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Páginas 11 e 12 Crónicas da Nação, lançamento e apresentação em Coruche. Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores. Director: Abel Matos Santos Ano 2 Número 17 1 de Setembro de 2007 – Mensal – Tiragem: 5 000 exemplares – Preço: 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222 Destaques Portas do Cerco, conheça o herois- mo dos grandes portugueses do Oriente. SUPLEMENTO NAS CENTRAIS Páginas 31 e 33 Obras no Castelo, veja a recu- peração de um ex-libris valioso Página 3 Emoções, triunfos, homenagens e desilusões Sorraia sem pontes durante 2 meses Especial fotos das Festas 2007 Ana Moura e The Gift Entrevistas exclusivas páginas 5, 8 e 29

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Páginas 11 e 12

Crónicas da Nação, lançamento eapresentação em Coruche.

Os artigos assinados são da inteiraresponsabilidade dos seus autores.

Director: Abel Matos Santos – Ano 2 • Número 17 • 1 de Setembro de 2007 – Mensal – Tiragem: 5 000 exemplares – Preço: € 1 – Registo ERC 124937 – ISSN 1646-4222

Destaques

Portas do Cerco, conheça o herois-mo dos grandes portugueses doOriente.

SUPLEMENTO NAS CENTRAIS

Páginas 31 e 33

Obras no Castelo, veja a recu-peração de um ex-libris valioso

Página 3

Emoções, triunfos,homenagens e desilusões

Sorraia sem pontes durante 2 meses

Especial fotos das Festas 2007

Ana Mourae The Gift

Entrevistas exclusivas

páginas 5, 8 e 29

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Écom alegria e orgulho deser coruchense, que es-crevo este editorial, fa-

zendo referência ao excelentetrabalho das entidades que orga-nizaram e promoveram as cen-tenárias Festas em Honra deNossa Senhora do Castelo deCoruche, e que resultaram numenorme sucesso! Talvez as me-lhores Festas do pós 25 de Abril.

Foi bonito ver a trabalhar emconjunto, Irmandade e Comis-são de Festas, com o apoio im-prescindível da autarquia Sor-raiana. Foi bonito ver tantagente diferente a trabalhar emprol de um objectivo comum, afazer o bem pela nossa terra,provando que temos gente commuita capacidade e competênciaentre nós e que a sociedade civilfunciona, desde que devida-mente apoiada e despolitizada,fomentando os valores pelo

amor ao que é nosso e ao res-peito pelo próximo.

Nota positiva para DionísioMendes, presidente da Câmara.Esteve bem, em particular quan-do no seu discurso de aberturadas Festas, disse ser importanteo trabalho conjunto de todos eque a união entre a Irmandade ea Comissão de Festas faz todo osentido para acabar as separa-ções que há cerca de 30 anosforam impostas.

Também Diamantino Diogo,se revelou um extraordinárioJuiz da Irmandade, quer pelasobras fundamentais que execu-tou no Castelo, quer pela dinâ-mica que imprimiu às Festas eao Fogo de Artificio, tendo sidocapaz, em conjunto com FilipeJustino, o presidente da Comis-são de Festas, de combinar afeitura conjunta das próximasFestas e fogo de artificio. Osdois Senhores e as suas equipasmerecem de facto o respeito e oelogio de todos os Coruchenses,em especial até porque pareceque o saldo financeiro destasFestas vai ser positivo, facto

inédito e que se deve em muitoao tesoureiro António Dias e àsua competência.

Também Paulo Tomás e asua equipa, com a reposição dostoiros na rua e a justa home-nagem aos Campinos do Riba-tejo, sessenta anos depois daprimeira festa do Campino doRibatejo em Coruche, estão deparabéns.

A lamentar um incidente iso-lado que envolveu armas defogo e que exige pensar seria-mente a segurança no Concelhode Coruche, com uma eficazautoridade e intervenção dasforças de segurança. Certamenteque isso terá de ser feito e atépensar num corpo de PoliciaMunicipal.

Agora, que as Festas pas-saram e as férias vão acabando,com a resolução da conturbadaquestão das “Águas do Riba-tejo” e a divisão interna da CDUna votação à decisão do executi-vo de aderir e viabilizar o con-sórcio municipal, vai também oexecutivo municipal e o seu pre-sidente, decidir sobre a repo-

sição do busto do Major LuízAlberto de Oliveira.

Penso que todos estão eluci-dados, e só alguém por teimosiaou casmurrice, para não chamaroutra coisa, poderá não concor-dar que o nosso Major foi umaforça de desenvolvimento semigual para o nosso concelho e asnossas gentes.

Certamente que DionísioMendes e o seu executivo nãodeixarão de votar a favor da re-posição do busto, especialmentedepois que a presidente da As-sembleia Municipal decidiu quenão havia que discutir este as-sunto em Assembleia, bastandoo executivo camarário decidir,que tem toda a legitimidade.

Sendo assim, quem não dis-cute ideias, não pode nem devecriticar decisões e como tal aCâmara deverá fazer jus à von-tade maioritária do povo de Co-ruche, que até entregou uma pe-tição com mais de 1300 assinat-uras, pois é disso que se trata emdemocracia!

Não será mais do que umacto de elementar justiça!

Votos de boa leitura do vossoamigo

Abel Matos Santos

O Jornal de Coruche gostoubastante de ser parceiro e jornaloficial das Festas, esperando tercontribuído para o brilhantismodas mesmas, agradecendo a to-das as entidades e personalida-des com quem trabalhou, emespecial à Comissão de Festasde Coruche 2007, à Irmandadede Nossa Senhora do Castelo e àCâmara Municipal de Coruche,bem como a todos os que colabo-raram na elaboração do númeroespecial e no livro das festas.

O Jornal de Coruche salientao apoio das entidades TEGAEL,Crédito Agrícola de Coruche,Câmara Municipal de Coruche,SITACO e DAI, no apoio à pro-dução do livro “Crónicas daNação”, repositório dos melho-res textos de um ano de existên-cia do nosso jornal, que foilançado no dia de abertura dasFestas e que se encontra nasprincipais livrarias de todo opaís.

2 O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007

Fundador, Proprietário e Director: Abel Matos Santos • CP: TE 463 ([email protected])

Redacção: Av. 5 de Outubro, 357-3.º B. 1600-036 Lisboa • Rua de Salvaterra de Magos, 95. 2100-198 Coruche

Fax: 243 675 693 • Tlm: 91 300 86 58 Editor: ProCoruche – NIPC: 507700376 Registo na ERC n.º 124937

Depósito Legal: 242379/06 ISSN: 1646-4222 Tiragem: 5000 exemplares Periodicidade: Mensal

Paginação e Grafismo: Manuel Gomes Pinto Agenda e Notícias: [email protected]

Redactor Principal: João Carlos Louro (CP 7599), Mafalda Fonseca e Edite Costa. Revisão: Carlota Alarcão (CP 6731)

Assinaturas e Publicidade: Isabel Pinto, Conceição Louro e Carlos Tadeia • ([email protected])

Tlm: 91 300 86 58 • Contabilidade: Manuel Alves dos Santos

Impressão: Empresa do Diário do Minho, Lda, Braga. Distribuição e cobranças: Carlos Tadeia

Colaboraram neste número: Abel Matos Santos, Diamantino Diogo, Domingos Xavier, Euclídes Cavaco, Luís Martins,

João Costa Pereira, João Louro, João Barros, José Manuel Lourenço, José Oliveira, Joaquim Mesquita, José Caeiro,

Mafalda Fonseca, Mariazinha Alarcão Macedo, Matilde Teixeira de Queiroz, Miguel Mattos Chaves, Osvaldo Ferreira,

Paulo Pereira, Rodolfo Begonha, Rui Corrêa de Oliveira, Telma Caixeirinho, Vitório Rosário Cardoso, Cáritas, GI-CMC,

GI-GCS, NERSANT, Paróquia CCH, Rádio ONU, RVS.

Fotografias: AMS, Carlota Alarcão, Hélder Roque, Inácio Ramos Jr., João Costa Pereira, João Louro, Joaquim Mesquita,

Manuel Pinto, Rafael Palma, Telmo-CMC, Vitório Rosário Cardoso, GI-CMC, GI-GCS, Nersant, SRUCP.

Cartoon: Pedro Nascimento Web: Henrique Lima

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O Jornal de Coruche firmou no passado dia 22 de Agosto,uma parceria com a rádio da Organização das Nações Unidas(ONU) em Nova Iorque, assinado por Caroline Petit, Directorado Departamento de Informação Pública da ONU e Abel MatosSantos, Director do Jornal de Coruche. A parceria vai permitir atroca de informação e divulgação de notícias e agenda nos doisórgãos de informação.

Para o Director do Jornal de Coruche “é uma forma de colo-car Coruche no Mundo, pensando global e agindo localmente”.

Já para a Rádio ONU “foi uma honra estabelecer a parceriacom o Jornal de Coruche”, referiu Mónica Grayley, Directorada Rádio ONU em Português.

A rádio ONU pode ser consultada em http://radio.un.org/por

O Jornal de Coruche é o primeiro órgão de imprensa dePortugal a tornar-se parceiro da R ONU e o segundo a nívelnacional de todos os órgãos de comunicação social, depois daRDP – Radiodifusão Portuguesa.

Pensar globale agir localmenteJornal de Coruche estabelece parceriacom Rádio ONU

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 3

O espaço do Castelo de Coruche onde se encontra a ermida de Nossa Senhora do Castelo,foi totalmente recuperado, numa intervenção que durou cerca de 4 meses.

O Juiz da Irmandade, Diamantino Diogo, referiu a importância destas obras para a “preservaçãodo património edificado e manutenção do culto à padroeira de Coruche”.

Além da pintura de todo o património construído, foi ainda recuperada e aberta uma das janelasdo coro e refeita toda a instalação eléctrica, e iluminação do espaço exterior e interior da ermida.

Reorganizou-se o estacionamento e fez-se um passeio em pedra rolada, típica de Coruche, comiluminação nas traseiras da ermida, tendo a zona envolvente dado um passo importante na suarequalificação.

Ex-libris de Coruche preservado

Irmandade rrecupera ee cconserva oo CCastelo

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 20074

Cartas ao Director

“Por Mares Nunca Dantes Navega-dos”, são estas as inscrições dos fonta-nários e outros antigos monumentos emCoruche, o que significa a memória doesforço dos portugueses ao dar “NovosMundos ao Mundo”.

Esta estreita ligação de Coruche nãose esgota pelas pedras, ao conhecer oArq. Brito e Abreu, descendente de umadas mais antigas famílias de Coruche,qual revelação que um dos seus antepas-sados foi Bispo em Goa e em Macau.

O Bispo Estrócio foi quem lançou aprimeira pedra do Convento de SantaClara em Macau, que viria a tornar-setambém no Colégio de Santa Rosa deLima, onde eu viria a concluir os estudosprimários.

Hoje, Coruche emerge com grandeesforço do seu povo, um renascido cen-tro cultural da região, desde a construçãodo melhor Museu nacional, às múltiplasiniciativas culturais que se têm vindo adesenvolver, das publicações, às confer-ências, das exposições ao folclore, à reabilitação da memória das personalidadeshistóricas e homens bons da região, tão maltratadas por desvarios revolucionários.

É hora de começar a pensar global e actuar localmente, é hora de afirmarCoruche em Portugal e como Portugal, é hora de lançar Coruche no abraço armilaronde o “Mundo todo abarca e nada aperta”.

Ao amigo Abel Matos Santos, uma palavra de agradecimento por me ter dado aconhecer a sua terra tão rica e encantadora, a terra de Coruche e parabéns pelas ini-ciativas culturais.

____Vitorio Rosário Cardoso

As obras de ampliação e requalifi-cação do Lar do Monte da Barca emCoruche, propriedade da Santa Casade Misericórdia de Coruche, estãoquase concluídas, tendo sido já coloca-da em funcionamento a nova ala, querespeita todas as normas europeias desegurança e acessibilidades para osutentes do lar.

José Maria Bento, vice-provedorda Santa Casa referiu que “está agoraem fase de renovação a parte maisantiga do lar, a qual está a sofrer umaintervenção de fundo não prevista ini-cialmente, que ficará concluída emfinal de Setembro”.

Venho por este meio comunicar-lhe, que é com muita honra e um enorme pra-zer que me vou tornar assinante de “O Jornal de Coruche”, tal como fui durantemuitos e muitos anos, do Jornal “O Sorraia”.

Vivi em Coruche até aos 18 anos, hoje tenho 45, mas nunca perdi a ligação coma terra que me viu nascer e crescer, terra onde estudei, representei o GrupoDesportivo “O Coruchense” na modalidade de Futebol nos escalões de Juvenis eJuniores.

Estive mais uma vez presente nas Festas Populares que achei muito boas esteano, não desprezando logicamente os anteriores, pois o empenho e dedicação detodos é de realçar sempre.

Expresso desde já as minhas felicitações e desejos que consiga conduzir a bomporto o “O Jornal de Coruche” que tão bem elaborado está.

Respeitosos cumprimentosJosé Oliveira

Caro amigo e ilustre Director

Ex.mo Senhor Director de “O Jornal de Coruche”

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 5

As Pontes de Coruche vãoser reparadas no início deOutubro em intervenção dasEstradas de Portugal (EP). De-vido a estas obras em seis pon-tes, a operação traz consequên-cias para os automobilistas esector empresarial que têm deprocurar alternativas ao trajectode 4 kms entre Coruche e o Mon-te da Barca.

Durante a visita às pontesque o Governador Civil do Dis-trito de Santarém, Paulo Fon-seca, fez no passado dia 27 deAgosto, o presidente da Câmarade Coruche, Dionísio Mendes,referiu; “nós estamos preocupa-dos com esta situação há muitosanos, felizmente chegámos a ummomento em que está decididaa intervenção nas seis pontes,que ainda não sofreram obrasde fundo. É uma necessidade,mas ao mesmo tempo uma preo-cupação porque a reparaçãovai exigir sacrifícios e incómo-dos. Temos de minimizar essesincómodos e impactos na vidadas pessoas e na economialocal. Desejo que a intervençãonas pontes seja o mais rápidapossível, sabendo que vamosficar sem circulação rodoviárianeste percurso, entre a Ponte daCoroa e Coruche, pelo menosdurante dois meses.

Ainda com a agravante, dena mesma altura a Ponte daRaposa estar a ser intervencio-nada e tudo isto vai mexer coma movimentação rodoviária no

concelho de Coruche. Vamos tera “invasão” das estradas muni-cipais por trânsito nacional euma acelerada degradação dospisos e um prejuízo para oscofres do município. O concelhoestá dividido a meio pelo rioSorraia, temos parte dos servi-ços essenciais na margem direi-ta e outros serviços na margemesquerda.

Isto vai obrigar a uma logís-tica complicada. Para isso, éfundamental a colaboração detodas as entidades sediadas noconcelho de Coruche. Temos deencontrar alternativas que sir-vam a população do concelho eaqueles que passam por Coru-che. Nas estradas nacionais, a

hipótese é sempre a Ponte deBenavente, mas estamos a falarde um aumento de percurso de60 Kms, as estradas municipaisnão permitem trânsito pesado emuito menos as pontes queatravessam o rio Sorraia (Escu-sa e Amieira) porque não supor-tam tonelagens muito elevadas

Há que encontrar alternati-vas e vamos continuar a traba-lhar no sentido de elaborar-mosum plano de emergência. Asobras têm de ser feitas, mas vãoter consequências e temos deprevenir alguns prejuízos que aívêm”, salientou o autarca quecontinua a defender uma novatravessia no Vale do Sorraia e IC10 e IC 13.

Alcindo Cordeiro, Directorde Estradas de Santarém, referiu“estamos a trabalhar no sentidode minimizar os incómodos aosutentes deste percurso, de qual-quer forma, esses impactos irãoexistir sempre. Apelamos à boacompreensão das pessoas paraque durante algum período detempo, façam um sacrifício paraque a segurança seja impostanas pontes”. Adiantou aindaque “ em relação à limpeza nasbermas da estrada, existe umcontrato corrente que está emcurso, e a manutenção das ber-mas vai avançar depois de con-cluídos os trabalhos na EN 118.A EN 251 (Quinta Grande –Canha) irá entrar dentro em

breve na fase de concurso, pararealizarmos uma intervenção demelhoramento de circulação. Oconcurso será lançado até aofinal do ano e análise de pro-postas até ao final do ano”,referiu.

O Governador Civil do Dis-trito de Santarém, Paulo Fonse-ca, salientou que, “no concelhode Coruche existem estas pontese travessia que reclamavamobras há muito tempo, peseembora o facto, desta interven-ção trazer consequências paraos utentes. As obras estão pre-vistas para o início de Outubro,começando pelas três pontesmais próximas da Vila de Coru-che e depois as restantes. Esta-mos a estudar as alternativas edepois há um período mínimopara que as obras se possamorganizar. Sei que vai haver,quem diga, escolheram a alturamenos indicada porque é noInverno e outros dirão, se fosseno Verão.

Há uma época, em que otráfego agrícola é mais profun-do, sendo impossível fazer aobra tipo dois dias por semana,temos de a fazer toda de segui-da. É este apelo, que gostaria dedeixar de uma forma muitoclara, que as pessoas sejam tol-erantes e percebam este investi-mento que afinal de contas épara o bem-estar de todos”,concluiu.

____João Louro

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Pontes de Coruchevão ser reparadas em Outubro“É uma necessidade, mas ao mesmo tempo uma preocupação porque a reparação vai exigir sacrifícios e incómodos.

Temos de minimizar esses incómodos e impactos na vida das pessoas e na economia local.” – diz Dionísio Mendes Presidente da CMC

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 20076

A Tegael, através da sua par-ticipada Gaeltec Utilities víuser-lhe atribuído um novo con-trato na Irlanda com o Distribui-dor de Energia local “ESB Net-works”. Este contrato vem darseguimento ao trabalho realiza-do nos últimos anos, que se temrevelado uma história de suces-so além fronteiras.

Com a atribuição deste con-trato, a Tegael vê-se assim, inte-grada num programa de cons-trução e renovação de infraes-truturas, de Baixa e Média Ten-são, que vai decorrer até final de2010, vendo alargada a sua zonade acção a todo o Sudeste daIrlanda. É uma época de desa-fios para a equipa da Gaeltec, a

qual já está a reforçar a suaestrutura para fazer face aoscerca de 4 mil novos Serviçosde Média e Baixa Tensão, bemcomo à renovação da BaixaTensão associada a cerca de12.000 transformadores aéreos,que incluem este novo progra-ma.

____

Tegael com novo desafio– novo contrato na Irlanda

A Câmara Municipal de Co-ruche, levou a efeito entre osdias 20 e 22 de Agosto, umacampanha de desratização se-guindo a metodologia aconse-lhada pela Organização Mun-dial de Saúde e com produtosaprovados pela Direcção Geralde Saúde.

De acordo com FranciscoOliveira, responsável pelo pe-louro, a acção justifica-se “da-das as inúmeras doenças que os

ratos transmitem aos humanos ea gravidade que apresentam”.

A campanha de desinfes-tação utilizou iscos anti-coagu-lantes que, nas doses utilizadas,não são tóxicos para as crianças,sendo no entanto desaconse-lhável mexer nas caixas rateiras,devendo procurar um médicoem caso de ingestão acidentaldo isco.

Os locais intervencionadosimplicaram as redes de drena-

gem da Azervadinha, Biscai-nho, Couço, Courelas da Amo-reirinha, Erra, Fajarda, Lagoi-ços, Lamarosa, Malhada Ala,Montinhos dos Pegos, SantaJusta, Coruche e Volta do Vale;as valas de Baleias, Paul e ValeMansos, e os edifícios munici-pais do Complexo de Piscinas,Mercado e Museu, além doAterro (EN114).

Campanha de Desratização– em todo o Concelho de Coruche

A CULT – Comunidade Ur-bana da Lezíria do Tejo anulouo concurso público internacio-nal para a empresa intermunici-pal Águas do Ribatejo, no pas-sado dia 25 de Julho, devido àsaída das autarquias de San-tarém e do Cartaxo, tendo sidonotificado o vencedor do concur-so, o Grupo Lena. Não se sabeainda que posição vai este grupo

empresarial tomar, já que se-gundo fontes do Jornal de Coru-che, a empresa gastou mais decem mil euros em estudos eco-nómicos, podendo até avançarpara um processo de indemniza-ção.

No entanto, a CULT decidiuconstituir uma empresa de capi-tais inteiramente municipais,onde estão sete autarquias, Al-

meirim, Alpiarça, Benavente,Chamusca, Coruche, Golegã eSalvaterra de Magos.

O capital social desta empre-sa intermunicipal é de cerca de5,5 milhões de euros e pretendefazer a gestão das redes deabastecimento de água e sanea-mento dos sete concelhos, parauma população de 114 milhabitantes.

Águas do Ribatejo– Grupo Lena contesta

Decorreu nas instalações daTegael, em Coruche, no dia 22de Junho de 2007, a segundareunião da ANETTA – Associa-ção Nacional das Empresas eTécnicos de Trabalho em Altura.

A Associação tem comoobjectivo a defesa e promoçãodos interesses colectivos dosseus associados na área de exe-cução de trabalhos em altura,zelando pelo respeito de princí-pios de ética e deontologia pro-fissionais neste sector.

Nesta reunião foi apresenta-da, para discussão, uma propos-ta para os Estatutos da Associa-ção. No decurso dos trabalhosdos trabalhos acordou-se na ne-

cessidade de reforçar a divul-gação da criação da ANETTA,para promover o envolvimentode outras partes interessadas.

Além da TEGAEL, estive-ram representadas na reuniãoentidades formadoras, no âmbi-to do trabalho em altura, forne-cedores de equipamento, em-presas afectas à coordenação desegurança e representantes dosoperadores de redes eléctricas.

A Comissão Instaladora agra-deceu a presença dos participan-tes, nomeadamente dos partici-pantes do ISQ – Instituto de Sol-dadura e Qualidade e da REN –Redes Energéticas Nacionais.

2.ª reuniãoda ANETTA

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A SIC – Sociedade de Instrução Coruchense quer repensar alocalização e o projecto da sua nova sede social, tendo para isso queconciliar posições com a autarquia coruchense.

Sociedade de Instrução Coruchense (SIC)

Banda de Corucherepensa sede

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 7

Ser ou não ser de folclore,eis a questão, e tudo seria maisfácil se houvesse a tal Educaçãopara a Cultura da Tradição. Por-que o público também gosta doque está adulterado, que porvezes até é bonito, e não é issoque está em causa, e até porvezes e face a dois grupos (umrepresentativo e outro não) háquem diga quanto ao primeiro,que “ele há aqui qualquer difer-ença, que eu não sei explicar,mas sinto”.

Há, pois, um enorme traba-lho de pedagogia a realizar, doqual não se podem alhear os Mi-nistérios da Cultura e da Edu-cação, assim como a comunica-ção social com enorme relevân-cia para as Televisões.

Não tenho números concre-tos, mas a maioria de grupos

que de folclore se intitulam, defacto não o são. E alguns sinaisnegativos dado serem de expres-são nacional, notam-se como secostuma dizer, à vista desarma-da. Havendo depois os específi-cos de cada região, que marcamas diferenças que caracterizamcada uma das mesmas, por ve-zes até de localidade para lo-calidade.

Entretanto… Situemos umgrupo no início do século XX,mesmo até uns anos depois domesmo. E se esse grupo deveser o “retrato” possível das gen-tes de antanho, está errado queusem saias pelo joelho, queusem relógios de pulso, queusem pinturas e cabelo à moder-na, que vistam de igual pois opovo não se fardava, que andemcom medalhas penduradas no

fato, que usem óculos de sol, ealgo mais haverá que agora nãome recorda.

Mas depois existe todo umtrabalho de pormenor que tem aver com os usos e costumes,com as tradições específicas daterra ou região em causa, desdeos bailes às fainas, dos ritos àgastronomia, das festas aosjogos tradicionais, de toda avivência de um povo onde oprogresso ainda não tinhachegado, onde as transfor-mações aconteciam “sem assi-natura”.

E se digo que um grupo deveser o “retrato possível” é porqueestou entre os que consideramque o puro e o genuíno não sãopossíveis.

____

* Agente Cultural

Lino Mendes *

ETNOGRAFIA

Ser oou nnão sser dde ffolclore!

Conversas para uma Cultura da Tradição

A Câmara de Coruche adju-dicou à empresa “Nova Servi-ços” os serviços de higiene elimpeza do complexo de pisci-nas e do estádio municipal de

Coruche até ao final de 2007,num concurso público a queconcorreram 16 empresas, pelovalor de 64.488 euros.

Piscinas comserviço de limpeza

A Zona Agrária de Coruchevoltou a prestar atendimento aopúblico, todas as quintas-feiras,entre as 09h00 e as 17h30.

O atendimento acontece des-

de o mês de Agosto e é feito porum técnico especializado que vemde Santarém a Coruche para essefim.

Zona Agrária deCoruche volta a teratendimento

Ao abrigo do programa “Me-dida 4 – Mais Instalações Me-lhor Desporto” apresentado à Se-cretaria de Estado da Juventudee do Desporto e Federação Por-tuguesa de Futebol, a Fajarda

vai ter um mini-campo de jogos.É um recinto dotado de relvadosintético que vai permitir a prá-tica de desportos como o fute-bol, andebol, basquetebol e vo-leibol.

Fajarda commini campo de jogos

A Câmara de Coruche apro-vou no passado mês de Agosto acandidatura ao Programa de In-tervenção para a Qualificaçãodo Turismo (PIQTUR), desen-volvido no âmbito da Comuni-dade Urbana da Lezíria do Tejo(CULT) para dez Concelhos,

com o intuito de dotar os mu-nicípios de mais e melhor sinali-zação informativa e turística,com verbas que podem ir aos85% a fundo perdido.

Nova sinalizaçãoturística

A autarquia coruchense de-cidiu atribuir mil euros ao Cen-tro Social Recreativo e Culturalde Carapuções e Brejoeira, pelaparticipação no campeonato Dis-trital do Inatel na época 2006-2007.

Nelson Galvão, vereador doDesporto, referiu que “o subsí-dio é atribuído neste momentoporque o clube só agora entregou

todos os documentos que per-mitem a atribuição da verba”.

A bancada da CDU absteve--se na votação, referindo que osesclarecimentos do pelouro doDesporto “não esclarecem se acandidatura cumpre todos osrequisitos do regulamento deapoio ao associativismo localpara ter direito a subsídiocamarário”.

