Diretorio Geral Para a Catequese -DGC

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CONGREGA ÇÃ O PARA O CLERO DIRET Ó RIO GERAL PARA A CATEQUESE DOCUMENTOS DO MAGIST ÉRIO AA: Conc. Ecum. Vaticano II,Decretosobreo apostolado dos leigos, Apostolicam Actuositatem (18 de novembro de 1965) AG: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre a atividade mission á ria da Igreja Ad Gentes (7 de dezembro de 1965) CA: Jo ã o Paulo II, Carta enc í clica Centesimus Annus (1 ° de maio de 1991): AAS 83 (1991), pp. 793-867 CD: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre o of í cio pastoral dos Bispos na Igreja Christus Dominus (28 de outubro de 1965) CaIC: Catecismo da Igreja Cat ó lica (11 de outubro de 1992) CCL: Corpus Christianorum, Series Latina (Turnholti 1953 ss.) CIC:Codex Iuris Canonici (25 de janeiro de 1983) ChL: Jo ã o Paulo II, Exorta çã o apost ó lica p ó s-sinodal Christifideles Laici (30 de dezembro de 1988): AAS 81 (1989), pp. 393-521 COINCAT: Conselho Internacional para a Catequese, Orienta çõ es A catequese dos adultos na comunidade crist ã , Libreria Editrice Vaticana 1990 CSEL: Corpus Scriptorum Ecclesiasticorum Latinorum (Wn 1866 ss.) CT: Jo ã o Paulo II, Exorta çã o apost ó lica Catechesi Tradendae (16 de outubro de 1979): AAS 71 (1979), pp. 1277-1340. DCG (1971): Sagrada Congrega çã o para o Clero, Directorium Catechisticum General Ad normam decreti (11 de abril de 1971): AAS 64 (1972), pp. 97-176 DH: Conc. Ecum. Vaticano II, Declara çã o sobre a liberdade religiosa Dignitatis Humanae (7 de dezembro de 1965) DM: Jo ã o Paulo II, Carta enc í clica Dives in Misericordia (30 de novembro de 1980): AAS 72 (1980), pp. 1177-1232

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CONGREGAO PARA O CLERODIRETRIO GERALPARA A CATEQUESEDOCUMENTOS DO MAGISTRIOAA: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre o apostolado dos leigos, Apostolicam Actuositatem (18 de novembro de 1965)AG: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre a atividade missionria da Igreja Ad Gentes (7 de dezembro de 1965)CA: Joo Paulo II, Carta encclica Centesimus Annus (1 de maio de 1991): AAS 83 (1991), pp. 793-867CD: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre o ofcio pastoral dos Bispos na Igreja Christus Dominus (28 de outubro de 1965)CaIC: Catecismo da Igreja Catlica (11 de outubro de 1992)CCL: Corpus Christianorum, Series Latina (Turnholti 1953 ss.)CIC: Codex Iuris Canonici (25 de janeiro de 1983)ChL: Joo Paulo II, Exortao apostlica ps-sinodal Christifideles Laici (30 de dezembro de 1988): AAS 81 (1989), pp. 393-521COINCAT: Conselho Internacional para a Catequese, Orientaes A catequese dos adultos na comunidade crist, Libreria Editrice Vaticana 1990CSEL: Corpus Scriptorum Ecclesiasticorum Latinorum (Wn 1866 ss.)CT: Joo Paulo II, Exortao apostlica Catechesi Tradendae (16 de outubro de 1979): AAS 71 (1979), pp. 1277-1340.DCG (1971): Sagrada Congregao para o Clero, Directorium Catechisticum Generale Ad normam decreti (11 de abril de 1971): AAS 64 (1972), pp. 97-176DH: Conc. Ecum. Vaticano II, Declarao sobre a liberdade religiosa Dignitatis Humanae (7 de dezembro de 1965)DM: Joo Paulo II, Carta encclica Dives in Misericordia (30 de novembro de 1980): AAS 72 (1980), pp. 1177-1232DS: H. Denzinger - A. Schnmetzer, Enchiridion Symbolorum, Definitionum et Declarationum de Rebus Fidei et Morum, Editio XXXV emendata, Romae 1973DV: Conc. Ecum. Vaticano II, Constituio dogmtica sobre a revelao divina Dei Verbum (18 de novembro de 1965)EA: Joo Paulo II, Exortao apostlica ps-sinodal Ecclesia in Africa (14 de setembro de 1995): AAS 88 (1996) pp. 5-82EN: Paulo VI, Exortao apostlica Evangelii Nuntiandi (8 de dezembro de 1975): AAS 58 (1976), pp. 5-76EV: Joo Paulo II, Carta encclica Evangelium Vitae (25 de maro de 1995): AAS 87 (1995), pp. 401-522FC: Joo Paulo II, Exortao apostlica ps-sinodal Familiaris Consortio (22 de novembro de 1981): AAS 73 (1981), pp. 81-191FD: Joo Paulo II, Constituio apostlica Fidei Depositum (11 de outubro de 1992): AAS 86 (1994), pp. 113-118GCM: Congregao para a Evangelizao dos Povos, Guia para os catequistas. Documento de orientao em vista da vocao, da formao e da promoo dos catequistas nos territrios de misso que dependem da Congregao para a Evangelizao dos povos (3 de dezembro de 1993), Cidade do Vaticano 1993GE: Conc. Ecum. Vaticano II, Declarao sobre a educao Gravissimum Educationis (28 de outubro de 1965)GS: Conc. Ecum. Vaticano II, Constituio pastoral sobre a Igreja no mundo contemporneo Gaudium et Spes (7 de dezembro de 1965)LC: Congregao para a Doutrina da f, Instruo Libertatis Conscientia (22 de maro de 1986): AAS 79 (1987), pp. 554-599LE: Joo Paulo II, Carta encclica Laborem Exercens (14 de setembro de 1981): AAS 73 (1981), pp. 577-647LG: Conc. Ecum. Vaticano II Constituio dogmtica sobre a Igreja Lumen Gentium (21 de novembro de 1964)MM: Joo XXIII, Carta encclica Mater et Magistra (15 de maio de 1961): AAS 53 (1961), pp. 401-464MPD: Snodo dos Bispos, Mensagem ao Povo de Deus Cum iam ad exitum sobre a catequese no nosso tempo (28 de outubro de 1977), Typis Polyglottis Vaticanis 1977NA: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre as relaes da Igreja com as Religies no crists Nostra Aetate (28 de outubro de 1965)PB: Joo Paulo II, Constituio apostlica Pastor Bonus (28 de junho de 1988): AAS 80 (1988), pp. 841-930PG: Patrologiae Cursus completus, Series Graeca, ed. Jacques P. Migne, Parisiis 1857 ss. PL: Patrologiae Cursus completus, Series Latina, ed. Jacques P. Migne, Parisiis 1844 ss.PO: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre o ministrio e a vida dos presbteros Presbyterorum Ordinis (7 de dezembro de 1965)PP: Paulo VI, Carta encclica Populorum Progressio (26 de maro de 1967): AAS 59 (1967), pp. 257-299RH: Joo Paulo II, Carta encclica Redemptor Hominis (4 de maro de 1979): AAS 71 (1979), pp. 257-324OICA: Ordo Initiationis Christianae Adultorum, Editio Typica, Typis Polyglottis Vaticanis 1972RM: Joo Paulo II, Carta encclica Redemptoris Missio (7 de dezembro de 1990): AAS 83 (1991), pp. 249-340SC: Conc. Ecum. Vaticano II, Constituio sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium (4 de dezembro de 1963)SINODO 1985: Snodo dos Bispos (reunio extraordinria de 1985), Relatrio final Ecclesia sub verbo Dei mysteria Christi celebrans pro salute mundi (7 de dezembro de 1985), Cidade do Vaticano 1985SCh: Sources Chrtiennes, Collection, Paris 1946 ss.SRS: Joo Paulo II, Exortao apostlicaSollicitudo Rei Socialis (30 de dezembro de 1987): AAS 80 (1988), pp. 513-586TMA: Joo Paulo II, Exortao apostlica Tertio Millennio Adveniente (10 de novembro de 1994): AAS 87 (1995), pp. 5-41UR: Conc. Ecum. Vaticano II, Decreto sobre o Ecumenismo Unitatis Redintegratio (21 de novembro de 1964)UUS: Joo Paulo II, Carta encclica Ut Unum Sint (25 de maio de 1995): AAS 87 (1995), pp. 921-982VS: Joo Paulo II, Carta encclica Veritatis Splendor (6 de agosto de 1993): AAS 85 (1993), pp. 1133-1228PREFCIO1. O Conclio Vaticano II prescreveu a redao de um Diretrio para a instruo catequtica do povo .(1) Em obedincia a este mandato conciliar, a Congregao para o Clero valeu-se de uma especial Comisso de especialistas e consultou as Conferncias Episcopais do mundo, as quais enviaram numerosas sugestes e observaes em propsito. O texto preparado foi revisto por uma Comisso teolgica ad hoc e pela Congregao para a Doutrina da F. No dia 18 de maro de 1971 foi definitivamente aprovado por Paulo VI e promulgado no dia 11 de abril do mesmo ano, com o ttulo Diretrio Catequtico Geral. 2. Os trinta anos transcorridos da concluso do Conclio Vaticano II aos umbrais do terceiro milnio, constituem, sem dvida, um tempo extremamente rico de orientaes e promoes da catequese. Foi um tempo que, de qualquer modo, reprops a vitalidade evangelizadora da primeira comunidade eclesial e que relanou oportunamente o ensinamento dos Padres e favoreceu a redescoberta do antigo catecumenato. Desde 1971, o Diretrio Catequtico Geral tem orientado as Igrejas particulares no longo caminho de renovao da catequese, propondo-se como vlido ponto de referncia tanto no que diz respeito aos contedos, quanto no que concerne pedagogia e aos mtodos a serem empregados. O itinerrio percorrido pela catequese neste perodo foi caracterizado, em todas as partes, por uma generosa dedicao de muitas pessoas, por iniciativas admirveis e por frutos muito positivos para a educao e o amadurecimento na f, de crianas, jovens e adultos. Todavia, no faltaram, contemporaneamente, crises, insuficincias doutrinais e experincias que empobreceram a qualidade da catequese, devidas, em grande parte, evoluo do contexto cultural mundial e a questes eclesiais de matriz no catequtica.3. O Magistrio da Igreja no deixou jamais, nestes anos, de exercitar a sua solicitude pastoral em favor da catequese. Numerosos Bispos e Conferncias dos Bispos, em todos os continentes, deram um notvel impulso ao catequtica tambm atravs da publicao de vlidos Catecismos e orientaes pastorais, promovendo a formao de peritos e favorecendo a pesquisa catequtica. Estes esforos foram fecundos e repercutiram favoravelmente na praxe catequtica das Igrejas particulares. Uma particular riqueza para a renovao catequtica constituda pelo Ritual para a Iniciao Crist dos Adultos, promulgado no dia 6 de janeiro de 1972, pela Congregao para o Culto Divino. indispensvel recordar, de modo especial, o ministrio de Paulo VI, o Pontfice que guiou a Igreja durante o primeiro perodo do ps-Conclio. A seu respeito, Joo Paulo II disse: Com os seus gestos, com a sua pregao e com a sua interpretao autorizada do Conclio Vaticano II que ele considerava como o grande catecismo dos tempos modernos e ainda com toda a sua vida, o meu venerando Predecessor Paulo VI serviu a catequese da Igreja de modo particularmente exemplar .(2)4. Uma decisiva pedra miliria para a catequese foi a reflexo iniciada por ocasio da Assemblia Geral do Snodo dos Bispos sobre a evangelizao do mundo contemporneo, que se celebrou em outubro de 1974. As proposies de tal encontro foram apresentadas ao Papa Paulo VI, o qual promulgou a Exortao Apostlica ps-sinodal Evangelii Nuntiandi, de 8 de Dezembro de 1975. Este documento apresenta entre outras coisas um princpio de particular relevo: a catequese como ao evangelizadora no mbito da grande misso da Igreja. A atividade catequtica, de agora em diante, dever ser considerada como permanentemente partcipe das urgncias e das nsias prprias do mandato missionrio para o nosso tempo.Tambm a ltima Assemblia Sinodal convocada por Paulo VI, em outubro de 1977, escolheu a catequese como tema de anlise e de reflexo episcopal. Este Snodo viu na renovao catequtica um dom precioso do Esprito Santo Igreja nos dias de hoje .