Diretrizes para mapeamento de inundações no Estado do Rio ...

34
Diretrizes para mapeamento de inundações no Estado do Rio de Janeiro PATRICIA R.M.NAPOLEÃO CARLOS EDUARDO G. FERRIERA Outubro, 2016

Transcript of Diretrizes para mapeamento de inundações no Estado do Rio ...

Diretrizes para

mapeamento de

inundações no Estado

do Rio de Janeiro

PATRICIA R.M.NAPOLEÃO

CARLOS EDUARDO G. FERRIERA

Outubro, 2016

Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - Lei Federal

12.608/2012• incorporar a redução do risco de desastre e as ações de proteção e defesa

civil entre os elementos da gestão territorial e do planejamento das

políticas setoriais;

• estimular o desenvolvimento de cidades resilientes e os processos

sustentáveis de urbanização;

• promover a identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidades e

vulnerabilidades a desastres, de modo a evitar ou reduzir sua ocorrência;

• estimular o ordenamento da ocupação do solo urbano e rural, tendo em

vista sua conservação e a proteção da vegetação nativa, dos recursos

hídricos e da vida humana;

• combater a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco e

promover a realocação da população residente nessas áreas;

• estimular iniciativas que resultem na destinação de moradia em local

seguro.

Lei Estadual n° 6.442/2013 – Incorporação dos

mapeamentos de risco de desastres nos Planos Diretores

Municipais

Estabelece que os municípios deverão incorporar nos seus

Planos Diretores e demais instrumentos reguladores da

ocupação e uso do solo, os estudos e mapeamentos de

áreas de risco constante em documentos oficiais.

Lei Federal Nº 10.257, de 10 de Junho de 2001, O

Estatuto das Cidades – Cartas Geotécnicas de Aptidão à

Urbanização

Marco de Sendai/ONU 2015-2030 – Cidades Resilientes

ANÁLISE DE PERIGO E DE RISCO

- Estudo das ameaças

- Estudo dos perigos e do risco a inundações

REDUÇÃO DO RISCO

- Prevenção

- Mitigação

- Adaptação

MANEJO DO EVENTO ADVERSO

- Preparação

- Alerta

- Resposta

RECUPERAÇÃO

- Reabilitação

- Reconstrução

GESTÃO INTEGRADA

DE RISCO DE

DESASTRES

Diagnóstico de vulnerabilidade,

Identificação de áreas de perigo

e de risco de inundação

Planejamento e gestão

ambiental, ordenamento

territorial, mobilização social e

educação ambiental

Sistema de monitoramento e alerta

de cheias, Gestão integrada de risco

(plano de contingência, etc.)

Obras emergenciais e

de recuperação ambiental

Gestão integrada de riscos relacionados à inundações no ERJ

AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO INEA

ANÁLISE DE PERIGO E DE RISCOREDUÇÃO DO RISCO

MANEJO DO EVENTO ADVERSO RECUPERAÇÃO

GESTÃO VIABILIZADA

ATRAVÉS DA

GEOINFORMAÇÃO!

Gestão integrada de riscos relacionados à inundações no ERJ

• Mapa de Suscetibilidade à Inundações

• Mapa de Vetores de Crescimento e Expansão Urbana

• Mapa de Vulnerabilidade à inundações

• Mapa de Adequabilidade à Ocupação frente à Suscetibilidade à Inundações – Áreas Suscetíveis à Inundações

– Plano Diretor Municipal e Zoneamentos Urbanos

– Mapa de declividade e restrições ambientais via legislação

– Populações em situação de vulnerabilidade

Ocorrência de Evento de Inundação

Fatores condicionantes

Fatoresdesencadeantes

Precipitação

Relevo

Demais fatores (Solos, Geologia,

etc)

Uso e cobertura da Terra

O Mapa de Suscetibilidaderepresenta o grau de predisposiçãonatural de uma área à ocorrênciade inundações considerando suascaracterísticas intrínsecas e suaposição no terreno

OBJETIVO

Mapear as áreas susceptíveis à

inundação, a partir da

combinação dos mapas

resultantes da análise dos

atributos morfométricos das

bacias hidrográficas da região, da

análise integrada dos atributos

físicos e antrópicos.