Carapuções recebesubsídio para equipade futebol

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90 anos depois vale a penadarmo-nos conta de como foisimples, sem deixar de ser gran-de, o que aconteceu em Fátima.

O Céu irrompeu no meio doque de mais normal aconteciano dia-a-dia daquelas três cri-anças de Aljustrel. Não esperoumomentos altos, nem solenes;não os retirou do buliço dos seustrabalhos; não esperou que elestivessem especial instrução.Pura e simplesmente apareceu,revelou-se, fez-se presença…palpável, audível, reconhecível!E eles viram, e ouviram e…acreditaram!

Foi assim há dois mil anos,na Palestina. Foi assim há no-venta anos, na Serra d’Aire. Éassim, ainda hoje, nas nossasvidas. Claro que não nos é dadover o Anjo ou Nossa Senhora,menos ainda o próprio Deus.Mas que Ele está, está. E queEle nos fala, fala. E ajuda, e con-vida, e desafia, e invade a nossavida, e muda-nos os planos, eprotege-nos de perigos, e faz--nos companhia na dor e sofri-mento…

E escuta os nossos pedidos, eabraça a nossa cruz, e mostra-nos o caminho, e ilumina o nos-so pensamento…

E pede-nos ajuda para Serevelar aos que nos rodeiam,reclama a nossa voz e os nossosgestos… e mendiga o nosso co-ração! E tudo isto faz e tudo istoacontece, na concreta circuns-tância da nossa vida, seja ela

como for. Não pergunta pelasnossas competências, nem pedepara interromper o decurso dosnossos dias. É lá, mesmo, queEle Se revela. Basta estarmosatentos e disponíveis… como ostrês Pastorinhos de Fátima hánoventa anos.

E tudo se passa no inteirorespeito pela nossa liberdade,aceitando mesmo que lhe diga-mos não. Mas Deus não desistenunca. Não se cansa nunca. Nãose escandaliza nunca com onosso pecado, sempre pronto aperdoar. A sua estratégia é oAmor… persistente e paciente.

A história de ternura e des-velo pelo homem, acontecida hánoventa anos em Fátima, não é ahistória toda, mas um capítuloapenas. Decisivo, extraordinário,

excepcional, é certo, mas nãomais que um capítulo de umahistória de “paixão pelo ho-mem” começada com os nossosprimeiros pais e que, sabemo-lobem, não acabará mais, prolon-gando-se eternidade adentro.

Em boa verdade, é disto quetrata a Mensagem de Fátima:converter o coração dos homenspara que vivam a vida comogente salva, gente redimida,gente para a eternidade…

Lembrar Fátima, noventaanos depois, é tomar consciên-cia de que Deus permanecehoje, ainda e sempre, atento acada um de nós, para fazergrande e definitivo cada instanteda nossa vida.

____Rui Corrêa d’Oliveira

Fátima 90 anos depois…

Videntes de Fátima, Lúcia, Francisco e Jacinta, 1917-10-13

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 20078

Campanha “Ajudarquem mais precisa”com bons resultados

Vânia Correia com a coordenadora da campanha, Mafalda Fonseca

A campanha de angariação de fundos para a recuperação deVânia Correia, já deu frutos e vai permitir que Vânia vá para o cen-tro especializado de Cuba, já no próximo dia 9 de Setembro. Viajaráacompanhada pelo seu pai, para uma estadia de dois meses e umasemana, com o intuito de ser submetida a uma avaliação minuciosaque vai permitir determinar se necessita de alguma cirurgia oureabilitação intensiva.

Acampanha, nas suas diversas actividades e com diversos donativosde entidades, pessoas e anónimos, angariou até à data 31500 euros.

De referir que as crianças da escola primária e jardim-de-infân-cia de Vale Cavalos, Fajarda, sob a orientação da professora Mariado Castelo Domingos, criaram desenhos para autocolantes queforam vendidos e que a Câmara Municipal de Coruche patrocinou.

A próxima actividade que reverterá a favor de Vânia será umdesfile de moda em Marinhais (vide cartaz).

A recuperação das setepontes de Coruche está adju-dicada à empresa Construtorado Lena e os trabalhos inici-am-se até Outubro.

O executivo municipalapesar de satisfeito com osinvestimentos anunciados,não deixa de estar preocupadocom todos os transtornos queas obras vão provocar na co-munidade local. Pelo menosdurante dois meses a travessiado Sorraia, através da PonteTeófilo da Trindade, vai estartotalmente encerrada ao trân-

sito, “vão ser 60 dias de sac-rifício, com enormes contra-tempos para o dia-a-dia dapopulação do concelho, mastemos que nos conformar eaceitar esta realidade, afinalde contas vão ser dois mesespara resolver um problemaque nos preocupa há váriosanos” afirma Dionísio Men-des, presidente da autarquia.

Para agilizar o plano deminimização de transtornos, aCâmara Municipal está a pre-parar e a agendar reuniõescom todas as entidades que

directa ou indirectamente vãoestar envolvidas nas obras enas consequências que delasvão resultar.

São estabelecimentos deensino, Centro de Saúde, Pro-tecção Civil e Bombeiros,GNR, Transportadora Riba-tejana, Estradas de Portugal,Construtora do Lena, empre-sas sedeadas na Zona Indus-trial do Monte da Barca,Associação de Comerciantes,Associação de Regantes, en-tre outros.

____

Os trabalhos de recuper-ação das pontes sobre o valedo Sorraia, não se vão limitaràs obras de arte, ou seja, nãoserão apenas as questões de

segurança que serão alvo deintervenção, o pavimento e oaspecto exterior das estruturasestão também contempladosno caderno de encargos.

Este facto agrada sobre-maneira ao presidente da au-tarquia, Dionísio Mendes lem-bra que as pontes de Coruchesão uns dos ex-líbris da vila“há muito que defendo arequalificação das pontes,também enquanto elementosarquitectónicos de relevo e deenquadramento urbano daentrada sul de Coruche, pen-so que finalmente vamos teras nossas pontes com a dig-nidade que merecem”.

No final da empreitada assete pontes sobre o Sorraiavão estar totalmente requalifi-cadas com direito a pinturapersonalizada e a iluminação.

____

Requalificação da travessia do Sorraia causamisto de satisfação e preocupação em Coruche

Pontes fechadasdurante 60 dias

As obras vão contemplar a requalificaçãoestética das célebres sete pontes de Coruche

Entretanto as Estradas dePortugal informaram também aCâmara Municipal de Corucheque finalmente foi disponibi-lizada verba para a recuperaçãoda EN 251 (Coruche/Canha),uma intervenção que há muito

era exigida pelo município. “Oscoruchenses estão satisfeitoscom estes investimentos anunci-ados para o concelho, mas con-tinuamos a reivindicar a cons-trução dos IC10 e IC13 viasessenciais para o desenvolvi-

mento sustentado, não só doconcelho de Coruche, mas detoda a região sul do Ribatejo edo Norte Alentejano” concluiDionísio Mendes.

____GI-CMC

EN 251 (Coruche/Canha) vai ser recuperada

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 9

O executivo da Autarquia de Co-ruche, aprovou por maioria a adesão àempresa intermunicipal “Águas do Riba-tejo”, agora numa nova versão apenascom sete Municípios.

A maioria PS e o vereador RicardoRaposo (CDU) votaram a favor, enquantoos vereadores Rodrigo Catarino e AntónioSoares (CDU) optaram pela abstenção.Nesta votação foi clara a divisão dosvereadores da CDU na oposição.

O executivo da autarquia aguardaagora a decisão da Assembleia Municipalque reúne a 14 de Setembro. Este é umprocesso que começa da estaca zero, faceàs saídas das Câmaras de Santarém e Car-taxo.

Para Dionísio Mendes, presidente daAutarquia, “este é um novo processoporque é agora com sete Municípios, areprogramação do projecto foi apro-vada, e foi sancionada pelo Ministro do

Ambiente e enviada para Bruxelas. Estágarantido o financiamento com o mesmovalor que estava antes, e esse finan-ciamento será distribuído por sete mu-nicípios.

Na versão anterior estava prevista aentrada de privados, neste momento asCâmaras vão avançar sozinhas para esteprocesso. Vai ser uma empresa de capi-tais exclusivamente municipais, pelomenos nesta fase, com as sete Câmarassolidárias neste projecto (Benavente,Salvaterra de Magos, Coruche, Almei-rim, Alpiarça, Chamusca e Golegã).

Para Coruche é vital a aprovaçãodesta adesão e a constituição formal daempresa. Espero agora, que os vogais naAssembleia Municipal assumam esteprojecto como um projecto de interessepara Coruche e para o futuro do conce-lho” salientou o Autarca.

João Louro

Executivo de Coruche aprovou adesãoà empresa “Águas do Ribatejo”

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A nova fórmula de cálculodo imposto municipal incidesobre o lucro tributável das em-presas até ao limite de 1,5%. Noconcelho de Coruche, a taxaefectiva da derrama para 2008,será de cerca de 6% face aos 8%que estava em vigor, baixando2%.

A taxa do Imposto Muni-cipal sobre Prédios Urbanos nãoAvaliados foi fixada em 0,7% epara os Prédios Urbanos Avalia-dos em 0,4%, sobre o valor do

imóvel, sendo a mesma do anoanterior, não havendo portantoaumento.

A proposta foi apresentada eaprovada pela maioria PS naCâmara com a abstenção daCDU. De resto, a CDU apresen-tou uma proposta para PrédiosUrbanos não Avaliados de 0,6%e Prédios Urbanos Avaliados de0,3% que não reuniu o consensoda maioria PS.

O presidente da Autarquia,Dionísio Mendes, referiu que,

“a posição da CDU é de irres-ponsabilidade, porque é própriade quem não está a governar enão tem que se preocupar comas receitas.

É fácil dizer, que a Câmarapode baixar, ora se a Câmarabaixar a taxa deixa de ter re-ceitas e deixa de fazer obras.

Se os munícipes não pagamimposto por outro lado tambémnão têm obras, num momentoem que um vale três, ou seja,nós com 35% fazemos uma obra

porque vamos buscar FundosComunitários.

Acho que há todo o interesseque a Câmara não perca re-ceitas, porque daqui por seteanos, quando finda este QuadroComunitário, já não é possívelisto. Quanto mais investimentoas Câmaras fizerem neste Qua-dro Comunitário, mais rentabi-lidade tiram das receitas emtermo do dinheiro que têm.

Daqui por uns anos, deixan-do de haver Fundos Comunitá-

rios, as nossas possibilidadessão menores, portanto temos deaproveitar ao máximo os Fun-dos Comunitários. Para isso,temos de ter dinheiro e para issotem que haver receitas e algu-mas receitas vêm dos impostos.

Os munícipes, naturalmente,não gostam de pagar impostos,mas sabem que é dessa formaque a Câmara financia asobras”, salientou o edil.

João Louro

Autarquia fixa Derrama e IMI para 2008A taxa da derrama no concelho de Coruche para 2008 foi fixada pelo executivo em 1,5%.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200710

O Cortejo

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Foi no passado dia 14 deAgosto, integrado no programaoficial das festas em honra denossa Senhora do Castelo que“O Jornal de Coruche”, fez olançamento e apresentação dolivro “Crónicas da Nação”, obraescrita por 33 personalidades davida nacional e regional dePortugal, numa edição coorde-nada por Abel Matos Santos,director do mensário regional.

A apresentar o livro, no Par-que do Sorraia, perante umavasta audiência, esteve o presi-dente da autarquia local, Dr.Dionísio Mendes, a que se jun-taram o Rev. Padre Vítor Melí-cias, Dr. Diamantino Diogo e oPároco local, Rev. Padre EliasSerrano.

O seu conteúdo traz umacompilação dos artigos maismarcantes do primeiro ano deexistência do Jornal de Coruche.De elevado rigor científico ejornalístico, aliam a excelência

da escrita à dos seus autores,resultando num conjunto abran-gente de temas, que pela diver-sidade e profundidade de aná-lise, proporcionará um espaçode agradável prazer literário.

A primeira edição conta,entre os 33 escritores, com figu-ras nacionais de renome como oeconomista César das Neves, opsiquiatra Daniel Sampaio, oarquitecto Gonçalo RibeiroTelles, o taurino Domingos Xa-vier, o político Miguel MattosChaves, o historiador João Alar-cão, e o militar Rodolfo Bego-nha.

Entre os artigos publicados,alguns deles vêm com o títulode Prémio Imprensa Regional2007 da SHIP – Sociedade His-tórica da Independência de Por-tugal, que galardoa os quesalientam valores de contribui-ção para definição da Indepen-dência e da identidade de Por-tugal.

Dos mais diversos assuntos,os textos tratam de Política,Economia, Etnografia, Seguran-ça e Defesa, Ambiente e Saúde,e vão até às Viagens, Oriente,História, Desporto, Sociedade eCidadania.

Integra também reflexões,pensamentos e artigos que noslevam a pensar e nos propor-cionam conhecimento, boa dis-posição e acima de tudo, rigor eseriedade, contando com assun-tos que abordam ainda a UniãoEuropeia, a pátria, personagenshistóricos, poesias e reflexões, asociedade, entre muitos outros.

São mais de 400 páginas depuro prazer e de leitura agradáv-el e acessível! O livro pode seradquirido em qualquer livrarianacional e em Coruche.

No mês de Outubro, a obraserá apresentada em Lisboa nasede da SHIP, no Palácio daIndependência em Lisboa.

____

Ex.mos Sr. Presidente da Câ-mara, Srs. Vereadores, SenhoresAutarcas, Entidades religiosas emilitares, Senhoras e Senhores,Estimados amigos, Caros Coru-chenses.

O lançamento deste livroque congrega textos de um anode existência do Jornal de Co-ruche, agora compilados, é oresultado de um projecto que

contou com a colaboração dedezenas de pessoas ao longodeste período.

Muita gente se foi ligando aoJornal de Coruche, pelo rigor epela seriedade deste projecto.Só neste livro estão 33 persona-lidades da vida regional e nacio-nal. Autores que abrangemáreas tão variadas como a tauro-maquia, saúde, politica, história,

ambiente, viagens, educação,desporto, europa, economia,entre outras.

Quero agradecer a todos, atodos os que não enumerarei porserem 33, mas que constam nolivro, e agradecer à equipa doJC, que desde o primeiro mo-mento torna possível que todosos meses tenhamos o Jornal e

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 11

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O JJornal dde CCoruche llança llivro“Crónicas dda NNação”

Discurso da apresentação do Livro “Crónicas daNação” pelo Director do Jornal de Coruche

> continua na página seguinte

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esta obra que aqui hoje lança-mos. Uma palavra de especialapreço ao João Louro, pelo seutrabalho leal e dedicado, semprecom vontade de servir a suaterra, ao Dr. Domingos Xavier, oprimeiro colaborador com a áreada tauromaquia, já uma referên-cia nacional, a que se juntou oJoão Costa Pereira e mais tardeo Joaquim Mesquita.

Ao Manuel Pinto, na sua exi-gente actividade de paginação ecriação gráfica, rigor e criativi-dade.

Ao meu querido pai, peloextraordinário trabalho e apoioque me tem dado, sem o qualtudo seria muito mais difícil.

À minha mulher, minha mãee toda a família e amigos que metêm apoiado, bem como a todosos leitores, assinantes e anun-ciantes do JC.

Agradecimento especial àCMC, pelo apoio incondicionaldesde a primeira hora, em todosos projectos e iniciativas quetemos desenvolvido, incluindoeste livro

Agradecimento sincero àsempresas TEGAEL, CreditoAgrícola de Coruche, Sitaco e

DAI, sem as quais não seria pos-sível editar este livro. Foramverdadeiramente impecáveis noapoio e confiança depositadas!Obrigado!

CRÓNICAS DA NAÇÃO! OPORQUÊ DESTE TÍTULO?

O termo Nação identifica oPovo, definindo uma comuni-dade humana que comunga dosmesmos costumes e tradições.Daí que se possa dizer que danossa Pátria faz parte Coruche,tal como os Coruchenses da nos-sa Nação Portuguesa!

Enfim, o espaço a que todosnós pertencemos e ao qualtemos sentimentos de afecto edesejo de melhorar. São as nos-sas raízes, os nossos séculos dehistória, que traduzem os nossosusos e costumes e os nossosvalores. É nisto que assenta aNação.

Por isso não foi difícil esco-lher o nome para este livro,digamos que se impôs natural-mente, foi uma inevitabilidade.

Na minha opinião, este livrorepresenta a essência do que éser Português, nas suas maisvariadas vertentes; culturais e

sociais, religiosas e políticas,antropológicas e filosóficas,transparecendo os valores doUniversalismo Português, extra-vasando fronteiras e onde umdia o nosso grande poeta e vateimortal, Luís Vaz de Camões,nos Lusíadas afirmou “O Mun-do todo abarco e nada aperto”.

E a nação tem rostos, tempessoas, por isso a capa destaobra tinha de ter a face dos auto-res que o escreveram!

Este livro pretende, além dequerer ser um agradável espaçode leitura e de conhecimento,ser um repositório das nossasvivências, conhecimentos eacontecimentos. Para que fiqueregistado! Para que não se percaa memória! A nossa memóriacolectiva, sem a qual não po-demos existir enquanto comuni-dade! A importância de ficarpara a posteridade, os nossosfeitos, os relevantes, os excep-cionais. E estão aqui todos!

Esta edição, o “Crónicas daNação” é um ponto de encontrode todos nós coruchenses e to-dos nós portugueses, onde querque estejamos. Porque este livrotransbordou a fronteira do regio-

nal, contando com muitas per-sonalidades da vida nacional, detodo o pais, que colaboraramescrevendo no Jornal de Coru-che, tendo alguns artigos sidopremiados com o prémio SHIPImprensa Regional. Facto, quepenso que é só por si relevante emerece a atenção de quem nosgoverna e nos dirige, das nossasforças vivas e dos nossos agen-tes culturais.

Mais, comemora-se hoje avitória de Portugal na Batalha deAljubarrota há precisamente622 anos, a 14 de Agosto de1385, facto assinalado hoje emCoruche em missa solene deacção de graças na ermida doCastelo, onde nós afirmámos emantivemos a nossa indepen-dência e liberdade, a nossanacionalidade.

O lançamento casual destelivro, nesta data, terá certamentealgo de místico, acredito eu.Porque esta obra é também umsímbolo da nossa nacionalidade,que nos integra a todos. É aassumpção daquilo que é nosso,daquilo que somos! Temos aqui,diria uma coincidência, que nãodeixa de ser interessante!

Quero dizer a todos, quecomo coruchense, filho da terra,aqui nascido e criado, bem co-mo toda a minha família de hágerações, que cedo aprendi aamar e a respeitar Coruche e adefendê-la para onde quer que vá!

Aprendi a amar a minhaterra, o meu país, a minha pátria,as nossas gentes, em suma aminha Nação! Disso não abdico,nem abdicarei nunca. Defendo aminha terra e as minhas gentesonde quer que esteja, como out-ros fizeram no passado, fazemno presente e farão no futuro.

Este é um sentimento, quepenso ser comum a todos nós,coruchenses e portugueses, quedefendemos o que é nosso aquiou em qualquer parte do mundoonde quer que nos encontremos.

Não estamos aqui contraninguém, mas a favor de al-guém… e esse alguém tem ape-nas dois nomes… Coruche ePortugal.

Este apego à nossa terra émuito coruchense, sendo penaque alguns assim não pensempor ignorância ou falta de aten-ção. Espero que possam evoluire perceber que não existe nadamais importante do que a nossaterra, o nosso espaço, a nossacasa, a nossa família, os nossosamigos. Enfim, a nossa pátria, anossa nação.

É disto que este livro fala!De nós!

Espero que todos se possamreencontrar neste livro, que oleiam com prazer e fiquem comvontade de conhecer mais.

Viva Coruche! Viva Portugal!

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200712

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> continuação da página anterior O Jornal de Coruche lança livro “Crónicas da Nação”

Segui algumas das incidên-cias da nossa Festa em Honra deNª. Sª. do Castelo. Não todasque os anos já vão pesando, maso suficiente para me aperceberde algumas coisas que me le-vam a pensar se em Coruche secultiva a tradição cultural ou, sepor outro lado, é a cultura daimportação que preside, talveznum arremedo da “globaliza-ção” tão em voga que, ou eu meengano muito ou vai ter tristefim. Também que mal tem isso?O mundo, este nosso mundo,não é para acabar um dia?

Bem, mas vamos ao assunto:Encierros – é castelhano o ter-mo, com similitude em bomportuguês, dizendo-se para clas-

sificar o acto que é uma entra-da de toiros. Assim mesmo semmais quê nem porquê, porque naverdade, está assim tudo dito.

Tourada à corda – termoAçoreano, português portanto,não confundamos, que classificaas largadas de toiros usuais naIlha Terceira. Mas nós aqui empleno Ribatejo já classificamoshá décadas um divertimentotáureo bem à nossa maneiracom toiros. Toiros sem a peia dacorda ao pescoço. Livres corren-do pelas ruas ou mangas pre-paradas para o efeito.

Não sou pela estagnação cul-tural nem muito menos pelofecho a outras culturas. Se parao encierro acho pena substituir-

se sem nenhuma razão a nossaentrada de toiros, já para atourada à corda, como novi-dade e troca cultural muito bem.Uma vez, duas, começa a enjoarpela falta de interesse para asnossas gentes mais feitas aotoiro livre correndo ou parandoquando lhe apetece pelas ruas aesse fim destinadas.

Ouvi com estes que a terrahá-de comer, muita gente insur-gir-se contra aquele tipo de“tourada”. Não é nosso, não pre-cisamos dela, temos os nossos“toiros na rua”, essa modali-dade sim, arreigada há geraçõesnas nossas gentes.

Ressalvo a simpatia e o em-penho das gentes Açoreanas que

aproveitaram e bem a “benesse”que lhe foi dada para afirmarema sua cultura local, ainda porcima em Coruche, com o pesoque nestas coisas taurinas a nossaterra tem.

Dirão que isto é casmurricede quem gosta de dizer mal, oupicuinhices de quem não temmais nada para escrever. Enten-dam como quiserem…

Já agora e ainda sobre o temada Festa: o Cortejo tem vindo acrescer em qualidade de anopara ano. O esforço de quem oconcebeu e montou foi recom-pensado. Coruche pode e deveorgulhar-se de ter uma manifes-tação cultural e folclórica da-quela grandeza.

O Fogo de artifício foi dife-rente este ano. A música que sefez ouvir foi novidade e agra-dou. Só teve um “defeito”: su-biu a fasquia e em tempo deorçamentos “curtos” vamos vero que sai para o ano com o “sa-crifício” do quê…

Mais uma coisinha para ter-minar: anda no ar que há gran-des movimentações para que nofuturo a Comissão de Festas emHonra de Nº. Sª. do Castelo seja,finalmente, a junção da vertenteReligiosa com a vertente Po-pular.

Não faz, nunca fez sentidoser de outro modo, ou não é anossa Festa Maior em Honra deNª. Sª. do Castelo?

A Festa do Castelo, as tradições e as importaçõesJoão Costa Pereira

REFLEXÕES

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O termo esquizofrenia refere--se a um conjunto de transtornosque abrange os mais complexose assustadores sintomas encon-trados na prática clínica.

Os sujeitos com esqui-zofrenia podem ouvir vozes,pensar que são controlados poroutros, percepcionarem animaisa atacá-los, possuírem maniasvárias como a da perseguiçãoou utilizarem linguagens desco-nhecidas e sem sentido.

Calcula-se que cerca de 1 a2% da população sofre deesquizofrenia, sendo um graveproblema quer pelo número depessoas afectadas, quer pelagravidade dos sintomas.

Até há bem pouco tempo, omedo e o receio da esquizofre-nia era exagerado pelo facto deesta patologia ser consideradaincurável, representando umasentença de vida de desespero emiséria num qualquer hospitalpsiquiátrico. Felizmente, hojemuitos dos nossos conceitos eideias mudaram e continuarão aevoluir, pelo que muitos dosnossos receios poderão deixarde ter a importância que aindahoje têm.

A esquizofrenia é tão maisdifícil de compreender, vistoque poucos de nós teve aluci-nações ou delírios, tendo grandedificuldade em entender estessintomas e reagindo a eles commedo, já que ultrapassam total-mente o domínio da experiênciapessoal da maioria das pessoas.

Vejamos então quais os di-versos sintomas desta patologiatão rica em dimensões Huma-nas, tão profundas e incons-

cientes mas simultaneamentepertença de todos nós.

SINTOMAS DAESQUIZOFRENIA

SINTOMAS COGNITIVOSEstes sintomas são prova-

velmente os mais óbvios e im-portantes da esquizofrenia, nosquais se incluem as alucinações,os delírios, processos perturba-dos de pensamento e de inun-dação cognitiva.

ALUCINAÇÕESConsidera-se que um sujeito

que ouve, sente, cheira ou vêcoisas que não estão realmentepresentes, está a alucinar. Destemodo pode-se dizer que as alu-cinações são experiências per-ceptuais sem fundamentação narealidade.

As alucinações mais comunssão as auditivas, envolvendo aaudição de vozes que comen-tam, criticam ou dão ordenssobre o comportamento do su-jeito e ou menos frequente-mente outros sons como mo-tores de diversos aparelhos.

As sensações de queimadu-ras ou “formigueiros” na pele esensações no interior do corpo,são também comuns e denomi-nam-se de tácteis e somáticas.As alucinações visuais e olfacti-vas (ver e cheirar algo que nãoestá presente), estão tambémpresentes mas com menos fre-quência. Estas alucinações pa-recem ser percepções reais e ossujeitos que as vivenciam sãoincapazes de distinguir alucina-ções de percepções reais.

DELÍRIOSOs delírios são crenças e

ideias erradas que são mantidas,apesar de fortes evidências docontrário. Algumas das ideiasdelirantes são absolutamentebizarras e absurdas, embora ha-ja outras possíveis mas bastanteimprováveis.

Por exemplo, a pessoa acre-ditar que a sanita está viva e vaicomer todas as pessoas que lá se

sentarem ou que está constante-mente sob vigilância da policiasecreta e que vai ser raptada.Quanto mais bizarro e imprová-vel for o delírio, maior a proba-bilidade do sujeito estar comesquizofrenia.