(3)5. Joo Paulo II assumiu esta herana em 1978 e formulou as suas primeiras orientaes na Exortao Apostlica Catechesi Tradendae, datada de 16 de outubro de 1979. Tal Exortao forma uma unidade totalmente coerente com a Exortao Evangelii Nuntiandi e repe plenamente a catequese no quadro da evangelizao.Durante todo o seu pontificado, Joo Paulo II ofereceu um magistrio constante de altssimo valor catequtico. Entre os discursos, as cartas e os ensinamentos escritos, emergem as doze Encclicas: da Redemptor Hominis Ut Unum Sint. Estas Encclicas constituem, por si mesmas, um corpo de doutrina sinttico e orgnico, em vista da realizao da renovao da vida eclesial, postulada pelo Conclio Vaticano II. Quanto ao valor catequtico destes Documentos do magistrio de Joo Paulo II, distinguem-se: a Redemptor Hominis (4 de maro de 1979), a Dives in Misericordia (30 de novembro de 1980), a Dominum et Vivificantem (18 de maio de 1986), e, para a reafirmao da permanente validez do mandato missionrio, a Redemptoris Missio (7 de dezembro de 1990).6. Por outro lado, as Assemblias Gerais, ordinrias e extraordinrias, do Snodo dos Bispos, tiveram uma particular incidncia no campo eclesial da catequese. Por sua particular importncia, devem ser destacadas as Assemblias Sinodais de 1980 e 1987, relativas respectivamente misso da famlia e vocao dos leigos batizados. Os trabalhos sinodais foram seguidos das correspondentes Exortaes Apostlicas de Joo Paulo II, Familiaris Consortio (22 de novembro de 1981) e Christifideles Laici (30 de dezembro de 1988). O prprio Snodo Extraordinrio dos Bispos, de 1985, influiu tambm, de maneira decisiva, sobre o presente e sobre o futuro da catequese do nosso tempo. Naquela ocasio, foi feito um balano dos 20 anos de aplicao do Conclio Vaticano II e os Padres sinodais propuseram ao Santo Padre a elaborao de um Catecismo universal para a Igreja Catlica. A proposta da Assemblia sinodal extraordinria de 1985 foi acolhida favoravelmente e assumida por Joo Paulo II. Terminado o paciente e complexo processo de sua elaborao, o Catecismo da Igreja Catlica foi entregue aos Bispos e s Igrejas particulares mediante a Constituio Apostlica Fidei Depositum, do dia 11 de outubro de 1992.7. Este evento, de to profundo significado, e o conjunto dos fatos e das intervenes magisteriais precedentemente indicados, impunham o dever de uma reviso do Diretrio Catequtico Geral, com a finalidade de adaptar este precioso instrumento teolgico-pastoral nova situao e necessidade. Receber tal herana e organiz-la sinteticamente, em funo da atividade catequtica, sempre na perspectiva da atual etapa da vida da Igreja, um servio da S Apostlica para todos.O trabalho para a nova elaborao do Diretrio Geral para a Catequese, promovido pela Congregao para o Clero, foi realizado por um grupo de Bispos e por especialistas em teologia e em catequese. Foi, sucessivamente, submetido consulta das Conferncias dos Bispos e dos principais Institutos ou Centros de estudos catequticos, e foi feito respeitando substancialmente a inspirao e os contedos do texto de 1971. Evidentemente, a nova redao do Diretrio Geral para a Catequese teve que balancear duas exigncias principais: de um lado, a contextualizao da catequese na evangelizao, postulada pelas Exortaes Evangelii Nuntiandie Catechesi Tradendae por outro lado, a assuno dos contedos da f propostos pelo Catecismo da Igreja Catlica.8. O Diretrio Geral para a Catequese, embora conservando a estrutura de fundo do texto de 1971, articula-se do seguinte modo: Uma Exposio Introdutiva, na qual se oferecem orientaes fundamentais para a interpretao e a compreenso das situaes humanas e das situaes eclesiais, a partir da f e da confiana na fora da semente do Evangelho. So breves diagnsticos em vista da misso. A Primeira Parte (4) articulada em trs captulos e enraza de forma mais acentuada a catequese na Constituio conciliar Dei Verbum, colocando-a no quadro da evangelizao presente em Evangelii Nuntiandi e Catechesi Tradendae. Prope, alm disso, um esclarecimento da natureza da catequese. A Segunda Parte(5) consta de dois captulos. No primeiro, sob o ttulo Normas e critrios para a apresentao da mensagem evanglica na catequese , com nova articulao e numa perspectiva enriquecida, renem-se, em sua totalidade, os contedos do captulo correspondente do texto anterior. O segundo captulo, completamente novo, serve apresentao do Catecismo da Igreja Catlica como texto de referncia para a transmisso da f na catequese e para a redao dos Catecismos locais. O texto oferece tambm princpios bsicos em vista da elaborao dos Catecismos para as Igrejas particulares e locais. A Terceira Parte(6) mostra-se suficientemente renovada, formulando tambm as linhas essenciais de uma pedagogia da f, inspirada pedagogia divina; uma questo, esta, que diz respeito tanto teologia como s cincias humanas. A Quarta Parte(7) tem por ttulo Os destinatrios da catequese . Em cinco breves captulos, se presta ateno s situaes bastante diferentes das pessoas s quais se dirige a catequese, aos aspectos relativos situao scio-religiosa e, de modo especial, questo da inculturao. A Quinta Parte(8) coloca como centro de gravitao a Igreja particular, que tem o dever primordial de promover, programar, supervisionar e coordenar toda a atividade catequtica. Adquire um particular relevo a descrio dos respectivos papis dos diversos agentes (que tm o seu ponto de referncia sempre no Pastor da Igreja particular) e das exigncias formativas em cada caso. A Concluso, que exorta a uma intensificao da ao catequtica no nosso tempo, coroa a reflexo e as orientaes com um apelo confiana na ao do Esprito Santo e na eficcia da palavra de Deus semeada no amor.9. A finalidade do presente Diretrio , obviamente, a mesma que norteava o texto de 1971. Prope-se, efetivamente, fornecer os princpios teolgico-pastorais fundamentais, inspirados no Conclio Ecumnico Vaticano II e no Magistrio da Igreja, aptos a poder orientar e coordenar a ao pastoral do ministrio da palavra e, de forma concreta, a catequese.(9) O intuito fundamental era e o de oferecer reflexes e princpios, mais do que aplicaes imediatas ou diretrizes prticas. Tal caminho e mtodo adotado sobretudo pelas seguintes razes: somente se desde o incio se compreendem corretamente a natureza e os fins da catequese, assim como as verdades e os valores que devem ser transmitidos, podero ser evitados defeitos e erros em matria catequtica.(10)Cabe competncia especfica dos Episcopados a aplicao mais concreta desses princpios e enunciados, atravs de orientaes e Diretrios nacionais, regionais ou diocesanos, catecismos e todo outro meio considerado idneo a promover eficazmente a catequese.10. evidente que nem todas as partes do Diretrio tm a mesma importncia. Aquelas que tratam da revelao divina, da natureza da catequese e dos critrios que presidem o anncio cristo, tm valor para todos. As partes, ao invs, que se referem presente situao, metodologia e ao modo de adaptar a catequese s diferentes situaes de idade ou de contexto cultural, devem ser acolhidas mais como indicaes e como orientaes fundamentais.(11)11. Os destinatrios do Diretrio so principalmente os Bispos, as Conferncias dos Bispos e, de modo geral, todos aqueles que, sob o mandato ou presidncia dos primeiros, tm responsabilidades no campo catequtico. bvio que o Diretrio pode ser um vlido instrumento para a formao dos candidatos ao sacerdcio, para a formao permanente dos presbteros e para a formao dos catequistas.Uma finalidade imediata do Diretrio ajudar a redao dos Diretrios Catequticos e catecismos. Conforme sugesto recebida de muitos Bispos, incluem-se numerosas notas e referncias que podem ser de grande utilidade para a elaborao dos mencionados instrumentos.12. Uma vez que o Diretrio endereado s Igrejas particulares, cujas situaes e necessidades pastorais so muito variadas, evidente que se pde levar em considerao unicamente as situaes comuns ou intermedirias. Isto acontece, igualmente, quando se descreve a organizao da catequese nos diversos nveis. Na utilizao do Diretrio, deve-se ter presente esta observao. Como j se ressaltava no texto de 1971, o que ser insuficiente naquelas regies onde a catequese pde alcanar um alto nvel de qualidade e de meios, talvez poder parecer excessivo naqueles lugares onde a catequese no pde ainda experimentar tal progresso.13. Ao publicar este texto, novo testemunho da solicitude da S Apostlica para com o ministrio catequtico, exprimem-se os votos de que ele seja acolhido, examinado e estudado com grande ateno, levando em considerao as necessidades pastorais de cada Igreja particular; e que ele possa tambm estimular, para o futuro, estudos e pesquisas mais profundas, que respondam s necessidades da catequese e s normas e orientaes do Magistrio da Igreja.Que a Virgem Maria, Estrela da nova evangelizao, nos conduza ao conhecimento pleno de Jesus Cristo, Mestre e Senhor. Quanto ao mais, irmos, orai por ns, para que a palavra do Senhor continue o seu caminho e seja glorificada, como aconteceu entre vs (2 Ts 3, 1).Do Vaticano, 15 de agosto de 1997Solenidade da Assuno de Nossa SenhoraDaro Castrilln HoyosArcebispo emrito de BucaramangaPro-PrefeitoCrescenzio SepeArcebispo tit. de GradoSecretrioEXPOSIO INTRODUTIVAO anncio do Evangelho no mundo contemporneo Escutai: Eis que o semeador saiu a semear. E ao semear, uma parte da semente caiu beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.Outra parte caiu no solo pedregoso e, no havendo terra bastante, nasceu logo, porque no havia terra profunda, mas, ao surgir do sol, queimou-se e, por no ter raiz, secou.Outra parte caiu entre os espinhos; os espinhos cresceram e a sufocaram, e no deu fruto.Outras caram em terra boa e produziram fruto, crescendo e se desenvolvendo, e uma produziu trinta, outra sessenta e outra cem por cento (Mc 4,3-8).14. Esta exposio introdutiva pretende estimular os pastores e os agentes da catequese a tomarem conscincia da necessidade de olhar sempre para o campo semeado, e a faz-lo a partir de uma perspectiva de f e de misericrdia. A interpretao do mundo contemporneo, aqui apresentada, tem, obviamente, um carter de provisoriedade, prprio da contingncia histrica. Saiu o semeador a semear (Mc 4,3)15. Esta parbola fonte inspiradora para a evangelizao. A semente a palavra de Deus (Lc 8,11). O semeador Jesus Cristo. Ele anunciou o Evangelho na Palestina h dois mil anos e enviou os seus discpulos a seme-lo pelo mundo. Jesus Cristo hoje, presente na Igreja por meio do Seu Esprito, continua a divulgar amplamente a palavra do Pai no campo do mundo.A qualidade do terreno sempre muito variada. O Evangelho cai beira do caminho (Mc 4,4), quando no realmente escutado; cai em solo pedregoso (Mc 4,5), sem penetrar profundamente na terra; ou entre os espinhos (Mc 4,7), e imediatamente sufocado no corao dos homens, distrados por muitas preocupaes. Mas uma parte cai em terra boa (Mc 4,8), isto , em homens e mulheres abertos relao pessoal com Deus e solidrios com o prximo, e produz frutos abundantes.Jesus, na parbola, comunica a boa notcia de que o Reino de Deus chega, no obstante as dificuldades do terreno, as tenses, os conflitos e os problemas do mundo. A semente do Evangelho fecunda a histria dos homens e preanuncia uma colheita abundante. Jesus faz tambm uma advertncia: somente no corao bem disposto a palavra de Deus germina.Um olhar ao mundo, a partir da f16. A Igreja continua a semear o Evangelho de Jesus no grande campo de Deus. Os cristos, inseridos nos mais variados contextos sociais, olham o mundo com os mesmos olhos com que Jesus contemplava a sociedade do seu tempo. O discpulo de Jesus Cristo, de fato, participa, de seu interior, das alegrias e das esperanas, das tristezas e das angstias dos homens de hoje ,(12) olha para a histria humana, participa dela, no apenas com a razo, mas tambm com a f. luz desta, o mundo se mostra ao mesmo tempo criado e conservado pelo amor do Criador, reduzido servido do pecado, e libertado por Cristo crucificado e ressuscitado, com a derrota do Maligno... .