INDICAÇÕES

METODOLÓGICAS

• Análise baseada em múltiplos critérios (AMC) é uma alternativa válida e

flexível;

• Contínuo aprimoramento das diretrizes

MAPA DE ÁREAS SUSCEPTÍVEIS À INUNDAÇÃO

ANÁLISE MULTICRITÉRIO DOS FATORES

ESPACIAIS

GEOMORFOLOGIA/PEDOLOGIA/USO DO SOLO

E COBERTURA VEGETAL

BACIAS CRÍTICAS ÀS INUNDAÇÕES

BASEADO EM FATORES

MORFOMÉTRICOS

Sobreposição da média ponderada de

rasters através do Spatial Analyst -

Weighted Overlay

POTENCIAL DE INUNDAÇÃO

• As pesquisas e discussões técnicas também eliminaram temas que

se observaram redundantes em significado, e subsidiaram a

seleção daqueles que seriam pertinentes para o modelo.

• Foi realizado um painel de especialistas e composto um ranking

dos mais utilizados e atribuídos valores de peso;

• Foram selecionados os temas Solos, Uso e Cobertura, Relevo e

Acúmulo de Fluxo;

Unidade de análise

Durante as reuniões técnicas entre as equipes, foi definido que

os conceitos de Área de contribuição e Planície de Inundação dos rios principais seriam as unidades de análise observadas para a

determinação da suscetibilidade à inundação e área útil de

análise.

• Considerando o processo de inundação, que ocorre a partir da

calha de escoamento, foi observado o fluxo à montante de cada

uma das células, em um raio de 2 km à montante;

• Desta forma, para cada área de contribuição foi calculada sua

média de pesos, e o resultado desta média atribuído a cada

célula geradora da área de contribuição;

• O cálculo foi realizado para o Uso e Cobertura, Solos e Acúmulo

de fluxo;

Área de

contribuição

• Nas reuniões técnicas concluiu-se que as áreas recobertas

pelas classes Encosta e Topo de Morro do tema Relevo

deveriam ser tratadas separadamente na análise da

susceptibilidade à inundação;

• Essas teriam um comportamento com muito pouca chance

de haver eventos de inundação sendo, portanto, áreas de

baixa suscetibilidade neste modelo.

• A influência das marés na suscetibilidade à inundação foi

considerada, e nas áreas onde a altitude era menor que 5

metros, foram consideradas como altamente suscetíveis;

• Considerou-se também áreas onde a declividade era menor que 8°;

• A altura relativa e valor de declividade foram utilizadas para se delimitar as

planícies de inundação (PI) e terraços aluviais (TA);

• A altura relativa é calculada para cada pixel da seguinte forma: subtraindo a

altura absoluta do pixel analisado com a altura do primeiro pixel à jusante;

• Consideramos então os pixels cujo o valor de altura relativa foi menor do que

10 metros;

Área de Estudo(pixels 5x5 metros)

Altitude < 5 m?

Alta Suscetibilidade

Sim

Declvidade > 8º OU Alt.

Relativa à a > 10 m?

Não

Muito Baixa Suscetibilidade

Sim

NãoAnálise Espacial

• Temas observados em conjunto: Uso e Cobertura -> Zonas

superficiais que condicionam a infiltração da água; Solos ->

Zonas subsuperficiais que condicionam a infiltração;

• Para consistência, a classe Área Urbana dos temas Uso e

Cobertura e Solos tiveram seus limites compatibilizados (escalas

e data de produção diferentes);

• Calculou-se a média pixel a pixel dos pixels entre Solos e Uso e

Cobertura, e essa média representou o dado relativo à

infiltração;

• Para a camada com os pesos da camada de informação das

zonas superficiais e subsuperficiais foi associada a uma função

linear de pertinência à susceptibilidade à inundação;

• Para a a variação de acúmulo de fluxo, como seus valores não

apresentavam um comportamento linear, estes foram

associados à escala fuzzy com uma função de pertinência

definida empiricamente:

– valor de 0 – 50, pertinência 0;

– de 50 – 100, pertinência até 0,2; de 100 – 500, pertinência até 0,4;

– de 500 até 1000, pertinência até 0,6;

– de 1000 a 5000, pertinência até 0,8

– e acima de 5000, pertinência total à susceptibilidade, ou seja, 1,0.

