sões ou no treinamento de novos profissionais.

Antes de promover uma troca de chefia,

o lojista deve ter certeza de que realmente

é preciso trocar. Deve observar ainda se está

avaliando corretamente os defeitos e proble-

mas apresentados pelo profissional. Afinal,

durante um bom período ele trabalhou muito

bem. Também é importante avaliar como foi o

nosso comportamento no comando deste exe-

cutivo que queremos trocar. Na maioria das ve-

zes estão trocando pelo simples fato de trocar,

mais por incompetência ou má avaliação do

dono ou diretor, que não fez avaliações, trei-

namento, delegações, cobranças constantes. É

preciso saber quanto custa tudo isso – não só

em dinheiro, mas em tempo – até um novo

colaborador conhecer a filosofia da empresa.

Em uma loja ouvi de vários colaboradores

antigos que o dono “adorava mudar”. Sempre

que vinha um consultor ocorria uma mudança.

Só que muitas vezes quem saía era chamado

de volta após a saída do consultor, pois quem

tinha entrado não rendeu o que era esperado.

Teve um pensador, Heráclito, que disse

que nada é permanente, exceto a mudança.

Mas mudar por mudar não basta, precisa-

mos saber por que estamos mudando, onde

e como queremos chegar. Mudar pessoas não

adianta se nossa equipe não estiver preparada

e informada sobre o que pretendemos.

Josemar basso Administrador de empresas, consultor e [email protected]

“Mudar pessoas

não adianta se

nossa equipe

não estiver

preparada

e informada

sobre o que

pretendemos”

cheFe noVoNo PeDaÇo

Page 34: Dirigente Lojista 440

Mercado de imagem sob novo enfoque

A 19ª edição da PhotoImageBrazil chega para inovar um mercado já marcado por revolucionários lan-çamentos nos segmentos de Foto, Vídeo, Impressão, Web Design e Mídia. A evolução tecnológica das empresas presentes no evento levou a organizadora a adotar o conceito "Educação+Negócios", em que os expositores tomam para si a responsabilidade de transferir conhecimento tecno-lógico, discutir e apresentar as tendências para conquistar novos clientes e “alimentar” os cativos.

A PhotoImageBrazil é o maior evento do mercado de foto e imagem na América Latina. A expectativa para este ano é reunir 450 marcas e um público profissional estimado em 30 mil compradores.

16 a 18/08/2011PhotoImageBrazil19ª Feira Internacional da ImagemExpo Center NorteSão Paulo – SPwww.photoimagebrazil.com.br

Com formato renovado, a PhotoImageBrazil aposta na transferência de conhecimento

a g e N D a

1o a 3/07/2011Super Acaps Panshow25ª Feira de Supermercados e Padarias do Espírito SantoPavilhão de Exposições de CarapinaSerra – ESwww.acaps.com.br

2 a 4/07/2011Cosmobel11ª Feira de Cosméticos, Beleza e FitnessParque da MarejadaItajaí – SCwww.acfeiras.com.br

5 a 8/07/2011Eletrolar Show6a Feira Internacional de Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e InformáticaTransamérica Expo CenterSão Paulo – SPwww.eletrolarshow.com.br

6 a 9/07/2011Autoparts5ª Feira de Autopeças, Equipamentos e ServiçosPavilhão da Festa da UvaCaxias do Sul – RSwww.feiraautoparts.com.br

19 a 22/07/2011fipan18ª Feira Internacional de Panificação, Confeitaria e do Varejo Independente de AlimentaçãoExpo Center NorteSão Paulo – SPwww.fipan.com.br

21 a 24/07/2011Bio Brazil fair7ª Feira Internacional de Produtos Orgânicos e AgroecologiaPavilhão da BienalSão Paulo – SPwww.biobrazilfair.com.br

Julho agosto

setembro

2 a 11/09/2011Expolar12ª Feira Multissetorial de Produtos para o LarCentro de Convenções de Maceió Maceió – ALwww.profeiras.com.br

2 a 11/09/2011festa Nacional do Calçado6ª Feira Nacional do Setor Coureiro-CalçadistaParque de Exposições FenacNovo Hamburgo – RSwww.festanacionaldocalcado.com.br

16 a 18/08/2011Brazil Consumer Electronics Expo2a Feira Internacional de Eletrônica de Consumo, Informática e EntretenimentoExpo Center NorteSão Paulo – SPwww.cebshow.com.br

27 a 30/08/2011House & Gift fair South America41ª Feira Latino-Americana de Artigos para Casa e DecoraçãoExpo Center NorteSão Paulo – SPwww.grafitefeiras.com.br

66 � dirigente Lojista � junho 2011

Venha fazer parte do maior encontrodo segmento comercial do Brasil.

Faça já sua inscrição pelo site:www.52convencaolojista.com.br

Informações: (85) 3452.0800 e [email protected]

Realização:

Agência ofi cial:

Companhia aérea ofi cial:

Apoio: Agências organizadoras:

Patrocínio:

Associativismo, o caminho para nossa Fortaleza.

Esperamos você!De 11 a 14 de setembro de 2011, no ExpoCeará

Durante 3 dias você poderá parti cipar de palestras e debates com a presença de grandes nomes nacionais que irão abordar temas de interesse do comércio lojista.

FENAL – Feira Nacional de Produtos, Serviços e Soluções para o Lojista.A FENAL, que ocorrerá paralela ao evento, será uma grande oportunidade de novos negócios. Estarão expondo indústrias e empresas fornecedoras do segmento lojista, com destaque para as áreas de: logísti ca, franquia, marketi ng, tecnologia, turismo e serviço, um total de 106 stands.

IMAG

ENS

MERA

MENT

E ILU

STAT

IVA

ANÚNCIO_52ª_CONVENÇÃO_NACIONAL_210x280mm_Revista Dirigente Lojista_maio.indd 1 27/04/2011 15:41:12

Page 35: Dirigente Lojista 440

1971

2011

A Losango atua como prestadora de serviços de correspondente não bancário do HSBC BANK BRASIL S.A. – BANCO MÚLTIPLO, conforme permitido pela legislação vigente.

LOSANGO. HÁ 40 ANOS FAZENDO PARTE DAS CONQUISTAS DO VAREJO.

Líder do mercado de varejo e parte do Grupo HSBC, a Losango possui solidez e credibilidade para ajudar você a atender às necessidades dos seus clientes. É assim que ela faz parte das suas conquistas, garantindo bons negócios e o crescimento da sua empresa, sempre respeitando o consumidor. Comemore com a Losango estes 40 anos de sucesso.

SEJA NOSSO PARCEIRO. ACESSE LOSANGO.COM.BR/SEJANOSSOPARCEIRO