(13)O cristo sabe que a cada realidade e evento humano subjazem ao mesmo tempo: a ao criadora de Deus, que comunica a cada ser a sua bondade; a fora que deriva do pecado, o qual limita e entorpece o homem; o dinamismo que nasce da Pscoa de Cristo, qual germe de renovao que confere ao crente a esperana de uma consumao (14) definitiva.Um olhar ao mundo, que prescindisse de um desses trs aspectos, no seria autenticamente cristo. importante, portanto, que a catequese saiba iniciar os catecmenos e os catequizandos a uma leitura teolgica dos problemas modernos .(15)O campo do mundo17. Me dos homens, a Igreja, antes de mais nada, v, com profunda dor, uma multido inumervel de homens e de mu-lheres, crianas, adultos e ancios, isto , de pessoas humanas concretas e irrepetveis, que sofrem sob o peso intolervel da misria .(16) Por meio da catequese, na qual o ensinamento social da Igreja ocupe o seu lugar,(17) ela deseja suscitar no corao dos cristos o empenho pela justia (18) e a opo ou amor preferencial pelos pobres ,(19) de modo que a sua presena seja realmente luz que ilumina e sal que transforma.Os direitos humanos18. A Igreja, ao analisar o campo do mundo, muito sensvel a tudo aquilo que ofende a dignidade da pessoa humana. Ela sabe que desta dignidade nascem os direitos humanos,(20) objeto constante da preocupao e do empenho dos cristos. Por isso, o seu olhar no abrange somente os indicadores econmicos e sociais,(21) mas tambm, sobretudo, os culturais e religiosos. O que ela busca o progresso integral das pessoas e dos povos.(22)A Igreja percebe, com alegria, que uma corrente benfica j se alastra e permeia todos os povos da terra, tornando-os cada vez mais conscientes da dignidade do homem .(23) Esta conscincia se exprime na viva preocupao pelo respeito dos direitos humanos e no mais decidido rechao de suas violaes. O direito vida, ao trabalho, educao, criao de uma famlia, participao na vida pblica e liberdade religiosa so hoje particularmente reivindicados.19. Em numerosos lugares, todavia, e em aparente contradio com a sensibilidade pela dignidade da pessoa, os direitos humanos so claramente violados.(24) Dessa maneira, alimentam-se outras formas de pobreza, que no se colocam no plano material: trata-se de uma pobreza cultural e religiosa, que preocupa igualmentea comunidade eclesial. A negao ou a limitao dos direitos humanos, de fato, empobrece a pessoa e os povos, tanto ou mais do que a privao dos bens materiais.(25)A obra evangelizadora da Igreja, neste vasto campo dos direitos humanos, tem uma tarefa irrenuncivel: promover a descoberta da dignidade inviolvel de cada pessoa humana. Em certo sentido, a tarefa central e unificadora do servio que a Igreja, e nela os fiis leigos, so chamados a prestar famlia dos homens .(26) A catequese deve prepar-los para esta tarefa.A cultura e as culturas20. O semeador sabe que a semente penetra em terrenos concretos e tem necessidade de absorver todos os elementos necessrios para frutificar.(27) Sabe tambm que, s vezes, alguns desses elementos podem prejudicar a germinao e a colheita.A Constituio Gaudium et Spes sublinha a grande importncia da cincia e da tcnica na gestao e no desenvolvimento da cultura moderna. A mentalidade cientfica que delas emana, modifica profundamente a cultura e os modos de pensamento , (28) com grandes repercusses humanas e religiosas. A racionalidade cientfica e experimental profundamente enraizada no homem de hoje.Todavia, a conscincia de que este tipo de racionalidade no pode explicar todas as coisas, ganha sempre mais terreno. Os prprios homens da cincia constatam que, paralelamente ao rigor da experimentao, necessrio outro tipo de saber, para poder compreender em profundidade o ser humano. A reflexo filosfica sobre a linguagem mostra, por exemplo, que o pensamento simblico uma forma de acesso ao mistrio da pessoa humana, contrariamente inacessvel. Torna-se indispensvel assim, uma racionalidade que no cinda o ser humano, que integre a sua afetividade, que o unifique, dando um sentido mais pleno sua vida.21. Juntamente com esta forma mais universal de cultura ,(29) hoje se constata tambm um desejo crescente de revalorizar as culturas autctones. A pergunta do Conclio viva ainda: Como se deve favorecer o dinamismo e a expanso duma nova cultura, sem que perea a fidelidade viva para com a herana das tradies? .(30) Em muitos lugares, se toma viva conscincia de que as culturas tradicionais so agredidas por influncias externas dominantes e por imitaes alienantes de formas de vida importadas. Corroem-se assim, gradualmente, a identidade e os valores prprios dos povos. Constata-se tambm a enorme influncia dos meios de comunicao, os quais, muitas vezes, em virtude de interesses econmicos ou ideolgicos, impem uma viso da vida que no respeita a fisionomia cultural dos povos aos quais se dirigem.A evangelizao encontra assim, na inculturao, um de seus maiores desafios. A Igreja, luz do Evangelho, deve assumir todos os valores positivos da cultura e das culturas (31) e rejeitar aqueles elementos que impedem as pessoas e os povos de alcanarem o desenvolvimento de suas autnticas potencialidades.A situao religiosa e moral22. Entre os elementos que compem o patrimnio cultural de um povo, o fator religioso-moral tem, para o semeador, um particular relevo. Na cultura atual existe uma persistente difuso da indiferena religiosa: Muitos de nossos contemporneos ... no percebem de modo algum esta unio ntima e vital com Deus ou explicitamente a rejeitam .(32)O atesmo, como negao de Deus, conta entre os gravssimos problemas de nosso tempo .(33) Ele adota formas diversas, mas aparece hoje especialmente sob a forma do secularismo, que consiste numa viso autonomista do homem e do mundo segundo a qual esse mundo se explicaria por si mesmo, sem ser necessrio recorrer a Deus .(34) No mbito especificamente religioso, existem sinais de um retorno ao sagrado ,(35) de uma nova sede de realidades transcendentes e divinas. O mundo atual atesta, de modo mais amplo e vital, o despertar da procura religiosa .(36) Certamente este fenmeno no deixa de ser ambguo .(37) O amplo desenvolvimento das seitas e de novos movimentos religiosos e o redespertar do fundamentalismo (38) so dados que interpelam seriamente a Igreja e que devem ser atentamente analisados.23. A atual situao moral procede de pari passu com a religiosa. Efetivamente, percebe-se um obscurecimento da verdade ontolgica da pessoa humana. E isto acontece como se a rejeio de Deus quisesse significar a ruptura interior das aspiraes do ser humano.(39) Assiste-se, assim, em muitos lugares, a um relativismo tico que tira convivncia civil qualquer ponto seguro de referncia moral .(40)A evangelizao encontra no terreno religioso-moral um ambiente de atuao privilegiado. A misso primordial da Igreja, de fato, anunciar Deus, testemunh-Lo diante do mundo. Trata-se de fazer conhecer as verdadeiras feies de Deus e o Seu desgnio de amor e de salvao em favor dos homens, assim como Jesus o revelou.Para preparar tais testemunhos, necessrio que a Igreja desenvolva uma catequese que propicie o encontro com Deus e fortalea um vnculo permanente de comunho com Ele.A Igreja no campo do mundoA f dos cristos24. Os discpulos de Jesus esto imersos no mundo como o fermento mas, como em todos os tempos, no esto imunes de sofrer a influncia das situaes humanas., por isso, necessrio, interrogar-se sobre a atual situao da f dos cristos.A renovao catequtica, desenvolvida na Igreja durante as ltimas dcadas, est dando frutos muito positivos.(41) A catequese das crianas, dos jovens e dos adultos, nesses anos, deu origem a uma tipologia de cristo verdadeiramente consciente de sua f e coerente com esta em sua vida. De fato, favoreceu neles: uma nova experincia vital de Deus, como Pai misericordioso; uma redescoberta mais profunda de Jesus Cristo, no apenas na sua divindade, mas tambm na sua verdadeira humanidade; o sentir-se, todos, co-responsveis pela misso da Igreja no mundo; a tomada de conscincia das exigncias sociais da f.25. Todavia, diante do atual panorama religioso, os filhos da Igreja devem se examinar: em que medida so tocados, tambm eles, pela atmosfera de secularismo e de relativismo tico? .(42)Uma primeira categoria configura-se naquela multido de homens que receberam o Batismo, mas vivem fora de toda a vida crist .(43) Trata-se, de fato, de uma multido de cristos no praticantes , (44) ainda que, no fundo do corao de muitos, o sentimento religioso no tenha desaparecido de todo. Redespert-los para a f um verdadeiro desafio para a Igreja.Alm desses, h ainda as pessoas simples ,(45) que se exprimem, s vezes, com sentimentos religiosos muito sinceros e com uma religiosidade popular (46) muito enraizada. Possuem uma certa f, mas conhecem mal os fundamentos dessa mesma f .(47) Alm disso, existem tambm numerosos cristos, muito cultos, mas com uma formao religiosa recebida apenas na infncia, e que necessitam reposicionar e amadurecer a sua f sob uma luz diversa .(48)26. No falta, alm disso, um certo nmero de cristos batizados que, infelizmente, escondem a prpria identidade crist, ou por causa de uma errnea forma de dilogo inter-religioso ou por uma certa reticncia em testemunhar a prpria f em Jesus Cristo na sociedade contempornea.Estas situaes da f dos cristos reclamam do semeador, com urgncia, o desenvolvimento de uma nova evangelizao,(49) sobretudo naquelas Igrejas de antiga tradio crist, onde o secularismo penetrou mais. Nesta nova situao necessitada de evangelizao, o anncio missionrio e a catequese, sobretudo aos jovens e aos adultos, constituem uma clara prioridade.A vida interna da comunidade eclesial27. importante considerar tambm a prpria vida da comunidade eclesial, a sua ntima qualidade.Uma primeira considerao descobrir como, na Igreja, tenha sido acolhido e tenha dado frutos o Conclio Vaticano II. Os grandes documentos conciliares no permaneceram letra morta: constatam-se os seus efeitos. As quatro constituies Sacrosanctum Concilium, Lumen Gentium, Dei Verbum e Gaudium et Spes fecundaram a Igreja. De fato: A vida litrgica compreendida mais profundamente como fonte e vrtice da vida eclesial; O povo de Deus adquiriu uma conscincia mais viva do sacerdcio comum , (50) radicado no Batismo. Ao mesmo tempo, redescobre sempre mais a vocao universal santidade e um sentido mais profundo do servio caridade. A comunidade eclesial adquiriu um sentido mais vivo da Palavra de Deus. A Sagrada Escritura, por exemplo, lida, saboreada e meditada de modo mais intenso. A misso da Igreja no mundo sentida de maneira nova. Com base numa renovao interior, o Conclio abriu os catlicos exigncia de uma evangelizao ligada necessariamente com a promoo humana, necessidade do dilogo com o mundo, com as diversas culturas e religies e urgente busca da unio entre os cristos.28. Mas em meio a esta fecundidade, devem-se reconhecer tambm os defeitos e dificuldades no acolhimento do Conclio .