Transição para escala ou conjunto fuzzy

-Média entre Solos e Uso e Cobertura

-Fluxo Acumulado

-Relevo

Resultados do cruzamento dos fatores

condicionantes à inundações

Mapa de suscetibilidade à inundações

Cruzamento espacial com

lógica fuzzy

Validação dos resultados e

definição das faixas de

suscetibilidade

Fluxo e dados geográficos resultantes

• Após a transição para o conjunto fuzzy, foi efetuada a operação de

média simples entre os valores de pertinência de cada um critérios

utilizados (Média Solos/Uso da Terra e acúmulo de fluxo), pixel a pixel,

indicando que os membros fuzzy de entrada não apresentam uma

importância hierárquica entre eles.

• Após a integração entre os temas foi obtido o resultado da

sobreposição entre as duas camadas, ou seja, o dado de

susceptibilidade à inundação, em escala fuzzy (variando de 0 a 1).

Sobreposição entre o membros fuzzy

• Para definir os conjuntos fuzzy relativos à susceptibilidade, ou

seja, as classes de susceptibilidade do mapa final, foram obtidos

pontos em trabalho de campo para orientar a definição das

classes do mapa.

• A partir do ponto, foi efetuado um buffer de 100 metros, sendo

então computado o valor médio de fuzzy nesta área do buffer.

Definição das classes de susceptibilidade e ajustes no

. modelo

Definição das classes de suscetibilidade e ajustes no modelo

Número

identificador

do ponto

Valor médio

de

pertinência

Ocorrência

anterior

de inundação?

4 0,56 Não

5 0,39 Não

8 0,52 Não

9 0,41 Não

10 0,42 Não

11 0,36 Não

1 0,58 Sim

2 0,57 Sim

3 0,65 Sim

6 0,52 Sim

7 0,73 Sim

12 0,38 Sim

13 0,43 Sim

14 0,44 Sim

Valores médios de pertinência à

suscetibilidade, referentes ao buffer de

100 metros no entrono do ponto

Variaram entre 0,36 e 0,56 para o Não, e

para o Sim, entre 0,38 e 0,73

Mapa Final de suscetibilidade à inundação

Ponto Susceptibilidade Ocorrência anterior

de inundação?

4 Média Susceptibilidade Não

5 Baixa Susceptibilidade Não

8 Média Susceptibilidade Não

9 Média Susceptibilidade Não

10 Média Susceptibilidade Não

11 Baixa Susceptibilidade Não

1 Média Susceptibilidade Sim

2 Média Susceptibilidade Sim

3 Média Susceptibilidade Sim

6 Média Susceptibilidade Sim

7 Alta Susceptibilidade Sim

12 Baixa Susceptibilidade Sim

13 Média Susceptibilidade Sim

14 Média Susceptibilidade Sim

Validação em campo

Mapa de Susceptibilidade à Inundação

Mapa de Declividade

Zoneamento UrbanoMapa de Restrições

Ambientais

Carta de Adequabilidade à Ocupação Urbana

frente à Suscetibilidade às

Inundações

NÍVEL DE ADEQUAÇÃO À

OCUPAÇÃO

CARACTERIZAÇÃO

ADEQUADAS

Sem restrição à ocupação urbana, ou seja, atende ao

zoneamento municipal, não se encontra em área

suscetível à inundação e não possui restrições

ambientais.

MÉDIA ADEQUABILIDADE

São áreas urbanas consolidadas ou de expansão que

podem ser ocupadas mediante a realização de alguma

obra de mitigação de cheias, pois encontram-se em

faixas suscetiveis à inundação, com declividades entre

5% e 30%.

BAIXA ADEQUABILIDADE

São áreas pouco adequadas à ocupação que podem ser

utilizadas mediante a elaboração de grandes obras de

infraestrutura. Situam-se em áreas susceptíveis à

inundação, correspondem às florestas, áreas agrícolas,

com declividades variando entre 5% e 30%.

INADEQUADAS

São impróprias à ocupação. Situam-se em áreas em

desconformidade com o zoneamento urbano, estão em

Área de Preservação Permanente e localizam-se em área

suscetível aos processos de inundação.

• A experiência deste estudo de caso apontou a necessidade de dados

geográficos em escalas que permitam a análise da suscetibilidade à

inundação;

• A observação dos temas a partir da área de contribuição do pixel foi

importante, e trouxe uma dimensão interessante ao se observar eventos

ligados à hidrologia, como o de inundação;

• Nas outras bacias hidrográficas do ERJ, as diretrizes metodológicas aqui

apresentadas serão replicadas, com valores de pesos associados às

classes dos temas presentes em cada bacia;

Obrigado!