Os delírios de perseguição eos delírios de referência sãobastante comuns e frequentes,tendo os primeiros a ver, porexemplo com o serem persegui-dos e prejudicados por algumaconspiração secreta e macabra eos segundos com objectos, even-

tos ou outras pessoas que sãovistas como apresentando al-gum significado particular paraa pessoa, como ver um gatopreto à meia noite querer dizerque é um sinal para avisar deuma desgraça iminente.

Os delírios de identidade,onde os sujeitos com esquizofre-nia acreditam ser outras pessoas,como o Papa ou o presidente daRepública ou outra pessoa fa-

mosa, são tambémuma característicaclara da sofisti-cação das ideiasdelirantes.

Em certos ca-sos os indivíduoscom esquizofreniadesenvolvem siste-mas delirantes on-de interrelacio-nam os diversostipos de ideias de-lirantes com assuas alucinações.

Contudo, ébom ter presenteque os indivíduosmais normais tam-

bém possuem algumas crençasinconsistentes com a realidade.

No entanto, as ideias deli-rantes da esquizofrenia são maisresistentes à mudança em con-fronto com a realidade do queas distorções que todos nósvivenciamos no quotidiano.

PROCESSOSPERTURBADOS DE

PENSAMENTOÉ de certa forma aceite que

os processos de pensamento dosindivíduos com esquizofrenia

se caracterizam por um “abran-damento” das ligações associa-tivas entre os pensamentos,levando-os a desviarem-se fre-quentemente para pensamentosirrelevantes.

Assim, existem problemasde conteúdo do pensamento (oque as pessoas pensam) e prob-lemas com o modo como aspessoas com esquizofrenia pen-sam. Estas, incluem ideias irre-levantes nos seus processos depensamento e conversações,podendo saltar de um temacomo a política para o prato dearroz com feijão que a avófazia. As frases são de um modogeral, gramaticalmente correc-tas mas os pensamentos apre-sentam-se desarticulados e nãofazem sentido quando analisadosno seu todo.

Estes pacientes apresentamníveis de desempenho intelectu-al baixos, como se depreendepela desordem e inconstânciados seus discursos e respostas,pelo que inicialmente a esquizo-frenia era descrita como demên-cia precoce, fruto de uma dete-rioração prematura das estru-turas encefálicas.

Contudo, sabe-se hoje que adeterioração na esquizofrenia émuito diferente da que ocorrena senilidade, denominando-secomo déficit esquizofrénico aofuncionamento intelectual preju-dicado na esquizofrenia.

(parte II no próximo número)

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 13

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Biscaínho - 243 689 129Lamarosa - 243 724 113As farmácias do Couço e Lamarosa estão sempre de serviço, por serem as únicas.

FARMÁCIAS DE SERVIÇO

SETEMBRO 2007

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7 14 21 28

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C B A D

D C B A

A D C B

B A D C

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Dr. Abel Matos Santos *

VIVER COM SAÚDE

* Assistente de Saúde EspecialistaServiço de Psiquiatria

do Hospital de Santa Maria, LisboaMestre em Psicologia da Saúde

ESQUIZOFRENIA – A doença incompreendida

Na idade média eram condenados pela inquisição, na contemporaneidade enclausuradosem alas psiquiátricas e rejeitados pela sociedade, resultado da complexa e pavorosa

(parte I)

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200714

JC – Sabemos que nas-ceu e cresceu em Coruche,como é voltar à terra comouma grande referência nomundo do fado?

AM – Cantar na minhaterra natal é sempre umaresponsabilidade em dupli-cado. Desde pequena que éo meu sonho cantar naminha terra. Cresci aqui, saidaqui muito nova com 14anos, mas volto aqui comfrequência, pois a minhainfância marcou-me, como atodos nós. Eu sou o reflexodos anos que passei em Co-ruche. Não tenho palavraspara explicar aquilo quesinto, vir cantar à minhaterra nas Festas do Castelo

JC – Sendo o nome deAmália uma referência,influenciou-a?

AM – Sem dúvida! Paramim, Amália é a referência.Tenho outras referências,como Lucília do Carmo,Beatriz da Conceição, Maria

da Fé. Cada vez mais mecusta falar só de alguns

nomes e não falar de outros,porque de facto houve uma

geração muito boa com umestilo muito próprio e é issoque a nova geração tambémestá a tentar fazer, criando oseu estilo próprio e a suaidentidade.

JC – Como foi actuarnuma sala de espectáculoscomo o Carnegie Hall emNova Iorque?

AM – Foi das experiên-cias mais gratificantes daminha curta história. Eu te-nho normalmente um grandesentido de responsabilidadee quero fazer sempre tudo omelhor possível, e tenho àsvezes dificuldade em usu-fruir de certos momentos daminha carreira.

Quando cheguei a NovaIorque e estou a descer paraTimes Square e vejo a fa-chada do Carnegie Hall como meu cartaz enorme ao ladode outros grandes artistas adizer “sold out” (esgotado),senti uma enorme emoção.

Depois, desço a rua e

chego à enorme loja da Vir-gin, no meio de Times Squaree vejo o meu disco em escutae pessoas a ouvirem, fiqueiemocionada. Depois à noiteo concerto, na grande e míti-ca sala de espectáculos deNova Iorque, foi um dosmomentos em que conseguiusufruir da felicidade.

JC – Trabalhou tam-bém com o Tim Ries, dosRolling Stones

AM – Sim, fui convida-da para participar no RollingStones Project e eles vierama Portugal, ao estádio de Al-valade, e convidaram-mepara cantar ao lado deles noestádio. Foi uma emoçãoenorme, mas igualmente umenorme desafio, pois o MickJagger canta quatro tons aci-ma do meu, o que é uma dis-paridade enorme. Foi umadas experiências mais grati-ficantes.

Entrevista deCarlota Alarcão

Entrevista com Ana Moura

Ana Moura e Rafael Palma em 1990

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 15

Um jornal diário português,recentemente, referiu-se a umcomunicado da Direcção Distri-tal do Porto da Associação Sin-dical dos Profissionais de Polí-cia em que esta lamenta que acomemoração dos 140 anos doComando Metropolitano daPSP/Porto, incluísse uma Para-da de tipo militar. Lamentou,também, o “conservadorismo”da opção de incluir no programaa tradicional formatura típicadas estruturas militares, quandoa PSP é legalmente uma institu-ição de cariz civil há muitotempo.

Este figurino impõe aos maisde 150 polícias destacados,“muitos deles requisitados noseu dia de folga, um esforço físi-co desnecessário” que implicaestarem durante mais de duashoras em pé, sem poderem me-xer-se. A Associação diz aindaque, para estes elementos, o dia

da cerimónia é mais um sacrifí-cio do que um dia de festa. Nocomunicado aponta-se, comoexemplo, a forma como o Co-mando Metropolitano de Lisboatem nos últimos anos celebradoesta efeméride, deixando cair atradicional parada militar eoptando por uma sessão ondetodos estão sentados.

Sabemos que em alguns sec-tores da vida nacional per-manecem determinados precon-ceitos relativamente à Institui-ção Militar, muitos por descon-hecimento, outros por motivospolíticos. É assim que uma para-da de tipo militar, que, certa-mente, só pretendeu conferirdignidade à cerimónia e reforçaro espírito de corpo e a discipli-na, fundamentais num corpopolicial, pode incomodar.

Não me parece que umainstituição de cariz civil nãopossa adoptar, com vantagem,

procedimentos utilizados pormilitares. Os polícias têm quepermanecer em pé, em vez desentados, obviamente com maiorcomodidade. Leva-me esta po-sição a salientar que o treinopela dificuldade e não pela faci-lidade é que prepara as pessoaspara as missões difíceis. E avida policial não é fácil e está-sea complicar.

Aumentam as acções de gru-pos armados, o terrorismo amea-ça, aumenta o poder do crimeorganizado, o que, por vezes,exige actuação em grupo e nãoindividual, com um indispen-sável comando. Há assim umaaproximação inegável à actu-ação de tipo militar, enquanto osmilitares são chamados cadavez mais a cumprir missões deapoio e segurança das popula-ções. É também conhecida acada vez maior dificuldade emseparar a ameaça externa da

ameaça interna. Sem dúvida quePortugal necessita de uma Polí-cia cada vez mais eficiente nosentido em que a confiança, aproximidade entre polícias epopulações, essenciais no com-bate ao crime e para a segurançadas pessoas, seja uma realidadeclara. A preparação física emoral dos polícias, a disciplina eo comando parecem-me aspectosindiscutíveis que há sempre quetrabalhar. E não abordamos agoraos aspectos importantes do papelda Polícia na defesa do País.

Acabo de visitar a China,recentemente, onde pude assis-tir, por acaso, à rendição de pos-tos da polícia do Aeroporto dePequim. No meio de intensamovimentação de passageiros,passaram mesmo a meu ladopelotões de polícias, homens emulheres, formados a dois, comcomandantes ao lado, marchan-do descontraidamente com dig-

nidade, e impecavelmente far-dados. Os militares que vimosfazendo segurança em muitosedifícios estatais, esses sim,postavam-se em sentido, sem semexerem, mas também impeca-velmente fardados.

Diga-se, a propósito, que asalterações políticas estão atransformar a China com umavelocidade espantosa. A abertu-ra ao exterior e um maior graude liberdade económica estão aconferir à China um ritmo comgrande impacto mundial.

A China sabe que a perda dadisciplina pode trazer-lhegrandes problemas neste estadode desenvolvimento económicoe de reforço das estruturas mili-tares em que se encontra.

Esperemos que o caminhoda China se faça no sentido dademocracia, respeito pelos direi-tos humanos e mais justa repar-tição da riqueza.

PSP e parada militarRodolfo Begonha *

SEGURANÇA E DEFESA

* Maj. General do Exército Português

Abertura das FestasFo

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Já estamos fartos de ler,ouvir e ver o nosso PQE – leia--se Primeiro-Quase-Engenheiro– a “meter água” por tudo quan-to é assunto, e quando não é elesão os seus jocosos assessoresda corte governamentícia (ummisto de governo com realidadesocial fictícia).

E o que é que isto tem a vercom o título proposto? Poisbem, comecemos pelas dis-tinções. Ora gregos são os habi-tantes da Grécia, troianos eramos de Tróia, cidade tomada pelosgregos – algures por essahistória a dentro – graças àvalentia e esperteza de Enéias(não Aquiles como se pensa).

Um crime é em geral um“acto que viola uma norma mo-ral, embora materialmente con-sista numa ofensa, dano ou peri-go a um bem jurídico, indivi-dual ou colectivo”. E a ASAE?Essa senhora é a “autoridadenacional especializada em segu-rança alimentar e fiscalizaçãoeconómica” que visa avaliar ecomunicar os riscos da cadeiaalimentar, bem como zelar peladisciplina no exercício econó-mico alimentar e não só, medi-ante a fiscalização e prevenção,blá, blá, blá...

Juridiquices e guerras à par-te, este é o nosso Portugal, opaís dos dois pesos e das duasmedidas, o país bifurcado emque por um lado caminham os“de bolso pesado” (os gregos) epelo outro os de “calça rasgada”(troianos), sim porque “bolsomédio” e calças “mais ou me-nos” é coisa que peca por escas-sa, encontrando-se em vias deextinção.

O que separa Portugal de umpaís de 3.º mundo é o facto ca-sual de fazermos parte da UniãoEuropeia, sendo que a benfeito-ria dos países vizinhos nos atouuma corda à cintura para quenão tropecemos enquanto “omundo pula e avança”, poiscaso contrário há muito queteríamos atingido o nível mise-rável das nossas ex-colónias,onde a classe média deu lugar auma esperança justa mas utópi-ca de um progresso sustentávelmas impossível.

Porém, no meio de tudo istosurgiu o nosso PQE que deu de

início, talvez pelo seu ar de vir-gem política, a ideia de que “is-to” poderia entrar nos eixos. Eassim parece acontecer. Infeliz-mente não para o cidadão co-mum, mas para os já abastados.E o problema começa aqui.Quando refiro cidadão comum,dirijo-me ao que trabalha, com-pra e vende bens e serviços, in-veste em créditos e oleia, poressência, a engrenagem do sis-tema económico e, convenha-mos, vital, pois enquanto conso-me e produz também, natural efelizmente, se reproduz.

É este o fluxo real em econo-mia, e quando obstáculos nas-cem neste fluxo dá-se o “efeito--barragem” que enche até trans-bordar – até as gentes saíremborda fora. A ASAE, neste mo-mento representa para os peque-nos empresários e comerciantesvários, essa tal barragem. Nãome venham os engenheirocas eos economistas dizer que sãonecessárias regras de higiene,condições e tudo o mais. Masonde andavam essas regras eobrigações há uns dois meses?(altura em que a lei-mor, num ac-to de mágica foi criada). E subi-tamente iniciaram-se as acçõesde formação para desemprega-dos vários, mentalizados em jeitode máquina destituída de emo-ções que entram, condenam esaem dos estabelecimentos como dever cumprido de “lixar” a vi-da a alguém e um sorriso na carapor serem tão competentes.

“Coelhos” que saem da car-tola dos grandes empresáriospara vir dar lições de higiene agente que contribui para a eco-nomia do país há dezenas deanos, seja a vender cervejas, san-des, sapatos, carne, peixe, fruta,pão e tudo o mais, que pelos vis-tos começa a passar de moda.Tudo bem que o vinho “a mar-telo” é dispensável, e as pastasde dentes com agentes químicostambém, mas esse sim devia sero objectivo da ASAE, porquejuntar água ao vinho e químicosà pasta de dentes não é feitio édefeito, é evitável como o sãomuitas outras coisas, mas maisevitável, aliás, inevitável, é terconsciência que há milhares depessoas cujos rendimentos nãopodem ser postos em causa so-

mente por um colectivo de ma-níaco-depressivos que recebe-ram fundos europeus para “lim-par” o país.

Obrigar as gentes a optar en-tre fazer obras, mesmo que nãohaja espaço para tal, ou fecharestabelecimentos é pôr em riscoas suas vidas e as daqueles quedependem delas. O efeito-vas-soura da ASAE pode compro-meter seriamente a economianacional.

Empregados e empregadores,vêem o seu ganha-pão em risco,e com eles as suas famílias ecom estas as suas respectivas re-giões.

E finalmente, acreditem, opróprio país entra neste ciclodilacerado. Não estou, acalmem--se as vozes mal-doutoradas,contra a prevenção e fiscaliza-ção dos negócios, porque antesde mais, esses mecanismos sem-pre existiram, mas que o preço apagar para a missão da ASAEter sucesso absoluto seja o fechodos negócios de milhares decontribuintes, então aí sou o pri-meiro a agarrar na enxada e a irpara a porta do parlamento.

Pois se um crime é um actoque viola as normas morais,então estamos perante um crimenão só contra a vida, contra ahonra, contra o património econtra os costumes.

Não sou economista, juiz,advogado ou engenheiro, souhomem, sou português e éenquanto tal que me insurjo eassumo a arrogância de fazer daminha voz as centenas delas quequerem falar e não podem.

Li algures na semana passa-da que “o país refila mas amo-cha”, e provavelmente eu estouapenas a refilar, mas crente deque ninguém amochará parasempre. Perceba-se, por favor,caso a caso as soluções necessá-rias para a satisfação de ambosos interesses – os da ASAE, e osdos comerciantes, ou a coisa po-derá acabar mal para ambas aspartes. Se o senhor PQE quer di-minuir o desemprego e sanear aeconomia é com o fim dos pe-quenos comerciantes que con-seguirá? NÃO. Melhoria de con-dições? Vamos a isso. Pressãoeconómica, psicológica e jurídi-ca que obriga as pessoas a temer

“o sistema” e a encerrar “vidasde trabalho”? Não obrigado.

Miguel Sousa Tavares cla-mou no seguimento da lista doscem mais ricos de Portugal, quelhe mostrassem a lista dos cemque pagam mais impostos nopaís, para que todos testemu-nhássemos o óbvio, os nomesnão seriam os mesmos. Não hálógica, e a falta desta parece serapanágio do nosso governo, ounão se levantassem o própriofundador do Partido Socialista –Mário Soares (bem como Ma-nuel Alegre) – a aconselharmaior respeito pela liberdade noexercício de governação.

E o que se deseja com estecontrolo exagerado aos comer-ciantes? Das duas três: A) Real-mente desejam-se as condiçõesideais para os clientes, os co-merciantes e seus estabeleci-mentos, embora se assim fossedar-se-ia margem de manobraaos mesmos e não se lhes encer-rariam as casas ou suspende-riam as actividades tão brusca-mente quanto possível; B) Obri-gar as pessoas a uma deslocali-zação para os grandes centrosurbanos em busca de trabalho e(ou) sobrevivência.

Mas convenhamos que nãoexiste desenvolvimento econó-mico em nenhum país no qualse agravem as desigualdades re-gionais para favorecer o cresci-mento financeiro de algumasinstituições privadas e públicas,que anormalmente terão in-fluência sobre os órgãos de de-cisão governamental. Ou seja,ou eles querem mesmo limparos negócios de sujidade, ouquerem limpá-los de material ede gente, em detrimento dasmultinacionais nos seus diver-sos ramos – principais benefici-adores do fim dos pequenoscomerciantes. Isto nada tem deteoria da conspiração pois todossabemos que existem influên-cias no governo por parte dosector económico (os seus agen-tes-gigantes) ou não fosse a OTAe o TGV as broncas que são.

As vilas mais vazias, as al-deias abandonadas, as cidadessobrelotadas, o interior “às mos-cas”, o interior profundo trans-formado num deserto, perdem asua massa humana e a sua utili-

dade vivificante. Que giro! Aca-bei de descrever um fenómenodos países pobres: São Paulo,Rio de Janeiro, Luanda, Bom-baim, Lagos, Maputo rebentampelas costuras, ostentam misériae morte gratuita, não há classemédia, a população divide-seentre a minoria riquíssima e amaioria que sobrevive à míngua.Sim, estou a dramatizar, mas to-das as grandes consequênciastêm as suas causas iniciais, e aUnião Europeia não é um “bom-beiro eterno”.

Disto tudo, resulta a mesmaguerra que há milhares de anosopôs Gregos e Troianos. Os gre-gos ricos e opulentos mas aindaassim desejosos das riquezas eda prosperidade dos Troianosinvadiram-lhes a cidade mas fa-lharam o seu intuito. Até que umdia de noite à socapa se escon-deram no famoso “cavalo deTróia” construído como oferen-da simbólica da sua suposta der-rota, mas servindo de traição eentrada clandestina na cidade-fortaleza de Tróia.

Enquanto os troianos dormi-am foi-lhes saqueada e queima-da a cidade, foram queimadas evioladas as suas mulheres e cri-anças e no fim nada restou se-não o mito de uma cidade e deum povo que existiu outrora.Nós classe média, somos tam-bém esse povo de troianos, quecorre o risco de se tornar nummito, ou pior, de regredir paraum bando de servidores deinteresses à disposição dos gre-gos que tudo governam, tudopodem, tudo mandam...e nadacondescendem.

Esta era que nos perpassa,está certo e sabido, que é a erado individualismo em que cadaum olha para o seu umbigo, eis--nos senão perante o momento,digo eu, de erguer o olhar emredor, avisar os perseguidores,aconselhar os dianteiros e dar asmãos a quem ao nosso ladocaminha e que por sinal partilhados mesmos males que nós.Para o nosso próprio bem.

Ontem já era tarde. Não aceit-em nenhum cavalo de Tróia. Ahistória só tem a ensinar.

____* Lic. em Filosofia

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200716

PENSAMENTOS

ASAE: Gregos e Troianos– A essência do crime Luis António Martins *

Um país cinzento é, unanimemente, associado a um clima pouco imaginativo.Por exemplo a Escócia é um país cinzento. Portugal não. Não em termos de clima,pois a falta de imaginação é coisa que pelas nossas bandas começa a abundar.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 17

José Manuel Caeiro *

REFLEXÕES

Informar

Durante muito tempo as em-presas prestadoras de serviçospúblicos essenciais (água, elec-tricidade e gás) exigiram aosconsumidores o pagamento decauções, nem sempre comoforma de suprir eventuais falhasno cumprimento dos contratos,mas antes como fonte de finan-ciamento acrescida para aquelesprestadores de serviços.

A DECO, ao longo de váriosanos, reivindicou o fim destaprática lesiva dos interesseseconómicos dos consumidores.Em 1999 o Governo aprovoulegislação que proibia expressa-mente a exigência de pagamen-to de qualquer caução nos con-tratos para fornecimento de ser-viços públicos essenciais e previaapenas casos excepcionais emque a caução podia ser exigida.

Desde então que deixou de

ser exigível o pagamento decaução e ficou consagrada apossibilidade dos consumidoresreaverem a quantia que tenhampago a esse título. Apesar dotempo decorrido (8 anos), veri-ficou-se que uma parte consi-derável das cauções pagas pelosconsumidores continua aindapor devolver, o que motivou aaprovação, este ano, de novalegislação que reformulou as re-gras para o processo de devo-lução das cauções, estabelecen-do deveres para os prestadoresde serviços e consagrando direi-tos para os consumidores.

Assim, impõem-se como de-veres dos prestadores de ser-viços públicos essenciais quetenham cobrado caução: a) Ela-boração da lista de consumi-dores com indicação do direito àrestituição da caução, do respec-tivo montante devidamenteactualizado, do prazo para o fa-zerem e do modo de proceder(incluindo os documentos ne-cessários); b) Publicação de

anúncios da lista dos consumi-dores em dois dos jornais demaior tiragem nacional; c)Afixação dos editais com a listados consumidores nas juntas defreguesia; d) Ampla divulgaçãoe publicitação dos editais, no-meadamente nos locais públicosde atendimento do prestador deserviços, nas facturas enviadasaos consumidores, nos respecti-vos sites na Internet.

Saiba o consumidor que nosector do gás e da electricidade:

O novo despacho da ERSEfixa agora até ao dia 23 de Se-tembro para a elaboração e pu-blicação das listas de consumi-dores. O prazo para reclamar adevolução da caução é de 180dias após a afixação do edital ouda publicação do anúncio da lista.

No sector da água:A afixação e a publicação

das listas serão faseadas até Ju-nho de 2008 da seguinte forma:

Janeiro 2008 – cauções pres-tadas depois de 1993, Fevereiro2008 – cauções prestadas de

1991 a 1993, Março 2008 – cau-ções prestadas de 1988 a 1990,Abril 2008 – cauções prestadasde 1982 a 1987, Maio 2008 –cauções prestadas de 1977 a1981, Junho 2008 – cauçõesprestadas antes de 1977.

O prazo para reclamar adevolução da caução é de 180dias após a afixação do edital ouda publicação do anúncio dalista. De qualquer modo e semprejuízo dos prazos fixados parao sector da água, neste caso osprestadores de serviço podeminiciar já a restituição das cau-ções até ao final de 2007.

É essencial que os consu-midores verifiquem se o seunome consta nas listas afixadasna junta de freguesia em queresidem ou residiram, nos bal-cões de atendimento ou no sitedas empresas prestadoras dosserviços ou ainda se foram avi-sados individualmente atravésdas facturas remetidas;

Exijam a devolução dacaução junto do prestador de

serviços nos prazos acima refe-ridos;

Verifiquem se o reembolsoda quantia paga a título decaução devidamente actuali-zada é efectuado posteriormen-te, nomeadamente por compen-sação de créditos nas facturasrespectivas, por depósito bancá-rio ou por emissão de cheque.

No caso de dificuldades naobtenção do reembolso da cau-ção por qualquer motivo nãofundamentado (por exemplo nãoconstar da lista), os consumi-dores podem recorrer aos ser-viços da DECO (sede ou dele-gações regionais), tendo emvista a análise, esclarecimento etentativa de resolução da res-pectiva situação.

Não se esqueça!Se pagou a caução, tem di-

reito à devolução! Exerça osseus direitos!

____www.deco.proteste.pt

Devolução de cauções – Água, Electricidade e Gás

SORTEIO EM HONRADE NOSSA SENHORA DO CASTELO

LISTA DE PRÉMIOS 2007

N.º ddo PPrémio Prémio N.º ppremiado

1.º 1 BBezerra 30972.º 1 CCordão dde OOuro 15393.º 2 AArgolas dde OOuro 35844.º 1 MMedalha dde OOuro NNSC 39545.º 1 MMedalhão dde PPrata NNSC 11136.º 1 MMedalha dde PPrata NNSC 00557.º 1 MMedalha dde PPrata NNSC 19038.º 1 IImagem dde PPorcelana NNSC 29599.º 1 IImagem dde PPorcelana NNSC 0896

10.º 1 MMedalhão dde CCobre NNSC 1246

Extracção rrealizada nno ddia 220 dde AAgosto dde 22007,pelas 222 hhoras.

A Mesa Administrativa da Irmandadede Nossa Senhora do Castelo

IIrrmmaannddaaddee ddeeNNoossssaa SSeennhhoorraa ddoo CCaasstteellooddee CCoorruucchhee

Atracou no passado dia 14de Agosto, no porto de Sines, omaior navio de contentores quealguma vez escalou Portugal, oSusanna, com 337 metros decomprimento e capacidade para9200 TEU's, ao serviço da Me-

diterranean Shipping Company.A CP Carga realizou, nesse

fim-de-semana, 13 comboiosespeciais de contentores queembarcaram naquele navio,acção que representou a opera-ção de cerca de 2400 TEU's.

Maior nnavio dde ccontentoresescalou PPortugal

Eu tive há tempos um sonhoe como é evidente, sonho é so-nho, longe, longe da realidade ecomo tal nele eram retratadosórgãos de informação a infor-mar com isenção e realismo.

Vem tudo isto a propósito damorte repentina de uma senho-ra, ainda na primavera da vida,que faleceu de paragem cardía-ca, no nosso principal Aeropor-to, informando o jornal que se láexistissem condições mínimasde cuidados de saúde (disfibri-lhadores), talvez a senhora nãomorresse. É bem possível quesim! Mas o tema não é este, massim a maneira como se informa.Relativamente a apoio para emer-gências, no Aeroporto Sá Carnei-ro é contactada uma enfermeiraque está em serviço perma-nente, em Faro é utilizado o 112

e segundo o Jornal e em títulode um escrito, lia-se “llhas SemApoio”. Até aqui tudo bem!Deduzía-mos que comparandoo apoio que havia no Continentecom o existente nas Ilhas, aqueleera bastante superior. Puro enga-no. Referindo ainda o Jornal, eleescrevia “o Aeroporto do Fun-chal tem apenas um posto desocorro com sete enfermeiros/asque funciona das 8 horas à meianoite”, afirmando ainda que noAeroporto de Ponta Delgada secontava com elementos doINEM.