(51) Malgrado uma doutrina eclesiolgica to ampla e profunda, enfraqueceu-se o sentido da pertena eclesial; constata-se freqentemente uma desafeio para com a Igreja ; (52) ela contemplada, muitas vezes, de modo unilateral, como mera instituio, despojada do seu mistrio.Em algumas ocasies, foram tomadas posies parciais e opostas na interpretao e na aplicao da renovao solicitada Igreja pelo Conclio Vaticano II. Tais ideologias e comportamentos conduziram a fragmentaes e a prejudicar o testemunho de comunho, indispensvel para a evangelizao.A ao evangelizadora da Igreja, e nesta a catequese, deve buscar mais decididamente uma slida coeso eclesial. Para isso, urgente promover e aprofundar uma autntica eclesiologia de comunho, (53) para gerar nos cristos, uma profunda espiritualidade eclesial.Situao da catequese: a sua vitalidade e os seus problemas29. Muitos so os aspectos positivos da catequese nestes ltimos anos, que mostram a sua vitalidade. Entre outros, devem ser destacados: O grande nmero de sacerdotes, religiosos e leigos que se consagram catequese com grande entusiasmo e perseverana. uma das aes eclesiais mais relevantes. Deve ser sublinhado tambm o carter missionrio da atual catequese e a sua propenso em assegurar a adeso f, dos catecmenos e dos catequizandos, num mundo no qual o sentido religioso se obscura. Nesta dinmica, tem-se uma clara conscincia de que a catequese deve adquirir o estilo de formao integral e no reduzir-se a simples ensinamento: dever esforar-se, de fato, para suscitar uma verdadeira converso. (54) Em sintonia com tudo o que j foi dito, assume extraordinria importncia o incremento que vai adquirindo a catequese dos adultos (55) no projeto de catequese de muitas Igrejas particulares. Esta opo aparece como prioritria nos planos pastorais de muitas dioceses. Tambm em alguns movimentos e grupos eclesiais ela ocupa um lugar central. Favorecido, sem dvida, pelas recentes orientaes do Magistrio, o pensamento catequtico ganhou, nos nossos dias, uma maior densidade e profundidade. Neste sentido, muitas Igrejas locais j dispem de idneas e oportunas orientaes pastorais.30. Todavia, necessrio examinar, com particular ateno, alguns problemas, buscando encontrar uma soluo para os mesmos: O primeiro diz respeito ao prprio conceito de catequese como escola da f, como aprendizado e tirocnio de toda a vida crist, que ainda no penetrou plenamente na conscincia dos catequistas. No que concerne orientao de fundo, o conceito de Revelao impregna ordinariamente a atividade catequtica; todavia, o conceito conciliar de Tradio tem uma menor influncia como elemento realmente inspirador. De fato, em muitas catequeses, a referncia Sagrada Escritura quase que exclusiva, sem que a reflexo e a vida bimilenar da Igreja (56) acompanhem tal referncia, de modo suficiente. A natureza eclesial da catequese se mostra, neste caso, menos clara. A inter-relao entre Sagrada Escritura, Tradio e Magistrio, cada qual segundo seu prprio modo ,(57) ainda no fecunda harmoniosamente a transmisso catequtica da f. No que diz respeito finalidade da catequese, que visa promover a comunho com Jesus Cristo, necessria uma apresentao mais equilibrada de toda a verdade do mistrio de Cristo. s vezes, se insiste somente na sua humanidade, sem fazer explcita referncia sua divindade; em outras ocasies, menos freqentes nos nossos dias, a sua divindade to acentuada, que no se percebe mais a realidade do mistrio da Encarnao do Verbo. (58) Em relao ao contedo da catequese, subsistem vrios problemas. H algumas lacunas doutrinais no que concerne verdade sobre Deus e sobre o homem, sobre o pecado e a graa e sobre os Novssimos. H a necessidade de uma formao moral mais slida; constata-se uma apresentao inadequada da histria da Igreja e um escassa importncia dada sua Doutrina Social. Em algumas regies, proliferam catecismos e textos de iniciativa particular, com tendncias seletivas e acentuaes to diferentes, que prejudicam a necessria convergncia na unidade da f.(59) A catequese intrinsecamente ligada com toda a ao litrgica e sacramental .(60) Muitas vezes, porm, a praxe catequtica apresenta uma ligao fraca e fragmentria com a liturgia: ateno limitada aos sinais e ritos litrgicos, pouca valorizao das fontes litrgicas, percursos catequticos que pouco ou nada tm a ver com o ano litrgico, presena marginal de celebraes nos itinerrios da catequese. No que concerne pedagogia, aps uma excessiva acentuao do valor do mtodo e das tcnicas, por parte de alguns, ainda no se presta a devida ateno s exigncias e originalidade da pedagogia prpria da f.(61) Cai-se facilmente no dualismo contedo-mtodo , com reducionismos num sentido ou no outro. No que diz respeito dimenso pedaggica, no se exercitou sempre o necessrio discernimento teolgico. No que concerne diferena das culturas em relao ao servio da f, constitui um problema saber transmitir o Evangelho no limite do horizonte cultural dos povos aos quais se dirige, de modo que ele possa ser apreendido realmente como uma grande notcia para a vida das pessoas e da sociedade. (62) A formao para o apostolado e para a misso uma das tarefas principais da catequese. No entanto, enquanto na atividade catequtica cresce uma nova sensibilidade em formar os fiis leigos para o testemunho cristo, para o dilogo inter-religioso e para o compromisso secular, a educao para a dimenso missionria ad gentes mostra-se ainda fraca e inadequada. Com freqncia, a catequese ordinria reserva s misses uma ateno marginal e no constante.A semeadura do Evangelho31. Depois de ter analisado o terreno, o semeador envia os seus operrios para anunciar o Evangelho por todo o mundo, comunicando-lhes a fora do seu Esprito. Ao mesmo tempo, mostra-lhes como ler os sinais dos tempos e lhes pede uma preparao muito acurada para realizar a semeadura.Como ler os sinais dos tempos32. A voz do Esprito que Jesus, por parte do Pai, enviou a Seus discpulos ressoa tambm nos acontecimentos da histria. (63) Por trs dos dados mutveis da situao atual e nas profundas motivaes dos desafios que se apresentam evangelizao, necessrio descobrir os sinais da presena e do desgnio de Deus . (64) Trata-se de uma anlise que se deve fazer luz da f, com uma atitude de compaixo. Valendo-se das cincias humanas, (65) sempre necessrias, a Igreja busca descobrir o sentido da situao atual, no mbito da histria da salvao. Os seus juzos sobre a realidade so sempre diagnsticos para a misso.Alguns desafios para a catequese33. Para poder exprimir a sua vitalidade e a sua eficcia, a catequese, hoje, deveria assumir os seguintes desafios e orientaes: antes de tudo, ela deve se apresentar como um vlido servio evangelizao da Igreja, com uma acentuada caracterstica missionria; ela deve se dirigir aos seus destinatrios privilegiados, como foram e continuam a ser as crianas, os adolescentes, os jovens e os adultos a partir, sobretudo, dos primeiros; seguindo o exemplo da catequese patrstica, ela deve plasmar a personalidade daquele que cr e, portanto, deve ser uma verdadeira e prpria escola de pedagogia crist; deve anunciar os mistrios essenciais do cristianismo, promovendo a experincia trinitria da vida em Cristo como centro da vida de f; deve considerar como tarefa prioritria a preparao e a formao de catequistas de f profunda.I PARTEA CATEQUESE NA MISSO EVANGELIZADORA DA IGREJAA catequese na misso evangelizadora da Igreja Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura (Mc 16,15) Ide, portanto, e fazei que todas as naes se tornem discpulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Esprito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei (Mt 28,19-20). Recebereis uma fora, a do Esprito Santo que descer sobre vs, e sereis minhas testemunhas... at os confins da terra (At 1,8).O mandato missionrio de Jesus34. Jesus, aps a sua ressurreio, enviou por parte do Pai o Esprito Santo para que realizasse, a partir de dentro, a obra da salvao e estimulasse os discpulos a continuarem a sua prpria misso no mundo inteiro, como ele mesmo fora enviado pelo Pai. Ele foi o primeiro e o maior evangelizador. Anunciou o Reino de Deus,(66) como nova e definitiva interveno divina na histria e definiu este anncio como o Evangelho , ou seja, a boa nova. A este dedicou toda a sua existncia terrena: deu a conhecer a alegria de pertencer ao Reino,(67) as suas exigncias e a sua magna carta,(68) os mistrios que encerra,(69) a vida fraterna daqueles que nele entram,(70) e a sua plenitude futura.(71)Significado e finalidade desta parte35. Esta primeira parte pretende definir o carter prprio da catequese.O primeiro captulo, relativo estrutura teolgica, recorda brevemente o conceito de Revelao exposto no Documento conciliar Dei Verbum. Ele determina, de maneira especfica, o modo de conceber o ministrio da Palavra. Os conceitos palavra de Deus, Evangelho, Reino de Deus e Tradio, presentes nessa Constituio dogmtica, fundam o significado de catequese. Junto a esses, referencial obrigatrio para a catequese o conceito de evangelizao. A sua dinmica e os seus elementos so expostos com uma preciso nova e profunda, na Exortao Apostlica Evangelii Nuntiandi.O segundo captulo situa a catequese no quadro da evangelizao e a coloca em relao com as demais formas de ministrio da palavra de Deus. Graas a essa relao, descobre-se mais facilmente o carter prprio da catequese.O terceiro captulo analisa mais diretamente a catequese enquanto tal: a sua natureza eclesial, a sua finalidade vinculativa de comunho com Jesus Cristo, os seus deveres, e a inspirao catecumenal que a anima.A concepo que se tem da catequese condiciona profundamente a seleo e a organizao dos seus contedos (cognitivos, experienciais e comportamentais), precisa os seus destinatrios e define a pedagogia que se exige para alcanar os seus objetivos.O termo catequese sofreu uma evoluo semntica durante os vinte sculos de histria da Igreja. Neste Diretrio, o conceito de catequese inspira-se nos Documentos do Magistrio Pontifcio psconciliar e, sobretudo, na Evangelii Nuntiandi, na Catechesi Tradendae e na Redemptoris Missio.I CAPTULOA Revelao e a sua transmisso mediante a evangelizao Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abenoou com toda a sorte de bnos espirituais, nos cus, em Cristo. (...) dando-nos a conhecer o mistrio da sua vontade, conforme deciso prvia que lhe aprouve tomar para levar o tempo sua plenitude: a de em Cristo encabear todas as coisas... (Ef 1,3-10).A Revelao do desgnio providencial de Deus36. Deus, que cria e conserva todas as coisas por meio do Verbo, oferece aos homens, na criao, um perene testemunho de si mesmo . (72) O homem, que por sua natureza e vocao capaz de Deus , quando ouve a mensagem das criaturas, pode atingir a certeza da existncia de Deus como causa e fim de tudo e que Ele pode se revelar ao homem.A constituio Dei Verbum do Conclio Vaticano II descreveu a Revelao como o ato mediante o qual Deus se manifesta pessoalmente aos homens. Deus se mostra, de fato, como Aquele que quer comunicar a Si mesmo, tornando a pessoa humana partcipe de sua natureza divina. (73) Dessa maneira, Ele realiza o seu desgnio de amor. Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria, revelar-Se a Si mesmo e tornar conhecido o mistrio de Sua vontade, pelo qual os homens... tm acesso ao Pai e se tornam participantes da natureza divina . (74)37. Este desgnio providencial (75) do Pai, revelado plenamente em Jesus Cristo, realiza-se com a fora do Esprito Santo.Ele comporta: a revelao de Deus, da sua verdade ntima ,(76) do seu segredo , (77) da verdadeira vocao e dignidade do homem; (78) a oferta da salvao a todos os homens, como dom da graa e da misericrdia de Deus, (79) que implica a libertao do mal, do pecado e da morte; (80) o definitivo chamado para reunir na famlia de Deus todos os filhos dispersos, realizando assim a unio fraterna entre os homens. (81)A Revelao: fatos e palavras38. Deus, na sua imensido, para se revelar pessoa humana, utiliza uma pedagogia: (82) serve-se de eventos e de palavras humanas para comunicar o seu desgnio; e o faz progressivamente e por etapas, (83) para se aproximar melhor dos homens. Deus, de fato, age de maneira tal, que os homens cheguem ao conhecimento do seu plano salvfico atravs dos eventos da histria da salvao e mediante as palavras divinamente inspiradas que os acompanham e os explicam. Este plano da Revelao se concretiza atravs de acontecimentos e palavras intimamente conexos entre si, de forma que as obras realizadas por Deus na histria da salvao manifestam e corroboram os ensinamentos e as realidades significadas pelas palavras, enquanto as palavras, por sua vez, proclamam as obras e elucidam o mistrio nelas contido .(84)39. Tambm a evangelizao, que transmite ao mundo a Revelao, realiza-se com obras e palavras. Ela , ao mesmo tempo, testemunho e anncio, palavra e sacramento, ensinamento e empenho.A catequese, por sua vez, transmite os fatos e as palavras da Revelao: deve proclam-los e narr-los e, ao mesmo tempo, explicar os profundos mistrios que estes encerram. Alm disso, sendo a Revelao fonte de luz para a pessoa humana, a catequese no apenas recorda as maravilhas de Deus operadas no passado mas, luz da mesma Revelao, interpreta os sinais dos tempos e a vida presente dos homens e das mulheres, uma vez que, neles, realiza-se o desgnio de Deus para a salvao do mundo. (85)Jesus Cristo, mediador e plenitude da Revelao40. Deus revelou-se progressivamente aos homens, por meio dos profetas e dos eventos salvficos, at plenitude da Revelao com o envio de seu prprio Filho: (86) Jesus Cristo, pela plena presena e manifestao de Si mesmo, por palavras e obras, sinais e milagres, e especialmente por sua morte e gloriosa ressurreio dentre os mortos, enviado finalmente o Esprito de verdade, aperfeioa e completa a Revelao .(87)Jesus Cristo no somente o maior dos profetas, mas o Filho eterno de Deus, feito homem. Ele , portanto, o evento ltimo para o qual convergem todos os eventos da histria da salvao.(88) Ele , de fato, a Palavra nica, perfeita e insupervel do Pai . (89)41. O ministrio da Palavra deve ressaltar esta admirvel caracterstica, prpria da economia da Revelao: o Filho de Deus entra na histria dos homens, assume a vida e a morte humanas e realiza a nova e definitiva aliana entre Deus e os homens. dever prprio da catequese mostrar quem Jesus Cristo: a sua vida e o seu mistrio, e apresentar a f crist como seqela da sua pessoa.(90) Por isso, deve basear-se constantemente nos Evangelhos, os quais so o corao de todas as Escrituras, uma vez que constituem o principal testemunho sobre a vida e a doutrina do Verbo encarnado, nosso Salvador.(91)O fato que Jesus Cristo seja a plenitude da Revelao o fundamento do cristocentrismo (92) da catequese: o mistrio de Cristo, na mensagem revelada, no um elemento a mais, junto aos demais, mas sim o centro a partir do qual todos os demais elementos se hierarquizam e se iluminam.A transmisso da Revelao por meio da Igreja, obra do Esprito Santo42. A revelao de Deus, culminada em Jesus Cristo, destinada a toda a humanidade: Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (1 Tm 2,4). Em virtude dessa vontade salvfica universal, Deus disps que a Revelao se transmitisse a todos os povos e a todas as geraes e permanecesse ntegra. (93)43. Para cumprir este desgnio divino, Jesus Cristo instituiu a Igreja com fundamento nos apstolos e, mandando sobre eles o Esprito Santo, por parte do Pai, enviou-os a pregar o Evangelho em todo o mundo. Os apstolos, com palavras, obras e por escrito, executaram fielmente tal mandato.(94)Esta Tradio apostlica perpetua-se na Igreja e por meio da Igreja. E esta, no seu todo, pastores e fiis, vigia por sua conservao e transmisso. O Evangelho, de fato, conserva-se ntegro e vivo na Igreja: os discpulos de Jesus o contemplam e o meditam incessantemente, vivem-no na existncia cotidiana e o anunciam na misso. O Esprito Santo fecunda constantemente a Igreja enquanto ela vive o Evangelho; faz com que ela cresa continuamente na compreenso do mesmo, e a impulsiona e sustenta na tarefa de anunci-lo em todos os recantos do mundo.(95)44. A conservao ntegra da Revelao, palavra de Deus contida na Tradio e na Escritura, assim como a sua contnua transmisso, so garantidas na sua autenticidade. O Magistrio da Igreja, sustentado pelo Esprito Santo e dotado do carisma da verdade , exercita a funo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus .(96)45. A Igreja, sacramento universal de salvao ,(97) movida pelo Esprito Santo, transmite a Revelao por meio da evangelizao: anuncia a boa nova do desgnio salvfico do Pai e, nos sacramentos, comunica os dons divinos.A Deus, que se revela, devida a obedincia da f, pela qual o homem adere livremente ao Evangelho da graa de Deus (At 20,24), com pleno assentimento do intelecto e da vontade. Guiado pela f, dom do Esprito, o homem chega contemplar e a saborear o Deus do amor, que em Cristo revelou as riquezas da sua glria.(98)A evangelizao (99)46. A Igreja existe para evangelizar , (100) isto , para levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transform-las a partir de dentro e tornar nova a prpria humanidade . (101)O mandato missionrio de Jesus comporta vrios aspectos intimamente conexos entre si: proclamai (Mc 16,15), fazei discpulos e ensinai , (102) sereis minhas testemunhas , (103) batizai , (104) fazei isto em minha memria (Lc 22,19), amai-vos uns aos outros (Jo 15,12). Anncio, testemunho, ensinamento, sacramentos, amor ao prximo, fazer discpulos: todos estes aspectos so via e meios para a transmisso do nico Evangelho, e constituem os elementos da evangelizao.Alguns deles se revestem de uma importncia to grande que, s vezes, se tende a identific-los com a ao evangelizadora. Todavia, nenhuma definio parcial e fragmentria, porm, chegar a dar razo da realidade rica, complexa e dinmica que a evangelizao . (105) Corre-se o risco de empobrec-la e at mesmo de mutil-la. Ao contrrio, ela deve desenvolver a sua totalidade (106) e incorporar as suas intrnsecas bipolaridades: testemunho e anncio, (107) palavra e sacramento, (108) mudana interior e transformao social. (109) Os agentes da evangelizao devem saber agir com uma viso global (110) da mesma e identific-la com o conjunto da misso da Igreja. (111)O processo da evangelizao47. A Igreja, embora contendo em si, permanentemente, a plenitude dos meios da salvao, opera sempre de modo gradual. (112) O decreto conciliar Ad Gentes esclareceu bem a dinmica do processo evangelizador: testemunho cristo, dilogo e presena da caridade (11-12), anncio do Evangelho e chamado converso (13), catecumenato e iniciao crist (14), formao da comunidade crist por meio dos sacramentos e dos ministrios (15-18). (113) Este o dinamismo da implantao e da edificao da Igreja.48. De acordo com isso, necessrio conceber a evangelizao como o processo atravs do qual a Igreja, movida pelo Esprito, anuncia e difunde o Evangelho em todo o mundo. Ela: impulsionada pela caridade, impregna e transforma toda a ordem temporal, assumindo e renovando as culturas; (114) d testemunho, (115) entre os povos, do novo modo de ser e de viver que caracteriza os cristos; proclama explicitamente o Evangelho, mediante o primeiro anncio , (116) chamando converso; (117) inicia na f e na vida crist, mediante a catequese (118) e os sacramentos de iniciao , (119) aqueles que se convertem a Jesus Cristo, ou aqueles que retomam o caminho de sua seqela, incorporando os primeiros na comunidade crist e a ela reconduzindo os demais; (120) alimenta constantemente o dom da comunho (121) nos fiis, mediante a educao permanente da f (homilia, outras formas do ministrio da Palavra), os sacramentos e o exerccio da caridade; suscita continuamente a misso, (122) enviando todos os discpulos de Cristo a anunciarem o Evangelho, com palavras e obras, em todo o mundo.49. O processo evangelizador, (123) conseqentemente, estruturado em etapas ou momentos essenciais : (124) a ao missionria para os no crentes e para aqueles que vivem na indiferena religiosa; a ao catequtica e de iniciao para aqueles que optam pelo Evangelho e para aqueles que necessitam completar ou reestruturar a sua iniciao; e a ao pastoral para os fiis cristos j maduros, no seio da comunidade crist. (125) Esses momentos, no entanto, no so etapas concludas: reiteram-se, se necessrio, uma vez que daro o alimento evanglico mais adequado ao crescimento espiritual de cada pessoa ou da prpria comunidade.O ministrio da Palavra de Deus na evangelizao50. O ministrio da Palavra (126) elemento fundamental da evangelizao. A presena crist, em meio aos diferentes grupos humanos, e o testemunho de vida precisam ser esclarecidos e justificados pelo anncio explcito de Jesus Cristo, o Senhor. No h verdadeira evangelizao se o nome, o ensinamento, a vida e as promessas, o Reino, o mistrio de Jesus de Nazar, Filho de Deus, no forem proclamados . (127) Mesmo aqueles que j so discpulos de Cristo tm necessidade de ser alimentados constantemente com a palavra de Deus, para crescerem na sua vida crist. (128)O ministrio da Palavra, no interior da evangelizao, transmite a Revelao por meio da Igreja, valendo-se das palavras humanas. Estas, porm, so sempre em referncia s obras : quelas que Deus realizou e continua a realizar, especialmente nos sacramentos; ao testemunho de vida dos cristos; ao transformadora que estes, unidos a tantos homens de boa vontade, realizam no mundo. Esta palavra humana da Igreja o meio de que o Esprito Santo se serve, para continuar o dilogo com a humanidade. Ele , de fato, o principal agente do ministrio da Palavra, aquele por meio do qual a viva voz do Evangelho ressoa na Igreja, e por meio desta, no mundo . (129)O ministrio da Palavra exercita-se de muitas formas . (130) A Igreja, desde a poca apostlica, (131) no seu desejo de oferecer a palavra de Deus da maneira mais apropriada, tem realizado este ministrio atravs das mais variadas formas. (132) Todas elas servem para veicular aquelas funes basilares que o ministrio da Palavra chamado a desempenhar.Funes e formas do ministrio da Palavra51. As principais funes do ministrio da Palavra so as seguintes: Convocao e chamado f a funo que mais imediatamente se deduz do mandato missionrio de Jesus. Realiza-se mediante o primeiro anncio , dirigido aos no crentes: aqueles que fizeram uma opo de nocrena, os batizados que vivem s margens da vida crist, os praticantes de outras religies... (133) O despertar religioso das crianas, nas famlias crists, tambm uma forma eminente desta funo. A iniciaoAqueles que, movidos pela graa, decidem seguir Jesus, so introduzidos na vida religiosa, litrgica e caritativa do Povo de Deus . (134) A Igreja realiza esta funo, fundamentalmente por meio da catequese, em estreita relao com os sacramentos da iniciao, tanto se estes devem ser ainda recebidos quanto se j o foram. Formas importantes so: a catequese dos adultos no batizados, no catecumenato; a catequese dos adultos batizados que desejam retornar f, ou daqueles que tm necessidade de completar a sua iniciao; a catequese das crianas e dos mais jovens, que por si s, j tem um carter de iniciao. Tambm a educao crist familiar e o ensino escolar da religio exercem uma funo de iniciao. A educao permanente fEm diversas regies, ela chamada tambm de catequese permanente . (135)Dirige-se aos cristos iniciados nos elementos de base, que tm necessidade de alimentar e amadurecer constantemente a sua f, durante toda a