Parece-me que preferia terum apoio de sete enfermeiros doque algumas das outras hipóte-ses de socorro, levando-nos noentanto o título da notícia a ad-mitir que o socorro seria poucoeficaz, quando afinal é precisa-

mente o contrário. É bom quequem escreve e tem responsa-bilidades no que põe à dispo-sição do leitor, tenha em menteque lhe deverá dar factos paraele decidir e não opiniões resul-tantes de factos.

Porque a informação escritaé uma força e um poder bastantegrande e ela própria tem localapropriado para publicitar asideias de quem escreve, masquando relata factos, tem queser isenta e imparcial.

Haja liberdade de imprensa,haja liberdade individual, hajademocracia, mas nenhum destesconceitos pode ser levado emconta se colidir com as mesmasprerrogativas dos outros cida-dãos que formam a Sociedadeem que vivemos, que se querjusta e equilibrada.

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Portugal no início da déca-da de 1970

Vários assuntos nesta fase davida portuguesa merecem des-taque: a crise política progres-siva, dada a contestação cres-cente, originada sobretudo nomeio estudantil universitário enos quadros permanentes dasforças armadas, (que iria ser a“semente” da revolução de 25de Abril de 1974), a continua-ção do crescimento económicoe da mudança estrutural da eco-nomia portuguesa, que de eco-nomia agrária dos anos 1940passou a economia industrial,acompanhada de um crescimen-to significativo do sector ter-ciário, e o nosso segundo pedi-do de negociações com a CEE,que desembocaria na assinaturado Acordo de 1972.

Recorde-se que já em 1961tinha havido o primeiro pedidode abertura de negociações coma CEE que tinha recolhido oapoio de todos os Governos dosmembros da organização e quesó não desembocou na nossaintegração dado o veto do Gene-ral de Gaulle ao alargamentodas Comunidades, dada a suaoposição à entrada da Inglaterra,nas mesmas.

No plano internacional acrise do petróleo de 1973 e o fimdo sistema de Bretton Woods, em1975.

No plano europeu a criaçãoda “Serpente Monetária” e o pri-meiro alargamento da Comuni-dade Económica Europeia, quepassou a contar, a partir de 1 deJaneiro de 1973, com nove país-es com a entrada do Reino Uni-do, Dinamarca e Irlanda e a con-sequente perda de influência daEFTA.

No início da década de se-tenta, Portugal vivia no planointerno uma situação de estabi-lidade económica, no entanto noplano político adivinhavam-se

algumas situações de agitação,de contestação ao regime.

No plano militar Portugalcontinuava a travar uma guerraem três províncias: Angola,Moçambique e Guiné. A Guinéera o caso mais complexo doponto de vista militar, dada apequena dimensão do seu terri-tório, a qual permitia ataquesdirectos, às nossas tropas, dirigi-dos da Guiné-Conakri e do Se-negal, com armas cedidas pelosSoviéticos.

Angola estava praticamentepacificada. O MPLA já nãoexistia, em 1970, no terreno dasoperações, enquanto força ar-mada, restando-lhe a propagan-da dos quadros exilados no exte-rior de Angola, chefiadas peloDr. Agostinho Neto com a ajudade Moscovo. Esta organizaçãofoi restaurada e armada por ofi-ciais superiores e oficiais gen-erais das Forças Armadas Portu-guesas no pós 25 de Abril –(para o efeito foi apoiada norecrutamento de populações jo-vens dos “musseques” de Luan-da e armada com armas do exér-cito português, sendo o granderesponsável por essa operação oAlmirante Rosa Coutinho e seusoficiais de confiança do MFA);a FNLA, do Dr. Holden Roberto,detinha duas companhias no ter-ritório, integradas por katangue-ses, estando práticamente inop-eracional em 1973, e a UNITA,do Dr. Jonas Savimbi que, entre-tanto tinha sido convidado paraGovernador de Sá da Bandeira,estava bloqueada no Leste.

Em Moçambique estava aguerra confinada ao Norte daProvíncia e à Região de Tete,em resultado da “Operação Nó-Gordio”, que estava literalmentea asfixiar a Frelimo (como reco-nheceu em 1975 o seu líder),desenvolvida sob o comando doGeneral Kaulza de Arriaga, en-tão Comandante-Chefe e Gover-

nador-Geral de Moçambique.Nas restantes províncias a

paz continuava a ser absoluta,dado que nunca se tinhamtravado quaisquer lutas políti-cas ou militares no seu interior.Na realidade em Cabo Verde,São Tomé e Príncipe, Macau eTimor, nunca tiveram lugarquaisquer conflitos armados.

O Chefe do Governo deentão, o Prof. Dr. Marcello Cae-tano, que sucedera ao Prof. Dr.Oliveira Salazar em Setembrode 1968, tinha suscitado emvários sectores a expectativa deabertura do regime autocrático,em direcção ao modelo demo-crático, seguido na maior partedos países ocidentais, mas nãona Europa de Leste, ondesobreviviam regimes ditatori-ais de ideologia comunista.

Autoriza o regresso à Metró-pole do Dr. Mário Soares, aquem o governo do Dr. Salazartinha fixado residência em SãoTomé e Príncipe, e do Bispo doPorto, D. António Ferreira Go-mes, personalidades da oposi-ção ao regime da Segunda Re-pública, dando assim sinais deabertura política.

Dava-se início à denominada«primavera marcelista», quedurou de Setembro de 1968 aOutubro de 1969, data de elei-ções legislativas.

Era claro que o Prof. Dr. Mar-cello Caetano não dominavatodos os grupos de poder que seconfiguravam no regime da 2.ªRepública, nem tão pouco osdiversos projectos políticos queexistiam nos partidários do re-gime, outrora coesos sob a auto-ridade do Prof. Dr. António deOliveira Salazar. E esse factoprovocou um debilitar da suaactividade governativa.

Coexistiam, com efeito, vá-rias correntes entre as quais aencabeçada pelo EmbaixadorFranco Nogueira que defen-

dia a integridade de Portugale das Províncias Ultramari-nas, como um todo pluriconti-nental e multirracial. Portugaldo Minho a Timor.

Outra solução era apresenta-da e defendida pelo GeneralAntónio de Spínola, no seu li-vro, “Portugal e o Futuro” pub-licado em 23 de Fevereiro de1974. O caminho apontado, nes-ta obra, face ao Ultramar, apon-tava para a constituição de umaFederação de Estados, em quePortugal seria um dos integran-tes, em pé de igualdade comtodos os outros desse conglome-rado; sobre a Europa, preconiza-va a adesão à CEE.

Também nos sectores eco-nómico-empresariais se divi-diam as opiniões, face ao princi-pal problema político português,deste início da década. Uns que-riam a continuação do Ultramarportuguês, como era o caso dogrupo do Dr. Franco Nogueira eo do General Spínola, outrosqueriam uma alteração signi-ficativa da situação, como erao caso da esquerda social--democrata, socialista e comu-nista.

A solução do próprio Pre-sidente do Conselho, que já ahavia exprimido ao ConselhoUltramarino, em 1962, em docu-mento apócrifo, em que de-fendia a constituição de um mo-delo federal, os Estados UnidosPortugueses, solução que jáhavia sido desejada pelo Dr. Sa-lazar.

Na prática, e chegado ao po-der, o Prof. Dr. Marcello Caeta-no acabou, após trágicas hesi-tações, por advogar o caminhoda autonomia progressiva e par-ticipada do Ultramar português.

Em 1971, fez aprovar modi-ficações à Constituição de 1933,em que o Estado Português ape-sar de continuar a ser unitário,passava a ter Regiões Autóno-

mas com poderes concedidospelo poder central, com a inten-ção de dotar as províncias ultra-marinas de autonomia progres-siva e participada.

Apesar de tudo, o início dadécada de 1970 foi um bomperíodo da vida portuguesa. Odesemprego continuava a serbaixo, os salários subiam signi-ficativamente devido à cres-cente competição entre as empre-sas, enquanto na administraçãopública a situação também me-lhorava, embora a um ritmoinferior.

Surge, pela primeira vez, o13º mês de salário para os tra-balhadores por conta de outrém,para a administração pública eserviços do Estado em geral, oregime de segurança social éestendido aos trabalhadoresagrícolas, nomeadamente noque diz respeito à reforma e sub-sídio de desemprego. O escudocontinuava forte e o crescimen-to económico do ultramar fazia--se a níveis altos.

Numa das suas tentativas derenovar o regime, o Presidentedo Conselho convidou a inte-grar a lista de Deputados à As-sembleia Nacional, pelo Partidodo Governo (nessa altura aindadenominado de UN – União Na-cional, a que viria mais tarde adar lugar à designação de ANP –Acção Nacional Popular), aapresentar às eleições de 1969,personalidades da denominada«ala liberal» que tinham opiniõesalgo distintas, das vigentes.

Foi assim que chamou o Dr.Francisco Sá Carneiro, o Dr.Francisco Balsemão, o Dr.Pinto Leite e o Dr. MillerGuerra, (para nomear apenasos que assumiram posições dedestaque na vida nacional, ocaso dos dois primeiros, ou atin-giriam grande notoriedade, nocaso dos segundos).

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200718

Dr. Miguel Mattos Chaves *

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* Gestor de Empresase Doutorando em Estudos Europeus

pela Universidade Católica

A Europa em mutação e as opções PortuguesasA orientação de política geral portuguesa do final da 2.ª República.A ruptura política do 25 de Abril e os novos desafios político-diplomáticos

(parte I)

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 19

As eleições tinham permiti-do uma campanha eleitoral on-de se teceram duras críticas aoregime, e onde o problemaultramarino foi por diversas ve-zes focado, percebendo-se queparte das oposições, sobretudoprovindas da CDE (onde seagrupavam os partidários doPartido Comunista e os progres-sistas «cristãos», onde pontifi-cava o Prof. Dr. Francisco Pe-reira de Moura, na altura repu-tado economista e professoruniversitário) e da CEUD (ondese agrupavam os sociais-demo-cratas, socialistas e republicanosradicais e onde pontificava oDr. Mário Soares), estavam nafirme disposição de querer re-solver a guerra no ultramar pelavia política, embora se perce-besse que o que estava por trásdeste discurso era conceder aindependência aos territórios dealém-mar.

Dá-se a crise na Universi-dade de Coimbra, que teve o seuponto de ignição na manhã de17 de Abril de 1969, que se pro-longaria por algumas semanas,e se estenderia à Academia deLisboa, mas que foi marcantepara o crescimento do descrédi-to interno em que a 2.ª Repú-blica começava a cair. Por umlado o regime não soube ou nãopôde dominar a crise, por outroa oposição, sentindo fraqueza ehesitação, tomou novo fôlegona contestação.

Na sequência destes acon-tecimentos é demitido, em Ja-neiro de 1970 o Prof. Dr. JoséHermano Saraiva, das funçõesde Ministro da Educação e é no-meado para o substituir o Prof.Eng.º Veiga Simão, cujo nomeficou ligado à última reforma doensino da 2.ª República.

No plano económico con-tinuava a assistir-se às taxas decrescimento económico, já des-critas em artigos anteriores(entre os 7% e os 9%), tendo noentanto sido algo prejudicadaspor uma crise internacional – ado petróleo, – também já referida.

Portugal, recorde-se, foi en-volvido directamente nas conse-quências dessa crise, – bloqueiopetrolífero – porque tinha dadoautorização aos aviões norte--americanos para utilizarem abase das Lajes, nos Açores, nasua rota para Israel, para o qualestavam a transportar equipa-mentos militares de apoio,aquando da Guerra do YonKippur.

No plano político as lutaspelo poder, no seio do próprioregime da 2.ª República, vieramao de cima, opondo os par-tidários, de longa e de recentedata, do Prof. Dr. Marcello Cae-tano, denominados desde a

crise de 13 de Abril de 1961 de«reformistas», aos mais conser-vadores e aos partidários doanterior Presidente do Conse-lho, mas sem grandes repercus-sões na vida quotidiana do cida-dão comum. Cabe aqui umareferência à denominada crisede 13 de Abril pela sua impor-tância em acontecimentos polí-ticos posteriores.

Tratou-se de uma tentativade golpe de Estado, lideradapelo General Júlio BotelhoMoniz, ao tempo Ministro daDefesa, e de que faziam parte oMinistro do Exército CoronelAlmeida Fernandes, o Subse-cretário de Estado do ExércitoCoronel Francisco da Costa Go-mes e o General Albuquerquede Freitas, Chefe do EstadoMaior da Força Aérea, que que-riam depor o Prof. Dr. OliveiraSalazar e colocar no poder oProf. Dr. Marcello Caetano, co-mo 1.º Ministro.

Como Ministro da Defesaficaria o próprio General Bote-lho Moniz. O papel que estariareservado ao antigo Presidenteda República, Marechal Cravei-ro Lopes, que colaborou nestatentativa de golpe, é ainda con-troverso.

Estas personalidades defen-diam, entre outras, a ideia deseguir os movimentos interna-cionais de autodeterminação dopós-guerra, em relação ao ultra-mar português. A questão foiresolvida por antecipação doDr. Salazar que na manhã dodia 13 de Abril, sabendo da con-jura, demitia por Decreto, anun-ciado aos microfones da Emis-sora Nacional, aqueles militaresdos respectivos cargos e os subs-tituía pelo próprio Presidente doConselho, na pasta da Defesa,pelo Brigadeiro Mário Silva, peloTenente Coronel Jaime Filipe daFonseca e pelo General Gomesde Araújo no Exército.

Os oficiais revoltosos prepa-ravam uma reunião para as 17horas, desse mesmo dia, em queseria anunciada a deposição doPresidente do Conselho. Com aantecipação da acção tomada poreste, a tentativa gorou-se pordesmobilização da maioria dosapoiantes do potencial golpe.

A crise desembocou em 25de Abril de 1974, tendo, nestadata, o Prof. Dr. Marcello Cae-tano sido transportado para oarquipélago da Madeira, emavião militar da Força AéreaPortuguesa, de onde seguiu, cer-ca de uma semana depois, parao Brasil onde se exilou.

Também o Presidente daRepública Almirante AméricoTomás teve o mesmo destino.

(continua nos próximos números)

Encomendado pelo regime deSalazar, o Padrão dos Descobri-mentos foi inaugurado a 9 deAgosto de 1960, por ocasião dacelebração dos 500 anos da mor-te do Infante D. Henrique. É umdos mais emblemáticos monu-mentos nacionais e um ex-librisda cidade de Lisboa.

Símbolo da expansão maríti-ma, esta escultura monumental,com 52 metros de altura, celebraos marinheiros, os patronos reaise todos os protagonistas da glo-riosa Era dos Descobrimentos.

O monumento evoca umacaravela com o escudo de Portu-gal nos lados e uma impressio-nante espada da Casa Real de Avissobre a entrada. D. Henrique, oNavegador, ergue-se à proa, comuma caravela nas mãos, e emduas filas descendentes, de cadalado do monumento, estão asestátuas de heróis portuguesesligados aos Descobrimentos.

Na face ocidental encontram--se D. Manuel I, que segura uma

esfera armilar, o poeta Luís deCamões, com um exemplar de“Os Lusíadas”, o pintor NunoGonçalves com uma paleta, bemcomo famosos navegadores, co-mo Vasco da Gama, Pedro Álva-res Cabral ou Fernão Magalhães,cartógrafos e reis.

O Padrão dos Descobrimen-tos actual, construído em betão ecom esculturas em pedra de lioz,é uma réplica do original, daautoria do arquitecto CottinelliTelmo e do escultor Leopoldo deAlmeida, erguido em 1940, para aExposição do Mundo Português.O monumento, constituído poruma leve estrutura de ferro e ci-mento e um conjunto escultóricode 33 figuras em estafe, foi des-montado em 1958 e reedificadodois anos depois.

A norte do monumento umarosa dos ventos de 50 metros dediâmetro, desenhada no chão eexecutada em mármores de vá-rios tipos, foi uma oferta da Re-pública da África do Sul em

1960. O mapa central, pontilha-do de naus, caravelas e sereias,mostra as principais rotas dosdescobridores nos séculos XV eXVI. A autoria do desenho per-tence ao Arq. Cristino da Silva.

No interior do monumentoexiste um elevador que vai até aosexto andar, e uma escada quevai até ao topo e de onde se temum belíssimo panorama de todaa Zona de Belém e do rio Tejo.

A cave é actualmente usadapara exposições temporárias.

Uma das mais interessantesperspectivas do monumento po-de ser observada a partir de oes-te, à luz do inigualável pôr do solde Lisboa.

Padrão dos DescobrimentosAv. Brasília 1400-038 Lisboa.Tel. 213 031 950Fax. 213 031 957Autocarros: 27 - 28 - 29 - 43 - 49.Eléctrico: 15.Comboio: Estação de Belém

Mundo Português

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200720

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 21

E, tudo começou com acorrida. Ainda hoje desig-nação nobre que explicita oque de melhor ocorre naspraças de toiros, embora aactualidade se encontre amilhas de distância dosprimórdios.

Em Coruche sempreaconteceram manifestaçõesda tauromaquia popularcom o agrado das gentes, e,os toiros na rua, eram (eserão) motivo de superaçãoe catarse para todos os quenão tendo sido dotados coma chispa de arte do toureio,que lhes permitiria a afir-mação nas arenas, se viam

obrigados a confrontar-sena rua, correndo os toiros,com os animais que ali lheslargavam para exercício debrios e consequente con-tentamento.

A sociabilidade dasgentes também se exacer-bava em tais momentos,dado que nas casas no tra-jecto dos toiros na rua, unsse afadigavam em bemreceber e outros se deleita-vam em ser bem recebidos.

Entretanto, tudo o queocorria era puro, comopuras e lhanas são as gentesdo Sorraia. Circunstânciaspoliticas, que não quero

agora na despesa da conver-sa, propiciaram que unsquantos tivessem voz, e nãoraro se contradissessem ecom o seu querer pretende-ram alterar os costumes.

Mas os costumes, quei-ram ou não estão insertosna matriz genética dos po-vos e é muito difícil que debarato se subvertam.

Com extrema argúcia einteligência, souberam asduas últimas Comissões deFestas recolocar os toirosna rua.

É bem certo que os toi-ros à corda pouco têm a verconnosco, mas estiveram na

rua e pesem pequenitas fa-lhas, agradaram.

Está lançado o fermen-to, só nos restando aguardarque devidamente a massapossa levedar e crescer.Positiva a experiência,com todo o respeito poralgumas das vozes que emsua época alteraram ascoisas, vamos voltar apugnar pelos toiros na ruaà moda antiga, com acerteza de que os vindou-ros agradecerão à vila queassim seja e as tradiçõesse mantenham.

Que a modernidade semanifeste positivamente

em outros aspectos e quedeixe em paz os aspectosque nos moldam.

Diz-se que foram home-ns do comércio quem maisse manifestou contra as lar-gadas tradicionais, aconteceque tão cheias agora queestavam as ruas, que decer-to mataram saudades dostemos em que tal era umaconstante.

Desgraçadamente, comdeslocalizações diversas ocentro da vila está cada vezmais adormecido. Que aomenos uma vez por ano serevele vivo e pujante. Vale?

Domingos da Costa Xavier

Voltaram os toiros à rua!

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António Ribeiro Telles, JoãoSalgueiro, João R. Telles Jr. e anova coqueluche da tauroma-quia nacional, João salgueiro daCosta. Pegaram, os ForcadosAmadores de Coruche, seis im-ponentes toiros do Eng. AntónioSilva, bem apresentados e cum-pridores no geral com excepçãodo primeiro, mansote e do quar-to, tardo de investida.

Excelente entrada de públiconaquela que é a data forte daMonumental do Rossio, comolhe chamou outrora o saudosoescriba taurino sorraiano Dr.Silva Santos. César Marinho di-rigiu com classe, assessorado

pelo Dr. Luís Alves.António abriu perante o me-

nos colaborador do curro, por-fiou um labor de entrega, supe-riorizou-se às qualidades dooponente alcançando os melho-res momentos na brega e nos cur-tos com o “Paquirri”, atacando.

João Salgueiro andou regu-lar nos compridos, para nos cur-tos armar um autêntico bom-bazo, entrando de frente, de iní-cio a dar vantagem ao toiro edepois encurtando distâncias ecravando com emoção.

João Telles Jr. foi outro dosgrandes triunfadores da tarde,com uma actuação recheada de

interesse de princípio ao fim.Desde esperar o toiro à portados sustos, levando-o engarupa-do com domínio assim comonos compridos cravados com

poder. Nos curtos deu primaziaàs sortes de frente e rematesartísticos para encerrar com otradicional violino e palmo emsequência.

Tudo com um brilhantismo euma transmissão própria doseleitos, levando o público a le-vantar-se das bancadas emestrondosas ovações.

João Salgueiro da Costaapresentou-se em Coruche, já decasaca, com responsabilidadeacrescida ao integrar o cartel deuma das datas mais importantesdo panorama taurino nacional.Esteve à altura do acontecimen-to, mostrando-se a gosto e pode-roso nos compridos, algumaverdura notada nos primeiroscurtos mas a ganhar consistên-cia nos dois últimos a alcançarum êxito importante perante umpúblico entendido e exigenteque o acarinhou.

A duo, António e seu sobri-nho João protagonizaram bonsmomentos de toureio, entendi-mento e auxílio na brega. Comojá vem sendo seu timbre, umalide à moda da Torrinha.

Salgueiros, pai e filho tam-bém mantiveram o interesse dopúblico, inovando. Foi na fer-ragem curta que, citando lado alado e partindo alternadamente,deixaram ferros de bom nívelem quarteios ajustados e rema-tados de forma superior.

Ao longo das seis lides, a suaconcretização complementou-secom a consumação das pegas.Seis ao primeiro intento, todaselas distintas, todas elas impo-nentes, cada uma ao seu estilo.Foram desfilando pela arena, ocabo Amorim Ribeiro Lopes, adar o exemplo e a moral para otriunfo colectivo.

Alberto Simões, Miguel Ra-poso, Pedro Crespim, Rui Go-dinho “Peitaças” e Nuno Feijo-ca foram os eleitos mas tambémos principais responsáveis doêxito, com destaque na segundapega para uma excelente ajudade Feijoca, além de todo o gru-po estar coeso nas ajudas.

Uma corrida memorávelpara as gentes da terra numatarde de Emoções e Triunfos!

Crítico Taurino

Tauromaquiasuplemento

Coordenação de Domingos da Costa Xavier

Não pode ser vendido separadamente.

Director: Abel Matos Santos • Registo ERC 124937Este suplemento é parte de O Jornal de Coruche nº 17, de Setembro de 2007

EmoçõesEmoções e Triunfos!

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Importante tarde de toiros a que se viveu em Coruche pelas tradicionais festas em Honra de Nossa Senhora doCastelo. Santa de incontornada devoção dos coruchenses abençoou a tarde de triunfo e glória dos seus paisanos.

António e João Telles Jr. com o forcado Rui Godinho e seu filho João Telles Jr. numa estupenda sorte de violino

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Face aos sucessos atesoura-dos na temporada transacta, foiexpectante no bom desempenhodos toiros de Veiga Teixeira queme desloquei à praça de Coru-che no passado dia 18 de Agos-to. Enganei-me, e mais engana-do se deve ter sentido o Gana-dero, dado que no que reporta àapresentação os exemplares quefez lidar nada tinham quereprovar. Já no que diz respeitoa forças e bravura, estamos per-ante outra conversa.

É caso para vos dizer que saida praça com muita saudade docurro do mesmo ferro com queDâmaso triunfou em Lisboa ecom que Munõz fracassou (por-que nem os quis ver), corridapicada (outra saudade…) acon-tecida bem antes do fecho da pra-ça para obras. Outros tempos.

Esta corrida tinha como ali-ciante o ser mista, com toureio acavalo e a pé, como é bem doagrado das gentes do Sorraia.Em verdade, no cartaz e nas cor-tesias, estavam Manuel TellesBastos e Manuel Lupi, com osAmadores de Coruche assumin-do as pegas, e, os matadores detoiros Luís “Procuna” e Nuno“Velásquez”, toureiros saídos daagora hibernante escola detoureio da Moita, de corte dife-rente, que interessaram enquan-to novilheiros, e, com poucasoportunidades de confronto en-quanto matadores de toiros.

Começou a corrida com uma

lide a duo dos cavaleiros anun-ciados, um profissional e outropraticante, e se é certo que nãoaborreceram, a sua prestaçãoesteve bem longe do triunfo querecentemente alcançaram emLisboa. Nas lides singulares ascoisas mudaram de feição, Ma-nuel Ribeiro Telles Bastos, fatal,deve ter averbado a pior actua-ção que lhe vimos em toda a suacarreira, e, mais não dizemosque uma má tarde toca a todos.

Lupi, esteve com brilho pe-rante um toiro que sem serexcepcional serviu, e, pessoal-mente satisfez-me ver que destavez se entendeu bem com assuas montadas, no mínimo (ouno máximo) condição que bastepara que surjam os triunfos.

Os Amadores de Coruche,

embora com honra para as suasjaquetas, tiveram uma tardemuito dura. Faísca, sempre mui-to bem, somente se fechou aoterceiro intento. Ricardo Almei-da só consumou depois de des-feita em que Francisco Prancha,que o ajudava saiu para a enfer-maria em estado convulsivo quedenotava gravidade, que feliz-mente se desanuviou. Por fim,António Macedo efectuou pegaduríssima.

Nem sempre as corridas sãofáceis e esta definitivamente nãoo foi, mas o grupo de ForcadosAmadores de Coruche, como éseu timbre, superou as dificul-dades, e voltou a averbar actua-ção digna. E, vamos lá então aotoureio a pé. Má pele a dos tou-reiros, pois se é certo que o

público estava para se entregar,também é verdade que se a qual-idade dos toiros disfarçou notoureio a cavalo (com os cornosno ar, se não são bravos, ser-vem!) é bem real que quandotêm que vergar o morrilho aprestação é outra.

Dos quatro exemplares lida-dos só um se deixou, e com istonão quero dizer nem que tenhasido bravo nem que a faenaministrada tenha sido cumbre.Ficou a dever-se a “Procuna” tallabor, e, os seus bons tércios debandarilhas em que reconheci-damente é fácil, e, a Velásquezagradecemos o toureio maispuro da tarde, que contudo sequedou em três verónicas emeia, o que é saldo curto paraque se fale em triunfo.