vida. uma funo que se realiza atravs de formas muito variadas: sistemticas e ocasionais, individuais e comunitrias, organizadas e espontneas, etc. . (136) A funo litrgicaO ministrio da Palavra compreende tambm uma funo litrgica, uma vez que, quando ele se realiza no mbito de uma ao sacra, parte integrante da mesma. (137) Ele se exprime de maneira eminente atravs da homilia. Outras formas so as intervenes e as exortaes durante as celebraes da palavra. preciso tambm fazer referncia preparao imediata aos diversos sacramentos, s celebraes sacramentais e, sobretudo, participao dos fiis na Eucaristia, como forma fundamental da educao da f. A funo teolgicaEla busca desenvolver a compreenso da f, colocando-se na dinmica da fides quaerens intellectum , ou seja, da f que procura entender. (138) A teologia, para cumprir esta funo, precisa confrontar-se ou dialogar com as formas filosficas do pensamento, com os humanismos que conotam a cultura e com as cincias do homem. Articula-se em formas que promovem a abordagem sistemtica e a pesquisa cientfica das verdades da f . (139)52. So formas importantes do ministrio da Palavra: o primeiro anncio ou pregao missionria, a catequese pr e ps-batismal, a forma litrgica e a forma teolgica. Acontece, com freqncia, que tais formas, por circunstncias pastorais, devam assumir mais de uma funo. A catequese, por exemplo, junto sua funo de iniciao, deve exercitar, freqentemente, tarefas missionrias. A prpria homilia, de acordo com as circunstncias, ser conveniente que assuma as funes de convocao e de iniciao orgnica.A converso e a f53. Ao anunciar ao mundo a Boa Nova da Revelao, a evangelizao convida homens e mulheres converso e f. 140 O chamado de Jesus, arrependei-vos e crede no Evangelho (Mc 1,15), continua a ressoar hoje, mediante a evangelizao da Igreja. A f crist , antes de mais nada, converso a Jesus Cristo, (141) adeso plena e sincera sua pessoa, e deciso de caminhar na sua seqela. (142) A f um encontro pessoal com Jesus Cristo, tornar-se seu discpulo. Isso exige o empenho permanente de pensar como Ele, de julgar como Ele e de viver como Ele viveu. (143) Assim, o crente se une comunidade dos discpulos e assume, como sua, a f da Igreja. (144)54. Este sim a Jesus Cristo, plenitude da Revelao do Pai, encerra em si uma dupla dimenso: o confiante abandono em Deus e a amorosa adeso a tudo aquilo que Ele nos revelou. Isto possvel somente mediante a ao do Esprito Santo: (145) Com a f, o homem livremente se entrega todo a Deus, prestando ao Deus revelador, um obsquio pleno do intelecto e da vontade, e dando voluntrio assentimento revelao feita por Ele . (146) Crer, portanto, tem uma dupla referncia: pessoa e verdade; verdade por confiana na pessoa que a atesta . (147)55. A f comporta uma transformao de vida, uma metania , (148) ou seja, uma profunda transformao da mente e do corao; faz com que o crente viva aquela nova maneira de ser, de viver, de estar junto com os outros que o Evangelho inaugura . (149) Esta transformao de vida manifesta-se em todos os nveis da existncia do cristo: na sua vida interior de adorao e de acolhimento da vontade divina; na sua participao ativa na misso da Igreja; na sua vida matrimonial e familiar; no exerccio da vida profissional; no cumprimento das atividades econmicas e sociais.A f e a converso brotam do corao , isto , do mais profundo da pessoa humana, envolvendo-a inteira. Encontrando Jesus e aderindo a Ele, o ser humano v realizadas as suas mais profundas aspiraes; encontra tudo aquilo que sempre buscou e o encontra abundantemente. (150) A f responde quela nsia , (151) freqentemente inconsciente e sempre limitada, de conhecer a verdade sobre Deus, sobre o prprio homem e sobre o destino que o espera. como uma gua pura (152) que reaviva o caminho do homem, peregrino em busca de seu lar.A f um dom de Deus. Pode nascer do ntimo do corao humano somente como fruto da graa prvia e adjuvante (153) e como resposta, completamente livre, moo do Esprito Santo, que move o corao e o dirige a Deus, dando-lhe suavidade no consentir e crer na verdade . (154)A Virgem Maria viveu, no modo mais perfeito, estas dimenses da f. A Igreja venera n'Ela, a mais pura realizao da f . (155)O processo da converso permanente56. A f um dom destinado a crescer no corao dos crentes. (156) A adeso a Jesus Cristo, de fato, inicia um processo de converso permanente, que dura toda a vida. (157) Quem acede f como uma criana recm-nascida (158) que, pouco a pouco, crescer e se converter num ser adulto que tende ao estado de homem feito , (159) maturidade da plenitude em Cristo.No processo de f e de converso podem-se revelar, do ponto de vista teolgico, diversos momentos importantes:a) O interesse pelo Evangelho. O primeiro momento aquele em que, no corao do no crente, do indiferente ou do praticante de outra religio, nasce, como conseqncia do primeiro anncio, um interesse pelo Evangelho, sem ser ainda uma deciso firme. Aquele primeiro movimento do esprito humano para a f, que j fruto da graa, recebe diversos nomes: propenso f , (160) preparao evanglica , (161) inclinao a crer, procura religiosa . (162) A Igreja denomina simpatizantes (163) aqueles que mostram essa inquietao.b) A converso. Este primeiro interesse pelo Evangelho necessita de um tempo de busca (164) para poder-se transformar em uma opo slida. A deciso para a f deve ser avaliada e amadurecida. Tal busca, movida pelo Esprito Santo e pelo anncio do kerigma, prepara a converso que ser certamente inicial , (165) mas que j traz consigo a adeso a Jesus Cristo e a vontade de caminhar na sua seqela. Esta opo fundamental funda toda a vida crist do discpulo do Senhor. (166)c) A profisso de f. O abandonar-se a Jesus Cristo gera nos crentes o desejo de conhec-Lo mais profundamente e de identificar-se com Ele. A catequese os inicia no conhecimento da f e no aprendizado da vida crist, favorecendo um caminho espiritual que provoca uma progressiva transformao de mentalidade e costumes , (167) feita de renncias e de lutas, mas tambm de alegrias que Deus concede sem medida. O discpulo de Jesus Cristo torna-se, ento, idneo a fazer uma viva, explcita e operante profisso de f. (168)d) O caminho rumo perfeio. Esta maturidade de base, da qual nasce a profisso de f, no o ponto final no processo permanente de converso. A profisso de f batismal coloca-se como fundamento de um edifcio espiritual destinado a crescer. O batizado, impulsionado sempre pelo Esprito Santo, alimentado pelos sacramentos, pela orao e pelo exerccio da caridade, e ajudado pelas mltiplas formas de educao permanente da f, procura tornar seu o desejo de Cristo: Sede perfeitos como o vosso Pai celeste perfeito . (169) o chamado plenitude que se dirige a cada batizado.57. O ministrio da Palavra est a servio deste processo de converso plena. O primeiro anncio tem a caracterstica de chamar f; a catequese, a de dar um fundamento converso e uma estrutura de base vida crist; e a educao permanente f, na qual se distingue a homilia, a de ser o nutrimento constante do qual cada organismo adulto necessita para viver. (170)Diversas situaes scio-religiosas diante da evangelizao58. A evangelizao do mundo tem diante de si um panorama religioso muito diversificado e mutvel, no qual se podem distinguir fundamentalmente trs situaes (171) que requerem respostas adequadas e diferenciadas.a) A situao daqueles povos, grupos humanos, contextos socioculturais onde Cristo e o seu Evangelho no so conhecidos, onde faltam comunidades crists suficientemente amadurecidas para poderem encarnar a f no prprio ambiente e anunci-la a outros grupos . (172) Esta situao postula a misso ad gentes (173) com uma ao evangelizadora centrada, preferivelmente, nos jovens e adultos. A sua peculiaridade consiste no fato de que se dirige aos no cristos, convidando-os converso. A catequese, nesta situao, desenvolve-se ordinariamente no interior do Catecumenato batismal.b) Existem, alm disso, situaes nas quais, num determinado contexto sociocultural, esto presentes, de maneira muito significativa, comunidades crists que possuem slidas e adequadas estruturas eclesiais, so fermento de f e de vida, irradiando o testemunho do Evangelho no seu ambiente, e sentindo o compromisso da misso universal . (174) Estas comunidades necessitam de uma intensa ao pastoral da Igreja , visto que so constitudas por pessoas e famlias com um profundo senso cristo. Em tal contexto, necessrio que a catequese s crianas, adolescentes e jovens desenvolva verdadeiros processos de iniciao crist bem articulados, que lhes permitam aceder idade adulta com uma f madura que, de evangelizados, os transforme em evangelizadores. Mesmo nessas situaes, os adultos so destinatrios de modalidades diversas de formao crist.c) Em muitos pases de tradio crist e, s vezes, tambm nas Igrejas mais jovens, existe uma situao intermdia , (175) onde grupos inteiros de batizados perderam o sentido vivo da f, no se reconhecendo j como membros da Igreja e conduzindo uma vida distante de Cristo e do Seu Evangelho . (176) Esta situao requer uma nova evangelizao . A sua peculiaridade consiste no fato de que a ao missionria se dirige aos batizados de todas as idades, que vivem num contexto religioso de referncias crists, percebidos apenas exteriormente. Nesta situao, o primeiro anncio e uma catequese de base constituem a opo prioritria.Mtua conexo entre as aes evangelizadoras correspondentes a estas situaes59. Estas situaes scio-religiosas so, obviamente, diferentes e no justo equipar-las. Tal diversidade, que sempre existiu na misso da Igreja, adquire hoje, neste mundo em constante transformao, uma novidade. De fato, com freqncia, diversas situaes convivem num mesmo territrio. Em muitas cidades grandes, por exemplo, coexistem simultaneamente a situao que postula uma misso ad gentes e outra que requer uma nova evangelizao . Junto a estas, esto dinamicamente presentes comunidades crists missionrias, alimentadas por uma adequada ao pastoral . Hoje ocorre freqentemente que, no territrio de uma Igreja particular, seja preciso enfrentar o conjunto dessas situaes. Os confins entre o cuidado pastoral dos fiis, a nova evangelizao e a atividade missionria especfica no so facilmente identificveis, e no se deve pensar em criar entre esses mbitos barreiras ou compartimentos estanques . (177) De fato, cada uma influi sobre a outra, estimula e a ajuda . (178)Por isso, em vista do mtuo enriquecimento das aes evangelizadoras que convivem juntas, convm levar em considerao que: A misso ad gentes, qualquer que seja a rea ou mbito em que se realiza, a responsabilidade missionria mais especfica que Jesus confiou Sua Igreja e, portanto, o modelo exemplar do conjunto da ao missionria da Igreja. A nova evangelizao no pode suplantar ou substituir a misso ad gentes , que continua a ser a atividade missionria especfica e a tarefa primria. (179) O modelo de toda catequese o Catecumenato batismal , que formao especfica, mediante a qual o adulto convertido f levado confisso da f batismal, durante a viglia pascal . (180) Esta formao catecumenal deve inspirar as outras formas de catequese, nos seus objetivos e no seu dinamismo. A catequese dos adultos, uma vez que dirigida a pessoas capazes de uma adeso e de um empenho realmente responsveis, deve ser considerada como a principal forma de catequese, para qual todas as demais, no por isso menos necessrias, esto orientadas . (181) Isso implica que a catequese das demais idades deve t-la como ponto de referncia e deve articular-se com ela, num projeto catequtico de pastoral diocesana, que seja coerente.Desse modo, a catequese, situada no mbito da misso evangelizadora da Igreja como momento essencial da mesma, recebe da evangelizao, um dinamismo missionrio que a fecunda interiormente e a configura na sua identidade. O ministrio da catequese mostra-se, assim, como um servio eclesial fundamental na realizao do mandato missionrio de Jesus.II CAPTULOA catequese no processo da evangelizao O que ns ouvimos e conhecemos, o que nos contaram nossos pais, no o esconderemos a seus filhos; ns o contaremos gerao seguinte os louvores de Iahweh e seu poder, e as maravilhas que realizou (Sl 78,34).