E, assim vai por cá o toureioa pé, situação desoladora. Opúblico de Coruche tinha de fac-to saudades de ver tourear a pé,recordando os tempos em que aescola de Coruche fornecia ma-terial sobrante para que na praçase explicasse, e por assim serque se louve a atitude do em-presário.

Contudo, sendo certo e sa-bido que tourear a pé sem varasé complicado, também se cons-tatou que os canastrões quesaíram à praça nem uma varasuportariam. Dá que pensar!

Quem pensou bem foi o Dr.Diamantino Diogo, que se nãoesqueceu de homenagear JoséSimões, António Sacramento eJosé Luís Coragem, lembrandoque há cinquenta anos actuaramno primeiro evento ocorrido napraça de Coruche, embora emobras e incompleta.

Como não me canso de afir-mar, é no respeito pelo passadoque se alicerça o futuro.

____* Médico veterinário

e escriba taurino

Nota: Mal entrei na praçafez-me queixas o director decorrida Manuel Jacinto acercada falta na praça de uma ban-deira nacional, dado que teveque utilizar uma de que semprese mune para colmatar tal falha.Tem razão, com urgência que sesupra tal ausência, que as nossasgentes até que se orgulham dasua nacionalidade.

DesilusãoQue desilusão Dr. Domingos da Costa Xavier *

SS OBREOBRE TTOIROIR OSOS

Fotos: João Costa Pereira

Tudo o que acontece numa praça de toiros tem que ver com o seu elemento primeiro – o Toiro –razão de ser de uma festa que precisamente se chama de toiros.

Homenagem a Coragem, Simões e SacramentoNuno Velásquez por “verónicas”

IITauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007

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Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007III Tauromaquiasuplemento

Corridas de toiros anun-ciadas nos levam à praça pelointeresse que potencialmentedespertam, e, outras poucomais que para cumprir ca-lendário. Ocorre que não raroas que nos despertam a ilusãose revelam perfeitos fracassose nos emocionamos com asque era suposto pouco maisadiantarem que números paraa estatística.

Vem a introdução a propósi-to da corrida de toiros aconteci-da em Lisboa, obviamente napraça de toiros do Campo Pe-queno (que contente fico de jáhá uns tempos não a ver crisma-da de Centro de Lazer), em quecom consciência da poucacapacidade de mobilização docartel, até se anunciava um con-curso de pegas. Falo-vos da cor-rida do dia 23 de Agosto, comManuel Jorge de Oliveira (acomemorar 30 anos de alternati-va), José Manuel Duarte, Fran-cisco Núncio, Sérgio Domin-guez Lapuerta, Gáston SantosWard (para que se não confundacom seu pai, do mesmo nome) eo praticante Francisco Palha.

Para as pegas, os grupos deForcados Amadores do Apo-sento do Barrete Verde de Alco-chete, capitaneado por JoãoMiguel Salvação, de São Man-cos, que Rui Piteira governa edas Caldas da Rainha, comNuno Vinhais de cabo.

Os toiros a lidar, de CunhalPatrício, já tiveram solar emCoruche, sendo que agora seabastam por terras alentejanas,de que se calhar os exemplareslidados assimilaram a calmaria,dado que se é certo que na gene-ralidade serviram, também écerto que todos os lidadoresestiveram por cima deles. Quesaudades dos tempos em queum figurão chamado Paco Ca-mino os exigia…

A corrida teve uma particu-laridade curiosa – quase todosos cavaleiros sabiam montar acavalo, o que é matéria notávelque devemos encarecer. Abriupraça Sérgio Dominguez La-puerta, não sei se tomando aalternativa se confirmando a querecebeu em Calahorra em 25 deAgosto de 2001, das mãos dePablo Hermozo, e seja como forpor cá cumpriu a função.

O Manuel Jorge, tocou-lheem sorte “Desviado”, toiroanunciado como tendo 508 qui-los de peso, nascido em 2002, acaminhar para a reforma, em2007 que já estamos.

De menos a mais, o jovemginete mostrou-nos cavalos

muito bem postos e cumpriuescutando até ovações grandes.É evidente que só lhe aprecia-mos os cavalos porque o espan-hol é exímio calção, e tambémse revelou bom toureiro, muitopor cima do “desviado” que lhetocou.

Na arena, surgiu depois“Ufano”, quatrenho que tocouao veterano Manuel Jorge deOliveira. Quando o cavaleiro

entrou em praça, fiz questão deo receber de pé com calorososaplausos, e cheguei à conclusãode que a afición necessita desuporte médico neurológico, tãopouco secundado no meu gestoque fui, até por parceiros próxi-mos da escrita taurina (os mes-mos que aplaudiram de pé, porexemplo Ponce, que até tersaído em ombros… nada tinha aver com Lisboa).

Manuel Jorge de Oliveira,em tempos do “Bafejado” e do“Foguete” foi primeiríssima fi-gura das hostes da cavalarianacional, deu para o peditóriosendo dos que mais toureoueventos beneficentes, e sobretu-do foi a base dos cartéis da suaépoca áurea. Em tempos de co-memoração dos seus trinta anosde toiros, bem que nos merecerespeito, ou não?

Pouco importa o pouco res-peito que lhe dispensaram, queo Manel vingou-se. O “Ufano”foi o toiro com mais qualidadeque o ganadero enviou, e Ma-nuel Jorge de Oliveira (que nospareceu mal montado, pese o terdesenvolvido a sua lide num sócavalo), ministrou-lhe uma lideà moda antiga, com verdade quese sentiu, comparando a modosdo que se passou com o Rincónem Madrid, toureando com“abuso” de distâncias em tem-

pos em que campeava o toureio“ensimista”,

Efectuou tiras com rigor ecumpriu os compridos com ver-dade e sem martingalas, e bemmelhor gostaríamos do que fez,não fora a velocidade. De qual-quer forma, parabéns Manel,dado que deixaste bem provadoporque razão te situaste tantotempo na linha da frente.

Depois, o escalabitano José

Manuel Duarte, no ano em quepretendia voltar à primeira li-nha, que chegou a ocupar, emtempos em que o seu falecidopai e seu tio se fizeram empre-sários. Lidou “Bandolim” e oscompridos foram o possível aum cavaleiro que se apresentoumontando um cavalo sujeito porum palmo de gamarra. Brindou--nos, montando um castanhocom rim, com um ferro curto deprimeiríssima nota, depois, maisnão disse porque acabou cum-prindo a ferragem com excessi-va abertura de quarteios.

De seguida, surgiu na arenaFrancisco Núncio, para dar lidea “Calmo”, que tal se mostrou, ede novo nos foi dado a disfrutarda sua monte primorosa. OFrancisco toda a vida carregoucom o excesso de peso do apeli-do, e, por assim ser, foi talvez omais mal tratado dos jovens quea seu tempo surgiram. Hoje, éminha convicção que se apre-senta em praça por puro deleitepessoal, que inteligentíssimoque é (para além de encantadorno trato pessoal) tem decertoequacionada a sua postura nopanorama actual, em que muitospormenores se sobrepõem à ver-dade conseguida na realidade daarena.

Houvesse aficionados cultose de boa memória na praça e

teria sido aplaudido só pela pos-tura nos cites que recordavamem pleno o seu celebrado avô(genes). Brindou-nos com tirasprimorosas e também com aque-les ferros de poder a poder sememendas na viagem, que louvá-vamos nos tempos em quecomecei a ter consciência afi-cionada, e decerto que ainda seouviriam os aplausos ao que fez,não fôra que a meia casa que viu

a corrida estivesse sentada tan-tos indocumentados. ParabénsFrancisco por esta brilhanteactuação.

Gáston Santos, com o estatu-to pessoal que detém, e, enquan-to herdeiro natural de seu pai,era suposto que tivesse forçapara impor condições. É bomque se recorde que o seu pai foio primeiro não nacional a luzircasaca, e também que é tão só omaior criador de lusitanos purosfora do território nacional. Co-mo para além de tudo isto ojovem tem maneiras, é minhaconvicção que lhe deveriam terdispensado outro tipo de trata-mento. Tomou a alternativa numcartel de seis cavaleiros, tocou-lhe o “garbanzo negro” do curroe não teve é lógico, possibili-dades de se reafirmar, apesar dobem que esteve face a um mor-laco sem condições, e agora in-cluído numa molhada, a cenarepetiu-se.

Lidou “Corisco”, um nomecom boa memória na nomen-clatura dos toiros, mas que nocaso não honrou o passado,tapava-se barbaridades, mas omexicano houve-se de maravi-lha com os compridos e estevemuito bem. Com os curtos, cre-ditou-se com dois dos melhoresferros da noite, mas dandodepois distâncias que mais pare-

ciam uma ponte sobre o Tejo, éevidente que se deixou ir a me-nos. Deixou constância de quepode vir a ser um caso, aparte oapelido, e bem que gostava de over sem a pressão de ter quemeter o rossio na betesga.

Fechou praça Francisco Pa-lha, outro excelente calção, comfigura a que só falta um bigodede pontas retorcidas para que selembre o recordado (e figura emseu tempo) Morgado de Covas.O que afirmo é puro elogio, nãová para ai algum maldoso inter-pretar o que digo às avessas.Nos tempos do morgado, cava-leiro que se exibisse em públicotinha que ser exímio e a monta-da em que surgisse aguentaruma lide, que mudar de monta-da era demérito e sinal de iné-pcia do cavaleiro.

A primeira vez que presen-ciei o estar de Francisco Palhafoi na inauguração do “tenta-dero” da Companhia das Lezí-rias em que lhe tocou um novi-lho de más ideias que se lidadoa pé se diria que não tinha umpasse. Nas vezes que voltei a vê-lo (poucas), voltei igualmente aimpressionar-me tão favoravel-mente quanto da primeira referi-da, que o rapaz está muito bema cavalo, tem o coração de açoque herdou do “Nico”, seu pai,forcadão que recordo sete vezesa ir à cara do toiro nos idos desessenta, em Almeirim.

Tem sentido de lide, jamaisme parecendo perdido na arena.Foi sem dúvida quem nesta noi-te melhor mexeu no toiro quelhe tocou, citou e reuniu comgalhardia e o seu terceiro curtofoi tão só o melhor ferro da noite(em meu modesto entender,claro está). Bem que merece ou-tra oportunidade em que se vejasem pressas.

O texto já vai longo e já menão vou adiantar em mais con-siderações, mas sempre vos di-go que os grupos em praça sou-beram honrar as jaquetas queenvergavam, e que, o júri insti-tuído para o efeito (ou o do cos-tume?) julgou que Pedro Oli-veira por São Manços se credi-tou com a melhor pega.

Já agora parabéns à empresa,que o troféu que o forcadoarrecadou era uma peça de bomgosto, bem longe das piroseirasque para ai se repartem e queum poucochinho de bom sensoobrigaria se não dessem a nin-guém.

Foi gira a noite lisboeta, e aespaços até teve o que se pede auma noite de toiros – Emoção!!!

____

Domingos da Costa Xavier

À moda antigaFoto: Inácio Ramos Jr.

Manuel Jorge de Oliveira (acompanhado de sua filha) e João Inácio no momento da sua homenagem

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IVTauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007

No dia 9 de Agosto, lidou-seem Lisboa, com toda a certezaum dos melhores curros detoiros da temporada, quiçá dosúltimos anos. Davam pelo nomede “Breque”, “Cirando”, “Te-lhado”, “Barrete”, “Ferro” e“Redoma”, tinham os quatroanos cumpridos e levavam napele o prestigiado ferro PintoBarreiros, que o ganadero Joa-quim Alves Andrade (seu actualproprietário), selecciona e cria.Em presença de um corridão, énatural que as coisas aconteçame aconteceram…

Tudo começou com a recons-tituição das formalidades da cor-rida à antiga portuguesa, as anti-gas cortesias, que feitas…, nãotemos nenhuma razão coerentepara que se dupliquem à ma-neira actual, a não ser para que opagode se aborreça com a abor-recida perca de tempo.

Mas, deixemos a “matéria deInverno”, e, vamos lá à corrida.

Joaquim Bastinhas, AntónioRibeiro Telles, Rui Salvador,Luís Rouxinol, João MouraCaetano e o praticante João Ri-beiro Telles (filho), estiveram àaltura do trapio e bravura queenfrentaram e seria de tododespiciendo referir detalhada-mente uma corrida televisiona-da, que decerto os meus ilustresleitores seguiram na pantalha

com a maior das atenções. Emverdade, os artistas esmeraram-se, e triunfaram forte, usando osrespectivos trunfos como se lhepedia.

Também os forcados, aliáscomo sempre, contribuíram pa-ra as emoções da noite. PorSantarém, foram solistas Sepúl-veda e Seixas Luís, Por Lisboa,Mira e João Lucas (a quem de-sejamos felicidades na vida decasado que iniciou) e pela Moi-

ta, Caneira e Wen, sendo que comdificuldade diversa honraram asjaquetas que envergavam.

A Praça esgotada, consentiuaquela aura que transmite e per-mite que as coisas aconteçam, eassim, para aficionados e públi-co em geral a noite foi na ver-dade uma noite grande, em quesó foi pena se não tenha vitoria-do como devia Joaquim Alves,dado que ao seu gado se deveu osucesso da noite, sabendo comosabemos que sem ovos se nãofazem omoletas.

Domingos da Costa Xavier

MMaass qquuee ccuurrrroo ddee ttooiirrooss!!

A castiça praça de toiros doSitio, na Nazaré, viveu na noitede 4 de Agosto uma jornada tau-romáquica de excelente nível. Ocurro de toiros do Eng. Jorge deCarvalho saiu de excelentecomportamento apenas com ex-cepção do terceiro, os restantessaíram com muita codícia,bravura e durabilidade, conjuntode qualidades pouco vista nosdias de hoje.

António Ribeiro Telles es-teve em grande plano na formacomo lidou os seus dois toiros,de cinco e quatro anos. Antóniolidou com maestria conseguindomanter um excelente nível emambas as lides.

João Salgueiro alcançou otriunfo da corrida diante dosegundo, o mais bravo dos bra-vos dessa noite, um toiro dignode um concurso, tanto em apre-sentação como em comporta-mento.

Salgueiro aproveitou-lhebem todas as investidas paracravar curtos de frente abrindo

ligeiro quarteio e reunir cingidoe com emoção, numa lide memo-rável. Diante do quinto voltou aestar em bom plano mantendo oexcelente nível da corrida.

João Moura Caetano não te-

ve sorte com o seu primeiro, oúnico manso de escassas opçõesao qual o ginete e limitou a cum-prir com a ferragem da ordem.

O sexto saiu debilitado e osobrero proporcionou-lhe tam-

bém um bonito êxito, diante doqual o jovem Caetano concre-tizou sortes ao piton contráriobem delineadas e cravagemacertada empolgando a assistên-cia com um toureio de impacto.

Excelente comportamentodos Forcados Amadores daMoita e Aposento da Chamuscacom destaque para a primeirapega destes através de AntónioMelara Dias, a pega da noite,quiçá a pega da temporada, peloestoicismo mostrado, aguentan-do fortes derrotes, com o toiro arasgar o grupo e romper para adireita sempre com o forcado nacara e a praça de pé a aplaudireuforicamente ate o grupo con-seguir recuperar, na gíria um au-tentico pegão!

Dirigiu Agostinho Borgesassessorado pela Dra. FranciscaClaudino apenas com o senãode deixarem por dois ferroscompridos no sexto toiro antesde o devolverem aos currais,quando este deu mostras de con-gestionado logo de saída e aempresa a ter que ceder o sobre-ro sem obrigatoriedade para nãodefraudar o público dum erroque não foi seu.

Texto e foto:Joaquim Mesquita

UUmmaa CCoorrrriiddaa PPaarraa RReeccoorrddaarr!!

Fotos: Abel Matos Santos

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Faleceu no passado mês deAgosto, Francisco Plíru, ban-darilheiro em quadrilhas impor-tantes como por exemplo a deLuís Miguel da Veiga, cujasaúde nos últimos tempos lhefaltou, tendo sido a doença maisforte do que ele.

Também registamos o passa-mento do grande forcado An-

tónio Murteira, iniciador dadinastia de forcados do mesmoapelido que continuam a pontif-icar no grupo de Santarém, paide Manuel Murteira e avô deforcado actual

Adendamos a esta brevenota necrológica o passamentoem acidente de mota, perto deÉvora, de

D. Francisco Azarujinha,cavaleiro de curta mas interes-sante carreira, uma das promes-sas do seu tempo de cavaleirotauromáquico que as vicissi-tudes da guerra do Ultramar edo 25 de Abril afastaram dasarenas.

____

Está programado para as 20horas, do próximo dia 19 deSetembro, o Jantar da TertúliaTauromáquica da Mexicana(TTM), após o qual haverá umapalestra subordinada ao tema"O Cavalo Lusitano na lide dosToiros", a cargo do prestigiadocavaleiro e ganadeiro PauloCaetano.

Terão também intervençõesMaria do Mar Oom, ProfessoraDoutora da Faculdade de Ciên-

cias e o Engenheiro João RalãoDuarte, da Associação Portu-guesa de Criadores do CavaloPuro Sangue Lusitano (APPSL)que abordarão questões relacio-nadas com o Cavalo Lusitano.

O interessante evento real-iza-se no Salão de Festas daPastelaria Mexicana, Praça deLondres, em Lisboa, e solicita-se aos interessados que asse-gurem a tempo as inscriçõespara o mesmo.

Jantar da TTM

Rui Bento, gerente taurinoda praça do Campo Pequeno eapoderado do matador espanholEduardo Gallo foi distinguidopelo júri dos prémios HotelPalácio do Mar como “Personamás influyente en la trayectóriade un torero”, referente à ediçãodeste ano da recém terminadafeira de Santiago. Por seu turno,Eduardo Gallo ganhou o prémiopara “Porta Grande” e a divisaportuguesa de Ortigão Costa, oreferente à melhor corrida.

Foram também distinguidos:

Triunfador da Feira, Julián Lo-pez “El Juli”; Trajectória Pro-fissional, Dávila Miura e Jesulínde Ubrique; Rejoneador maisvalente, Pablo Hermoso deMendoza; Novilheiro mais va-lente, Sebastián Palomo; Faenapara a história, José Mari Man-zanares; Troféu Arte e Valor,Juan José Padilla; Troféu “Pe-dro Romero”, “El Fundi”; Tou-reiro mais apreciado pela afi-ción, Francisco Marco; Aficio-nado mais exemplar, Luíz Diazde Ledesma.

Rui Bento premiadoem Santander

Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007V Tauromaquiasuplemento

Na quinta-feira, dois deAgosto, um curro de toiros comqualidade, com ferro de Sommerde Andrade, possibilitou noCampo Pequeno um noite detoiros digna. No cartel e na are-na, Ana Baptista, Sónia Matias,Manuel Telles Bastos e o prati-cante Manuel Lupi, sendo queos Amadores de Évora e de Mou-ra se encarregaram das pegas.

A duo as cavaleiras tiveramprestação diversa, sendo que aAna fez o toureio e a Sónia seencarregou dos gritos.

Pelo seu turno, os Manuéishouveram-se equilibradamentea contento no que fechou praça.

Nas lides a solo, as coisas soamde outra maneira. Ana Baptistaesteve bem, calma, templada ecom domínio das montadas.Telles Bastos esteve com classe,sobretudo com os curtos de ex-celente qualidade.

Lupi saiu da arena com hon-ra para o apelido e Sónia Matiasesteve em praça de forma inver-samente proporcional aos deci-béis que expande nos cites e nãosó, quase parecendo que só sepode ver o que faz (ou não faz)com tampões de caça nos ouvi-dos, que tanto berro irrita a al-ma. Esteve muito mal, mas é sa-bido que nem sempre se triunfa.

A forcadagem esteve digna.Bernardo Patinha, Gonçalo Pi-res e José Pereira, por Évora, e,Luís Monge, Cláudio Pereira eJaime Fialho, por Moura, comos grupos coesos a resolveremos problemas, deixaram patenteque a arte de pegar toiros é umfacto.

Meia casa fraca assistiu aoque resumidamente aqui seconta, deve ter sido pelo ecoocasionado com os vazios quesai da praça com dor de cabeça.

____DCX

escriba

Dê-me uns tampões, por favor…

Membro fundador da AMVAT(Associação de Médicos Vete-rinários com Actividade Tauri-na), Mário Carriço finou-se,infelizmente, em pleno exercí-cio desta actividade.

A festa de toiros tem trêsprotagonistas soberanos – otoiro, o toureiro e o público – esendo certo que o que afirmo éinquestionável, é também certoque muitas outras entidades sãofundamentais, pelo seu positivocontributo para que o rito sedesenvolva com a dignidadeque lhe inere.

Nunca será despiciendo opapel assumido pelo médicoveterinário, fiel de complicadabalança em que se pesam osinteresses do ganadero, da em-presa, do toureiro e, sobretudo,do público.

Sem toiros que se acreditemaptos, nada na festa de toirosacontece com verdade, mesmoque o desempenho na arena cai-ba a credenciado artista, que nãoraro está bem mais interessado

nas suas “facilidades” que naverdade que justifica a ascen-tralidade do culto que pratica.

Como atrás disse, cabe aomédico veterinário ser o garantepossível, e, quando falo em pos-sível sei bem do que falo. Mas,não pretendo falar-vos mais dobem conhecido papel que oveterinário desempenha na festade toiros que temos, mas simprestar sentida homenagem aum dos membros da classe quepor cá andou vertical e honesta-mente.

À família, que saibam quecompartilhamos da sua saudade,e, agora a palavra ao colega JoséManuel Ferão Lourenço, umdos que com Mário Carriço,mais conviveu nos últimosanos.

____DCX

No passado dia 29 de Julho,faleceu, após fazer o reconheci-mento dos toiros a lidar numacorrida em Valadares de Baião,

o distinto médico veterinário,Dr. Mário Carriço da Concei-ção, de 67 anos de idade feitos a14 de Julho passado.

Licenciou-se em MedicinaVeterinária na Escola Superiorde Medicina Veterinária deLisboa. Exerceu a profissão emMoçambique e Portugal, ocu-pando diversos lugares, desdeProfessor na Faculdade de Me-dicina Veterinária de LourençoMarques, hoje Maputo, Intendên-cia Pecuária de Beja, DRRO,médico veterinário assessor tau-rino e veterinário municipal deCaldas da Rainha, onde se apo-sentou, continuando a exercer asfunções até o preenchimento dolugar que estava a concurso.

Colega de fino trato, bomamigo e profissionalmente com-petente e honesto, foi com gran-de mágoa que vimos partir tãoimportante vulto da nossa pro-fissão.

____José Manuel Ferrão Lourenço

Médico veterinário, taurino

No seu posto…!

A festa ficou mais pobre

O P I N I Ã O

O Cavalo Lusitano na lide dos Toiros

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O empresário António Ma-nuel Cardoso (Nené), da empre-sa Toiros e Tauromaquia, quedetém a concessão da praça detoiros de Coruche para os espec-táculos taurinos, referiu ao Jor-nal de Coruche que deseja “con-tinuar a realizar corridas emCoruche” e “sente que fez umbom trabalho e que dignificou apraça da capital do Sorraia”,

mostrando a intenção de con-correr ao concurso para a reno-vação da concessão.

A concessão por três anos daPraça de Coruche, propriedadedo Lar de São José, da SantaCasa da Misericórdia e da Ir-mandade de Nossa Senhora doCastelo, termina no final desteano e prepara-se novo concursopara 2008.

Praça de CorucheEmpresário quer renovar contrato

Na altura em que o colegaPrancha estava inanimado naarena, Francisco d´Oeiras nãohesitou em colocar o seu pró-prio corpo em cima do colega,perante a ameaça do toiro, eacabou por ser corneado com aviolência que se pode ver nafoto.

Foi o Francisco como podiater sido outro, não tenho qual-quer dúvida disso, mas aqui ficao registo de uma atitude quedará que pensar aos delatores da

arte de pegar toiros, dos forca-dos e da tauromaquia em geral.Aprendam, se quiserem... se atanto a vossa “sensibilidade”chegar.

A tragédia rondou a Praça deToiros de Coruche, no passadodia 18 de Agosto de 2007, nacorrida integrada nas Festas deNossa Senhora do Castelo.Numa das tentativas de pega,lesionou-se o jovem Prancha doGrupo de Forcados de Coruche.Inanimado na arena, com con-

vulsões próprias de problemastraumatológicos ao nível do crâ-neo, valeu-lhe a valentia dosseus colegas de Grupo e osangue frio e pronta assistênciado Zé Ribeiro da Cunha minis-trando-lhe as manobras de rean-imação adequadas.

Igualmente os Bombeiros deCoruche, de quem o Zé já foiAjudante de Comando e a rápi-da presença do Dr. João Bastose do Enfermeiro Rui Prancha,contribuíram para que as coisasnão tivessem um desfecho gra-ve. Um Olé muito grande ao“Zé da Quinta”.

A sua decisão e os seus con-hecimentos técnicos aliados àcalma e decisão foram impor-tantes.

Os valores humanos doBombeiro, do Cabo de Forcadosque o Zé também já foi e sobre-tudo a sua disponibilidade totalpara ajudar os outros, ficou alibem patente naqueles minutosque nunca mais acabavam.

____João Costa Pereira

Richard Staats de seu nome,é pneumologista no HospitalAmadora-Sintra. Foi a segundavez que presenciou uma corridade toiros, a primeira vez haviasido semanas antes no CampoPequeno, ficou fã.

No dia 18 de Agosto deslo-cou-se a Coruche propositada-mente para assistir ao encierro,à tourada à corda e à corrida detoiros, da qual desfrutava deuma barreira no sector 7.

Ao pressentir que a vida de

um forcado inanimado na arena,corria perigo, saltou em seu so-corro. Afirmou após a corridanão se lembrar sequer que haviaum toiro de mais de 500 kgs naarena, apenas e só se preocupouem salvar a vida do Forcado dosAmadores de Coruche.

A vida é feita destes peque-nos grandes gestos, um alemãoem terras lusas, exercendo a suaprofissão mas com um coraçãobondoso e amor ao próximo.

Foi assim em Coruche no dia

18 de Agosto, decerto que ogrupo não mais irá esquecer ogesto humanitário deste ho-mem, deste médico.

Bem haja pelo seu gesto,pelo risco que correu sem pen-sar para salvar uma vida de umjovem que tem a coragem deenfrentar um toiro, tal como eleteve a coragem de saltar à arenaem seu auxilio.

____

Joaquim Mesquita

Um Forcado um Homem

Um pequeno grande gestoNas corridas deste ano da

Senhora do Castelo, já foi pos-sível ver e usufruir das melho-rias técnicas e das obras de ben-eficiação de que a Praça de toi-ros de Coruche foi alvo, sob ini-ciativa do Dr. Diamantino Diogo.

A intervenção foi grande,

desde a renovação total dascasas de banho, que se encon-travam sem condições mínimas,à recuperação da estrutura eléc-trica, colocando luzes de emer-gência e respeitando todas asnormas de segurança, até à pin-tura interior e exterior da praça.

João Moura Caetano, actuouno passado dia 14 em Castro Ma-rim, uma noite que não irá esque-cer, pois ficou marcada pelatragédia e pelo triunfo. Na pri-meira lide o cavaleiro de Mon-forte, viu o cavalo “Espectácu-lo”, cair inanimado e morrer naarena, com um ataque cardíaco.

Tinha ferro Arsénio Cordeiro eera utilizado nas bandarilhas.

Já a segunda lide, foi a do tri-unfo, onde cravou dois ferroscompridos de excelente nota,para depois cravar quatro curtosem sortes frontais também elesexcelentes, numa lide a gosto.

____

As obrasde beneficiação

MMoouurraa CCaaeettaannoo eemm CCaassttrroo MMaarriimm

VITauromaquiasuplemento Suplemento de O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007

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Mais de metade das candi-daturas apresentadas pelas Jun-tas de Freguesia do distrito deSantarém no âmbito do protoco-lo de aquisição de kits de pri-meira intervenção no combateaos incêndios florestais foramaprovadas pelo Governo.

Trata-se de um investimentode quase 317 mil euros, que vemreforçar o dispositivo já monta-do na região.

De um total de 72 candidatu-ras enviadas à Direcção-Geraldas Autarquias Locais (DGAL),foram 46 as Juntas de Freguesiacontempladas e que agora pode-rão dar os próximos passos paraa compra do material e integraro conjunto dos meios prepara-dos para o combate aos fogos.

Este número representa, parao Governador Civil de Santa-rém, “uma melhoria significati-va na primeira intervenção,permitindo que as localidadesmais distantes da sua sede deconcelho possam estar devida-mente equipadas e treinadaspara colaborar no sistema mon-tado”, referiu Paulo Fonseca.

Será o Comando Distrital deOperações de Socorro (CDOS)de Santarém a entidade respon-sável pela certificação do equi-pamento a adquirir e pela for-mação, que terá uma duração

total de oito horas e que será ori-entada pela Força Especial deBombeiros, vulgo “Canarinhos”,estacionada nos quatro Centrosde Meios Aéreos do distrito.

Joaquim Chambel fez ques-tão de relembrar que o objectivodo protocolo não passa pela cri-ação de uma estrutura de com-bate, mas sim pelo “aumento damalha da primeira intervenção”através da dotação de conheci-mentos às populações mais iso-ladas.

Joaquim Banha (na foto à di-reita), delegado distrital da Asso-ciação Nacional de Freguesias(ANAFRE) manifestou a inteiradisponibilidade por parte das

Juntas em colaborar neste pro-cesso e congratulou o facto deque o “Governo vem reconhe-cendo a capacidade das fregue-sias em responder mais e me-lhor em diferentes campos”.Joaquim Banha admitiu a exis-tência de dificuldades essencial-mente no que diz respeito aotransporte do equipamento, masé necessário que cada Junta seorganize e procure resolver oproblema. Uma das soluçõespassa pelo estabelecimento deparcerias com proprietários flo-restais, associações de produto-res ou mesmo associação decaçadores, explicou o responsá-vel.

46 Freguesias do Distrito de Santarém

Vão receber kitde primeira intervenção

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200728

A Comissão de Festas “OsQuarentões”, realizou a 49.ªedição da Festa em honra deNossa Senhora do Desterro, naVila de Pontével, Concelho doCartaxo, de 31 de Agosto a 4 deSetembro de 2007.

Esta romaria é a mais antigado Concelho do Cartaxo e reali-za-se anualmente, sendo organi-zada pelos residentes da Vilaque completem 40 anos, que sãopor isso designados de Quaren-tões.

Este ano o cartaz contoucom nomes sonantes da músicaportuguesa como Quatro Can-tos, Vitorino, Expensive Soul e

Blasted Mechanism, além dasvárias actividades tradicionais,como a queima do pinheiro, ci-clismo, corridas de carrinhos derolamentos, jogos tradicionais,picaria e dia do banho no rio.

SANTARÉMNOTÍCIAS DO DISTRITO CARTAXO

SANTARÉM

Pontével festejaNª Sr.ª do Desterro

A Nersant organizou umamissão empresarial à Roménia,no âmbito do desenvolvimentode acções de promoção da inter-nacionalização das empresas daregião de Santarém.

Esta é uma missão empre-sarial não sectorial, estando pre-vistas a realização de reuniõesinstitucionais, visitas técnicas e

reuniões com empresas rome-nas. A missão empresarial à Ro-ménia tem data de realizaçãoprevista para o período de 7 a 11de Novembro.

As empresas interessadasem participar deverão fazer asua inscrição através do [email protected] ou do telefone249839500.

Nersant preparamissão empresarialà Roménia

A Companhia das Lezírias,detentora de vasto patrimónioflorestal implementou um pro-grama de vigilância da florestanas suas propriedades, feita porjovens com idades compreendi-das entre os 18 e os 30 anos,numa área que vai desde a zona

de Porto Alto – Pegões, PortoAlto – Alcochete e Campo deTiro de Alcochete – Coruche.

Esta iniciativa resulta de umprotocolo assinado pela Junta deFreguesia de Samora Correiacom a Companhia das Lezírias,no âmbito do programa “Volun-

tariado Jovem paraas Florestas” doInstituto Portuguêsda Juventude (IPJ),que permitiu a inte-gração dos jovensde 6 de Agosto a 6de Setembro, paraacções de vigilân-cia da floresta, comformação dada peloIPJ e serviços de

protecção civil, e com uma con-tra partida de 160 euros sem-anais, alimentação e estadia.

Todos os jovens terão aindaao dispor bicicletas todo-o-ter-reno e cavalos para as patrulhas.

Companhia das Lezíriasinova na protecção da floresta

Para colaborar nesta rubrica envie,por e-mail ([email protected])

ou via CTT, as imagens ou situaçõesque deseje ver publicadas.

Falta de limpeza e conservaçãoDas bermas do aterro, deixa muito a desejar. Longe vão os tem-pos em que a Junta Autónoma das Estradas tinha cantoneiros aoseu serviço!

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A bicicleta e o cavalo sãodois dos meios utilizados no dis-trito de Santarém para a vigilân-cia da floresta contra os incên-dios florestais. O GovernadorCivil de Santarém foi no passa-do dia 20 de Agosto a Montalvo,Constância, e a Samora Correia,Benavente, para conhecer os lo-cais onde se verificam estas prá-ticas.

Para Paulo Fonseca, o dispo-sitivo de combate aos fogos nãoestá exclusivamente nas mãosdos bombeiros. É importante aexistência de um mecanismoeficaz de detecção e vigilância.Por isso, a integração de umcada vez maior número de enti-dades nesta vertente, sob coor-denação da Guarda NacionalRepublicana (GNR), contribuipara um trabalho ainda maispositivo por parte dos soldadosda paz. A utilização do cavalopara a realização de patrulhas,como acontece no Centro Hípi-co de Santa Bárbara, em Mon-

talvo, é “absolu-tamente saudá-vel, porque é dis-suasor da tenta-ção do crime”,afirmou o Gover-nador Civil, paraquem esta acçãoserve ainda umoutro propósito.O cavalo é umproduto turístico regional quedeve ser valorizado e que, comose verifica, possui característi-cas multifacetadas, onde seassocia o complemento dacidadania à actividade equestre.

Este aproveitamento demeios resulta na realização deduas patrulhas diárias por outrostantos circuitos, um dentro dapropriedade do Centro Hípico,com uma extensão de 15 quiló-metros, outro exterior, onde sãopercorridos 25 quilómetros.

Em Samora Correia, passa-se do cavalo para as duas rodas.Na Companhia das Lezírias, a

vigilância é efectuada com oobjectivo de proteger a maiorfonte de receitas da instituição:os 8.500 hectares de montado.

Apesar de a Companhia dasLezírias ser actualmente respon-sável pela Coudelaria Nacional,o recurso ao cavalo ainda não épossível, devido à inexistênciade jovens que saibam montar.No entanto, Vítor Barros, presi-dente da instituição, asseguraque a prevenção e a vigilânciaestão bem reforçadas, através dacriação de asseiros, dos seisguardas florestais, de um postode vigia e de pontos de água.

Cavalos e bicicletas vigiamflorestas

Os trabalhos serão efectua-dos em três de cada vez, e,durante um período de 60 dias,o tráfego rodoviário será total-mente interdito. É necesário,por isso, encontrar as alternati-vas mais adequadas, defendeuPaulo Fonseca, contando paratal com toda a participação daCâmara Municipal.

O Presidente da autarquia,Dionísio Mendes, manifestou asua preocupação pela “logísticacomplicada” que será necessá-rio montar, mas adiantou queserá fundamental a colaboraçãoda sociedade civil, nomeada-mente, as empresas de transpor-tes públicos de passageiros, asescolas e a própria GNR.

O rio Sorraia corta a vilacoruchense em duas partes, sep-arando a actividade industrial daárea comercial, o que implica amovimentação de cerca de milpessoas.

Os avanços significativos noprojecto do IC3 deixam igual-

mente o Presidente da CâmaraMunicipal de Almeirim feliz, apar das obras verificadas naponte D. Luís, que estabelece aligação com Santarém, e dasintervenções a realizar na ponteda Raposa.

Na centenária ponte D. Luís,os trabalhos estarão terminadosem Setembro de 2008, maistarde do que o previsto devido àdetecção da necessidade de subs-tituição total de determinadosmateriais, o que implica igual-mente uma ligeira derrapagemorçamental. Actualmente, parteda reabilitação do viaduto estápraticamente concluída, bemcomo parte da consolidação dossolos em torno dos pilares queassentam na água.

O Director de Estradas deSantarém, Alcindo Cordeiro,esclareceu que está terminada ainspecção de rotina a todas as433 pontes do distrito, onde severificou a necessidade da reali-zação de alguns pequenos tra-

balhos de manutenção, sem aexigência de elaboração de pro-jecto. Na EN 114, a ponte doBarbancho já permite, após umaintervenção de emergência, acirculação de veículos até 30 to-neladas, estando em concurso aconstrução de uma nova obra dearte. Também a da Freiria, namesma estrada, será substituída.

Na zona do Reguengo, Car-taxo, as intervenções na pontepermitiram duplicar a tonela-gem permitida para 20, sendoigualmente este o limite do pesona EN361, que liga a Alcanede,concelho de Santarém, a Alca-nena.

Durante a visita, foi aindaadiantado que, após a conclusãodas obras nas pontes da Cha-musca e D. Luís, será dado iní-cio ao processo para interven-ção na de Abrantes e na ponteferroviária entre Constância eVila Nova da Barquinha.

____GI-GCS

Pontes reparadas a partirde Outubro

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 29

CORUCHE NOTÍCIAS DO DISTRITO

34 milhões de euros, é o va-lor total do investimento emobras já efectuadas, em curso ea realizar em pontes no distritode Santarém, adiantou o Gover-nador Civil de Santarém, PauloFonseca. No passado dia 27 deAgosto, numa visita a diversaspontes do Distrito, o Governa-dor Civil mostrou-se satisfeitocom o trabalho da Estradas dePortugal (EP) apelando à com-preensão dos cidadãos para osimpactos que as intervençõesimplicam.

Até ao momento, as pontesjá intervencionadas envolveramverbas na ordem dos 12 milhõesde euros, estando previsto queas obras a decorrer e as que

estão em preparação somem umtotal de 22 milhões de euros deinvestimento.

O ritmo e o vigor do trabalhopor parte da EP e da Direcção deEstradas de Santarém são con-siderados muito satisfatóriospelo representante do Governo,sem esquecer as contrariedadesque as obras implicam no quo-tidiano das pessoas e das empre-sas.

Também o Director de Estra-das de Santarém, Alcindo Cor-deiro, pediu compreensão aosutentes, já que os “benefícios desegurança superam os incómo-dos”, e garantiu que tudo está aser feito para minimizar osimpactos.

SANTARÉM

34 milhões paraobras nas pontesdo distrito

SANTARÉM

De uma assentada só, pro-cedeu-se à reparação das pontesde Santarém, Chamusca e Cons-tância. Sem o mínimo de pla-neamento as duas margens dodistrito ficaram separadas.

A Celulose da Caima, aMitsubishi, várias transportado-ras e empresas localizadas noconcelho da Chamusca estãoem pé de guerra.

Recorde-se que só para a Ce-lulose da Caima, o número detransportes diários que passa-vam pela ponte de Constânciaera de cerca de 23 mil camiõesano, correspondendo a cerca de178 passagens diárias.

As margens comerciais das

transportadoras são mínimas.As alternativas são a Ponte Sal-gueiro Maia e a Ponte de Abran-tes mas mesmo esta está limita-da pela altura do túnel.

A NERSANT reuniu com asempresas prejudicadas e com asCâmaras de Constância, Cha-musca e Vila Nova da Barqui-nha. Nesta reunião, decidiu-sepedir uma audiência ao Secre-tário de Estado das Obras Pú-blicas que, até hoje, não foi con-cedida.

É possível que a situaçãovenha a endurecer dado queos prejuízos já ultrapassa-ram a fase da moderação.

A interdição ao trânsito nas pontes sobre o Tejoé uma situação que está a provocar sérios e graves prejuízos

às empresas e à economia regional.

Interdição ao trânsitonas pontes sobre

o rio Tejo

Nersant reúnecom empresas prejudicadas

No concelho de Coruche, serão seis as obras de arte a sofrerem intervençõesjá a partir de Outubro

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200730

ALMA LLUSÍADA

Ser portuguêsÉ amar a Pátria Portuguesa.

É tê-la sempre presenteÉ gostar com muita firmeza

Das nossas coisasE da nossa Gente...

Ser portuguêsÉ vibrar de emoção

Ao descobrirEntre mil bandeiras

Desfraldadas ao ventoA bandeira da Nação...

Ser portuguêsÉ ter orgulho da nossa história

E dos nossos antepassados.É dar testemunho

De tudo o que somosE com muito prazer

Nos sentirmos honrados...

Ser portuguêsÉ entoar com emoção

O nosso Hino e as nossas cançõesE sem apreensão

Cantar, falar, ou rezar,Em qualquer parte sem hesitar

A língua de Camões...

Ser portuguêsÉ ser diferente

É ter alma LusíadaÉ saber estar ausenteE em qualquer lado

Gostar de tudoO que evoca a PátriaE nos inspira amor

A esse cantinhoÀ beira mar plantado! …

Euclides Cavaco

POESIA

LICENÇA DE OPERAÇÃO DE LOTEAMENTOProcesso de Loteamento nº 06/2007

Discussão Pública

Dr. Dionísio Simão Mendes, Presidente da Câmara Municipal de Coruche, torna público,em conformidade com o n.º 1 artigo 22º do Decreto-Lei nº. 555/99, de 16 de Dezembro, naredacção conferida pelo Decreto-Lei nº. 177/2001, de 4 de Junho, e nos termos do dispostono artigo 77º do Decreto-Lei nº 380/99, de 22 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei nº310/2003, de 10 de Dezembro, que está aberto o período de discussão pública, relativo aopedido de licenciamento da operação de loteamento, – alteração da área de implantação doLote Nº. 5, sito na Rua Capitão Salgueiro Maia, Santo Antonino, Freguesia e Concelho deCoruche, prédio descrito na Conservatória do registo Predial de Coruche sob o Nº.03128/050892, requerido por ANTÓNIO ESTEVÃO CARVALHO PESSOA e Outro, NIF 141429 658, residente em Rua M.F.A., Nº. 2, Samora Correia.

O período de discussão pública terá a duração de 15 (quinze) dias, a contar da data depublicação do presente Edital.

O processo relativo da operação de loteamento, encontra-se disponível para consulta, naSecção de Licenciamento de Obras Particulares desta Câmara Municipal, das 9.00 às 16.00Horas, podendo os interessados apresentar as suas reclamações, observações ou sug-estões, por escrito, em requerimento dirigido ao Presidente da Câmara Municipal, dentro doprazo de discussão pública.

O Presidente da Câmara

(Dionísio Simão Mendes, Dr.)

Coruche, 28 de Agosto de 2007

CÂMARA MUNICIPAL DE CORUCHE

Foi a 19 de Agosto de 2003que um atentado a bomba à sededa ONU, em Bagdá, matou 22funcionários da organização.

No passado dia 17 de Agos-to, o Secretário-Geral das NaçõesUnidas, Ban Ki-moon, depositouuma coroa de flores em memó-ria das vítimas em Nova York.

O ataque a bomba ao HotelCanal, que feriu mais de 150pessoas, matou também o chefeda missão no Iraque, o brasileiro

Sérgio Vieira de Mello.http//radio.un.org/por

Bagdá: Sobrevivênciae Memória

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DA CONSOLIDAÇÃO DASOBERANIA NACIONAL

NO ORIENTE

Quarenta anos antes da Con-ferência de Berlim, aconteci-mento histórico onde as potên-cias imperiais estabeleceram efixaram as suas fronteiras tantono ultramar, como nas colónias,Portugal antecipou-se geopoliti-camente na definição das fron-teiras fixas dos seus territóriosultramarinos na Ásia.

Macau, como pequeno encla-ve banhado pelos Mares do Sulda China, começou por ser umentreposto comercial, passandoa Cidade Cristã Portuguesa – Ci-dade do Santo Nome de Deus, atése tornar num território ultrama-rino português.

Esta sequência que veio aconsolidar cada vez mais a pre-sença portuguesa só foi possívelpor uma questão, pela presençalusa em Macau, interessar àgeopolítica e geoestratégia chi-nesas. Por isso mesmo, a Penín-sula de menos de seis quilóme-tros quadrados, numa imensaChina, tornou-se na oferta doImperador chinês à Coroa Por-tuguesa, também por sinal degratidão pelos grandes feitos eesforços da Marinha Portuguesano combate e expulsão dos pi-ratas que assolavam os mares daregião. Nas entrelinhas destaoferta, autoridades lusas teriamde se comprometer, fazer daCidade um tampão de segu-rança, que serviria para impedirque outros europeus ou “bárba-ros do sul” invadissem o Impé-rio do Meio, pelos mares.

Em 1844, período históricodo estabelecimento da “Pax Bri-tânica”, da hegemonia inglesano mundo, a Cidade do Santo

Nome de Deus, Macau, ao tersobrevivido a vários ataquesholandeses nos séculos anterio-res, depois de merecer a divisadada por D. João VI, “Não háOutra Mais Leal”, as autorida-des políticas e militares ao ser-viço de Sua Majestade Fidelíssi-ma Dona Maria II, sentiramnecessidade de reafirmar a sobe-rania Nacional em Macau. Pri-meiro, devido à instabilidaderegional causada pelo períodode entre Guerras do Ópio (1839-42 e 1856-60), com a prolifera-ção de confrontos bélicos na re-gião, contávamos ao tempo jácom a conquista britânica aoschineses da ilha de Hong-Kong

(Victoria), ou chamada “cedên-cia forçada” do Tratado de Nan-quim.

O Império Britânico impôsainda à China, um segundo demuitos outros famosos “Trata-dos Desiguais”, que visou a per-missão dos britânicos a estabe-lecerem-se em Xangai, Ningpó,Xiamen e Fuzhou.

Em 1898, o sexto de sete tra-tados sino-britânicos, contem-plou a concessão por 99 anosdos Novos Territórios (penínsu-la de Kowloon) para estabeleci-mento militar e defesa da ilha de

Victoria. Sendo a lusa CidadeCatólica um outro enclave dealto valor estratégico que permi-tiria o domínio absoluto do Del-ta do Rio das Pérolas (rio quevem de Cantão), seria tambémda maior atenção e interesse dacobiça Vitoriana. De tais cobi-ças, Portugal veio a sentir napele, aquando do ultimato doMapa Cor-de-Rosa.

Segundo, porque ao registar--se o gradual aumento da inge-rência britânica nos assuntosinternos de Macau, através demilitares e outros agentes britâ-nicos que por lá aportavam ecausavam desacatos e movi-mentos subversivos, Portugal

teve a necessidade de tomarmedidas drásticas para controlara situação e manter a influênciageopolítica na região, o que tor-naria imperativo a reafirmaçãoda soberania Nacional em Ma-cau e aos olhos das potênciaseuropeias.

PROVINCIA ULTRAMA-RINA DE MACAU, TIMOR

E SÓLOR

A 20 de Setembro de 1844,entrara em vigor o Decreto real,que viria a reformular a admi-

nistração local, então baseadana autoridade do Leal Senado, aassembleia dos homens bons daCidade e primeira Câmara Mu-nicipal de Macau e da Ásia-Orien-tal, consagrando a figura do Go-vernador como principal órgãopolítico-administrativo. Aindano século XIX, o estatuto deTerritório Ultramarino deu lugarà Província Ultramarina, torna-da autónoma da jurisdição doEstado Português da Índia, econtou com acrescidas respon-sabilidades ao passar a incorpo-rar a jurisdição sobre Timor eSólor.

MACAU FACE À FEROZCONCORRÊNCIA DA

COLÓNIA BRITÂNICA

A então colónia britânica deHong-Kong, dotada de portosde águas profundas, desde logotornou-se no principal pólo co-mercial do Império Britânico naregião, o que veio a suplantar aimportância comercial do en-clave português.Medidas paraaumento da competitividademercantil tomadas pelas autori-dades ultramarinas, contaramcom a alteração do estatuto deMacau para porto franco, e naexpulsão definitiva dos agentesalfandegários ao serviço do Im-pério do Meio e dos respectivosresponsáveis mandarins. Estasmedidas foram decretadas em1846 pelo recém-chegado Go-vernador, Almirante João MariaFerreira do Amaral – que antesserviu no Brasil contra os inde-pendentistas, definindo-se comoliberal política e ideologica-mente, apoiante da Constituição– decidiu empreender um novoplano urbanístico para Macau,que veio a formatar a actualestrutura da cidade. O novo

plano de obras públicas consis-tiu na ligação estratégica porestrada da Cidade Cristã, a Sul,ao istmo a Norte que liga aoContinente chinês. Todo esteprocesso de reafirmação desoberania nacional, acabou porlevantar certo incómodo porparte dos Mandarins, da regiãode Cantão, que viram o seupoder e influência diminuídos,despoletando assim alguns con-flitos. Conta-se que um caso quedespoletou uma insurreição emMacau foi a profanação desepulturas devido às obras pú-blicas em curso.

Mercenários chineses e ou-tros comerciantes, súbditos domandarinato da Corte do Impé-rio do Meio, resolveram sabotara cidade e boicotar o comérciocom a Cidade Cristã. Face à in-surreição, para o estabelecimen-to da ordem e segurança públi-cas, o Governador de Macau fezum ultimato às hordas para aimediata normalização da vidacomercial em Macau, que foiconseguida, apesar de a contragosto.

Homenagem ao patriotae abnegado Governador

João Maria Ferreira doAmaral

“Com um charuto ao cantoda boca, dispensando a morda-ça, fez sinal ao cirurgião paradar início à operação, em poucotempo, já com o braço decepadona mão, o então jovem oficial efuzileiro naval João Maria Fer-reira do Amaral, atira-o ao ar eborda fora, gritando bem alto«Viva Portugal»”.

O Heroísmo dosGrandes Portugueses no Oriente

Vitório Rosário Cardoso *

CRÓNICAS DO ORIENTE

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 31

Nesta viagem pelo vasto Oriente Marítimo, contaram-se inúmeras aventuras, inúmeros gestos heróicos e patrióticos de portugueses,dignos do conhecimento público e de transmissão às gerações vindouras. Numa era de nacionalismos românticos, que foi o século XIX,Portugal, através dos Portugueses soube sempre responder e comportar-se à altura, às difíceis exigências políticas e na defesa de ummodo de vida que mais de 158 anos depois, foi a que vingou.

Hoje graças ao heroísmo e abnegação de dois grandes portugueses, Ferreira do Amaral, Governador de Macau e Coronel Mesquita,o Herói Macaense do Forte de Passaleão, mais de meio milhão de chineses vivem livremente em Macau.

> continua na página 37

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200732

Com a assinatura dos trata-dos de Roma, em 1957, inicia--se o processo de integração nacomunidade económica euro-peia (CEE). Para além dos paí-ses que em 1952 concretizaramo plano Schuman, constituindoa Comunidade Europeia do Car-vão e do Aço (CECA), depoisdo primeiro e segundo alarga-mento da CEE, em 1973 e 1981respectivamente, onde aderirama Irlanda, Dinamarca, Reino Uni-do e a Grécia, em 1986, no ter-ceiro alargamento, foi a vez dePortugal e da Espanha se junta-rem ao grupo e formarem umacomunidade de 12 estados.

A constituição da CEE foi oprimeiro dos vários estádios deintegração no espaço único. Inte-gração esta que ainda se encon-tra incompleta. Para além daintegração económica falta-nosainda a integração política. Estaúltima é de longe a mais difícilde alcançar porquanto represen-ta um esforço mais arrojado namedida em que os estados têmde aceitar por essa via transferirpara a gestão comum da entida-de supranacional certos elemen-tos políticos da sua actividadenacional.

Passados 50 anos do tratadode Roma e 21 anos da adesão dePortugal à CEE, continuamosainda bastante dependentes dasajudas financeiras provenientesdo orçamento comunitário comvista à coesão económica esocial. Seja, a redução das dife-renças de riqueza e desenvolvi-mento entre as diversas regiões,umas consideradas periféricas eoutras, ultra-periféricas.

Portugal tem assim benefi-ciado de apoio comunitário regu-lar desde a sua entrada na CEE.Estes apoios comunitários fo-ram transferidos na forma defundos estruturais e no fundo de

coesão. Este último criado peloTratado de Maastricht, em 1993,pretende promover o desenvol-vimento económico dos paísescom mais dificuldades, finan-ciando essencialmente projectosde apoio à economia como osdo domínio das infra-estruturasde transportes e do ambiente(saneamento, abastecimento deágua, etc.).