Apolo tinha sido instrudo no caminho do Senhor e, no fervor do esprito, falava e ensinava com exatido o que se refere a Jesus (At 18,25).60. Neste captulo, mostra-se a relao da catequese com os demais elementos da evangelizao, da qual ela parte integrante.Neste sentido, descreve-se, em primeiro lugar, a relao da catequese com o primeiro anncio, que se realiza na misso. Mostra-se depois a ntima conexo entre a catequese e os sacramentos da iniciao crist. Explica-se, a seguir, o papel fundamental da catequese na vida ordinria da Igreja no seu papel de educar permanentemente f.Uma considerao especial reservada relao que existe entre a catequese e o ensino escolar da Religio, uma vez que ambas as aes so profundamente interligadas e, juntamente com a educao familiar crist, mostram ser basilares para a formao da infncia e da juventude.Primeiro anncio e catequese61. O primeiro anncio se dirige aos no crentes e queles que, de fato, vivem na indiferena religiosa. Ele tem a funo de anunciar o Evangelho e de chamar converso. A catequese, distinta do primeiro anncio do Evangelho (182) promove e faz amadurecer esta converso inicial, educando f o convertido e incorporando-o na comunidade crist. A relao entre estas duas formas do ministrio da Palavra , portanto, uma relao de distino na complementariedade.O primeiro anncio, que cada cristo chamado a realizar, participa do ide (183) que Jesus props a seus discpulos: implica, portanto, o sair, o apressar-se, o propor. A catequese, ao invs, parte da condio que o prprio Jesus indicou, aquele que crer , (184) aquele que se converter, aquele que se decidir. As duas aes so essenciais e se atraem mutuamente: ir e acolher, anunciar e educar, chamar e incorporar.62. Na prtica pastoral, todavia, as fronteiras entre as duas aes no so facilmente delimitveis. Freqentemente, as pessoas que acedem catequese, necessitam, de fato, de uma verdadeira converso. Por isso, a Igreja deseja que, ordinariamente, uma primeira etapa do processo catequtico seja dedicada a assegurar a converso. (185) Na misso ad gentes , esta tarefa se realiza no pr-catecumenato . (186) Na situao requerida pela nova evangelizao esta tarefa se realiza por meio da catequese kerigmtica , que alguns chamam de pr-catequese , (187) porque, inspirada no pr-catecumenato, uma proposta da Boa Nova em ordem a uma slida opo de f. Somente a partir da converso, isto , apostando na atitude interior daquele que crer , a catequese propriamente dita poder desenvolver a sua tarefa especfica de educao da f. (188)O fato de que a catequese, num primeiro momento, assuma estas tarefas missionrias, no dispensa a Igreja particular de promover uma interveno institucionalizada de primeiro anncio, como atuao mais direta do mandato missionrio de Jesus. A renovao catequtica deve basear-se nesta evangelizao missionria prvia.A Catequese a servio da iniciao cristA catequese, momento essencial do processo de evangelizao63. A Exortao apostlica Catechesi Tradendae, colocando a catequese no mbito da misso da Igreja, recorda que a evangelizao uma realidade rica, complexa e dinmica, que compreende momentos essenciais e diferentes entre si. E acrescenta: A catequese ... um desses momentos e quanto ele h-de ser tido em conta! de todo o processo da evangelizao . (189) Isto significa que h aes que preparam (190) a catequese, e aes que derivam (191) da catequese.O momento da catequese aquele que corresponde ao perodo em que se estrutura a converso a Jesus Cristo, oferecendo as bases para aquela primeira adeso. Os convertidos, mediante um ensinamento e um aprendizado devidamente prolongado no decorrer de toda a vida crist , (192) so iniciados no mistrio da salvao e num estilo de vida evanglico. Trata-se, de fato, de inici-los na plenitude da vida crist . (193)64. Ao realizar, de diferentes formas, esta funo de iniciao do ministrio da Palavra, a catequese lana os fundamentos do edifcio da f. (194) Outras funes deste ministrio construiro depois os diferentes andares desse mesmo edifcio.A catequese de iniciao , assim, o elo necessrio entre a ao missionria, que chama f, e a ao pastoral, que alimenta continuamente a comunidade crist. No , portanto, uma ao facultativa, mas sim uma ao basilar e fundamental para a construo, tanto da personalidade do discpulo, quanto da comunidade. Sem ela, a ao missionria no teria continuidade e seria estril. Sem ela, a ao pastoral no teria razes e seria superficial e confusa: qualquer tempestade faria desmoronar todo o edifcio. (195)Na verdade, o crescimento interior da Igreja, a sua correspondncia aos desgnios de Deus, dependem essencialmente da catequese . (196) Neste sentido, a catequese deve ser considerada como momento prioritrio na evangelizao.A catequese a servio da iniciao crist65. A f, mediante a qual o homem responde ao anncio do Evangelho, exige o Batismo. A ntima relao entre as duas realidades tem sua raiz na vontade do prprio Cristo, que ordenou aos seus apstolos que fizessem discpulos em todas as naes e os batizassem. A misso de batizar, portanto, a misso sacramental, est implcita na misso de evangelizar . (197)Aqueles que se converteram a Jesus Cristo e foram educados f por meio da catequese, ao receberem os sacramentos da iniciao crist, o Batismo, a Confirmao e a Eucaristia, so libertados do poder das trevas; mortos com Cristo, con-sepultados e coressuscitados com Ele, recebem o Esprito da adoo de filhos e com todo o Povo de Deus celebram o memorial da morte e da ressurreio do Senhor . (198)66. A catequese , assim, elemento fundamental da iniciao crist e estreitamente ligada com os sacramentos de iniciao, de modo particular com o Batismo, sacramento da f . (199) O elo que une a catequese com o Batismo a profisso de f que , ao mesmo tempo, o elemento interior a este sacramento e a meta da catequese. A finalidade da ao catequtica consiste precisamente nisso: em favorecer uma viva, explcita e operosa profisso de f. (200) A Igreja, para alcanar esta finalidade, transmite aos catecmenos e aos catequizandos, a viva experincia que ela tem do Evangelho, e a sua f, a fim de que estes a faam prpria, ao profess-la. Por isso, a catequese autntica sempre iniciao ordenada e sistemtica revelao que Deus fez de Si mesmo ao homem, em Jesus Cristo; revelao esta conservada na memriaprofunda da Igreja e nas Sagradas Escrituras, e constantemente comunicada, por uma traditio (tradio) viva e ativa, de uma gerao para a outra . (201)Caractersticas fundamentais da catequese de iniciao67. O fato de ser momento essencial do processo evangelizador, a servio da iniciao crist, confere catequese algumas caractersticas. (202) Ela : uma formao orgnica e sistemtica da f. O Snodo de 1977 sublinhou a necessidade de uma catequese orgnica e bem ordenada , (203) uma vez que o aprofundamento vital e orgnico do mistrio de Cristo aquilo que principalmente distingue a catequese de todas as demais formas de apresentao da Palavra de Deus. Esta formao orgnica mais do que um ensino: um aprendizado de toda a vida crist, uma iniciao crist integral , (204) que favorece uma autntica seqela de Cristo, centrada na Sua Pessoa. Trata-se, de fato, de educar ao conhecimento e vida de f, de tal maneira que o homem no seu todo, nas suas experincias mais profundas, se sinta fecundado pela Palavra de Deus. Ajudar-se-, assim, o discpulo de Cristo, a transformar o homem velho, a assumir os seus compromissos batismais e a professar a f a partir do corao . (205) uma formao de base, essencial, (206) centrada naquilo que constitui o ncleo da experincia crist, nas certezas mais fundamentais da f e nos mais basilares valores evanglicos. A catequese lana os fundamentos do edifcio espiritual do cristo, alimenta as razes da sua vida de f, habilitando-o a receber o sucessivo alimento slido, na vida ordinria da comunidade crist.68. Em sntese: a catequese de iniciao, sendo orgnica e sistemtica, no se reduz ao meramente circunstancial ou ocasional; (207) sendo formao para a vida crist, supera incluindo-o o mero ensino; (208) e sendo essencial, visa quilo que comum para o cristo, sem entrar em questes disputadas, nem transformar-se em pesquisa teolgica. Enfim, sendo iniciao, incorpora na comunidade que vive, celebra e testemunha a f. Realiza, portanto, ao mesmo tempo, tarefas de iniciao, de educao e de instruo. (209) Esta riqueza, inerente ao Catecumenato dos adultos no batizados, deve inspirar as demais formas de catequese.A Catequese a servio da educao permanente da fA educao permanente da f na comunidade crist69. A educao permanente f segue a educao de base e a supe. Ambas atualizam duas funes do ministrio da Palavra, distintas e complementares, a servio do processo permanente de converso.A catequese de iniciao lana as bases da vida crist naqueles que seguem Jesus. O processo permanente de converso vai alm daquilo que fornece a catequese de base. Para favorecer tal processo, necessria uma comunidade crist que acolha os iniciados para sustent-los e form-los na f. A catequese corre o risco de se tornar estril se uma comunidade de f e de vida crist no acolher o catecmeno num certo estgio da sua catequizao . (210) O acompanhamento que a comunidade exercita em favor do iniciado, transforma-se em plena integrao do mesmo na comunidade.70. Na comunidade crist, os discpulos de Jesus Cristo se alimentam em uma dplice mesa: da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo . (211) O Evangelho e a Eucaristia so alimento constante na peregrinao rumo casa do Pai. A ao do Esprito Santo faz com que o dom da comunho e o empenho da misso sejam aprofundados e vividos de maneira sempre mais intensa.A educao permanente da f se dirige no apenas a cada cristo, para acompanh-lo no seu caminho rumo santidade, mas tambm comunidade crist enquanto tal, para que amadurea tanto na sua vida interior de amor a Deus e aos irmos, quanto na sua abertura ao mundo como comunidade missionria. O desejo e a orao de Jesus ao Pai so um incessante apelo: a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, ests em mim e eu em ti, que eles estejam em ns, para que o mundo creia que tu me enviaste . (212) Aproximar-se, pouco a pouco, desse ideal, exige, na comunidade, uma grande fidelidade ao do Esprito Santo, um constante alimentar-se do Corpo e Sangue do Senhor e uma permanente educao na f, na escuta da Palavra.Nesta mesa da Palavra de Deus, a homilia ocupa um lugar privilegiado, uma vez que retoma o itinerrio de f proposto pela catequese e o leva ao seu complemento natural; ao mesmo tempo, ela impulsiona os discpulos do Senhor a retomarem cada dia o seu itinerrio espiritual, na verdade, na adorao e na ao de graas . (213)Mltiplas formas de catequese permanente71. Para a educao permanente f, o ministrio da Palavra conta com muitas formas de catequese. Entre estas, podem ser evidenciadas as seguintes: O estudo e o aprofundamento da Sagrada Escritura, lida no somente na Igreja, mas com a Igreja e a sua f sempre viva. Isto ajuda a descobrir a verdade divina, de modo a suscitar uma resposta de f. A chamada lectio divina forma eminente deste vital estudo das Escrituras. (214) A leitura crist dos eventos, que requerida pela vocao missionria da comunidade crist. A este respeito, o estudo da doutrina social da Igreja indispensvel, visto que sua finalidade principal interpretar estas realidades (as complexas realidades da existncia do homem, na sociedade e no contexto internacional), examinando a sua conformidade ou desconformidade com as linhas do ensinamento do Evangelho . (215) A catequese litrgica, que prepara aos sacramentos e favorece uma compreenso e uma experincia mais profunda da liturgia. Ela explica o contedo das oraes, o sentido dos gestos e dos sinais, educa participao ativa, contemplao e ao silncio. Deve ser considerada como uma eminente forma de catequese . (216) A catequese ocasional, que em determinadas circunstncias da vida pessoal, familiar, social e eclesial, busca ajudar a interpretar e viver tais circunstncias, a partir da perspectiva da f. (217) As iniciativas de formao espiritual, que fortalecem as convices, abrem a novas perspectivas e fazem perseverar na orao e no compromisso da seqela de Cristo.O aprofundamento sistemtico da mensagem crist, por meio de um ensino teolgico que eduque verdadeiramente f, faa crescer na compreenso da mesma e torne o cristo capaz de dar razes da sua esperana, no mundo atual. (218) Num certo sentido, apropriado denominar tal ensino como catequese de aperfeioamento .72. de fundamental importncia que a catequese de iniciao para adultos, batizados ou no, a catequese de iniciao para crianas e jovens e a catequese permanente sejam bem conexas no projeto catequtico da comunidade crist, a fim de que a Igreja particular cresa harmoniosamente e a sua atividade evangelizadora nasa de fontes autnticas. importante tambm que a catequese das crianas e dos jovens, a catequese permanente e a catequese dos adultos no sejam domnios estanques e sem comunicao... necessrio favorecer a sua perfeita complementaridade . (219)Catequese e ensino escolar da ReligioO carter prprio do ensino escolar da Religio73. Uma considerao especial merece no mbito do ministrio da Palavra o carter prprio do ensino religioso na escola e a sua relao com a catequese das crianas e dos jovens.A relao entre o ensino religioso na escola e a catequese uma relao de distino e de complementaridade: H um nexo indivisvel e, ao mesmo tempo, uma clara distino entre o ensino da religio e a catequese . (220)O que confere ao ensino religioso escolar a sua peculiar caracterstica, o fato de ser chamado a penetrar no mbito da cultura e de relacionar-se com outras formas do saber. Como forma original do ministrio da Palavra, de fato, o ensino religioso escolar torna presente o Evangelho no processo pessoal de assimilao, sistemtica e crtica, da cultura. (221)No universo cultural, que interiorizado pelos alunos e que definido pelas formas de saber e pelos valores oferecidos pelas demais disciplinas escolares, o ensino religioso escolar deposita o fermento dinmico do Evangelho e busca abranger realmente os outros elementos do saber e da educao, para que o Evangelho impregne a mentalidade dos alunos no ambiente da sua formao e para que a harmonizao da sua cultura se faa luz da f . (222) necessrio, portanto, que o ensino religioso escolar se mostre como uma disciplina escolar, com a mesma exigncia de sistema e rigor que requerem as demais disciplinas. Deve apresentar a mensagem e o evento cristo com a mesma seriedade e profundidade com a qual as demais disciplinas apresentam seus ensinamentos. Junto a estas, todavia, o ensino religioso escolar no se situa como algo acessrio, mas sim no mbito de um necessrio dilogo interdisciplinar. Este dilogo deve ser institudo, antes de mais nada, naquele nvel no qual cada disciplina plasma a personalidade do aluno. Assim, a apresentao da mensagem crist incidir na maneira com que se concebe a origem do mundo e o sentido da histria, o fundamento dos valores ticos, a funo da religio na cultura, o destino do homem, a relao com a natureza. O ensino religioso escolar, mediante este dilogo interdisciplinar, funda, potencia, desenvolve e completa a ao educadora da escola. (223)O contexto escolar e os destinatrios do ensino escolar da Religio74. O ensino escolar da Religio desenvolve-se em contextos escolares diversos, o que faz com que este, embora mantendo o seu carter prprio, adquira acentuaes diversas. Estas dependem das condies legais e de organizao, da concepo didtica, dos pressupostos pessoais dos professores e dos alunos e da relao do ensino religioso escolar com a catequese familiar e paroquial.No possvel reduzir uma nica forma todos os modelos de ensinamento religioso escolar, desenvolvidas historicamente em seguida a Acordos com os Estados e s deliberaes de cada Conferncia dos Bispos. Todavia, necessrio esforar-se para que, segundo os relativos pressupostos, o ensino religioso escolar responda s suas finalidades e caractersticas peculiares. (224)Os alunos tm o direito de aprender, de modo verdadeiro e com certeza, a religio qual pertencem. No pode ser desatendido este seu direito a conhecer mais profundamente a pessoa de Cristo e a totalidade do anncio salvfico que Ele trouxe. O carter confessional do ensino religioso escolar, realizado pela Igreja segundo modos e formas estabelecidas em cada Pas, , portanto, uma garantia indispensvel, oferecida s famlias e aos alunos que escolhem tal ensino . (225)Para a escola catlica, o ensino religioso escolar, assim qualificado e completado com outras formas do ministrio da Palavra (catequese, celebraes litrgicas, etc.), parte indispensvel da sua tarefa pedaggica e fundamento da sua existncia. (226)O ensino religioso escolar, no contexto da escola pblica e no da no confessional, l onde as autoridades civis ou outras circunstncias impem um ensino religioso comum aos catlicos e nocatlicos, (227) ter uma caracterstica mais ecumnica e de conhecimento inter-religioso comum.Em outras ocasies, o ensinamento religioso escolar poder ter um carter mais cultural, orientado para o conhecimento das religies, apresentando, com o necessrio realce, a religio catlica. (228) Tambm neste caso, sobretudo se administrado por um professor sinceramente respeitoso, o ensino religioso escolar mantm uma dimenso de verdadeira preparao evanglica .75. A situao de vida e de f dos alunos que freqentam o ensino religioso escolar caracterizada por uma constante e notvel transformao. O ensino religioso escolar deve levar em conta este dado, para poder atingir as prprias finalidades.O ensino religioso escolar ajuda os alunos que tm f a compreender melhor a mensagem crist, em relao com os grandes problemas existenciais comuns s religies e caractersticos de todo ser humano, com as vises da vida mais presentes na cultura, e com os principais problemas morais nos quais, hoje, a humanidade se encontra envolvida.Os alunos, ao invs, que se encontram em uma situao de busca ou diante de dvidas religiosas, podero descobrir no ensino religioso escolar o que , exatamente, a f em Jesus Cristo, quais so as respostas que a Igreja oferece aos seus interrogativos, dando-lhes a oportunidade de perscrutar melhor a prpria deciso.Finalmente, quando os alunos no tm f, o ensino religioso escolar assume as caractersticas de um anncio missionrio do Evangelho, em vista de uma deciso de f, que a catequese, por sua parte, em um contexto comunitrio, poder em seguida fazer crescer e amadurecer.A educao crist familiar: catequese e ensino religioso escolar a servio da educao na f76. A educao crist na famlia, a catequese e o ensino da religio na escola, cada qual segundo as prprias caractersticas peculiares, so intimamente correlacionados com o servio da educao crist das crianas, adolescentes e jovens. Na prtica, porm, preciso levar em considerao diferentes variveis que geralmente se apresentam, com o intuito de agir com realismo e prudncia pastoral, na aplicao das orientaes gerais.Portanto, cabe a cada diocese ou regio pastoral distinguir as diversas circunstncias que intervm, tanto no que concerne existncia ou no da iniciao crist no mbito das famlias, para os prprios filhos, quanto no que diz respeito s incumbncias formativas que, na tradio ou situao locais, exercitam as parquias, as escolas, etc...E, conseqentemente, a Igreja particular e a Conferncia dos Bispos estabelecero as orientaes prprias para os diversos mbitos, estimulando atividades que so distintas e complementares.III CAPTULONatureza, finalidade e tarefas da catequese Para a glria de Deus, o Pai, toda lngua confesse: Jesus Cristo o Senhor (Fl 2,11).77. Depois de ter delineado o lugar da catequese no mbito da misso evangelizadora da Igreja, as suas relaes com os vrios elementos da evangelizao e com as outras formas do ministrio da Palavra, neste captulo se pretende refletir de modo especfico sobre: a natureza eclesial da catequese, ou seja, o sujeito agente da catequese, a Igreja animada pelo Esprito; a finalidade que ela busca fundamentalmente, ao catequizar; as tarefas com as quais realiza esta finalidade, e que constituem os seus objetivos mais imediatos; as fases internas do processo catequtico e a inspirao catecumenal que o anima.Alm disso, neste captulo, aprofundar-se- mais o carter prprio da catequese, j descrito no captulo precedente, onde foram especificadas as relaes que ela estabelece com as demais aes eclesiais.A catequese: ao de natureza eclesial78. A catequese um ato essencialmente eclesial. (229) O verdadeiro sujeito da catequese a Igreja que, continuadora da misso de Jesus Mestre, e animada pelo Esprito, foi enviada para ser mestra da f. Portanto, a Igreja, imitando a Me do Senhor, conserva fielmente o Evangelho no seu corao, (230) anuncia-o, celebra-o, vive-o e o transmite na catequese, a todos aqueles que decidiram seguir Jesus Cristo.Esta transmisso do Evangelho um ato vivo de tradio eclesial: (231) A Igreja, de fato, transmite a f que ela mesma vive: a sua compreenso do mistrio de Deus e do seu desgnio salvfico; a sua viso da altssima vocao do homem; o estilo de vida evanglico que comunica a alegria do Reino; a esperana que a invade; o amor que sente pelos homens. A Igreja transmite a f de modo ativo, semeia-a nos coraes dos catecmenos e catequizandos, para fecundar as suas experincias mais profundas. (232) A profisso de f recebida da Igreja (traditio), germinando e crescendo durante o processo catequtico, restituda (redditio), enriquecida com os valores das diferentes culturas. (233) O catecumenato se transforma, assim, num centro fundamental de incremento da catolicidade, e fermento de renovao eclesial.79. A Igreja, ao transmitir a f e a vida nova atravs da iniciao crist age como me dos homens, que gera filhos concebidos por obra do Esprito Santo e nascidos de Deus. (234) Precisamente, por ser nossa me, a Igreja tambm a educadora da nossa f ; (235) me e mestra ao mesmo tempo. Atravs da catequese, alimenta os seus filhos com a sua prpria f e os incorpora, como membros, na famlia eclesial. Como boa me, oferece-lhes o Evangelho em toda a sua autenticidade e pureza, o qual, ao mesmo tempo, lhes dado como alimento adaptado, culturalmente en