Os fundos estruturais procu-ram apoiar políticas específicas.Assim, o Fundo Social Europeu(FSE) está associado à políticade emprego e formação profis-sional; o Fundo Europeu deOrientação e Garantia Agrícola(FEOGA) destina-se à promo-ção do desenvolvimento rural eà reforma das estruturas agríco-las – Politica Agrícola Comum;o Fundo Europeu de Desenvol-vimento Regional (FEDER) fi-nancia a coesão económica esocial – Política Regional e porúltimo o Instrumento Financeirode Orientação da Pesca (IFOP)destina-se à Política Comum dePescas.

Com o Quadro de ReferênciaEstratégica Nacional (QREN) oFEOGA passa a dividir-se emdois outros fundos: o Fundo Eu-ropeu Agrícola de Garantia(FEAGA), para financiamentodas medidas de apoio ao merca-do e de outras medidas e, o Fun-do Europeu Agrícola de Desen-volvimento Rural (FEADER),para financiamento dos progra-mas de desenvolvimento rural.O IFOP é substituído pelo FEP(Fundo Europeu das Pescas).

As Fases dos ApoiosComunitários

A primeira fase foi relativaao período de 1986 a 1988 eficou designada de AnteriorRegulamento. A segunda foi re-ferente ao QCA 1989-1993

(QCA I). Esse Quadro Comuni-tário de Apoio procurou dimi-nuir as disparidades existentesentre as diversas regiões comu-nitárias. O QCA I direccionoucerca de 90% do investimentopara o objectivo 1 – Promover odesenvolvimento e o ajustamen-to estrutural das regiões menosdesenvolvidas e, em particular,ao eixo 2 – Apoio ao investi-mento produtivo e às infra-estru-turas directamente ligadas a esteinvestimento. Neste período, ovalor total de despesa públicaexecutada foi de 12,5 mil mi-lhões de euros.

A terceira fase, referente aoQCA 1994-1999 (QCA II) teveos seguintes objectivos: A apro-ximação à União Europeia e aRedução das assimetrias regio-

nais internas. O II Quadro Co-munitário de Apoio foi assinadoem 28 de Fevereiro de 1994 evigorou por um período de 6anos, de Janeiro de 1994 a De-zembro de 1999. Tratou-se deum contrato de parceria entre oGoverno português e a Comis-são Europeia, que visou levar acabo no terreno uma diversi-dade de programas por sector epor região, designados inter-venções operacionais.

Foram desenvolvidos 17Programas Operacionais agru-pados em 4 Eixos Prioritários,onde se integraram 14 Progra-mas de Iniciativa Comunitária,que traduziram objectivos estra-tégicos da política de desen-volvimento do país. Cada Pro-grama Operacional era, por sua

vez, constituído por duas oumais intervenções operacionais,de acordo com os objectivosmais específicos para que estavavocacionado. Eixo 1– Qualificaros Recursos Humanos e o Em-prego; Eixo 2 – Reforçar os Fac-tores de Competitividade daEconomia, Eixo 3 – Promover aQualidade de Vida e a CoesãoSocial e Eixo 4 – Fortalecer aBase Económica Regional.

Esse Quadro Comunitário deApoio obteve um envelope fi-nanceiro de 15,5 mil milhões deeuros. A este montante acres-ceram 1,1 mil milhões de eurosdestinados aos 14 Programas deIniciativa Comunitária e 3 milmilhões de euros para o Fundode Coesão.

A assinatura do III QuadroComunitário de Apoio, em finalde Março de 2000, marca aquarta fase do ciclo de fundoscomunitários e encerrou um pe-ríodo de cerca de dois anos emeio ao longo do qual se desen-rolou o processo de decisãoestratégica e de planeamento daspolíticas estruturais de desen-volvimento económico e socialpara 2000-2006. Esse processoiniciou-se com a elaboração doPNDES – Plano Nacional deDesenvolvimento Económico eSocial (Março de 1998 – Feve-reiro de 1999), prosseguiu coma preparação e apresentação doPDR – Plano de Desenvolvi-mento Regional (Janeiro a Ou-tubro de 1999) e culminou nanegociação e aprovação doQCA – Quadro Comunitário deApoio para 2000-2006 (10 deDezembro de 1999 a 31 de Mar-ço de 2000).

No QCA III os fundos estru-turais comunitários, conjunta-mente com os recursos nacio-nais públicos e privados, repre-sentam um investimento total de

Dr. Osvaldo Santos Ferreira *

ECONOMIA

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No Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) 2007-2013, Portugal deverá recebercerca de 21,5 mil milhões de euros.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 33

Todas estas reformas políti-co-administrativas e reafirma-ção da soberania em Macau,viriam a custar a vida ao cora-joso, heróico e mui patrióticoGovernador, em que um dia noBrasil, em batalha naval contraos independentistas, foi atingidono braço esquerdo por uma balade canhão disparada de terra, oque levou à necessidade de serin loco amputado do braço.

O jovem fuzileiro naval daCoroa Portuguesa, com um cha-ruto ao canto da boca, dispen-sando a mordaça, fez sinal aocirurgião para dar início à oper-ação, em pouco tempo, já com obraço decepado na mão, o entãojovem oficial e fuzileiro navalJoão Maria Ferreira do Amaral,atira-o ao ar e borda fora, gritan-do bem alto “Viva Portugal”.

A 22 de Agosto de 1849, oGovernador de Macau é assassi-nado por meia dúzia de chinesesoriundos da região chinesa deZhongshan, a soldo dos manda-rins descontentes e também, ale-gadamente do Vice-Rei de Can-tão, é primeiro cercado numaemboscada na zona norte dapenínsula, o Almirante JoãoMaria Ferreira do Amaral, mon-tado a cavalo tenta ainda resistir,mas acaba por sucumbir aosataques, em que foi decapitado eamputado do único braço quelhe restava, o direito.

A estátua de bronze do Go-vernador de Macau, que acaboude ser trazida para Portugal,poderá ser vista na alameda dojardim do Bairro de Encarnaçãoem Lisboa.

A conquista do forte dePassaleão

O HERÓI MACAENSEE “AS PORTAS DO

CERCO”__

“Quem quiser morrer que mesiga”

Por Deus, Pela Pátria e PelaRainha!

Pela Santa Liberdade!

Herói Macaense e do Forte dePassaleão – Coronel Vicente Nicolau

de Mesquita

Do início das hostilidades daChina Imperial contra a Cidadeportuguesa, resultaram, primei-ro, bombardeamentos de artilha-ria chinesa colocada nos fortespróximos de Macau e depois areacção do contingente militarluso para a defesa de Macau.

Segundo informações milita-res da época, a guarnição do for-te chinês mais próximo contavacom mais de 500 elementos, enoutros colocados em posiçõesmais elevadas, ao mesmo tempomais distantes, totalizavam maisde 1500 homens.

Foi neste ambiente de pro-funda crise, que emerge a herói-ca e corajosa figura do Segun-do-Tenente, Vicente Nicolau deMesquita, um militar macaense,de ascendência portuguesa, fielà sua Bandeira e ao assistir aoassassinato do Governador –símbolo vivo da autoridade daPátria –, propõe às autoridadesgovernamentais em substituiçãodo Governador, o Conselho doGoverno, para um ataque à po-sição militar chinesa mais críticapara Macau, o Forte de Passa-leão – nome traduzido do chinês“Pak-Shan-Lan” ou “Baisha-ling” – situado em Zhuhai, naregião chinesa imediata ao en-clave português.

O Herói do Passaleão ouHerói Macaense, posteriormenteconhecido como Coronel Mes-quita desafiou o contingente mi-litar português de Macau e cla-mou “Quem quiser morrer queme siga!”.

Cerca de 20 ousados solda-dos da Pátria ouvindo o apelo,juntaram-se-lhe, com algumaspeças de artilharia, marcharam edispararam contra o Forte dePassaleão guarnecido por maisde 500 militares imperiais.

Pelo único tiro de canhão ter

acertado em cheio a posição chi-nesa, as forças sínicas entraramem debanda, desorganizando--se, o que resultou da conquistalusa sobre os atacantes da pazmacaense.

Posteriormente, face a estagesta heróica nacional, as auto-ridades imperiais chinesas fize-ram um pedido de tréguas, com-prometendo-se em não maisatacar a Cidade de Santo Nomede Deus de Macau, sob a contra-partida das forças reais lusas dese retirarem até ao istmo e aífixarem a fronteira definitivado enclave.

No exacto local do istmo quefaz fronteira com a China, é em1870 erguido o arco das Portasdo Cerco, onde se assinala adata da morte do Governador e ada heróica conquista do HeróiMacaense, Coronel Vicente Ni-colau de Mesquita, a 25 deAgosto de 1849, sob a divisa daMarinha Portuguesa, “Honrai aPátria, que a Pátria vos Contem-pla”, e que hoje é PatrimónioMundial da UNESCO.

O nome do oficial macaenseveio a dar o nome à principalartéria que liga a Cidade Cristã àfronteira com a China.

Foi devido a este feito, quese fixaram as fronteiras físicasde Macau, permitindo após aoferta de Macau à China porPortugal, a 20 de Dezembro de1999, que toda a população chi-nesa e estrangeira com direito deresidência e permanência nanovíssima Região Administra-tiva Especial de Macau, pudessecontinuar a gozar de uma so-ciedade e economia livres, regi-do pelos princípios de “UmPaís, Dois Sistemas”, Macau sergovernada pelas suas gentes, pe-la igualdade de oportunidades,manutenção do modus vivendiportuguês, com os seus Direitos,Garantias e Liberdades consa-grados na Lei Básica – a “mini”Constituição de Macau –, cominstituições que defendem oEstado de Direito, baseadas noprincípio da legalidade, da sepa-ração dos poderes, da autoridadepolítico-executiva, legislativa ejudicial aliada ao forte dinamis-mo da Sociedade Civil.

A estátua do Herói Macaen-se do Forte de Passaleão, Co-ronel Vicente Nicolau de Mes-quita encontra-se à guarda dosComandos de Portugal, no Porto.

____* correspondente em Portugal

do Jornal Tribuna de Macau

CRÓNICAS DO ORIENTE

> continuação da página 35

O Heroísmo dos Grandes Portugueses no Oriente

42 200 milhões de euros para operíodo 2000-2006.

Para finalizar, entramos ago-ra na quinta fase, com a apro-vação do QREN 2007-2013.Portugal no período 2007-2013deverá receber cerca de 21,5Mil Milhões de euros para afec-tar a três objectivos estratégicos:Convergência; CompetitividadeRegional, Emprego e Coope-ração Territorial. Neste períodopretende-se reforçar as dotaçõesdestinadas à Qualificação dosRecursos Humanos, passando oFSE a representar cerca de 37%do conjunto dos Fundos Estru-turais, aumentando em 10 pon-tos percentuais a sua posiçãorelativa face ao QCAIII – corres-pondentes a um montante su-perior a 6 mil milhões de Euros;o reforço dos financiamentosdirigidos à Promoção do Cres-cimento Sustentado da Econo-mia Portuguesa, que recebe umadotação superior a 5 mil milhõesde Euros, envolvendo o PO Te-mático Factores de Competiti-vidade e os PO Regionais; ascorrespondentes intervenções,co-financiadas pelo FEDER,passam a representar cerca de65% deste Fundo Estrutural. Porúltimo, pretende-se também oreforço da relevância financeirados Programas OperacionaisRegionais do Continente, exclu-sivamente co-financiados peloFEDER, que passam a represen-tar 55% do total de FEDER amobilizar no Continente, assina-lando-se que a dotação finan-ceira dos PO Regionais das re-giões Convergência do Conti-nente (Norte, Centro e Alentejo)aumentará 7% face ao valorequivalente do QCA III.

O “QCA III”NO CONCELHO DE

CORUCHE

No Quadro Comunitário deApoio 2000-2006 (QCA III),que ainda está em curso até Ju-nho de 2008, o Município deCoruche tem aproveitado deforma eficiente os fundos estru-turais e o fundo de coesão, tendojá usufruído aproximadamentede 15 Milhões de euros de fundoscomunitários. A este montantede financiamento comunitáriocorresponde um investimentona ordem dos 23 Milhões deeuros e um esforço financeiropor parte do Município de Co-ruche de 8 Milhões de euros.Estes fundos foram direcciona-dos para várias áreas de inter-venção, devidamente enquadra-das nas directrizes e regulamen-tos da Comunidade Europeia.Foram realizados diversosinvestimentos de interesse mu-nicipal e intermunicipal, comoas acessibilidades e equipamen-tos, a valorização ambiental epatrimonial e a formação para odesenvolvimento.

No âmbito das acções inte-gradas de base territorial, foramapresentados projectos à medidaValtejo, cujo impacto do investi-mento tem sido notório, nomea-damente o relacionado com aRevitalização da Zona Ribeiri-nha de Coruche.

Ainda no Programa Opera-cional Regional de Lisboa eVale do Tejo (PORLVT), foramcandidatados projectos à medi-da 8 e medida 16 do eixo 3, parafinanciamento da remodelação econstrução de infra-estruturasde educação pré-escolar e equi-pamentos desportivos, respecti-vamente.

O Município de Corucheestá preparado para começar acandidatar projectos de investi-mento ao QREN logo que talseja possível. Com base nas ori-entações do QREN o Municípiotem delineado a estratégia deintervenção no desenvolvimen-to do Concelho de Coruche, pro-curando tirar, uma vez mais, omáximo partido do ProgramaOperacional da Região Alentejo(PORA), após a integração naRegião Alentejo e, se possível,dos três programas operacionaistemáticos: Competitividade, Va-lorização Territorial e PotencialHumano.

Entre o vasto leque de pro-jectos que compõem o planea-mento estratégico do Municípiode Coruche, é de salientar a in-tenção de continuar o desenvol-vimento das infra-estruturas desaneamento básico e das infra--estruturas rodoviárias, arrua-mentos e equipamentos.

O Município de Coruche aofazer parte da Lezíria do Tejo,que por sua vez será integradana Região Alentejo (NUT II),cujo objectivo é ainda a “Con-vergência”, o mais generoso detodos, vai possibilitar o acesso afundos comunitários que na actu-al situação não seria possível.

A permanência da Lezíria doTejo (NUT III), na Região deLisboa (NUT II) seria penaliza-dora para o Município de Coru-che. A Região de Lisboa, emresultado do crescimento da suaeconomia, passará para o regi-me “Phasing-out” e passa a in-tegrar o objectivo “Competiti-vidade Regional e Emprego”.Por ser uma região cujos níveisde riqueza se aproximam da mé-dia comunitária, o envelope defundos comunitários será assimmais limitado.

Esperamos pois, que o exe-cutivo Municipal mantenha odinamismo que tem marcado asua governação desde 2002,apresentando atempadamente ede forma selectiva todos os pro-jectos que considere relevantespara o desenvolvimento econó-mico e social do Concelho, con-tribuindo dessa forma para umamelhor qualidade de vida dosseus Munícipes.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 35

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200736

O ganho da autonomia porparte da criança nem sempre éfácil para os pais, uma vez queesta conquista faz-se através deavanços e retrocessos e umanova etapa no caminho da auto-nomia pode levar à percepção,por parte dos pais, de um novoafastamento.

Na ânsia de tornar os seusfilhos autónomos, estes acabammuitas vezes por criar pressõessobre os seus filhos e sobre sipróprios, contribuindo para umaumento de tensão em algumasetapas do desenvolvimento.

Em seguida apresentamosalgumas sugestões que poderãoapoiar os pais, avós e educado-res nesta conquista.

Fraldas Versus Bacio“Qual é a altura certa para

o meu filho começar a usar obacio?”

“Sinto-me pressionada pelosmeus pais para lhe tirar as fral-das, devo obrigá-lo a isso?”

Desde que o bebé nasce quea mudança da fralda se torna ummomento muito especial. Rapi-damente é esquecido o descon-forto inicial e esta passa a seruma oportunidade para o bebé eos pais se conhecerem e troca-rem afecto.

À medida que a criança cres-ce, também o momento da trocade fraldas e a higiene precisa dese adaptar às novas necessida-des da criança. Pode, por exem-plo, ter que mudar as fraldascom a criança em pé, quandoadquire esta nova capacidade e aquer explorar.

Quando chega a etapa doTreino do Bacio, começam asurgir pressões de muitos lados:dos avós, da creche, dos amigos,até de si próprios e muitas vezesos pais acabam por se sentirobrigados a pressionar os seusfilhos a deixarem as fraldas,mesmo antes de estes estarempreparados para o fazer, poden-do surgir problemas como aretenção das fezes, a enuresenocturna, etc.

Antes da criança deixar asfraldas, esta precisa de adquiriralgumas capacidades, sem asquais o treino do bacio poderesultar em insucesso.

Afinal, quando é que o meu

filho está preparado para dei-xar as fraldas?

Existem várias opiniões so-bre qual a altura certa para a cri-ança deixar as fraldas. No entan-to, a maioria dos autores apontao final do segundo ano, comosendo a altura em que a criançaestá preparada para iniciar o seutreino.

Embora aos dois anos algu-mas crianças possam manifestarinteresse pelo bacio, isto nãosignifica que estas já estejampreparadas para usá-lo.

Perante o grande entusiasmodos pais, esta poderá até dimi-nuir o seu interesse.

A melhor forma de perceberse a sua criança está ou nãopreparada é observar com muitaatenção os sinais que esta lhe vaidando.

Brazelton, um pediatra derenome, refere alguns sinais:

a) A criança depois de teraprendido a andar e de ter explo-rado o mundo que a rodeia, des-cobre a mão e os dedos e já con-segue estar quieta e sentada afazer actividades mais elabora-das;

b) Já é capaz de compreen-der as palavras e de cumpriruma instrução com duas etapas;já se encontra preparada para

dizer não, mostrando-se capazde tomar decisões sobre se estáou não preparada;

c) Começa a colocar as coi-sas no lugar certo. É capaz deapanhar os brinquedos do chão eguardá-los na sua caixa;

d) Procura imitar o compor-tamento dos pais e das pessoasde quem ela gosta. Ela está aten-ta quando os pais vão à casa-de-banho;

e) Começa a ter horáriosmais previsíveis para fazer oschichis e cócós;

f) Começa a ter consciênciado seu corpo.

Se estes sinais não estiveremtodos presentes, talvez sejaimportante esperar mais algumtempo, até que a criança estejaefectivamente preparada.

O seu filho pode ainda dar--lhe outros sinais:

a) Começa a dizer-lhe quefez necessidades, pedindo paratrocar a fralda;

b) Brinca com os bonecosdizendo que estes vão à casa debanho;

c) Começa a vestir-se e adespir-se sozinho, tornando-semais independente;

d) Observa os outros a uti-lizarem a sanita;

e) Aumenta os comporta-mentos de imitação.

Esteja atento às pistas que oseu filho lhe vai dando: porexemplo, se ele se esconde a umcanto quando quiser fazer cocó,provavelmente está-lhe a dizerque ainda não está preparado.

Sendo esta uma etapa quetambém causa muita pressãonas crianças, é importante que oseu filho perceba que pode fazertudo ao seu ritmo e que a deci-são é dele, se for necessáriopoderá voltar às fraldas.

A criança sente que os cocósfazem parte dela e precisa deconseguir imaginar mental-mente que aquela parte que lhepertence ainda existe em algumlugar. Algumas crianças assus-tam-se com o autoclismo. Nestecaso, evite puxá-lo ao pé delas.

Evite batalhas no uso da casade banho. Algumas crianças vãoutilizar este controlo para testa-gem dos limites dos pais.

Crie rituais e sinais de prepa-ração. Torne a ida ao bacio nu-ma oportunidade para comuni-carem.

Leve o seu filho a comprar obacio consigo; deixe-o sentar--se no bacio com a fralda vesti-da; deite o conteúdo da fralda nobacio; tire-lhe a fralda e deixe-opassear sem esta; vista-lhe umascuecas de treino.

Manter-se seco durante anoite é uma capacidade quedemorará mais tempo a ser con-trolada. É necessário que o apa-relho urinário e os esfíncteresestejam amadurecidos e que osciclos de sono já estejam bemdesenvolvidos, para que a sen-sação de bexiga cheia o façadespertar.

Não dê muita importânciaaos acidentes quando estesacontecem. Mostre-lhe que oapoia.

Não se esqueça:

Na conquista da sua autono-mia, as crianças podem ter retro-cessos.

Capacidades já adquiridascomo o não fazer chichi à noitena cama, podem regressar com aconquista de uma nova etapa dedesenvolvimento.

Torne-se um observador ex-periente, e esteja atento aos si-nais que o seu filho lhe vai dan-do. Procure perceber se na basedo retrocesso pode estar a aqui-

sição de uma nova competência,se existe alguma fonte de stress,como a chegada de um novoirmão, se houve uma mudançana rotina ou se este está a serpressionado na creche.

Procure viver esta etapa como seu filho sem grandes pressõese aproveite cada momento parafortalecer os laços afectivosentre ambos.

Não seja demasiado impa-ciente. A vitória não deve sercelebrada em demasia, a criançapode sentir que lhe roubaram oseu papel e retroceder

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O Papão ... Os Medosdas crianças

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Queridos meninos,

Faço ideia que, com ocalor que tem estado, já todosdevem ter ido com os vossospais ou famílias, ao rio ou àpiscina, e que já tenhamtomado alguns bons banhi-nhos.

Eu gostava muito de estarem Coruche agora para ir aoRio molhar os pés ao pé dojardim, apanhar algumas pe-drinhas, brincar com rãnzi-nhas que saltam de pedra empedra. Já as viram? Sabem deque cor são?

Eu quando era pequeninagostava muito de “caçar”rãnzinhas com os meus ir-mãos. E depois fazíamos cor-ridas com as nossas rãs, a verquais saltavam mais alto.

Era muito giro. E as maispequeninas, que ainda nãotinham patinhas, tinham umacabeça muito grande e umrabinho comprido. As pes-soas mais velhas chamavam-lhes girinos, mas nós chamá-vamos-lhes cabeçudos.

Passávamos tardes muitodivertidas ao pé dos açudes, àprocura das rãs no meio daservas e nas margens do Rio.

Quanto mais verdes, maisbonitas eram.!

Ora vamos lá ver quem éque faz um desenho do rio,com rãnsinhas e meninos atentarem apanhá-las.

Eu mando-lhes aqui umfeito por mim para vocês ve-rem. E vamos lá ver se fazemalguns também.

____

Enviem os vossos desenhos e textos para:Rua de Salvaterra de Magos, 95. 2100-198 Coruche

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Era uma vez. . .As rãs verdes

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 37

Queridos Pais

Este mês volto a falar-vos ea meditar sobre um tema queao longo da vida sempre mepreocupou: o dos CastigosCorporais e da Humilhação.

De geração em geração,todos nós ouvimos o seguinteditado. “De pequenino se torce opepino”. O que significava que,para muita gente, disciplinar acriança era, a maior parte dasvezes, utilizar castigos corpo-rais, ou seja, bater-lhes.

Hoje em dia, no entanto, te-mos que nos habituar a pensardoutra maneira. Os castigos cor-porais (todos nós temos cons-ciência disso) acabam realmentecom um comportamento incor-recto da criança. Mas porquê?Apenas porque a assustam e lheprovocam dor física. Porquereforçam o poder e provam amaior força do adulto.

Todos nós nos lembramostambém do poder do nosso Pai eda nossa Mãe e de como issonos assustava.

Mas também nos lembramosque nessas alturas nós não os

admirávamos ou respeitávamos.Sentíamos revolta.

Um pai que usa de violênciacom a criança pouco mais lhemostra do que quem manda. Epassa-lhe uma mensagem clara:Eu sou maior do que tu e não terespeito!

Então a criança fecha-senuma concha de revolta e terásempre dificuldade em aceitaros ensinamentos morais doadulto que lhe bateu.

Uma mãe contava que aindase lembrava perfeitamente da-quilo com que apanhou. E onde.Mas não se lembrava das razõesporque lhe tinham batido. Diziasentir vergonha e vontade de sevingar.

Situações como esta provo-cam sentimentos de humilha-ção. E a criança castigada comhumilhações ganha muito maisvontade de se vingar do que depedir desculpa.

Quem, das gerações passa-das, não se lembra das palma-toadas com a régua ou com “amenina dos 5 olhos”?

Em França, em vez desta,usavam “o martinet”, que eraum chicote com uma bola na

ponta. Claro que nem todas asvezes com que ameaçavam eleera usado, por vezes era só umaameaça, mas a criança não deveviver aterrorizada para controlaros seus actos.

Mas, infelizmente, nós conti-nuamos a ler todos os dias notí-cias de crianças violentamenteespancadas por adultos… poraqueles que mais as deviamdefender de qualquer violência.

E violência gera violência.Pois, queridos pais, os “mi-

mos” o afecto, a calma, nasrelações com as crianças, nuncafizeram mal a ninguém. Os paisbatem nas crianças, sobretudo,quando estão “fora de si”. E istonão ensina nada de positivo àscrianças.

Referindo-se ao acto de cas-tigar uma criança, batendo-lhe,diz Brazelton: “Não podemosdar-nos ao luxo de as disciplin-armos sem lhes darmos razõesmelhores e mais duradouraspara assumirem a plena respon-sabilidade pelo seu comporta-mento”.

Pensem nisto, queridos pais,antes de levantarem a vossa mãopara uma criança.

Bater nas crianças é humilhá-las

EDUCAR AGORA

Mariazinha A.C.B. Macedo*

Educadora de Infância *

A Matilde gostou tanto das festas e do nosso stand que quis tiraruma fotografia e enviou para nós.

Obrigado, um beijinho e continua a ler o nosso jornal Comida para fora e Frango no Churrasco

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Foi com alguma surpresaque todos nós vimos as recentesmodificações na estrutura técni-ca da equipa do Benfica no finaldo mês de Agosto já com umajornada do Campeonato Nacio-nal disputada. Será que fez bemo presidente dos encarnados,Luís Filipe Vieira, substituirFernando Santos por Cama-cho? Provavelmente.

Fernando Santos é sem dúvi-da um técnico sério e compe-tente tendo-o já demonstradopor diversas vezes mas é igual-mente um treinador com poucocarisma e com alguma dificul-dade em catapultar a equipa

para patamares superiores ondea parte psicológica se revelaessencial para extrair o melhorque o jogador tem. Por isso éum treinador que não serve parao Benfica! Agora, analisandofriamente a situação pareceu-meuma tremenda injustiça. Comodizia uma pessoa que me émuito próxima, o presidente“quis sacudir a água do capote”ao atribuir a responsabilidadedos maus resultados da equipa àincompetência do treinadorapoiando-se na teoria de que oBenfica tinha o melhor planteldos últimos anos! Vieira esque-ceu-se com certeza que Fernan-do Santos não teve culpa nenhu-ma de perder os insubstituíveisSimão, Miccoli, Karagunis eManuel Fernandes tendo parasubstituí-los contratado jovensincertezas.

O presidente benfiquistaprejudicou a equipa ao não tersubstituído Fernando Santos nofinal da época tendo agora deci-dido “correr” com ele tarde e amás horas! Vamos ver o queCamacho pode fazer por esta

renovada equipa cheia de jovensjogadores. A esperança é grandee o caso não é para menos.Camacho fez duas excelentesépocas ao serviço dos encarna-dos apenas suplantado pelo“Super Porto” de Mourinho.Agora atenção, o treinador espa-nhol parte em clara desvanta-gem em relação aos seus adver-sários! Por agora, a passagem àLiga de Campeões já foi umexcelente tónico!

Os principais adversáriosdos encarnados defrontaram-seesta semana para mais um clás-sico jogado nas antas! O resulta-do foi favorável ao Porto atravésde um lance polémico ajuizadopelo árbitro Pedro Proença. Foiou não atraso ao Guarda-redes?

Eu penso que não! Nãoacredito que Polga tenha queri-do passar a bola ao Guarda-redes num posição tão delicada,pareceu-me sim ter-se esticadopara tentar tirar a bola de qual-quer maneira perante o perigo.No entanto admito que o lance édifícil de ajuizar e que até sepossa eventualmente dar o be-

nefício da dú-vida ao árbi-tro. PauloBento não sequis desculpare muito bemcom este lancee preferiu acon-selhar o seu

guarda-redes a não hesitar emchutar a bola em caso de dúvida.O jogo foi emotivo, equilibradomas com pouca qualidade dejogo! Tanto o Sporting como oPorto têm os suas equipas e osrespectivos sistemas de jogoperfeitamente definidos ao con-trário do rival Benfica masainda lhes falta dar uma quali-dade extra ao seu jogo que ape-nas é oferecida a espaços porQuaresma, João Moutinho eLiedson. Diga-se em abono daverdade que o campeonato aca-bou de começar e que tanto oPorto como o Sporting têm con-dições para fazer muito melhor!

Esta semana assistimos amais uma jornada gloriosa doatletismo Português com a con-quista da medalha de ouro porparte de Nélson Évora na disci-plina de triplo salto. Não acredi-to sinceramente que o atletismoportuguês tenha evoluído espe-cialmente no treino das disci-plinas técnicas. Acredito sim naextraordinária capacidade físicae psicológica de atletas comoNélson Évora ou Naide Gomes(que falhou o bronze por 4cm).Digo isto porque o treinador deNélson Évora veio dizer que oatleta necessita de mais trei-nadores que o ajudem a treinarduas vezes por dia e de umapista coberta. É este o estado doatletismo em Portugal. Temosjovens com valor mas uma falta

de condições de treino inacei-táveis. Construíram-se dez está-dios novos dos quais metadedeles “às moscas” e não se écapaz de ter uma pista cobertapara os atletas treinarem. Mui-tos deles à falta de patrocíniostêm que conciliar os treinos comoutros empregos para se pude-rem manter economicamente epagar os gastos dos treinos.Assim sendo e pegando nas de-clarações do treinador do nossocampeão do mundo, o atletismoportuguês tal como acontece emoutras modalidades está conde-nado a sucessos esporádicosprotagonizados por “fenóme-nos” que contrariam todas asadversidades para alcançarem oêxito!

Por último devo fazer refe-rência à participação da Selec-ção Nacional de Rugby noMundial de França no mês deSetembro. Esperemos que a “oslobos” consigam atingir o ob-jectivo que passa por vencer ojogo contra a Roménia. Nãoserá fácil até porque irá ser oúltimo jogo dos 4 que irão dis-putar podendo a equipa chegar aessa fase já bastante cansadafísica e psicologicamente. Emcaso de vitória será com certezao melhor presente que se lhepoderia oferecer, eles que mere-cem mais do que ninguém…

____Comentador de Desporto

Agência Funerária Jacinto, Lda.Funerais, Trasladações e Cremações

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200738

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IGREJA DO CASTELODia 7 - Nelson David Garcia RibeiroDia 14 - Mariana Garcia Tadeia, Mariana

Sofia Serrador António

IGREJA MATRIZDia 29 - Fábio Alexandre Eusébio

Correia, Isabela Alexandra ArsénioRolão, Filipa Patrício Banha Romão

• CASAMENTOS •

IGREJA DO CASTELO

Dia 7 - Nelson Ribeiro com MarleneSilva

Dia 14 - João Paulo Dias com SóniaCorreia, Paulo Coelho com ElizabeteBarata, Norberto com Sónia Friezas

Dia 21 - Marco Pirralho com AdrianaCosta

Dia 28 - Carlos Costa com SandraPascoal, Duarte Formigo com MartaInês, Vítor Mira com VeroniqueCoelho

IGREJA DA FAJARDADia 8 - Carlos Claudino com Carla

Mendes

• FALECIMENTOS •Dia 6 - Custódia Maria, 92 anos,

Joaquina Maria Ferreira, 89 anosDia 8 - Rosária Maria Godinho, 91 anosDia 9 - Patrocínia Maria dos Santos

Pereira Custódio, 37 anosDia 13 - António da Costa, 96 anosDia 14 - Luís Manuel Feliciano Moleiro,

43 anosDia 16 - Gualdino António, 89 anosDia 17 - Terezo Alves dos Santos, 77 Dia 19 - Hernâni José Gomes Penedo, 29 Dia 24 - Manuel António Ferreira, 77 Dia 27 - Custódia Maria, 82 anos Dia 29 - António João Alves Taxa, 68

anos e Maria Augusta, 94 anosDia 30 - António Azevedo, 94 anos;Dia 31 - José Correia D'Oliveira, 74 anos

Informações dda PParóquia dde CCorucheJulho dde 22007

João Sobral Barros *

DESPORTO

Estamos em grande

Camacho, novo treinador do Benfica

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 39

A sexta edição do PortugalAir Show irá decorrer nos dias14, 15 e 16 de Setembro, no Ae-ródromo Municipal de Évora,promovido pela Câmara Muni-cipal desta cidade PatrimónioMundial e organizado pela AE-ROpress.

O evento irá acolher mais decem empresas ligadas ao sectoraeronáutico e ultrapassa o regis-tado em qualquer das ediçõesanteriores.

Com a presença de umagrande variedade de aviões nasdemonstrações de performancee exibição, outros dos destaquesdo programa do Portugal AirShow 2007 é a realização deconferências e fóruns sobre atemática aeronáutica e ummaior número de aviões em ex-posição estática com grandes

novidades, inéditas e históricas.A intensa movimentação de

aeronaves, baptismos de voo,apresentações ao público, exibi-ções e acrobacia aérea, bem co-mo o enorme interesse da áreade exposições, a presença da

aviação virtual, as conferênciase fóruns temáticos e ainda todasas actividades paralelas irãocentrar todas as atenções dacomunidade aeronáutica, e nãosó, na cidade alentejana patri-mónio da UNESCO.

De 1 de Junho a 31 de Julho de 2007, portanto metade daépoca balnear, nos locais vigiados pela BÚZIOS (piscina deCoruche, Piscina de Almeirim, Complexo Aquático de San-tarém e Açude da Agolada), registaram-se 295 ocorrências.

Destas, 21 foram consideradas graves, incluindo-se 10salvamentos e nenhuma morte.

Em relação à Época Balnear de 2006 regista-se umadescida de 49 ocorrências, menos 6 graves e menos 3 salva-mentos, resultante de uma forte estratégia de prevenção queassenta num constante reforço de regras e conselhos a ban-histas pelos Nadadores Salvadores, elevada afixação de fol-hetos de regras nos locais de banho, campanhas de sensibi-lização a crianças realizadas na escolas, campos de fériaspedagógicos (Nadador Salvador Júnior), demonstrações desalvamento pedagógicas e elevada coordenação, formação eprofissionalismo dos Nadadores Salvadores.

Nelson Évora, ao serviço dePortugal, conquistou a medalhade ouro na modalidade de triplosalto no Mundial de AtletismoOsaka 2007, decorrido no Japão.

Esta gesta do atleta do SportLisboa e Benfica, tornou-o noprimeiro a arrebatar a primeiramedalha desta modalidade téc-nica para Portugal, ao não darhipóteses aos concorrentes,fixando-se na marca dos 17,74metros.

Quanto à vitória, NelsonÉvora afirmou para a AgênciaLusa ter tido um “sabor espe-cial”, concretizando assim um“sonho” de há muito.

O jovem português campeãodo mundo, acrescentou que“entrei muito bem na prova esabia bem que queria fazer umbom resultado. Sabia tambémque o recorde pessoal (era17,51) devia dar medalha. Ain-da não consigo acreditar que ofiz... Estou muito feliz”.

Parafraseando a visão e de-sejo do Infante Dom Henrique,Nélson Évora quer numa pri-meira fase “ganhar experiência”,“amadurecer” e depois sim, “irmais além”. O sonho lúcido deNelson Évora é o de ultrapassar

a barreira dos 18 metros, es-tando consciente de que será

difícil bater o recorde do Mun-do, fixado em 18,29 metros, mas

que se um dia “lá chegar, serácom naturalidade”.

O agora feito herói portu-guês da modalidade do triplosalto, é filho de pais oriundos daantiga Província UltramarinaPortuguesa de Cabo Verde, nas-ceu na Costa do Marfim e veioviver para Portugal Continentalaos seis anos de idade, mas sóem adulto é que se naturalizouportuguês.

Imagens marcantes do atletaem Osaka, foram a volta de gló-ria pelo estádio com uma enor-me bandeira de Portugal nascostas, o emocionar de NelsonÉvora ao ouvir o Hino Nacional,

confessando de seguida que“tudo o que adquiri do atletismofoi em Portugal. É aí que tenhoas minhas raízes, claro que mesinto português, sim!”

O Campeão português rece-beu a medalha de JonathanEdwards, recordista mundial damodalidade. “Já há muito queansiava receber uma medalhadele. Aprendi muito com ele, aver os vídeos das suas provas.Pensei, ao receber a medalhadele: é lindo, é lindo...”, salien-tou o atleta à comunicação so-cial.

____VRC

Portugal Air Show 2007é em Évora

Nelson Évora sagra-se Campeão Mundialdo triplo salto, em Osaka, no Japão

Ocorrênciasda época balnear de 2007

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Mais de três décadas após a sua morte, o seu nome continua asuscitar polémica. Defendido por uns, acusado por outros, idola-trado ou odiado, símbolo de uma época de ouro recordada comsaudade ou da estagnação e do “atraso português”?

Nogueira Pinto faz em poucomais de 200 páginas, uma sín-tese cultivada e inteligente dopensamento político de Salazar eum retrato desapaixonado da suapersonalidade. Analisa dois dosperíodos mais cruciais da vidaPortuguesa, a Guerra Civil deEspanha e a 2.ª Grande Guerra.Esta obra constitui o primeiroretrato de Salazar feito de formadesassombrada e distanciada poruma personalidade de direita nopós 25 de Abril.

E é nesse sentido um contri-buto inestimável para a históriarecente de Portugal.

O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200740

Está de novo em exibiçãonos cinemas o filme Torrebela,um documentário sobre a ocu-pação das propriedades do Du-que de Lafões, no Ribatejo, em1975. É uma janela aberta de parem par sobre o PREC – e a vistaque de lá se tem é tremenda.

Quem tiver estômago paraver este extraordinário docu-mento fica a perceber o alíviogeneralizado que em Portugal serespirou após o 25 de Novem-bro – e porque o país pratica-mente em peso “assinou porbaixo”, como se diz. Foi verda-deiramente o tempo maior domal menor.

O “dossier de imprensa” dofilme inclui um texto em por-tuguês mascavado do realizadorThomas Harlan, em que alémdo mais nunca acerta com onome próprio dos Duques deLafões. O cineasta alemão

manifesta uma original com-preensão do que é “um movi-mento campesino”, feito comoele diz de “ex-trabalhadoresagrícolas, antigos imigrados(sic) que voltaram ao país, rein-cidentes (supõe-se que na práti-ca de algum crime?), bêbedos,prisioneiros políticos libertados(um, dois?)”.

Um blogger entusiasta destaepopeia da “ocupação selva-gem” observa, em tom de la-mento, que o filme retrata “umperíodo irrepetível da Históriado Portugal Contemporâneo”.Dá a impressão de que gostariade o ver repetido, no que poucoso devem acompanhar.

Fiquei a saber, entretanto,que Thomas Harlan, nascido em1929, é um dos filhos do segun-do casamento do realizador ale-mão Veit Harlan, um homem detalento que se distinguiu na

cinematografia do III Reich ecujo filme mais conhecido é “OJudeu Süss”. (Entre parênteses:Veit Harlan morreu em 1964; arevista francesa de cinemaPositif, solidamente de esquer-da, publicou na altura a seguintee muito elegante notícia cro-nológica – cito de cor: “Temos oenorme prazer de anunciar amorte tardia do cineasta naziVeit Harlan, realizador de ‘OJudeu Süss’”.

A revista ainda se publicamas hoje em dia raramente aleio. Fartei-me de a ler quandoera feita por Raymond Borde,Robert Benayoun, Ado Kyrou,entre outros. Comprava-a regu-larmente na Livraria Buchholz,em Lisboa, nos tempos do obs-curantismo fascista em que nãotínhamos acesso à “cultura”.)

____Miguel Freitas da Costa

Livro “O Erro da Ota”

“O Erro da Ota”, é uma obra que compi-la argumentos contra a localização defendi-da pelo Governo para o novo aeroporto deLisboa. É um livro “da sociedade civil” contrauma “concepção errada do ordenamento dopaís”, resumiu Mendo Castro Henriques, coor-denador editorial de “O Erro da Ota e o Futurode Portugal”, a primeira obra sobre a con-strução do novo aeroporto internacional deLisboa e que compila textos de 22 autores,como o sociólogo António Barreto, o econo-mista Miguel Frasquilho, o general Loureirodos Santos e o Arq. Gonçalo Ribeiro Telles.

A construção do novo aeroporto na Ota éum erro porque “não está provado que sejanecessário, é um enorme esforço que pode nãoter justa recompensa e não se esgotaram asalternativas”, argumentou Rui Moreira, presi-dente da Associação Comercial do Porto, ondefoi feita, esta quarta-feira, a apresentação dolivro.

Moreira, que escreve um dos 22 artigos daobra, acredita mesmo que a Ota pode vir a sero “Titanic” de um Governo que “governa emfunção das sondagens”. A localização do novoaeroporto de Lisboa foi “manifestamente umadecisão política”, cujo processo envolveu a ocul-tação de alguns estudos com reservas face à Ota.

“É uma decisão política que o Governoassumiu e que tem dificuldade de recuar. Admitoque seja para não perder a face. Mas isso [voltaratrás] é a grande marca dos estadistas. Percamdois ou três meses. Recuperam-se rapidamente.Estudem a ‘Portela mais um’”, afirmou.

O presidente da ACP defende a chamadasolução “Portela mais um”, que passa porampliar o aeroporto existente e desenvolver umsecundário para as companhias “low cost”.

“Queda gigantesca” no turismo em lisboaO engenheiro António Brotas considera

também que o “processo de decisão tem sido deocultação” e diz que a Ota é uma escolha “dra-mática”. “A construção da Ota obriga a gigan-tescos movimentos de terras. Talvez não hajano mundo um aeroporto que tenha exigidotanta movimentação de terra”, exemplificou.

Lembrando que o aeroporto da Ota vai ter“inevitavelmente” “tarifas muito caras”, An-tónio Brotas prevê uma “queda gigantesca” noturismo em Lisboa. “Precisamos de um aero-porto 'low cost'”, adaptado à nova realidade dascompanhias aéreas de baixo custo, corroborouRui Moreira. “O próprio Governo reconheceque [a Ota] é 'high cost'”.

Segundo Brotas, é necessário estudar se éviável a localização do novo aeroporto namargem sul do Tejo. “Só há um estudo a fazer:pode ou não ser na margem sul? Se puder ser,há vários locais. Se não, o que estranhava, é naOta”, concluiu.

Torrebelao filme

É o livro do momento! O segredo éo livro mais vendido (de não ficção) emtodo o mundo ao longo deste ano.

Nesta obra, a autora faz uma pes-quisa intensiva e várias entrevistas apessoas de várias áreas profissionais afim de conhecer o segredo do sucesso,o grande segredo.

A editora é a Lua De Papel.

A não perder . . .Telma Leal Caixeirinho

SUGESTÕES

LIVRO

20 de Setembro é (final-mente!) a data prevista para aestreia (em Portugal) do filmesobre a vida de Manolete,toureiro espanhol. Já tinha men-cionado neste Jornal (JC do mêsde Fevereiro) a excelente inter-pretação de Adrien Brody (cujassemelhanças físicas com Mano-lete são impressionantes) e dePenélope Cruz como Lupe Sino,o amor proibido do matador.

Manolete recorda os últimos7 anos de vida do toureiro.

Um filme a não perder!!!

25 anos depois do fim… oregresso! Os Police estão devolta e, após 27 anos, de volta aPortugal. Vai acontecer a 25 deSetembro no Estádio Nacional(Lisboa). Stewart Copeland,Sting e Andy Summers “esque-ceram” as zangas e prometemfazer uma tourneé histórica.

Para relembrar os êxitos dabanda, está à venda The Police:Anthology (2CD).

CINEMA

Manolete de Menno May

MUSICAL

O Segredo de Rhonda Byrne

The Police

SUGESTÕES DE LEITURA • SUGESTÕES DE LEITURA

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 41

A Câmara Municipal de Co-ruche, em colaboração com aJunta de Freguesia de Coruche,vão lançar no próximo mês deSetembro a Taça do Concelhode Coruche em Futebol de 11.

O torneio tem como destina-tários os clubes do concelho queparticipam no campeonato doINATEL do distrito de Santa-rém e irá decorrer nos três cam-pos relvados sintéticos do con-celho (Coruche, Couço e Santa-na do Mato). Cada equipamentoirá funcionar como sede de umdos grupos.

Os organizadores procuramdesta forma proporcionar aosclubes do concelho participan-

tes no campeonato distrital doINATEL uma competição quepermita preparar as equipas paraa época desportiva que se avizi-nha e que seja também um im-portante instrumento de conví-vio e de fomento do desporto,aproveitando-se e potenciando-se as excelentes infra-estruturasexistentes no concelho para aprática do futebol.

Refira-se que na época2006/2007 o concelho de Coru-che contou com a participaçãode 13 equipas no campeonatodistrital do INATEL, tendo aorganização da final distritalficado a cargo do Grupo Des-portivo “O Errense”.

Taça do Concelhode Coruche emFutebol

De 16 de Julho a 10 de Agos-to decorreu mais uma edição doCentro de Férias organizadapela autarquia de Coruche, ondemarcaram presença criançascom idades compreendidas en-tre os 7 e os 10 anos e posterior-mente dos 11 aos 14 anos.

O Centro de Férias é uma

iniciativa que procura preencheros tempos livres das crianças doconcelho proporcionando-lhesuma grande variedade de activi-dades desportivas, aquáticas,culturais e recreativas.

Destaque para as sessões decinema, o hip-hop, as visitas aomuseu, à ludoteca municipal,

passeios, idas à praia e visitasaos Estádios do Benfica e doSporting.

A edição deste ano do Cen-tro de Férias teve um dos maio-res números de participantes desempre, 347 crianças oriundasdas 8 freguesias do concelho,monitorizados por 23 técnicos.

Centros de FériasLocais • Notícias Locais > Desporto e Lazer • Notícias Locais • Notícias Locais > Desporto e Lazer • Notícias

No passado dia 21 de Agostoteve lugar o Passeio de Refor-mados 2007. Este ano, os senio-res do concelho de Corucherumaram ao Alentejo. O passeioteve como pontos de atracção avisita à Barragem de Alqueva eà encantadora Vila Viçosa, mar-cando ainda passagem por Re-guengos de Monsaraz, Évora eMora.

Durante cerca de dois mesescerca de dois mil seniores irão(re)descobrir gentes, lugares eculturas em clima de salutarconvívio como é apanágio dasgentes de Coruche.

Passeio de Reformados

Durante a semana de 11 a 15de Julho os utentes do CRICparticiparam na ColóniaBalnear da Nazaré, onde estive-ram na praia e realizaram diver-sos passeios pela Nazaré,nomeadamente, o Santuário deNossa Senhora da Nazaré e oSítio da Nazaré.

Para além das actividadesacima descritas houve um serãoonde se contou a história da“Menina do Mar”, da poetisa

Sophia de Mello Breyner An-dersen, que foi muito do agradode todos.

Alguns utentes participaramna confecção das refeições,lavagem da louça e outrasactividades relacionadas com acozinha que nos foi cedida pelacolónia. Embora o tempo nãoestivesse muito bom, todos gos-taram bastante e disseram quepara o próximo ano querem lávoltar.

O CRIC em notícia

Durante quase dois mesespassaram pelo anfiteatro da Pra-ça da Água, no Parque do Sor-raia, as mais variadas sonori-dades.

Desde o folclore, ao Jazz, aosBlues, à música popular portu-guesas, passando pelo fado e pe-los ritmos brasileiros e angola-nos, em que as noites de sábadoà noite em Coruche tiveram ou-tros motivos de atracção.

De acordo com o VereadorNelson Galvão, “a Câmara deCoruche irá continuar a apos-tar neste festival de música queé já uma referência das iniciati-vas culturais apresentadas pelaautarquia”.

Sons do ParqueTerminou no passado dia 10 de Agosto o Festival de Música “Sons do Parque 2007”

Destaque ppara oo ppróximo nnúmero

No próximo número, a entrevista exclusiva ao Secre-tário Executivo da Comunidade de Países de LínguaPortuguesa (CPLP), Embaixador Luís Fonseca que fazo balanço da primeira década da existência desta Orga-nização Internacional e aborda também questões comoa da importância da CPLP e da Lusofonia no mundoglobal de hoje.

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200742

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DELEGAÇÃO NO BISCAÍNHO

JC – Como foi actuarem Coruche? Gostou?

NG – É sempre bomporque estamos perto decasa e esta semana foi amais puxada deste ano por-que fizemos sete concertosseguidos. O concerto tevemuita energia, achei que aspessoas estavam animadas ese divertiram e fiquei sur-preendido com tanta gente,até porque estava a da rumjogo de futebol em directona tv. Nós divertimo-nosimenso e gostamos muito.

JC – Acha que o recin-to se adequa a este tipo deespéctaculo?

NG – Sim! É tudo ópti-mo! Há mosquitos mas issoé normal nesta altura do ano(risos). Geralmente há umasfestas que têm os palcos jun-top dos carrosséis e gria-seuma grande confusão. Aqui

em Coruche não, estavatudo muito planificado eorganizado.

JC – O último projectoestá a correr bem…

NG – Super bem, nósneste ano foi o que tocamosmais e o espectáculo é difícildemontar, porque tem muitagente e muito material, mas

felizmente tudo corre bem eo disco também está a ven-der bem.

JC – Projectos para ofuturo?

NG – Continuar a tocar.Nós temos concertos atéOutubro em Portugal e de-pois vamos iniciar umadigressão em Espanha, atéFevereiro. A seguir virá umdisco novo.

JC – Os Gift tem 13anos de existência, virãopelo menos mais unsquantos?

NG – Não sei… vamoscontinuar a fsazer música ediscos enquanto tivermosalguma coisa para dizer, nodia que isso não acontecernão faz sentido continuar.Por enquanto acho que con-tinuamos a ter inovação,capacidade de risco e capa-cidade de ir mais além.Seguramente que iremosfazer mais uns discos.

JC – Como se sentem aactuar no estrangeiro?

NG – Não gosto muito

Entrevista com Nuno Gonçalves

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 2007 43

de dizer isto porque podeparecer arrogante, mas osespectáculos no estrangeirotem um gosto especial por-que sentimos lá fora aquiloque sentiamos em Portugalhá uns oito anos atrás.

Isto é, ninguém nos con-hece e no final da cançãoexistem milhares de pessoasa querer conhecer-te e isso émuito estimulante, esse sen-timento de missão é muitoimportante para uma banda,porque se entras num palcocom o público conquistadocorremos o risco de as coi-sas ficarem um pouco mo-nótonas.

Portanto ir lá fora é umtónico que nos estimula bas-tante.

Estamos a preparar umdigressão aos Estados Uni-dos, que vai ser novidadepara nós, vamos ver se se

confirma. No entanto, achoque os concertos em Portu-gal são os que fazem maissentido, porque é o nossopúblico e a nossa língua!

Portugal é e será semprePortugal!

JC – E os prémiosMTV e Globos de Ouro?

NG – Não estávamos àespera de nada. Eu pessoal-mente não ligo muito a estetipo de prémios, a minhamãe liga mais (risos), mas oprémio MTV foi muitointeressante e importante,pois foi a primeira vez quePortugal organizou esseconcurso e nós estiemos lánesse momento. Foi o nossominuto de glória. É semprebom receber prémio e ouviro nosso nome.

Entrevista deAbel Matos Santos

dos The Gift

Festival de Folclore

O disco dos The Gift “Fácil deEntender” existe em duas edições distin-tas. Uma especial em formato de livrocom fotografias, duplo álbum e um DVDcom ambas as noites gravadas. A outraedição – Essencial – com um disco e umdvd do melhor destas duas noites. O con-ceito deste disco não é o de um tradi-cional disco ao vivo…

“Trazer as pessoas à casa dosGift... A ideia era a de dividir este con-ceito em duas noites diferentes.

O cenário não se trata de um palconormal, convencional… Os Gift cons-truíram a sua própria casa… Naprimeira noite a casa estava mais arru-mada, paredes brancas, minimais, amusica a condizer com estas nuances...

Na segunda noite a casa explode, asparedes forram-se de espelhos e os Giftdesforram-se da noite anterior onde tudo

parecia calmo e tranquilo. As cançõessão mais cruas, remisturadas, com maiscôr. Esta casa dos Gift poderia bem serum clube numa cidade qualquer…”explica Nuno Gonçalves por linhasgerais o conceito deste novo disco.

Fácil de entender– o disco dos The Gift

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O Jornal de Coruche • Ano 2 - Número 17 • Setembro de 200744